Buscar

Principios Tributarios

Prévia do material em texto

Princípios da Legalidade, Anterioridade, Noventena e Irretroatividade do Direito Tributário
Os princípios são um conjunto de normas, ou seja, à base do ordenamento jurídico, e tem um papel importante, tal como as regras, e não podem ser relativizados. No Direito Tributário não poderia ser diferente, pois traz uma segurança aos contribuintes, uma limitação ao poder de tributar do Estado. E com base nos princípios que serão elaboradas a lei Tributaria, e ao mesmo tempo, o legislador esta condicionado ao texto constitucional, que traz parâmetro a ser seguido pela Lei Complementar. 
Ao elaborar o Codigo Tributário Nacional (CNT), o legislador teve que obedecer aos princípios tributários que já constava no texto constitucional, e assim aplica-los de forma fiel. Tais princípios são extremamente importante e merecem serem tratados um a um, a saber; " Principio da Legalidade, Anterioridade, Noventena e Irretroatividade".
O Principio da Legalidade garante que nenhum tributo será criado ou majorado, senão em virtude de lei, artigo 150, I , da CF, "Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I -  exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça". 
Diante do exposto a cerca do Principio da Legaligalidade, podemos perceber que existe uma proximidade com o Principio da Anterioridade, que esta prevista no artigo. 150, III, "b", da CF, è proibida à cobrança de tributos “no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou”. 
Contudo, no que tange à majoração das alíquotas, há exceções ao princípio da legalidade, ou seja, neste caso, será aplicado o principio da anterioridade, pois, o Poder Executivo, por meio de Decerto, para regular a economia, tem liberdade para, aumentar, reduzir ou restabelecer as alíquotas, conforme previsto na Constituição. O fundamento destas exceções ao princípio da anterioridade está no caráter extrafiscal destes tributos, que são instrumentos reguladores da economia, da política monetária e fiscal do país. Não pode o Poder Executivo aguardar a virada do exercício financeiro para colocar em prática iniciativas tendentes a amenizar ou contornar crises de setores da economia. São as seguintes exceções. 
 É facultado ao Poder Executivo, atendidas as condições e os limites estabelecidos em lei, alterar as alíquotas dos impostos de: Imposto de importação (II), Imposto de exportação (IE), Imposto sobre produtos industrializados (IPI) e Imposto sobre operações financeiras (IOF), (denominados tributos regulatórios do comércio exterior), (153 § 1, da CF) ; 
Empréstimo Compulsório para atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência (art. 148, I da CF)
Contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível - CIDE, no caso de redução ou restabelecimento de sua alíquota (art. 177, § 4°, I “b” da CF)
 Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação – ICMS, incidente em etapa única sobre combustíveis e lubrificantes, no caso de redução e restabelecimento da alíquota mediante convênios de ICMS, celebrados no âmbito do CONFAZ (155, § 4º, IV, “c” da CF).
 Impostos Extraordinários de Guerra; (art. 154, II da CF)
 Contribuições de seguridade social, incluídas a contribuição para o PIS/PASEP e a CONFINS. (art. 195 da CF)
A Emenda Constitucional nº 42/03, introduziu ao artigo 150,III, CF, a letra c, o Principio da Noventena, "antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea "b" que exige que se respeite um período de 90 dias entre a data que criou ou aumentou o tributo e sua efetiva cobrança. Ocorre que apenas o princípio da anterioridade do exercício financeiro não era o bastante para assegurar a não surpresa do contribuinte na publicação de leis que viessem a instituir ou aumentar tributo. Por algumas vezes os contribuintes foram surpreendidos com o aumento e instituição de tributos nos últimos dias do ano, sem que esta lei estivesse a desobedecer ao princípio da anterioridade comum, pois o Estado estava a cobrar o tributo horas depois, contudo, em outro exercício financeiro.
Assim, a fim de coibir que um tributo fosse criado ou tivesse a sua alíquota aumentada no dia 31 de dezembro e passasse a ser cobrado no dia 01 de janeiro, horas depois, o princípio da noventena veio para reforçar o princípio da anterioridade do exercício financeiro, exigindo a observância do prazo de 90 (noventa dias) da data em que haja sido publicada a lei que instituiu ou aumentou o tributo.
O mesmo artigo 150 que contempla este princípio, em seu § 1° aponta exceções, quais sejam:
1. Imposto sobre a importação de produtos estrangeiros – II; (art. 153, I da CF)
2. Imposto sobre a exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados – IE; (art. 153, II da CF)
3. Imposto de Renda – IR; (art. 153, III da CF)
4. Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários – IOF; (art. 153, V da CF)
5. Empréstimo Compulsório para atender a despesas extraordinárias decorrentes de calamidade pública, de guerra externa ou sua iminência; (art. 148, I da CF)
6. Impostos Extraordinários de Guerra; (art. 154, II da CF)
Ademais, quanto à fixação da base de cálculo não se submetem ao princípio da noventena os seguintes impostos:
7. Imposto sobre propriedade de veículo automotor - IPVA; (art. 155, III)
8. Imposto sobre propriedade territorial urbana – IPTU. (art. 156, I)
Segundo o principio da Irretroatividade é vedada a incidência de tributos sobre fatos geradores ocorridos antes da vigência da lei ( art. 150,III, "a", da CF). Previsto também no CTN, "A lei nova não se aplica aos fatos geradores já consumados (art.105 CTN)”. Porem, o Código tributário nacional permite a retroatividade em alguns casos, conforme previsto em seu artigo 106.
Art. 106. A lei aplica-se a ato ou fato pretérito:
I - em qualquer caso, quando seja expressamente interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à infração dos dispositivos interpretados;
II - tratando-se de ato não definitivamente julgado:
a) quando deixe de defini-lo como infração;
b) quando deixe de tratá-lo como contrário a qualquer exigência de ação ou omissão, desde que não tenha sido fraudulento e não tenha implicado em falta de pagamento de tributo;
c) quando lhe comine penalidade menos severa que a prevista na lei vigente ao tempo da sua prática.

Continue navegando