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PEÇA I - RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE

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EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 1º VARA CRIMINAL DA COMARCA DE EXTREMA/MG
NONO NINHO, brasileiro, casado, com 20 anos de idade, trabalha atualmente como vendedor, pai de duas crianças, uma de 2 anos e a outra de 3 anos, residente na rua X bairro X na cidade de Vargem Estado de São Paulo, inscrito sob o CPF Nº X e RG Nº X, vem respeitosamente, por meio de seu advogado, conforme a procuração em anexo, requerer a Vossa Excelência, o pedido de
RELAXAMENTO DE PRISÃO EM FLAGRANTE,
visando declaração de nulidade do auto de prisão em flagrante Nº X, com a correspondente expedição do alvará de soltura com fundamento no Artigo 5º LXV da CF/88 e DO ARTIGO 310° inciso l do código de processo penal pelas seguintes razões de fato e de direito:
1- DOS FATOS
	 Por volta das 9h da manhã de um domingo, dia 5 de janeiro de 2020, SÉTIMO SILVA, brasileiro, solteiro, motorista de 25 anos de idade, residente na cidade de Extrema/MG, enquanto caminhava pelas ruas da cidade, teve subtraído seu relógio da marca Funlerim, adquirido recentemente por R$19,90 (dezenove reais e noventa centavos), fato que ocorreu mediante grave ameaça, consistente na utilização de arma de fogo (segundo narrativa de SÉTIMO, uma arma calibre 222 Remington, com energia de 1.717,63 Joules, classificada, no Anexo B, da Portaria nº 1.222/19, como de uso restrito).
	Imediatamente, SÉTIMO se deslocou até a delegacia de polícia civil mais próxima, ainda em Extrema/MG, e lá comunicou os fatos. Perguntado sobre a identidade e descrição do autor, ele o apresentou como possuidor de altura aproximada de 1,80m, magro, pele clara, cabelo curto e castanho claro. Ainda, informou que o autor do fato teria uma tatuagem em um dos braços e que estaria vestido com uma calça jeans azul e camiseta, não se recordando a cor desta.
Por volta das 8h da manhã do dia seguinte (segunda-feira, dia 6), na cidade vizinha (vargem-SP) , o requerente foi preso em flagrante delito, por ter SUPOSTAMENTE, agido conforme o artigo 302 do CPP inciso IV, incorrido no crime de roubo, por possuir as mesmas características físicas descritas e, ainda, estava utilizando um relógio da mesma marca daquele subtraído no dia anterior, o que levou o agente estatal a dar voz de prisão em flagrante a NONO NINHO, o qual fora encaminhado à Delegacia de Polícia Civil de Vargem.
Passadas apenas 2 horas do encarceramento, o Auto de Prisão em Flagrante Delito (APFD) foi encaminhado ao Fórum da Comarca de Extrema/MG (1ª Vara Criminal), que ainda não realiza audiência de custódia, tendo o delegado, para tanto, alegado tratar-se de localidade na qual a vítima possuía residência.
Artigo 302 CPP “in Verbis”:
 Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
No inciso IV do artigo 302 do CPP há o chamado ‘’flagrante presumido” o qual pode ser taxado de impróprio. Nele traz a informação de que pode ser preso em flagrante delito, aquele que é encontrado logo depois com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele o autor da infração. No caso em questão, o requerente NONO NINHO portava apenas um relógio da mesma marca, sendo que esta mesma bijuteria, é considerada uma peça comum e usual no comercio local. 
Outro fator preponderante neste artigo é a palavra ‘LOGO DEPOIS’, em que no caso, para ser configurado o flagrante delito, é necessário uma ação imediata da autoridade judiciaria entre o tempo em que ocorreu o delito ate o encontro do possível infrator. O que não ocorreu no caso em questão havendo um decurso do tempo de quase 24 horas após a infração, sendo assim, desconfigurando o Estado de flagrância.
2- DO DIREITO 
	A prisão em flagrância possui determinados requisitos que quando não observados podem acarretar sua ilegalidade. No caso em questão, prender em flagrante é capturar alguém quando ele está praticando um crime ou uma contravenção penal, porem estão tipificados na lei, outras modalidades de flagrante delito que merecem ser observadas:
Art. 302. Considera-se em flagrante delito quem:
 I - está cometendo a infração penal;
 II - acaba de cometê-la; 
III - é perseguido, logo após, pela autoridade, pelo ofendido ou por qualquer pessoa, em situação que faça presumir ser autor da infração; 
IV - é encontrado, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou papéis que façam presumir ser ele autor da infração.
	
	É nítido que, em nenhuma das hipóteses previstas em lei, sobre modalidades de flagrantes delito preencheram a suposta conduta praticada por Nono Ninho, pois ele não foi flagrado cometendo nenhum ato delituoso sobretudo após sua prática nem mesmo foi perseguido por qualquer autoridade policial. Além de tudo, o único objeto semelhante ao crime imputado a ele encontrado sobre seus domínios foi o relógio da mesma marca, contudo, por essa marca ser bastante usual na região, seu uso não deve ser ligado a autoria deste delito somente por esse fato e por ele ter uma aparência parecida ao do autor do crime.
	Ademais, a Autoridade policial deu voz de prisão ao requerente quase 24 horas depois de ser apresentado a denúncia, pelo senhor Sétimo Silva. É válido ressaltar que não foi efetuado ao menos a conferência visual do suposto autor do delito.
	Por essas Razões, é cabível pedido de relaxamento de prisão pelo fato de terem ocorrido essas descritas ilegalidades no ato da prisão pela autoridade judiciaria não cumprindo o ritual descrito no artigo 310 do código de processo penal pelo qual é bastante categórico ao trazer que em ate 24 horas após a prisão, é necessário o juiz promover a audiência de custódia com a presença do acusado, o seu advogado constituído e o membro do ministério público, para que nessa audiência, o juiz, com base em fundamentos, conceda o relaxamento de prisão ilegal. Vejamos:
 Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas após a realização da prisão, o juiz deverá promover audiência de custódia com a presença do acusado, seu advogado constituído ou membro da Defensoria Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa audiência, o juiz deverá, fundamentadamente
I - relaxar a prisão ilegal;
	
Ainda nesse artigo, o auto de prisão em flagrante delito, fora encaminhado ao Fórum da Comarca de Extrema/MG (1ª Vara Criminal), que ainda não realiza audiência de custódia, tendo o delegado, para tanto, alegado tratar-se de localidade na qual a vítima possuía residência.
Diante do exposto, vale dizer que já foram transcorridos o prazo para ocorrer a audiência de custódia, em que deveria ser feito no prazo máximo de 24 horas após a realização da prisão em flagrante. A não realização dessa audiência sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, configurando assim, o disposto no paragrafo quarto do mesmo artigo.
§ 4º Transcorridas 24 (vinte e quatro) horas após o decurso do prazo estabelecido no caput deste artigo, a não realização de audiência de custódia sem motivação idônea ensejará também a ilegalidade da prisão, a ser relaxada pela autoridade competente, sem prejuízo da possibilidade de imediata decretação de prisão preventiva.
	Sendo assim, deve ocorrer o relaxamento de prisão, em razão de todas essas ilegalidades, soltando o requerente sem prejuízo da responsabilidade funcional e criminal da autoridade responsável pelo ato, em caso de abuso.
	O relaxamento de prisão é uma garantia constitucional a todos e esta previsto no artigo 5º,LXV da CF/88:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
LXV - a prisão ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
	Portanto, caso em que se torna demonstrada a ilegalidade da prisão em flagrante, a ordem de prisão cautelar e provisória não foi devidamentefundamentada pelo paragrafo 2] do artigo 312 do CPP e como não houve transito em julgado da sentença penal condenatória, não há motivos para a p, não há motivos para a prisão percorrer, sendo ela ilegal e devendo ser relaxada.
	Sendo assim, tendo o requerente, plena condição de responder o processo criminal em liberdade, não há qualquer razão para lhe manter restrito de sua liberdade de locomoção, sendo medida que se impõe a concessão do relaxamento de prisão, uma vez que o juiz ao receber o auto de prisão em flagrante, tomara as decisões previstas no artigo 310 do CPP que assim entender pertinente.
3- DO PEDIDO 
	Diante do exposto, requer-se a procedência do pedido com o consequente relaxamento de prisão em flagrante expedindo o componente alvará de soltura em favor do requerente NONO NINHO, conforme regulamentado no artigo 310, I do Código Processual Penal.
Nestes termos
Pede deferimento
Vargem – SP , XXX DE XXXX DE 2020
XXXXXXXXXX
OAB Nº XXXXXXXXXX

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