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Etiologia do câncer: Agentes carcinogênicos Aspecto histórico: Associação Dinamarquesa de Limpadores de ChaminésDeterminou banhos diários Tumores malignos surgem de uma sequencia de eventos, cada câncer deve resultar do acúmulo de múltiplas mutações. Proto-oncogenes são genes que normalmente ajudam às células a crescer. Quando um proto-oncogene sofre mutações ou existem muitas cópias do mesmo, torna-se um gene "ruim", que pode ficar permanentemente ligado ou ativado quando não deveria ser assim. Quando isso acontece, a célula cresce fora de controle, o que pode levar ao câncer. Este gene ruim é chamado de oncogene. Nenhum oncogene único pode transformar células não imortalizadas in vitro, mas geralmente as celular podem ser transformadas por uma combinação de oncogenes. -Ganho de oncogenes e perda de genes supressores de tumor são requeridas para a carcinogênese Etapas envolvidas na carcinogênese química A iniciação resulta da exposição das células a uma dose suficiente de agentes carcinogênicos (iniciadores), uma célula iniciada esta alterada e tem potencial de gerar um tumor, mas a iniciação n é o suficiente para isto A iniciação provoca dano permanente ao DNA (mutações), sendo rápida, irreversível e com memória Os promotores podem induzir os tumores nas células iniciadas, mas eles não são tumorigênicos por si mesmos; e não há formação de tumor qnd o promotor é aplicado antes do inicidador, as alterações celulares que resultam da aplicação dos promotores não afetam o DNA diretamente e são reversíveis. Agentes capazes de causar mutação no material geneticofísicos, químicos e biológicos Substancias químicas q pode, causar a iniciação da carcinogênese podem ser classificadas em de ação direta e de indireta -Agentes com ação direta (ele mesmo causa dano): agentes alquilantes, energia radiante, ptns virais (a maioria deles são carcinogênicos fracos) -Agentes com ação indireta: requerem a conversão metabólica para um carcinógeno em sua forma final (o metabolito dele que causa o dano) produtos químicos e dietéticos, radicais livres, hidrocarbonetos policíclicos (produzidos a partir de gordura animal durante o processo de assamento e defumação), aminas aromáticas, corante azo... A potencia carcinogênica de uma substancia química é determinada não somente pela atividade inerente de seu derivado eletrofílico, mas tbm pelo equilíbrio entre ativação metabólica e reações de inativação . Hidrocarbonetos policíclicospré carcinógeno Pessoas velhasTelômeros mais curtosMais chance de câncer Fases: iniciação, promoção e expansão Etapas envolvidas na carcinogênese química -Iniciação: *Exposição das células aos agentes carcinogênicos (qse sempre mutagênicos) *Potencial para origem de tumor *Não é suficiente para formação de tumor *Dano rápido e irreversível ao DNA (Podem causar danos não letais, mas que não podem ser reparados) *São eletrófilos (possuem electrons deficiente em átomos) -Promoção: *Indução de tumores em células que sofreram iniciação *Não afetam o DNA diretamente e são reversíveis *Aumentam a proliferação das células iniciadas mutações adicionais As substâncias químicas que podem causar a iniciação da carcinogênese podem ser classificadas em: ação direta e ação indireta. -Agentes de Ação Direta *Não requerem conversão metabolica para se tornarem carcinogênicos. *Carcinógenos fracos *Alguns funcionam como drogas quimioterápicas para o cancer *Risco de cancer induzido é baixo -Agentes de Ação Indireta *Requerem a conversão metabolica para um carcinógeno em sua forma final antes que eles se tornem ativos *Exemplos: -Hidrocarbonetos Policíclicos Combustíveis fósseis (Um dos exemplos mais potentes) Podem ser produzidos pela gordura animal Carnes e peixes defumados. -Benzopireno Combustão do tabaco (Tabagistas) Etiologia do cancer de pulmão -Aminas aromáticas e Corantes azo Corante e fabricação de borracha *A maioria requer ativação metabolica para conversão em sua forma final Potência carcinogênica deve ser medida pelo equilibrio entre as reações de ativação e as reações de inativação. *Maioria dos carcinógenos para serem metabolizados necessitam da P-450 Enzima codificada por genes polimórficos -A susceptibilidade aos carcinógenos é regulada em parte por polimorfismos nos genes que codificam essas enzimas -Análise genetica do polimorfismo avaliação de risco de cancer -Ex: Pessoas que fumam pouco e tem o genótico suceptível CYP1A1 apresenta 7x mais risco de desenvolver cancer de pulmão comparado a fumantes que não possuem esse genótipo. -Alvos moleculares de carcinógenos químicos *DNA é o alvo primário para carcinogênicos químicos *Os oncogenes e genes supressores de tumor são alvos particularmente importantes (RAS e p53) *Ex: Aflotoxina B produzido por cepas de Aspergillus cresce em grãos e castanhas armazenadas de forma inadequada forte correlação entre o nível desses alimentos na dieta e a incidência de carcinoma hepatocelular produção de mutações no gene p53. *Carcinógenos em ambiente de trabalho e domestico inseticidas, fungicidas, níquel, crômio. *Nitritos usados cm preservantes de alimentos causam preocupação, já que causam a nitrosilação de aminas dos alimentos, e as nitrosaminas formadas podem ser carcinogênicas. -Iniciação e Promoção da Carcinogênese Química *Alterações não reparadas no DNA Processo de iniciação *Para essas alterações se tornarem fixas, é necessário que esse DNA danificado seja replicado. *Estímulo mitogênico pode provir da célula (menos comum), do próprio carcinógeno, de virus, parasitas, fatores alimentares e hormonais *Os agentes que não provocam mutação, mas estimulam a divisão das células mutadas, são chamados promotores *A aplicação de promotores leva a proliferação e à expansão clonal de células que sofreram iniciação (mutação). Anflatoxina B1 – Aspergillus -Carcinoma hepatocelular -Assinatura de mutação dentro do p53 estabelece a aflatoxina cm o agente causador essas associações são úteis em estudos epidemiológicos de carcinogênese química. Carcinogênese por radiação Exposição frequente a raio x acúmulo de mutações · Radiação Carcinógeno bem estabelecido · Luz UV Relacionada a câncer de pele · Exposição a raios ionizantes Diversidade de formas de câncer -Radiação Ultravioleta *Raios UV derivados do sol causam incidência aumentada de carcinoma de células escamosas, bascocelular e melanoma da pele. *Pessoas com pele clara e muito expostas ao sol estão entre as maiores incidência de cancer de pele. *Câncer de Pele não Melanoma Efeito Cumulativo de exposição *Câncer de pele Melanoma Exposição intensa intermitente *Acredita-se que o UVB seja o responsável pela indução de câncer de pele -A carcinogenicidade do UVB é graças a indução da formação de dímeros de pirimidina no DNA -Esse dano pode ser reparado pelas “Vias de reparo de excisão de nucleotídeos” -Exposição solar excessiva pode diminuir a capacidade de reparo sobrevivência de célula potencial câncer -Radiação ionizante *Radiações eletromagnéticas (Raios X e raios γ) *Radiações particuladas (partículas α, β, protons e neutrons) *Mais frequentes: Leucemias mieloides aguda e crônica e câncer de tireóide em indivíduos jovens Carcinogênese microbiana · Inativa o inibidor do ciclo celular p16/NK4a Virus Oncogênicos de RNA -Vírus da Leucemia de Células T Humanas Tipo 1 (HTLV-1): *Retrovírus firmemente envolvido na etiologia do câncer em humanos *Provoca uma forma de linfoma/leucemia de células T que é endêmica em certos lugares (Japão, caribe, EUA) *O HTLV-1 possui Tropismo para as células T CD4 sendo estas o alvo principal de transformação neoplásica *Transmissão: ato sexual, produtos do sangue e amamentação materna *Possui as seguintes regiões em seu genoma: gag, pol, env, regiões de repetições longas terminais e tax *A proteína tax tem função de replicação viral e ativa a transcrição de diversos genes da células hospedeira envolvidos na produção (proliferação e diferenciação )de células T. Essesgenes incluemFOS, genes da IL-2, Fator de crescimento mielóide e o fator estimulador de colônias granulócitos-macrófagos -Também inativa o inibidor do ciclo celular p16/INK4a e melhora ativação da ciclinaProvocando a desregulação do ciclo celular -Ativa NF-kb – fator de transcrição pró sobrevivência e anti-apoptótico -Interfere com as funções de reparo de DNA e inibe os pontos de checagem *Infecção por HTLV-1 Expansão das células policlonais não malignas através do tax risco aumentado de mutação e instabilidade genômicaAcúmulo de mutações e anomalias cromossômicas População neoplásica monoclonal de células T Vírus Oncogênicos de DNA -Papilomavírus Humano (HPV) *Alto Risco X Baixo Risco *HPV de baixo riscoprovoca papiloma escamoso benigno, as verrugas (tipos 1,2,4 e 7) *HPV de alto risco (tipos 16 e 18) estão envolvidos na gênese de diversos cânceres com os de células escamosas do colo do útero (carcinoma) e da região anogenital. *Pontecial oncogênico pode estar ligado ao produto dos genes virais E6 e E7 -As ptns E7 se ligam a proteina RB (retinoblastoma) e desloca os fatores de crescimento E2F que normalmente são sequestrados pelo RB, promovendo a progressão através do ciclo celular. -A E7 também se liga e inativa as CDKI p21 e p27 -E7 se ligam e ativam as ciclinas E e A. -E6 possui efeitos complementares, ela se liga e medeia a degradação da p53 e da BAX, e ativa a telomerase (variante p53 Arg72 é mais susceptível a degradação por E6 individuos infectados por polimorfismo Arg72 são mais predispostos a carcinomas cervicais) Resumindo....... *HPV de alto risco expressam proteínas oncogênicas que inativam os supressores de tumor, ativam ciclinas, inibem a apoptose e combatem a senescência celular. *A infecção por HPV por si só não é suficiente para carcinogênese é necessário da influencia de fatores genéticos (gene RAS) e ambientais (tabagismo, deficiências nutricionais e hormonais) Outras anotações da aula- HPV 70 tipos Papiloma escamoso benignoVerrugas (HPV 1, 2 4 e 7), Vaginais (HPV 6 e 11) Carcinoma de células escamosas do colo do útero HPV 16 e 18, Orofaringe (20%) A integração viral no cromossoma hospedeiro é aleatória, mas segue um padrão clonal dentro de um mesmo câncer Vírus Epstein-Barr - EBV *Infecta células B e possivelmente as células epiteliais da orofaringe -O EBV usa o Receptor do complemento CD21 para se ligar e infectar as células B *Células infectadas tornam-se letentes, são imortalizadas e se propagam indefinidamente in vitro *Um gene do EBV, a proteina de membrane latente-1 (LMP-1) age como oncogene -A LMP-1 ativa as vias de sinalização Nf-kb e JAK/STAT promovendo a sobrevivência e proliferação das células B -A LMP-1 evita a apoptose através da ativação do BCL-2 *Outro gene do EBV, o EBNA-2 codifica uma proteina nuclear mimetizando o receptor Notch provocando a transativação de genes (ciclina D e a família src de proto-oncogenes) *A evasão do sistema imune parece ser o passo-chave na oncogênese relacionado ao EBV. *Linfoma de Burkitt: Neoplasma de linfócitos B, está associado com a infecção por EBV. -Entretanto as células do Linfoma de Burkitt não expressam LMP-1 e EBNA-2 e outras proteínas do EBV que induzem o crescimento e imortalização das células B. -Em células do linfoma há a ocorrência de translocações que ativam o oncogene c-MYC ou t(8;14) Em resumo, no caso do linfoma de burkitt parece que o EBV n é diretamente oncogênico *EBV possui papel mais direto nos linfomas de células B de imunossuprimidos gerando tumores multifocais em células B, que expressam LMP-1 e o EBNA-2 *Carcinoma nasofaríngeo está associado ao EBV -LMP-1 ativa a via NF-kb e induz a expressão de fatores pró-angiogênicos oncogênese Vírus da Hepatite B e C *Associada com câncer de fígado *Efeitos oncogênicos do HBV e HCV são multifatoriais, mas o efeito dominante parece ser a inflamação crônica mediada imunologicamente cm a morte dos hepatócitos, levando a regeneração e dano genômico *Mesmo a resposta imune possuindo papel protetor, se for inadequada, pode promover a tumorigênese. *Ativação da via do NF-kb em hepatócitos leva ao bloqueio da apoptose, o que contribui para que os hepatócitos em divisão incorram em estresse genotóxico e acumule mutações. *Alem disso, o HBV possui o gene HBx que ativa direta ou indiretamente fatores de transcrição e diversas vias de sinais de transdução. *HCV possui a proteína central do HCV que pode ter efeito direto na tumorigênese, pela ativação de vias de transdução de sinal promotoras de crescimento. Helicobacter pylori *Primeira bactéria classificada como carcinogênica envolvida na gênese dos adenocarcinomas e linfomas gástricos *O cenário para o desenvolvimento de adenocarcinoma gástrico envolve a proliferação aumentada de células epiteliais e um histórico de inflamação crônica *Ambiente inflamatório contém agentes genotóxicos (ERO) *Gastrite crônica Atrofia gástrica metaplasia das células de revestimento displasia câncer *Cepas de H. pylori associadas ao adenocarcinoma gástrico contém uma “Ilha de patogenicidade” que abriga o gene associado a citotoxina A (CagA )A CagA inicia uma cascata de sinalização q mimetiza a estimulação desregulada de fatores de crescimento *Linfomas gástricos possuem origem na célula B chamados de linfomas de mucosa associada ao tecido linfóides (MALTomas) -Infecçao por H. pylori leva ao aparecimento de células T reativasq estimulam a proliferação policlonal de células B *Infecções crônicas mutações adquiridascrescimento celular MALTomapermanace depedente do estímulo através das células T das vias de células B que ativam o fator de transcrição NF-kb. -Nesse estágio ocorre a cura por erradicação do H.pylori *Estágios posteriores mutações adicionais são adquiridas (translocação (11;18)) assim, há ativação constitutiva da NF-kb e o MALToma não precisa mais do estimulo da bacteria para sobreviver podendo ocorrer a disseminação para outros tecidos além do estômago
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