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RAÇA O Brasil é um país marcado pela diversidade cultural e miscigenação, mas apesar disso, as desigualdades e o preconceito se fazem presente ainda nos dias de hoje. Para compreender as desigualdades étnico-raciais, se faz necessário entender o processo histórico-cultural. Dessa forma, inicia-se especialmente na América Latina e no Brasil, a partir da colonização européia, no século XVI, os europeus se depararam com povos advindos de características e traços diferentes dos seus, o que gerou o desconforto entre ambos. Ao longo do tempo os negros, índios, aborígenes foram escravizados de forma cruel, o abuso e a violência marcaram essa exploração, foi daí que também se estabeleceu o tráfico negreiro, uma prática que atravessou séculos e forçou diversos negros a saírem de seus locais de origem para terem seus corpos escravizados, além disso, os portugueses impuseram sua religião á raça negra. No entanto, as teorias envolvendo as diferenças raciais humanas surgiram inicialmente no final do século XVIII e início do século XIX. Joseph Arthur de Gobineau (1816-1882) considerado o “pai do racismo moderno” e filósofo francês foi um dos mais importantes teóricos do racialismo no século XIX. Embora o conceito de raça seja complexo, é objeto de grandes estudos sociológicos, e em vários momentos da história e equivocadamente nos dias atuais, o termo raça é utilizado para distinguir um grupo de pessoas que teria características físicas em comum, como a cor da pele, dos olhos, o tipo de cabelo, o uso do senso comum eternizou a ideia de que os grupos humanos são divididos por fatores biológicos. Na década de 1930, o antropólogo Franz Boas propôs uma nova abordagem paraa questão da raça, observandoa luta política contra o racismo nos EUA e o nazismo na Europa. Ele separou o conceito de raça de seu sentido biológico, ou seja, afirmou que raça não influencia o desenvol-vimento das culturas. ETNIA A etnia representa uma população que possui uma origem em comum, as mesmas tradições, língua, cultura, religião, é geralmente um status herdado baseado na sociedade em que se vive, neste sentido, pessoas que compõem um grupo sociologicamente homogêneo, sendo também o termo correto para identificar diferentes grupos de pessoas. Este termo aparece no século XIX, criado pelo antropólogo francês Georges Vacher de Lapouge, segundo o autor o conceito de raça não era capaz de definir os diferentes grupos existentes, pois fala somente de aspectos físicos que não determinam necessariamente a etnia com qual o individuo se identifica.No entanto, a étnica não é uma estrutura imutável, pois apesar de ser mantida através da tradição podem passar por uma restruturação decorrente das circunstâncias sociais ao longo do tempo. O antropólogo Bronislaw Kasper Malinowski desenvolveu um método para estudar os diferentes grupos étnicos, denominado “estudos etnográficos”, no qual o pesquisador se infiltrava no cotidiano desses grupos com o objetivo de entender as variáveis culturas, no entanto, antes disso, esse estudo era feito apenas pela análise das anotações que os viajantes que tinham contato com as etnias realizavam, porém surgiram criticas, pois os pesquisadores tiravam opiniões baseadas na interpretação dos outros, e além disso, não poderiam validar aquilo como verdade. O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) classifica a população de acordo com o critério étnico-racial, composto pelas categorias negro, pardo, amarelo, indígena e branco, dessa forma reconhecem a existência de diversas e variadas etnias, entre elas pode-se destacar os indígenas, que possuem mais de 220 etnias diferentes. PRECONCEITO O psicólogo estadunidense Gordon Allport em sua análise da origem do preconceito, através da psicologia social considera que há uma facilidade nos seres humanos em manifestar atitudes voltadas ao preconceito étnico, segundo ele existe uma potencialidade natural e comum da mente humana para tais atitudes, no qual está ligado as generalizações e a hostilidade do individuo, atrelados também a fatores culturais, emocionais, pessoais que influenciam na formação dos preconceitos equivocados. Conquanto, a ideia de preconceito foi inicialmente utilizada por sociólogos norte-americanos para explicar o fenômeno do racismo, demonstrando a maneira como o preconceito contra os negros nos Estados Unidos serviu para reforçar um sentimento de patriotismo baseado numa falsa ideia de superioridade branca. Pode-se também relacionar o preconceito (pré-conceito) a uma opinião previamente concebida, no qual manifesta se de diversas formas. No nosso cotidiano, por exemplo, no ambiente de trabalho, nas escolas, na exclusão de negros, na violência contra homossexuais, no ideal de superioridade contra a mulher e também no aspecto religioso de um indivíduo, até mesmo no ambiente familiar podemos observar manifestações do preconceito.
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