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Aplicação dos índices visando a caracterização da qualidade da água (*)
As principais vantagens dos índices e normas de qualidade de águas são a facilidade de comunicação com o público não técnico, o status maior do que as variáveis e seus parâmetros individuais e o fato de poder representar uma média dos parâmetros de diversas variáveis em um único número, combinando unidades de medidas diferentes em um única unidade. 
No entanto, a principal desvantagem, consiste na perda de informação das variáveis individuais e da interação entre as mesmas. O índice, apesar de fornecer uma avaliação integrada, jamais substituirá uma avaliação detalhada da qualidade das águas de uma determinada bacia hidrográfica, segundo CETESB (2004). 
Na medida em que se torna mais intenso e diversificado o uso dos lagos, mananciais e suas bacias hidrográficas, maior é a necessidade de se definir formas de manejo sustentado e de gerenciamento desses ecossistemas. Para isso, torna-se necessário uma monitorização sistemática, que resulta em séries temporais de dados que permitam avaliar a evolução da qualidade do corpo aquático e conhecer as tendências de sua variação, (Borges & Guimarães, Internet 2004). 
A caracterização do estado de trofia de lagos e a utilização de índices de qualidade de águas tem como objetivo simplificar uma série de variáveis e os seus parâmetros em valores inteiros, fáceis de entendimento pelo público e uma ferramenta utilizada para gerenciamento da qualidade de águas interiores tanto para a comunidade cientifica, quanto para as autoridades relacionadas à saúde publica e ao saneamento. Existem poucas informações disponíveis, relacionando as condições sanitárias com o grau de eutrofização de lagos, principalmente aqueles localizados em regiões tropicais e urbanas, (Borges & Guimarães, op cit). 
É importante também salientar que o IQA – Indice de Qualidade da Água – um dos primeiros índices a ser aplicados no Brasil, foi desenvolvido para avaliar a qualidade das águas, tendo como determinante principal a sua utilização para o abastecimento público, considerando aspectos relativos ao tratamento dessas águas. Mais tarde, passou-se a utilizar o IQA associado ao IT – Índice de Toxicidade. Mas com a crescente urbanização, maior atividade agropecuária e industrialização de algumas regiões tem-se como conseqüência um maior comprometimento da qualidade das águas dos rios e reservatórios, devido, principalmente, à maior complexidade de poluentes que estão sendo lançados no ambiente e à deficiência do sistema de coleta e tratamento dos esgotos gerados pela população. 
Desta forma, a partir de 2002, passou-se a utilizar índices específicos para os principais usos do recurso hídrico: 
- águas destinadas para fins de abastecimento público - IAP; 
- águas destinadas para a proteção da vida aquática – IVA;
- águas destinadas para o banho - Classificação da Praia. (balneabilidade)
1. IQA - Índice de Qualidade das Águas
No Brasil, pioneiramente a CETESB/SP, a partir de um estudo realizado em 1970 pela "National Sanitation Foundation" dos Estados Unidos, adaptou e desenvolveu o IQA - Índice de Qualidade das Águas, que incorpora 9 varáveis e seus respectivos parâmetros considerados relevantes para a avaliação da qualidade das águas, tendo como determinante principal a utilização das mesmas para abastecimento público, (CESTEB, 2004).
A criação do IQA baseou-se, na época, numa pesquisa de opinião junto a especialistas em qualidade de águas, que indicaram as variáveis a serem avaliadas, o peso relativo das mesmas e a condição com que se apresenta cada variável, segundo uma escala de valores "rating". Das 35 variáveis indicadoras de qualidade de água inicialmente propostas, somente 9 foram selecionados. 
Para estes, a critério de cada profissional, foram estabelecidas curvas de variação da qualidade das águas de acordo com o estado ou a condição de cada variável, como (curvas médias de variação de qualidade das águas). As variáveis foram então: Coliformes Fecais, pH, DBO, Nitrogênio Total, Fósforo Total, Temperatura, Turbidez, Resíduo Total e Oxigênio Dissolvido. 
Metodologia do cálculo:
IQA : Índice de Qualidade das Águas, um número entre 0 e 100;
qi : qualidade do i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 100, obtido da respectiva "curva média de variação de qualidade", em função de sua concentração ou medida e
wi : peso correspondente ao i-ésimo parâmetro, um número entre 0 e 1, atribuído em função da sua importância para a conformação global de qualidade, sendo que:
 
n : número de parâmetros que entram no cálculo do IQA.
No caso de não se dispor do valor de algum dos 9 parâmetros, o cálculo do IQA é inviabilizado.
	 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
O Índice de Qualidade das Águas é dado por um número entre 0 e 100 obtido através da aplicação da fórmula. A água pode ser classificada para abastecimento público, segundo a graduação:
	80 a 100
	Qualidade ótima
	52 a 79
	Qualidade boa
	37 a 51
	Qualidade aceitável
	20 a 36
	Imprópria para tratamento convencional
	0 a 19
	Crítica
IT – Índice de Toxidez ou Toxicidade para Metais
Este índice complementa o IQA-NSF. Em geral os índices não consideram a existência de substâncias tóxicas. BROWN et al. (1970) recomendam a utilização de um índice de toxidez ou toxicidade, cujo valor é 0 ou 1, indicando, respectivamente, a presença de poluentes acima do seu limite máximo admissível, ou a ausência destes poluentes. O valor de IT deve ser multiplicado pelo IQA, confirmando o seu valor (IT=1), ou anulando o seu valor (IT=0).
Algumas substâncias tóxicas, como metais e pesticidas, apresentam concentrações freqüentemente limitadas espacial e temporalmente a determinadas situações, razão pela qual não podem ser incluídas em índices mais amplos propostos para áreas com diferenças hidrológicas, demográficas ou geológicas. 
No IQA proposto pela NSF este problema é contornado através de uma variável binária, o Índice de Toxidez (IT), que assume o valor zero, caso um dos elementos considerados tóxicos ultrapasse o limite permitido, ou o valor um (1) em caso contrário. A nota final de um ponto de amostragem será o produto do IQA pelo IT. Em suma: IT=0, quando pelo menos uma substância tóxica ultrapassar os padrões estabelecidos pela legislação (resolução 357/05 do CONAMA) e IT=1, quando nenhuma substância tóxica ultrapassar esses padrões.
Os sete metais integrantes do IT são os seguintes: cádmio, chumbo, cobre,mercúrio, cromo total, níquel e zinco. Os metais ferro e manganês também são analisados, mas foram excluídos do IT, devido à sua baixa toxidade e as particularidades geológicas, que apresentam naturalmente concentrações mais elevadas que os padrões existentes propostos para regiões com características diferentes.
Padrões adotados para o Índice de Toxidez (mg.L-1) segundo resolução 357/05 do CONAMA.
	Metais/ águas doces
	Classe I
	Classe II
	Classe III
	Cádmio total
	0,001 mg/L Cd 
	0,001 mg/L Cd 
	0,01 mg/L Cd
	Chumbo total
	0,01mg/L Pb 
	0,01mg/L Pb 
	0,033 mg/L Pb
	Cobre dissolvido 
	0,009 mg/L Cu 
	0,009 mg/L Cu
	0,013 mg/L Cu
	Cromo total 
	0,05 mg/L Cr 
	0,05 mg/L Cr 
	0,05 mg/L Cr
	Mercúrio total
	0,0002 mg/L Hg 
	0,0002 mg/L Hg 
	0,002 mg/L Hg
	Níquel total
	0,025 mg/L Ni 
	0,025 mg/L Ni 
	0,025 mg/L Ni
	Zinco total
	0,18 mg/L Zn 
	0,18 mg/L Zn 
	5 mg/L Zn
	Ferro dissolvido
	0,3 mg/L Fe 
	0,3 mg/L Fe 
	5,0 mg/L Fe
	Manganês total
	0,1 mg/L Mn 
	0,1 mg/L Mn 
	0,5 mg/L Mn
2- IAP – Índice de qualidade de água bruta para fins de abastecimento público 
Índice composto por três grupos principais de variáveis e seus respectivos parâmetros:
· IQA - grupo de variáveis ou parâmetros básicos (temperatura da água, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, coliforme fecal, nitrogênio total, fósforo total, resíduo total e turbidez); 
· Parâmetros que indicam a presença de substâncias tóxicas (teste de mutagenicidade, potencial de formação de trihalometanos, cádmio, chumbo, cromo total, mercúrio e níquel) e 
· Grupo de parâmetros que afetam a qualidadeorganoléptica (fenóis, ferro, manganês, alumínio, cobre e zinco). 
Com isso as águas são agrupadas em cinco classes: Qualidade Ótima; Qualidade Boa; Qualidade Regular; Qualidade Ruim; Qualidade Péssima 
Metodologia do cálculo:
O IAP será calculado segundo a seguinte expressão:
IAP = IQA x ISTO
O IAP será o produto da ponderação dos resultados do IQA (Índice de Qualidade de Águas) e do ISTO (Índice de Substâncias Tóxicas e Organolépticas), que é composto pelo grupo de substâncias que afetam a qualidade organoléptica da água, bem como de substâncias tóxicas, incluindo metais, além de resultados do teste de Ames (Genotoxicidade) e do Potencial de Formação de Trihalometanos (THMPF). Assim, o índice será composto por três grupos principais de parâmetros:
- IQA: representa o grupo de variáveis e parâmetros básicos (temperatura da água, pH, oxigênio dissolvido, demanda bioquímica de oxigênio, coliformes termotolerantes, nitrogênio total, fósforo total, resíduo total e turbidez);
· ISTO: Parâmetros de variáveis que indicam a presença de substâncias tóxicas (teste de mutagenicidade, potencial de formação de trihalometanos, cádmio, chumbo, cromo total, mercúrio e níquel) e Grupo de variáveis/parâmetros que afetam a qualidade organoléptica (fenóis, ferro, manganês, alumínio, cobre e zinco).
Obs: O IAP pode ser calculado sem considerar os resultados do teste de mutagenicidade e do potencial de formação de trihalometanos, desde que o resultado seja expresso indicando tal ausência.
Para cada parâmetro incluído no ISTO são estabelecidas curvas de qualidade, que atribuem ponderações variando de 0 a 1.
As curvas de qualidade, são construídas utilizando-se dois níveis de qualidade, que associam os valores numéricos 1.0 e 0.5, respectivamente, ao limite inferior (LI) e ao limite superior (LS).
	
	 
	onde,
q1 = 1; se Valor Medido < LI
q1 = 0,5 (Valor Medido - LI) / (LS - LI)
• qi = 1: águas adequadas para o consumo humano. Atendem aos padrões de potabilidade da Portaria 518/04 do Ministério da Saúde em relação aos parâmetros avaliados.
• 0,5 > qi < 1: águas adequadas para tratamento convencional. Atendem aos padrões de qualidade da classe 3 da Resolução CONAMA 357/05 em relação aos parâmetros determinados.
• qi < 0,5: águas que não devem ser submetidas apenas a tratamento convencional. Não atendem aos padrões de qualidade da classe 3 da Resolução CONAMA 357/05 em relação aos parâmetros avaliados.
Desta forma, o limite inferior para cada um desses parâmetros foi considerado como sendo os padrões de potabilidade estabelecidos na Portaria 518/04 do Ministério da Saúde. Como nesta documentação não se prioriza padrão de potabilidade para o níquel, foi adotado o padrão de consumo humano estabelecido pela OMS.
Na tabela a seguir, são apresentados os limites inferiores e superiores adotados para os parâmetros metais pesados e fenóis.
Limites Superiores e Inferiores - metais pesados e fenóis 
	Grupo
	Parâmetro
	Limite
	Unidade Inferior
	Limite Superior
	
	Tóxicos
	Cádmio
Chumbo
Cromo Total
Níquel
Mercúrio
	mg.L-1
mg.L-1
mg.L-1
mg.L-1
mg.L-1
	0,005
0,05
0,05
0,05
0,001
	0,01
0,10
0,50
0,07
0,002
	
	Organolépticos
	Fenóis
Zinco
Ferro
Manganês
Alumínio
Cobre
	mg.L-1
mg.L-1
mg.L-1
mg.L-1
mg.L-1
mg.L-1
	0,0001
5
0,3
0,1
0,2
1
	0,3
7
5
0,5
2
4
• Cálculo do ISTO
O ISTO é resultado do produto dos grupos de substâncias tóxicas e as que alteram a qualidade organoléptica da água, como descrito abaixo:
ISTO = ST x SO
· Cálculo do IAP
O IAP deverá ser calculado a partir do produto entre o antigo IQA e o ISTO, segundo a seguinte expressão:
IAP = IQA x ISTO
O índice descreverá cinco classificações, que se encontram relacionadas a seguir:
Qualidade Ótima: 79 < IAP > 100
Qualidade Boa: 51 < IAP > 79
Qualidade Regular : 36 < IAP > 51
Qualidade Ruim: 19 < IAP > 36
Qualidade Péssima: IAP < 19
3- IVA – Índice de qualidade de água para a proteção da vida aquática 
O IVA tem o objetivo de avaliar a qualidade das águas para fins de proteção da fauna e flora em geral, diferenciado, portanto, de um índice para avaliação da água para o consumo humano e recreação de contato primário. 
O IVA leva em consideração a presença e concentração de contaminantes químicos tóxicos, seu efeito sobre os organismos aquáticos (toxicidade) e duas das variáveis e seus parâmetros considerados essenciais para a biota (pH e oxigênio dissolvido), parâmetros esses agrupados no IPMCA - Índice de Parâmetros Mínimos para a Preservação da Vida Aquática, bem como o IET - Índice do Estado Trófico de Carlson modificado por Toledo, (Carlson modificado por Toledo et al.,1983 e Toledo, 1990).
Desta forma, o IVA fornece informações não só sobre a qualidade da água em termos ecotoxicológicos, como também sobre o seu grau de trofia. De acordo com a Resolução CONAMA, nº 375/05, a proteção das comunidades aquáticas está prevista para corpos d'água enquadrados nas classes 1, 2 e 3, sendo, portanto, pertinente a aplicação do IVA somente para esses ambientes. Assim sendo, para os corpos d'água enquadrados na classe 4 não é ou será aplicado o IVA. 
O índice descreverá cinco classificações de qualidade, relacionadas a seguir: Qualidade Ótima; Qualidade Boa; Qualidade Regular; Qualidade Ruim; Qualidade Péssima.
O IVA deverá ser calculado a partir do IPMCA e do IET, segundo uma expressão matemática específica, ou seja: 
IVA = (IPMCA x 1,2) + IET. 
Na ausência do valor do IET, para efeito dos cálculos, o mesmo deverá ser igual à unidade. 
4- IPMCA - Índice de parâmetros mínimos para a preservação da vida aquática.
O IPMCA é composto por dois grupos de variáveis com seus respectivos parâmetros: 
· Grupo de substâncias tóxicas (cobre, zinco, chumbo, cromo, mercúrio, níquel, cádmio, surfactantes e fenóis). Neste grupo foram incluídos as variáveis que identificam o nível de contaminação por substâncias potencialmente danosas às comunidades aquáticas, podendo ser incluídos novas variáveis, (parâmetros), que venham a ser considerados importantes para a avaliação da qualidade das águas, mesmo em nível regional. 
· Grupo de variáveis e seus parâmetros essenciais (oxigênio dissolvido, pH e toxicidade). 
Para cada variável incluído no IPMCA são estabelecidos três diferentes níveis de qualidade, com ponderações numéricas de 1 a 3 e, que correspondem a padrões de qualidade de água estabelecidos pela Resolução CONAMA 357/05 e padrões preconizados pelas legislações americana (USEPA, 1991) e francesa (Code Permanent: Environnement et Nuisances, 1986), as quais estabelecem limites máximos permissíveis de substâncias químicas na água, com o propósito de evitar efeitos de toxicidade crônica e aguda à biota aquática. 
Esses níveis refletem as seguintes condições de qualidade de água: 
· Nível A: Águas com características desejáveis para manter a sobrevivência e a reprodução dos organismos aquáticos. Atende aos padrões de qualidade da Resolução CONAMA, 357/05 (ponderação 1).
- Nível B: Águas com características desejáveis para a sobrevivência dos organismos aquáticos, porém a reprodução pode ser afetada a longo prazo (ponderação 2). 
· Nível C: Águas com características que podem comprometer a sobrevivência dos organismos aquáticos (ponderação 3). 
	Grupos
	Parâmetros
	Níveis
	Faixa de variaçao
	Ponderação
	Parâmetros Essenciais
	OD (mg.L-1)
	A
	>= 5,0
	1
	
	
	B
	3,0 a 5,0
	2
	
	
	C
	< 3,0
	3
	
	pH
	A
	6,0 a 9,0
	1
	
	
	B
	5 a <6 e > 9 a 9,5
	2
	
	
	C
	<5 e 9 > 9,5
	3
	
	toxicidade
	A
	Não tóxico
	1
	
	
	B
	Efeito crônico
	2
	
	
	C
	Efeito agudo
	3
	Substâncias Tóxicas
ST
(mg.L-1)
	Cádmio total 
	A
	<= 0,001
	1
	
	
	B
	> 0,001 a 0,005
	2
	
	
	C
	> 0,005
	3
	
	Chumbo total 
	A
	<= 0,03
	1
	
	
	B
	> 0,03 a 0,08
	2
	
	
	C
	> 0,08
	3
	
	Cobre dissolvido 
	A
	<= 0,02
	1
	
	
	B
	> 0,02 a 0,05
	2
	
	
	C
	> 0,02
	3
	
	Cromo total 
	A
	<= 0,05
	1
	
	
	B
	> 0,05 a 1,005
	2
	
	
	C
	> 1,00
	3
	
	Mercúrio total 
	A
	<= 0,0002
	1
	
	
	B
	> 0,0002 a 0,001
	2
	
	
	C
	> 0,001
	3
	
	Níquel total 
	A
	<= 0,025
	1
	
	
	B
	> 0,025 a 0,160
	2C
	> 0,160
	3
	
	Zinco total
	A
	<= 0,18
	1
	
	
	B
	> 0,18 a 1,00
	2
	
	
	C
	> 1,00
	3
	
	Fenóis
	A
	<= 0,001
	1
	
	
	B
	> 0,001 a 0,050
	2
	
	
	C
	> 0,050
	3
	
	Surfactantes
	A
	<= 0,5
	1
	
	
	B
	> 0,5 a 1,0
	2
	
	
	C
	> 1,0
	3
Cálculo do IPMCA: Dadas as ponderações para os parâmetros determinados em uma amostra de água, o IPMCA é calculado da seguinte forma:
IPMCA = PE x ST, onde: PE: Valor da maior ponderação do grupo de parâmetros essenciais e
 ST: Valor médio das três maiores ponderações do grupo de substâncias tóxicas. Este valor é um número inteiro e o critério de arredondamento deverá ser o seguinte: valores menores que 0,5 serão arredondados para baixo e valores maiores ou iguais a 0,5 serão arredondados para cima.
O valor do IPMCA pode variar de 1 a 9, sendo subdividido em quatro faixas de qualidade, classificando as águas para proteção da vida aquática, conforme o quadro a seguir:
	IPMCA
	Qualidade da água
	1
	Boa
	2
	Regular
	3 e 4
	Ruim
	> ou = 6
	Péssima
6- IET - Índice do estado trófico 
O Índice do Estado Trófico-IET,( Carlson,1977), permite uma avaliação limnológica bastante aproximada do nível de enriquecimento nutricional de um corpo aquático e abrange apenas três parâmetros: transparência, clorofila "a" e fósforo total. Trata-se de uma forma simples de analisar um conceito multidimensional que envolve critérios de oxigenação, de transparência, de nutrientes eutrofizantes, de biomassa, de composição e concentração de fito e zooplâncton, entre outros dados (von Sperling,1994).
Carlson(1977) desenvolveu o índice definindo o estado trófico segundo a concentração de biomassa, avaliada através das medidas de transparência do disco de Secchi. Esta é inversamente proporcional ao somatório da absorbância da luz pela água e sólidos dissolvidos e à concentração de matéria particulada.
O conceito de estado trófico é multidimensional, envolvendo aspectos de carga e transporte de nutrientes, concentração de nutrientes, produtividade, quantidade e qualidade da biota e morfometria do lago. 
O Índice do Estado Trófico tem por finalidade classificar corpos d'água em diferentes graus de trofia, ou seja, avalia a qualidade da água quanto ao enriquecimento por nutrientes e seu efeito relacionado ao crescimento excessivo das algas, ou o potencial para o crescimento de macrófitas aquáticas. 
Este índice utiliza três avaliações de estado trófico em função dos valores obtidos para as variáveis: transparência (disco de Secchi), clorofila “a” e fósforo total. Nesse índice, os resultados correspondentes ao fósforo, IET(P), devem ser entendidos como uma medida do potencial de eutrofização, já que este nutriente atua como o agente causador do processo. A avaliação correspondente à clorofila a, IET(CL), por sua vez, deve ser considerada como uma medida da resposta do corpo hídrico ao agente causador, indicando de forma adequada o nível de crescimento de algas que tem lugar em suas águas. Assim, o índice médio engloba, de forma satisfatória, a causa e o efeito do processo. 
Deve-se ter em conta que num corpo hídrico, em que o processo de eutrofização encontre-se plenamente estabelecido, o estado trófico determinado pelo índice da clorofila “a” certamente coincidirá com o estado trófico determinado pelo índice do fósforo. Já nos corpos hídricos em que o processo esteja limitado por fatores ambientais, como a temperatura da água ou a baixa transparência, o índice relativo à clorofila “a” irá refletir esse fato, classificando o estado trófico em um nível inferior àquele determinado pelo índice do fósforo. 
Além disso, caso sejam aplicados algicidas, a conseqüente diminuição das concentrações de clorofila “a” resultará em uma redução na classificação obtida a partir do seu índice. 
Para a classificação deste índice são adotados os seguintes estados de trofia: oligotrófico, mesotrófico, eutrófico e hipereutrófico, com limites e características segundo o Índice de Calrson.
1. Oligotrófico - Corpos de água limpos, de baixa produtividade, em que não ocorrem interferências indesejáveis sobre os usos da água. 
2. Mesotrófico - Corpos de água com produtividade intermediária, com possíveis implicações sobre a qualidade da água, mas em níveis aceitáveis, na maioria dos casos. 
3. Eutrófico - Corpos de água com alta produtividade em relação às condições naturais, de baixa transparência, em geral afetados por atividades antrópicas, em que ocorrem alterações indesejáveis na qualidade da água e interferências nos seus múltiplos usos. 
4. Hipereutrófico - Corpos de água afetados significativamente pelas elevadas concentrações de matéria orgânica e nutrientes, com comprometimento acentuado nos seus usos, podendo inclusive estarem associados a episódios florações de algas e de mortandade de peixes e causar conseqüências indesejáveis sobre as atividades pecuárias nas regiões ribeirinhas. 
O Índice do Estado Trófico a ser utilizado no cálculo do IVA, será composto pelo Índice do Estado Trófico para o fósforo - IET(P), e o Índice do Estado Trófico para a clorofila a - IET(CL), modificados por Toledo, sendo: 
IET(P) = 10 { 6 – [ ln ( 80,32 / P ) / ln 2 ] }
IET(CL) = 10 { 6 – [ ( 2,04 – 0,695 ln CL ) / ln 2 ] }
onde:
· P = concentração de fósforo total medida à superfície da água, em mg.L-1
· CL = concentração de clorofila a medida à superfície da água, em mg.L-1
· ln = logaritmo natural
A expressão do índice a ser utilizada será a seguinte:
IET = [ IET ( P ) + IET ( CL) ] / 2
onde:
· IET é a média aritmética simples dos índices relativos ao fósforo total e à clorofila a.
No caso de não haver resultados para o fósforo total ou para a clorofila a, o índice será calculado com o parâmetro disponível e considerado equivalente ao IET, devendo, apenas, constar uma observação junto ao resultado, informando que apenas um dos parâmetros foi utilizado. Para a classificação deste índice foram adotados os seguintes estados de trofia: oligotrófico, mesotrófico, eutrófico e hipereutrófico, conforme o quadro a seguir:
	Estado Trófico
	Especificação
	Critério
	Classes do IET
Ponderação
	Oligotrófico
	Corpos de água limpos, de baixa produtividade, em que não ocorrem interferências indesejáveis sobre os usos da água.
	IET = 44
	1
	Mesotrófico
	Corpos de água com produtividade intermediária, com possíveis implicações sobre a qualidade da água, mas em níveis aceitáveis, na maioria dos casos.
	44,1 a 54
	2
	Eutrófico
	Corpos de água com alta produtividade em relação às condições naturais, de baixa transparência, em geral afetados por atividades antrópicas, em que ocorrem alterações indesejáveis na qualidade da água e interferências nos seus múltiplos usos.
	54,1 a 74
	3
	Hipereutrófico
	Corpos de água afetados significativamente pelas elevadas concentrações de matéria orgânica e nutrientes, com comprometimento acentuado nos seus usos, podendo inclusive estarem associados a episódios florações de algas e de mortandade de peixes e causar conseqüências indesejáveis sobre as atividades pecuárias nas regiões ribeirinhas.
	IET > 74
	
4
Em virtude da variabilidade sazonal dos processos ambientais que têm influência sobre o grau de eutrofização de um corpo hídrico, esse processo pode apresentar variações no decorrer do ano, havendo épocas em que se desenvolve de forma mais intensa e outros em que pode ser mais limitado. Em geral, no início da primavera, com o aumento da temperatura da água, maior disponibilidade de nutrientes e condições propícias de penetração de luz na água, é comum observar-se um incremento do processo, após o período de inverno, em que ele se mostrava menos intenso. Nesse sentido, a determinação do grau de eutrofização médio anual de um corpo hídrico não permitirá identificar de forma explícita as variações que ocorreram ao longo do período anual. Em outras palavras, um corpo hídrico que em certo mês do ano atingiu, por exemplo, o nível Eutrófico, segundo a classificação do índice, poderá ter a sua classificação média anual situada em um nível de eutrofizaçãoinferior, como Mesotrófico ou mesmo Oligotrófico, uma vez que o índice é calculado sobre as médias anuais das variáveis que o compõem (fósforo total e clorofila a).
Cálculo do IVA - Índice para a proteção da vida aquática
Durante o desenvolvimento do índice de qualidade proposto, foi considerado que a melhor denominação para o IVA proposto é a de Índice para a proteção da Vida Aquática, ao invés de Índice para a preservação da Vida Aquática.
O IVA deverá ser calculado a partir do IPMCA e do IET, segundo a expressão:
IVA = (IPMCA x 1,2) + IET
Na ausência do valor do IET, para efeito dos cálculos, o mesmo deverá ser igual à unidade.
O índice descreverá cinco classificações de qualidade, que se encontram relacionadas a seguir:
Qualidade Ótima
 IVA = 2,2
Qualidade Boa 
IVA = 3,2
Qualidade Regular 
IVA = 3,4 a 4,4
Qualidade Ruim 
IVA = 4,6 a 6,8
Qualidade Péssima
 IVA > 7,6
8- Balneabilidade
Balneabilidade é a qualidade das águas destinadas à recreação de contato primário, sendo este entendido como um contato direto e prolongado com a água (natação, mergulho, esqui-aquático, etc.), onde a possibilidade de ingerir quantidades apreciáveis de água é elevada.
Para sua avaliação é necessário o estabelecimento de critérios objetivos. Estes critérios devem se basear em indicadores a serem monitorados e seus valores confrontados com padrões pré estabelecidos, para que se possa identificar se as condições de balneabilidade em um determinado local são favoráveis ou não; pode-se definir, inclusive, classes de balneabilidade para melhor orientação dos usuários.
A variável indicadora básica para a classificação das praias quanto a sua balneabilidade em termos sanitários é a densidade de coliformes termotolerantes, (antes fecais). 
A presença de esgotos na água esta condicionada:
-Existência de sistemas de recolhimento e disposição dos despejos domésticos gerados nas proximidades
-Existência de córregos afluindo ao sistema hídrico formador do balneário
-Afluência turística durante os períodos de temporada
-Fisiografia da praia ou área de recreação, (de banho, mergulho, etc.) 
-Ocorrências de chuvas
-Movimentação e direção da massa aquática 
Corpos d’água contaminados por esgoto doméstico ao atingirem as águas das praias podem expor os banhistas a bactérias, vírus e protozoários. Crianças e idosos, ou pessoas com baixa resistência, são as mais suscetíveis a desenvolver doenças ou infeções após terem nadado.
As doenças relacionadas ao banho, em geral, não são graves. A doença mais comum associada à água poluída por esgoto é a gastroenterite. Ela ocorre numa grande variedade de formas e pode apresentar um ou mais dos seguintes sintomas: enjôo, vômitos, dores de estômago, diarréia, dor de cabeça e febre. Outras doenças menos graves incluem infeções de olhos, ouvidos, nariz e garganta. Em locais muito contaminados os banhistas podem estar expostos a doenças mais graves, como disenteria, hepatite A, cólera e febre tifóide.
Águas para balneabilidade em águas doces, salobras e salgadas, podem ser classificadas como:
Própria; Imprópria (Presença de E. Coli); Imprópria (Presença de algas); Imprópria (Algas + E. Coli).
Na Resolução CONAMA nº 274/00, temos os critérios para a classificação de águas destinadas à recreação de contato primário.
Segundo os critérios estabelecidos por essa Resolução, as praias ou áreas de recreação aquática são classificadas em quatro categorias diferenciadas, quais sejam, Excelente, Muito Boa, Satisfatória e Imprópria, de acordo com as densidades de coliformes (termotolerantes/fecais) ou E. coli resultantes de análises feitas em cinco amostragens consecutivas. As categorias Excelente, Muito Boa e Satisfatória podem ser agrupadas numa única classificação denominada Própria.
Sua classificação como Imprópria, indica um comprometimento na qualidade sanitária das águas, implicando em um aumento no risco de contaminação do banhista e tornando desaconselhável a sua utilização para o banho.
Mesmo apresentando baixas densidades de coliformes (fecais/termotolerantes), uma área de recreação, (banho/praia), pode ser classificada na categoria Imprópria quando ocorrerem circunstâncias que desaconselhem a recreação de contato primário, tais como a presença de derramamento acidental, ocorrência excessiva de algas, (floração), ou de doenças de veiculação hídrica.
· Coliformes fecais : bactérias pertencentes ao grupo dos coliformes totais caracterizadas pela presença da enzima ß-galactosidade e pela capacidade de fermentar a lactose com produção de gás em 24 horas à temperatura de 44-45°C em meios contendo sais biliares ou outros agentes tensoativos com propriedades inibidoras semelhantes. Além de presentes em fezes humanas e de animais podem, também, ser encontradas em solos, plantas ou quaisquer efluentes contendo matéria orgânica;
- Escherichia coli: bactéria pertencente à família Enterobacteriaceae, caracterizada pela presença das enzimas ß-galactosidade e ß-glicuronidase. Cresce em meio complexo a 44-45°C, fermenta lactose e manitol com produção de ácido e gás e produz indol a partir do aminoácido triptofano. A Escherichia coli é abundante em fezes humanas e de animais, tendo, somente, sido encontrada em esgotos, efluentes, águas naturais e solos que tenham recebido contaminação fecal recente;
- Enterococos: - Os padrões referentes aos enterococos aplicam-se, somente, às águas marinhas; - bactérias do grupo dos estreptococos fecais, pertencentes ao gênero Enterococcus (previamente considerado estreptococos do grupo D), o qual se caracteriza pela alta tolerância às condições adversas de crescimento, tais como: capacidade de crescer na presença de 6,5% de cloreto de sódio, a pH 9,6 e nas temperaturas de 10° e 45°C. A maioria das espécies dos Enterococcus são de origem fecal humana, embora possam ser isolados de fezes de animais;
- Floração: proliferação excessiva de microrganismos aquáticos, principalmente algas, com predominância de uma espécie, decorrente do aparecimento de condições ambientais favoráveis, podendo causar mudança na coloração da água e/ou formação de uma camada espessa na superfície;
- Doença de veiculação hídrica: doença de transmissão hídrica- aquela em que a água atua como veículo de transmissão do agente infeccioso.
hbpádua/2004
Referências Consultadas:
BRASIL, Brasília. Resolução CONAMA nº 274, de 29/11/2000. Dispõe sobre condições de balneabilidade. MS-Ministério da Saúde/ANVISA/ANA – site consultado em set-out-04. www.anvisa.gov.br; www.ana.gov.br 
BRASIL, Brasília. Brasília. Resolução CONAMA 375/2005. www.mma.gov.br
CETESB, site consultado www.cetesb.sp.gov.br/rios/índices
CARLSON, R. E. A trophic state index for lakes. Limmol. Oceanogr., 22: 361-80, 1977. 
MARGALEF, R. Caracteristicas de las águas de represa como indicadoras del estado de los ecossistemas terrestres de las respectivas cuencas. In: Reunião sobre ecologia e proteção de águas continentais. São Carlos, São Paulo, OEA/UNESCO/MAB/ USP, 1981, Anais, p. 39 - 109. 
PNMA II – Seleção de Índices e Indicadores. www.cprh.pe.gov.br/dowloads/pnma2/qualidade-agua/selecaoIndiceIndicadoresFinal.pdf
Portaria nº 518, de 25/03/04; D.O.U. - Diário Oficial da União; Poder Executivo, de 26 de março de 2004: MS-Ministério da Saúde/ANVISA/ANA – site consultado em set-out.-04. www.anvisa.gov.br; www.ana.gov.br
Von SPERLING, E. Avaliação do estado trófico de lagoas e reservatórios tropicais. Revista Bio: Ano 2, Nº 3, p. 68 - 76. ABES. Rio de Janeiro, 1994.

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