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Módulo II Aspectos constitucionais e históricos do Legislativo brasileiro

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Módulo II – Aspectos constitucionais e históricos do Legislativo
brasileiro
Site: Instituto Legislativo Brasileiro - ILB
Curso: O Poder Legislativo - Turma 1
Livro:
Módulo II – Aspectos constitucionais e históricos do Legislativo
brasileiro
Impresso por: Isabelle Lobo
Data: terça, 19 mai 2020, 12:13
https://saberes.senado.leg.br/
Descrição
MÓDULO II – Aspectos constitucionais e históricos do Legislativo brasileiro
Sumário
Módulo II – Aspectos constitucionais e históricos do Legislativo brasileiro
Unidade 1 – O Legislativo no Império
Pág. 2 - Voto Censitário
Pág. 3 - Conflitos
Pág. 4 - Constituição de 1824
Pág. 5 - Poder Legislativo
Pág. 6 - Eleições
Pág. 7 - Quem poderia ser eleito Deputado ou Senador
Pág. 8 - Domicílio Eleitoral
Pág. 9 - Curiosidade
Pág. 10 - Da Câmara dos Deputados e do Senado no Império
Pág. 11 - Curiosidade
Pág. 12 - Atenção
Pág. 13 - Para refletir
Unidade 2 – O Legislativo na República
Pág. 2 - Coronelismo
Pág. 3 - Congresso Nacional
Pág. 4 - Curiosidade
Pág. 5 - Para refletir
Pág. 6 - O Legislativo à luz da Constituição de 1934
Pág. 7 - Representação Classista
Pág. 8 - Curiosidade
Pág. 9 - Para refletir
Pág. 10 - O Poder Legislativo à luz da Constituição de 1937
Pág. 11 - Parlamento Nacional
Pág. 12 - Preenchimento de vagas no Parlamento
Pág. 13 - Da Câmara dos Deputados
Pág. 14 - Do Conselho Federal
Pág. 15 - Iniciativa das Leis
Pág. 16 - Curiosidade
Pág. 17 - Para refletir
Pág. 18 - O Poder Legislativo à luz da Constituição de 1946
Pág. 19 - Decoro Parlamentar
Pág. 20 - Condições de elegibilidade para o Congresso Nacional
Pág. 21 - Curiosidade
Pág. 22 - Para refletir
Pág. 23 - O Poder Legislativo à luz da Constituição de 1967
Pág. 24 - Reuniões e Condições de elegibilidade
Página 25 - Reunião Conjunta
Pág. 26 - Da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
Pág. 27 - Curiosidade
Pág. 28 - Para refletir
Exercícios de Fixação - Módulo II
Módulo II – Aspectos constitucionais e históricos do Legislativo brasileiro
Este módulo tem como objetivo expor as principais características de nosso
parlamento a partir da análise das diversas constituições que vigoraram em nossa
sociedade. Salientaremos as peculiaridades das duas Casas Legislativas - Câmara dos
Deputados e Senado Federal - no decorrer do Período Imperial e Republicano.
Unidade 1 – O Legislativo no Império
Em 1823, O Imperador D. Pedro I convoca a Assembleia Geral, Constituinte e Legislativa do Império do Brasil, que se instala
na cidade do Rio de Janeiro. 
Octaciano Nogueira, em seu livro O Poder Legislativo no Brasil (1821-1930), observou o seguinte sobre o processo eleitoral daquela
época:
“As freguesias ou povoações indicavam compromissários que, reunidos nas 81 cabeças de Distrito em que foi dividido o Brasil (incluindo a Cisplatina),
elegiam os Deputados mediante o voto exarado em cédula escrita.”
Continua o autor:
“Os Deputados para a Assembleia Geral Constituinte e Legislativa do Reino do Brasil não podem por ora ser menos de 100.”
 
Pág. 2 - Voto Censitário
 
Frisa-se que as províncias de Minas Gerais, Bahia e Pernambuco, juntas, foram responsáveis pela eleição de quase a
metade dos Deputados naquele pleito: exatos 46 parlamentares.
 
À época, para se ter direito ao voto exigia-se das pessoas uma determinada renda mínima, era o que se chamava de
voto censitário, que caracterizava as eleições em toda a Europa, com a exceção da Suíça, que adotara o voto
universal já em 1830.
Como reflexo do voto censitário, são oportunos os comentários do professor Vamireh Chacon:
 
“Com o resultado de, em 1881, próximo da proclamação da República, o Brasil só ter cento e cinquenta mil eleitores numa população de
doze milhões de habitantes. Acontece que esta regra [do voto censitário] se originava em inspiração europeia: a Grã-Bretanha praticou o
critério censitário nada menos que até 1918”. (grifo nosso). (Fonte: História do Legislativo Brasileiro – Congresso Nacional. Volume IV.
Brasília. 2008).
 
Pág. 3 - Conflitos
À época, são notórios os conflitos entre o monarca e a Assembleia
Constituinte, como se observa do próprio Projeto de Constituição engendrado
pelo Parlamento, que não previa a existência nem do Poder Moderador, nem
tampouco do direito de dissolver a Câmara dos Deputados, prerrogativas
vislumbradas pelo Imperador.
Em 12 de novembro de 1823, a Assembleia Constituinte foi dissolvida por
Decreto do Imperador, e, em seu lugar, cria-se um Conselho de Estado com o
objetivo de elaborar novo Projeto de Constituição.
Alguns meses depois, em 25 de março de 1824, D. Pedro I outorga à Nação a
primeira Constituição brasileira.
   
Pág. 4 - Constituição de 1824
A Constituição de 1824 reconhecia, em seu art. 10, a existência, no Brasil, de quatro poderes: o Legislativo, o Moderador, o Executivo e o Judicial.
O Poder Moderador, exercido diretamente pelo Imperador, situava-se acima dos demais Poderes previstos na clássica tripartição de Montesquieu,
permitindo ao monarca interferir nos assuntos do Executivo e do Legislativo.
 
Na verdade, a estrutura de Poder existente naquela época estava fundamentada na concentração do poder nas mãos do Imperador. E isso se refletia,
sobremaneira, no perfil do Poder Legislativo que iria marcar todo o período de nossa história Imperial.
Organograma da Constituição de 1824
O imperador reinava absoluto sobre os outros poderes do império
 
Organização dos poderes segundo a Constituição de 1824
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao24.htm
Pág. 5 - Poder Legislativo
Em relação ao Poder Legislativo, temos que ele sempre foi, no Brasil, em nível nacional, bicameral, isto é, constituído por duas Casas de Leis.
Prova disso é a previsão, estabelecida já na Constituição de 1824, de que o Poder Legislativo seria delegado à Assembleia Geral, constituída pela
Câmara de Deputados e Câmara de Senadores (Senado), com a sanção do Imperador.
Temos então:
Poder Legislativo
Assembleia Geral
Câmara de Deputados Câmara de Senadores (ou Senado)
 
Pág. 6 - Eleições
 
Como funcionavam as eleições?
Os cidadãos ativos reuniam-se nas Assembleias Paroquiais para elegerem os eleitores de Província, e estes, por sua vez, elegiam os
Deputados e Senadores.
E quem eram esses cidadãos ativos?
Nas eleições primárias votavam: os cidadãos brasileiros no gozo de seus direitos políticos e os estrangeiros naturalizados que tivessem a
renda líquida anual de 100 mil réis por bens de raiz, indústria, comércio ou emprego.
Eram excluídos de votar nas Assembleias Paroquiais:
· os menores de 25 anos (salvo os casados; os oficiais militares maiores de 21 anos; os bacharéis formados e clérigos de Ordens Sacras);
· os filhos de famílias que estivessem na companhia de seus pais (salvo se servissem ofícios públicos);
· os criados de servir (em cuja classe não entram os guarda-livros e primeiros-caixeiros das casas de comércio, os criados da Casa Imperial
que não fossem de galão branco, e os administradores das fazendas rurais e fábricas);
· os religiosos e quaisquer que vivessem em comunidade claustral.
E quem eram os eleitores de província?
Todos aqueles que podiam votar nas Assembleias Paroquiais, estavam aptos a eleger os deputados e senadores do Império, exceto:
· os que não tivessem de renda líquida anual 200 mil réis por bens de raiz, indústria, comércio ou emprego;
· os libertos;
· os criminosos pronunciados em querela ou devassa.
 
Pág. 7 - Quem poderia ser eleito Deputado ou Senador
E quem poderia ser eleito Deputado ou Senador?
Podia ser eleito Deputado todo e qualquer eleitor de província, exceto:
os que não tivessem 400 mil réis de renda líquida anual;
os estrangeiros naturalizados;
os que não professassem a religião do Estado.
Podia ser eleito Senador todo e qualquer eleitor de província que:
fosse cidadão brasileiro no gozo dos direitos políticos;
tivesse a idade mínima de 40 anos;
fosse pessoa de saber, capacidade e virtudes, com preferência os que tivessem prestado serviços à Pátria;
tivesse rendimento anual, por bens, indústria,comércio ou emprego, de 800 mil réis.
Direito eleitoral - pgm 02 - História eleitoral do BrDireito eleitoral - pgm 02 - História eleitoral do Br……
https://www.youtube.com/watch?v=HIjLU-kcpAg
Pág. 8 - Domicílio Eleitoral
Domicílio Eleitoral
No Império, os cidadãos eram elegíveis em cada distrito eleitoral para o cargo de Deputado ou de Senador mesmo que ali não tivessem
nascido ou fossem residentes ou domiciliados. O princípio do domicílio eleitoral é regra que, no Brasil, só surge com a República, quando a
lei passa a impor, como condição de elegibilidade, um número determinado de anos de residência no Estado por onde o candidato deseja ser
eleito.
A questão da Escravidão
Se hoje em dia, o voto é universal, exercido por cerca de 140 milhões de cidadãos, não podemos esquecer que durante o Império (até 1888,
com a Abolição da Escravatura) uma imensa parcela da população brasileira estava alijada do processo eleitoral: os escravos.
E, sem dúvida, o Parlamento Imperial foi palco de inúmeros debates entre os abolicionistas e os defensores do sistema escravocrata.
 
Pág. 9 - Curiosidade
Você sabia que:
No Império, embora a Legislatura durasse 4 anos, como hoje em dia, a
sessão legislativa anual durava apenas 4 meses?
No Império, os trabalhos legislativos da Assembleia Geral eram
marcados para começar no dia 3 de maio de cada ano?
No Império, para a ocorrência de sessão em cada uma das Câmaras,
fazia-se necessária a presença da metade mais um dos seus respectivos
membros?
No Império, as sessões de cada uma das Câmaras eram, em regra,
públicas? Excetuavam-se aquelas em que o bem do Estado exigisse que
fossem secretas.
No Império, a maioria absoluta dos votos dos membros presentes era o
quórum de deliberação das Câmaras?
No Império, se o Senador fosse nomeado para o cargo de Ministro de
Estado ou de Conselheiro do Estado, ele continuava ocupando o cargo
no Senado?
No Império, se o Deputado fosse nomeado para o cargo de Ministro de
Estado ou de Conselheiro do Estado, ocorreria nova eleição para o cargo
vago de Deputado e, sendo ele reeleito, permitia-se a ele acumular os
dois cargos?
No Império, era permitido ao eleito Senador ou Deputado, que já
ocupasse cargo de Ministro de Estado ou Conselheiro de Estado,
acumular essas duas funções?
No Império, os subsídios dos Senadores eram iguais aos dos Deputados,
acrescidos de mais metade?
 
Pág. 10 - Da Câmara dos Deputados e do Senado no Império
Da Câmara dos Deputados no Império
À Câmara Dos Deputados, eletiva e temporária, cabia a iniciativa privativa sobre impostos, reforma da Constituição, discussão das propostas
feitas pelo Poder Executivo e escolha da nova Dinastia no caso de extinção da existente.
Além disso, cabia a ela apresentar acusação contra ministros e conselheiros de Estado.
Do Senado no Império
Conforme a Constituição, cada província tinha tantos Senadores, todos vitalícios, quantos fossem a metade de seus respectivos
deputados.
Sobre essa questão da vitaliciedade senatorial, oportuno o seguinte comentário:
“A vitaliciedade do Senado foi sempre, desde 1831, objeto de ampla e permanente contestação dos liberais, tendo permanecido, no entanto,
como preceito constitucional até a proclamação da República.” (Constituições Brasileiras – 1824. Volume I. Octaciano Nogueira).
Se o número de Deputados da Província fosse impar, o número de Senadores se restringiria à metade do número imediatamente menor.
Como exemplo, uma província que tivesse 11 Deputados, elegeria 5 Senadores.
A província que elegesse apena um Deputado tinha garantida a eleição de um Senador, independentemente da regra acima.
As eleições eram feitas da mesma maneira que as eleições para Deputados, mas em listas tríplices, com o Imperador escolhendo o terço
na totalidade da lista.
Diferentemente de hoje em dia, em que cada Senador é eleito com 2 suplentes, quando se vagava o cargo de Senador realizava-se nova
eleição, isto é, não havia a figura do Suplente de Senador.
Hoje
Pág. 11 - Curiosidade
 
Você sabia que:
A Constituição de 1824 estabelecia que todos os príncipes da
Casa Imperial, ao completarem 25 anos, eram considerados
"Senadores por Direito", ou seja, ganhavam um assento no
Senado?
Algumas atribuições exclusivas do Senado durante o Império:
Conhecer dos delitos individuais cometidos pelos membros da Família Imperial, Ministros de Estado, Conselheiros de Estado e Senadores, e dos
delitos dos Deputados durante o período da Legislatura.
Convocar a Assembleia Geral no caso de morte do Imperador para a eleição da Regência.
No Império, o Poder Legislativo exerceu – além da típica função legislativa – um papel político fundamental, adaptando-se às especificidades de cada
um de seus períodos, seja durante o primeiro reinado, na fase da regência ou mesmo no decorrer do longo reinado de Dom Pedro II.
Ilustrativas são as palavras do professor José Honório Rodrigues:
"O Parlamento foi uma das forças que promoveram a unidade e a nacionalização do
Brasil. Tem-se atribuído a muitos fatores a unidade nacional, e entre eles não se poderia
nunca ocultar ou obscurecer o papel representado pelo Parlamento. A reunião, o
encontro, o debate de brasileiros de várias regiões, a busca incansável pelo acordo
nacional, a tentativa de conciliar interesses divergentes locais, provinciais e imperiais,
tudo favoreceu o fortalecimento da ideia de uma pátria grande e unida" (Octaciano
Nogueira - Poder Legislativo no Brasil - 1821 -1930
Pág. 12 - Atenção
Você deve ter percebido, nesta unidade, que as eleições
legislativas para o Parlamento Imperial ocorriam de forma
indireta, em dois turnos, não é? E quando surge o voto direto?
Muita gente pensa que o voto direto - característica basilar das
atuais democracias - só se iniciou após a derrubada do Império,
não é? Enganam-se! O voto direto foi instituído no Brasil em 1881,
ainda, em pleno Império, quando entrou em vigor a Lei Saraiva.
Nesse sentido, oportuno o comentário do historiador Boris Fausto, em sua obra História do Brasil:
 
“Afora a abolição da escravatura, uma das medidas mais importantes do Império na década de 1880 foi a aprovação de uma reforma
eleitoral conhecida como Lei Saraiva, em janeiro de 1881. (...) A reforma eleitoral estabeleceu o voto direto para as eleições legislativas,
acabando assim com a distinção restritiva entre votantes e eleitores. Todos, isto é, as pessoas em condições de votar, eram agora eleitores.
Manteve-se a exigência de um nível mínimo de renda – o censo econômico – e introduziu-se claramente, a partir de 1882, o censo literário,
isto é, daquele ano em diante só poderiam votar as pessoas que soubessem ler e escrever. O direito de voto foi estendido aos não-católicos,
aos brasileiros naturalizados e aos libertos.”
Pág. 13 - Para refletir
O Parlamento no Império caracterizou-se, de forma geral, por ser composto por
representantes das elites sociais da época. A aristocracia rural, alguns membros
da burguesia ascendente, intelectuais e membros da nobreza, como exemplo.
Embora a vaga de Senador fosse obtida por meio do voto, o eleito passava pelo
crivo pessoal do Imperador. Além disso, o cargo de Senador era exercido de
forma vitalícia. Muito tempo se passou e vivemos em um período de democracia
em que os cargos legislativos são obtidos competitivamente por meio das
eleições. Não obstante, já tramitaram nas duas Casas do Congresso Nacional
(encontram-se arquivadas) Propostas de Emenda à Constituição (PECs)
investindo os ex-presidentes da República no cargo de Senador Vitalício, sem
direito a voto. Tendo em vista os comentários acima, reflita sobre a pertinência
ou não dessas propostas, levando em consideração, os princípios democráticos
que norteiam a nossa sociedade.
Unidade 2 – O Legislativo na República
O Parlamento à luz da Constituição de 1891
Com a Proclamação da República, o Brasil ganha, em 1891, uma nova Constituição.
Já não fazia sentido a existência de um Poder Moderador, marca registrada da nossa fase Imperial, sobreposto aos
demais Poderes do Estado.
 
O sistemaeleitoral sofre modificações substanciais, haja vista a lógica republicana ter como fundamento a ideia de que
o poder tem como legítimo titular o povo, que, direta ou indiretamente, escolhe os seus representantes.
 
 
1ª Constituição Republicana1ª Constituição Republicana
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao91.htm
https://www.youtube.com/watch?v=ak9_Lan_VHw
Pág. 2 - Coronelismo
Evidentemente, precisamos relativizar a perspectiva desse poder popular. As primeiras décadas de nossa República caracterizaram-se pela
concentração do poder nas mãos de uma elite que comandava e orientava o voto da grande massa da população brasileira. Foi o período do
fenômeno do “coronelismo” e do “voto de cabresto”.
O conceito de “coronelismo” foi construído pelo saudoso professor Victor Nunes Leal:
“...concebemos o coronelismo como resultado da superposição de formas desenvolvidas do regime
representativo a uma estrutura econômica e social inadequada. (...) o coronelismo é sobretudo um
compromisso, uma troca de proveitos entre o poder público, progressivamente fortalecido, e a decadente
influência social dos chefes locais, notadamente, dos senhores de terras.” (retirado da obra de Victor Nunes
Leal. Coronelismo, Enxada e Voto – o Município e o Regime Representativo no Brasil).
Biogra�a Vitor Nunes Leal TV JustiçaBiogra�a Vitor Nunes Leal TV Justiça
https://www.youtube.com/watch?v=t6btA3bOrMU
Pág. 3 - Congresso Nacional
Agrega-se, ainda, a questão de que o nosso colégio eleitoral era extremamente reduzido (não votavam as mulheres e os analfabetos, por 
exemplo).
A Constituição de 1891 estabelecia que o Poder Legislativo fosse exercido pelo Congresso Nacional, este composto de dois ramos: a 
Câmara dos Deputados e o Senado Federal.
Foi com a República que se consagrou a expressão Congresso Nacional para denominar a reunião conjunta da Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal.
A mudança de regime político não alterou o formato bicameral de nosso Parlamento. De fato, o princípio do bicameralismo é marca 
registrada de nossa história política seja na fase Imperial, seja na Republicana.
O Congresso Nacional se reunia, independentemente de convocação, em 3 de maio de cada ano, funcionando por 4 meses, podendo esse 
prazo prorrogado, adiado ou haver convocação extraordinária, se necessário.
Uma peculiaridade interessante nessa questão é de que a faculdade de prorrogar as sessões legislativas era algo facultado apenas ao 
próprio Parlamento, diferentemente da fase Imperial, em que essa prerrogativa era exclusividade do Poder Executivo.
Pág. 4 - Curiosidade
 
Você sabia que no início da República:
A legislatura durava três anos?
Vagando cargo no congresso Nacional, por qualquer causa,
inclusive renúncia, o Governo do Estado determinava,
imediatamente, que se procedesse a nova eleição?
As deliberações eram tomadas por maioria de votos, achando-se
presente a maioria absoluta de seus membros?
Os Senadores e os Deputados recebiam o mesmo subsídio
pecuniário durante as sessões?
Condições de elegibilidade para o Congresso Nacional
- Estar na posse dos direitos de cidadão brasileiro e ser alistado como eleitor.
- Para a Câmara, ser cidadão brasileiro há mais de 4 anos e para o Senado Federal há mais de 6 anos.
- Para o Senado Federal era necessário ter mais de 35 anos de idade.
 
Da Câmara dos Deputados
A Câmara dos Deputados era composta de representantes do povo eleitos pelos Estados e pelo Distrito Federal, mediante o sufrágio direto, 
garantindo-se a representação da minoria.
O número de Deputados era fixado por lei em proporção que não excedia de um por 70 mil habitantes, não devendo esse número ser 
inferior a 4 por Estado.
 
Do Senado Federal
A Constituição de 1891 estabeleceu em 3 o número de Senadores por Estado e pelo Distrito Federal, todos eleitos pelo mesmo processo da 
eleição dos Deputados. O mandato dos Senadores eleitos durava 9 anos e a renovação do Senado ocorria pelo terço trienalmente.
Naquela época, o Vice-Presidente da República ocupava o cargo de Presidente do Senado. Entretanto, a ele só era dado o direito de voto de 
qualidade (desempate).
 
Algumas das atribuições privativas do Congresso Nacional segundo a Constituição de 1891
Autorizar o Poder Executivo a contrair empréstimos e a fazer operações de crédito.
Orçar a receita, fixar a despesa federal anualmente e tomar as contas da receita e despesa de cada exercício financeiro.
Autorizar o governo a declarar guerra, se não tiver lugar ou malograr-se o recurso do arbitramento, e a fazer a paz.
Mudar a capital da União.
Criar e suprimir empregos públicos federais, fixar-lhes as atribuições, estipular-lhes os vencimentos.
Pág. 5 - Para refletir
A República, diferentemente da fase Imperial, tem como pressuposto básico a ideia de o
"povo" ser o legítimo detentor do Poder do Estado. O voto torna-se cada vez mais
universal (as mulheres adquirem o direito ao voto com o Código Eleitoral de 1932) e as
eleições cada vez mais competitivas. O cargo do Senador deixou de ser vitalício e os
Deputados eram eleitos para uma Legislatura de 3 anos. Embora diversos avanços
tenham ocorrido, a lógica do clientilismo, das trocas de favores, da corrupção eleitoral,
do empreguismo e do nepotismo marcou profundamente a fase conhecida como
"República Velha" (1889-1930). Na atualidade, as instituições públicas - em especial, as
Casas Legislativas do Congresso Nacional - cada vez mais combatem o fenômeno do
Nepotismo. Tendo em vista os comentários acima, reflita sobre os avanços que
ocorreram no combate aos desmandos e distorções existentes na apropriação indevida
dos cargos, bens e recursos públicos. 
Pág. 6 - O Legislativo à luz da Constituição de 1934
O Legislativo à luz da Constituição de 1934
Com a Revolução de 1930 e o fim da República Velha, chega ao Poder Getúlio Vargas, representante de novos atores 
políticos. A estrutura legal herdada da República Velha já não mais correspondia aos anseios do povo e, 
principalmente, das novas elites políticas.
Esse período da história parlamentar brasileira restringe o papel exercido pela Casa Alta – O Senado Federal – ao 
determinar, conforme a CF/1934, que o Poder Legislativo fosse exercido pela Câmara dos Deputados com a 
colaboração do Senado Federal.
A Lei Maior previa, ainda, que a Câmara dos Deputados fosse composta de representantes do povo, eleitos mediante o sistema proporcional 
e sufrágio universal, igual e direto, e de representantes eleitos pelas organizações profissionais na forma que a lei indicasse.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao34.htm
Pág. 7 - Representação Classista
De fato, essa é a grande novidade em nosso Legislativo: a existência da representação classista, isto é, 
indivíduos eleitos por sindicatos de empregados e de empregadores.
 
O número total de Deputados era calculado da seguinte maneira: o de deputados representantes do povo era 
calculado proporcionalmente à população de cada Estado e do Distrito Federal, não podendo exceder de um 
por 150 mil habitantes até o máximo de vinte, e deste limite para cima, de um por 250 mil habitantes. Os 
representantes das profissões, em total equivalente a um quinto da representação popular.
 
Frisa-se que os Deputados representantes das profissões eram eleitos, na forma de lei ordinária, por sufrágio 
indireto de associações profissionais que representassem as seguintes divisões: 1 – lavoura e pecuária; 2 – indústria; 3 – comércio e 
transportes; e 4 – profissões liberais e funcionários públicos.
 
Essa representação profissional deveria garantir a representação igual, para as três primeiras categorias, de empregados e de 
empregadores.
Condições de elegibilidade
 
Eram elegíveis para a Câmara dos Deputados os brasileiros natos, alistados eleitores e maiores de 25 anos, sendo que os representantes 
das profissões deveriam, ainda, pertencer a uma associação compreendida na classe e grupo que os elegessem.
Pág. 8 - Curiosidade
 
Você sabia que:
A legislaturadurava 4 anos?
A Câmara dos Deputados reunia-se, anualmente, no dia 3 de maio?
A Câmara dos Deputados funcionava durante 6 meses, podendo ser
convocada extraordinariamente por iniciativa de um terço dos seus
membros, pela Seção Permanente do Senado Federal ou pelo Presidente da
República?
A imunidade prevista aos titulares dos cargos que não podiam ser
processados criminalmente, nem presos, sem licença da Câmara dos
Deputados, salvo no caso de flagrância em crime inafiançável, era extensiva
aos suplentes de Deputados?
Os Territórios elegiam 2 Deputados?
Os Deputados recebiam uma ajuda de custo por sessão legislativa e,
durante a mesma, percebiam um subsídio pecuniário mensal?
Atribuições privativas do Poder Legislativo
- Votar anualmente o orçamento da receita e da despesa.
- Criar e extinguir empregos públicos federais, fixar-lhes e alterar-lhes os vencim entos sempre por lei especial.
- Legislar sobre todas as matérias de competência da União.
Extensão do direito do voto às mulheres
Com o Código Eleitoral de 1932, as mulheres brasileiras obtiveram o direito ao voto. A inclusão dessa grande parcela da população representou a 
eliminação dos obstáculos existentes à universalização do voto. A grande barreira que persistiu foi a proibição do voto aos analfabetos, que 
conquistaram esse direito com a Constituição de 1988.
O direito ao voto feminino em alguns países do mundo:
- Estados Unidos (1920);
- Grã-Bretanha (1928);
- Portugal (1931);
- França (1945); e
- Suíça (1971).
Pág. 9 - Para refletir
Conforme estudado, a Constituição de 1934 previa a representação classista,
isto é, representantes eleitos pelas organizações profissionais. A Constituição
de 1934 estabelecia que os Deputados das profissões seriam eleitos na forma
da lei ordinária, por sufrágio indireto das associações profissionais. Esse tipo de
representação foi previsto pelo Código Eleitoral de 1932 e chegou a ser
implantado na Assembleia Constituinte de 1933/1934, que contou com 214
deputados populares e 40 deputados representantes das associações
profissionais. Atualmente, o nosso Legislativo Nacional não comporta esse tipo
de representação. Todos os 594 cargos (513 cargos de Deputado Federal + 81
cargos de Senador da República) são disputados, de forma competitiva, pelos
candidatos apresentados pelos partidos políticos. Tendo em vista as
informações acima, reflita sobre a pertinência ou não de se estabelecer, hoje
em dia, algum tipo de representatividade parlamentar baseada em
determinados crivos sociais, como exemplo: classes profissionais (nos moldes
estabelecidos na década de 1930) ou qualquer outro grupo de relevância
política (representantes de Igrejas, de minorias sociais, do segmento negro, de
pessoas com deficiência, etc.).
Pág. 10 - O Poder Legislativo à luz da Constituição de 1937
O Poder Legislativo à luz da Constituição de 1937
Em 1937, Getúlio Vargas rompe com os princípios democráticos e instaura o período 
conhecido na história como Estado Novo.
 
A Constituição de 1937 estabelecia, em seu art. 38, que o Poder Legislativo seria 
exercido pelo Parlamento Nacional com a colaboração do Conselho da Economia 
Nacional e do Presidente da República. O Parlamento Nacional colaboraria com 
pareceres nas matérias da sua competência consultiva, e o Presidente da República colaboraria com a iniciativa 
e sanção dos projetos de lei e promulgação dos decretos-leis autorizados pela própria Constituição.
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao37.htm
Pág. 11 - Parlamento Nacional
Por sua vez, o Parlamento Nacional seria composto por duas câmaras: a Câmara dos Deputados e o Conselho Federal.
Anualmente, o Parlamento Nacional se reuniria na Capital Federal na data de 3 de maio e funcionaria por 4 meses. Qualquer prorrogação, 
adiamento ou convocação extraordinária somente se daria por iniciativa do Presidente da República. Cada Legislatura duraria 4 anos.
 
De fato, infelizmente, esse período de nossa história parlamentar, na prática, transferiu todo o Poder Legislativo ao então Presidente da 
República, Getúlio Vargas, que o exercia por meio de Decretos-Lei.
Mas os mais jovens poderiam pensar que essa “história” de Decreto-Lei é algo do passado, da década de 1930, algo que não nos afeta mais, 
não é?
Não é assim, e a sobrevivência de legislações antigas confirma isso.
 
Vivemos em um “mundo jurídico” em que algumas imposições legais (isto é, leis que não foram devidamente elaboradas, debatidas e 
votadas pelo órgão mais democrático de uma sociedade moderna: o Legislativo) são frutos de uma vontade não democrática. Exemplo:
Código Penal: Decreto-Lei nº 2.848/1940.
Consolidação das Leis do Trabalho – CLT: Decreto-Lei nº. 5.452/1943. 
Pág. 12 - Preenchimento de vagas no Parlamento
As vagas que surgissem seriam preenchidas por eleição suplementar (no caso da Câmara dos Deputados) e por eleição ou nomeação,
conforme o caso (em se tratando do Conselho Federal).
A Constituição de 1937 previa, ainda, que em caso de manifestação contrária à existência ou independência da Nação ou incitamento à
subversão violenta da ordem pública ou social, poderia qualquer das duas Casas, por maioria de votos, declarar vago o lugar do Deputado
ou membro do Conselho Federal, autor da manifestação ou incitamento.  
  
Pág. 13 - Da Câmara dos Deputados
A Câmara dos Deputados seria composta de representantes do povo, eleitos mediante sufrágio indireto. Os eleitores eram os vereadores das Câmaras 
Municipais, e, em cada município, 10 cidadãos eleitos por sufrágio direto no mesmo ato da eleição da Câmara Municipal.
Essa Constituição estabelecia, ainda, que o número de Deputados por Estado deveria ser proporcional à população e fixado por lei, não podendo ser 
superior a 10 nem inferior a 3 por Estado.
Pág. 14 - Do Conselho Federal
O Conselho Federal era composto de representantes, com mandatos de 6 anos, dos Estados e de 10 membros nomeados pelo
Presidente da República.
Cada Estado elegeria seu representante por meio de sua Assembleia Legislativa. Entretanto, o Governador do Estado poderia vetar
o nome escolhido e, neste caso, só seria definitivamente eleito se confirmada sua eleição por dois terços de votos da totalidade dos
membros da Assembleia.
Para ser eleito representante dos Estados era necessário ser brasileiro nato maior de 35 anos, alistado eleitor e que houvesse
exercido, por espaço nunca menor de 4 anos, cargo de governo na União ou nos Estados.
Frisa-se, ainda, que o Conselho Federal era presidido por um Ministro de Estado, designado pelo Presidente da República.
 
Pág. 15 - Iniciativa das Leis
A Constituição de 1937 previa em seu art. 64 que a iniciativa dos projetos de lei cabia, em princípio, ao Governo. Além disso, em todo caso,
não seriam admitidos como objeto de deliberação projetos ou emendas de iniciativa de qualquer das Câmaras que versassem sobre matéria
tributária ou que resultassem aumento de despesa.
Ademais, a nenhum membro de qualquer das Câmaras caberia a iniciativa de projetos de lei. Essa iniciativa só poderia ser tomada por um
terço de Deputados ou de membros do Conselho Federal.
Qualquer projeto iniciado em uma das Câmaras teria suspenso o seu andamento se o Governo comunicasse o seu propósito de apresentar
projeto que regulasse o mesmo assunto.
  
Pág. 16 - Curiosidade
 
Você sabia que:
Embora a Constituição de 1937 seja reflexo de um período ditatorial, ela foi
a que, até então, mais vislumbrou as práticas plebiscitárias? As
Constituições de 1824, 1891 e 1934, em seus textos, não se referiam, em
nenhum momento, ao instrumento do Plebiscito, tipicamente presente nos
países democráticos.
Francisco Campos, jurista e político nomeado Ministro da Justiça, foi o
elaborador intelectual da Carta de 1937?
Todos os partidos políticos foram dissolvidos, de acordo com o Decreto-lei
n° 37, de 2 de dezembro de 1937, e os trabalhos legislativos foram
suspensos de 10 de novembro de 1937 a 31 de janeiro de 1946?
Pág. 17 - Para refletir
 
O Estado Novo representouuma ruptura com os conceitos básicos que definem
uma sociedade democrática. O Legislativo, enquanto espelho e síntese da
sociedade, perdeu sua autonomia e representatividade. Entretanto, a principal
legislação trabalhista (que muitos criticam hoje em dia), a CLT, remonta àquela
época. Tendo em vista as informações acima, reflita sobre os "ganhos e perdas",
para nós cidadãos, da existência de uma estrutura estatal que impõe, no caso em
específico, a forma de se organizar o mundo do trabalho.
Pág. 18 - O Poder Legislativo à luz da Constituição de 1946
O Poder Legislativo à luz da Constituição de 1946
Com a queda de Getúlio Vargas e o processo de redemocratização do país, torna-se necessária a elaboração de
uma Constituição que refletisse esse novo período: cria-se, assim, a Constituição de 1946.
 
Essa Constituição devolveu as prerrogativas inerentes ao Poder Legislativo, ao estabelecer, em seu artigo 37, que
esse Poder fosse exercido pelo Congresso Nacional, composto pela Câmara dos Deputados e pelo Senado
Federal.
Sobre essa Constituição, o historiador Boris Fausto, na obra História do Brasil, comenta que:
“No capítulo referente à cidadania, o direito e a obrigação de votar foram conferidos aos brasileiros alfabetizados, maiores de dezoito anos,
de ambos os sexos. Completou-se assim, no plano dos direitos políticos, a igualdade entre homens e mulheres. A Constituição de 1934
determinava a obrigatoriedade do voto apenas para as mulheres que exercessem função pública remunerada.”
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao46.htm
Pág. 19 - Decoro Parlamentar
 
Em relação ao Poder Legislativo, frisa-se que até então as constituições brasileiras não previam a punição dos parlamentares indisciplinados ou de
procedimento incompatível com as suas funções. A Constituição de 1946 previa que perderia o mandato, por 2/3 dos votos, o Deputado ou Senador
cujo procedimento fosse reputado incompatível com o decoro parlamentar.
 
Aliomar Baleeiro e Barbosa Lima Sobrinho apontam, na obra Constituições Brasileiras – 1946, que já na primeira Legislatura desse período de
redemocratização esse comando constitucional foi aplicado:
 
“Essa pena extrema foi aplicada, logo na primeira legislatura, ao Deputado E. Barreto Pinto, que permitia a jornais e revistas fotografá-lo de casaca e
cuecas com uma garrafa de champanhe sob o chuveiro, além de criar repetidos incidentes no curso dos debates.”
Para você se aprofundar nas relações entre participação e representação políticas, especificamente considerando os aspectos éticos, sugerimos a leitura
do texto 'Para um modelo das relações entre eticidade universalista e sociedade política democrática no Brasil', do Professor Eurico Gonzales Cursino
dos Santos, disponível na Biblioteca deste curso, em 'Textos complementares'.
 
 
Pág. 20 - Condições de elegibilidade para o Congresso Nacional
 
·Ser brasileiro.
· Estar no exercício dos direitos políticos.
·Ser maior de 21 anos (para a Câmara dos Deputados).
·Ser maior de 35 anos (para o Senado Federal).
 
Inicia-se uma nova fase para o Parlamento, com o Congresso Nacional reunindo-se por um período maior de tempo no decorrer do ano: de
15 de março até 15 de dezembro de cada ano.
 
Nessa fase surgem os primeiros partidos políticos nacionais, com programas ideológicos definidos que expressavam as diversas correntes de
opinião existentes naquela época. Embora no período 1945/1964 tenha existido mais de uma dúzia de partidos políticos, 3 deles dominaram
o cenário político: o Partido Social Democrático (PSD), a União Democrática Nacional (UDN) e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
 
Sobre esse período, o cientista político Gláucio Ary Dillon Soares, em sua paradigmática obra Sociedade e Política no Brasil, expõe que:
“A evolução do sistema político baseado na extensão da cidadania pode ser aquilatada a partir do crescimento da própria participação
eleitoral. Esta evolução apresentou um grande salto quantitativo do período 1910 (quando tivemos a primeira eleição presidencial
competitiva) para as eleições de 33-34 quando, pela primeira vez, a relação votantes/população supera os 5% e outro grande salto em
1945, quando votam mais de 6 milhões de eleitores, um aumento de 400% sobre 1933-1934.”
Pág. 21 - Curiosidade
 
Você sabia que pela Constituição de 1946:
Cada legislatura durava 4 anos?
Os Deputados e Senadores recebiam, anualmente, igual subsídio e ajuda de custo? Esse
subsídio era dividido em duas partes: uma fixa, que se pegava no decurso do ano, e outra
variável, correspondente ao comparecimento.
O Deputado ou Senador investido na função de Ministro de Estado, Interventor Federal ou
Secretário de Estado não perdia o respectivo mandato? Nesses casos, convocava-se o
respectivo suplente.
Cada Território era representado por 1 Deputado?
Poder Legislativo
A CF/1946 determinava, em seu art. 37, que o Poder Legislativo fosse exercido pelo Congresso Nacional, composto da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal.
Câmara dos Deputados
Era composta de representantes do povo eleitos segundo o sistema de representação proporcional pelos Estados, pelo Distrito Federal e
pelos Territórios.
O número de Deputados seria fixado por lei, em proporção que não excedesse um para cada 150 mil habitantes até 20 Deputados, e, além
desse limite, um para cada 250 mil habitantes.
O número mínimo de Deputados por Estado e pelo Distrito Federal era de 7 parlamentares.
Senado Federal
O Senado Federal era composto de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário.
Cada Estado e o Distrito Federal elegiam 3 Senadores para mandato de 8 anos.
A representação de cada Estado e a do Distrito Federal renovar-se-ia de 4 em 4 anos, alternadamente, por um e por dois terços.
O Senador seria substituído ou sucedido pelo suplente com ele eleito.
O Vice-Presidente da República exercia a função de Presidente do Senado Federal, onde só teria voto de qualidade.
Iniciativa das Leis
O artigo 67 da Constituição de 1946 estabelecia que a iniciativa das leis, ressalvados os casos de competência exclusiva, caberia ao
Presidente da República e a qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.
Pág. 22 - Para refletir
Entre 1945 e 1962 o colégio eleitoral brasileiro foi acrescido em mais de 10
milhões de novos eleitores. O Legislativo Nacional foi palco de calorosos
debates promovido pelos representantes de diversos partidos políticos. Nãos
obstante, o requisito da alfabetização deixou de fora do processo eleitoral a
maioria da população adulta brasileira. Tendo em vista os comentários acima,
reflita sobre os avanços e limitações relativos à democracia existente entre
1945-1964.
Pág. 23 - O Poder Legislativo à luz da Constituição de 1967
    
O Poder Legislativo à luz da Constituição de 1967 
Com o Golpe militar de 1964, tivemos um refluxo em nossa história democrática. Nesse período de exceção, os
militares outorgam ao povo brasileiro a Constituição de 1967, feita sem a aprovação de uma assembleia
constituinte. Essa Constituição foi substancialmente modificada em 1969 por meio de um decreto-lei baixado pela
junta militar que governou durante o impedimento, por motivo de saúde, do então presidente General Costa e
Silva.
 
Ditadura militar de 1964Ditadura militar de 1964
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constitui%C3%A7ao67.htm
https://www.youtube.com/watch?v=KiBwyH0dtww
Pág. 24 - Reuniões e Condições de elegibilidade
 
CF/67 determinava que o Poder Legislativo fosse exercido pelo Congresso Nacional, composto da Câmara dos Deputados e do Senado
Federal.
As reuniões do Congresso Nacional eram marcadas para ocorrerem, anualmente, na Capital da União, de 1º de março a 30 de junho e de 1º
agosto a 30 de novembro. No caso das reuniões extraordinárias, a convocação poderia ser feita por um terço dos membros de qualquer de
suas Câmaras ou pelo Presidente da República.
Condições de elegibilidade
· Ser brasileiro nato.
· Estar no exercíciodos direitos políticos.
· Ser maior de 21 anos para a Câmara dos Deputados e 35 anos para o Senado.
Página 25 - Reunião Conjunta
A CF/1964 previa que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal se reunissem em sessão conjunta para:
· inaugurar a sessão legislativa;
· elaborar o Regimento Comum;
· receber o compromisso do Presidente e do Vice-Presidente da República;
· deliberar sobre veto;
· atender aos demais casos previstos naquela Constituição.
 
O art. 33 da CF/64 estabelecia que, salvo disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Câmara serão tomadas por maioria
de votos, presente a maioria de seus membros.
Pág. 26 - Da Câmara dos Deputados e do Senado Federal
Da Câmara dos Deputados
A Câmara dos Deputados era composta por representantes do povo, eleitos por voto direto e secreto, em cada Estado e Território.
Cabia privativamente à Câmara dos Deputados declarar, por 2/3 dos seus membros, a procedência de acusação contra o Presidente da
República e os Ministros de Estado.
Do Senado Federal
O Senado Federal era composto de representantes dos Estados, eleitos pelo voto direto e secreto, segundo o princípio majoritário. Cada
Estado elegia 3 Senadores, com mandato de 8 anos, renovando-se a representação de 4 em 4 anos, alternadamente, por um e por dois
terços.
Competia privativamente ao Senado Federal julgar o Presidente da República e os Ministros de Estado, havendo conexão, nos crimes de
responsabilidade.
Pág. 27 - Curiosidade
 
Você sabia que pela Constituição de 1967:
Cada Legislatura durava 4 anos?
O número de Deputados era fixado por lei, na proporção em que excedesse de uma
para cada 300 mil habitantes até o numero de 25 Deputados e, além desse limite,
um para cada milhão de habitantes?
Era de 7 o número mínimo de Deputados por Estado?
Cada Território teria 1 Deputado?
O Legislativo no âmbito da ditadura militar
Esse período da história nacional foi marcado pela existência de duas agremiações políticas que atuavam no Parlamento: a Aliança Renovadora
Nacional (ARENA), de base governista, e o Movimento Democrático Brasileiro (MDB), que agrupava as correntes de oposição - diga-se de passagem,
uma “oposição consentida”.
Pág. 28 - Para refletir
A Ditadura implantada em 1964 manteve o funcionamento do Congresso Nacional.
Embora o poder, de fato, estivesse nas mãos dos militares, este regime quase
nunca assumiu expressamente sua feição autoritária. Exceto por pequenos
períodos de tempo fechado, o Parlamento continuou funcionando "normalmente".
No Congresso Nacional, 50 parlamentares tiveram o mandato cassado. Entre as
diversas estratégias impostas pelo regime militar para garantir a formação de uma
base de apoio no Legislativo, ressalta-se a criação da figura do "senador biônico",
eleito de forma indireta por um colégio eleitoral. O processo de redemocratização
de nosso país foi feito de maneira lenta e gradual, culminando com as eleições
diretas para Presidente da República em 1989, onde 72 milhões de brasileiros
foram às urnas. Entretanto, embora os direitos políticos e civis tenham sido
reestabelecidos, grande parcela da população, ainda, encontra-se excluída das
benesses da sociedade moderna ( são os "sem terra", "sem teto", "sem emprego",
"sem escola", etc.). Tendo em vista os comentários acima, reflita sobre o papel do
Parlamento, hoje em dia, na redução das desigualdades sociais que ainda
assolam o nosso Brasil.
Exercícios de Fixação - Módulo II
Parabéns! Você chegou ao final do Módulo II do curso O Poder Legislativo.
Como parte do processo de aprendizagem, sugerimos que você faça uma releitura do mesmo e resolva os Exercícios de Fixação. O resultado não
influenciará na sua nota final, mas servirá como oportunidade de avaliar o seu domínio do conteúdo. Lembramos ainda que a plataforma de ensino faz
a correção imediata das suas respostas!
Para ter acesso aos Exercícios de Fixação, clique aqui.
https://saberes.senado.leg.br/mod/quiz/view.php?id=45541

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