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Unidade Curricular: Psicopatologia Geral 1 
Docente: Ms. Ana Claudia Yamashiro Arantes 
Discente: Ana Paula Soares Saraiva 
Curso: Psicologia - Bacharelado 
Turma: 2017.1
SIGA 1: Estudo dirigido 'História da loucura e Psicologia'. 
Louco, Alienado e doente mental 
Na sociedade contemporânea o termo “loucura” se tornou uma expressão cotidiana do senso comum tanto que Frases como “eu sou louco por você”, “cometo loucuras de amor”, “minha vida é uma loucura”, “você é louca demais” são ouvidas e faladas recorrentemente no dia a dia. O termo loucura percorreu um longo percurso até chega ao conceito utilizada nos dias de hoje.
No livro história da loucura, Michel Foucault apresenta vários episódios em diversas épocas que abordam a gestação da loucura como desrazão, alienação e posteriormente como doença mental, na qual seu nascimento expressa o surgimento de uma patologia e de uma psiquiatria. 
 Na Antiguidade grega e romana a loucura era identificada pela influência da ideologia religiosa e pela força dos preconceitos sagrados. A pessoa que era louca 
Nos tempos da Inquisição, a loucura foi entendida como manifestação do sobrenatural, demoníaco e até satânico, e classificada como expressão de bruxaria, cujo tratamento caracterizou-se pela perseguição aos seus portadores. Em virtude do forte poder da Igreja e burguesia, que liderava o movimento de caça às bruxas, muitas pessoas que eram considerados como loucos foram mortos.
 No final da idade média houve o esvaziamento dos lugares a onde ficava os leprosos, logo estes lugares passaram a se utilizados para tratar todo os tipos de doentes inclusive os loucos. Os loucos eram isolados do convívio social e considerados como seres desprovidos de pensamento e raciocínio.
No período Renascentista, os loucos eram atirados rio abaixo, como cargas insanas em embarcações que recebiam o nome de Nau dos Loucos. Todos aqueles que tinha o desvio de comportamento moral era atirado neste barco e expulso das cidades.
Segundo Foucault até a Renascença, a sensibilidade à loucura estava ligada à presença de transcendências imaginárias. A partir da era clássica e pela primeira vez, a loucura é percebida através de uma condenação ética da ociosidade e numa iminência social garantida pela comunidade de trabalho. Essa comunidade adquire um poder ético de divisão que lhe permite rejeitar, como num outro mundo, todas as formas da inutilidade social. Ou seja, loucura considerada enquanto "forma relativa à razão" enquanto medida própria do homem correto, de maneira que “toda loucura tenha sua razão que a julga e controla, e toda razão sua loucura na qual ela encontra sua verdade irrisória” (FOUCAULT, 1997[1961], p. 30). Nesta época os loucos eram internados a mando da igreja e do estado, que tinha o poder sobre o povo, lembrando que estes lugares não tinham nenhuma ligação ainda com a medicina e funcionava como tribunais a onde o louco era julgado e punido. 
Segundo Foucault, o classicismo inventou o internamento de forma parecida com a forma que a época da idade média tratava os leprosos, isolados do convívio social. Porém as motivações para que os alienados fosse internado eram bem mais complexa pois, por se trata não só de uma doença, mas por se trata da moral, politica e religião.
Para Foucault, no século XVIII ocorre a experiência-limite entre a razão e a ‘des-razão’, a loucura passa a ser vista como uma patologia. A delimitação da loucura como doença mental, no contexto da medicina, se relaciona à experiência jurídica da alienação, na constituição do estatuto do que seja um indivíduo incapaz, perturbador do grupo, de acordo com os preceitos morais, éticos e políticos dos séculos XVII e XVIII. 
Surge o hospício ou instituição psiquiátrica, na metade do século XIX, foram criados especialmente para receber os loucos, era um espaço do exercício do saber sobre a loucura, que passa a se torna uma doença e a medicina a ganhar um espaço para entender melhor sobre esta doença, se tornando um saber empírico. O internamento assumiu um valor terapêutico através do reajustamento político, social e moral da relação entre loucura e desatino. Para Foucault (2008, p. 121), o internamento do século XIX coincide com o momento em que a loucura é percebida como uma conduta irregular e anormal. Uma “desordem na maneira de agir, de querer, de sentir paixões, de tomar decisões e de ser livre” (Foucault, 2008, p. 69).
 Pinel foi o percursor no tratamento de pessoas que sofria com a doença mental que naquela época ainda era tratada como alienado ele dizia que as alienações mentais seriam devidas a distúrbio funcional do sistema nervoso central, as lesões poderiam ou não existir, seria apenas contingente. Devido à doença o alienado tinha perdido a distinção entre o bem e o mal. É esse alienamento só seria curado se o alienado conseguisse reconhece-se como doente. Cada ato indevido devia ser advertido e punido, para o doente pudesse reconhecer seus erros, quando se arrependia deles e não os cometia mais, era considerado curado. 
A psiquiatria estuda a loucura e tenta explicar através de princípios racionais, o que não dar certo pois a loucura não se reduz simplesmente ao seu sistema explicativa. Há então uma busca classificatória já que a anatomia não explica a patologia e os psiquiatras passa a considerar critérios morais, comportamentos e gestos para compôr o quadro nosológico da loucura. Com isso passa a trata os loucos através do tratamento moral que seria submeter o alienado a ocupa seu tempo e ter uma rotina, retirando ele do seu mundo para enquadra ele em um sistema de valores caracterizado pela medicina mental. É o alienista que decide o que é normal e o que anormal. 
“nasce a psicologia. Não como verdade da loucura, mas como indício de que a loucura é agora isolada de sua verdade que era o desatino”.(Foucault, 1997: 337). A psicologia surge como uma forma de controla a loucura dos burgueses, para que a imoralidade da burguesia seja controlada e exposta para a sociedade. Neste contexto, Foucault critica que a psicologia tenha surgido não de um aprimoramento da justiça mas como "exigência suplementar da moral, de uma espécie de estatização dos costumes e de uma espécie de depuração das formas da indignação" (FOUCAULT, 1997[1961], p. 445). 
No século XX os hospitais psiquiátricos estavam superlotados, com poucos funcionários e os doentes sofria mal tratos, pois os tratamentos eram agressivos e desumanos. Outro ponto a ser dito é que a grande parte dos doentes não eram doentes, mas sim vítimas de uma sociedade injusta a onde quem manda é quem tem poder, mesmo sem estarem sem nenhuma doença de caráter psicológico eram mandados para este lugar pelas mais diversas formas como ser mãe solteira ou ter algum desvio da moralidade exigida da época. Por todos esses motivos e muitos outros houve o movimento para a reforma psiquiatra. 
No Brasil houve vários protestos para que os hospitais psiquiátricos fosse fechado. O que resultou no fechamento dos mesmo e na criação do centros de atenção psicossocial. A pessoa com a doença mental não precisa sai mas do convívio social e familiar para se trata, ela pode se trata na sua casa e ir algumas vezes para consultas nos centros de atenção psicossocial. 
 Na atualidade o sofrimento psíquico é tão grande como o físico, com o fechamento dos hospitais psiquiátricos houve a esperança que o tratamento fosse mais humanizado, o que de certa forma aconteceu, porém as camisas de forças e as amarras que os loucos era amarrados nas camas para ficarem quietos, hoje esta sendo substituídos por remédio. Sim hoje as pessoas tem que aparentar serem sempre felizes, motivados, animados, alegres. Ninguém pode sofre, ninguém pode chora. Estamos no movimento de focalização na doença e não na experiência trágica. Hoje todos somos categorizados como doentes mentais, pois todos passamos por algum momento na vida que nos deixa em sofrimento e na atualidade isso não é permitido. 
O Manual de Classificação Internacional de Doenças (CID-10) (OMS, 1999), específico para Classificação deTranstornos Mentais e de Comportamento, apresenta um vasto conjunto de psicopatologias nas quais a categorização fenomenológica dos sintomas pode ser, com certa facilidade, aplicável a diversas pessoas em muitos momentos da vida. Sim atreves de alguns sintomas o ser humano é classificado como doente mental, mas a onde fica a causa que levou essa pessoa a está em sofrimento, como está o aspecto social e familiar dessa pessoa, ai que está o grande problema não estamos tratando o psicológico da pessoa e sim os sintomas. 
Não existe mais paredes que prenda o louco, o alienado, o doente mental; agora existe um manual com várias patologias que classificação que transtorno você tem, também tem o medicamento para tratar os sintomas e quando este medicamento não tive mais fazendo efeito irá ser substituindo por um mais eficaz e assim você vai viver sua vida sem sofrimento.
Referências:
BATISTA, M. D. G. Breve história da loucura, movimentos de contestação e reforma psiquiátrica na Itália, na França e no Brasil. Revista de Ciências Sociais, n. 40, 2014, p. 391-404. Disponível em: <https://goo.gl/mgWgX6>. Acesso em: 12 fev. 2019.
MILLANI, Helena de Fátima Bernardes; VALENTE, Maria Luisa L. de Castro. O caminho da loucura e a transformação da assistência aos portadores de sofrimento mental. SMAD, Rev. Eletrônica Saúde Mental Álcool Drog. (Ed. port.), Ribeirão Preto. v. 4,n. 2,ago. 2008. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-69762008000200009&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 17 fev. 2019. 
SCISLESKI, Andrea Cristina; MARASCHIN, Cleci. Loucura e razão: produzindo classes interativas. Arq. bras. psicol. Rio de Janeiro, v. 60,n. 2,p. 40-47,jun. 2008. Disponível em <http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1809-52672008000200006&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 16 fev. 2019. 
SILVEIRA, Fernando de Almeida; SIMANKE, Richard Theisen. A psicologia em História da Loucura de Michel Foucault. Fractal, Rev. Psicol. Rio de Janeiro, v. 21,n. 1,p. 23-42, Apr. 2009. Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-02922009000100003&lng=en&nrm=iso>. access on 17 Feb. 2019. http://dx.doi.org/10.1590/S1984-02922009000100003.

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