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Trabalho Apropriação indébita (1)

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21
FACULDADE ANHANGUERA DO RIO GRANDE
CURSO DE DIREITO
APROPRIAÇÃO INDÉBITA
Síntese da Doutrina
2019
Trabalho apresentado como requisito parcial para avaliação da disciplina de Direito Penal, no Curso de Direito da Faculdade Anhanguera.
 2019
Sumário
Da Apropriação Indébita:	5
Pressuposto da Apropriação indébita:	6
Consumação e Tentativa:	6
Pena e ação penal:	6
Formas majoradas de apropriação indébita:	7
Diferença entre Apropriação indébita e Furto:	7
Sujeitos	7
Apropriação indébita previdenciária	8
Introdução	9
Pressupostos do delito	10
Objeto material e bem juridicamente protegido	10
Sujeito Ativo e Passivo	10
Consumação e tentativa	11
Elemento Subjetivo e modalidade comissiva e omissiva	12
Modalidades assemelhadas de apropriação indébita previdenciária	12
Extinção da punibilidade	13
Perdão judicial e pena de multa	15
Ação penal e competência para julgamento	15
Jurisprudência:	16
Prova pericial	16
APROPRIAÇÃO DE COISA HAVIDA POR ERRO, CASO FORTUITO OU FORÇA DA NATUREZA	16
Pressupostos:	17
Bem jurídico protegido e objeto material	18
Sujeitos	18
Consumação e tentativa	18
Elemento subjetivo	19
Apropriação de tesouro	19
Sujeitos	19
Elemento subjetivo	19
Consumação e tentativa	19
APROPRIAÇÃO DE COISA ACHADA	20
Classificação doutrinária	20
Pena e ação penal	20
Bem jurídico tutelado	20
Consumação e tentativa	21
Sujeitos	21
O elemento subjetivo	21
Referências bibliográficas	22
 
Apresentação
Este trabalho busca realizar a síntese da doutrina jurídica, acerca do Artigo 168 e 169 do Código Penal. Para tanto, será explicado e analisado os artigos, com vista a compreendê-los, a partir da perspectiva de obras doutrinárias deste ramo do Direito. 
 	A metodologia remete ao uso do Método Dialético, utilizando como instrumentos: a pesquisa bibliográfica, a partir da leitura analítica, reflexiva e crítica; e a pesquisa descritiva à luz da análise documental, de forma a identificar sob a doutrina jurídica de Cezar Roberto Bitencourt. 
Da Apropriação Indébita:
O bem jurídico protegido é a inviolabilidade do patrimonial, particularmente em relação à propriedade. Na verdade, protege o direito de propriedade, direta e imediatamente, contra eventuais abusos do possuidor, que possa ter a intenção de dispor da coisa alheia como se fosse sua.
 
Apropriação indébita é o crime previsto no artigo 168 do Código Penal Brasileiro que consiste no apoderamento de coisa alheia móvel, sem o consentimento do proprietário. O criminoso recebe o bem por empréstimo ou em confiança, e passa a agir como se fosse o dono.
 	O crime pode ser confundido com o crime de furto, mas a principal diferença é que no furto, a intenção de apropriação da coisa é anterior à sua obtenção, na apropriação indébita, o agente tem acesso ao bem de forma legal, mas depois que recebe o bem, resolve apoderar-se do mesmo ilicitamente, ou seja, a pessoa deixa de entregar ou devolver ao seu legítimo dono
Existe ainda, o crime de apropriação indébita previdenciária. O mesmo está previsto no artigo 168-A, do Código Penal, o qual consiste em deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e na forma legal ou convencional. Tem como pena, a reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. Trata-se de crime omissivo próprio, em que o tipo objetivo é realizado pela simples conduta de não repassar aos cofres previdenciários as contribuições descontadas dos salários dos seus empregados.
Pressuposto da Apropriação indébita:
O pressuposto do crime de apropriação indébita é a anterior posse lícita da coisa alheia, da qual o agente se apropria indevidamente. A posse, que deve preexistir ao crime, deve ser exercida pelo agente em nome alheio, isto é, em nome de outrem. 
Consumação e Tentativa:
A consumação se dá no momento em que o agente, por ato voluntário e consciente inverte o título da posse exercida da coisa passando a dela dispor como se proprietário fosse, ou pela negativa em devolve-la.
Tentativa: Como se trata de um crime material, a tentativa é possível, embora seja de difícil configuração, devido a dificuldade de uma comprovação, a identificação da tentativa fica na dependência da possibilidade concreta de se constatar a exteriorização do ato de vontade	
Pena e ação penal: 
A pena cominada, alternativamente, é de reclusão, de um a quatro anos, e multa. A ação penal é pública incondicionada, salvo nas hipóteses do art. 182, quando será condicionada à representação. Haverá isenção de pena se for praticado contra ascendente, descendente ou cônjuge (na constância da sociedade conjugal)
Formas majoradas de apropriação indébita:
		A apropriação indébita não apresenta estritamente figuras qualificadas, mas prevê hipóteses de causas de aumento de pena (majorantes) no § 1º do art. 168, cuja elevação obrigatória será em um terço. Tratando-se de majoração compulsória, deve-se examinar a caracterização dessas majorantes com mais rigor e de forma restritiva, como recomenda a dogmática penal.
Diferença entre Apropriação indébita e Furto:
O crime de apropriação indébita é parecido com o crime de furto (artigo 155 do Código Penal). Mas eles não se tratam exatamente da mesma conduta e não devem ser confundidos.
A principal diferença entre eles é o momento em que o ato acontece. No furto existe uma intenção previamente pensada de pegar para si um objeto que pertence a outra pessoa. Já na apropriação indébita a intenção prévia não existe.
Outra diferença entre os dois crimes é em relação à posse do bem. No furto o bem está com o dono e outra pessoa pega para si o bem.
Na apropriação quem comete o crime já tem a posse de um bem de outra pessoa e, depois disso, decide não fazer a devolução.
Exemplo: Uma pessoa fica com a guarda temporária de um objeto que deve
ser devolvido ao dono depois de um tempo, como no caso de um objeto que foi emprestado.
Mas ela não demonstra a intenção de fazer a devolução e fica com o objeto para si. Essa é uma conduta de apropriação indébita.
Sujeitos
 Sujeito ativo: Pode ser qualquer pessoa que tenha a posse ou detenção legítimade coisa alheia móvel.
	O proprietário não pode ser sujeito ativo desse crime, sendo assim o sujeito ativo será sempre pessoa adversa do proprietário, seja possuidor ou detentor.
Sujeito passivo: é qualquer pessoa física ou jurídica, titular do direito patrimonial atingido pela ação tipificada; em regra, é o proprietário, e, excepcionalmente, o mero possuidor.
Apropriação indébita previdenciária
Art. 168-A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidas dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 1o Nas mesmas penas incorre quem deixar de: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
I - recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II - recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços; (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
III - pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 2o É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 3o É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
I - tenha promovido, após o início da ação fiscale antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 4o A faculdade prevista no § 3o deste artigo não se aplica aos casos de parcelamento de contribuições cujo valor, inclusive dos acessórios, seja superior àquele estabelecido, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 13.606, de 2018).
Introdução:
A previdência social, conforme preconizado no Artigo 201 da Constituição Federal de 1988, se trata de uma autarquia federal organizada em forma de regime geral, possuindo caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados os critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei a:
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada;
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante;
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de baixa renda;
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º.
Para isto, é indispensável o devido repasse dos valores descontados de seus contribuintes, realizado ordinariamente pelas instituições bancárias. 
Pressupostos do delito
Os elementos indispensáveis para a configuração do delito em estudo estão previstas no caput do artigo. Logo, é verificado a conduta núcleo de não repassar à previdência social as contribuições já recolhidas dos contribuintes no prazo e forme legal ou convencional.
O verbo “deixar de repassar” compreende-se no sentido do não cumprimento do dever de transferir aos cofres da previdência social os valores recolhidos de seus contribuintes. Ou seja, houveram os descontos dos contribuintes, todavia, não foram repassados para a previdência social.
Objeto material e bem juridicamente protegido
O bem jurídico protegido é o direito de patrimônio de todos cidadãos que fazem parte do sistema previdenciário. Ou seja, embora seja um crime contra a Previdência Social, aqui a Seguridade Social, prevista no Artigo 194 da Constituição Federal, que é tutelado. 
O objeto material é a contribuição debitada do segurado. 
Sujeito Ativo e Passivo
Na apropriação indébita previdenciária, o sujeito ativo deverá ser o agente que possuía a obrigação legal de repassar as contribuições recolhidas para a previdência social, dentro do prazo e forma legal ou convencional. Todavia, a pessoa jurídica não pode ser abrangida no artigo em estudo, devido à falta de previsão legal que trate sobre o tema. 
Logo, tem-se como sujeito ativo os representantes legais da pessoa física. 
Para Cezar Roberto Bittencourt, o sujeito ativo previsto no parágrafo 1°, se trata do titular de firma individual, podendo ser os sócios solidários, gerentes, diretores ou administradores que participem de maneira efetiva da administração da empresa, concorrendo na prática da conduta do tipo penal.
O sujeito passivo do delito é a previdência social, que representa o Estado através do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
Consumação e tentativa
O crime de apropriação indébita se consuma no momento em que o agente deixa de repassar as contribuições dos contribuintes para a previdência social, dentro do prazo e forma legal ou convencional. 
Ou seja, enquanto estiver dentro do prazo estabelecido, previsto na Lei n° 8.212/1991 que dispões acerca da Organização da Seguridade Social, deve ser considerado como fato atípico. 
Logo, por se tratar de crime omissivo próprio, a modalidade tentada fica distanciada deste artigo, tendo em vista que o crime é caracterizado pela inação do agente. 
Todavia, a doutrina é incerta com relação a esta parte. 
Sendo assim, Rogerio Greco em seu livro Direito Penal Comentado, elenca dois raciocínios diferentes de doutrinadores. 
Para Cezar Roberto Bittencourt, a tentativa é possível, quando o crime for material, embora de difícil configuração. Tendo em vista que, se consuma “com a inversão da natureza da posse, caracterizada por ato demonstrativo de disposição de coisa alheia ou pela negativa em devolvê-la” (p. 614)
Em contraponto, Luiz Regis Prado ressalta que “a consumação delitiva se dá com a omissão do agente em reparar a contribuição na forma e no prazo estabelecidos pela lei previdenciária. Dessa forma, vencido o prazo do repasse, consubstancia-se o delito.” (p. 614). Sendo assim, “a tentativa é inadmissível, por se tratar de um delito omissivo próprio”. 
Elemento Subjetivo e modalidade comissiva e omissiva
No delito de apropriação indébita previdenciária o crime somente poderá ser praticado de maneiro dolosa, sendo inadmissível a modalidade culposa. 
A apropriação indébita previdenciária é caracterizada como crime omissivo próprio, pois a inércia do agente é expressamente narrada no artigo 168-A. Logo, não é possível a modalidade comissiva. 
A doutrina é majoritária acerca destes pontos, pois entende-se, como requisito principal para a caracterização do crime, o dolo específico e a omissão própria do agente.
Modalidades assemelhadas de apropriação indébita previdenciária
§ 1°. Na mesmas penas incorre quem deixar de:
	I: recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada do público;
	II: recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços;
III: pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social.
Conforme disposto no § 1° do art. 168-A do Código Penal, que prevê as modalidade assemelhadas de apropriação indébita previdenciária, Rogerio Greco cita Cezar Roberto Bittencourt, que defina a principal distinção o sujeito tipificado no caput do artigo e a do § 1° do mesmo, alegando que “a conduta tipificada no caput tem a finalidade de punir o substituto tributário, que deve recolher á previdência social o que arrecadou do contribuinte, e deixou de fazê-lo. Já as figuras descritas no §  1° destinam-se ao contribuinte-empresário, que deve recolher a contribuição que arrecadou do contribuinte.” (Página 939)
Extinção da punibilidade
§ 2°. É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal.
Rogério Greco salienta que os requisitos para a configuração da extinção da punibilidade é determinada através de 3 requisitos, sendo eles:
1) Declaração daquilo que, efetivamente, recolheu dos contribuintes.
2) Confissão do não repasse das contribuições recolhidas á previdência social.
3) Por fim, deverá efetuar o adimplemento, sendo do principal e do acessório das confissões, importâncias ou valores, concedendo todas as informações referentes ao seu débito. 
Acerca deste ponto a doutrina é elenca determinados impasses acerca do que regula o tipo penal. Pois, como salienta Antônio Lopes Monteiro “[...] o pagamento é essencial para a extinção da punibilidade. A forma desse pagamento e demais elementos é que ficou para ser regulamentada em lei ou regulamento, o que não foi bom, pois pode ficar ao sabor de tendências políticas de cada momento, já que regulamentos pode suceder-se com enorme facilidade, como aliás tem sido m matéria de Seguridade Social. Por outro lado, há um marco, que nós chamaríamos de temporal, qual seja, o início da ação fiscal. Também não foi feliz o legislador ao usar essa locução. Éque o termo “ação” é equívoco e pode levara diversos entendimentos. Não resta dúvidas, contudo, que pelo contexto em que foi empregada, “ação fiscal” corresponde à fiscalização. Outro entendimento, como processo administrativo ou até judicial, não teria sentido, pois não haveria confissão e muito menos seria espontânea, como exige o dispositivo. ” (p. 615).
Rogério Greco salienta ainda o raciocínio de Luiz Flávio Gomes, ao afirmar que “sem a cientificação pessoal do contribuinte não se pode considerar iniciada formalmente a ação fiscal.” (p. 615).
Todavia, os artigos 67, 68 e 69 da Lei n° 11.941/2009 tratam acerca deste ponto, sendo:
 
	Art. 67. Na hipótese de parcelamento do crédito tributário ates do oferecimento da denúncia, essa somente poderá ser aceita na superveniência de inadimplemento da obrigação objeto da denúncia.
	Art. 68. É suspensa a pretensão punitiva do Estado, referente aos crimes previstos nos arts. 1° e 2° d Lei n° 8.137, de 7 de dezembro de 1990, e nos arts. 168-A e 337-A do Decreto-Lei n° 2.848, de 7 de dezembro de 1940 – Código Penal, limitada a suspensão aos débitos que tiverem sido objeto de concessão de parcelamento, enquanto não forem rescindidos os parcelamentos de que tratam os arts. 1° e 3° desta Lei, observando o disposto no art. 69 desta Lei.
		Parágrafo Único. A prescrição criminal não corre durante o período de suspensão da pretensão punitiva.
	Art. 69. Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos no art. 68 quando a pessoa jurídica relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos oriundos de tributos e contribuições sociais, inclusive acessórios, que tiverem sido objeto de concessão de parcelamento.
		Parágrafo Único. Na hipótese de pagamento efetuado pela pessoa física prevista no §15 do art. 1° desta Lei, a extinção da punibilidade ocorrerá com o pagamento integral dos valores correspondentes à ação penal.
Rogerio Greco salienta, que a doutrina permite que aquele que efetua o pagamento integral dos valores recolhidos dos contribuintes, não deverá permanecer encarcerado. Por outro lado, no crime de furto, o agente não tem sua punibilidade extinta após o devido reparo ou indenização do bem da vítima. 
Perdão judicial e pena de multa
§ 3°. É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que: (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
I - tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II - o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000).
Nota-se que tal parágrafo elenca duas possibilidades de extinção de pena, na qual o perdão judicial e a aplicação da pena de multa somente pode ser ao réu primário, que possua bons antecedentes. 
Salienta Greco que, para a concessão do benefício, o agente deve ter efetuado, depois da ação fiscal e antes do oferecimento da denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive os acessórios. Além disso, poderá ser concedido caso o valor das contribuições devidas, incluindo os acessórios, for igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para ajuizamento de suas execuções fiscais.
Ação penal e competência para julgamento
A ação penal é de iniciativa pública condicionada, promovida pelo Ministério Público. 
A Justiça Federal é o órgão que possui competência para o julgamento, conforme o art. 109 da Constituição Federal de 1988. 
	Jurisprudência:
Nos crimes de sonegação e apropriação indébita previdenciária, por serem crimes formais (não exigem sua consumação a ocorrência de resultado naturalístico, consiste em dano para a previdência, restando caracterizado com a simples supressão ou redução de desconto da contribuição), o não esgotamento da via administrativa não é condição de procedibilidade, exigindo, neste caso, total independência das esferas administrativa e penal (STJ, RHC 20.96/SC, Rel. Min. Laurita Vaz, 5ª T., DJ 13/08/2007, p. 389)
Prova pericial
Para a configuração do artigo em estudo, a prova pericial é desnecessária, especialmente se a sentença é baseada em provas documentais. 
Apropriação de coisa havida por erro, caso fortuito ou força da natureza
Art. 169. Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou orça da natureza. 
Pena: detenção de 1 (um) mês a 1 (um) ano, ou multa.
Parágrafo Único. Na mesma pena incorre: Apropriação de tesouro
I - quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio; Apropriação de coisa chata.
II - quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro do prazo de 15 (quinze) dias. 
Pressupostos
Neste caso, existem dois elementos indispensáveis para que o crime se configure, sendo eles: a conduta de se apropriar de coisa alheia e o fato de que tal coisa alheia veio ao poder do agente por erro, caso fortuito ou força da natureza. 
Além disso, neste artigo o núcleo “apropriar” possui o mesmo significado no artigo anterior, porém, o agente não possuía, de maneira lícita, a posse ou a detenção da coisa. Tendo em vista que, a coisa veio ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza. 
Tal prática pode ser comissiva ou omissivamente praticado pelo agente.
Da Apropriação havida por erro, caso fortuito ou força da natureza
Neste tópico iremos destacar as principais diferenças de cada um citado no caput do artigo. 
Iniciando pelo erro, ao qual pode ocorrer em três situações: 
a) Quanto à pessoa:
Neste caso, o agente é confundido com um terceiro, logo, a coisa alheia móvel chega ao seu domínio por erro sobre a pessoa. Como o exemplo do recebimento de um crédito indevido, na conta corrente do agente. Logo, o crime se consuma com a retenção da quantia em dinheiro, de maneira a se apropriar do mesmo, deixando de restituir para a instituição bancária. (exemplo do livro)
b) Quanto ao objeto:
Aqui se trata, basicamente, da entrega de um objeto com características distintas da que havia demandado. Por exemplo, o agente recebe da vítima um colar de pérolas autênticas no lugar do calor de pérolas falsas que realmente comprara.
c) Quanto à obrigação:
Ao se tratar de uma obrigação, o agente realiza certo adimplemento ao qual já havia realizado. Por exemplo, o pagamento em duplicidade, algo que acontece rotineiramente. 
Em relação ao caso fortuito e força da natureza, embora semelhante, pois são situações imprevisíveis e inevitáveis que ocorrem com a ocorrência de um fato não dominável pela vontade humana. De acordo com alguns juristas, em alguns casos, a força da natureza poderia ser prevista, como o exemplo a chegada de um furacão, podendo ter previsão, por analistas de meteorologia. No entanto, não pode ser evitável. 
Bem jurídico protegido e objeto material
O bem juridicamente tutelado neste artigo é o direito de propriedade, cominado com a proteção da posse, tendo em vista que o legítimo dono pode ter perdido, temporariamente a posse do bem, em virtude de, por exemplo, caso fortuito. 
O Objeto material é a coisa alheia móvel, que veio ao poder do agente por erro, caso fortuito ou força da natureza. 
Sujeitos
Sujeito ativo do delito pode ser qualquer pessoa. 
Sujeito passivo é aquele que se sentiu lesado com a perda da coisa, ao qual era o proprietário ou o mesmo o possuidor, podendo ser pessoa física ou pessoa jurídica. 
Consumação e tentativa
A apropriação se consuma no momento em que, mesmo sabendo que a coisa alheia móvel chegou ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza, o agente se apropria, agindo como se fosseo dono. 
Se tratando de crime permanente, a tentativa é admissível, tendo em vista que sua consumação se prolonga no tempo. 
Elemento subjetivo
O delito somente pode ser praticado dolosamente, não havendo previsão legal na modalidade culposa. 
Apropriação de tesouro
 Dispõe o art. 169, parágrafo único, I, “Nas mesmas penas incorre: I – quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio.”
 É um crime simples, com pena de detenção de 1 mês a 1 ano ou multa. O objeto jurídico tutelado é a inviolabilidade do patrimônio, bem como a parte que é devido ao proprietário do tesouro encontrado em seu prédio.
Quanto ao objeto material do delito, determina o art. 1264, CC, “O depósito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono não haja memória (...)”, ou seja, o tesouro.
Sujeitos
 O sujeito ativo é aquele que achou o tesouro em prédio alheio e se apropria em todo ou em parte dele.
 
 O sujeito passivo é o proprietário do local o qual o tesouro foi achado, pode também ser o sujeito passivo o agente que achou o tesouro, mas o proprietário é quem não entrega a parte devida ao inventor.
Elemento subjetivo
 O elemento subjetivo é o dolo, a vontade livre e consciente de se apropriar do tesouro por inteiro ou em parte.
Consumação e tentativa
 A consumação se dá quando o sujeito ativo se apropria do tesouro em todo ou em parte ou com a negativa de restituição da parte devida ao proprietário do prédio que o tesouro se encontra.
 Admite-se tentativa, por exemplo, no caso de o agente tentar vender o tesouro, mas acaba impedido de vende-lo.
 Admite forma privilegiada, segundo o art. 170 do CP, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º, CP.
APROPRIAÇÃO DE COISA ACHADA
O art. 169, parágrafo único, II, do Código Penal dispõe: “Na mesma pena incorre: ... quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entrega-la a autoridade competente, dentro do prazo de quinze dias”.
Classificação doutrinária
 É um crime simples.
Pena e ação penal
Pena de detenção de 1 mês a 1 ano, ou multa. 
Admite forma privilegiada, aplica-se o disposto no art. 155, § 2º. “ Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, ou diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa”.
Bem jurídico tutelado
Tutela-se o direito a posse, bem como a propriedade.
O objeto material do delito é a coisa perdida. 
É coisa perdida aquela que se encontra fora do domínio de seu dono e em lugar público. Também é considerada coisa perdida aquela que, embora não se encontrando em seu lugar exato, porém continuando na área de seu domínio, não poderá ser considerado objeto perdido, portanto configurar-se-á crime de furto. Por último não se supõe coisa perdida aquela que é esquecida, podendo ser exigida de volta a qualquer momento. Neste caso caracterizará crime de furto.
Ademais, Fernando Greco: “Também não se consideram coisa perdida a res derelicta (coisa abandonada) e a res nullius (coisa que nunca teve proprietário ou possuidor)”
Não se incrimina o simples fato de achar a coisa, mas sim, apropriar-se dela. Se o agente encontra o objeto, deve restituir ao dono. Em caso de não conhecimento do proprietário, o agente deverá descobri-lo, não obtendo sucesso, deverá entregar a coisa a autoridade competente.
Consumação e tentativa
O crime se configura quando o agente deixa de restituir a coisa ao dono quando o conhece; deixa de entrega-lo a autoridade competente quando não sabe quem é o dono dentro do prazo de quinze dias.
A tentativa é, doutrinariamente, possível, embora de difícil configuração; apenas casuisticamente se poderá definir sua ocorrência.
Sujeitos
Sujeito ativo
Aquele que acha a coisa perdida e deixa de restituir ao dono ou não o entrega a autoridade competente, ou se comporta como se dono fosse da coisa. 
Sujeito passivo 
É o proprietário ou o legítimo possuidor da coisa.
O elemento subjetivo
É o dolo, concretizado na vontade de se apropriar da coisa perdida. No caso concreto é necessário provar a clara vontade do agente de querer se apropriar do bem. Portanto não necessariamente o crime se concretizará se o agente deixar, por exemplo, de restituir o bem por mera negligência. É preciso haver os atos que comprovam a intenção de se apropriar do bem, como vender, doar, alugar.
Referências Bibliográficas
https://carlasalesjuridico.jusbrasil.com.br/artigos/459428253/da-apropriacao-indebita-propriamente-dita, acesso em 22/10/2019 ás 14:34
Bitencourt, Cezar Roberto. Tratado de direito penal, 3: parte especial: dos crimes contra o patrimônio até dos crimes contra o sentimento religioso e o respeito aos mortos/ Cezar Roberto Bitencourt. - 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2012
https://www.jfrn.jus.br/institucional/biblioteca-old/doutrina/Doutrina372-furto-estelionato-e-apropriacao.pdf, acesso em 22/10/2019 ás 16:28
GRECO, Rogerio. Codigo Penal: comentado. 11a edição. Niteroi, RJ: Impetus, 2017.
Capez, Fernando. Parte especial: dos crimes contra a pessoa a dos crimes contra o sentimento religioso e contra o respeito aos mortos (arts. 121 a 212). Curso de direito penal: Fernando Capez

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