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Memorial de Jaqueline Ribeiro

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Universidade de Uberaba - UNIUBE
CURSO DE PEDAGOGIA
PRÁTICA PEDAGÓGICA I
MEMORIAL
Uberaba
2018 
JAQUELINE APARECIDA RIBEIRO
1125666
MEMORIAL 
Prática elaborada como requisito para aprovação na disciplina de PRÁTICA PEDAGÓGICA do curso de Pedagogia da Universidade de Uberaba - UNIUBE.
Professora-tutora on-line: Eliana Rossetti Sardinha
UBERABA
2018 
Nasci na cidade de Sacramento, Minas Gerais, no dia 15 de janeiro de 1993, para a escolha de meu nome, meus pais tiveram duas opções, Janaína e Jaqueline, optando pelo segundo, após insistência da minha mãe, fui registrada então como, Jaqueline Aparecida Ribeiro, segundo filho do casal, o primogênito é o Anderson, três anos mais velho e em alguns anos veio o Daniel e em seguida a Larissa. Meus pais, Joaquim e Eida são primos de grau distantes, porém as famílias de ambos eram muito amigas, se casaram após um breve namoro, que era o normal daquela época. Após o casamento foram morar em um sítio pequeno, próximo aos de seus pais, onde vivi até o término do meu Ensino Médio.
Minha infância foi bem simples, pois meus pais são de origem pobre, eles sempre foram muito presentes, adorava brincar de pique esconde, pique pega e bobinho, meu irmão e eu dividíamos a cozinha, que geralmente era em cima de uma árvore, lá eu fazia ótimas receitas de bolo de barro, geralmente, os utensílios eram panelas velhas que minha mãe não usava mais, cada um tinha sua árvore, a minha era a mais fácil de escalar, também, gostava de andar a cavalo, sempre buscava ele no do pasto para meu pai. Com a vida humilde que tivemos minha primeira bicicleta já havia sido usada, mas fiquei muito feliz, meu pai foi meu primeiro instrutor de direção e eu aprendi rapidinho, me aventurei bastante, inclusive levei alguns tombos, a sua falta de freio na decida de uma estrada me rendeu alguns ralados, mas não me amedrontava, adorava me aventurar no caminho que as vacas passavam para chegar do pasto até o curral, falando nele, também gostava muito ir pra lá na hora da ordenha, pra beber leite fresquinho.
Nos finais de semana e férias a “primaiada” ia para a casa de meus avós, onde eu me juntava para brincar, e não são poucos primos não, pois meu pai tem dez irmãos e minha mãe cinco, ou seja, a família é bem grande, nessas reuniões brincávamos de tudo, de pique nique, cabelereiro, queimada, futebol e muito mais. Além disso, ainda tinha aqueles almoços abundantes, parecia até festa de reis.
 Na época do natal, além de reunir todo mundo, ainda tinha os amigos secretos, mas o que eu gostava mesmo era de sair pra escolher um galho de pinheiro pra montar a nossa árvore de natal e de ir à cidade ver os enfeites da rua, lembro de uma vez que na véspera meus pais nos levaram até uma loja pra comprar um presente, eu escolhi um elefante de relógio e meu irmão, Anderson, escolheu uma câmera de fotografar a pilha, nessa época éramos apenas nós dois de filhos e acho que era uma época de “vacas gordas”, como diz minha mãe, pois me lembro de outros natais que o “papai Noel” só pode deixar balinhas, mas mesmo assim fiquei feliz dele ter passado em nossa casa, apesar de sempre ficar frustrada por nunca ficar acordada pra ver ele.
Na infância meu maior desejo era ir pra escola, meu sonho era aprender a ler e escrever, quando fui pra escola eu já sabia escrever meu nome, além de saber os números e a tabuada do um, que não é grande coisa, mas pra uma criança de seis anos é uma enorme conquista. Apesar de meus pais não terem concluído o ensino fundamental, possuindo apenas a quarta série, eles me incentivaram muito, antes mesmo de ter sido matriculada eu frequentava alguns eventos que eram realizados na escola, lembro-me de um amigo secreto que participei e ganhei uma boneca.
Com todas essas alegrias ainda passamos algumas dificuldades, como disse anteriormente, minha família é de origem pobre, portanto, eu e meus irmãos começamos a ajudar meus pais bem cedo nos afazeres, desde organizar a casa até ajudar a plantar e colher alimento, como café, feijão e arroz, cana pro gado e tirar leite. Quando eu tinha apenas cinco anos meu pai quebrou a perna, em um acidente a cavalo, meu irmão e um tio ficaram responsáveis por tudo, foi um tempo de péssimas lembranças pra mim. Antes de meu pai retornar pra casa, teve que construir um banheiro com vazo dentro de casa, pois até então nossa casa tinha uma fossa. 
Enfim, comecei a estudar, em uma escola multiseriada com turmas do pré a quarta série, que tinha perto de casa, tenho ótimas lembranças daquele lugar, no primeiro dia fiz um desenho ilustrando a música Aquarela, de Toquinho, lá também tinha uma árvore bem grande com uma gangorra e para ir à escola passávamos a pé por um atalho no meio do pasto, em dias de chuva chegávamos ensopados, uma vez minha mãe teve que colocar os nossos cadernos pra secar em baixo do fogão a lenha.
 Meu irmão foi para outra escola em um povoado próximo, para seguir os estudos, pra que eu não fosse sozinha a pé pra antiga escola, então me mudei de escola também, lá fiquei até terminar o ensino médio, conheci vários amigos, alguns que convivo até hoje, tive minhas primeiras paixões, minhas primeiras brigas e muitos outros fatos que me marcaram bastante, dentre eles, teve a perda da minha professora em um acidente de ônibus, ela era jovem e ainda estudava. Nessa escola conheci alguns dos meus melhores professores, que me ensinaram e incentivaram meu interesse em estudar, mas os que me marcaram mais, foram os que não faziam questão de ensinar, lembro-me de uma que tínhamos que copiar textos de três ou mais páginas de literatura, sem explicar o conteúdo, nas provas dela eu sempre dava um jeito de colar, esse fato me faz pensar na minha ação docente, para que eu nunca aja como ela. Teve também, um concurso de redações entre as escolas municipais da minha cidade, eu queria muito participar e fazer um bom texto, mas não obtive êxito, pois a minha professora de português da época não valorizava meu esforço, ela preferia dar atenção e incentivar quem não estava querendo participar do concurso, conclusão disso, meu texto ficou péssimo, não obtive nenhuma classificação. Vou levar esses acontecimentos sempre comigo, como exemplo do que nunca fazer com um aluno.
Na mesma época em que me mudei de escola nasceu meu outro irmão e dois anos depois minha irmã, minha mãe começou a ter desmaios frequentes, o que me fazia pensar que eu poderia perder ela a qualquer momento, mas com o avanço da medicina, ela foi tratada e está conosco até hoje.
Ao terminar o ensino médio em 2010, mudei-me pra cidade, onde morei com meus avós paternos por três meses, em seguida fui pra uma casa pequena que meu pai comprou, ela é no fundo do terreno e tem três cômodos e um banheiro, comecei a trabalhar como garçonete em dois lugares, então não pude continuar estudando, pois além da falta de tempo, também, não tinha dinheiro suficiente pra arcar com a faculdade. 
Em 2011 comecei a trabalhar como balconista no açougue de um tio meu e garçonete à noite em uma pizzaria, nesse período conheci muitas pessoas, inclusive meu marido. Nós tínhamos uma amiga em comum, que lhe passou meu número de celular, pois ele queria me conhecer após ter me visto trabalhando no açougue. Ele se chama Maykon e nos casamos em 10 de junho de 2017, ele sempre me incentivou a querer estudar, querer melhorar de vida, portanto, assim que começamos a namorar parei de trabalhar a noite, para poder me dedicar a tirar minha habilitação, que eu vinha tentando há algum tempo, após algumas reprovas eu consegui a categoria A, em seguida, conquistei a categoria B. 
No final do ano 2012, sai do açougue pra trabalhar em uma loja de roupas, que ficava ao lado do serviço de uma amiga minha de infância, começamos a ter mais contato e em 2015 ela me convidou para fazermos o Curso Normal Médio- Professor de Educação Infantil, conhecido também, como Magistério. Eu ainda estava meio perdida na minha vida em relação à profissão, então tentei, com o intuito de conhecer essa área, logonas primeiras semanas começaram os obstáculos, durante uma dinâmica feita pela professora, ela me disse que, “eu terminaria o curso, mas que eu jamais seguiria carreira, pois não era meu perfil”, ao ouvir aquilo fiquei muito frustrada, porém, tive mais vontade de continuar estudando e aprofundando, nós nos formamos em dezembro de 2016, o curso me propiciou conhecer mais sobre o campo da educação, as diferentes realidades sociais, ter um contato maior com crianças, e também, me conhecer melhor. Durante o curso fui descobrindo em mim um desejo de mudança, de poder fazer mais por pessoas que tenha menos que eu, de ajudar crianças que não possuem apoio familiar adequado. Também, tive como motivação para continuar o curso, a minha sobrinha Maria Vitória, filha do meu irmão mais velho, ela nasceu em 2014 e mora com a mãe, os pais nunca tiveram um relacionamento bom, e quem cuida e pega ela aos finais de semana, somos eu e meu marido e meus pais, sempre tinha em mente ela como meu exemplo de criança, pude trabalhar muito meus aprendizados com ela.
Quando me formei no Magistério não pude dar sequencia nos estudos, pois estava preparando para o nosso casamento, então só pude retornar e entrar na faculdade de Pedagogia no início deste ano, 2018, e também, tive uma ótima notícia, eu havia prestado um concurso público pra Monitora Infantil, na cidade vizinha, Rifaina, fui convocada e comecei a trabalhar em março, então tive mais um motivo pra querer continuar estudando e permanecer nessa área, pois durante as aulas de Pedagogia sempre tenho ótimos exemplos de como funciona a realidade, posso levar meus novos conhecimentos e aplicá-los, e vejo que é muito gratificante trabalhar com educação, vejo o progresso ali, as crianças são “máquinas” de sabedoria, eu só tenho que incentivá-las a descobrir seu potencial. 
Atualmente, não penso em mudar de área, me identifiquei com esta, quero e pretendo me aprofundar mais e mais, para poder ser uma excelente profissional, pois vejo que com o conhecimento não podemos estagnar, devemos procurar conhecer diferentes assuntos, dado que a realidade escolar é muito diversa, são diferentes crianças, com diferentes culturas e vidas, e para atender esse público diversificado é necessário estar em constante aprendizagem e preparação. Se eu pudesse voltar no tempo e fazer algo diferente com certeza eu faria as mesmas escolhas, o trabalho do educador é muito gratificante, sentir que somos capazes de buscar o melhor de cada criança, mudando sua realidade e expectativas de vida, Paulo Freire disse “Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda.”(FREIRE, 2000, p.67).
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