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APS ÉTICA

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C​ENTRO​ ​UNIVERSITÁRIO​ ​DAS​ ​FACULDADES​ ​METROPOLITANAS​ ​UNIDAS 
FMU 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENGENHARIA​ ​MECÂNICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÉTICA​ ​PROFISSIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
SÃO PAULO - SP 
2019 
GABRIELLE​ ​CAZADO​ ​FARIAS  
RA​: 3947251 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ÉTICA​ ​PROFISSIONAL 
 
Trabalho de Atividade Prática       
Supervisionada, como requisito para       
a obtenção de nota na Avaliação           
Continuada. 
 
 
 
 
 
 
S​ÃO ​P​AULO-​SP 
2019 
SUMÁRIO 
 
 
I​NTRODUÇÃO​ ...................................................................................... 4 
1​ ​VIESES​ ​DA​ ​ÉTICA​ ............................................................................. 5 
1.1​ ​GRÉCIA​ ​ANTIGA​ ............................................................................. 5 
1.2​ ​ÉTICA​ ​MEDIEVAL​ ........................................................................... 6 
1.3​ ​ÉTICA​ ​MODERNA​ ........................................................................... 7 
1.4​ ​ÉTICA​ ​CONTEMPORÂNEA​ .............................................................. 8 
1.5​ ​A​ ​CRISE​ ​DA​ ​ÉTICA​ ......................................................................... 9 
2​ ​CÓDIGO​ ​DE​ ​ÉTICA​ ​DO​ ​ENGENHEIRO​ (​CREA​) ................................... 9 
CONSIDERAÇÕES​ ​FINAIS​ .................................................................... 11 
REFERÊNCIAS​ ..................................................................................... 12 
 
 
INTRODUÇÃO 
O significado da palavra ética vem do grego “ethos”, que se refere ao modo de                             
ser do indivíduo ou ao caráter do ser humano. Pode se entender como todo o                             
esforço do ser humano para formular juízos que iluminam a conduta das                       
pessoas, sob a luz de um critério de bem e justiça (HERKENHOFF, 2001).  
Toda profissão tem uma ética. É essencial para que uma sociedade seja feliz, o                           
cumprimento exato do “dever de estado” de cada pessoa, segundo seus critérios                       
éticos (HERKENHOFF, 2001).  
De acordo com estudos dos costumes da conduta humana, a Ética influencia a                         
Moral, estimulando a formação ou a transformação dos princípios adotados                   
pelas sociedades, interferindo no comportamento ético dos indivíduos               
(BARROS, 2010). 
No mundo atual, com um mercado globalizado e competitivo, as entidades vêm                       
cada vez mais se preocupando com a Ética em suas atividades, mostrando-se                       
preparadas e eficazes para competir e obter resultados positivos e                   
compensadores nas suas vendas e, também, aumentar o nível de satisfação dos                       
funcionários, clientes, fornecedores e da sociedade em geral, diante disso a                     
procura por profissionais que atendam aos princípios éticos tem aumentado                   
(BASTOS; YAMAMOTO; RODRIGUES, 2015).  
Sendo assim, os profissionais precisam ser bastante sensíveis aos princípios                   
éticos e morais, e em nenhum momento devem consentir ou se envolver em                         
negócios ou trabalhos duvidosos que possam manchar a integridade individual                   
e de seus parceiros de classe (DOTTO, 2002). 
Sá (2009) explica que se gera a necessidade de um entendimento ético e uma                           
educação propícia que leve ao desejo de agir conforme o determinado, pois é                         
uma conduta natural na vida da sociedade, e que um contrato de                       
comportamentos, de deveres e de consciência tem se tornado a solução nas                       
diversas classes profissionais, surgindo assim os Códigos de Ética. 
1 VIESES​ ​DA​ ​ÉTIC​A  
1.1 G​RÉCIA​ ​ANTIGA 
Na Grécia Antiga, os filósofos gregos foram os primeiros a pensar no conceito de                           
ética, associando a ideia de moral e cidadania. Sócrates, Platão e Aristóteles, de                         
um modo geral, afirmavam que a conduta do ser humano deveria ser pautada                         
no equilíbrio. Pregando a virtude, moral e outras atitudes voltadas à ética                       
(RAMOS, 2012).  
Moral pode ser entendida como um conjunto de princípios, comandos,                   
preceitos, sendo um sistema de conteúdos sobre comportamento.  
Para Sócrates, o verdadeiro objeto do conhecimento seria a alma humana, a                       
qual reside a verdade e a possibilidade de alcançar a felicidade. Porém o                         
indivíduo não está preparado para isso, tentando eliminar os próprios erros,                     
ocultos em sentimentos confundidos com a felicidade, o sujeito acaba buscando                     
somente o prazer (RAMOS, 2012).  
A virtude é o centro da ética socrática, como uma disposição para praticar o                           
bem, suprimir os desejos despertados pelos sentimentos, racionalizando as                 
ações em benefício coletivo.  
Platão tratou a ética como uma tarefa de promover o nivelamento entre os                         
indivíduos, para assim obter o bem comum, no qual o indivíduo deveria se                         
preocupar com o outro, partilhando o poder. 
Assim como Platão, Aristóteles também considerava ética como uma                 
possibilidade de eliminar a desigualdade, o que harmonizava o convívio coletivo,                     
porém, envolve o equilíbrio interno do indivíduo. Por outro lado, para ele não é                           
o sistema político que muda o homem, mas ele que o faz com o regime (RAMOS,                               
2012).  
Por isso Aristóteles foi um grande defensor da democracia, relacionando a                     
liberdade com responsabilidade para compartilhar o poder de forma igualitária,                   
através do conceito de representatividade.  
1.2 ÉTICA​ ​MEDIEVAL 
Durante a Idade Média o catolicismo dominou a Europa Ocidental, colocando a                       
ética vinculada com a religião e dogmas cristãos. Dentre os filósofos que                       
influenciaram fortemente o conceito de ética medieval, destacaram-se as ideias                   
de Santo Agostinho, Santo Anselmo e São Tomás de Aquino (RAMOS, 2012).   
Para Santo Agostinho a verdade é uma questão de fé, que é revelada por Deus,                             
superando a razão, fazendo com que o Estado e a política dependessem da                         
autoridade da igreja. O catolicismo alterou muito a ética, colocando a ideia de                         
que a bondade, uma vida virtuosa, só poderia ser alcançada se fosse a vontade                           
de Deus, desvinculando a felicidade da racionalização do mundo (RAMOS,                   
2012). 
Além disso o ascetismo e o martírio eram o oposto das ideias dos filósofos                           
Sócrates, Platão e Aristóteles. O ascetismo cristão consistia na renúncia do                     
prazer e a satisfação, aplicada a tudo que é terreno e material. O que é um                               
grande problema para fundamentação da ética, visto que a mesma se                     
caracteriza pela busca do prazer, que representa a felicidade e a satisfação                       
consigo mesmo e o próprio papel no coletivo. 
O martírio implica em valorizar a dor em nome da fé, o que significava agir de                               
acordo com a vontade de Deus, mesmo quando contrário a razão. Guiando-se                       
somente pela igreja, ignorando o que é determinado ética.  
Portanto, na Idade Média, a moral era mais importante que a ética,                       
aumentando a ignorância da maior parte da população quanto a capacidade de                       
entender o conceito original deética.  
Tomás de Aquino dizia que para alcançar a felicidade precisaria passar pela                       
“grande ética”, que seria pelo justo equilíbrio divino, projetado na ordenação da                       
sociedade. Assim, eles aceitavam as contradições sociais e econômicas, as                   
desigualdades, como vontade de Deus, esperando receber a recompensa do                   
além, quando chegassem ao paraíso, para atingir a felicidade plena, individual                     
e coletiva. 
Santo Anselmo, propunha a educação como meio de vencer a descrença e                       
doutrinar o homem na fé cristã, mostrando ser superior a razão, afirmando que                         
os princípios morais estariam, intuitivamente evidentes, condicionando as               
ações à vontade de Deus (RAMOS, 2012). 
A ética passou a ser entendida como aplicada a contextos específicos, nos quais                         
as regras valeriam somente entre iguais. 
1.3 ÉTICA​ ​MODERNA 
Entre os séculos XVI e XVIII, as discussões éticas eram sobre racionalismo e                         
empirismo. Neste período foi quando a separação entre Estado e Igreja se                       
tornou definitiva com o avanço da ciência e a importância do antropocentrismo                       
(RAMOS, 2012).   
Foi também a transição para a Idade Contemporânea, com contradições                   
medievais e forte influência religiosa na vida das pessoas. Apesar da tendência                       
teórica, a ética voltou a ser vista como a busca da felicidade coletiva, retomando                           
seu sentido original grego. Diante de tantos caminhos para chegar a felicidade,                       
a ética foi pensada como garantia de condições para que o sujeito se aprimore                           
por meios legítimos. É nesse momento que entraria o Estado como garantia das                         
condições transformadoras, providenciando educação, direitos individuais,           
justiça e subsistência. 
Assim, os preceitos religiosos foram perdendo força, em uma tentativa da ética                       
se sobrepor a moral, discutindo os princípios de convivência em sociedade. A                       
construção dos valores que limitam a moral, instituíram uma crítica sobre                     
práticas e ações humanas no espaço da teoria dos valores. 
Sem pensar especificamente na ética, Descartes estabeleceu uma moral                 
provisória, baseando-se em recomendações, como obedecer às leis e costumes                   
do país, mantendo a religião é a fé em Deus, e guiando-se por opiniões                           
moderadas e aceitas pela prática, evitando excesso e cultivando o bom senso                       
(RAMOS, 2012). 
Sendo assim, a ética moderna, ainda vinculada com religião, tentou ultrapassar                     
a moral, resgatando as discussões da antiguidade, avançando rumo à                   
vinculação com a liberdade. Entretanto, foi pensada como instrumento de                   
sustentação do poder do Estado perante a vida coletiva e individual. 
1.4 ÉTICA CONTEMPORÂNEA 
No século XVIII, ao separar o conhecimento da religião,o iluminismo fez uma                       
releitura da ética, formando críticas que voltaram a ter foco na razão,                       
apostando na autonomia humana e na crença otimista no progresso. Foi                     
estabelecido outro viés mais amplo, não só limitado à um grupo, mas no                         
contexto do conjunto da humanidade. 
Com a Revolução Francesa, pregou-se o ideal de liberdade, igualdade e                     
fraternidade, tendo como foco a questão da tolerância com as diferenças e o                         
estabelecimento de um pacto social. O que deveria ser garantido pelo Estado. 
Neste período, começou-se uma discussão em torno dos direitos humanos,                   
segundo o qual, não é tarefa da ética normatizar, pois sendo de caráter                         
racional, é guiada apenas pela boa vontade. Sendo relativa pela lei moral,                       
porém deve se isentar da vontade emotiva, gostos e desejos particulares. 
A ética passa a se distinguir da moral por ser autônoma, enquanto os conceitos                           
morais são fixados pela heteronomia (RAMOS, 2012).  
No decorrer da história formou o conceito de ética como ciência normativa,                       
baseado na construção interna do indivíduo e externalizada na preocupação                   
racional com o outro. 
1.5 A CRISE DA ÉTICA 
No século XX, a sociedade é de consumo e individualismo, se desvirtuou do                         
caminho da preocupação coletiva e foi substituída pelo egoísmo, focado apenas                     
no eu, com um ambiente de permanente competição. 
A despeito de alguns pensadores terem tentado retomar a tradição grega,                     
agregando elementos desenvolvidos posteriormente, com ideal de normatização               
de comportamentos, diferenciadas entre grupos, é que prevaleceu no século                   
XXI. A ética profissional passou a dominar o mundo, igualmente                   
contextualizada em um sentido específico, aplicada apenas entre equivalentes. 
2 CÓDIGO DE ÉTICA DO ENGENHEIRO (CREA) 
Criado em 1933, durante o governo do presidente Getúlio Vargas, o Sistema                       
Confea/Crea tem como objetivo melhorar a qualidade de vida e o bem-estar da                         
sociedade, gerando riquezas ao país por meio de serviços técnicos realizados                     
por profissionais de engenharia, agronomia, geologia, geografia, meteorologia,               
além de tecnólogos e técnicos dessas áreas (FERREIRA, 2015). 
Crea, ou Conselhos Regionais de Engenharia e Agronomia, são entidades da                     
esfera estadual que verificam, orientam e fiscalizam o exercício das profissões                     
da área tecnológica em cada região, evitando a prática ilegal das atividades que                         
englobam junto com o Confea (Conselho Federal de Engenharia e Agronomia),                     
do qual faz parte (FERREIRA, 2015).  
(FERREIRA, 2015) Os ​Princípios Fundamentais do Código de Ética dos                 
Engenheiros são: 
- Engenheiros mantêm e melhoram a integridade, honra e dignidade da                     
profissão usando seu conhecimento e habilidade para o avanço do bem-estar                     
da humanidade; 
- Sendo honesto e imparcial, e servindo fielmente o público, seus empregadores                       
e clientes; 
- Esforçando-se para aumentar a competência e prestígio da profissão de                     
engenheiro; 
- Suportando as sociedades profissionais e técnicas de duas disciplinas; 
- Zelarão pela segurança, saúde e bem-estar do público durante a execução de                         
suas tarefas profissionais; 
- Farão serviços apenas nas áreas de sua competência; 
- Farão declarações públicas somente de maneira objetiva e confiável; 
- Agirão em assuntos profissionais para cada cliente como agentes fiéis e                       
confiáveis, e evitarão conflitos de interesse; 
- Construirão sua reputação profissional com o mérito de seus serviços e não                         
competirão de forma injusta com outros; 
- Continuarão seu desenvolvimento profissional durante sua carreira e                 
disponibilizarão oportunidades para o desenvolvimento profissional dos             
engenheiros sob sua supervisão. 
CONSIDERAÇÕES​ ​FINAIS 
A ética é construída na sociedade com base nos valores morais e culturais. É a                             
busca pelo bem comum, mas também a busca pela felicidade, dada pelo prazer.                         
A ética profissional visa a conduta das pessoas perante a sociedade, para que                         
sejam justos e imparciais.  
Portanto,a função do pensamento ético serve para manter a ordem social. A                         
mesma vai sendo construída ao longo da história, de acordo com os valores e                           
princípios morais de cada sociedade. ​Os códigos éticos visam proteger a                     
sociedade das injustiças e do desrespeito em qualquer esfera social, seja no                       
ambiente familiar ou profissional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
BARROS, M. F. R. A ética no exercício da profissão contábil. 2010. Monografia 
(Bacharelado em Ciências Contábeis) – Instituto de Ciências Econômicas e 
Gerenciais, Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, Belo horizonte, 
2010. Disponível em: 
http://sinescontabil.com.br/monografias/trab_profissionais/rosiane.pdf​. 
Acesso em: 27 out. 2019. 
BASTOS, A. V. B.; YAMAMOTO, O. H.; RODRIGUES, A. C. A. Compromisso 
social e ético: desafios para a atuação em psicologia organizacional e do 
trabalho. Borges & Mourão (orgs.). 2015. Disponível em: 
https://www.larpsi.com.br/media/mconnect_uploadfiles/c/a/cap_01ccc.pdf​. 
Acesso em: 29 out. 2019 
DOTTO, M. L. G. Comportamento ético do profissional de contabilidade. 2002. 
Disponível em: ​https://core.ac.uk/display/30363847/tab/similar-list​. Acesso 
em: 29 out. 2019. 
HERKENHOFF, J. B. Ética, educação e cidadania. 2.ed. São Paulo: Saraiva, 
2001. 
FERREIRA, L. ​O que é CREA e para que serve? Disponível em: 
https://engenharia360.com/o-que-e-o-crea-e-para-que-serve/​. Acesso em: 31 
out, 2019. 
RAMOS, F.P. A evolução conceitual da ética. 2012. Disponível em: 
http://fabiopestanaramos.blogspot.com/2012/03/evolucao-conceitual-da-etica
.htm​. Acesso em: 30 out. 2019. 
SÁ, A. L. Ética profissional. 9. ed., São Paulo: Atlas, 2009. Disponível em: 
https://psicologiaunicsul.files.wordpress.com/2013/02/c3a9tica-profissional.p
df​. Acesso em: 29 out. 2019. 
 
http://sinescontabil.com.br/monografias/trab_profissionais/rosiane.pdf
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https://core.ac.uk/display/30363847/tab/similar-list
https://engenharia360.com/o-que-e-o-crea-e-para-que-serve/
http://fabiopestanaramos.blogspot.com/2012/03/evolucao-conceitual-da-etica.htm
http://fabiopestanaramos.blogspot.com/2012/03/evolucao-conceitual-da-etica.htm
https://psicologiaunicsul.files.wordpress.com/2013/02/c3a9tica-profissional.pdf
https://psicologiaunicsul.files.wordpress.com/2013/02/c3a9tica-profissional.pdf

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