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1. Sudorese e Glândulas Sudoríparas A derme papilar é a porção superior da derme, subjacente à camada basal, constituída por tecido conjuntivo frouxo e que acompanha as evaginações presentes na epiderme. Nessa camada, encontramos os corpúsculos de Meissner, que são receptores para a sensação de tato fino, discriminativo. É na derme papilar que encontraremos, também, a haste dos pelos e os ductos das glândulas sudoríparas (LOWE; ANDERSON, 2008; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017). Já a derme reticular é formada por tecido conjuntivo denso não modelado. As fibras colágenas são mais espessas em relação à derme papilar, de modo que essa camada é mais flexível. Nela, encontramos os corpúsculos de Pacini, receptores relacionados à sensação de tato. É na derme reticular que também encontraremos as glândulas sudoríparas e sebáceas, bem como os folículos pilosos (LOWE; ANDERSON, 2008; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2017). Na derme, observamos a presença de números anexos como os folículos pilosos, as glândulas sebáceas e sudoríparas, os vasos sanguíneos e os feixes nervosos. A quantidade desses elementos varia de acordo com a região do corpo que se está analisando, sendo que há áreas mais sensíveis que outras, assim como há regiões com maior densidade de pelos que outras. As glândulas sudoríparas podem ser do tipo merócrinas, cuja excreção ocorre por exocitose; ou do tipo apócrinas, que libera uma pequena parte do citoplasma juntamente com o suor. Espalhadas por quase todo o corpo, as glândulas sudoríparas podem ser amadas — quando produzem o suor que nos refresca — ou causar desconforto, quando molham nossas roupas ou trazem um odor desagradável. As glândulas sudoríparas do tipo merócrinas ou écrinas são estruturas tubulares enoveladas cujos ductos se abrem na superfície da pele. A luz no interior da glândula é reduzida. Desse modo, as secreções são liberadas para fora do organismo. Essas glândulas são responsáveis pela formação do suor, substância que contém baixos níveis de proteicos, sódio, potássio, cloreto, ureia, amônia, ácido úrico e água em grande quantidade. Na verdade, o suor produzido pelas glândulas merócrinas é um ultrafiltrado do plasma sanguíneo. A função principal das glândulas sudoríparas merócrinas é regular a temperatura corporal. A evaporação na superfície da pele do suor produzido por elas refresca e diminui a temperatura corporal. Normalmente, o suor produzido não tem cheiro. Nas glândulas sudoríparas apócrinas, por sua vez, os ductos emergem nos folículos pilosos, mas são ativadas apenas no período púbere e secretam uma substância leitosa inodora. Contudo, devido à ação de bactérias presentes no meio, passa a ter um odor característico. Elas estão presentes em abundância nas regiões axilar, perianal, pubiana e mamária (NEIVA, 2015). A luz no interior da glândula é aumentada, formando grande cavidades quando observadas em secção na microscopia de luz. As glândulas sudoríparas apócrinas são importantes para o ciclo reprodutivo de muitos animais, pois secretam feromônios, que são substâncias químicas capazes de atraírem o parceiro sexual. Tal fenômeno também é observado na espécie humana, sendo que os feromônios são secretados tanto por homens quanto por mulheres, variando de acordo com a fase do ciclo menstrual no caso de mulheres. O suor produzido pelas glândulas sudoríparas contém lipídios e proteínas, além de água e eletrólitos. De acordo com o tipo de alimento que comemos, tais glândulas podem secretar um odor característico. 2. Micoses Cutâneas São infecções causadas por fungos que atingem a pele, as unhas, cabelos e, em alguns raros casos, podem acometer órgãos internos. Podem ser subdivididas em superficiais, cutâneas, subcutâneas, sistêmicas e oportunistas. Os principais fungos responsáveis pela micose cutânea são os dermatófitos e as cândidas. Os dermatófitos podem colonizar a pele, mucosas e pelos do homem e são subdivididos em três gêneros: Trichophyton, Epidermophyton e Microsporum. A candidíase é causada em grande parte pelo fungo Candida albicans. Essa infecção pode atingir mucosas, pele e em alguns casos, pode ser sistêmica. Atinge com muita frequência os recém-nascidos. 3. Sensibilidade da pele ( Terminações Nervosas Encapsuladas) Em conjunto com o sistema neurológico, a pele é responsável pela sensibilidade do organismo, identificando as sensações de pressão, dor e temperatura; considerando que uma grande quantidade de nervos faz parte da pele, todos instaurados na região dérmica e sempre nas imediações de veias e artérias. As terminações nervosas da pele podem ser classificadas em dois tipos. O primeiro são as terminações nervosas livres, que são constituídas por um dentrito ramificado, revestido por células de Schwann (célula glial produtora de mielina). Ambos são envolvidos por uma camada basal e possuem pequeno diâmetro, adaptação lenta e estão em grande quantidade ao longo de toda a pele. O segundo tipo são as terminações nervosas encapsuladas, constituídas por uma cápsula de tecido conjuntivo e fibras nervosas sensitivas, cuja função e o tempo de adaptação são variáveis. Graff (2003) e Bega (2014) mencionam alguns exemplos de terminações nervosas encapsuladas. Corpúsculo de Vater-Pacini Presente na camada dérmica das regiões palmoplantares, capta sensações táteis e vibratórias e possui adaptação rápida. Corpúsculo de Meissner Presente nos pontos mais elevados da pele, onde não há a presença de folículos pilosos, como nas digitais. É responsável por captar sensações táteis e possui adaptação rápida. Corpúsculo de Krause Presente nas regiões mucocutâneas, como lábios e genitais, é responsável por captar sensações de baixa temperatura e apresenta adaptação lenta. Corpúsculo de Ruffini De morfologia ramificada, é uma estrutura pouco frequente e que envolve os pelos. Ele capta sensações de alta temperatura e possui adaptação lenta. Corpúsculo de Merkel Também conhecido como disco de Merkel, está presente nas polpas dos dedos e é responsável pelas sensações táteis e de pressão, tendo adaptação lenta. 4. Tratamento da Acne O desenvolvimento da acne se dá por uma associação de fatores, como o aumento da produção de sebo, que, junto à queratina, obstrui poros e folículos pilossebáceos, formando comedões, também conhecidos como cravos. A colonização desse microambiente pela bactéria Propionibacterium Acnes ativa a resposta imunológica do hospedeiro, que, por sua vez, promove uma reação inflamatória localizada, resultando na formação de pústulas, também conhecidas como espinhas (ASAI et al., 2016). Apesar da obstrução, o conteúdo sebáceo continua a ser produzido, de modo que as pústulas evoluem para cistos, os quais podem ou não se romperem voluntariamente. No caso de rompimento — seja voluntário, seja por ação do hospedeiro —, o produto da reação inflamatória pode infectar as regiões adjacentes. Além disso, a abertura abrupta do tecido cutâneo pode causar marcas de tamanha densidade que permaneçam ao longo da vida do hospedeiro. Tais marcas podem ser minimizadas com o uso de produtos e procedimentos estéticos corretivos (ASAI et al., 2016). Sabe-se que na imunopatologia da acne à resposta imune de memória bem arquitetada é decisiva para o desenvolvimento do quadro acneico mais brando. Parece que a qualidade da resposta imune do hospedeiro é um fator determinante para a intensidade da reação inflamatória, por isso, temos a acne superficial e a acne profunda. Acne superficial ->Caracterizada pela presença de comedões, pústulas, pápulas, pústulas e pequenos cistos. Acne profunda-> Caracterizada pela presença de nódulos profundos, cistos com substância purulenta em seu interior e muitas cicatrizes. • A mais efetiva ação profilática contra acne é higienizar o rosto adequadamente. Independentemente do tipo de pele, o ideal é lavar a face duas vezes ao dia. É importante ressaltar que o excesso de lavagem tambémpode ser prejudicial, causando efeito rebote e provocando episódios de acne (ASAI et al., 2016). • Assim, recomenda-se a realização de limpeza de pele periódica, mas a frequência deve ser analisada caso a caso, junto a um profissional de estética ou médico dermatologista. • A retirada de produtos e maquiagem diariamente, bem como a ingestão controlada de alimentos ricos em gordura e o acompanhamento das taxas hormonais são de grande importância para manter o organismo livre de acne. As ações terapêuticas para o tratamento variam de acordo com a apresentação do paciente. Para casos de acne superficial, recomenda-se o uso de sabonetes com propriedades adstringentes e antioleosas. Apesar de ser causada por uma bactéria, nota-se que sabonetes com ação bactericida não são efetivos para o tratamento de acne. Além disso, deve-se evitar a administração de produtos à base de óleo ou com substâncias abrasivas, como é o caso de sabonetes esfoliativos (ASAI et al., 2016). Devido às altas chances de promover marcas permanentes, o ideal é que a retirada de comedões e a manipulação de pústulas seja feita por profissionais. Caso a acne superficial persista, recomenda-se o uso de tretinoína, peróxido de benzoíla e tetraciclina, todos de uso tópico. Já para a acne profunda, fármacos de uso tópico, como monoterapia, não produzem resposta suficientemente satisfatória. Deve-se evitar terapêuticas pouco eficazes e descontinuidade do tratamento, a fim de evitar cicatrizes. Portanto, a administração de fármacos de uso tópico deve seguir em concomitância aos antibióticos de amplo espectro. Nesse caso, recomenda-se o uso de tetraciclina para pacientes gerais e eritromicina em gestantes, ambos por via oral. Nos casos de alta gravidade, administra-se retinoides ou isotretinoína, também por via oral (FESTA NETO; CUCÉ; REIS, 2013). O uso de retinoides pode ocasionar ressecamento do tecido cutâneo, sensibilidade a luz solar, sensação de formigamento e queimação, entre outros sintomas consequentes (FESTA NETO; CUCÉ; REIS, 2013). Já a isotretinoína tem efeito teratogênico, sendo que pacientes do sexo feminino precisam de acompanhamento antes, durante e depois do tratamento, a fim de afastar o risco de gravidez. Seu mecanismo de ação resulta em diversos efeitos colaterais, como ressecamento das mucosas e da conjuntiva ocular, rigidez nas articulações, cefaleia, entre outros. Sendo assim, tanto o uso de retinoide quanto de isotretinoína são altamente restritos e necessitam de acompanhamento médico (FESTA NETO; CUCÉ; REIS, 2013). 5. Anamnse, avaliação da pele e determinação do tratamento 6. Imunopatologia dos tumores As neoplasias, ou seja, a proliferação descontrolada de células. Na prática, as neoplasias são chamadas de tumores. • Alterações do volume celular Quando uma célula aumenta o seu volume, tem-se hipertrofia (do grego hyper = excesso, além; e trophos = nutrição, metabolismo). Se ocorre redução, tem-se a hipotrofia (do grego hypo = pouco, sob). • Alterações da proliferação celular Quando há aumento da taxa de divisão celular, com maior número de células, temos a hiperplasia (do grego plasis = formação). Se há diminuição do número de células, tem-se a hipoplasia. • Alterações da diferenciação celular Quando as células de um tecido modificam sua diferenciação normal, tem-se metaplasia (do grego meta = variação, mudança). • Alterações da proliferação e diferenciação celulares Quando há proliferação celular autônoma e redução ou perda de diferenciação, tem-se a displasia (do grego dys = imperfeito, irregular). A proliferação celular autônoma, em geral, acompanhada de perda ou redução da diferenciação, é chamada de neoplasia (do grego neo = novo). 7. Permeabilidade Cutânea Assim sendo, temos que a água que está fora do corpo fica impedida de entrar pelos lipídios lamelares; enquanto que a água que está dentro do corpo fica impedida de sair pela queratina. Com isto, formamos a barreira da pele ou manto hidrolipídico. Veja que a barreira foi estabelecida, principalmente, por dois fatores: depósito de proteínas insolúveis na superfície interna da membrana plasmática (queratina) e camada lipídica que está fixada à superfície externa da membrana plasmática (lipídios lamelares) (ROSS; PAWLINA, 2018). São as glândulas sebáceas e sudoríparas as principais responsáveis pela produção do manto hidrolipídico, em especial dos lipídios lamelares. Os principais componentes do envoltório lipídico são as ceramidas, o colesterol e os ácidos graxos livres. No entanto, o componente mais importante é a camada monomolecular de acilglicosilceramida, que proporciona um revestimento da superfície celular semelhante a um “teflon”. As ceramidas são parcialmente responsáveis por induzir a diferenciação celular, desencadear a apoptose e reduzir a proliferação celular (ROSS; PAWLINA, 2018). A queratina contida dentro dos queratinócitos da camada córnea, os corneócitos, também são importantes na manutenção do manto hidrolipídico. Eles estão repletos de filamentos de queratina, bem como aminoácidos e outras pequenas moléculas que, juntas, são denominadas “fator de hidratação natural” (NMF em inglês, de natural moisturizing fator). O NMF é formado por substâncias derivadas da quebra da filagrina, uma proteína que envolve os filamentos de queratina. A camada córnea tem 20% de água em sua composição, derivada tanto das moléculas NMF quanto dos lipídios lamelares. Tal teor é proporcional à umidade relativa externa (VERDIER-SÉVRAIN; BONTÉ, 2007). O NMF é encontrado nos corneócitos e é uma mistura de moléculas higroscópicas, capazes de absorver água, mantendo a hidratação do corneócito e, portanto, da camada córnea da pele. Os componentes higroscópicos do NMF atuam como umectantes muito eficientes (VERDIER-SÉVRAIN; BONTÉ, 2007). A destruição da barreira hídrica epidérmica em grandes áreas, como nas queimaduras graves, pode levar a uma perda de líquido do corpo potencialmente fatal (ROSS; PAWLINA, 2018). É possível utilizar três vias para a oferta de substâncias à pele: penetração, permeação e absorção. Cada uma delas atinge uma estrutura diferente. O processo é denominado penetração quando a administração da substância é feita ao nível da camada córnea epidérmica, via habitual para administração de cosméticos. Dizemos que a ação desta substância é tópica. Já na permeação, a substância consegue passar pela epiderme e chegar na derme, podendo ocorrer entre uma célula e outra (permeação intercelular), atravessando o interior das células (permeação transcelular) ou utilizar os folículos pilosos (transfolicular). É a via habitual para a administração de dermocosmético. De maneira geral, substâncias lipossolúveis têm sua permeação facilitada pelo folículo piloso, uma vez que a invaginação da epiderme para formar o folículo a torna mais fina nessa área. Substâncias hidrossolúveis terão maior dificuldade de permeação, pois o ducto da glândula sudorípara é estreito e tem fluxo de secreção no sentido inverso, fato que dificulta a penetração por esta via. Por fim, temos a absorção, que é realizada por meio dos vasos sanguíneos, o que permite uma ação sistêmica no organismo. Na absorção, a substância passou pela epiderme, pela derme e chegou aos vasos sanguíneos, em uma ação transdérmica. Também é uma via para a administração de fármacos. A espessura da camada córnea pode dificultar a passagem das substâncias, enquanto sua maior hidratação pode facilitar a permeabilidade. A escolha da via de administração depende da finalidade para a qual a substância em questão será utilizada. Alterações mais expressivas na pele precisam que as substâncias atuem em camadas mais profundas. 8. Psoríase A camada mais profunda da epiderme é a camada basal. Os queratinócitos passam desta para a camada mais superficial, que é a camada córnea, lentamente, em cerca de 15 a 30 dias, de acordo com a região do corpo. Emalgumas doenças, como a psoríase, o tempo é a menor, havendo maior descamação da pele. Das doenças autoimunes (psoríase). Diferente das doenças anteriormente abordadas, a psoríase tem um fator causal que não é um agente patogênico externo. Ainda não se sabe ao certo qual seu fator desencadeante, mas se especula que esteja relacionada à alguma desregulação do sistema imunológico do hospedeiro. Além disso, nota-se que situações estressoras e baixas temperaturas tendem a acentuar o quadro psoriásico. Conforme Ramos-e-Silva e Castro (2010), aproximadamente 2% da população mundial é acometida por psoríase. Embora muitas questões ainda não estejam esclarecidas, estudos mostram que entre 30 e 40% dos pacientes têm algum ascendente psoriásico. Sem grandes preferências de acometimento, divide-se igualmente entre os sexos feminino e masculino, geralmente a partir da segunda década de vida. É menos frequente entre índios e negros (RAMOS-E-SILVA; CASTRO, 2010). O desenvolvimento de psoríase frequentemente ocasiona a exclusão social do paciente, mas o que as pessoas que promovem tal ato desconhecem é que a psoríase não é contagiosa. Isto sinaliza que, talvez, o maior desafio da doença seja a barreira da falta de informação. O ciclo de reposição dos queratinócitos e a acidificação da epiderme leva em torno de 47 dias, sendo 31 dias para a célula passar da camada espinhosa para a granulosa, 14 dias na camada córnea e de um a dois dias para as divisões mitóticas no estrato basal. Além disso, foi constatado que ocorrem produção e esfoliação de uma camada celular no estrato córneo a cada 22,4 horas (ROSS; PAWLINA, 2018). É uma doença hiperproliferativa da pele, em que o tempo de renovação da epiderme é mais rápido, levando aproximadamente oito a 10 dias. Manifesta-se por aumento da espessura da epiderme e diminuição da morte celular. Clinicamente, a psoríase aparece como placas elevadas e avermelhadas de pele pruriginosa, frequentemente coberta por escamas brancoprateadas. As placas variam de tamanho e, geralmente, aparecem nos joelhos, nos cotovelos, na região lombar e no couro cabeludo (ROSS; PAWLINA, 2018). Estudos recentes apontam para a psoríase como uma inflamação decorrente de hiperestimulação das linhagens linfocitárias TCD4 e TCD8 a antígenos epidérmicos, o que explicaria sua condição crônica (LIMA; LIMA, 2011). Independentemente do tipo de lesão psoriásica, é comum o ressecamento do tecido cutâneo, provocando acentuado prurido. O atrito constante nessas lesões acaba resultando em pequenas rupturas cutâneas de fácil sangramento, fazendo das lesões psoriásicas uma porta de entrada para diversos outros microrganismos. Embora os pesquisadores ainda não tenham elucidado completamente os mecanismos fisiopatológicos da psoríase, nota-se que há forte associação com outras doenças, como depressão, ansiedade e doenças cardiovasculares, aumentando o risco de morbidade dos pacientes (RAMOS-E-SILVA; CASTRO, 2010). Hidratação e exposição controlada ao sol são medidas mandatórias para todos os pacientes psoriásicos, pois impedem o ressecamento e reduzem a incidência de prurido. Em lesões de grande extensão e/ou acometimento sistêmico, fármacos que possam preservar as articulações são recomendados (FESTA NETO; CUCÉ; REIS, 2015) 9. Características da pele como barreira imunológica A bioarquitetura da pele, especialmente a organização das suas camadas, funcionam como barreira física. Melanócitos atuam na incidência de raios solares, enquanto queratinócitos e manto lipídico impedem a entrada de patógenos externos, que podem danificar o organismo. Já o tecido subcutâneo, repleto de adipócitos, confere proteção contra traumas por meio do amortecimento de impactos. Quanto à barreira química, o pH ácido — que fica em torno de 5,4–5,6 — e as células imunológicas das diferentes camadas da pele mantêm o organismo humano, na maior parte das vezes, livre de infecções (BEGA, 2014). 10. Funções do Sistema Ungueal Função dos pelos: Note que os pelos estão espalhados por todo o corpo humano, mas é próximo aos principais orifícios que eles se tornam mais numerosos e espessos, como cabelos, sobrancelhas, cílios, nas narinas, nas orelhas e regiões pubianas. Muitos destes apresentam espessura expressivamente maior que os presentes nos braços, por exemplo. Isto se dá porque a principal função deles é fazer uma barreira contra possíveis invasões nas cavidades que revestem. Os demais pelos do corpo também exercem a função de proteção, além de atuarem como auxiliadores térmicos (AMARAL, 2014). As regiões do corpo em que não encontramos pelos recebem o nome de “pele glabra”, como na planta e na lateral dos pés, na palma e nas laterais das mãos e nos órgãos genitais externos (lábios menores, clitóris e na glande e prepúcio do pênis). Outra característica dos pelos é atuar na termorregulação. Há um pequeno músculo liso, o eretor do pelo, associado a cada pelo que faz a ereção da haste quando há baixa temperatura (arrepio) ou quando há algum aspecto emocional envolvido. 11. Lesões (estrutura da pele, suas camadas e cuidados nas lesões profundas) A epiderme é a principal estrutura da pele que atuará como barreira e, das camadas da epiderme, é a camada córnea que apresentará função principal. A pele pode funcionar como barreira biológica, química e física para elementos que possam agredir o organismo. Da mesma maneira que a pele impede a entrada de elementos indesejados, pode ocorrer, também, dificuldade de interação com os produtos cosméticos e dermocosméticos. Isto porque os produtos cosméticos e dermocosméticos são produzidos a partir dos princípios ativos de substâncias que se encontram na natureza e conferem benefícios ao organismo humano; ou de substâncias sintéticas, que reproduzem a ação de uma substância natural. De um modo ou de outro, eles visam alcançar o efeito terapêutico que determinada molécula pode proporcionar. Cada molécula tem características particulares que se tornam mais ou menos efetivas de acordo com a técnica com a qual são incorporadas pela pele. Há três maneiras de promover a ação de um ativo na pele: penetração, permeação e absorção. O mecanismo de ação dos ativos é totalmente dependente da necessidade do cliente em questão. Linhas finas de expressão, por exemplo, são tratadas em camadas mais superficiais; enquanto rugas já estabelecidas necessitam de procedimentos e ativos que atinjam a camada mais profunda da pele. 12. Glândulas Sebáceas As glândulas são originadas a partir da ectoderma, sendo divididas entre merócrinas, apócrinas e holócrinas; de acordo com suas características após a liberação de secreções. As glândulas merócrinas são aquelas em que a secreção é empacotada em vesículas e transferida por exocitose, sendo que a glândula permanece intacta após a liberação de secreções. Já as glândulas apócrinas liberam uma camada bem fina de seu citoplasma apical, juntamente com as secreções. Por fim, temos as glândulas holócrinas, que liberam células inteiras junto às secreções, já que elas evoluem, morrem e se rompem, sendo seu conteúdo transformado em secreção, que é conduzida ao longo do ducto (NEIVA, 2015). As glândulas sebáceas são do tipo holócrinas, ou seja, liberam células inteiras juntamente com a sua secreção. Elas são estruturas lineares cujos ductos são curtos e se abrem nos folículos pilosos. Também são classificadas como glândulas alveolares. Elas se situam na derme e se apresentam em maior quantidade ao redor das aberturas corpóreas, como boca, nariz, orelha e ânus. Também são abundantes na face e no couro cabeludo, porém não as encontramos na palma da mão e na planta do pé. As glândulas sebáceas são responsáveis pela produção do sebo, uma substância composta por triglicerídeos, ácidos graxos livres, ésteres de colesterol e colesterol. A função do sebo é fazer a impermeabilização da superfície da pele e das hastes dos pelos.Apesar de estarem ativas desde o nascimento, é no período púbere que têm sua atividade intensificada, sendo influenciada pelos hormônios sexuais (NEIVA, 2015). São frequentemente associadas à acne, quando ocorre aumento da secreção da glândula e a proliferação de microrganismos promove a inflamação no interior do folículo piloso. É um processo cutâneo comum para a maioria dos seres humanos e não faz distinção de acometimento entre sexo, etnia ou tipo de pele. Contudo, é especialmente característica de indivíduos vivendo o período púbere. 13. Desmossomos (função) Os desmossomos consistem em uma tipologia de especialização da membrana plasmática, que apresenta como principal função a manutenção das células unidades entre si. As células do tecido epitelial são unidas a partir de especializações da membrana, que recebem o nome de junções celulares, um exemplo são os desmossomos. Que consistem em uma junção celular fundamental das células epiteliais. Que ao manterem as células unidas entre elas, oferecem força mecânica e estabilidade para o tecido. 14. Funções do Sistema Tegumentar Por isso, o organismo dispõe de muitos sistemas de defesa, que são minuciosamente estruturados. Um dos grandes sistemas de defesa do organismo é o tegumentar, composto pela pele e seus anexos. Cada elemento tem funções específicas e age sinergicamente para manter o indivíduo saudável. Responsável por revestir a superfície externa do corpo, esse sistema atua, ainda, como barreira física e química, conferindo sensibilidade ao organismo. Apesar de constituírem o mesmo órgão, cada camada da pele é composta por agrupamentos celulares específicos, com funções que, mesmo sendo bastante peculiares, complementam-se para um objetivo em comum: preservar o organismo. Entre as funções que as camadas cutâneas podem desempenhar, podemos citar: • barreira contra a entrada de patógenos e radiação; • identificação de temperatura, pressão e dor; • equilíbrio de eletrólitos e componentes diversos presentes no meio interno; • processamento de moléculas para a geração de energia, hormônios e vitaminas. 15. Lesões cutâneas em processos patológicos envolvendo fungos. As micoses apresentam altos índices de acometimento na população geral. Podem ser dividas em superficiais e profundas. Das superficiais, podemos destacar dermatofitose e pitiríase versicolor; já das profundas temos cromoblastomicose, doença de Jorge Lobo, esporotricose e paracoccidioidomicose (RAMOS-E-SILVA; CASTRO, 2010). 16. Terapêuticas utilizadas em tumores malignos O tratamento do carcinomas basocelular e espinocelular leva em conta a taxa de recidiva, a localização da lesão, a preservação do membro afetado e os possíveis riscos que o paciente possa correr. A medida mais recomendada é curetagem com eletrodissecção ou a exérese cirúrgica com a margem clínica de 4mm. Para o tratamento do melanoma, as medidas mais recomendadas são a exérese cirúrgica e a micrografia de Mohs, que é um tipo refinado de exérese cirúrgica realizada com auxílio microscópio. Devido à alta precisão, ela dispensa a necessidade da margem tecidual de segurança. As medidas devem ser realizadas o quanto antes, uma vez que a metástase de melanoma ainda não possui relatos de cura. Como medida preventiva, a maior parte dos pacientes com diagnóstico de melanoma recebem, também, imunobiológico oral a base de interferon-α2b. Estudos mostram que ele é capaz de minimizar as taxas de recidiva e disseminação da doença. É válido mencionar, ainda, que o sucesso terapêutico de um tumor, independentemente de qual tecido ele esteja afetando, é baseado no momento do diagnóstico. Quanto mais cedo se identifica a ocorrência, maiores são as chances de cura do paciente. A principal medida preventiva contra raios solares é o uso de filtros com proteção, mas vale lembrar que nem todos possuem a combinação contra UV-A e UV-B. 17. Características das lesões cutâneas secundárias (erosão, ulceração, fissura e etc.) • escamas: desprendimento cutâneo; • crostas: ressecamento de soro, sangue ou pus; • erosão: perda epidérmica parcial; • ulceração: perdas total epidérmica e parcial dérmica; • fissuras: fendas que surgem na epiderme em direção à derme; • fístulas: pequenos orifícios que se ligam ao foco infeccioso; • placas: lesões elevadas, com bordas bem delimitas e diâmetro maior que um centímetro. Geralmente, são compostas pelo agrupamento de algumas pápulas; • cicatriz: tecido fibrótico resultante do processo curativo; • atrofia: redução de espessura do tecido. 18. Características das lesões cutâneas elementares (vesículas e bolhas, nódulos, pápula e vegetação, etc.) • Máculas: Lesões planas, com bordas bem delimitadas, pigmentação alterada e diâmetro menor que um centímetro. • Manchas: Lesões planas, com bordas bem delimitadas e pigmentação alterada, porém com diâmetro maior que um centímetro. • Pápulas: Lesões elevadas, com bordas bem delimitadas e diâmetro menor que um centímetro. • Nódulos: Lesões que podem ou não ser elevadas e diâmetro que varia entre um e três centímetros. Sua principal característica é que possuem consistência sólida, mas ligeiramente elástica. • Verrucosidades: Lesões elevadas, com diâmetro variável, de consistência sólida e sem elasticidade. Geralmente, evidenciam pigmentação no espectro entre amarelo e castanho. • Vegetações: Lesões elevadas e de diâmetro variável. Geralmente, evidenciam aspecto de couve-flor e fácil sangramento. • Vesículas: Lesões elevadas, bem delimitadas, com diâmetro menor que um centímetro e contendo substância líquida em seu interior. • Pústulas: Lesões elevadas, bem delimitas e que contêm pus em seu interior. • Bolhas: Lesões elevadas, bem delimitadas, com diâmetro maior que um centímetro e contendo substância líquida em seu interior. • Edema: Aumento no volume da derme por retenção de líquidos no tecido conjuntivo. • Infiltração: Espessamento nos tecidos cutâneos e com presença de elementos sanguíneos ou células neoplásicas. • Urticas: Lesões elevadas e achatadas, bem delimitadas e com diâmetro variável. • Liquenificação: Espessamento nos tecidos cutâneos e com acentuação de seus sulcos naturais, descamação e hiperpigmentação. 19. Unhas (componentes e características) (matriz ungueal, lúnula, lâmina ungueal e etc) Localizadas nas extremidades dos dedos, as unhas têm a função de protegê-los. Elas se originam da camada epidérmica da porção distal dos dedos e já estão formadas entre a nona e a vigésima semana embrionária. São estruturas achatadas e rígidas, mas, ao mesmo tempo, ligeiramente flexíveis (GRAFF, 2003; BEGA, 2014). Graff (2003) e Bega (2014) nos explicam que as unhas são compostas por queratina, nitrogênio, enxofre, pequenas concentrações de cálcio, magnésio, sódio, ferro, cobre, zinco e lipídios, além de 7-12% de água. De acordo com Graff (2003) e Bega (2014), o aparelho ungueal, como também são conhecidas as unhas, é segmentado em alguns elementos. Clique nas abas para conhecê-los. Nos seres humanos, elas servem para proteger as extremidades dos dedos contra infecções e amortecer impactos, além de auxiliar no movimento de pinça, importante para pegar objetos de pequeno volume. • Matriz ungueal ou proximal É formada por células germinativas das quais se originam as unhas. • Eponíquio Conhecido popularmente como cutícula, é formada por queratina e tem a função de selar a matriz ungueal, protegendo-a da invasão por microrganismos. • Lúnula Estrutura convexa situada logo após o eponíquio, sendo uma extensão da epiderme e recobrindo muitos vasos sanguíneos. • Lâmina ungueal Também conhecida como corpo da unha, é formada por queratina e, por isso, é bastante rígida, mas translúcida. • Leito ungueal Também conhecido como vale da unha, situa-se entre a camada epidérmica dos dedos e a lâmina ungueal, sendo composto por tecido conjuntivoe abundantes terminações nervosas, as quais nos conferem a sensação de dor quando ocorre o descolamento da lâmina. • Hiponíquio Corresponde à parte posterior da lâmina, formado por uma fina camada da epiderme e está próximo à digital. • Matriz ventral Corresponde à camada epidérmica diretamente abaixo da unha, em que esta se adere conforme cresce. • Borda lateral Como o próprio nome sugere, corresponde à epiderme adjacente à estrutura ungueal. 20. Definição/conceito de cosmético, fármaco e cosmecêutico. A mesma maneira que a pele impede a entrada de elementos indesejados, pode ocorrer, também, dificuldade de interação com os produtos cosméticos e dermocosméticos. Isto porque os produtos cosméticos e dermocosméticos são produzidos a partir dos princípios ativos de substâncias que se encontram na natureza e conferem benefícios ao organismo humano; ou de substâncias sintéticas, que reproduzem a ação de uma substância natural. De um modo ou de outro, eles visam alcançar o efeito terapêutico que determinada molécula pode proporcionar. Como podemos observar, as substâncias partem de três grupos gerais: alimentos, fármacos e cosméticos, que vão se entrelaçando com a finalidade de aumentar a eficácia. Dessa forma, os cosméticos estão relacionados à higiene e beleza de maneira mais superficial, uma vez que conseguem atingir apenas a epiderme. Os fármacos, por sua vez, são substâncias químicas utilizadas para tratarem doenças ou alterações no organismo, popularmente conhecidos como medicamentos ou remédios. Tais substâncias têm a capacidade de atuar internamente no organismo, pois os mecanismos de ação permitem ultrapassar a barreira epidérmica e atingir a derme. Por meio dos folículos pilosos e vasos sanguíneos, podem atingir todo o organismo. Com o avanço da ciência, foi possível unir as propriedades dos fármacos aos objetivos dos cosméticos, surgindo os cosmecêuticos, que conhecemos atualmente como dermocosméticos. Tais substâncias podem agir de maneira mais profunda para tratar ou prevenir alterações na estrutura cutânea que os cosméticos, tornando-se mais eficazes e eficientes (PEREIRA, 2013). Apesar das substâncias terem mecanismos de ação próprios, a infiltração da substância no organismo depende, também, de fatores aleatórios, como a origem étnica do cliente. Por exemplo, pessoas caucasianas mostram maior facilidade na infiltração dérmica. Além disso, a ação depende da região em que o procedimento é realizado, já que há locais em que as camadas dérmica e epidérmica são mais espessas. 21. Coloração das estrias (características) As estrias, por exemplo, são processos de cicatrização mediante o rompimento das fibras elásticas da derme. Tal processo é corriqueiro em situações em que há o aumento abrupto da massa corpórea, como em gestantes ou durante a adolescência, quando o indivíduo passa por um aumento significativo de sua estatura em curto período de tempo. Há dois tipos de estrias: as rubras e as albas. As estrias rubras ou vermelhas são o primeiro estágio das estruturas que, diante do rompimento das fibras elásticas cutâneas, entram em processo inflamatório. Por isso, geralmente apresentam prurido (coceira). Já as estrias albas ou brancas são instaladas há algum tempo e precisam que a atividade celular seja novamente estimulada, na tentativa de remodelar o tecido e minimizar as marcas. 22. Proteínas envolvidas na formação de calosidades Os calos e as calosidades se formam pelo aumento da produção de queratina, uma proteína que forma a camada mais superficial da pele, causada pela estimulação mecânica intermitente dessa camada por fricção ou aumento da pressão. 23. Tipos de pele ( características e tratamento) Melanogênese Uma das funções das células da pele é realizar a pigmentação cutânea. A pigmentação é conferida pelos melanócitos, por meio das moléculas de melanina que os compõem. A melanina, por sua vez, é uma proteína cuja coloração varia de marrom- amarelado até preto. A função da melanina é filtrar a luz ultravioleta. Você sabia que não há diferença do número de melanócitos entre indivíduos negros e brancos? Todos apresentam o mesmo número de melanócitos, sendo que o que muda entre as etnias é a quantidade e a coloração da melanina produzida. Assim, quanto menos pigmentos, mais clara é a pele; e quanto mais pigmento, mais escura. Temos, ainda, a melanogênese, que é o processo de síntese de melanina. Ela se inicia no complexo de Golgi a partir de um aminoácido chamado “tirosina”. A presença de cobre no tecido faz com que a enzima tirosinase oxide, ou seja, ligue- se às moléculas de oxigênio, convertendo as moléculas de tirosina em 3,4- diidroxifenilalanina, também conhecida como “DOPA”. Na sequência, essa molécula é convertida em DOPA-quinona. Esta, por sua vez, pode ser convertida em duas substâncias: caso se ligue ao oxigênio, transforma-se em eumelanina; caso se ligue ao enxofre, transforma-se em feomelanina (NICOLETTI et al., 2002). Dessa forma, as moléculas são convertidas, passam do complexo de Golgi para os melanossomos e, por fim, formam vesículas repletas de pigmentos de melanina. Os melanossomos podem conter os pigmentos eumelanina e feomelanina. A proporção dos tipos de melanina é variável entre os indivíduos, de modo a formar os diversos tons de pele que conhecemos. A quantidade de eumelanina e feomelanina é que vai, de fato, determinar a pigmentação da pele. A pele normal ou eudérmica é aquela em que há equilíbrio de oleosidade e ressecamento. Podemos dizer que é o ideal de cútis. Em vias gerais, a pele normal precisa de poucos cuidados, como a limpeza com sabonete neutro, hidratantes sem óleo e uso de fator de proteção solar. A pele oleosa, por sua vez, como o nome já diz, é caracterizada pela alta atividade das glândulas sebáceas, de modo que há excessiva produção de sebo e alta atividade das glândulas sudoríparas, resultando em poros dilatados (WANCZINSKI; BARROS; FERRACIOLI, 2007). O cuidado desse tipo de pele inclui limpeza mais severa, preferencialmente com produtos que contenham ácido salicílico, uma vez que o excesso de sebo obstrui os poros. Logo, ao desobstruí-los, os componentes do tecido serão reequilibrados, reduzindo a oleosidade. Você recorda que a vasodilatação potencializa a ação dos elementos da pele? As pessoas com pele oleosa devem evitar se submeter à água quente para não acentuar ainda mais a produção de sebo. Após a limpeza, é preciso minimizar os poros. Para tanto, pode-se contar com tônicos adstringentes, preferencialmente sem álcool em sua composição. Além disso, engana-se quem acredita que peles oleosas não precisam de hidratação. Na verdade, uma coisa é a hidratação, que está relacionada à água; e outra é a oleosidade, relacionada ao óleo. Cabe destacar, também, que a hidratação cutânea funciona como um feedback negativo: quanto mais hidratada, menos a pele produz substâncias com essa finalidade, ou seja, menos sebo. Assim, deve-se utilizar diariamente hidratantes sem óleo para hidratar a pele, sem obstruir os poros. Outra causa frequente de obstrução dos poros é a deficiência de retirada das células mortas da camada córnea. O sebo acaba impedindo que tais células se desprendam do tecido, por isso é importante que se faça uso de esfoliantes, pelo menos uma vez por semana. Assim como os passos de limpeza, tonificação e hidratação, a proteção solar é imprescindível para a pele oleosa. É verdade que esse tipo de pele, em função do sebo robusto, possui maior proteção aos raios UVA e UVB, mas não o suficiente a ponto de abrir mão do uso dos filtros de proteção solar. Já a pele seca, por sua vez, tem deficiência de oleosidade natural e pode apresentar um aspecto áspero, com prurido e descamação acentuada da epiderme (WANCZINSKI; BARROS; FERRACIOLI, 2007). Se, por um lado, a pele oleosa está mais propensa à acne; a pele seca tem maiores chances de adquirir infecções, já queo tecido está potencialmente desprotegido. A pele seca deve ser higienizada com menor frequência que os outros dois tipos de pele, sendo que os produtos para limpeza devem ser livres de ácido salicílico e álcool, optando por sabonetes de pH neutro e, preferencialmente, a base de óleos e glicerina. Os poros na pele seca já são minimizados, então, deve-se pular a tonificação. A hidratação é a etapa mais importante para a pele seca, devendo-se fazer uso de substâncias que evitem a oxidação do tecido, como cremes à base de vitaminas E e C. A glicerina também é bastante indicada para esse tipo de pele. Temos, ainda, que, na pele seca, a perda dos componentes estruturais do tecido é alta, de modo a tornar as marcas mais evidentes. Um auxiliador no processo corretor de linhas de expressão e rugas é o ácido hialurônico, que se trata de um polímero presente no tecido conjuntivo e que, junto ao colágeno, promove elasticidade e firmeza ao tecido cutâneo. Para finalizar os cuidados diários, o uso de proteção solar é imprescindível. Quanto às indicações de sabonetes, a pele seca pode lançar mão dos produtos mais densos, com alta oleosidade, pois auxiliam na formação de uma barreira protetora. Uma condição bastante atrelada à pele seca é a questão do envelhecimento, uma vez que, com o passar dos anos, a pele madura tende a se caracterizar como seca, evidenciando as marcas relativas à idade Outro tipo de pele é a pele mista, que, como sua nomenclatura já incita, é uma mescla da pele oleosa com a pele seca. Conforme Wanczinski, Barros e Ferracioli (2007), na maioria dos casos, nota-se oleosidade na região da zona T (testa, nariz e queixo) e as demais áreas do rosto são secas, incluindo os tecidos do corpo não pertencentes à face. Se manter o equilíbrio nas peles oleosa e seca já é desafiador, na pele mista o desafio é potencializado. No mercado, há alguns produtos que se destinam a atender esse público com ativos capazes de se adaptarem e reequilibrarem o tecido cutâneo. De modo geral, a limpeza e a hidratação devem ser feitas na face como um todo, sendo que os produtos ideais costumam ter a consistência de gel e envolver camomila em sua composição. A tonificação e a esfoliação podem ser realizadas apenas nas áreas mais oleosas. Já a proteção solar livre de óleos é a mais indicada para evitar aumento da oleosidade nas regiões já com alto índice de óleo. A pele sensível, na verdade, é um subtipo na classificação dos tipos de peles, pois pode tanto se referir a uma pele seca sensível quanto a uma pele oleosa sensível. Tal condição não tem relação com a característica hídrica ou sebácea da pele, mas, sim, com a baixa tolerância na presença de alguns ativos. Também é conhecida como “pele reativa”, marcada por eritema e prurido (WANCZINSKI; BARROS; FERRACIOLI, 2007). O que acontece com a pele sensível é similar a uma reação alérgica: uma irritação na epiderme que pode surgir a qualquer momento da vida do indivíduo, sendo mais comum em peles secas e como reação a poluição, ácidos, alta temperatura, radiação solar, entre outros fatores. Assim, é de extrema importância se atentar a qual substância a epiderme está sensível para afastar o agente irritante. Quanto aos cuidados, deve-se optar por produtos alergênicos para limpeza e hidratação, sabonete de pH neutro, evitar banhos em alta temperatura, evitar esfoliação frequente e utilizar fator de proteção solar. A epiderme é a camada mais externa da pele. Ela é avascular e composta por epitélio pavimentoso simples queratinizado. As células epiteliais da epiderme sintetizam grandes quantidades de queratina, uma proteína hidrófoba. Por causa da presença da queratina, as células epiteliais da epiderme são chamadas de “queratinócitos”. Outras células também podem ser encontradas na epiderme, como melanócitos, células de Langerhans e de Merkel. A disposição das células que compõem a epiderme varia de acordo com as cinco densas camadas ou estratos que a constituem. De acordo com Lowe e Anderson (2008) e Junqueira e Carneiro (2017), essas camadas são: basal ou germinativa, espinhosa, granulosa, lúcida (somente na pele grossa) e córnea. As células de Langerhans são capazes de perceber a presença de antígenos no tecido, capturá-los e conduzi-los para linfonodos. Por esta característica, são consideradas células apresentadoras de antígenos. Após interagirem com os linfócitos T, elas entram em apoptose. A próxima é uma camada discreta, chama de granulosa, formada por queratinócitos nucleados poligonais com grânulos citoplasmáticos de queratohialina. A queratohilina confere o aspecto granuloso à camada e sua característica lipídica contribui para a impermeabilização da pele. Posteriormente, encontra-se a camada lúcida, formada por uma camada de queratinócitos achatados anucleados. Ela só é encontrada na pele grossa, ou seja, nas plantas das mãos e dos pés. Por fim, há a camada córnea, formada de cinco a 10 camadas de queratinócitos em regiões de pele fina, como as pálpebras, e dezenas de camadas nas regiões de pele grossa. As células são achatadas e anucleadas, pois se encontram já mortas e prontas para se desprenderem do organismo. As glândulas são originadas a partir da ectoderma, sendo divididas entre merócrinas, apócrinas e holócrinas; de acordo com suas características após a liberação de secreções. As glândulas merócrinas são aquelas em que a secreção é empacotada em vesículas e transferida por exocitose, sendo que a glândula permanece intacta após a liberação de secreções. Já as glândulas apócrinas liberam uma camada bem fina de seu citoplasma apical, juntamente com as secreções. Por fim, temos as glândulas holócrinas, que liberam células inteiras junto às secreções, já que elas involuem, morrem e se rompem, sendo seu conteúdo transformado em secreção, que é conduzida ao longo do ducto (NEIVA, 2015).
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