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Fotografia Autoral, Conceitual e Arstística - Mostras, Exposições e Catálogos

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Fotografia Autoral, 
Conceitual e Artística
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Me. Miguel Luiz Ambrizzi
Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Mostras, Exposições e Catálogos
• Introdução;
• A Exposição – Planejamento, Montagem e Estratégias Expositivas;
• Instalações Fotográficas e Trabalhos Híbridos – 
Para além da Imagem Fotográfica;
• Catálogos e Livros de Fotografia.
• Conhecer os espaços expositivos institucionais tradicionais, tais como galerias e mu-
seus, como espaços alternativos;
• Conscientizar sobre a importância do planejamento da exposição de fotografi as;
• Conhecer aspectos relevantes na montagem de exposições como: materiais, supor-
tes e iluminação;
• Abordar sobre a importância da qualidade do catálogo das exposições – organi-
zação das informações textuais e visuais, diagramação, impressão;
• Conhecer artistas e fotógrafos que trabalham com livros de artista e livros de fotografi a;
• Compreender que as formas de exposição e divulgação necessitam de planejamen-
tos conceituais e estéticos para que possam enfatizar a mensagem da fotografi a e 
ampliar as formas de fruição e leitura das obras pelo público.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Mostras, Exposições e Catálogos
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas: 
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Mostras, Exposições e Catálogos
Introdução
Nesta unidade vamos estudar formas de apresentação do trabalho fotográfico ao 
público, seja por meio de exposições em museus, galerias e locais públicos, seja por 
meio de uma galeria virtual ou de catálogos e livros de fotografia (livros de artista). 
Essas preocupações dizem respeito, geralmente, aos trabalhos autorais e artísticos, 
cuja circulação se dá por meio de instituições culturais ou não e no mercado artís-
tico editorial.
Toda fotografia que seja resultado de uma boa ideia e conceito, dependendo do 
contexto, da forma e do local onde é apresentada ao público, pode ter sua leitura, 
fruição e aceitação prejudicada se não tiver a mesma preocupação que o seu autor 
teve com a fase de execução do trabalho. Portanto, nesta unidade vamos abordar 
alguns exemplos de possibilidades de como preparar o trabalho fotográfico para 
apresentá-lo ao público.
O público está cada vez mais crítico diante das imagens e, dessa forma, o fotó-
grafo precisa ter o mesmo nível de crítica, reflexão e avaliação que teve durante o 
processo criativo com o processo de exibição da sua criação ao público. O mesmo 
trabalho, se exposto em diferentes contextos, poderá ter distintas leituras, ampliar 
o seu alcance a públicos diversos.
A Exposição – Planejamento, Montagem 
e Estratégias Expositivas 
Normalmente chamamos de galeria o espaço associado às instituições profissio-
nais, culturais, museológicas e artísticas, mas podemos incluir também aí qualquer 
espaço onde se expõe um trabalho. Cada vez mais surgem espaços alternativos 
que buscam, além das suas atividades rotineiras (restaurante, bar, comércio de 
moda, entre outros), também expor trabalhos artísticos. Uma questão precisa ser 
ressaltada, há uma série de pontos que você precisa considerar ao apresentar seu 
trabalho, independentemente da forma escolhida para exibi-lo.
A galeria ou o espaço físico pode ser específico de arte, mas também pode ser 
uma igreja, instituições de prestígio ou um espaço comunitário. O método de ex-
posição mais tradicional para obras bidimensionais é a sua locação na parede, na 
altura média do nível do olhar, o que permite sua melhor visibilidade. O museu e a 
galeria, em sua maioria, são espaços neutros para justamente valorizar a obra a ser 
exposta, não influenciando a percepção destes pelo público. No entanto, hoje em 
dia há espaços expositivos muito peculiares. A exposição realizada dentro de uma 
igreja barroca proporcionará uma reação diferente se for realizada em uma galeria 
comercial ou bar. Ao criar uma exposição, é necessário dedicar uma atenção muito 
especial sobre as relações físicas e conceituais existentes entre o trabalho do fotó-
grafo e o espaço em que será exibido.
No espaço neutro da galeria ou museu, e até mesmo em qualquer espaço com 
paredes, as obras são, geralmente, emolduradas com madeira e vidro protetor e 
8
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colocadas lado a lado. A disposição das obras na parede, por mais clássico que seja 
essa estratégia expositiva, pode ser muito bem explorada em diferentes possibilida-
des de composições com as imagens.
Ao planejar uma exposição, é necessário que você analise as possibilidades do 
espaço para garantir a melhor forma de disposição das obras e, com isso, garantir 
que elas sejam contempladas de maneira envolvente e acessível. A curadora Shirley 
Read (2013) nos diz que “organizar uma exposição é um processo complexo, 
demorado, que requer uma atenção cuidadosa aos detalhes, mas qualquer fotógra-
fo pode aprender e compreender tais habilidades”. Os trabalhos fotográficos têm 
assumido diferentes formatos, alterando os suportes de impressão (tecidos, proje-
ções, objetos etc.), dialogando com outras linguagens artísticas (música, pintura, 
dança etc.) e que exigem diferentes abordagens e estratégias expositivas. Sobre 
essas questões, afirma Simmons:
Organizar o trabalho para um espaço ou local específico exigirá que você 
considere as dimensões do material a ser exibido, o método de apresen-
tação e a forma como a relação existente entre os vários elementos se 
enquadra à exposição. Além disso, é importante pensar também na orga-
nização e preparação do próprio espaço, tendo em vista, por exemplo, 
como o público se deslocará pela exposição. (2015, p. 146)
Então vamos por partes! Ao considerar as dimensões das obras, é preciso pen-
sar a sua relação com o espaço em que serão inseridas, com o espectador, para ter 
uma melhor visualização. Geralmente os espaços expositivos possuem uma planta 
arquitetônica predeterminada, mas é possível criar paredes móveis para dividir o 
ambiente e conseguir uma quantidade maior de suporte para fixação das obras. 
No caso de exposições coletivas, as paredes móveis criam semiambientes, poden-
do concentrar a produção dos artistas por áreas ou então concentrar grupos de 
obras por temas, estéticas e períodos históricos, por exemplo.
Figura 1 – Exposiçãode fotografi as em paredes móveis
Fonte: Wikimedia Commons
Seja num espaço fixo ou com a criação de cenários e paredes móveis, é im-
portante que se faça um projeto, maquete física/digital ou esboço simples que 
transmita claramente a forma como você entende que as obras sejam organizadas 
para que a equipe de montagem, ou até mesmo você, possa ter mais eficácia na 
9
UNIDADE Mostras, Exposições e Catálogos
montagem e garantir uma boa visitação. Muitas vezes, as fotografias podem ainda 
não estar impressas e após o projeto da exposição finalizado é que serão, com base 
no planejamento, impressas e preparadas nas dimensões corretas para caber no 
espaço que foi projetada a sua instalação.
É preciso também conhecer as técnicas e possibilidades de suportes para mate-
rialização da sua fotografia, tais como moldura tradicional com proteção de vidro, 
um “sanduíche” de vidros ou acrílicos onde a foto fica no meio de duas placas 
suspensas por fios no teto ou fixadas na parede, com ripas de metal e madeira, 
uso de placas de espumas especiais conhecidas como foam boards e as backlight 
que são caixas feitas de metal, madeira ou acrílico e que tem a fotografia impressa 
num material conhecido por duratrans e iluminada por trás por meio de LEDs. 
O fotógrafo canadense Jeff Wall utiliza muito a backlight em seus trabalhos.
Figura 2 – Modos de exposição
Fonte: Adaptado de iStock/Getty Images
Nota: Fotografias suspensas por fios podem estar localizadas nas paredes, como na primeira imagem, 
ou no meio do espaço da galeria, como se estivessem flutuando, conforme segunda imagem.
Figura 3 – Exposição de fotografias em parede escura – 
outra forma de destaque para a imagem através do contraste
Fonte: iStock/Getty Images
A cor da parede pode influenciar a leitura e percepção das fotografias, desta-
cando-as seja pelo contraste ou por cores que dialogam com a simbologia do tema 
tratado nas imagens.
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Figura 4 – Exposição de fotografi a de Jeff Wall com o uso de backlight na Tate Modern
Fonte: tate.org.uk
Além de conhecer aspectos técnicos antes de pendurar os trabalhos na parede, 
tais como: montagem e preparação das paredes fixas e móveis, local de fixação 
de cada fotografia, é preciso 
analisar o seu tamanho, a dis-
posição e o espaço entre cada 
uma delas, ou seja, a composi-
ção. O estudo da composição 
com os trabalhos pode ser fei-
to de diferentes formas, seja 
colocando-os no chão, testan-
do combinações ou recortan-
do em papéis o formato real 
da obra para fixá-los tempo-
rariamente na parede, visuali-
zando, assim, como seria sua 
instalação. Veja nas imagens a 
seguir como a fotógrafa brasi-
leira Claudia Andujar, na série 
que fez sobre a terra e a água 
no Amazonas, apresenta em 
diferentes composições as fo-
tografias que possuem o mes-
mo tamanho. As composições 
variam de forma mais tradi-
cional, lado a lado, formando 
um bloco uniforme retangular 
até com algumas variações, 
fragmentando as fotografias 
abaixo do nível do olhar do 
espectador para ficarem mais 
próximas do chão da galeria.
Figura 5 – Exposição de Claudia Andujar no Museu Inhotim, 2018
Fonte: Acervo do Conteudista
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UNIDADE Mostras, Exposições e Catálogos
Outro aspecto importante a ser considerado na elaboração de um projeto ex-
positivo é a iluminação, pois ela é responsável para criar a atmosfera do local, 
contribuindo tanto para a nossa percepção visual da obra, quanto nas percepções 
sensoriais. Seja uma iluminação quente ou fria, mais intensa ou rebaixada, geral 
ou focada (pontual), é preciso que ela esteja em consonância e diálogo com as 
decisões do artista e do curador sobre o que é considerada a melhor condição de 
observação do público. A iluminação tem o poder de potencializar imagens simples 
como também o de causar efeito contrário em obras potentes. Obviamente há dis-
tintos contextos de exposição, seja em instituições e locais que possuem uma boa 
infraestrutura para tal, seja em locais mais modestos e que, nem sempre, se desti-
nam a exposições de obras. No entanto, torna-se necessário saber que a ilumina-
ção compromete muito o resultado final da fruição da obra pelo público. É comum, 
em grandes exposições, termos uma iluminação geral, que não destaca as obras 
com pontos focais de luz, garantindo um fluxo menos ruidoso quando há diferentes 
artistas com diferentes estilos e poéticas expondo num mesmo local. Porém, cada 
projeto é um projeto, possui suas particularidades e objetivos distintos conceituais 
e, por isso, deve ser pensado na sua singularidade.
Figura 6 – Exemplo de luz difusa, iluminação geral
Fonte: iStock/Getty Images
Figura 7 – Exemplo de iluminação fria pontual (focal)
Fonte: iStock/Getty Images
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Figura 8 – Exemplo de iluminação quente pontual (focal)
Fonte: iStock/Getty Images
Cada exposição, individual ou coletiva, possui um objetivo, um motivo ou um 
tema, seja mais genérico ou específico, sendo este último o mais comum. As exposi-
ções possuem um título, resultado de uma intenção conceitual do artista ou proposta 
do curador. É importante, no espaço expositivo, que o nome da exposição esteja 
visível, juntamente com o nome dos artistas participantes, ficha técnica, apoiadores 
etc. Cada obra possui identificação do autor, título da obra, ano de produção e técni-
ca. Em alguns museus podem, ainda, conter local e ano onde o autor nasceu e onde 
vive atualmente, medidas da obra e alguma informação com objetivos didáticos que 
facilitem ou proporcionem maior compreensão da obra em si. Na exposição, ainda 
é possível incluir descrições, declarações do curador ou artista, textos críticos fixados 
nas paredes ou impressos e disponíveis pelo espaço. Todos esses elementos preci-
sam ser pensados para que formem um conceito completo da exposição.
Instalações Fotográfi cas e Trabalhos Híbridos 
– Para além da Imagem Fotográfi ca
O fotógrafo precisa conhecer a produção contemporânea, visitar museus, gale-
rias e espaços alternativos para pensar e repensar seu próprio trabalho autoral, tal 
como nos diz Rubens Fernandes Junior:
Para compreender a produção fotográfica contemporânea, bem como 
seus processos de criação e produção, temos que mergulhar no mun-
do das imagens, pois nada substitui a experiência de ver. Ver, comparar, 
elaborar conexões, estabelecer relações. Olhar para uma imagem e ex-
plorar suas potencialidades narrativas. A eliminação das fronteiras entre 
as diferentes formas de expressão, produção e circulação de imagens no 
mundo contemporâneo, torna cada vez mais difícil a tarefa de catalogar 
as manifestações das artes visuais, particularmente a fotografia. Da mes-
ma maneira que percebemos o ir além, o ultrapassar de todos os limites, 
a contaminação das técnicas, o hibridismo dos suportes, verificamos o 
quanto é difícil e impreciso articular uma nomenclatura para a produção 
contemporânea. (2016, p. 10)
13
UNIDADE Mostras, Exposições e Catálogos
Esta citação de Rubens Fernandes Junior reafirma as reflexões que esta unidade 
tem por objetivo realizar. Ele fala de referencial, de olhar o mundo das imagens, de 
comparar e estabelecer conexões, além do hibridismo nas linguagens artísticas que 
vão desde sua concepção até os suportes utilizados, rompendo com o tradicional 
espaço museológico.
Uma das estratégias expositivas conceituais em fotografia contemporânea é as 
instalações fotográficas. A instalação é uma das manifestações contemporâneas 
da arte que trabalha com o ambiente e o espaço de forma a desconstruí-los concei-
tualmente e fisicamente. O conceito de instalação diz respeito às criações artísticas 
que dialogam com o espaço no sentido de que o espectador pode contemplá-lo e, 
muitas vezes, adentrá-lo.
A instalação é uma obra que se apresenta como um lugar para ser vivenciado, 
pois nos convida a experienciá-lo por meio da extrapolação dos limites da obra, 
ou seja, não há passividade e distância entre o espectador e a obra. Os trabalhos 
de instalação se colocam como propositores de experiências que não são somentevisuais, mas que envolvem outros sentidos que são estimulados por estarmos imer-
sos na obra.
Quando a fotografia é apresentada como uma instalação, o interesse está em 
“transcender o foco bidimensional tradicional de uma imagem fotográfica por meio 
da produção de obras tridimensionais, muitas vezes concebidas especificamente 
para um determinado lugar” (SIMMONS, 2015, p. 151). As obras da fotógrafa 
Maria Paschalidou têm por características fazer o uso da instalação fotográfica, ví-
deo, som e escultura, explorando o espaço entre a ficção, a imagem e a narrativa. 
Alguns trabalhos ainda permitem a interação do público. Visite o site da artista 
para conhecer os seus projetos e as possibilidades de expansão do bidimensional 
da fotografia para o espaço expositivo mais amplo.
Endereço do site: www.mariapaschalidou.com
Ex
pl
or
Figura 9 – instalação, projeção, fotografia e som | 
Maria Paschalidou, Cut here, 2008 (instalação, 
projeção, fotografia e som)
Fonte: Maria Paschalidou, 2006
Figura 10 – instalação, escultura, fotografia, som e 
literatura | Maria Paschalidou, The Balloons prose poem, 
2006 (instalação, escultura, fotografia, som e literatura)
Fonte: Maria Paschalidou, 2006
14
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Outro exemplo de instalação fotográfica é a obra Cosmococa do brasileiro Helio 
Oiticica que pertence ao museu Inhotim. Composta por várias salas, algumas delas 
misturam fotografias projetadas compostas com objetos, como redes para que o 
espectador deite, ou balões e músicas.
Figura 11 – Helio Oiticica, Cosmococa (detalhe), 1973
Fonte: Instituto Inhotim
O fotógrafo brasileiro Miguel Rio Branco também explora diferentes suportes e 
modos de exposição de seus trabalhos para além da fotografia impressa e emoldu-
rada. Na galeria dedicada aos trabalhos do artista no museu Inhotim, o espectador 
pode ver na obra Diálogos com Amaú (1983) projeções sequenciais de várias 
imagens em tecidos dispostos em forma circular tanto pelo lado de fora como ca-
minhar por dentro do espaço criado. Ainda, na obra Tubarões de seda (2006), 
temos uma série de fotografias de tubarões impressas sobre um véu delicado que, 
por estarem sobrepostas, criam texturas e sobreposições sutis pelas transparências, 
jogando com o contraste da agressividade do animal retratado com o seu suporte 
em que foi impresso. Essas duas obras, por serem projeções, estão na mesma sala 
que está muito escura, possibilitando outras formas de fruição com as imagens que 
possuem uma excelente qualidade de percepção visual dado o contexto em que 
estão exibidas.
Figura 12 – Miguel Rio Branco, Diálogos 
com Amaú, 1983 – Museu Inhotim
Fonte: Acervo do Conteudista
Figura 13 – Miguel Rio Branco, 
Tubarões de seda, 2006 – Museu Inhotim
Fonte: Acervo do Conteudista
15
UNIDADE Mostras, Exposições e Catálogos
Faça uma busca na internet sobre a obra Monóculos, de Eduardo Trópia, um fotógrafo minei-
ro, que consiste numa instalação fotográfica com 210 monóculos, aqueles pequenos objetos 
que olhávamos contra a luz para visualizar a fotografia que lá dentro continha.
Pesquise também sobre a fotógrafa argentina Graciela Sacco e veja como cada projeto foto-
gráfico é apresentado em diferentes suportes e estratégias expositivas, dando força concei-
tual e estética para as obras: https://goo.gl/dL7CCV
Ex
pl
or
Figura 14 – Graciela Sacco
Fonte: Secretaría de Cultura de la Nación
Dentro do contexto das produções fotográficas híbridas, podemos citar o pro-
jeto de Zoe Childerley, chamado Being Human (Ser Humano), que combina fo-
tografia com som. O projeto consistiu na investigação de personagens históricos 
e mitológicos que permanecem na história de diferentes culturas, desde as épocas 
mais antigas até os dias de hoje. As pessoas retratadas são amigas e conhecidas 
que foram convidadas por Zoe para atuar como modelos.
Para além da fotografia, cada um dos modelos teve que escolher um persona-
gem que mais se identificasse e que seria referência para a sua fotografia e, através 
de uma entrevista, contar o porquê de tal escolha e afinidade. A referência estética 
desse trabalho são as pinturas barrocas do pintor italiano Caravaggio, cuja marca 
está no fundo escuro, na luz acentuada na cena que acontece num primeiro plano, 
evidenciando uma teatralidade nas imagens. Essas características de Caravaggio 
aparecem claramente nas fotografias de Zoe que possuem força na presença dos 
personagens através das cenas por eles criadas. Tal como afirma Simmons, “as 
imagens têm uma força incrível e a sobriedade de sua forma permite ao conteúdo 
surgir através da performance com um nível de convicção que traz coesão para 
o trabalho e para a temática da ‘duradoura natureza da narração de histórias’” 
(2015, p. 58).
16
17
Figura 15 – Zoe Childerley, Being Human, 2011
Fonte: Adaptado de Zoe Childerley, 2011
Esse projeto de Zoe conta, portanto, com a colaboração criativa também dos 
modelos convidados, tanto na criação das poses quanto com o áudio que conta as 
razões de sua conexão especial com o personagem escolhido. Ao analisar a estra-
tégia expositiva desse trabalho, Simmons afirma:
O poder e a presença dos personagens nessas imagens são explorados ao 
máximo devido a um método muito simples de apresentação: o tamanho 
das impressões e a ausência de textos e outros sinais permitem que o 
observador se conecte em igualdade aos personagens retratados. O uso 
do áudio aumenta ainda mais o impacto desse trabalho. (2015, p. 142)
Figura 16 – Demonstração de como a série Being Human 
(Ser Humano) de Zoe Childerley foi exposta na galeria
Fonte: Acervo do Conteudista
17
UNIDADE Mostras, Exposições e Catálogos
As fotografias foram expostas junto com fones de ouvido e com as entrevistas dos modelos convidados.
Nesse projeto, essa entrevista poderia ficar como material de pesquisa para o 
processo criativo do artista, não sendo incorporado à obra visual. Ainda, se a fala 
dos modelos fosse exposta em forma de texto, provavelmente não proporcionaria 
a mesma relação do público com a obra. Na escala da impressão, o tamanho dos 
personagens está muito próximo da escala humana real, criando ainda mais uma 
forte ligação obra-público, de intimidade e aproximação. Portanto, o material de 
pesquisa do processo criativo permite que você reflita sobre as possibilidades po-
éticas que podem transformá-las ou incorporá-las à obra final, potencializando-as.
Catálogos e Livros de Fotografia
Os catálogos das exposições são produzidos como meio de registro do evento, 
contendo todas ou grande maioria das obras pertencentes à exposição, com in-
formações técnicas e textos críticos de curadores, organizadores, críticos de arte e 
do próprio artista. A quantidade de exemplares na tiragem varia, muitas vezes, de 
acordo com a verba destinada ao projeto expositivo como um todo, bem como os 
objetivos que se tem com a produção desse material: divulgação, uso como mate-
rial didático ou de pesquisa, interesses institucionais etc.
Durante a produção do catálogo é pre-
ciso ter um grande cuidado estético na or-
ganização visual e textual através da dia-
gramação, de forma que sempre valorize a 
obra. A qualidade da impressão também é 
fundamental, pois se estamos tratando de 
imagens, as cores, contrastes e brilho são 
imprescindíveis para a apreciação e valori-
zação do trabalho. É preciso ter respeito à 
fotografia através das diferentes formas de 
apresentação. Obviamente que tudo isso 
envolve dinheiro, a qualidade gráfica de um 
material, desde o papel até a impressão, 
possui um valor. Por isso, é importante co-
nhecer o portfólio das empresas e gráficas 
que produzirão o material, buscando sem-
pre equilibrar o custo versus a qualidade.
Quando adquirem o reconhecimento de 
objeto artístico histórico, seja inserido dentro 
Figura 17 – Catálogos digitais e impressos 
da fotógrafa brasileira Claudia Andujar 
em exposição no museu Inhotim
Fonte: Acervo do Conteudista
18
19
do contexto biográfico do fotógrafo ou como documento histórico social mais am-
plo, oscatálogos também são incorporados nas exposições de arte. Muitas vezes 
não podem ser folheados pelo público, ficam dentro de redomas ou caixas com 
vidros que permitem a visualização da capa e algumas páginas. No entanto, as tec-
nologias digitais permitem dar acesso ao público a esses catálogos através de uma 
versão digital interativa.
Veja o vídeo que mostra uma série de catálogos digitalizados que permitem a interação do 
espectador durante a exposição de Claudia Andujar no museu Inhotim, permitindo folhear 
e ampliar as imagens. Observe as diferentes diagramações de imagem e texto utilizadas nos 
catálogos: https://goo.gl/th6fbo
Ex
pl
or
O projeto do catálogo pode ser mais tradicional, com uma diagramação estru-
turada com fotografia e legenda abaixo, intercalando textos e obras, mas também 
pode ser um objeto artístico de autoria do próprio fotógrafo, por exemplo, ou em 
parceria com um designer. Nesse caso, muito mais que um catálogo padrão de ex-
posição, esse material impresso adquire o status de livro de arte, livro de artista ou 
livro de fotografia: “livros de artistas são livros ou objetos em forma de livro, sobre 
os quais o artista teve um grande controle. São entendidos como uma obra de arte 
em si mesmos” (BURY, 1995 apud SIMMONS, 2015, p. 156).
Os livros de artista surgiram na década de 1960, com o objetivo de atingir maior 
quantidade de público, sendo uma forma alternativa aos espaços expositivos que 
são restritos e institucionalizados como o museu e a galeria. Muitos desses livros 
são elaborados com projetos que trazem obras feitas especificamente para o for-
mato de livro, podem incluir esboços, projetos, rascunhos e etapas do processo de 
criação. Entretanto, mesmo não sendo comum a reprodução de obras já expostas, 
os livros podem trazer essas reproduções numa escala menor, adequando as foto-
grafias para a nova mídia impressa de escala reduzida.
Pesquise exemplos de livros de fotografi a e autores reconhecidos como o brasileiro Ara-
quém Alcântara, cujo grande tema de sua produção é a natureza; da americana Diane 
Arbus que retrata, em preto e branco, pessoas comuns e marginalizadas em ações coti-
dianas; e Robert Frank que produziu uma série de livros com fotografi as sobre diferentes 
culturas realizadas em viagens.
Ex
pl
or
Apesar do crescimento das publicações digitais, nos últimos anos a produção 
de livros de fotografia tem aumentado e crescido no mercado. Possuem um preço 
diferenciado de um livro técnico, de história ou teoria da fotografia, pois trata-se 
de uma produção, geralmente, com tiragem reduzida, com o objetivo de ser um 
objeto artístico. Há empresas especializadas na produção desses livros e, inclusive, 
realizando a impressão sob demanda do comprador.
19
UNIDADE Mostras, Exposições e Catálogos
Muitos fotógrafos têm explorado essa vertente de produção de livros de fotogra-
fia, projetando e produzindo seus próprios livros de variadas formas. Segundo Fox 
e Caruana:
O livro físico ainda possui uma qualidade muito especial na maneira como 
as imagens são lidas e recebidas – trata-se de um formato intimista plane-
jado para uma pessoa olhar, em geral, confortavelmente. As publicações 
de edição limitada, em comparação com os livros de cabeceira, tendem 
a ter maior variedade de modelos e formatos, incluindo jornais, fanzines, 
livros sanfonados, livros com páginas desdobráveis – as possibilidades são 
praticamente ilimitadas. (2013, p. 136)
Esses projetos finalizados como livros de artista ou livros de fotografia conceituais 
que exploram diferentes formatos, com dobras que permitem expandir o tamanho 
do livro com páginas grandes que retornam ao tamanho do livro, podem ser feitos 
de maneira artesanal e industrial. Os artesanais são confeccionados à mão, um 
a um, utilizando diferentes técnicas de encadernação. A seguir vamos apresentar 
alguns projetos de livros feitos por fotógrafos consagrados para que você possa 
conhecer algumas possibilidades oferecidas pelos processos industriais e artesanais.
Começamos pelo projeto A place between homes (Um lugar entre os lares) de 
Jagdish Patel, que consiste num ensaio fotográfico editado em quatro livros únicos 
com registros de 124 anos e quatro gerações de uma família indiana, abordando o 
impacto da migração em diferentes gerações. Ele reconfigura os tradicionais álbuns 
de família em uma proposta contemporânea dividindo as fotos em quatro temas 
inspirados por um poema de T. S. Eliot: tempo presente, tempo passado, tem-
po emoldurado e uma vida extinta. Cada um desses temas aborda um aspecto 
diferente da vida da família na Índia e no Reino Unido. O livro foi confeccionado 
com o uso de fotos no estilo “Polaroid”, por ter uma gramatura consistente.
Figura 18 – Jagdish Patel, A place between homes (Um lugar entre os lares), 2014
Fonte: Jagdish Patel, 2014
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Numa análise desse projeto, Simmons afirma:
Embora altamente pessoal, o trabalho usa a fotografia de família como 
principal elemento que guarda uma relação com todos nós. Ao olharmos 
para essas imagens, talvez nos lembremos de nossa própria história fami-
liar, o que nos faz estar em um terreno comum para compartilhar pensa-
mentos de nossa própria herança. (2015, p. 156)
Um projeto fotográfico que resultou num livro e exposição aclamados pela críti-
ca foi o Perceptions of pain (Percepções da dor) das fotógrafas Deborah Padfield e 
Linda Sinfield. Trata-se de uma coleção de imagens surpreendentes que exploram a 
interface entre médico e paciente, fotógrafo e sujeito, criador e espectador, ciência 
e arte, através de uma oficina fotográfica em uma clínica de pacientes que sofrem 
de dores crônicas. Além das fotografias, há textos adicionais do Professor Brian 
Hurwitz, do Doutor Charles Pither e de Deborah Padfield, que examinam aspectos 
culturais e clínicos da dor de múltiplas perspectivas, questionando nossas suposi-
ções sobre a experiência da dor e seu lugar no contexto médico. Tanto o design do 
livro quanto o projeto da exposição comunicam a mesma mensagem, através da 
fusão de reflexões dos pacientes com as fotografias que transparecem a dor destes.
Para conhecer mais sobre o projeto Perceptions of pain de Deborah Padfi eld e Linda Sinfi eld, 
visite os links: https://goo.gl/WzuQmL e https://goo.gl/uZGCSJEx
pl
or
No panorama brasileiro da arte contemporânea, temos o artista Waltercio Caldas 
que, mesmo sendo famoso por seu trabalho escultórico, possui uma série de produ-
ção de livros que transitam na fronteira entre o livro de artista, o livro-objeto e o livro-
-obra ou escultórico. O artista utiliza a fotografia em algumas obras como os livros:
• Velásquez (1996): editado pela Editora Anônima de São Paulo. A tiragem foi 
de 1500 exemplares e cada exemplar é considerado um original e foi assinado 
pelo artista.
• Estudos sobre a Vontade (2000): uma edição com tiragem de 20 exempla-
res numerados e assinados pelo artista, realizada pela Galeria Celma Albuquer-
que de Belo Horizonte, sobre o trabalho fotográfico concebido em 1975.
Figura 19 – Walter cio Caldas, Estudos sobre a Vontade, 2000
Fonte: Waltercio Caldas, 2000
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UNIDADE Mostras, Exposições e Catálogos
Nesta unidade, refletimos sobre outros aspectos que envolvem a produção foto-
gráfica: as formas de exibição, de registro e documentação impressa, bem como 
produções editoriais artísticos como os livros de artista e livros de fotografia. Há uma 
infinidade de produções que permitem ampliar o seu conhecimento sobre esses as-
suntos, por isso, é sempre importante pesquisar tanto as indicações aqui feitas como 
outros nomes e exemplos que surgirem durante as suas pesquisas. Tudo o que foi 
abordado aqui pode ser aprofundado, tanto em questões técnicas de montagem de 
exposições, formatos e suportes infinitos que há no mercado atual, editoras e gráfi-
cas que permitem pequenas publicações com custos mais baixos para iniciar a sua 
inserção no circuito artístico etc. Nossa intenção é a de refletir sobre a importância 
de se conhecer as formas de exposiçãopara contribuir para a divulgação da sua pro-
dução de maneira a potencializar o seu trabalho.
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Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Waltercio Caldas
https://goo.gl/ZaJ4d
Zoe Childerley
https://goo.gl/731Kja
Zipper Galeria
https://goo.gl/dL7CCV
Maria Paschalidou
https://goo.gl/ehxJtC
Inhotim
www.inhotim.org.br
 Livros
Entre ser um e ser mil – o objeto livro e suas poéticas
DERDYK, Edith (org). Entre ser um e ser mil – o objeto livro e suas poéticas. São 
Paulo: Editora Senac, 2013.
 Leitura
Curadoria em Fotografia
CHIODETTO, Eder. Curadoria em fotografia [livro eletrônico]: da pesquisa à exposição. 
São Paulo: Prata Design, 2013.
https://goo.gl/RLKlxy
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UNIDADE Mostras, Exposições e Catálogos
Referências
BURY, S. Artist´s books: the book as a work of art, 1963-1995. Bury, Scolar 
Press, 1995.
FERNANDES, Jr., Rubens. Processos de Criação na Fotografia apontamentos para 
o entendimento dos vetores e das variáveis da produção fotográfica. In: Revista 
FACOM - nº 16 - 2º semestre de 2006. Disponível em: <http://www.faap.br/
revista_faap/revista_facom/facom_16/rubens.pdf>. Acesso em: 16/05/2016.
FOX, A; CARUANA, N. Por trás da imagem: pesquisa e prática em fotografia. 
São Paulo: GG Brasil, 2014.
PRÄKEL, David. Fundamentos da fotografia criativa. São Paulo: Gustavo Gili 
Brasil, 2015.
READ, Shirley. Exhibiting Photography: a practical guide to displaying your 
work. Londres: Focal Press, 2013.
SIMMONS, Mike. Como criar uma fotografia. São Paulo: Gustavo Gili, 2015.
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