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Classificação Fiscal de uma mercadoria

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Classificação 
Fiscal de 
Mercadorias
C L A S S I F I C A R M E R C A D O R I A S É U M A
C I Ê N C I A
Fellipe Guerra - Marcos Lima
Introdução
 Classificar mercadorias pode ser um trabalho
bem complexo, afinal estamos falando do estudo de
uma ciência, muitas vezes vai muito além da
simples consulta a uma tabela. Atualmente, a tabela
de incidência dos produtos industrializados (TIPI), que
detalha os NCMs existentes, possui 10.393 códigos
diferentes. 
 Com isso, a empresa deverá classificar cada um
dos itens do seu cadastro de produtos em um desses
códigos. 
Você sabia?
Qual a importância da correta 
classificação da mercadoria no NCM? 
 A merceologia é um estudo a partir de um con-junto
de técnicas empregadas nos processos de clas-sificação
e especificação de mercadorias. 
Exemplo usual utilizado em um artigo do Prof. Fábio
Rodrigues, o parafuso revela toda complexidade por trás
dessa ciência. Em face de todas as regras aplicá-veis, as
possibilidades de se cometer erros são muito grandes. 
 Primeiramente, é importante observar que se trata de
uma obrigatoriedade prevista no Convênio SINIEF s/n°
1970 que disciplina, dentre outras informações a utilização
da NCM-SH na nota fiscal, modelos 1 e 1-A, nas operações
realizada por estabelecimento industrial ou a ele equipa-
rado, nos termos da legislação federal, e nas operações de
comércio exterior. Por força do Ajuste SINIEF n° 7/2005 a
obrigatoriedade se estende também a NF-e. 
A utilização da NCM também é essencial na definição de
vários tributos, assim como o IPI (art. 130 do RIPI – Dec.
4.544/2002) e com o Imposto de Importação (art. 94 do RA
– Dec 6.759/2009). 
Em relação ao ICMS, PIS/PASEP e a COFINS, a utilização
dessa codificação vem se ampliando, e tem sido funda-
mental na identificação de benefícios fiscais, substituição
tributária, regimes especiais e tributações diferenciadas. 
O enquadramento incorreto da NCM pode levar tanto a
reco-lhimento a maior, quanto a menor de tributos. Nesta
última hipótese, a multa mínima por lançamento de oficio é
de 75% (art. 44 da Lei n° 9.430/1996). 
0 3
A classificação do parafuso 
 Utilizando algum sistema de busca na TIPI ou na TEC
com a palavra “parafuso”, teremos como retorno 9 códigos
que mencionam esse termo. 
Desses, cita-se como exemplo, o código 7318.14.00, cuja
descrição é "Parafusos perfurantes". Poderíamos
simplesmente utilizar esse código? E se optássemos pelo
código 7318.12.00, o qual tem por posição "Outros
parafusos para madeira"? 
Tendo em vista que nosso parafuso não é perfurante e nem
será usado em madeira, não parece que essas
classificações sejam as mais adequadas. Portanto,
precisamos conhecer um pouco mais o nosso produto, e
neste sentido iremos verificar que se trata de um parafuso
a ser utilizado em aeronaves. Poderíamos então utilizar um
código mais genérico, o 3926.90.90, cuja descrição é
"Parafusos e porcas". 
Mas se este parafuso será utilizado em aeronaves, não
seria o caso de analisar o capítulo 88, que trata das
aeronaves, aparelhos espaciais e suas partes? Afinal, o
parafuso não será uma parte da aeronave? Neste capítulo
não encontraremos especificamente o parafuso, mas temos
o código 8803.30.00, cuja descrição é "Outras partes de
aviões ou de helicópteros". 
Aparentemente, nada proibiria de utilizar essa
classificação, no entanto, analisando a NESH,
encontraremos que este capítulo compreende as partes e
acessórios reconhecíveis como exclusiva ou principalmente
destinados aos veículos que engloba. Esse não é o caso
de nosso parafuso, que também serve para outras
finalidades. 
Talvez seja melhor voltarmos então ao parafuso do código
3926.90.90, que é mais genérico. No entanto, estaríamos
errados, pois esse produto não é composto do mesmo
material do nosso parafuso, que é feito de alumínio. 
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Assim, tendo em vista sua composição, iremos verificar
que o alumínio e suas obras constam do capítulo 76 e o
nosso parafuso, mais precisamente, no código 7616.10.00,
que abrange "tachas, pregos, escápulas, parafusos, pinos
ou pernos roscados, porcas, ganchos roscados, rebites,
chavetas, cavilhas, contrapinos, arruelas e artefatos
semelhantes". 
Fonte: https://www.webcontabil.com.br/ver_noticia_publica.php?v1=96725&v2
SISTEMA HARMONIZADO 
A maior parte dos recursos dos Estados advém da
tributação. Os tributos incidem sobre as mercadorias, na
sua produção e circulação, inclusive nas operações de
importação e exportação. 
Em um cenário de enorme expansão do comércio mundial,
existia uma latente necessidade de se classificar as
mercadorias para que fosse possível gerenciar e aplicar
regras próprias para os diversos tipos de produtos. Pois
haviam dificuldades nas negociações devido as grandes
diferenças de idiomas e tributação nessas operações.
Também se fazia necessário o controle estatístico das
operações para que fossem direcionados os investimentos,
baseados na necessidade de fomento da produção local. 
NBM a NCM 
A Nomenclatura Brasileira de Mercadorias (NBM) foi
adotada em 1966 para as importações e exportações, feito
pela aduana. Em 1986 o Brasil adere ao Sistema
Harmonizado, permanecendo a NBM em vigor até 1996. 
Em 1991 foi criado o Mercosul e em 1995 tornou-se uma
união aduaneira em que todos os signatários poderiam
adotar as mesmas alíquotas para tributar as importações
(TEC – Tarifa externa comum: Estabelece alíquotas
unificadas do Imposto de Importação com base na NCM),
com isso, surgia a necessidade de uma nomenclatur única. 
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Criou-se então a Nomenclatura Comum do Mercosul –
NCM com base no Sistema Harmonizado – SH. Em 1996
foi criada a TIPI para os produtos industrializados, baseada
na NCM. 
A NCM passou a constituir a nova NBM, fundamentada no
Sistema Harmonizado – SH. Assim, temos várias versões
da NCM/SH: 1997, 2002, 2007 e 2012. 
A NCM agrupa mercadorias em categorias para facilitar as
negociações internacionais possibilitando a utilização de
estatísticas que constatam o volume do comércio,
permitindo planejamento da economia interna do país,
limitando ou favorecendo o comércio de determinado
produto. Dá margem para a fiscalização sanitária,
ambiental, bélica e etc. 
A estrutura da NCM é baseada no Sistema Harmonizando
obedecendo o seguinte parâmetro: 6 dígitos do SH e 2
dígitos do Mercosul. 
Exemplo: 
NCM 0104.10.11 – Animais reprodutores de raça pura, da
espécie ovina, prenhe ou com cria ao pé. 
Esse código é resultado do seguinte desdobramento: 
Seção I - Animais vivos e produtos do reino animal 
Capítulo 01 - Animais vivos (dígitos do SH) 
Posição 0104 - Animais vivos das espécies ovina e caprina
(dígitos do SH) 
Subposição 0104.10 – Ovinos (dígitos do SH) 
Item 0104.10.1 – Reprodutores de raça pura (dígito do
NCM) 
Subitem 0104.10.11 – Prenhe ou com cria ao pé (dígito do
NCM) 
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A NCM é hierárquica e considera o nível deindustrialização
da mercadoria. Nos primeiros níveis são contemplados os
produtos primários, vivos, vegetais, seguidos por níveis
intermediários com produtos como tecido e papel, nos níveis
finais são encontrados os produtos manufaturados com alto
índice de industrialização como maquinas e veículos. 
CONCEITOS DA CLASSIFICAÇÃO 
Para fazer a classificação correta é fundamental conhecer
bem a mercadoria, respondendo aos questionamentos
elencados abaixo: 
- Qual o nome? Qual o nome no mercado? Qual o nome
cientifico? 
- Pra que serve? Do que é feito? 
- Em que pode ser utilizado? 
Caso você não consiga responder essas perguntas, é
recomendável que procure um especialista. Exemplos:
Medicamentos ou substâncias químicas. 
É fundamental também conhecer a NCM e os recursos que
podem auxiliar na correta classificação, tais como as
RGI/SH (regras gerais de interpretação do SH), RGC/NCM
(regras gerais complementares). 
NOTA: TIPI e TEC também possuem regras
complementares (‘EX tributários’) 
EX tributários: Exceções na tributação onde mercadorias
com o mesmo código possuem tratamentos tributários
distintos. 
Exemploda TIPI: 
Protetor Solar – NCM: 3304.99.90 
EX 01 – Preparados bronzeadores 
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EX 02 – Preparados anti-solares, exceto os que possuam
propriedades de bronzeadores 
Dicas: 
- A tabela do NCM é hierárquica, portanto vá sempre do
maior (seção) para o menor (subitem), buscando o código
de oito dígitos que melhor representa o produto. Se a
descrição não for suficiente, consulte as notas de seção ou
capitulo e a NESH. 
- Em último caso é possível também recorrer a RFB por
meio de processo administrativo ou consulta. Vale ressaltar
que cada consulta vale apenas para o consulente uma vez
que representa um único caso concreto. 
- Descrição “outros” deve ser usada apenas quando
claramente a mercadoria não puder ser identificada em
outros códigos NCM. Tem caráter residual e deve ser usado
com cuidado. Seu uso indevido pode gerar um erro grave!!! 
O Sistema Harmonizado fornece subsídios para a
classificação das mercadorias além das NESH temos
também as Regras Gerais de Interpretação que são básicas
e fundamentais para o enquadramento de qualquer
mercadoria. 
São seis as regras de interpretação do SH que devem ser
usadas sequencialmente, se a primeira não for suficiente
para a adequada classificação da mercadoria, devemos
utilizar a segunda regra e assim sucessivamente. 
- Regra 1 
“Os títulos das seções, capítulos e subcapítulos tem apenas
valor indicativo. Para efeitos legais, a classificação é deter-
minada pelos textos das posições e das notas de seção e
de capítulo e, desde que não sejam contrárias aos textos
das referidas posições e notas, pelas regras seguintes.” 
REGRAS GERAIS DE INTERPRETAÇÃO – 
RGI/SH 
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Essa regra se refere à estrutura hierárquica do sistema
harmonizado, os títulos tem valor meramente informativo. 
- Regra 2 
Artigos incompletos ou inacabados podem ser classificados
como completos, desde que tenham as características dos
produtos finais. Artigos desmontados ou por montar seguem
o mesmo principio da regra. 
Equipara a mercadoria misturada ás puras, para fins de
classificação. A matéria deve estar mencionada no texto da
posição. Deve-se identificar a matéria predominante ou
essencial. 
- Regra 3 
Quando a mercadoria apresentar, aparentemente, a
possibilidade de classificar-se em duas ou mais posições
por aplicação da regra 2, ou por qualquer outra razão, a
posição mais especifica deve prevalecer sobre a mais
genérica. 
- Regra 4 
As mercadorias que não possam ser classificadas por
aplicação das regras acima enunciadas classificam-se na
posição correspondente a dos artigos mais semelhantes. 
Somente quando todas as regras anteriores não forem
suficientes. A regra 4 tem caráter residual. 
- Regra 5 
Estojo para uso especifico do objeto que acondiciona, pode
ter a mesma forma, é classificado como o próprio produto.
Não pode ter aplicação diversa. Uso prolongado e não
aferirá característica principal ao produto. 
- Regra 6 
A regra determina que, uma vez escolhida à posição mais 
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adequada para a classificação, deve-se observar os textos
das subposições, as notas de subposição e as regras gerais
de interpretação, anteriormente tratadas, com as devidas
adequações. Observando claramente a estrutura hierárquica
da nomenclatura. 
TABELA DE INCIDÊNCIA DO IMPOSTO SOBRE 
PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (TIPI)
A TIPI contém a relação dos NCMs e toda sua cadeia
hierárquica e está dividido em vinte e uma seções, a saber: 
SEÇÃO I – Animais vivos e produtos do reino animal 
SEÇÃO II – Produtos do reino vegetal 
SEÇÃO III – Gorduras e óleos animais ou vegetais;
Produtos da sua dissociação; Gorduras alimentares
elaboradas; Ceras de origem vegetal ou animal 
SEÇÃO IV – Produtos das indústrias alimentares; Bebidas,
líquidos alcoólicos e vinagres; Tabaco e seus sucedâneos
manufaturados 
SEÇÃO V – Produtos minerais 
SEÇÃO VI – Produtos das indústrias químicas ou das
indústrias conexas 
SEÇÃO VII – Plásticos e suas obras; Borracha e suas obras
SEÇÃO VIII – Peles, couros, peles com pelos e obras
destas matérias; Artigos de correeiro ou de seleiro; Artigos
de viagem; Bolsas e artefatos semelhantes; Obras de tripa 
SEÇÃO IX – Madeira, carvão vegetal e obras de madeira;
Cortiça e suas obras; Obras de espartaria ou de cestaria 
SEÇÃO X – Pastas de madeira ou de outras matérias
fibrosas celulósicas; Papel ou cartão para reciclar
(desperdícios e aparas); Papel ou cartão e suas obras 
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SEÇÃO XI – Matérias têxteis e suas obras 
SEÇÃO XII – Calçados, chapéus e artefatos de uso
semelhante, guarda-chuvas, guarda-sóis, bengalês,
chicotes, e suas partes; Penas preparadas e suas obras;
Flores artificiais; Obras de cabelo 
SEÇÃO XIII – Obras de pedra, cimento, gesso, amianto,
mica ou de matérias semelhantes; Produtos cerâmicos;
Vidro e suas obras 
SEÇÃO XIV – Pérolas naturais ou cultivadas, pedras
preciosas ou semipreciosas e semelhantes, metais
preciosos, metais folheados ou chapeados de metais
preciosos (plaquê), e suas obras; Bijuterias; Moedas 
SEÇÃO XV – Metais comuns e suas obras 
SEÇÃO XVI – Máquinas e aparelhos, material elétrico, e
suas partes; Aparelhos de gravação ou reprodução de som,
aparelhos de gravação ou reprodução de imagens e de som
em televisão, e suas partes e acessórios 
SEÇÃO XVII – Material de transporte 
SEÇÃO XVIII – Instrumentos e aparelhos de óptica, de
fotografia, de cinematografia, de medida, de controle ou de
precisão; Instrumentos e aparelhos médicos-cirúrgicos;
Artigos de relojoaria; Instrumentos musicais; Suas partes e
acessórios 
SEÇÃO XIX – Armas e munições; Suas partes e acessórios 
SEÇÃO XX – Mercadorias e produtos diversos 
SEÇÃO XXI – Objetos de arte, de coleção e antiguidades 
TABELA DE INCIDÊNCIA DO IMPOSTO SOBRE 
PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (TIPI)
Em decorrência da utilização cada vez maior de tecnologias
no cumprimento de obrigações acessórias pelas empresas, 
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tais como: NF-e, NFC-e e os diversos subprojetos do SPED,
tornam-se fundamentais os cuidados e diligências nas
informações prestadas ao fisco. As informações cadastrais
de produtos tem representado significativa parcela dessas
informações, onde problemas nas classificações e cadastros
destes acarretam em graves problemas para as
organizações. 
Partindo deste cenário faz-se necessário estudarmos a
classificação fiscal dos produtos a partir de diversos
aspectos, incialmente vamos tratar dos tipos de itens, o
campo 07 do registro 0200 da EFD ICMS-IPI solicita o
preenchimento conforme as possibilidades abaixo
elencadas: 
00 – Mercadoria para revenda: Produto adquirido para
comercialização; 
01 – Matéria-Prima: A mercadoria que componha, física
e/ou quimicamente, um produto em processo ou produto
acabado e que não seja oriundo de processo produtivo. A
mercadoria recebida para industrialização é classificada
como tipo 01, pois não decorre de processo produtivo,
mesmo que no processo de produção se produza
mercadoria similar classificada como tipo 03; 
03 – Produto em processo: o produto que possua as
seguintes características, cumulativamente: oriundo do
processo produtivo; e, preponderantemente, consumido no
processo produtivo. Dentre os produtos em processo está
incluído o produto resultante caracterizado como retorno de
produção. Um produto em processo é caracterizado como
retorno de produção quando é resultante de uma fase de
produção e é destinado, rotineira e exclusivamente, a uma
fase de produção anterior à qual o mesmo foi gerado. No
“retorno de produção”, o produto retorna (é consumido) a
uma fase de produção anterior à qual ele foi gerado. Isso é
uma excepcionalidade, pois o normal é o produto em
processo ser consumido em uma fase de produção posterior
à qual ele foi gerado, e acontece, portanto, em poucos
processos produtivos. 
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04 – Produto acabado: o produto que possua as seguintes
características, cumulativamente: oriundo do processo
 produtivo; produto final resultante do objeto da atividade
econômica do contribuinte; e pronto para ser
 comercializado; 
05 - Subproduto:o produto que possua as seguintes
características, cumulativamente: oriundo do processo
 produtivo e não é objeto da produção principal do
estabelecimento; tem aproveitamento econômico; não se
enquadre no conceito de produto em processo (Tipo 03) ou
de produto acabado (Tipo 04); 06 – Produto intermediário -
aquele que, embora não se integrando ao novo produto, for
consumido no processo de industrialização. 
A classificação da mercadoria não se altera a cada
movimentação. Exemplo: não há impedimento para que uma
mercadoria classificada como produto em processo – tipo 03
seja vendida, assim como não há impedimento para que
uma mercadoria classificada como produto acabado – tipo
04 seja consumida no processo produtivo para obtenção de
outro produto resultante. Nas situações de um mesmo
código de item possuir mais de um tipo de item
(destinação), deve ser informado o tipo de maior relevância
na movimentação física, observadas, no que couberem, as
regras de escrituração do Bloco K. 
CST – CÓDIGO DA SITUAÇÃO TRIBUTÁRIA 
Os Códigos de Situação Tributária foram criados por meio do A
juste SINIEF 03/1994, que alterou o Convênio s/nº, de 15.12.1
970, acrescentando o anexo com os referidos códigos. 
A tabela foi alterada por meio do Ajuste SINIEF 02/95, que acre
scentou novos códigos. Nesta época, o CST era composto som
ente por dois dígitos. 
A partir de 2001, passaram a serem utilizados os códigos com t
rês dígitos por meio do Ajuste SINIEF 06/2000. As últimas
alterações relevantes aconteceram em 2013, com a criação
de novos códigos identificadores de origem, que se deu por
meio do Ajuste SINIEF 20/2012, com posteriores alterações
pelo Ajuste SINIEF 02 e 15 de 2013. 
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O código de Situação Tributária e composto por 3 dígitos na
forma ABB. 
O primeiro digito (A) indica a origem da mercadoria ou
serviço, se é nacional, importada ou etc. Já o segundo e
terceiro dígitos (BB) servem para indicar a forma de
tributação do ICMS. 
Os contribuintes optantes pelo Simples Nacional utilizam
codificação própria para efeito de emissão de NF-e, Código
de Situação de Operação no Simples Nacional (CSOSN). 
CÓDIGO DA SITUAÇÃO TRIBUTÁRIA – PIS E 
COFINS 
Nas operações de aquisições, custos e despesas geradoras
de créditos e em relação às receitas auferidas, devem ser
informados os códigos de situação tributária de PIS/Pasep e
Cofins próprios de cada operação, de conformidade com
normas complementares expedidas pela Secretaria da
Receita Federal do Brasil, indicando a modalidade de
incidência própria do informante. 
CLASSIFICAÇÕES COMPLEMENTARES DE 
PIS/PASEP E COFINS 
Existem ainda tabelas que classificam os produtos
tributados pelas contribuições para PIS/PASEP e COFINS,
são elas: 
TABELA 4.3.10 - TABELA PRODUTOS SUJEITOS À INCIDÊNCIA MONOFÁSICA DA
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS (CST 02 E 04) - VERSÃO
1.17 - ATUALIZADA EM 16/03/2016 
TABELA 4.3.11 - TABELA PRODUTOS SUJEITOS À INCIDÊNCIA MONOFÁSICA DA
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - ALÍQUOTAS POR UNIDADE DE MEDIDA DE PRODUTO
(CST 03 E 04) - VERSÃO 1.19 - ATUALIZADA EM 30/04/2015 
TABELA 4.3.12 - TABELA PRODUTOS SUJEITOS À SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA DA
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (CST 05) - VERSÃO 1.0.4 - ATUALIZADA EM 17/11/2014 
TABELA 4.3.13 - TABELA PRODUTOS SUJEITOS À ALÍQUOTA ZERO DA
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (CST 06) - VERSÃO 1.18 - ATUALIZADA EM 20/05/2016 
TABELA 4.3.14 - TABELA OPERAÇÕES COM ISENÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
(CST 07) - VERSÃO 1.0.3 - ATUALIZADA EM 26/02/2013 
TABELA 4.3.15 - TABELA OPERAÇÕES SEM INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL
(CST 08) - VERSÃO 1.0.1 
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TABELA 4.3.16 - TABELA OPERAÇÕES COM SUSPENSÃO DA CONTRIBUIÇÃO
SOCIAL (CST 09) - VERSÃO 1.12 - ATUALIZADA EM 21/01/2016 
TABELA 4.3.17 - TABELA OUTROS PRODUTOS E OPERAÇÕES SUJEITOS
ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS (CST 02 E CST DE CRÉDITOS) - VERSÃO 1.07 -
ATUALIZADA EM 21/08/2015 
As tabelas acima elencadas podem ser acessadas através
do link > http://sped.rfb.gov.br/pasta/show/1616 > e contem
a relação de NCMs, bem como a respectiva fundamentação
legal para seu enquadramento tributário. 
PENALIDADES DO NCM INCORRETO 
O enquadramento incorreto da NCM pode gerar
penalidades. No caso do IPI a classificação incorreta da
NCM pode levar do recolhimento de 22% para 0%, nesses
casos, além da diferença do tributo a ser recolhido com
correção monetária, o contribuinte estará sujeito à
penalidade pelo enquadramento indevido variando de 75% a
225% do valor devido. 
Exemplo: 
Conjunto de garfos de aço inoxidável - NCM: 8215.99.10
(IPI 10%) 
Classificado erroneamente como de madeira – NCM:
4419.00.00 (IPI 0%) 
Além disso, caso o enquadramento fosse ao sentido
contrário haveria recolhimento a maior do IPI e ainda seria
aplicável a multa por enquadramento incorreto. 
No ICMS a classificação incorreta do NCM pode gerar
multa, caso influencie na apuração tributária a multa poderá
ser majorada. 
PROCEDIMENTOS DE CONSULTA
Mesmo com a aplicação de todos os métodos de
classificação fiscal de mercadorias algumas dúvidas podem
persistir. Neste caso, o contribuinte que desejar poderá
formular consulta formal a RFB, no entanto, é sugerível que
antes de protocolizar o questionamento, 
1 5
o contribuinte consulte todo material disponível para
identificar o correto enquadramento, pois consultas que não
comportarem dúvidas razoáveis serão consideradas
ineficazes. 
Quem pode efetuar a consulta? 
Sujeito passivo da obrigação tributária principal ou
acessória; órgão da administração publica e entidades
representativas de categorias profissionais. A consulta
deverá ser efetuada por escrito, mediante petição, dirigida a
COANA, conforme formulário próprio disponível no site da
RFB conforme indicado na IN RFB 1.464/2014. 
Cada consulta contempla um contribuinte e uma mercadoria,
não suspendendo nem postergando o prazo de recolhimento
do tributo. 
ROTEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE 
MERCADORIAS 
1 – Conhecer a mercadoria 
É fundamental levantar as principais informações sobre o
produto. 
O que é? Denominações? Uso e aplicações? Dimensões?
Materiais? 
2 – Aplicar as RGI/SH 
Aplicar as regras em ordem sequencial, buscando por textos
e não por títulos, consultando sempre que necessário as
notas de seção, capítulo e NESH. 
3 – Aplicar RGC/NCM e RC/TIPI 
Buscar identificar a NCM completa de 8 dígitos, verificar a
existência de EX Tributários e evitar o uso de outros
(caráter residual). 
1 6
4 – Analisar o CST e CFOP aplicáveis a operação 
Feita a classificação da NCM do produto e identificada a
natureza da operação faz-se necessária a classificação
tributária do produto conforme a legislação fiscal do ICMS,
IPI, PIS/PASEP, COFINS e II. 
1 7
Fellipe Guerra
Professor
Mestre em Administração e Controladoria pela UFC; 
Doutorando em Ciências da Informação e Tributarista 
Formado pelo IBPT; 
Autor do Livro “Descomplicando o SPED”; 
Reconhecido como um dos principais palestrantes sobre 
os aspectos teóricos 
do SPED; 
Já ministrou palestras em mais de 21 estados brasileiros; 
Contador e sócio da Compliance Contabilidade, com 
mais de 10 anos de experiência em contabilidade e 
gestão tributária.
Marcos Lima
Professor
Especialista em Auditoria pela UNIFOR; 
 
Mestrando em Contabilidade pela FUCAPE; 
 
Co-autor do Livro “Prática Contábil”; 
 
Já ministrou palestras e aulas em mais de 15 estados 
brasileiros; 
 
Contador, empresário e sócio da Compliance Contabilidade, 
com mais de 12 anos de experiência na área contábil e 
fiscal.

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