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TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO E DAS 
ORGANIZAÇÕES
CAPÍTULO 1 - AFINAL, O QUE É E QUAIS AS 
ORIGENS DA ADMINISTRAÇÃO?
Douglas Murilo Siqueira
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Introdução
Você já parou para refletir sobre a importância de saber quanto a história da sua família? E sobre sua origem? E
da empresa em que trabalha? Quais são os valores do fundador que prevalecem na organização desde a sua
fundação?
Estudar a história ajuda o Homem a compreender sua evolução, a evitar que erros do passado voltem a
acontecer e a entender a contemporaneidade. Além disso, também nos auxilia para que vivamos com maior
plenitude e a desenvolvermos um olhar criterioso e assertivo sobre os acontecimentos do presente. Foi
pensando nisso que produzimos esta disciplina.
Nosso objetivo, aqui, é fornecer uma visão ampla sobre os principais fatores que influenciaram a formação da
Ciência da Administração, e, a partir deles, as principais propostas e teorias desenvolvidas. Com isso, você irá
perceber que, apesar de referenciarmos fatos que ocorreram séculos antes de Cristo (a.C.) — passando pela
primeira Revolução Industrial —, muitos conceitos dos primeiros teóricos ainda estão presentes nas
organizações de hoje.
Sendo assim, vamos iniciar nossa viagem com os fatores fundamentais que influenciaram a administração para
que, posteriormente, possamos compreender as primeiras teorias propostas por Taylor e Fayol.
Agora, é momento de entramos no túnel do tempo e voltarmos alguns anos.
Boa viagem e bons estudos!
1.1 Primórdios da administração: influência dos filósofos, 
da Igreja, da organização militar e da Revolução Industrial
Há séculos o Homem utiliza os processos administrativos em seu cotidiano. Para entendermos isso, basta que
conheçamos um pouco mais sobre o Egito ou sobre as Pirâmides, construídas sem o arsenal tecnológico
disponível atualmente. Conforme Chiavenato (2005, p. 26), “[...] os papiros egípcios atribuídos à época de 1300 a.
C. já indicam a importância da organização e da administração da burocracia pública no Antigo Egito”. Temos,
ainda, outros exemplos, como o planejamento militar, que, séculos antes de Cristo, já era utilizado pelos exércitos
chineses. Essas ocorrências históricas demonstram a importância da administração, que, como ciência, tem
pouco mais de 100 anos de existência. Aliás, é pouco tempo se consideramos outras áreas do conhecimento.
Por ter agregado contribuições de outras ciências (antropologia, psicologia, filosofia, biologia, física etc.), além de
estadistas, empresários, Igreja Católica e organização militar; vários foram os fatores que influenciaram a
formação das teorias e a evolução da administração como ciência. A partir de agora, vamos destacar algumas
dessas influências.
1.1.1 Afinal, qual é motivo de aprendermos a teoria?
Ao considerarmos que a teoria é a representação da realidade, e que a prática testa a teoria, compreendê-la
passa a ser fundamental para entendermos um determinado fato. Sem a teoria, não se produz estudos científicos,
e, se isso ocorresse, não seria possível entender o porquê de fazermos o que fazemos e como o fazemos. Assim,
nesse contexto, teoria e prática caminham juntas.
Segundo Bothamley (2004), a teoria se apoia em um corpo de evidências científicas, que, por sua vez, explica os
fatos que estão sendo observados. Um dos motivos relevantes para estudarmos as teorias, as atividades e as
práticas organizacionais é a realização de decisões mais efetivas e assertivas.
Mas, afinal, o que é teoria?
Para Stoner e Freeman (1994, p. 22), teoria é o “[...] conjunto coerente de suposições, elaborado para explicar a
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Para Stoner e Freeman (1994, p. 22), teoria é o “[...] conjunto coerente de suposições, elaborado para explicar a
relação entre dois ou mais fatos observáveis e prover uma base sólida para prever eventos futuros”. Os autores
ainda complementam que o estudo das teorias é uma representação do ambiente em que ela foi produzida,
considerando os fatores sociais, econômicos, políticos e tecnológicos presentes em um determinado tempo e
local. Dessa forma, podemos dizer que não existe uma teoria melhor do que a outra, nem uma teoria geral que
abarque todas elas. Essa é uma das belezas da Ciência da Administração: permite uma abordagem eclética e
exige uma mente flexível e aberta por parte do administrador, haja vista que uma teoria pode “pegar
emprestado” princípios de outras, dependendo do momento em que ela foi desenvolvida. Com isso, a teoria é
uma forma de entender o fato, possibilitando uma melhor comunicação, ou seja, permitindo “falar a mesma
linguagem”.
Por fim, vale destacarmos que a teoria também possibilita o aprendizado constante sobre o mundo. Isto é,
apresenta um pedaço do mundo observável. Isso porque podemos encontrar diversas teorias para o mesmo
fenômeno, o que abre um grande leque de perspectivas.
Sendo assim, entendida a importância do estudo das teorias, nosso próximo passo é compreender o que é a
administração. Vamos estudar melhor sobre isso com o item a seguir.
1.1.2 Entendendo os conceitos de administração e de organização
Primeiro, vamos fazer o seguinte exercício: anote em uma folha em branco as principais rotinas que você realiza,
a partir do momento em que acorda até o momento em que vai descansar, no final do dia. Por exemplo: tomar
banho, tomar café na padaria, ir para o trabalho de carro ou outro tipo de condução, trabalhar, ir almoçar etc.
Sendo que cada pessoa possui sua própria rotina, registre a sua.
Em seguida, vamos fazer uma reflexão e anotar em qual atividade sua rotina depende de algumanão
organização para que ela seja realizada. Por exemplo: tomar banho depende do Saneamento Básico da região
onde você mora, assim como tomar café depende da existência da padaria ou da empresa que fez o pão.
Agora, seu terceiro passo é fazer uma breve comparação com um colega para avaliar se as atividades que não
dependem de uma organização são as mesmas que você anotou.
Nesse exercício, você deve ter percebido que dependemos, em praticamente tudo, das organizações. Mas, o que é
uma organização? Para responder esse questionamento, Stoner e Freeman (1994) mencionam que a organização
existe quando duas ou mais pessoas trabalham de forma estruturada para atingir um objetivo. Dessa forma,
podemos inferir que uma igreja, um time de futebol, instituições públicas, empresas, associações, cooperativas e
escolas são tipos diferentes de organizações, pois possuem objetivos distintos. Uma igreja, por exemplo, tem
como objetivo o bem-estar espiritual, enquanto que uma empresa almeja resultados financeiros.
Assim, uma organização pode ser formalmente constituída, como são os sindicados e empresas; ou
informalmente, como é o caso do time de futebol do seu bairro, que se reúne aos finais de semana para uma
partida entre amigos. Em nossos estudos, daremos foco nas organizações formais e, mais especificamente, nas
organizações do tipo empresa.
Independentemente do tipo, todas as organizações dependem, para sua sobrevivência, de uma ótima
administração. Mas, o que é a administração?
Do latim, a palavra “administração” pode ser subdivida em (direção ou tendência) + (subordinaçãoAd minister
ou obediência). Contudo, esse significado — que denota a subordinação de uma pessoa em relação a outra para a
execução de alguma tarefa — sofreu profundas mudanças, visto que, atualmente, a principal tarefa da
administração é a compreensão dos objetivos da organização para transformá-los em ações que gerem
resultados. Segundo Chiavenato (2005), isso ocorre por meio de quatro pilares: planejamento, organização,
execução e controle.
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Figura 1 - Os quatro pilares que formam a função da administração.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Como podemos perceber, a administração é vista como um processo, ou seja, algo contínuo, formado por etapas
e sequências, cujas decisões são interligadas. Nesse contexto, encontramos a figura do administrador,
responsável pelas tomadas de decisões para a geração dos resultados, que devem permear e serem benéficos
para todos que sãoimpactados pela organização. Maximiano (2017) nos lembra que todos aqueles que
administram um determinado conjunto de recursos são administradores, quer seja sua formação, título ou cargo.
No entanto, no sentido mais restrito, a profissão de Administrador busca dirigir um grupo de pessoas de uma
determinada organização, como um corpo organizado de conhecimentos. Esses conhecimentos, por sua vez, são
sistematizados e relativamente recentes.
A Administração, enquanto disciplina, desenvolveu-se a partir do século XIX, há pouco mais de 100 anos. Note,
porém, que o estudo da administração como ciência é recente, mas a administração em si sempre existiu.
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Agora, chegou a hora de iniciarmos nossos estudos sobre as teorias da Administração. Vamos começar
compreendendo alguns fatos que influenciaram essa ciência.
1.1.3 Fatores que influenciaram a administração enquanto ciência
Entre os diversos eventos que foram precursores da evolução da administração enquanto ciência, podemos
destacar a transição da sociedade europeia do antigo regime para a modernidade, tendo como marcos a
Revolução Francesa (1789) e a Revolução Industrial (início da década de 1760). O quadro a seguir nos detalha
sobre essa transição.
VOCÊ O CONHECE?
Peter Drucker, considerado o pai da administração moderna, prestou uma contribuição
inestimável para essa ciência. Foi professor, pesquisador, consultor e escritor. Nasceu na
Áustria, em 19 de novembro de 1909, e faleceu em 11 de novembro de 2005. Foi um dos
principais pensadores sobre a globalização e suas implicações nas organizações. Ele é o
responsável por diversos conceitos sobre a administração. Conhecer as principais obras e
conceitos do autor com certeza fará a diferença para qualquer Administrador.
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Quadro 1 - Transição e características entre o Antigo Regime e a Modernidade.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
No quadro anterior, é possível visualizarmos as grandes transformações históricas que estavam ocorrendo no
mundo — principalmente na Europa —, culminando em grandes mudanças na sociedade. O Homem vivia em um
ambiente predominantemente rural e familiar, sem mobilidade social, cujos meios produtivos estavam
alicerçados na agricultura e no artesanato. Suas relações eram pessoais e as pessoas congregavam uma única
religião. Contudo, com alguns processos históricos, como a Revolução Francesa e a Revolução Industrial, a
mudança cultural para um universo laico (diversas religiões) e a migração das pessoas do campo para as
cidades; a sociedade passou a viver em um mundo de incertezas, mas também de oportunidades, que prometia
maior mobilidade social. Ou seja, um mundo onde as relações pessoais e familiares foram substituídas pelo
distanciamento e maior impessoalidade. Um mundo onde os meios produtivos artesanais foram substituídos
pela produção em massa e padronizada, o que abriu portas para pesquisas e estudos que pudessem otimizar a
produção das fábricas.
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Até o final do Antigo Regime, o estudo da administração não tinha todos os ingredientes necessários para sua
evolução. A Reforma Protestante (1517 – 1648), que passou a considerar que o acumulo de capital não era
pecado, mas, sim, a forma mundana de gastar esse capital; as ideias liberais, com destaque para as propostas de
Adam Smith (1723-1790) e o conceito da “mão invisível”, que autorregula o mercado; e, principalmente, o
advento da Revolução Industrial (1736 -1819), desencadeada pela máquina à vapor, de James Watt (1736-
1819), que revolucionou a forma de produção devido a uma série de invenções, proporcionando o aumento
acelerado do ritmo produtivo nas fábricas; foram alguns dos fatores que aceleraram os estudos sobre a
administração nas organizações.
Nesse contexto, a administração sofreu diversas influências, uma delas se deu pelos , os quais podemosfilósofos
citar:
• Sócrates (470 a.C. – 399 a.C.): entendia a administração como uma habilidade pessoal separada das 
habilidades técnicas e da experiência;
• Platão (429 a.C. – 347 a.C.) – Discípulo de Sócrates: expõe na obra “A República” a forma democrática de 
governo e de administração;
• Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) – Discípulo de Platão: deu impulso inicial à filosofia. Na obra “Política”, 
que fala sobre a organização do estado, Aristóteles apresenta três formas de administração pública, sendo 
a Monarquia (governo de um só), a Aristocracia (governo de elite) e a Democracia (governo do povo);
• Francis Bacon (1561 – 1626): tinha um método experimental e indutivo, em que a importância era 
separar experimentalmente o essencial do acidental ou acessório;
• Thomas Hobbes (1588-1679): escreveu “Leviatã”, em que o povo renuncia aos seus direitos naturais em 
favor de um governo que impõe ordem, organiza a vida social e garante a paz;
• Jean Jacques Rousseau (1712-1778): desenvolveu a teoria do Contrato Social, que representa um acordo 
entre os membros da sociedade. Para o filósofo, os homens são bons, mas a vida em sociedade os deturpa;
• Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1920-1895): tinham o Manifesto Comunista, ou seja, a 
história da humanidade é uma história de luta de classes.
É válido destacarmos, ainda, a influência de René Descartes (1596 – 1650), físico, filósofo e matemático francês,
considerado o fundador da filosofia moderna. Ele escreveu suas propostas no livro “O Discurso do Método”.
Descartes, inclusive, propõe quatro princípios que repercutiram em várias ciências além da administração, e
tiveram influência marcante nas teorias da Administração Científica de Taylor, na teoria Clássica e
Administrativa de Fayol e teoria Neoclássica, conforme vemos no quadro a seguir.
VOCÊ SABIA?
Assim como ocorreu na transição do Antigo Regime para a Modernidade — que provocou um
rompimento dos padrões estabelecidos em várias áreas da sociedade —, hoje, a humanidade
vive um processo semelhante, relatado no livro “A Quarta Revolução Industrial”, de Klaus
Schwab. Nossa forma de interagir, viver, trabalhar e de nos relacionarmos está mudando, e
mudará cada vez mais em decorrência da tecnologia. Por isso, temos que um mundo de
oportunidades surgirá, onde profissões vão sumir e outras irão aparecer.
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Quadro 2 - Princípios considerados por Descartes.
Fonte: Adaptado de CHIAVENATO, 2005, p. 30.
Temos, também, a influência da com o conceito da formação de sua estrutura hierárquica deIgreja Católica
autoridade, incluindo a presença de um Estado Maior que representa o conceito de Assessoria. A organização
hierárquica — montada de forma simples — representa a eficiência do processo, tendo no Papa a figura do líder
principal, ou seja, analogicamente, o presidente da organização (também denominado de Chief Executive Officer
– CEO).
Além da igreja, podemos citar a , que teve forte influência nas teorias da Administração, organização militar
trazendo à tona alguns conceitos, como a unidade de comando única (um único chefe para o liderado); a
hierarquia; o organograma (originário do exército prussiano no século XVIII), proposto por Frederico O Grande
(1712-1786), que dividiu a organização em Estado Maior ( ), oficiais de Assessoria (planejamento) e oficiaisstaff
de Linha (executavam); o princípio de direção (cada um sabe o que se espera dele), a centralização do comando e
descentralização da operação; bem como o pensamento estratégico.
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A , por sua vez, contribuiu com as ideias liberais, todavia, foi a queRevolução Francesa Revolução Industrial 
mudou radicalmente a sociedade e seu conceito de consumo. A substituição do trabalho artesão pelo trabalho
especializado e a migração das pessoas para as cidades obrigaram um novo aprendizado da vida, uma vez que as
comunidades — antes ligadas por um parentesco e laços sanguíneos — ficaram fragmentadas. Dessa forma, o
indivíduo passou a ter mais experiências, e a tomada de decisões ocupou espaço frequente em seu dia a dia.
Ademais, com o advento das fábricas movidas a carvão, houve maior necessidade de investimento na
Administração Pública, pois não era previstoum crescimento abrupto. Assim, surgiram na Europa problemas de
saúde, habitação, higiene e desemprego. Devido, principalmente, à inexistência de uma regulamentação
trabalhista, em que homens, mulheres e crianças trabalhavam de 14 a 16 horas, também foram criados os
Sindicatos. Podemos perceber, então, que foi uma época de fortes transformações, afinal, com o surgimento das
fábricas e da concorrência, os estudos para a melhoria dos processos produtivos foram alavancados.
Nesse contexto, vamos iniciar nossos estudos sobre as teorias, partindo da Administração Científica, idealizada
por Frederick Winslow Taylor.
1.2 Abordagem clássica: as premissas da Administração 
Científica de Taylor quanto à racionalização do trabalho e 
eficiência na produção
Para que possamos entender melhor os conceitos que veremos a partir de agora, é importante pensarmos na
época em que o autor viveu. Era um momento de grandes transformações da sociedade, como a transição do
campo para as cidades, pessoas em busca de mobilidade social, recursos naturais abundantes e grande
necessidade por produtos manufaturados. Por outro lado, existia muito desperdício de matéria-prima,
retrabalhos, perda de tempo para a realização das atividades e fadiga dos trabalhadores. É nesse ambiente que
surgem as propostas de Taylor.
1.2.1 Quem foi Taylor?
Frederick Winslow Taylor nasceu na Filadélfia, em 1856, e faleceu em 1915. Considerado o pai da Organização
Científica do Trabalho — também entendida como Organização Racional do Trabalho —, abandonou seus
estudos aos 18 anos para ingressar em uma oficina mecânica como ajudante. Em 1878, foi empregado em uma
indústria metalúrgica de construção de máquinas. Demorou somente seis anos para passar pelos estágios de
Operário, Contador, Torneiro, Mestre de Tornos, Chefe de Seção, Contramestre, Chefe de Oficina e, por fim,
VOCÊ SABIA?
O uso e o desenvolvimento da estratégia na administração teve forte influência do exército
chinês, que séculos antes de Cristo já utilizava os princípios do comando (atributos do general
quanto a sabedoria, sinceridade, humanidade, coragem e exigência), a doutrina (corresponde à
organização, controle, atribuição correta dos postos de comando, ordenação das vias de
abastecimento e fornecimento do necessário para as tropas), a direção (dirigir muitos é igual a
dirigir poucos: tudo é questão de organização) e atuar com rapidez (fazer o que é vantajoso
para poder controlar os resultados). Podemos entender melhor sobre o assunto com o : <link
>.http://unes.br/Biblioteca/Arquivos/A_Arte_da_Guerra_L&PM.pdf
http://unes.br/Biblioteca/Arquivos/A_Arte_da_Guerra_L&PM.pdf
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indústria metalúrgica de construção de máquinas. Demorou somente seis anos para passar pelos estágios de
Operário, Contador, Torneiro, Mestre de Tornos, Chefe de Seção, Contramestre, Chefe de Oficina e, por fim,
chegar ao de Engenheiro Chefe.
Na época de Taylor, o ambiente organizacional estava coberto por uma nuvem negra do medo do desemprego.
Nas indústrias — onde os trabalhadores eram remunerados conforme a quantidade de peças e/ou tarefas que
produziam —, acreditava-se que, se houvesse mudança nos processos, ocasionando maior produção com a
mesma quantidade de trabalhadores (ou seja, aumento da produtividade por meio de métodos mais eficientes),
poderia ocorrer um número maior de desempregados.
Figura 2 - Etapas da remuneração por tarefas em um ambiente de desemprego.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Portanto, ao apresentar suas propostas de melhoria da eficiência nos processos produtivos, procurando obter
agilidade na elaboração dos produtos acabados, Taylor sofreu pressão contrária de seus colegas da fábrica. Para
não entrar no jogo de disputas, Taylor iniciou um processo de mudança, demitindo os mais resistentes,
reduzindo o ganho por peça dos que permaneciam contrários às suas propostas e incentivando a contratação de
novos operários com promessas de melhoria. Essas ações, ainda comuns nos dias de hoje, trouxeram vários
problemas, principalmente de sabotagem por parte dos operários (CHIAVENATO, 2005).
Diante do fracasso de suas primeiras medidas, Taylor resolveu investigar quais seriam os interesses comuns dos
trabalhadores da época e como eles operavam na empresa (movimentos, uso de ferramentas, fadiga etc.). Foi a
partir dessas observações, com somente 23 anos, que Taylor desenvolveu suas propostas, cujo objetivo central
era a melhoria da eficiência dos processos produtivos. Aliás, segundo suas observações, e considerando o
contexto histórico, o ponto comum e fator motivacional entre as pessoas era a vontade em possuírem um
rendimento financeiro cada vez maior. Com isso, o conceito humano da teoria ficou conhecido como “Homo
Econômicos”. (CHIAVENATO, 2005).
Agora que já conhecemos um pouco sobre Taylor e o momento histórico em que ele viveu, vamos aprender
sobre suas propostas com o subtópico a seguir.
1.2.2 Propostas da Administração Científica
De acordo com Chiavenato (2005), a Organização Racional do Trabalho (ORT) — proposta por Taylor e outros
engenheiros — tinha como meta substituir os métodos empíricos e rudimentares pelo que o autor chamou de
“métodos científicos”. Taylor observou que os operários aprendiam olhando seus colegas, contudo, esse método
poderia trazer problemas, pois não incentivava a padronização e a eficiência. Além disso, as diversas formas de
realizarem uma mesma atividade e a utilização de distintas ferramentas eram fatores geradores de gastos
desnecessários de tempo e de recursos. Dessa maneira, tendo isso como base, Taylor passou a analisar os
tempos e movimentos, que propiciou forte impacto no aumento da eficiência na produção, mas que, por outro
lado, gerou uma mecanização das atividades do operário.
Chiavenato (2005), Maximiano (2017) e Oliveira (2008) destacam os principais pontos das observações
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Chiavenato (2005), Maximiano (2017) e Oliveira (2008) destacam os principais pontos das observações
realizadas por Taylor:
• : consiste em dividir e subdividir todos os Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos
movimentos necessários para a execução de uma determinada tarefa. Isso deveria ser realizado por meio 
de uma observação metódica da execução da tarefa, a fim de decompô-la em uma séria ordenada de 
movimentos simples e eliminar os movimentos inúteis, simplificando ao máximo. O estudo dos tempos e 
movimentos deve considerar o tempo médio que um operário comum leva para realizar uma tarefa, 
incluindo os tempos adicionais de refeição, lanche, conversas, ida ao banheiro etc.
• : Taylor percebeu que a diminuição da produtividade e da qualidade do Estudo da fadiga humana
trabalho, bem como da eficiência, estava diretamente relacionada com a fadiga humana. Esse fato 
ocasionava perda de tempo, aumento da rotatividade de pessoal, doenças e acidentes, além da diminuição 
da capacidade de esforço. Convém ressaltar, contudo, que estamos falando de uma época fabril, em que a 
necessidade do esforço físico para a realização das atividades era grande. Assim, Taylor avaliou, então, 
que esse redutor de eficiência poderia ser minimizado se os movimentos fossem economizados 
(reduzidos), sejam eles relativos ao corpo humano, ao arranjo do material de trabalho e ao desempenho 
de ferramentas e equipamentos.
• : para Taylor, as tarefas eram realizadas pelo trabalhador e o cargo Desenho de cargos e tarefas
representava o conjunto de tarefas executadas de forca repetitiva. Um cargo simples é aquele que tem 
somente um tipo de tarefa (como o operário braçal), enquanto que um cargo complexo é constituído de 
várias atividades diferentes. Assim, as vantagens da simplificação do desenho de cargos propiciaram 
admissão de funcionários com qualificações mínimas e salários menores, reduzindo os custos de 
produção e de treinamento, bem como a redução de erros na execução do trabalho. Esses fatores, 
inclusive, aumentaram a eficiência do trabalhador e da produtividade.
• : Taylor procurou conciliar os Incentivo salarial e prêmio de produção ( )Homo Economicusinteresses da empresa e dos operários. De acordo com suas ideias, a empresa quer um custo de produção 
reduzido, maior produtividade e melhores retornos financeiros. O operário, por sua vez, quer um salário 
mais elevado. Nesse contexto, Taylor pensou na possibilidade de remunerar o operário conforme sua 
produção, uma vez que o homem é , mesquinho, preguiçoso e trabalha somente para manter economicus
sua sobrevivência. Dessa forma, é influenciado por recompensas salariais, econômicas e materiais.
A seguir, vamos analisar um caso para entendermos melhor sobre essas propostas de Taylor na prática.
•
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Taylor e os engenheiros da ORT também se preocuparam com ações que auxiliassem na melhoria das condições
de trabalho, visando o aumento da eficiência por meio da otimização dos tempos e movimentos. Entre as
preocupações, podemos destacar:
• adequação das ferramentas, instrumentos e equipamentos de produção para minimizar o esforço e a 
perda de tempo na realização da tarefa;
• arranjo físico das máquinas e equipamentos para otimizar o fluxo produtivo;
• melhoria do ambiente físico, ruído, ventilação e iluminação, buscando evitar a redução da eficiência do 
trabalhador e sua fadiga;
• desenvolvimento de instrumentos e equipamentos específicos, conforme o cargo e tarefa, para reduzir 
movimentos desnecessários.
Na busca incessante pela máxima eficiência, Taylor e os Engenheiros da ORT procuravam transformar essas
preocupações em ações. Para tanto, prescreveram vários princípios, os quais detalharemos na sequência.
CASO
Uma consultoria foi contratada para rever o processo de atendimento da empresa XPTO.
Analisando os dados, identificou que os clientes tinham diversos canais de comunicação com a
empresa (telefone, , vendedores, redes sociais e aplicativos), porém, mesmo com todae-mail
essa proximidade, haviam muitas reclamações: os pedidos não eram devidamente registrados
e, quando o funcionário para quem o cliente demandou não estava presente, a solicitação
ficava parada, ou, até mesmo, perdida.
A proposta da consultoria foi a compra de equipamentos ( e ) para ahardwares softwares
implantação de um interno, centralizando todos os pedidos em um único ponto.Call Center
João, experiente gestor de atendimento ao cliente, foi contratado para essa implantação.
O primeiro passo foi fazer uma pesquisa com os atendentes sobre quais eram as queixas mais
comuns e qual seria a melhor solução. Depois, João investigou o tempo que demandaria para
dar um retorno para o cliente, conforme o problema levantado. Assim, a partir desses
parâmetros, desenhou para as questões mais comuns, delimitando um tempo padrãoscripts 
de resposta. Para agilizar o atendimento, mediu o tempo que cada atendente realizava e tirou
uma média. Avaliou, também, quanto tempo cada um demandava para fazer uma ligação,
desde a digitação do número até a ligação ser completada. Investiu, além disso, em
equipamentos que agilizassem o tempo de ligação e diminuísse o tempo médio de
atendimento, reduzindo, assim, o tempo do cliente na fila de espera.
Podemos perceber que a solução encontrada para resolver a ineficiência do atendimento foi
alicerçada, em grande parte, nos conceitos da Administração Científica. A presença da
padronização dos processos e a análise de tempos e movimentos estão presentes na
centralização do atendimento em um único ponto, na utilização de ferramentas adequadas
para a redução do tempo de ligação para o cliente e do tempo de espera para ser atendido (no
caso, investiu em estações de trabalho), na criação de (mesma resposta para questõesscripts
semelhantes) e na mensuração do tempo para se efetuar uma ligação. Todas essas alterações
resultaram no aumento da eficiência do setor de atendimento da organização.
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1.2.3 Princípios da Administração Científica
Podemos entender os princípios como uma prescrição de receita para orientar como algo deve ser realizado. De
fato, os adeptos da teoria da Administração Científica — e, de forma geral, da Escola Clássica da Administração
— buscam prescrever normas de como o administrador deverá conduzir uma organização. Entre elas,
Chiavenato (2005) destaca quatro:
• o , que busca substituir o trabalho do improviso e empírico (ou seja, com princípio do planejamento
base na experiência) por métodos científicos;
• o , que busca selecionar, cientificamente, os trabalhadores conforme suas princípio do preparo
aptidões, e prepará-los para que possam produzir com a maior eficiência possível. Para Taylor, um 
trabalhador que tivesse aptidão para atuar com força física não seria apto para atividades 
administrativas. Dispor racionalmente os equipamentos, ferramentas e móveis no ambiente físico 
também faz parte desse processo;
• o , que busca certificar se o trabalho está sendo realizado conforme o método princípio do controle
científico estabelecido e no plano estipulado. Em caso de não conformidade, deve ser ajustado;
• por fim, o , que rege a distribuição das atividades e responsabilidades para que princípio da execução
sejam realizadas com disciplina.
As propostas de Taylor trouxeram para a sociedade a oportunidade de consumirem produtos e serviços que
antes eram somente para quem tinha maior poder aquisitivo. A eficiência dos processos e a produção em escala
acarretaram na redução dos custos e, portanto, do preço final para o consumidor. Por outro lado, a falta de visão
de que o operário é um ser humano ocasionou a desmotivação das pessoas no ambiente de trabalho, uma vez
que estavam niveladas como se fossem componentes que formavam máquinas.
A alta especialização dos funcionários e a visão da empresa como se fosse máquina ainda acarretaram críticas às
ideias tayloristas. Uma delas foi a visão da empresa como se fosse um sistema que não depende do meio para sua
sobrevivência, isto é, um sistema fechado em si mesmo.
1.3 A organização vista como um sistema fechado: análise 
crítica da Administração Científica
Para facilitar a compreensão sobre o pensamento sistêmico, vamos iniciar com um exemplo. Pense no seu corpo:
ele é um grande sistema, formado por vários subsistemas (circulatório, nervoso, respiratório etc.). Para que seu
organismo funcione corretamente, todos os subsistemas que o compõe devem estar alinhados e saudáveis.
Perceba, também, que para termos saúde, nosso organismo faz uma troca constante com o meio externo. Por
isso, devemos nos alimentar adequadamente, respirar ar puro, fazer exercícios e manter uma vida equilibrada.
Ao ingerirmos um alimento, por exemplo, nosso corpo o transforma em energia e despreza para o ambiente
aquilo que não serve.
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Figura 3 - Etapas de um sistema aberto
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Com esse exemplo, podemos entender que nosso corpo é o caso de um sistema considerado aberto. Um sistema
aberto, portanto, é aquele que troca com o meio.
O tipo fechado, por outro lado, não apresenta essa troca, ou seja, não influencia e não sofre influência do meio. De
acordo com Chiavenato (2005), a visão da Administração Científica prega que as organizações são sistemas
predominantemente fechados, o que significa dizer que funcionam como se fossem entidades autônomas que
não dependem do meio externo para sobreviver. Nesse tipo de sistema, as organizações analisam as ocorrências
somente sob a perspectiva das variáveis internas conhecidas. Contudo, vale destacarmos que os teóricos da ORT
estavam enganados, visto que as organizações funcionam como o nosso corpo, isto é, são sistemas
predominantemente abertos, pois recebem seus (entradas) do meio externo.inputs
Apesar da melhoria contínua dos processos com os ajustes dos tempos, dos movimentos, das ferramentas e da
forte padronização de ferramentas, por exemplo, as críticas ao modelo se tornaram evidentes. A seguir vamos
sintetizar as principais.
1.3.1 Crítica à Administração Científica
Chiavenato (2005) nos explica a apreciação crítica referente à teoria da Administração Científica, incluindo:
• Mecanicismo: foco nas tarefas, no cargo e nafunção. Dá pouca importância para o ser humano dentro 
da organização, ou seja, operários passivos que executam o trabalho e recebem ordens. Concilia patrão x 
empregado, mas somente pelo dinheiro. Ademais, a organização é vista como uma máquina, ou seja, 
VOCÊ QUER VER?
O filme , de Charles Chaplin, nos dá uma excelente noção do que aTempos Modernos
padronização e a eficiência trouxeram para a sociedade da época. O exagero pela eficiência
resultou em críticas aos novos processos, pois consideravam que o homem estava sendo visto
como uma máquina. Essa crítica, inclusive, poderá ser visualizada na cena em que Chaplin é
engolido pelas engrenagens da fábrica. Já a padronização pode ser vista quando o personagem
procura rosquear tudo que se parece com um parafuso. Você pode assistir ao filme por
completo em: < >.https://www.youtube.com/watch?v=HAPilyrEzC4&t=2234s
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https://www.youtube.com/watch?v=HAPilyrEzC4&t=2234s
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da organização, ou seja, operários passivos que executam o trabalho e recebem ordens. Concilia patrão x 
empregado, mas somente pelo dinheiro. Ademais, a organização é vista como uma máquina, ou seja, 
formada por peças que, juntas, criam um mecanismo estático e rígido, daí o termo “organização 
mecanicista”.
• Superespecialização do operário: segundo os críticos da teoria, a superespecialização viola a 
dignidade humana, pois priva os operários da satisfação no trabalho.
• Visão microscópica do Homem: vê a individualidade e não considera o Homem como um ser social 
(pessoas são preguiçosas e ineficientes). O ser humano é visto como sendo um processo acessório da 
máquina.
• Abordagem de sistema fechado: trabalha as organizações como se fossem entidades autônomas, sem 
qualquer influência vinda de fora delas.
• Ausência de comprovação científica: apesar de pregar a visão científica, não analisa o porquê de a 
ação do operário e não faz abstrações sobre os resultados mensurados.
• Abordagem incompleta da organização: limita-se aos aspectos formais da organização (cargos, 
tarefas, ferramentas, funções, divisão de classes etc.) e não considera a informalidade e o aspecto humano.
• Limitação do campo de atuação: se restringe ao ambiente de produção, não avaliando os aspectos da 
vida financeira, comercial ou logística. O desenho de cargos fica restrito ao conceito do .Homo Economicus
• Abordagem prescritiva e normativa: se preocupa em prescrever normas que pensam ser aplicadas 
em todas as situações.
A teoria da Administração Científica de Taylor faz parte da chamada Escola Clássica da Administração, que
agrega outro importante nome, o qual contribuiu com sua teoria para a evolução dessa ciência: Henri Fayol, que
conheceremos a seguir.
1.4 Abordagem clássica: as premissas da teoria clássica de 
Fayol quanto à ênfase na estrutura
Henri Fayol, engenheiro francês, nascido em 1841, experimentou as consequências da Revolução Industrial.
Vivenciou a Primeira Grande Guerra edesenvolveu sua carreira em uma única empresa metalúrgica e
carbonífera, alcançando o cargo máximo. Fayol publicou sua teoria em 1916, no livro “Administração industrial e
geral”, em que enfatizou o papel dos executivos na administração dos bens da empresa.
Enquanto que as propostas de Taylor e os engenheiros envolvidos com a teoria da Administração Científica
tinham na produção o centro de suas atenções para que fossem cada vez mais eficientes, Fayol partiu do todo
organizacional. Para o autor, a eficiência deveria vir de toda a organização, e não somente da produção, em “[...]
uma abordagem sintética, global e universal da empresa, inaugurando uma abordagem anatômica e estrutural
que rapidamente suplantou a abordagem analítica e concreta de Taylor”. (CHIAVENATO, 2005, p. 80).
Vamos nos aprofundar sobre isso a partir de agora.
1.4.1 Características da teoria de Fayol
Fayol (2009) propõe que as empresas, em síntese, são compostas por seis funções:
• Funções técnicas, relacionadas a fabricação de bens e serviços;
• Funções comerciais, relacionadas a compras, vendas e trocas;
• Funções financeiras, relativas ao capital e a finanças da empresa;
• Funções de segurança, relacionada a proteção patrimonial e de pessoa;
• Funções contábeis, relativas aos balanços, a precificação, aos inventários e as estatísticas;
• Funções administrativas, relacionadas em prever, organizar, comandar, coordenar e controlar.
As funções administrativas abarcam e controlam todas as outras. De acordo com Chiavenato (2005), Fayol define
que administrar é prever (visualizar o futuro e projetar ações), organizar (mobilizar corretamente os recursos
físicos e humanos), comandar (dirigir as pessoas), coordenar (missão de harmonizar os atos da empresa) e
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físicos e humanos), comandar (dirigir as pessoas), coordenar (missão de harmonizar os atos da empresa) e
controlar (fazer com que as regras sejam cumpridas). Fayol propõe, ainda, a existência de uma
proporcionalidade das funções administrativas em relação as outras. Para ele, essas funções não são privilégio
da alta cúpula da empresa, mas presente em todos os níveis hierárquicos.
Ainda para o teórico, quanto menor o nível hierárquico, menor as funções administrativas e maior a proporção
das demais funções. Assim, em outras palavras, quanto maior for as funções administrativas, maior será o nível
conceitual exigido de quem ocupa esses cargos. Em contrapartida, as atividades que envolvem as demais funções
exigem menos conceitos e maior nível operacional.
Em relação ao administrador, Fayol (2009) também estabelece algumas funções, decorrentes das funções da
empresa:
• Previsão: prever o futuro e prover recursos para mitigar imprevistos;
• Organização: saber proporcionar e alocar tudo o que for necessário para o funcionamento da empresa, 
seja no aspecto material, seja no aspecto social;
• Comando: procura obter o máximo de retorno de todos os funcionários em relação à proposta do 
negócio da empresa;
• Coordenação: deve “[...] harmonizar todas as atividades do negócio, facilitando seu trabalho e sucesso” 
(CHIAVENATO, 2005, p. 81);
• Controle: avalia se tudo ocorre conforme o programado. Caso aconteça erros e fraquezas, procede 
ajustes e ações para que estes não sejam frequentes.
Assim como na teoria da Administração Cientifica, a administração clássica de Fayol apresentou seus princípios
e leis, que estão explicitados no próximo item.
1.4.2 Princípios da proposta de Fayol
Para Fayol, tudo dentro de uma empresa é questão de “[...] ponderação, medida e bom senso. Os princípios são
universais e se adaptam a qualquer tempo, lugar ou circunstâncias” (CHIAVENATO, 2005, p. 83). Assim, ele
delimita 14 princípios da Administração, conforme delineado no quadro a seguir.
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VOCÊ QUER LER?
Agora que você já conhece as propostas de Taylor e Fayol, vale a pena ler o artigo “Conceitos
de Gestão e Administração: uma revisão crítica”, de Emerson de Paulo Dias. Com ele, é possível
elaborar uma visão crítica e conhecer a diferença entre gestão e administração. Além disso, a
revisão bibliográfica do autor ajudará no entendimento dessas diferenças, à luz de diversos
autores, incluindo Drucker. Acesse o artigo na íntegra com o : <link http://periodicos.unifacef.
>.com.br/index.php/rea/article/view/160/16
http://periodicos.unifacef.com.br/index.php/rea/article/view/160/16
http://periodicos.unifacef.com.br/index.php/rea/article/view/160/16
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Quadro 3 - Os 14 princípios da teoria clássica de Fayol.
Fonte: CHIAVENATO, 2005, p. 83.
Assim como um médico que prescreve uma receita — ou seja, indica qual é o remédio mais indicado e como ele
deve ser administrado —, as teorias clássicas de Taylor e Fayol possuem característica prescritiva, orientando
como o administrador deve atuar.
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1.4.3 Proposta da divisão do trabalho e da especialização
Tendo como base a influência da Igreja Católica e das organizações militares, as teorias clássicas mantiveram a
proposta de uma organização estruturada em um formato piramidal e hierárquico, dentrode um modelo linear
de autoridade, segmentado por departamentos. Nesse contexto, é possível perceber que a fragmentação em
departamentos também tem influência do princípio da decomposição de Descartes.
Figura 4 - Organização piramidal linha x staff
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
Nesse tipo de organização, a supervisão ou autoridade linear é centrada na unidade de comando (representado
na figura anterior pelos números de 1 a 4), em uma estrutura piramidal. Assim, cada departamento possui um
gestor, e o funcionário deve subordinação somente a ele. Para que os gestores possam focar em suas tarefas,
órgãos de apoio são utilizados, formando uma autoridade de ou assessoria. Esses órgãos (representados porstaff 
consultorias, aconselhamentos, recomendações etc.), por sua vez, não fazem parte da linha hierárquica e não
possuem o poder de comando, pertencente somente à autoridade linear. Nesse sentido, diferencia-se da
autoridade de linha, cujo poder formal está instituído para dirigir e controlar os funcionários.
A autoridade de tem o direito somente de aconselhar, prestar consultoria e orientar (CHIAVENATO, 2005;staff
MAXIMIANO, 2017). Em síntese, a organização linear tem as seguintes características:
• estrutura em forma piramidal;
• incidência de supervisão linear (autoridade linear);
• baseada na unidade de comando (em oposição à supervisão funcional da Administração Científica);
• cadeia escalar (hierarquia);
• autoridade de para apoiar os órgãos especialistas;staff
• autoridade de linha atribuída aos gerentes em forma de poder formal para dirigir e controlar os 
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• autoridade de linha atribuída aos gerentes em forma de poder formal para dirigir e controlar os 
subordinados imediatos.
Apesar de que, hoje em dia, muitas organizações estão sendo mais flexíveis na forma de organizar suas
estruturas, muitos dos princípios que vimos da Escola Clássica podem ser encontrados ainda nas empresas,
mesmo que com outra roupagem. É o caso da melhoria da eficiência dos processos, da estrutura de cargos de
salários e da organização linear, por exemplo.
O importante, com tudo isso, é que você tenha conseguido voltar no tempo ao longo deste capítulo e entender o
momento histórico em que viveram os autores mencionados e suas teorias. Isso, como já comentamos, auxilia a
dar sentido às teorias e suas implicações na contemporaneidade.
Síntese
Neste capítulo, você pôde compreender a importância em estudar as teorias e a origem da administração, pois
somente assim é possível entender a evolução dessa ciência e sua influência nas organizações e na sociedade.
Não tivemos a pretensão em esgotar os assuntos, mas, sim, mostrar as principais contribuições e críticas que
cada teoria trouxe para o crescimento da administração.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
• entender a importância do estudo das teorias;
• conhecer o conceito do que é uma teoria e sua importância para o desenvolvimento da ciência e dos 
modelos;
• entender o conceito de administração e de organização;
• compreender o que é a administração e seus quatro pilares, bem como seu uso dentro das organizações;
• compreender a importância dos filósofos na evolução da ciência da administração, com destaque para as 
ideias de Descartes;
• observar que os princípios de Descartes tiveram forte influência em diversas áreas do conhecimento e, 
inclusive hoje, somos influenciados por suas ideias;
• analisar a influência da Igreja Católica e da Organização Militar na sociedade e na estrutura e das 
organizações;
• entender a influência da Revolução Francesa (ideias liberais) e da Revolução Industrial (surgimento das 
máquinas a vapor) que mudaram a sociedade mundial.
• compreender a teoria da Administração Científica de Taylor, bem como seus conceitos, seus princípios e 
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VOCÊ QUER LER?
No artigo “Administração Científica e Clássica: a visão dos homens que construíram a base da
gestão organizacional moderna”, Velcemiro Ignácio Maia faz uma revisão sobre a história e
sobre as contribuições que Taylor e Fayol trouxeram para a administração, inseridos em um
contexto capitalista ainda incipiente, que surgiu a partir da transição do Antigo Regime para a
Modernidade. O autor insere a presença do Fordismo, como uma evolução das ideias
tayloristas, e apresenta o Taylorismo como mais do que uma teoria, ou seja, uma ideologia
capitalista. Aproveite para consolidar e ampliar seus conceitos e sua visão crítica lendo o artigo
por completo: < >.http://periodicos.fapam.edu.br/index.php/synthesis/article/view/36/33
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http://periodicos.fapam.edu.br/index.php/synthesis/article/view/36/33
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• compreender a teoria da Administração Científica de Taylor, bem como seus conceitos, seus princípios e 
suas principais críticas da Administração Científica;
• entender a teoria Administrativa (também chamada de teoria clássica) de Henri Fayol, bem como suas 
características.
Bibliografia
BOTHAMLEY, J. . New York City: Barnes & Noble, 2004.Dictionary of Theories
CHIAVENATO, I. . Rio de Janeiro: Elsevier, 2005.Introdução à teoria geral da administração
DIAS, E. de P. Conceitos de Gestão e Administração: uma revisão crítica. Revista Eletrônica de Administração –
, v. 1, n. 1, jul./dez. 2002. Disponível em: <Facef http://periodicos.unifacef.com.br/index.php/rea/article/view
>. Acesso em: 03/05/2018./160/16
FAYOL, H. . 10 ed. São Paulo: Atlas, 2009.Administração industrial e geral
MAIA, V. I. Administração científica e clássica: a visão dos homens que construíram a base da gestão
organizacional moderna. , Pará de Minas, v. 2, n. 2, p. 85-98, nov. 2010. Disponível em: <Revista Digital FAPAM
>. Acesso em: 03/05/2018.http://periodicos.fapam.edu.br/index.php/synthesis/article/view/36/33
MAXIMIANO, A. C. A. . Da revolução Urbana à Revolução Digital. São Paulo:Teoria Geral da Administração
Editora Atlas, 2017.
STONER, J. A. F.; FREEMAN, R. E. . 5 ed. Rio de Janeiro: PHC, 1994.Administração
TAYLOR, F. W. . São Paulo, Editora Atlas, 1990.Princípios da Administração Científica
TEMPOS Modernos. Direção: Charles Chaplin. Estados Unidos: 1936. 83 min. Disponível em: <https://www.
>. Acesso em: 04/05/2018.youtube.com/watch?v=HAPilyrEzC4&t=2234s
TZU, S. . Porto Alegre: L&PM Pocket, 2006. Disponível em: <A Arte da Guerra http://unes.br/Biblioteca
>. Acesso em: 04/05/2018./Arquivos/A_Arte_da_Guerra_L&PM.pdf
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http://periodicos.unifacef.com.br/index.php/rea/article/view/160/16
http://periodicos.unifacef.com.br/index.php/rea/article/view/160/16
http://periodicos.fapam.edu.br/index.php/synthesis/article/view/36/33
https://www.youtube.com/watch?v=HAPilyrEzC4&t=2234s
https://www.youtube.com/watch?v=HAPilyrEzC4&t=2234s
http://unes.br/Biblioteca/Arquivos/A_Arte_da_Guerra_L&PM.pdf
http://unes.br/Biblioteca/Arquivos/A_Arte_da_Guerra_L&PM.pdf
	Introdução
	1.1 Primórdios da administração: influência dos filósofos, da Igreja, da organização militar e da Revolução Industrial
	1.1.1 Afinal, qual é motivo de aprendermos a teoria?
	1.1.2 Entendendo os conceitos de administração e de organização
	1.1.3 Fatores que influenciaram a administração enquanto ciência
	1.2 Abordagem clássica: as premissas da Administração Científica de Taylor quanto à racionalização do trabalho e eficiência na produção
	1.2.1 Quem foi Taylor?
	1.2.2 Propostas da Administração Científica
	1.2.3 Princípios da Administração Científica
	1.3 A organização vista como um sistema fechado: análise crítica da Administração Científica
	1.3.1 Crítica à Administração Científica
	1.4 Abordagem clássica: as premissas da teoria clássica de Fayol quanto à ênfase na estrutura
	1.4.1 Características da teoria de Fayol
	1.4.2 Princípios da proposta de Fayol
	1.4.3 Proposta da divisão do trabalho e da especialização
	Síntese
	Bibliografia

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