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Análise da produtividade da mão de obra na execução de alvenaria estrutural e alvenaria convencional (1)

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0
CENTRO DE TECNOLOGIA DE ALEGRETE – CTA 
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DA PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NA EXECUÇÃO 
DE ALVENARIA ESTRUTURAL E ALVENARIA CONVENCIONAL 
 
 
 
 
 
 
ROBERT DA SILVA TRINDADE 
 
 
Alegrete/RS 
2013 
 
 
 
 1
ROBERT DA SILVA TRINDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE DA PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NA EXECUÇÃO 
DE ALVENARIA ESTRUTURAL E ALVENARIA CONVENCIONAL 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Curso de Engenharia Civil 
da Universidade Federal do Pampa, como 
requisito parcial para obtenção do Título 
de Bacharel em Engenharia Civil. 
 
Orientador: Fladimir Fernandes dos 
Santos 
 
 
 
 
Alegrete/RS 
2013 
 
 
 2
 ROBERT DA SILVA TRINDADE 
 
 
ANÁLISE DA PRODUTIVIDADE DA MÃO DE OBRA NA EXECUÇÃO 
DE ALVENARIA ESTRUTURAL E ALVENARIA CONVENCIONAL 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso 
apresentado ao Curso de Engenharia Civil 
da Universidade Federal do Pampa, como 
requisito parcial para obtenção do Título 
de Bacharel em Engenharia Civil. 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado em: 24/09/2013. 
Banca examinadora: 
 
______________________________________________________ 
Prof. Dr. Fladimir Fernandes dos Santos 
Orientador 
 (Unipampa) 
 
______________________________________________________ 
Arq. Me. Laura Machado 
 (Unipampa) 
 
______________________________________________________ 
Prof. Me. Felipe Ferreira de Ferreira 
 (Unipampa) 
 
 
Alegrete/RS 
2013 
 
 
 
 3
DEDICATÓRIA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a meus pais e a minha 
noiva, fontes inesgotáveis de apoio e 
companheirismo. 
 
 
 
 
 
 4
AGRADECIMENTOS 
 
À Deus, agradeço por ter me dado forças e me guiado pelo caminho certo para que 
pudesse concretizar este sonho. 
Aos meus pais, Pedro e Marta, por terem sido uma referência de sabedoria e 
aprendizado em minha vida. Pelo amor e carinho dedicado a todos estes anos de 
graduação e sempre por ter me mostrado que posso chegar onde desejo. 
À minha noiva Franciele, pelos momentos de compreensão durante este processo. 
Por estar sempre ao meu lado, dando-me muito amor e carinho e sempre me 
incentivando a seguir em frente. 
Ao meu irmão Patric, que antes de tudo, é um grande amigo. À minha cunhada e 
meus sobrinhos, pelos momentos de diversão e companheirismo e por terem 
acreditado em mim. 
Ao meu avô Básilio, que hoje não encontra-se mais entre nós, pelos primeiros 
ensinamentos e lições de grande valia para esta profissão que escolhi. 
As minhas avós, sogros e a todos meus familiares, que de uma forma ou de outra 
sempre me deram força e acreditaram no meu potencial. 
Aos meus colegas de graduação, pelo companheirismo e ensinamentos durante 
esta trajetória. 
À professora Elizabete Yukiko, pelos primeiros passos para que este trabalho se 
concretizasse. 
Ao professor Fladimir Fernandes, pela extraordinária orientação e contribuição para 
a realização deste trabalho. 
Aos Membros que participaram da Banca de Avaliação do Trabalho de Conclusão 
de Curso, por suas contribuições, que proporcionaram melhorias para o trabalho. 
 
 
 
 5
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
"Há homens que lutam um dia e são 
bons. Há outros que lutam um ano e são 
melhores. 
Há os que lutam muitos anos e são muito 
bons. 
Porém, há os que lutam toda a vida. 
Esses são os imprescindíveis." 
Bertolt Brecht. 
 
 
 
 6
RESUMO 
O desenvolvimento tecnológico, na indústria brasileira, tem impulsionado diversos 
setores, dentre eles, o da construção civil, que é um dos maiores na economia do 
país. Neste sentido, é notório que empresas procurem meios para melhorar seus 
processos produtivos, buscando alternativas diferenciadas em relação às demais 
empresas, investindo em qualidade e produtividade e, consequentemente, 
adquirindo uma maior competitividade. Neste contexto, o presente trabalho trata da 
mensuração e comparação da produtividade da mão de obra na execução de 
alvenaria estrutural e alvenaria convencional, bem como dos fatores que possam 
influenciar a mesma. Como metodologias adotadas para a apropriação dos dados 
foram utilizados o Modelo de Entrada-Saídas e o Modelo dos Fatores, onde foram 
analisadas, na cidade de Alegrete/RS, num total de onze dias, uma obra em 
alvenaria estrutural e em sete dias, uma outra obra em alvenaria convencional. O 
primeiro modelo possibilitou entender a produtividade a partir de informações 
relacionadas tanto às entradas, quanto às saídas do processo produtivo; já o 
segundo modelo proporcionou conhecer os fatores que interferiram no desempenho 
da produtividade. A mensuração da produtividade foi realizada por meio do índice 
parcial denominado Razão Unitária de Produção (RUP). Após a análise dos dados, 
obtidos diariamente nas obras, os mesmos foram comparados com os índices 
publicados na TCPO (2010), onde os indicadores de produtividade – RUP – da mão 
de obra, no serviço de alvenaria estrutural ficaram abaixo do estimado, o que mostra 
que este sistema apresentou uma boa produtividade. A alvenaria convencional 
apresentou indicadores de produtividade – RUP – da mão de obra acima do 
estimado, o que evidenciou uma baixa produtividade. Após esta análise foi possível 
detectar os fatores que influenciaram os índices de produtividade, tais como: 
característica do produto, materiais e componentes, equipamentos e ferramentas, 
mão de obra, organização da produção, variação de temperatura, eventos 
atmosféricos, bem como evidenciar a importância deste conhecimento que pode ser 
de grande valia na fase de planejamento e gerenciamento do serviço. 
 
Palavras chaves: produtividade; mão de obra; alvenaria estrutural; alvenaria 
convencional. 
 
 
 7
ABSTRACT 
Technological development in the Brazilian industry has driven many 
industries, including the construction, which is one of the largest in the country's 
economy. In this sense, it is clear that companies look for ways to improve their 
production processes, seeking different alternatives in relation to other companies, 
investing in quality and productivity and thus acquiring greater competitiveness. In 
this context, the present work deals with the measurement and comparison of the 
productivity of labor in the execution of conventional masonry and masonry, as well 
as factors that may influence it. The methodology for allocation of the data were used 
to model the Input - Output Model and Factors, which was analyzed in the town of 
Alegrete / RS, a total of eleven days of measurement, a work in masonry and seven 
days of measurement , another work in conventional masonry. The first model made 
it possible to understand the productivity from information related to the inputs, the 
outputs of the production process, whereas the second model helps to know the 
factors that interfere with the performance of productivity. The productivity 
measurement was performed using the partial index called Reason Unitary 
Production ( RUP ). After analyzing the data, obtained daily in the works, they were 
compared with the rates published in TCPO (2010 ), where productivity indicators - 
RUP - of labor, in the service of masonry were lower than estimated , which shows 
that this system showed good productivity. The conventional masonry productivity 
indicators presented - OR - of labor above the estimate, which showed a low 
productivity. After this analysis it was possible to detect the factors influencing 
productivity indices, such as: product feature, materials and components, equipment 
and tools, manpower, organization of production, variation in temperature, 
atmospheric events, as well as highlight the importance this knowledge can be of 
great value in the planning stages and service management. 
Keywords: productivity, labor;masonry; conventional masonry. 
 
 
 
 
 
 
 8
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1 − Exemplo de execução de instalação elétrica em alvenaria convencional 
mostrando o desperdício de material e o retrabalho..................................................22 
Figura 2 − Exemplo de alvenaria estrutural, com a execução das instalações 
elétricas e hidráulicas.................................................................................................24 
Figura 3 − Representação genérica de um sistema produtivo..................................29 
Figura 4 − Diferentes abrangências do estudo da produtividade...............................29 
Figura 5 − Processo de transformação no sistema produtivo da construção 
civil.............................................................................................................................30 
Figura 6 − Níveis que afetam a produtividade da mão de obra.................................30 
Figura 7 − Planta baixa de uma residência com paredes lineares...........................31 
Figura 8 − Planta baixa de uma residência com paredes não-lineares....................32 
Figura 9 − Diferentes tamanhos de paredes de alvenaria........................................32 
Figura 10 − Equipamentos utilizados na execução de alvenaria..............................33 
Figura 11 − Equipamentos utilizados na execução de alvenaria..............................34 
Figura 12 − Disposição dos materiais e equipamentos antes do serviço de 
alvenaria.....................................................................................................................35 
Figura 13 − Mecanismo de influencia da produtividade.............................................38 
Figura 14 − Relações presentes nas tarefas de modelagem...................................39 
Figura 15 − Modelo dos fatores..................................................................................42 
Figura 16 − Exemplo de gráfico das linhas de balanço.............................................43 
Figura 17 − Diferentes tipos de RUP........................................................................45 
Figura 18 − Diferentes tipos de equipe na execução da alvenaria...........................49 
Figura 19 − Planilha para anotações dos serviços de alvenaria...............................49 
Figura 20 − Levantamento de áreas líquidas em paredes de alvenaria....................51 
Figura 21 − Fatores considerados no cálculo da RUP..............................................53 
Figura 22 − Índices de produtividade da alvenaria de tijolo cerâmico furado...........55 
Figura 23 − Índices de produtividade da alvenaria de blocos para alvenaria 
estrutural.....................................................................................................................56 
Figura 24 − Fachada da obra em estudo...................................................................58 
Figura 25 − Operários trabalhando.............................................................................59 
 
 9
Figura 26 − Tijolos usados na obra .........................................................................60 
Figura 27 − Tijolos usados na obra e alvenarias na altura de 1,5m........................61 
Figura 28 − Guincho utilizado na obra.....................................................................62 
Figura 29 − Canteiro de obras.................................................................................63 
Figura 30 − Disposição dos materiais e equipamentos no canteiro de obras..........64 
Figura 31 − Fachada da obra em alvenaria estrutural .............................................65 
Figura 32 − Equipe de trabalho................................................................................66 
Figura 33 − Blocos utilizados na obra.......................................................................67 
Figura 34 − Verga executada na obra.....................................................................68 
Figura 35 − Disposição dos materiais no canteiro...................................................68 
Figura 36 − Materiais utilizados para assentamentos dos blocos...........................69 
Figura 37 − Material utilizado para transporte dos materiais...................................70 
Figura 38 − Disposição dos materiais e equipamentos no canteiro de obras.........70 
Figura 39 − Dias de observação nos dois sistemas construtivos............................72 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 10
LISTA DE TABELA 
 
Tabela 1 – Centros de Estudos da Produtividade ...................................................28 
Tabela 2 – 1° dia de mensuração na alvenaria conven cional..................................94 
Tabela 3 – 2° dia de mensuração. na alvenaria conve ncional.................................94 
Tabela 4 – 3° dia de mensuração na alvenaria conven cional..................................95 
Tabela 5 – 4° dia de mensuração na alvenaria conven cional..................................95 
Tabela 6 – 5° dia de mensuração na alvenaria conven cional..................................96 
Tabela 7 – 6° dia de mensuração na alvenaria conven cional..................................96 
Tabela 8 – 7° dia de mensuração na alvenaria conven cional..................................97 
Tabela 9 – 1° dia de mensuração na alvenaria estrut ural........................................98 
Tabela 10 – 2° dia de mensuração na alvenaria estru tural......................................98 
Tabela 11 – 3° dia de mensuração na alvenaria estru tural......................................99 
Tabela 12 – 4° dia de mensuração na alvenaria estru tural......................................99 
Tabela 13 – 5° dia de mensuração na alvenaria estru tural....................................100 
Tabela 14 – 6° dia de mensuração na alvenaria estru tural....................................100 
Tabela 15 – 7° dia de mensuração na alvenaria estru tural....................................101 
Tabela 16 – Observações no 8° dia de mensuração na alvenaria estrutural.......101 
Tabela 17– 9° dia de mensuração na alvenaria estrut ural.....................................102 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 11
LISTA DE QUADROS 
 
Quadro 1 − Fatores primários que prejudicam a produtividade.................................36 
Quadro 2 − Fatores por via indireta que prejudicam a produtividade......................36 
Quadro 3 − Exemplos de obras de construção civil com atividades 
repetitivas..................................................................................................................43 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 12
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 1 − RUPs diárias e potencial da equipe em alvenaria convencional............73 
Gráfico 2 − RUPs cumulativa da equipe em alvenaria convencional........................75 
Gráfico 3 − RUPs diárias e potencial da equipe em alvenaria estrutural...................79 
Gráfico 4 − RUPs cumulativa da equipe em alvenaria estrutural...............................81 
 
 
 
 
 
 13
SUMÁRIO 
 
1.INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 15 
1.1.Contextualização do tema e do problema de pesqu isa ................................. 15 
1.2.Objetivos ..................................... ....................................................................... 17 
1.2.1.Objetivo geral .............................. ................................................................... 17 
1.2.2.Objetivos específicos ....................... .............................................................. 17 
1.2.3.Justificativa ............................... ...................................................................... 18 
2.REVISÃO BIBLIOGRÁFICA........................... ....................................................... 20 
2.1.Sistemas construtivos de alvenaria ............ .................................................... 20 
2.1.1 Alvenaria convencional: Características ..... ................................................. 21 
2.1.2 Alvenaria estrutural: Características ....... ..................................................... 23 
2.2 Produtividade: histórico ...................... ............................................................. 27 
2.3 Definindo produtividade na construção civil ... ............................................... 28 
2.4. A importância da medição da produtividade no s etor da construção civil . 37 
2.5 Medição da produtividade na construção civil .. ............................................. 39 
2.5.1 Modelos Teóricos, Modelos de Entrada e Modelo s de Entrada-Saída ...... 40 
2.5.3 Indicador de mensuração da produtividade .... ............................................ 44 
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS............................................................... 46 
3.1 Etapas da pesquisa ............................ ............................................................... 46 
3.2 Quanto à coleta de dados ...................... ........................................................... 47 
3.2.1 Coleta de dados: Entradas ................... ......................................................... 47 
3.2.2 Coleta de dados: Saídas ..................... ........................................................... 50 
3.2.3 Aspectos considerados para apropriação dos da dos ................................ 51 
3.3 Quanto ao tratamento dos dados coletados ...... ............................................. 52 
3.3.1 A escolha do Modelo dos Fatores para a mediçã o da produtividade........ 52 
3.3.2 O indicador para mensurar a produtividade ... ............................................. 52 
3.4 Quanto à apresentação dos dados ............... ................................................... 54 
3.5 Quanto à análise dos resultados obtidos ....... ................................................ 54 
4 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS ........... ................................ 57 
4.1 Caracterização das obras de alvenaria ......... .................................................. 57 
4.1.1 Estudo de caso 1: a obra de alvenaria convenc ional.................................. 57 
4.1.1.1 Caracterização do serviço de alvenaria .... ................................................ 58 
 
 14
4.1.1.2 Condições de trabalho ..................... ........................................................... 62 
4.1.2 Estudo de caso 2: a obra de alvenaria estrutu ral ........................................ 64 
4.1.2.1 Caracterização do serviço de alvenaria .... ................................................ 65 
4.1.2.2 Condições de trabalho ..................... ........................................................... 71 
4.2 Apresentação e análise dos resultados ......... ................................................. 71 
4.2.1 Resultados constatados na obra de alvenaria c onvencional ..................... 73 
4.2.1.1 Quanto à equipe de trabalho ............... ....................................................... 73 
4.2.1.2 Fatores influenciadores na variação da prod utividade ............................ 75 
4.2.2 Resultados constatados em alvenaria estrutura l ........................................ 78 
4.2.2.1 Quanto à equipe de trabalho ............... ....................................................... 78 
4.2.2.2 Fatores influenciadores na variação da prod utividade ............................ 82 
5 CONCLUSÕES E SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ... .................... 86 
5.1 Conclusões .................................... .................................................................... 86 
5.2 Sugestões para trabalho futuros ............... ...................................................... 88 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 90 
APÊNDICE A – Tabelas Utilizadas na Pesquisa- Alvena ria Convencional ......... 94 
APÊNDICE B – Tabelas Utilizadas na Pesquisa- Alvena ria Estrutural ............... 98 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 15
1. INTRODUÇÃO 
 
1.1. Contextualização do tema e do problema de pesq uisa 
 
O desenvolvimento tecnológico, na indústria brasileira, tem impulsionado 
diversos setores, dentre eles, o da construção civil, que é um dos maiores na 
economia do país. É, sem dúvida, um dos setores que possibilita gerar novos 
empregos e oportunidades de negócio, principalmente na cadeia produtiva da 
construção civil. Ocasiona-se, com isso, grande concorrência entre empresas do 
ramo da construção (CARDOSO, 2010). 
Nesse sentido, é notório que empresas procurem meios para melhorar seus 
processos produtivos, buscando alternativas diferenciadas em relação às demais 
empresas, investindo em qualidade e produtividade e, assim, obter maior 
lucratividade, tornando-se mais competitiva. 
Conforme Marder (2001), as palavras “produtividade e qualidade” 
apresentam-se como ferramentas essenciais para que se possa atingir melhor 
desempenho e competitividade. A produtividade está ligada diretamente ao lucro e, 
certamente, empresas de grande porte, e com índices de produtividade elevados, 
exigirão menores custos de produção, oferecendo produtos com custo mais baixo 
que seus concorrentes, ou trabalhando com uma maior margem de lucro. 
No que se refere, especificamente, aos custos com a mão de obra, a 
alvenaria, de um modo geral, apresenta, dentro das construções de edificações, 
valores numéricos relevantes. As vedações verticais apresentam índices entre 6% a 
10% do custo total da construção de edifícios habitacionais e comerciais e de 17% 
para populares. Os custos com a mão de obra, para estes serviços, representam 
algo em torno de 50% dos custos totais (REVISTA CONSTRUÇÃO MERCADO, 
2001). 
Ademais, para Santos (1995), historicamente os índices de produtividade da 
mão de obra brasileira, quando comparados a outros países, são relativamente 
baixos. Para o supracitado autor, determinar como o operário distribui seu tempo, ao 
longo do dia, é um dos primeiros passos para se avaliar um processo produtivo. 
 
 
 
 16
A Construção vem sendo considerada, há muito tempo, uma Indústria 
caracterizada pela má produtividade no uso da mão de obra. Se tal colocação 
já merecia atenção há algumas décadas, torna-se cada vez mais preocupante 
na medida em que se tem um crescente acirramento da competição no 
mercado e dentro do contexto de buscar-se a minimização do desperdício do 
esforço humano (SOUZA, 2006, p. 14). 
 
Na visão de Carraro e Souza (1998), o gerenciamento eficaz dos recursos 
físicos utilizados na construção civil, em especial a mão de obra, está entre os 
principais desafios que este setor enfrenta. Neste contexto, estes autores comentam 
sobre a má produtividade, afirmando que os gestores das obras não costumam ter 
conhecimento sobre a quantidade de mão de obra necessária para produzir 
determinado serviço, resultando em poucos, ou ausentes, parâmetros para se 
basearem em atitudes corretivas de eventuais problemas. 
Lantelme (1994) destaca que na construção civil a medição do desempenho 
é pouco utilizada, mas estudos vêm mostrando resultados destes levantamentos que 
tendem a gerar informações do desempenho do setor, sendo possível fazer uma 
relação entre estas medidas, com as estratégias empresariais, ou setoriais, e com os 
critérios de desempenho do setor. 
No que se refere às pesquisas realizadas sobre produtividade no setor da 
construção civil, elas foram realizadas com diversos enfoques, como, por exemplo: 
• A produtividade da mão de obra na execução de revestimentos de 
argamassa (ARAÚJO; SOUZA, 2000). 
• Produtividadee custos nos sistemas de vedação vertical (SOUZA, 
1998). 
• Fatores que influenciam a produtividade da alvenaria (ARAÚJO; 
SOUZA, 2000). 
• Monitoramento da produtividade da mão de obra na execução da 
alvenaria (CARRARO; SOUZA, 1998). 
• Estudos de fatores que afetam a produtividade em obras repetitivas 
(OLIVEIRA et al. , 1998). 
• Medida da produtividade da mão de obra no serviço de alvenaria com 
blocos cerâmicos para aplicação e planejamento pelo método das 
linhas de balanço (SANTOS; BARBOSA; MAGGI, 2006). 
 
 17
Apesar de tais estudos, na literatura pesquisada, não foram encontrados 
trabalhos que demonstrassem a realidade do município de Alegrete-RS quanto à 
produtividade no setor da construção civil. Observa-se que a realidade enfrentada no 
município, pelos responsáveis pela supervisão de equipes de trabalho, tem sido a 
dificuldade de encontrar indicadores que sirvam como parâmetros sobre a 
produtividade da mão de obra empregada na cidade, para gerenciarem de forma 
eficiente suas equipes. 
Diante do exposto, apresentam-se as seguintes questões de pesquisa: 
Quais os fatores que influenciam na variação da produtividade da mão de obra na 
execução de paredes em alvenaria convencional e em alvenaria estrutural? Como 
medir a produtividade da mão de obra utilizada nesses dois sistemas construtivos? 
 
1.2. Objetivos 
 
1.2.1. Objetivo geral 
 
Realizar uma análise da produtividade da mão de obra na execução de 
paredes em alvenaria convencional e em alvenaria estrutural. 
 
1.2.2. Objetivos específicos 
 
• apresentar os sistemas construtivos de alvenaria convencional e de 
alvenaria estrutural; 
• caracterizar a produtividade no setor da construção civil; 
• identificar as metodologias que podem ser aplicadas na medição de 
produtividade da mão de obra empregada na execução de serviços em 
alvenaria convencional e em alvenaria estrutural; 
• realizar a mensuração do esforço humano despendido, em homens-hora, 
para a produção de paredes em alvenaria estrutural e em alvenaria 
convencional; 
• comparar os dados coletados, com os padrões já estabelecidos, para a 
execução de paredes nesses dois tipos de sistema de alvenaria; 
 18
• elencar os fatores responsáveis pela variação da produtividade da mão de 
obra nos serviços executados nos dois tipos de sistema de alvenaria. 
 
1.2.3. Justificativa 
 
Conforme descreve Souza (2000), a mensuração da produtividade da mão 
de obra é uma tarefa relevante, que serve de base para discussões sobre melhorias 
que podem ser empregadas na construção civil. Ademais, o supracitado autor 
destaca que tais indicadores podem suprir um problema significativo nos sistemas 
de certificação de empresas, que é a falta de avaliação do desempenho. 
Para que o planejamento de obras de construção civil seja o mais preciso 
possível é preciso utilizar dados sobre o tempo gasto para execução de um 
determinado serviço. Para tanto é necessário medir a produtividade da mão de 
obra (SANTOS; BARBOSA; MAGGI, 2006, p. 01). 
 
Assim, determinando-se a eficiência de cada atividade no processo 
produtivo e fazendo um estudo de todas as operações que às constituem, a partir da 
conferência da produtividade da mão de obra utilizada, produzir-se-á uma importante 
ferramenta na busca pela racionalização de processos nos canteiros. Entretanto, a 
medição é um processo que envolve decisões sobre quanto ao que medir, como 
coletar, processar e avaliar os dados e, por meio de sua incorporação às atividades 
da empresa, é que se obtêm as informações necessárias para a tomada de decisão 
(LATELME, 1994). 
Nesse contexto, o presente trabalho aborda a pesquisa sobre a 
produtividade da mão de obra nos serviços de execução de alvenaria convencional e 
alvenaria estrutural, a fim de obter-se resultados que possam nortear os gestores da 
construção civil, da cidade de Alegrete-RS, sobre a melhor forma de gerenciar uma 
obra, especificamente em como dimensionar a mão de obra necessária para 
determinado serviço e identificar os fatores que interferem no desenvolvimento das 
tarefas de execução de alvenaria. 
Uma gestão eficiente se dará quando forem conhecidos os níveis de 
desempenho possíveis de serem obtidos. Assim, determinando-se a eficiência de 
cada atividade no processo produtivo e estudando as operações que às constituem, 
 19
a partir da aferição de produtividade, produzir-se-á uma importante ferramenta na 
busca pela racionalização de processos nos canteiros. 
Entende-se, de acordo com Carraro (1998), sobre a importância da 
produtividade da mão de obra como uma das responsáveis pelo ritmo dos trabalhos. 
Ao se ter conhecimento sobre esta produtividade, alguns benefícios podem ser 
alcançados, tais como: a previsão do consumo de mão de obra, a previsão do tempo 
de duração do serviço, a avaliação e a comparação dos resultados, bem como o 
desenvolvimento e o aperfeiçoamento dos métodos construtivos. 
Portanto, e utilizando-se o que declaram o CBIC e a FGV (2012), tornou-se 
consenso que, para sustentar o ciclo atual, o setor da construção civil necessita 
melhorar a sua produtividade, ou seja, utilizar de maneira eficiente os seus recursos 
disponíveis. 
Assim, o estudo da produtividade da mão de obra no setor da construção 
civil, no município de Alegrete-RS, justifica-se por ser uma das questões primordiais 
dentro do processo de gestão das empresas, levando em conta que a produtividade 
influencia diretamente em questões orçamentárias, nas durações das atividades e, 
por conseguinte, do empreendimento, sendo o serviço de alvenaria importante, pois 
consome grande volume de recursos humanos e é atividade antecessora de várias 
outras executadas em uma obra. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 20
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 
 
2.1. Sistemas construtivos de alvenaria 
A alvenaria é um dos sistemas construtivos mais antigos existentes, por ser 
um dos materiais estruturais responsável pela habitabilidade dos abrigos 
constituídos pelo homem (MARTINS, 2009). É toda e qualquer obra que utilize em 
sua execução, pedras naturais, tijolos ou blocos de concreto, ligados ou não por 
meios de argamassas (AZEREDO, 1997; YAZIGI, 2009), apresentando requisitos 
mínimos de resistência, durabilidade e impermeabilidade (AZEREDO, 1997). 
Tem como função dividir os ambientes internos e controlar a ação de fatores 
que são indesejáveis, tais como a chuva, o vento, a poeira, os ruídos, os animais, 
entre outros, formando uma barreira de proteção e suporte para as instalações dos 
edifícios, servindo ainda para proporcionar condições de habitabilidade necessárias 
às edificações (SALGADO, 2009). 
Destaca-se, segundo Braga et al. (2010), que as opções de alvenarias são 
apresentadas quanto: 
1°) à finalidade e disposição – podem ser diferenciadas quanto ao seu 
local de assentamento, que pode ser exterior ou interior. A alvenaria exterior deve 
ser definida com muita cautela, em relação a sua espessura para que atenda os 
requisitos que a ela foram estipulados, como isolamento térmico e acústico, 
estrutura, estanqueidade a água e ao ar, entre outros. Já quanto às paredes 
interiores, devido à necessidade de se embutir tubulações hidráulicas e elétricas, 
bem como garantir isolamento, deve-se ter cuidado ao se projetá-las, para que as 
mesmas não obtenham uma espessura incompatível com a esperada. 
2°) ao ponto de vista estático – as paredes são realizadas para 
suportarem cargas, também chamadas de paredes mestras. Cita-se como exemplo 
a alvenaria estrutural. Nestas paredes é utilizado o bloco cerâmico ou bloco de 
concreto. Já as alvenarias apenas com funções de divisórias são chamadas de 
paredes de vedação. Nestas, são utilizados tijolos cerâmicos ou materiais 
alternativos como paredes de gesso, drywall, blocos de solo cimento, entre outros 
materiais. 
3°) ao número de planos de parede – No que se refere ao número de 
planos de paredes, existemdois tipos: simples e duplas. As simples, que são 
paredes que são executadas por um só pano, são normalmente utilizadas como 
 21
divisórias nas edificações. Já, nas duplas, são executados dois panos de paredes 
com uma espessura de intervalo entre elas, a fim de melhorar o isolamento térmico e 
acústico do ambiente. São utilizadas, geralmente, em paredes de fachada. 
 
De acordo com Salgado (2009), os principais tipos de alvenaria são: 
ciclópica (em que as dimensões dos blocos ou unidades não são padronizadas), de 
vedação (paredes usadas na estrutura convencional, para fechamento de vãos ou 
delimitação de áreas, sem a função estrutural de sustentação) e estrutural (na qual 
tem a função de suportar os esforços estruturais da edificação). Como nesta 
pesquisa realiza-se um comparativo entre os dois últimos tipos supracitados, na 
sequência apresenta-se uma breve descrição sobre cada uma deles. 
 
2.1.1 Alvenaria convencional: Características 
Heineck (1991) afirma que as paredes de vedação em alvenaria de tijolos 
cerâmicos são reconhecidas como de baixo custo, de bons níveis de desempenho 
térmico e acústico, boa impermeabilização e, principalmente, na Região Sul, de boa 
capacidade de suporte. São facilmente ajustáveis às dificuldades da construção 
atual, envolvendo modificações de projeto, embutimento de canalizações, aumentos 
e reformas nas edificações. No entanto, este autor cita que são, em geral, vistas 
como pouco produtivas e despertam a analogia daqueles mais radicais em termos 
de inovações na construção civil, motivando pesquisadores e técnicos a procurar por 
alternativas que não sejam construir uma parede empilhando tijolo após tijolo. 
As alvenarias convencionais são conhecidas por apresentar elevado índice 
de desperdício, tais como nas quebras de tijolos, retrabalho, falta de padronização 
dos elementos de alvenaria. Ademais, muitas vezes não possuem um projeto de 
detalhamento, ou paginação, a fim de minimizar estas características (SALGADO, 
2009). 
Os tijolos utilizados neste tipo de alvenaria podem ser constituídos de barro 
cozido, do tipo comum, laminado, furado, com quatro, seis e oito furos; refratário 
baiano; blocos de concreto; concreto celular; tijolo de vidro; pedras naturais 
(argamassados, travados). Tais tijolos podem ser aplicados em paredes, pilares, 
muros em geral, pisos secundários, fundações, entre outras aplicações. 
Cabe citar que as alvenarias convencionais apresentam as seguintes 
características (SILVA; GONÇALVES; ALVARENGA, 2006): 
 22
• na maioria das vezes não é utilizado um projeto de execução da mesma, 
sendo as soluções construtivas improvisadas durante o assentamento no 
canteiro de obra; 
• a mão de obra não precisa ser qualificada para a execução, portanto, nem 
sempre terá como resultado um serviço de qualidade; 
• para a passagem das instalações (elétrica e hidráulica) são efetuados cortes 
na parede já levantada e, então, preenchidos com argamassa, gerando um 
retrabalho; 
• há um considerado volume de desperdício, na quebra dos tijolos, no 
transporte, na execução, na quebra das paredes para as tubulações; 
• falta de controle (prumo e alinhamento) na execução, sendo detectado 
apenas quando da execução do revestimento. O que ocasiona um consumo 
exagerado de argamassa para o seu alinhamento. 
 
A Figura 1 mostra um exemplo na execução de instalações elétricas, 
ilustrando-se o desperdício de material e o retrabalho quando se executa a forma 
tradicional ou convencional de alvenaria. 
Figura 1 – Exemplo de execução de instalação elétrica em alvenaria convencional 
mostrando o desperdício de material e o retrabalho 
 
Fonte: Fernandes e Silva Filho (2009?, p.10) 
 
 23
É possível notar, na Figura 1, que na parede levantada foi necessário 
efetuar “rasgos” para a passagem das instalações elétricas, o que ocasionou 
desperdício de material e também se terá, posteriormente, um retrabalho. Vale 
destacar que tais desperdícios e retrabalhos também poderão ser encontrados na 
execução das instalações hidráulicas. 
 
2.1.2 Alvenaria estrutural: Características 
A alvenaria estrutural, na visão de Salgado (2009), é um sistema construtivo 
em que a alvenaria tem a função de suportar os esforços estruturais em que é 
solicitada. Neste sistema, a padronização das unidades ou blocos é condição 
fundamental para a eficácia e segurança do sistema construtivo. 
Nessa linha de pensamento, observa-se, segundo Camacho (2006), que a 
alvenaria estrutural é um processo construtivo no qual os elementos que 
desempenham a função estrutural são de alvenaria, sendo os mesmos projetados, 
dimensionados e executados de forma racional. 
A alvenaria “portante” tem um sistema de dupla função, servir como parede 
de vedação ou como suporte para a edificação, o que leva a crer, num primeiro 
momento, na economia do empreendimento. Contudo, para executar este sistema, é 
necessário ter um controle da resistência, de forma a garantir sua estabilidade e 
segurança na construção. Além disso, é um processo que demanda uma maior 
qualificação da mão de obra e o emprego de materiais de melhor qualidade, o que 
eleva o custo de produção, se comparado à alvenaria convencional (FIGUEIRÓ, 
2009). 
Nesse sistema não há necessidade da realização do retrabalho quando das 
instalações hidráulicas e elétricas, como mostra a Figura 2, ilustrando esse sistema 
construtivo, pois, nele, as instalações vão sendo executadas juntamente com o 
levantamento da alvenaria. 
 
 
 
 
 
 
 
 24
Figura 2 – Exemplo de alvenaria estrutural, com a execução das instalações 
elétricas e hidráulicas 
 
 Fonte: Cerâmica Ermida (2012, não paginado) 
 
Segundo Camacho (2006), a alvenaria estrutural pode ser classificada 
quanto ao processo construtivo empregado, ao tipo de unidades ou ao material 
utilizado, como segue: 
 
a) Alvenaria estrutural armada : é a construção em que se emprega por 
necessidade da estrutura, armaduras passivas de aço, e estas armaduras são 
dispostas nas cavidades dos blocos que são devidamente preenchidas de micro-
concreto (graute). 
b) Alvenaria estrutural não armada : é o processo em que nos elementos 
estruturais, existem somente armaduras com finalidades construtivas, de modo a 
prevenir problemas patológico tais como (fissuras, concentração de tensões, 
entre outros). 
c) Alvenaria estrutural parcialmente armada : é o sistema em que alguns 
elementos são projetados como sendo armados e outros como não armados. 
Esta definição é adotada somente no Brasil. 
d) Alvenaria estrutural protendida : é o processo em que existe uma armadura 
ativa de aço contida no meio do elemento resistente. 
 
Na concepção da alvenaria estrutural, cabe ressaltar que a mesma 
compensa seu custo de produção por ter uma economia ao não utilizar vigas e 
pilares para sua estrutura. O que torna o sistema mais interessante na hora de 
escolher qual sistema construtivo à utilizar. Mas nem sempre é correto afirmar que o 
 25
sistema é considerado adequado a qualquer edifício, deve - se estudar melhor cada 
situação (FIGUEIRÓ, 2009). A seguir, são apresentadas três características a serem 
consideradas na hora de escolher o sistema construtivo que melhor se adéque ao 
empreendimento (FIGUEIRÓ, 2009). 
a) Altura da edificação : Em relação à altura, no Brasil, ultimamente está sendo 
utilizada a alvenaria estrutural em edifícios de no máximo 16 pavimentos. Para 
construções de maior número de andares a resistência à compressão dos blocos 
fornecidos no mercado não atende aos requisitos para que a obra seja executada 
sem a utilização do graute de forma generalizada, o que iria interferir diretamente 
no aspecto econômico. Ainda que atendesse os parâmetros de resistência, as 
ações horizontais começariam a produzir tensões significativas, o que exigiria a 
utilização de armaduras e graute, o que também afetaria o aspecto de ser uma 
obra econômica. 
b) Condiçãoarquitetônica : Neste requisito, cabe ressaltar que a densidade de 
uma parede estrutural por m² (metro quadrado) de pavimento é muito importante, 
e que um valor indicativo é que haja de 0,5 a 0,7 m de paredes estruturais por m² 
de pavimento. No que se refere a estes limites, a densidade de paredes pode ser 
considerada usual e as condições para seu dimensionamento também refletirão 
esta condição. 
c) Tipo de uso : Este sistema não é muito aconselhável na construção de edifícios 
de alto padrão, nem em edificações que necessitem de grandes vãos. É um 
sistema construtivo aconselhado para edifícios de padrão médio e baixo, pois os 
ambientes e vãos são de menores dimensões. 
 
Também em edifícios comerciais não é vantajoso a utilização da alvenaria 
estrutural, tendo em vista que é comum a necessidade de ter que se modificar 
algumas paredes no seu interior para a acomodação de diferentes empresas que 
vão habitar o edifício, o que não é possível quando a construção é em alvenaria 
estrutural (FIGUEIRÓ, 2009). 
 
Segundo Camacho (2006), a alvenaria estrutural vem se destacando na 
construção civil, por apresentar algumas vantagens técnicas e econômicas como: 
1. Redução de custos : pode-se obter uma considerável diminuição nos custos 
relacionando á aplicação das técnicas de projeto e execução, podendo chegar 
 26
até 30%, o que está ligado basicamente na simplificação das técnicas de 
execução e na economia de formas e escoramentos. 
2. Menor diversidade de materiais empregados : a obra, tendo que ser executada 
com uma menor quantidade de material, diminui a contratação de 
subempreiteiras no canteiro de obras, bem como a complexidade da etapa 
executiva e o risco de atraso no cronograma de execução em função de falta de 
materiais, equipamentos ou mão de obra. 
3. Redução da diversidade da mão de obra especializada : o processo que vai 
demandar uma mão de obra especializada é o levantamento das alvenarias, 
diferente do que ocorre nas estruturas de concreto armado e aço, na qual é 
necessário armador e carpinteiro para a montagem das estruturas. 
4. Maior rapidez de execução : neste caso a alvenaria estrutural tem uma 
particularidade em ser executada com maior rapidez, pois possui uma técnica 
construtiva mais simples e com isso consegue obter um maior retorno no capital 
empregado. 
5. Robustez estrutural: por ser robusta e de sua própria característica estrutural, 
sua estrutura resulta em maior resistência à danos patológicos decorrentes por 
movimentações, além de possuir uma maior segurança contra ruínas parciais. 
 
Além das vantagens citadas, Ramalho e Corrêa (2003) comentam que a 
alvenaria estrutural tem uma considerável economia de fôrmas, as únicas utilizadas 
são para a concretagem da laje. Outro fator é a flexibilidade no ritmo de execução, 
pois, se as lajes forem pré-moldadas, o andamento da obra vai depender do tempo 
de cura da laje, que deve ser respeitado no caso de peças de concreto armado. 
Uma desvantagem que esta técnica construtiva pode apresentar, citada por 
Camacho (2006), é a limitação do projeto arquitetônico pela concepção estrutural, 
que não permite construção de obras arrojadas. Outro fator importante é que, como 
as paredes de alvenaria servem como estrutura para a construção, nem sempre é 
possível adaptar a arquitetura interior para uma nova utilização. 
Ramalho e Corrêa (2003) também apresentam algumas desvantagens do 
sistema construtivo, que são a interferência entre projetos de arquitetura, estrutura e 
instalações, pois a manutenção do módulo afeta de forma direta o projeto 
arquitetônico, e a impossibilidade de se furar parede sem um controle cuidadoso 
condicionam de forma marcante os projetos de instalações elétricas e hidráulicas. 
 27
Além disso, o mesmo autor aponta que, para este sistema, é preciso uma mão de 
obra especializada e que se adapte a usar instrumentos adequados para a execução 
da alvenaria, sendo necessário, em alguns casos, a empresa ministrar cursos de 
aperfeiçoamento, senão, os riscos de falhas e erros podem comprometer a 
segurança da estrutura e crescer sensivelmente. 
 
2.2 Produtividade: histórico 
No passado, desde os tempos dos homens pré-históricos, era usado, ou 
mesmo se pensava em meios de aumentar a produtividade nos serviços que eram 
executados, bem como na utilização de utensílios ou ferramentas que auxiliassem 
na execução das atividades. Um exemplo que descreve esse contexto foi quando os 
homens poliam ou afiavam suas ferramentas na pedra, para torná-las mais eficazes 
(VICENTE, 2004, apud CARDOSO, 2010). 
Contemporaneamente, a palavra produtividade tem ganhado importância 
nas organizações, por intermédio de divulgações em revistas especializadas, 
programas na mídia, simpósios, entre outros meios. Além de provocar uma 
diversidade de conceitos, a palavra produtividade aborda uma temática nova, na 
qual, os gestores vêm buscando novos conhecimentos sobre o tema. 
O termo “produtividade” foi usado pela primeira vez em um artigo publicado 
pelo francês François Quesnay, em 1766. Em anos posteriores surgiu o conceito de 
“produção em massa”, criado pelo americano Henry Ford, no qual abordava grandes 
volumes de produção. Ford trouxe consigo princípios inovadores, relacionados com 
a melhoria da produtividade, por meios de novos conceitos e técnicas de gestão das 
atividades (CARDOSO, 2010). 
Segundo Moreira (2009), as primeiras medidas sobre produtividade para a 
indústria foram divulgadas por volta do século XIX, escritas por Bureau of Labor. 
Após a Segunda Guerra Mundial, muitos países preocuparam-se com o seu 
desenvolvimento econômico e a produtividade fez com que esse tipo de medida se 
tornasse cada vez mais comum. Em 1950, os fundamentos teóricos da 
produtividade começaram a ser lançados, definitivamente, por vários economistas 
norte-americanos. A Tabela 1 mostra que vários países vêm estudando a 
produtividade na construção civil. 
 
 
 28
Tabela 1 – Centros de Estudos da Produtividade 
Região 
Números 
de centros 
de estudos 
Idade média dos 
centros (anos) 
África 6 18 
Ásia 6 20 
Europa 22 18 
America Latina 9 22 
Canadá 5 6 
Estados Unidos 44 14 
 Fonte: Moreira (2009, p. 605) 
 
Apesar de tais centros de estudos, existem muitas empresas no ramo da 
construção civil que ainda não possuem um sistema de medição de desempenho, e 
as que possuem, apresentam algumas deficiências (MOREIRA, 2009). Mas este 
cenário está mudando, pois muitas empresas já estão investindo em programas que 
visam o aumento da produtividade e da qualidade, seguindo um padrão utilizado 
pela série NBR ISO 9000 (ABNT, 2005), que descreve os fundamentos de sistemas 
de gestão da qualidade e estabelece a terminologia para esse sistema. 
Com o crescimento acelerado da população, a indústria da construção civil 
está cada vez mais competitiva e busca sistemas de modernização para melhorar a 
eficiência dos recursos empregados e eficácia no alcance de seus objetivos. Estas 
melhorias buscam diminuir perdas no processo produtivo e proporcionar maior 
qualidade nos serviços oferecidos. 
 
2.3 Definindo produtividade na construção civil 
Na visão de (Chambers; Johnston; Slack, 2009), a produtividade é um 
processo de quantificar a ação, no qual o processo de quantificação e o 
desempenho da produção são presumidos como derivados de ações tomadas pela 
administração. Já Oliveira (1997) conceitua produtividade como sendo a quantidade 
de bens e serviços produzidos por um fator de produção, ou seja, é a relação entre 
produtos ou serviços e insumos. 
 De outra forma, Souza (1996) afirma que a produtividade é a relação entre 
as saídas geradas por um processo produtivo e os recursos empregados na 
 29
obtenção de tais saídas. A Figura 3 indica genericamente um sistema produtivo, 
sugerido por Souza (1996), na qual complementa este conceito. 
 
Figura 3 – Representação genérica de um sistemaprodutivo 
 
Fonte: Souza (1996, p.02) 
 
Em face das considerações de Souza (1996), destaca-se, conforme ilustra a 
Figura 4, que o estudo da medição da produtividade, na construção civil, pode ser 
realizado sob diferentes abordagens. 
 
Figura 4 – Diferentes abrangências do estudo da produtividade 
 
Fonte: Souza (2000, p. 02) 
 
Com base na Figura 4, é possível afirmar que o estudo da produtividade 
pode ser em função do tipo de entrada (recurso) a ser transformada, abrangendo os 
seguintes pontos de vista (SOUZA, 2000): 
• Físico – no caso de se estar estudando a produtividade no uso dos materiais, 
equipamentos ou mão de obra; 
• Financeiro – quando a análise recai sobre a quantidade de dinheiro 
demandada; 
• Social – quando o esforço da sociedade como um todo é encarado como 
recurso inicial do processo. 
 30
 
Vale destacar que a indústria da construção civil, como sistema produtivo, 
possui todos os quesitos necessários aos estudos da produtividade. As entradas 
podem ser identificadas como os recursos físicos do processo (materiais, 
equipamentos e mão de obra) e as saídas por uma obra ou serviço. A Figura 5 
exemplifica melhor o contexto apresentado 
. 
Figura 5 – Processo de transformação no sistema produtivo da construção civil. 
 
Fonte: Carraro e Souza (1998, p. 292) 
 
Assim, o estudo da produtividade da mão de obra, objeto de pesquisa deste 
trabalho, é, portanto, uma análise de produtividade física, de um dos recursos 
utilizados no processo produtivo, qual seja, a mão de obra empregada em alvenaria 
estrutural e em alvenaria convencional. 
Observa-se também, na visão de Laufer e Jenkins (1982 apud OLIVEIRA; 
SOUZA; SABBATINI, 2002), que o estudo da produtividade da mão de obra deve 
levar em conta, além dos fatores físicos, que podem ser mensurados (tanto na 
entrada, quanto na saída), alguns fatores que afetam diretamente ou indiretamente a 
motivação do trabalhador, como mostra a Figura 6. 
 
Figura 6 – Níveis que afetam a produtividade da mão de obra 
 
Fonte: Oliveira, Souza e Sabbatini (2002, p. 05) 
 
 31
Pelo exposto na Figura 6, convém notar que existem três níveis que afetam 
a produtividade da mão de obra, nos quais, no nível individual se tem como fatores a 
serem evidenciados os interesses e as necessidades pessoais; no nível do trabalho 
estão os riscos e as responsabilidades; e no nível do ambiente organizacional 
destaca-se a infraestrutura do local de trabalho. 
Herculano (2010) admite que a produtividade do serviço de alvenaria 
convencional pode ser encontrada com facilidade com diferentes valores em obras 
semelhantes. Esta variação pode ser alta ou pequena, mas sempre gerada por 
fatores que contribuem na formação, movimentação e comercialização do produto 
final. Tais fatores podem ser divididos em categorias tais como apresentadas na 
sequência: 
a) Características do produto: 
Para Araujo e Souza (2001), a concepção inicial do projeto, a forma 
geométrica das alvenarias que serão executadas, pode ser um fator culminante na 
produtividade do serviço. Alvenarias lineares, como mostra a Figura 7, são 
executadas com mais facilidade e ganhos de produção, em relação à paredes não 
lineares, conforme demonstra a Figura 8. 
Figura 7 – Planta baixa de uma residência com paredes lineares 
 
 Fonte: Elaboração própria 
 32
Figura 8 – Planta baixa de uma residência com paredes não-lineares 
 
 Fonte: Herculano (2010, p.16) 
 
 
Para Cardoso (2010), fatores como projetos, características da alvenaria, o 
tipo de alvenaria, a forma de execução do serviço, dentre outros aspectos 
influenciam na produtividade. 
Souza (2006) comenta que o tamanho da alvenaria a ser executada é um 
fator primordial que afeta diretamente a produtividade. Pois paredes de dimensões 
menores, Figura 9, lado A, são mais trabalhosas e demandam um maior tempo de 
execução em relação a paredes de maior dimensão como mostra a Figura 9, lado B. 
Figura 9 – Diferentes tamanhos de paredes de alvenaria 
 
Fonte: Elaboração própria 
 
 33
 
b) Materiais e componentes: 
Segundo Marchioro (2004) apud Herculano (2010), a diferença de densidade 
entre blocos cerâmicos na mesma obra, pode trazer uma menor produtividade, por 
causa da lentidão decorrente do transporte e assentamento na parede a ser 
executada. Neste sentido, Salgado (2009, p. 115) observa que o tamanho, o peso, a 
textura da peça podem influenciar diretamente na produtividade. Para este autor, 
“nem sempre um bloco maior é mais produtivo que um bloco pequeno”. 
Assim, deve-se levar em consideração a qualidade do material quanto a 
forma, o tamanho e a planeza dos blocos, a dosagem da argamassa, o tipo de 
ferragem, os materiais utilizados nas vigas, nas vergas e nas contravergas, entre 
outros elementos (ARAÚJO; SOUZA, 2001). 
 
c) Equipamentos e Ferramentas 
Cardoso (2010), afirma que a escolha de equipamentos e ferramentas de 
boa qualidade é importante para maior racionalização do serviço e melhor 
desempenho da mão de obra. 
Araújo e Souza (2001) descreve que, nos últimos anos, é notória a utilização 
de equipamentos e ferramentas em substituição as tradicionais colheres de pedreiro 
e prumos de face. Muitos deles são colocados no mercado como forte aliados ao 
incremento da produtividade alcançáveis com a sua utilização. As Figuras 10 e 11 
exemplificam o exposto. 
 
Figura 10 – Equipamentos utilizados na execução de alvenaria 
 
 Fonte: Herculano (2010, p.17) 
 34
Figura 11 – Equipamentos utilizados na execução de alvenaria 
 
 Fonte: Herculano (2010, p.17) 
 
Vale salientar, segundo Carraro (1998), que a utilização de equipamentos e de 
ferramentas novos, vem acentuando-se muito nos últimos tempos, porém, na 
literatura pesquisada, não encontrou-se estudos que comprovem o efeito do 
emprego destes instrumentos na produtividade no serviço de alvenaria. 
d) Mão de obra: 
 Cardoso (2010) diz que o dimensionamento das equipes, a falta de 
qualificação, o absenteísmo, a realização de outras tarefas que podem atrapalhar 
são também fatores que interferem na produtividade. 
Araújo e Souza (2001) afirmam que a formação das equipes de trabalho, 
que irão executar um serviço, deve ser bem pensada dentro do canteiro de obras. 
Porém, não há uma regra que defina a equipe ideal para cada serviço, assim torna-
se inevitável a influência da mesma na produtividade do serviço em execução. 
 
e) Organização da produção: 
A gestão do processo e dos recursos é importante para o desenvolvimento 
adequado dos serviços (CARDOSO, 2010). Carraro (1998) menciona que quando se 
pensa na execução de alvenaria, geralmente este pensamento está associado à 
figura de um pedreiro assentando blocos ou tijolos. No entanto, por trás desta figura, 
estrutura-se todo um esquema de gestão e organização da produção, a fim de que 
 35
este serviço seja realizado. As formas de gestão da produção, no serviço de 
elevação, podem trazer influências na produtividade da mão de obra. Assim, a 
Figura 12 mostra a disposição adequada dos materiais e equipamentos antes da 
realização do serviço de alvenaria. 
 
Figura 12 – Disposição dos materiais e equipamentos antes do serviço de alvenaria 
 
Fonte: Dantas (2011, p.36) 
 
Ademais, o dimensionamento das equipes, como por exemplo, o número de 
ajudantes para cada pedreiro e a presença ou não de encarregado, constitui fator 
importante a ser considerado no trabalho de execução de alvenaria, e, acredita-se, 
mantenha correlação com a variação nos níveis de produtividade da mão de obra 
(ARAÚJO; SOUZA, 2001). 
Assim, conforme descreve Cardoso (2010), existem vários fatores que podem 
influenciar a produtividade da mão de obra. Alguns podem ser controlados, como, 
por exemplo: equipamentos, treinamentos, utilização dos recursos, entre outros. Já 
fatores como qualidade no gerenciamento,motivação, intempéries, entre outros, não 
são possíveis de serem controlados. Portanto, constatar a existência destes fatores 
no canteiro de obras, favorece o desenvolvimento de ações que possibilitem 
melhores resultados. 
Cabe citar que Souza (2006) também apresenta outros fatores que podem 
interferir na produtividade no canteiro de obras, classificando-os como ação danosa 
 36
na produtividade primária, mostrados no Quadro 1, e fatores com ação danosa na 
produtividade via indireta, apresentados no Quadro 2. 
 
Quadro 1 – Fatores primários que prejudicam a produtividade 
Ação danosa 
na 
produtividade 
primária 
Causa 
variação de temperatura ou umidade 
eventos atmosféricos (chuvas, ventos fortes, etc.) 
trabalho fora da sequência programada 
interrupções e atrasos 
congestionamento do local de trabalho ou acesso restrito 
necessidade de retrabalho 
supervisão inadequada 
falhas na alocação do número adequado de operários 
deficiências no gerenciamento de materiais (inadequabilidade do insumo, 
quantidade insuficiente de material, local de estoque impróprio, má 
organização do estoque) 
tamanho elevado da equipe 
deficiências no gerenciamento de ferramentas e equipamentos 
(inadequabilidade, quantidade insuficiente, má localização) 
restrições fictícias 
política de pagamentos inadequada ou não bem aceita 
Fonte: Souza (2006, p. 50) 
 
De acordo com Souza (2006), os fatores com ação danosa na produtividade 
primária referem-se a ocorrências que atuam deteriorando diretamente a 
produtividade e os fatores com ação danosa na produtividade via indireta são 
aqueles que atuam indiretamente na mesma, ou seja, facilitam a ocorrência das 
causas primárias. 
 
Quadro 2 – Fatores por via indireta que prejudicam a produtividade 
Ação danosa 
na 
produtividade 
via indireta 
Causa 
aceleração da obra 
excesso de horas extras 
mais de um turno de trabalho 
jornada semanal elevada 
Absenteísmo 
Rotatividade 
alterações de projeto 
alterações da programação 
Fonte: Souza (2006, pg. 51) 
 37
Vale lembrar que a presente pesquisa também aborda os fatores que 
afetam diretamente ou indiretamente a mão de obra na construção civil, 
especificando-se os elementos que influenciam na produtividade da mão de obra 
nos serviços executados em alvenaria convencional e alvenaria estrutural. 
 
2.4. A importância da medição da produtividade no s etor da construção civil 
 
Com o aumento da concorrência entre as empresas da construção civil, 
estas têm sido obrigadas a produzirem mais, com menores custos, para obterem 
uma margem de lucro maior e, assim, inovarem ou criarem métodos de trabalho que 
proporcionem o alcance dos seus objetivos. Neste sentido, muitas empresas 
optaram também por investir em recursos que pudessem ter um controle sobre a 
produção, por meio da implementação de um sistema de controle de qualidade, 
utilizado em conjunto com o sistema de planejamento e controle da produção 
(SANTOS; BARBOZA; MAGGI, 2006). 
Póvoas et al. (1999, apud CARDOSO, 2010) destacam que um dos fatores 
que determina a competitividade de uma empresa é a influência da produtividade 
nos custos e prazos de uma obra. Para os supracitados autores, a produtividade 
oferece condições para melhorar a execução dos serviços, por meio da 
racionalização da mão de obra, dos materiais e dos equipamentos ou, então, pela 
estrutura organizacional adotada na empresa. 
Chiavenato (2005) também entende como importante o controle da 
produção, necessário para o melhor aproveitamento do processo produtivo. Neste 
sentido, o autor afirma: 
Não basta planejar e programar a produção. É preciso também monitorar e 
controlar seu desempenho e os resultados para se certificar se estão ou não 
satisfatórios. É preciso também acompanhar o grau de eficiência e eficácia 
para fazer as correções e ajustes necessários dentro do menor tempo possível. 
Quanto melhores os controles, mais agilidade e flexibilidade o processo 
produtivo terá. Além do planejamento, deve haver controle para que a 
produção seja excelente (CHIAVENATO, 2005, p. 149). 
 
Para Moreira (2009), com o aumento da produtividade, os custos de 
produção, ou serviços prestados, diminuem. Isto acontece porque, com uma maior 
produção, cada unidade de produto, ou serviço executado, terá um consumo bem 
 38
menor na quantidade de insumos, o que afeta diretamente nos custos e, 
consequentemente, as empresas poderão investir mais em seu crescimento e, 
assim, se tornarem competitivas. A Figura 13 ilustra esquematicamente a assertiva 
anterior. 
 
Figura 13 – Mecanismo de influencia da produtividade 
 
Fonte: Moreira (2009, p. 606) 
 
A importância da produtividade na construção civil é ressaltada por Araújo e 
Souza (2000), sendo destacada como primordial para o sucesso das empresas 
deste setor e representando um item importante na composição dos custos nas 
obras de construção. O conhecimento da produtividade da mão de obra e o 
entendimento das razões que a fazem melhor, ou pior, tornam-se ferramentas 
indispensáveis para apoiar as decisões dos gestores. 
De acordo com (Chambers; Johnston; Slack, 2009), a medição do 
desempenho de uma empresa é fundamental para a gestão de qualidade, pois, por 
meio dela, podem ser levantados dados que vão permitir aos gerentes uma melhor 
alternativa na hora de tomar alguma decisão para melhorar a produtividade do 
trabalho. Este autor também cita que a medição do trabalho visa à otimização do 
processo produtivo, na qual, quanto maior for à satisfação dos clientes, maior será a 
qualidade dos serviços prestados e, em consequência, maior será a produtividade. 
A produtividade é o elemento básico do crescimento ao longo do tempo. O 
debate em torno da produtividade da Construção Civil brasileira se intensificou 
nos anos recentes, em que o setor ingressou em um ciclo virtuoso de atividade. 
Com a obtenção de taxas expressivas de crescimento, as empresas passaram 
a encontrar maiores dificuldades na contratação de mão de obra qualificada ou, 
em menor grau, na aquisição de determinados bens de capital (CBIC; FGV, 
2012, p. 08). 
 
Diante do exposto, e citando-se (Chambers; Johnston; Slack, 2009), 
entende-se que o desempenho de uma empresa tem um grau importante na tomada 
de decisões, pois, por meio dele, se é capaz de julgar se uma operação está sendo 
 39
executada de maneira boa, ou ruim e, assim, se poderá exercer um controle sobre a 
mesma. 
 
2.5 Medição da produtividade na construção civil 
Inicialmente cabe destacar que, segundo Araújo (2000), para entender os 
mecanismos de variação da produtividade, é necessário modelá-la. Esta 
modelagem, conforme ilustra a Figura 14, pode ter dois objetivos, que são: 
• Modelo explanatório : analisando-se uma amostra retirada de um processo 
real, tenta-se explicar as razões para o que aconteceu. 
• Modelo de previsão : conhecendo-se algumas características de um 
processo (por exemplo, as que caracterizam uma determinada amostra), 
busca-se prever o que acontecerá futuramente nesse processo. 
 
 
Figura 14 – Relações presentes nas tarefas de modelagem 
 
Fonte: Araújo (2000, p. 20) 
 
Destaca-se que a pesquisa realizada nesse trabalho segue o modelo 
explanatório, buscando-se efetuar a mensuração do esforço humano despendido, 
em homens-hora, para a produção de paredes em alvenaria estrutural e em 
alvenaria convencional, para realizar uma posterior análise comparativa da 
produtividade da mão de obra na execução destes dois tipos de sistemas 
construtivos de alvenaria. 
Com base em Souza (1996), Araujo (2000), Araujo e Souza (2001), cita-se, 
a seguir, as diferentes formas de medir a produtividade, na qual englobam: Modelos 
Teóricos; Modelos de Entrada; e Modelos de Entrada-Saída. 
 
 
 
 40
2.5.1 Modelos Teóricos, Modelos de Entrada e Modelo s de Entrada-Saída 
As diferentes formas de medir a produtividade englobam: Modelos Teóricos; 
Modelos de Entrada; eModelos de Entrada-Saída, assim apresentados: 
• Modelo teórico: tal modelo considera que todos os fatores externos ao 
processo são mantidos constantes (ARAUJO, 2000). Esta tipologia de modelo, não 
agrega subsídio algum na aplicação prática, sendo apenas considerada uma 
representação teórica mais simplificada da realidade (SOUZA, 1996). 
 
• Modelo de entrada: procura distinguir, dentro do tempo real de 
trabalho, fatos considerados mais ou menos eficientes. É neste mesmo contexto que 
se fala em tempos produtivos, auxiliares e improdutivos, imaginando sempre que se 
deve buscar situações de maximização das parcelas produtivas para a melhoria da 
produtividade. Este modelo nasceu da Indústria Seriada, cujas características se 
distinguem da construção civil. Estudar a melhor forma de execução do trabalho na 
Indústria Seriada torna-se bastante útil, pois, a quantidade de intervenientes 
externos é previsível e controlável (ARAÚJO, 2000). 
 
• Modelo de entrada e saída: busca entender a produtividade a partir 
de informações relacionadas tanto às entradas quanto às saídas do processo 
produtivo (ARAUJO, 2000). Logo, serão apresentados dois métodos usados para 
exemplificar este tipo de modelagem, que são: 
 
a) Modelo da expectativa 
A Teoria da Expectativa baseia-se no simples propósito de que os indivíduos 
optam por aqueles comportamentos que julgam levá-los a resultados que lhe são 
atrativos, como (reconhecimento do chefe, pagamento, entre outros). Tal teoria 
indica como analisar e predizer os cursos de ação que os indivíduos irão tomar 
quando tiverem a oportunidade de realizar escolhas sobre seus comportamentos. 
Quando conhecida alguma atratividade que fosse ligada a certas saídas, torna-se 
mais fácil prever recompensas que os motivassem a alcançá-las, com a mão de obra 
(minimizar as entradas). 
 
 
 41
b) Modelo dos Fatores 
O “Modelo dos Fatores” foi criado por Thomas e Yakoumis, sendo 
desenvolvido exclusivamente para o ramo da construção civil, pois o mesmo é 
baseado nos fatores que afetam a produtividade na mão de obra (ARAUJO, 2000). 
Thomas e Yiakoumis (1987), apud Araújo (2000), justifica a teoria contida no 
Modelo dos Fatores, na qual estes autores entendem: “que o trabalho de uma 
equipe é afetado por certa quantidade de fatores que podem alterar o seu 
desempenho aleatória ou sistematicamente” (ARAÚJO, 2000, p. 03). 
Araujo e Souza (2001) diferenciam esse modelo, dos demais, em vários 
aspectos, dentre os quais é citado o foco na produtividade no nível da equipe de 
trabalhadores, onde é considerado o efeito da curva de aprendizagem e outros 
fatores que podem ser mensurados. 
 Para os supracitados autores, esse modelo possui as seguintes 
características: 
• é barato : o sistema de mensuração é de fácil implementação e 
apresenta baixos custos de implantação; 
• é simples : os dados requeridos são poucos e apresentam facilidade 
na coleta em campo; 
• é rápido : a retroalimentação é rápida, de forma que as ações 
corretivas podem ser tomadas mesmo durante atividades de curta 
duração; 
• é comparativo : informações e dados, coletados, analisados e 
estudados, possibilitam a comparação entre diferentes 
empreendimentos; 
• é apurado : os resultados refletem o que está ocorrendo. 
 
A filosofia desse modelo, portanto, considera que a simples apropriação de 
índices de produtividade não será tão importante, ou útil, se não houver um 
entendimento do que se está elaborando. Desse modo, conhecer os fatores que 
fazem a produtividade de uma obra ser melhor, ou pior que outra, é tão ou mais 
importante que simplesmente calcular índices de produtividade (CARRARO; 
SOUZA, 1998). A Figura 15 ilustra a ideia do Modelo dos Fatores. 
 
 42
Figura 15 – Modelo dos fatores 
 
 Fonte: Araújo e Souza (2001, p. 05) 
 
Interpretando a Figura 15 tem-se a ideia contida no Modelo dos Fatores, 
onde: 
• a curva real : representa um resultado hipotético de uma medição 
efetuada em campo; 
• as curvas A, B, C e D : representam curvas de produtividade de um 
determinado serviço, obtidas a partir da subtração com a produtividade 
real, dos efeitos induzidos pelas condições A, B, C e D, distintas da 
situação de referência; 
• a curva de referência : mostra a produtividade possível de se obter caso 
não houvesse interferência de fatores que diferenciem das condições de 
referência. 
 
2.5.2 Técnica das linhas de balanço 
Conforme Santos; Barboza; Maggi (2006), esta técnica é indicada para 
atividades que necessitam repetições em seus movimentos. Consiste em um 
diagrama unidade-tempo, onde cada atividade é representada por uma linha e a 
inclinação da mesma representa o ritmo de trabalho, calculado a partir da 
produtividade. 
 43
Santos, Barboza e Maggi (2006) citam algumas atividades que podem ser 
mencionadas como sendo repetitivas no ramo da construção civil que são: conjunto 
habitacional, edifício de múltiplos pavimentos, redes de água e de esgoto. No caso 
do conjunto habitacional, as unidades que são plotadas no eixo, são as residências. 
Nos edifícios, cada andar representa uma unidade. Nas redes de água, cada metro 
ou cada junção pode ser tomada como unidade. O Quadro 3 exemplifica o exposto. 
 
Quadro 3 – Exemplos de obras de construção civil com atividades repetitivas 
Tipo de obra Unidade de construção 
Edifício de múltiplos pavimentos Pavimentos 
Conjunto residencial popular Casas 
Túneis Anéis 
Estradas Seções ou quilômetros 
Redes de Saneamento Juntas ou metros 
 Fonte: Santos, Barboza e Maggi. (2006, p. 124) 
 
Seguindo Santos, Barboza e Maggi (2006), cada unidade deve ser 
desmembrada numa sequencia de processos ou atividades. No caso de um edifício 
de múltiplos pavimentos, as unidades são os pavimentos e alguns exemplos de 
processo são: fôrmas; armaduras; concretagem; alvenarias; revestimentos; pintura. 
A Figura 16 demonstra um exemplo gráfico de linhas de balanço, onde as 
letras A, B, C, D e E representam as atividades. 
 
Figura 16 – Exemplo de gráfico das linhas de balanço 
 
 Fonte: Santos, Barboza e Maggi. ( 2006, p. 124) 
 
Este método mostra claramente o ritmo de produção, possíveis 
interferências entre atividades e permite detectar gargalos com clareza. 
 44
2.5.3 Indicador de mensuração da produtividade 
A forma mais direta de medir a produtividade refere-se à quantificação da 
mão de obra necessária (expressa em homens-hora demandados) para produzir 
uma unidade da saída em estudo. E o indicador utilizado para isso denomina-se 
Razão Unitária de Produção (RUP), sendo calculado pela seguinte expressão 
(SOUZA, 2000): 
RUP = Entradas/Saídas 
 
Como Souza (1996) afirma que a RUP é a razão entre as entradas pelas 
saídas dos serviços estudados, o autor refere-se, no que diz respeito às entradas, 
ao cálculo do número de homens-hora demandados, que é, genericamente, fruto da 
multiplicação do número de homens envolvidos pelo período de tempo de dedicação 
ao serviço. Já as saídas podem ser consideradas de maneira bruta ou líquidas. 
Assim, para este trabalho a produtividade medida vai ser feita por meio deste índice 
– a RUP –, que está ilustrado na Equação 1 (DANTAS, 2011). 
��� =
���
�	
 ...(1) 
 
Onde : 
RUP = Razão Unitária de Produção; 
H x h = Mensuração do esforço humano despendido, em homens-hora, para a 
produção do serviço; 
Qs = Quantidade de serviço. 
 
Observa-se que, quanto menor o índice, maior será a produtividade, pois 
menos homens-hora estão sendo consumidos para realizar-se uma determinada 
quantidade de serviço. Por conseguinte, pode-se dizer que a produtividade melhora 
à medida que a relação entre as entradas e as saídas diminui. 
Souza (2000) enfatiza que, para se obter uma uniformização no cálculo da 
RUP há que se definirem as regras paraa sua mensuração, tanto de entradas, 
quanto de saídas. Além disso, é preciso definir o período de tempo a que se refere o 
levantamento feito. Cabe observar que há diferentes tipos de RUP, como mostra a 
Figura 17. 
 
 45
Figura 17 – Diferentes tipos de RUP 
 
 Fonte: Araújo (2000, p. 29) 
 
Quanto a cada tipo de RUP, Araújo (2000) descreve o seguinte: 
• a RUP diária: é calculada a partir de valores mensurados de homens-
horas e quantidades de serviços relativos ao dia de trabalho em 
análise; 
• a RUP cumulativa: é calculada a partir de valores de homens-hora e 
quantidades de serviços relativos ao período que vai do primeiro dia ao 
ultimo dia em estudo; 
• a RUP potencial : é produtividade representativa de um desempenho 
possível de ser repetido várias vezes na obra em que se está 
realizando o estudo, ou seja, é a mediana das RUPs diárias cujo os 
valores estejam abaixo do valor da RUP cumulativa ao final do período 
em estudo; 
• a RUP cíclica: é a analise do ciclo de execução de um determinado 
serviço. 
Vale observar que enquanto a RUP diária identifica os efeitos sobre a 
produtividade dos fatores condicionantes presentes no dia de trabalho, a RUP 
cumulativa capta tendências de produtividade em longo prazo, sendo útil para se 
fazer previsões quanto ao consumo de mão de obra e duração dos serviços, entre 
outros (ARAÚJO, 2000). 
 46
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
 
3.1 Etapas da pesquisa 
O trabalho foi elaborado partindo-se da definição do tema de pesquisa, 
para, posteriormente, realizar-se uma revisão bibliográfica dos fundamentos teóricos 
envolvidos na mesma. A partir daí, e com os objetivos para esta pesquisa 
estabelecidos, foram realizadas observações “in loco” dos trabalhadores, ao 
executarem levantamento de alvenaria estrutural e de alvenaria convencional, com a 
finalidade de se coletar dados para análise. Assim, os passos da pesquisa são uma 
adaptação dos procedimentos indicados por Cardoso (2010), sendo apresentados 
na sequência: 
1. Identificação do tema de pesquisa, em seguida, pela formulação do 
problema, definição dos objetivos gerais e específicos e apresentação das 
razões que demonstram a importância da realização dessa pesquisa. 
2. Apresentação da fundamentação teórica, de forma a abranger os sistemas 
construtivos de alvenaria estrutural e de alvenaria convencional, a 
produtividade da mão de obra na construção civil e a mensuração da 
produtividade, com base em pesquisas realizadas em livros, artigos técnicos, 
teses, dissertações, monografias e revistas técnicas. 
3. Realização de levantamento de dados junto aos canteiros de obras visitados 
(diariamente), de modo a obter dados, para, então, tratá-los, apresentá-los e 
analisá-los. Destaca-se que tais levantamentos envolveram: 
• levantamento quantitativo de trabalhadores que efetivamente 
executaram o serviço de alvenaria (estrutural e convencional) e quanto 
tempo dedicaram para a execução da mesma; 
• levantamento da metragem executada da alvenaria produzida por dia 
de trabalho, em cada tipo de sistema construtivo objeto de estudo 
desta pesquisa; 
• levantamento de possíveis causas de anormalidades ou ocorrências 
que tenham acontecido durante a jornada de trabalho, que 
interferissem na produtividade da mão de obra; 
4. Tratamento e apresentação dos dados (com o auxílio do Microsoft Excel); 
5. Análise dos resultados obtidos – foi feito um confronto dos índices de 
produtividade da mão de obra, das duas técnicas construtivas observadas na 
 47
pesquisa, com os índices de produtividade da mão de obra publicados na 
TCPO (2010); 
6. Descrição das conclusões. 
 
3.2 Quanto à coleta de dados 
Para essa etapa da pesquisa foi usado o seguinte: 
• câmera digital: utilizada para registrar as diversas situações que envolvem as 
atividades dos operários na realização do serviço, auxiliando nas análises dos 
resultados; 
• planilha para anotação dos dados: local onde foram registradas as 
informações necessárias para a pesquisa. 
 
Nesse trabalho foram apresentadas, anteriormente, na Figura 4, as 
diferentes abrangências do estudo da produtividade. Ressalta-se que essa pesquisa 
abrange os fatores físicos, no presente caso, a produtividade da mão de obra. 
Ademais, para a medição da produtividade seguiu-se o “Modelo de entrada e saída”, 
procurando-se entendê-la a partir de dados relacionados tanto as entradas, quanto 
às saídas do processo produtivo, adotando-se, ainda, o Modelo dos Fatores, pois 
este proporciona conhecer os fatores que fazem a produtividade da mão de obra ser 
melhor, ou pior. 
 
3.2.1 Coleta de dados: Entradas 
Araújo e Souza (2001) sugerem que a coleta de dados, ou seja, a forma de 
recolher as medições dos homens-horas despendidos diariamente para uma 
determinada tarefa, pode se dar de diferentes formas. 
Para este trabalho foram consideradas as verificações contínuas junto ao 
canteiro de obras e por meio de informações obtidas em conversas com o 
encarregado do serviço. Assim, foram anotadas ocorrências diárias ao longo dos 
dias analisados. Nesse sentido, foram observadas chuvas que atrapalham o 
andamento da obra, ausência de funcionários no canteiro, atraso na entrega de 
materiais, realocamento de funcionários para outras funções, bem como outros 
fatores intervenientes no cálculo de desempenho da produtividade da equipe. Vale 
 48
destacar que a ausência de funcionários e o realocamento dos mesmos para outras 
funções não foram consideradas no cálculo da RUP, já que tal procedimento 
engloba a mensuração do esforço humano despendido, em homens-hora, para a 
produção do serviço. 
Araújo e Souza (2001) explicam que para a coleta de dados deve-se levar 
em consideração os tipos de homens-horas apropriados, onde, obtêm-se o número 
de homens-hora relativos a um determinado dia de trabalho, somando-se as horas 
trabalhadas por cada membro da equipe. 
Portanto, foram analisadas as horas trabalhadas pelos operários, ou seja, o 
tempo que eles estiveram na obra, disponível para o trabalho de elevação de 
alvenaria. Com relação às equipes, deve-se distinguir dois grupos: 
• Equipe de produção direta: que inclui apenas os funcionários que 
estão diretamente envolvidos na tarefa em análise, ou que dão apoio 
nas suas extremidades; 
• Equipe de produção indireta ou de apoio: contempla operários que 
estejam envolvidos em tarefas auxiliares à produção, mais distantes 
do local propriamente dito, onde o serviço final se materializa. 
 
A Figura 18 mostra um esquema, onde é exemplificada a produção de uma 
alvenaria de vedação, em que se têm, em dois diferentes andares do edifício, dois 
pedreiros e um servente atuando diretamente no assentamento dos blocos da 
alvenaria, apoiados por uma equipe que fica instalada no andar térreo, que produz a 
argamassa (dois operários) e envia blocos para os andares em execução (um 
operário). 
Ainda, na mesma equipe, considera-se mais dois operários responsáveis 
pelo recebimento, descarregamento e transporte de materiais (blocos, cimento, cal) 
até o estoque da obra. Essa equipe conta ainda com um encarregado que não 
executa serviço algum. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 49
Figura 18 – Diferentes tipos de equipe na execução da alvenaria 
 
 Fonte: Araújo e Souza (2001, p.08) 
 
Observa-se que, para este trabalho, foi feita a análise somente sobre a 
equipe direta (pedreiros). Ademais, para o levantamento dos dados de entrada, 
como já citado neste trabalho, foi elaborada uma planilha para a anotação de dados 
conforme ilustra a Figura 19. 
 
Figura 19 – Planilha para anotações dos serviços de alvenaria 
 
 Fonte: Elaboração própria 
 
 50
Onde, na Figura 19: 
Hh = homem-hora; 
Qs = quantidade de serviço executada; 
RUP d = RUP diária; 
Qsc = quantidade de serviço acumulado; 
Hhc = homem-hora acumulado; 
RUP cum = RUP cumulativa. 
 
3.2.2 Coleta de dados: Saídas 
Para a

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