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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XXX VARA DO TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE SUZANO/SP. Inquérito Policial nº XXX Leonelsom da Silva, já qualificado nos autos do inquérito em epígrafe, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, por seu advogado, mandato de procuração incluso, REQUER: RELAXAMANTO DA PRISÃO PREVENTIVA Com fundamento no artigo 5º, LXV, da Constituição Federal C/C artigo 310, I, do CPP, pelas razões de fato e direito que passa a expor: I - DOS FATOS Em 03/04/2019, no município de Suzano, foi encontrado em uma viela na região central, o corpo de José das Couves, após necropsia, realizado no IML local, constatado a causa morte em decorrência de 03 perfurações no abdômen, provavelmente os ferimentos foram causados por arma branca. No dia 18/04/2019, o acusado foi preso em flagrante por Policiais Civis em sua residência. Sob a alegação de denúncia anônima apontando que ele é o autor do homicídio narrado, e pelo fato dos policiais terem encontrado uma faca com vestígios de sangue. II – DO DIREITO Esta defesa, segura do conhecimento de Vossa Excelência, vem aduzir os argumentos que demonstram que o ora acusado encontra-se preso ilegalmente, e essa prisão em flagrante não atendeu às exigências legais, conforme fatos expostos abaixo: O acusado deve sua prisão em flagrante em 18/04/2019, por suposta prática de infração do art. 121, do Código Penal. Porém a prisão em flagrante ocorreu 15 dias após o homicídio que ocorreu na data de 03/04/2019. Sabe-se que referida modalidade de prisão só pode ser imposta diante das hipóteses previstas no art. 302 do Código de Processo Penal: Considera-se em flagrante delito quem: I - está cometendo a infração penal; II - acaba de cometê-la; III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração. Conforme verificado no caso em apreço, não ocorreu estado de flagrância, tendo em vista que o acusado foi detido 15 dias depois do delito, ter sido cometido sem que houvesse qualquer perseguição. Não houve nexo entre o momento da prisão e a prática do delito. O acusado não foi encontrado logo depois da prática de uma infração penal que fizesse presumir ser ele o seu autor. Restando afastado o requisito temporal. Ademais, encontra-se presente outra violação, conforme o art. 287, do CPP é necessário a audiência de custódia nos casos de infração inafiançável. Esse entendimento foi ratificado no entendimento da 6ª turma do STJ, é manifestamente ilegal manter um preso em flagrante por mais de 96 horas sem que seja feita a audiência de custódia III - DOS PEDIDOS Diante do exposto, requer a Vossa Excelência o afastamento da hipótese de Prisão em Flagrante, determinando assim o Relaxamento da Prisão, bem como a expedição do competente alvará de soltura. Termos em que, Pede deferimento. Suzano, data XXX, de XXX, ano XXX. Advogado XXX OAB nº XXX
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