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Classificação Fiscal de Mercadorias C L A S S I F I C A R M E R C A D O R I A S É U M A C I Ê N C I A Fellipe Guerra - Marcos Lima Introdução Classificar mercadorias pode ser um trabalho bem complexo, afinal estamos falando do estudo de uma ciência, muitas vezes vai muito além da simples consulta a uma tabela. Atualmente, a tabela de incidência dos produtos industrializados (TIPI), que detalha os NCMs existentes, possui 10.393 códigos diferentes. Com isso, a empresa deverá classificar cada um dos itens do seu cadastro de produtos em um desses códigos. Você sabia? Qual a importância da correta classificação da mercadoria no NCM? A merceologia é um estudo a partir de um con-junto de técnicas empregadas nos processos de clas-sificação e especificação de mercadorias. Exemplo usual utilizado em um artigo do Prof. Fábio Rodrigues, o parafuso revela toda complexidade por trás dessa ciência. Em face de todas as regras aplicá-veis, as possibilidades de se cometer erros são muito grandes. Primeiramente, é importante observar que se trata de uma obrigatoriedade prevista no Convênio SINIEF s/n° 1970 que disciplina, dentre outras informações a utilização da NCM-SH na nota fiscal, modelos 1 e 1-A, nas operações realizada por estabelecimento industrial ou a ele equipa- rado, nos termos da legislação federal, e nas operações de comércio exterior. Por força do Ajuste SINIEF n° 7/2005 a obrigatoriedade se estende também a NF-e. A utilização da NCM também é essencial na definição de vários tributos, assim como o IPI (art. 130 do RIPI – Dec. 4.544/2002) e com o Imposto de Importação (art. 94 do RA – Dec 6.759/2009). Em relação ao ICMS, PIS/PASEP e a COFINS, a utilização dessa codificação vem se ampliando, e tem sido funda- mental na identificação de benefícios fiscais, substituição tributária, regimes especiais e tributações diferenciadas. O enquadramento incorreto da NCM pode levar tanto a reco-lhimento a maior, quanto a menor de tributos. Nesta última hipótese, a multa mínima por lançamento de oficio é de 75% (art. 44 da Lei n° 9.430/1996). 0 3 A classificação do parafuso Utilizando algum sistema de busca na TIPI ou na TEC com a palavra “parafuso”, teremos como retorno 9 códigos que mencionam esse termo. Desses, cita-se como exemplo, o código 7318.14.00, cuja descrição é "Parafusos perfurantes". Poderíamos simplesmente utilizar esse código? E se optássemos pelo código 7318.12.00, o qual tem por posição "Outros parafusos para madeira"? Tendo em vista que nosso parafuso não é perfurante e nem será usado em madeira, não parece que essas classificações sejam as mais adequadas. Portanto, precisamos conhecer um pouco mais o nosso produto, e neste sentido iremos verificar que se trata de um parafuso a ser utilizado em aeronaves. Poderíamos então utilizar um código mais genérico, o 3926.90.90, cuja descrição é "Parafusos e porcas". Mas se este parafuso será utilizado em aeronaves, não seria o caso de analisar o capítulo 88, que trata das aeronaves, aparelhos espaciais e suas partes? Afinal, o parafuso não será uma parte da aeronave? Neste capítulo não encontraremos especificamente o parafuso, mas temos o código 8803.30.00, cuja descrição é "Outras partes de aviões ou de helicópteros". Aparentemente, nada proibiria de utilizar essa classificação, no entanto, analisando a NESH, encontraremos que este capítulo compreende as partes e acessórios reconhecíveis como exclusiva ou principalmente destinados aos veículos que engloba. Esse não é o caso de nosso parafuso, que também serve para outras finalidades. Talvez seja melhor voltarmos então ao parafuso do código 3926.90.90, que é mais genérico. No entanto, estaríamos errados, pois esse produto não é composto do mesmo material do nosso parafuso, que é feito de alumínio. 0 4 Assim, tendo em vista sua composição, iremos verificar que o alumínio e suas obras constam do capítulo 76 e o nosso parafuso, mais precisamente, no código 7616.10.00, que abrange "tachas, pregos, escápulas, parafusos, pinos ou pernos roscados, porcas, ganchos roscados, rebites, chavetas, cavilhas, contrapinos, arruelas e artefatos semelhantes". Fonte: https://www.webcontabil.com.br/ver_noticia_publica.php?v1=96725&v2 SISTEMA HARMONIZADO A maior parte dos recursos dos Estados advém da tributação. Os tributos incidem sobre as mercadorias, na sua produção e circulação, inclusive nas operações de importação e exportação. Em um cenário de enorme expansão do comércio mundial, existia uma latente necessidade de se classificar as mercadorias para que fosse possível gerenciar e aplicar regras próprias para os diversos tipos de produtos. Pois haviam dificuldades nas negociações devido as grandes diferenças de idiomas e tributação nessas operações. Também se fazia necessário o controle estatístico das operações para que fossem direcionados os investimentos, baseados na necessidade de fomento da produção local. NBM a NCM A Nomenclatura Brasileira de Mercadorias (NBM) foi adotada em 1966 para as importações e exportações, feito pela aduana. Em 1986 o Brasil adere ao Sistema Harmonizado, permanecendo a NBM em vigor até 1996. Em 1991 foi criado o Mercosul e em 1995 tornou-se uma união aduaneira em que todos os signatários poderiam adotar as mesmas alíquotas para tributar as importações (TEC – Tarifa externa comum: Estabelece alíquotas unificadas do Imposto de Importação com base na NCM), com isso, surgia a necessidade de uma nomenclatur única. 0 5 Criou-se então a Nomenclatura Comum do Mercosul – NCM com base no Sistema Harmonizado – SH. Em 1996 foi criada a TIPI para os produtos industrializados, baseada na NCM. A NCM passou a constituir a nova NBM, fundamentada no Sistema Harmonizado – SH. Assim, temos várias versões da NCM/SH: 1997, 2002, 2007 e 2012. A NCM agrupa mercadorias em categorias para facilitar as negociações internacionais possibilitando a utilização de estatísticas que constatam o volume do comércio, permitindo planejamento da economia interna do país, limitando ou favorecendo o comércio de determinado produto. Dá margem para a fiscalização sanitária, ambiental, bélica e etc. A estrutura da NCM é baseada no Sistema Harmonizando obedecendo o seguinte parâmetro: 6 dígitos do SH e 2 dígitos do Mercosul. Exemplo: NCM 0104.10.11 – Animais reprodutores de raça pura, da espécie ovina, prenhe ou com cria ao pé. Esse código é resultado do seguinte desdobramento: Seção I - Animais vivos e produtos do reino animal Capítulo 01 - Animais vivos (dígitos do SH) Posição 0104 - Animais vivos das espécies ovina e caprina (dígitos do SH) Subposição 0104.10 – Ovinos (dígitos do SH) Item 0104.10.1 – Reprodutores de raça pura (dígito do NCM) Subitem 0104.10.11 – Prenhe ou com cria ao pé (dígito do NCM) 0 6 A NCM é hierárquica e considera o nível deindustrialização da mercadoria. Nos primeiros níveis são contemplados os produtos primários, vivos, vegetais, seguidos por níveis intermediários com produtos como tecido e papel, nos níveis finais são encontrados os produtos manufaturados com alto índice de industrialização como maquinas e veículos. CONCEITOS DA CLASSIFICAÇÃO Para fazer a classificação correta é fundamental conhecer bem a mercadoria, respondendo aos questionamentos elencados abaixo: - Qual o nome? Qual o nome no mercado? Qual o nome cientifico? - Pra que serve? Do que é feito? - Em que pode ser utilizado? Caso você não consiga responder essas perguntas, é recomendável que procure um especialista. Exemplos: Medicamentos ou substâncias químicas. É fundamental também conhecer a NCM e os recursos que podem auxiliar na correta classificação, tais como as RGI/SH (regras gerais de interpretação do SH), RGC/NCM (regras gerais complementares). NOTA: TIPI e TEC também possuem regras complementares (‘EX tributários’) EX tributários: Exceções na tributação onde mercadorias com o mesmo código possuem tratamentos tributários distintos. Exemploda TIPI: Protetor Solar – NCM: 3304.99.90 EX 01 – Preparados bronzeadores 0 7 EX 02 – Preparados anti-solares, exceto os que possuam propriedades de bronzeadores Dicas: - A tabela do NCM é hierárquica, portanto vá sempre do maior (seção) para o menor (subitem), buscando o código de oito dígitos que melhor representa o produto. Se a descrição não for suficiente, consulte as notas de seção ou capitulo e a NESH. - Em último caso é possível também recorrer a RFB por meio de processo administrativo ou consulta. Vale ressaltar que cada consulta vale apenas para o consulente uma vez que representa um único caso concreto. - Descrição “outros” deve ser usada apenas quando claramente a mercadoria não puder ser identificada em outros códigos NCM. Tem caráter residual e deve ser usado com cuidado. Seu uso indevido pode gerar um erro grave!!! O Sistema Harmonizado fornece subsídios para a classificação das mercadorias além das NESH temos também as Regras Gerais de Interpretação que são básicas e fundamentais para o enquadramento de qualquer mercadoria. São seis as regras de interpretação do SH que devem ser usadas sequencialmente, se a primeira não for suficiente para a adequada classificação da mercadoria, devemos utilizar a segunda regra e assim sucessivamente. - Regra 1 “Os títulos das seções, capítulos e subcapítulos tem apenas valor indicativo. Para efeitos legais, a classificação é deter- minada pelos textos das posições e das notas de seção e de capítulo e, desde que não sejam contrárias aos textos das referidas posições e notas, pelas regras seguintes.” REGRAS GERAIS DE INTERPRETAÇÃO – RGI/SH 0 8 Essa regra se refere à estrutura hierárquica do sistema harmonizado, os títulos tem valor meramente informativo. - Regra 2 Artigos incompletos ou inacabados podem ser classificados como completos, desde que tenham as características dos produtos finais. Artigos desmontados ou por montar seguem o mesmo principio da regra. Equipara a mercadoria misturada ás puras, para fins de classificação. A matéria deve estar mencionada no texto da posição. Deve-se identificar a matéria predominante ou essencial. - Regra 3 Quando a mercadoria apresentar, aparentemente, a possibilidade de classificar-se em duas ou mais posições por aplicação da regra 2, ou por qualquer outra razão, a posição mais especifica deve prevalecer sobre a mais genérica. - Regra 4 As mercadorias que não possam ser classificadas por aplicação das regras acima enunciadas classificam-se na posição correspondente a dos artigos mais semelhantes. Somente quando todas as regras anteriores não forem suficientes. A regra 4 tem caráter residual. - Regra 5 Estojo para uso especifico do objeto que acondiciona, pode ter a mesma forma, é classificado como o próprio produto. Não pode ter aplicação diversa. Uso prolongado e não aferirá característica principal ao produto. - Regra 6 A regra determina que, uma vez escolhida à posição mais 0 9 adequada para a classificação, deve-se observar os textos das subposições, as notas de subposição e as regras gerais de interpretação, anteriormente tratadas, com as devidas adequações. Observando claramente a estrutura hierárquica da nomenclatura. TABELA DE INCIDÊNCIA DO IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (TIPI) A TIPI contém a relação dos NCMs e toda sua cadeia hierárquica e está dividido em vinte e uma seções, a saber: SEÇÃO I – Animais vivos e produtos do reino animal SEÇÃO II – Produtos do reino vegetal SEÇÃO III – Gorduras e óleos animais ou vegetais; Produtos da sua dissociação; Gorduras alimentares elaboradas; Ceras de origem vegetal ou animal SEÇÃO IV – Produtos das indústrias alimentares; Bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres; Tabaco e seus sucedâneos manufaturados SEÇÃO V – Produtos minerais SEÇÃO VI – Produtos das indústrias químicas ou das indústrias conexas SEÇÃO VII – Plásticos e suas obras; Borracha e suas obras SEÇÃO VIII – Peles, couros, peles com pelos e obras destas matérias; Artigos de correeiro ou de seleiro; Artigos de viagem; Bolsas e artefatos semelhantes; Obras de tripa SEÇÃO IX – Madeira, carvão vegetal e obras de madeira; Cortiça e suas obras; Obras de espartaria ou de cestaria SEÇÃO X – Pastas de madeira ou de outras matérias fibrosas celulósicas; Papel ou cartão para reciclar (desperdícios e aparas); Papel ou cartão e suas obras 1 0 SEÇÃO XI – Matérias têxteis e suas obras SEÇÃO XII – Calçados, chapéus e artefatos de uso semelhante, guarda-chuvas, guarda-sóis, bengalês, chicotes, e suas partes; Penas preparadas e suas obras; Flores artificiais; Obras de cabelo SEÇÃO XIII – Obras de pedra, cimento, gesso, amianto, mica ou de matérias semelhantes; Produtos cerâmicos; Vidro e suas obras SEÇÃO XIV – Pérolas naturais ou cultivadas, pedras preciosas ou semipreciosas e semelhantes, metais preciosos, metais folheados ou chapeados de metais preciosos (plaquê), e suas obras; Bijuterias; Moedas SEÇÃO XV – Metais comuns e suas obras SEÇÃO XVI – Máquinas e aparelhos, material elétrico, e suas partes; Aparelhos de gravação ou reprodução de som, aparelhos de gravação ou reprodução de imagens e de som em televisão, e suas partes e acessórios SEÇÃO XVII – Material de transporte SEÇÃO XVIII – Instrumentos e aparelhos de óptica, de fotografia, de cinematografia, de medida, de controle ou de precisão; Instrumentos e aparelhos médicos-cirúrgicos; Artigos de relojoaria; Instrumentos musicais; Suas partes e acessórios SEÇÃO XIX – Armas e munições; Suas partes e acessórios SEÇÃO XX – Mercadorias e produtos diversos SEÇÃO XXI – Objetos de arte, de coleção e antiguidades TABELA DE INCIDÊNCIA DO IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS (TIPI) Em decorrência da utilização cada vez maior de tecnologias no cumprimento de obrigações acessórias pelas empresas, 1 1 tais como: NF-e, NFC-e e os diversos subprojetos do SPED, tornam-se fundamentais os cuidados e diligências nas informações prestadas ao fisco. As informações cadastrais de produtos tem representado significativa parcela dessas informações, onde problemas nas classificações e cadastros destes acarretam em graves problemas para as organizações. Partindo deste cenário faz-se necessário estudarmos a classificação fiscal dos produtos a partir de diversos aspectos, incialmente vamos tratar dos tipos de itens, o campo 07 do registro 0200 da EFD ICMS-IPI solicita o preenchimento conforme as possibilidades abaixo elencadas: 00 – Mercadoria para revenda: Produto adquirido para comercialização; 01 – Matéria-Prima: A mercadoria que componha, física e/ou quimicamente, um produto em processo ou produto acabado e que não seja oriundo de processo produtivo. A mercadoria recebida para industrialização é classificada como tipo 01, pois não decorre de processo produtivo, mesmo que no processo de produção se produza mercadoria similar classificada como tipo 03; 03 – Produto em processo: o produto que possua as seguintes características, cumulativamente: oriundo do processo produtivo; e, preponderantemente, consumido no processo produtivo. Dentre os produtos em processo está incluído o produto resultante caracterizado como retorno de produção. Um produto em processo é caracterizado como retorno de produção quando é resultante de uma fase de produção e é destinado, rotineira e exclusivamente, a uma fase de produção anterior à qual o mesmo foi gerado. No “retorno de produção”, o produto retorna (é consumido) a uma fase de produção anterior à qual ele foi gerado. Isso é uma excepcionalidade, pois o normal é o produto em processo ser consumido em uma fase de produção posterior à qual ele foi gerado, e acontece, portanto, em poucos processos produtivos. 1 2 04 – Produto acabado: o produto que possua as seguintes características, cumulativamente: oriundo do processo produtivo; produto final resultante do objeto da atividade econômica do contribuinte; e pronto para ser comercializado; 05 - Subproduto:o produto que possua as seguintes características, cumulativamente: oriundo do processo produtivo e não é objeto da produção principal do estabelecimento; tem aproveitamento econômico; não se enquadre no conceito de produto em processo (Tipo 03) ou de produto acabado (Tipo 04); 06 – Produto intermediário - aquele que, embora não se integrando ao novo produto, for consumido no processo de industrialização. A classificação da mercadoria não se altera a cada movimentação. Exemplo: não há impedimento para que uma mercadoria classificada como produto em processo – tipo 03 seja vendida, assim como não há impedimento para que uma mercadoria classificada como produto acabado – tipo 04 seja consumida no processo produtivo para obtenção de outro produto resultante. Nas situações de um mesmo código de item possuir mais de um tipo de item (destinação), deve ser informado o tipo de maior relevância na movimentação física, observadas, no que couberem, as regras de escrituração do Bloco K. CST – CÓDIGO DA SITUAÇÃO TRIBUTÁRIA Os Códigos de Situação Tributária foram criados por meio do A juste SINIEF 03/1994, que alterou o Convênio s/nº, de 15.12.1 970, acrescentando o anexo com os referidos códigos. A tabela foi alterada por meio do Ajuste SINIEF 02/95, que acre scentou novos códigos. Nesta época, o CST era composto som ente por dois dígitos. A partir de 2001, passaram a serem utilizados os códigos com t rês dígitos por meio do Ajuste SINIEF 06/2000. As últimas alterações relevantes aconteceram em 2013, com a criação de novos códigos identificadores de origem, que se deu por meio do Ajuste SINIEF 20/2012, com posteriores alterações pelo Ajuste SINIEF 02 e 15 de 2013. 1 3 O código de Situação Tributária e composto por 3 dígitos na forma ABB. O primeiro digito (A) indica a origem da mercadoria ou serviço, se é nacional, importada ou etc. Já o segundo e terceiro dígitos (BB) servem para indicar a forma de tributação do ICMS. Os contribuintes optantes pelo Simples Nacional utilizam codificação própria para efeito de emissão de NF-e, Código de Situação de Operação no Simples Nacional (CSOSN). CÓDIGO DA SITUAÇÃO TRIBUTÁRIA – PIS E COFINS Nas operações de aquisições, custos e despesas geradoras de créditos e em relação às receitas auferidas, devem ser informados os códigos de situação tributária de PIS/Pasep e Cofins próprios de cada operação, de conformidade com normas complementares expedidas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, indicando a modalidade de incidência própria do informante. CLASSIFICAÇÕES COMPLEMENTARES DE PIS/PASEP E COFINS Existem ainda tabelas que classificam os produtos tributados pelas contribuições para PIS/PASEP e COFINS, são elas: TABELA 4.3.10 - TABELA PRODUTOS SUJEITOS À INCIDÊNCIA MONOFÁSICA DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS (CST 02 E 04) - VERSÃO 1.17 - ATUALIZADA EM 16/03/2016 TABELA 4.3.11 - TABELA PRODUTOS SUJEITOS À INCIDÊNCIA MONOFÁSICA DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL - ALÍQUOTAS POR UNIDADE DE MEDIDA DE PRODUTO (CST 03 E 04) - VERSÃO 1.19 - ATUALIZADA EM 30/04/2015 TABELA 4.3.12 - TABELA PRODUTOS SUJEITOS À SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (CST 05) - VERSÃO 1.0.4 - ATUALIZADA EM 17/11/2014 TABELA 4.3.13 - TABELA PRODUTOS SUJEITOS À ALÍQUOTA ZERO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (CST 06) - VERSÃO 1.18 - ATUALIZADA EM 20/05/2016 TABELA 4.3.14 - TABELA OPERAÇÕES COM ISENÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (CST 07) - VERSÃO 1.0.3 - ATUALIZADA EM 26/02/2013 TABELA 4.3.15 - TABELA OPERAÇÕES SEM INCIDÊNCIA DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (CST 08) - VERSÃO 1.0.1 1 4 TABELA 4.3.16 - TABELA OPERAÇÕES COM SUSPENSÃO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL (CST 09) - VERSÃO 1.12 - ATUALIZADA EM 21/01/2016 TABELA 4.3.17 - TABELA OUTROS PRODUTOS E OPERAÇÕES SUJEITOS ALÍQUOTAS DIFERENCIADAS (CST 02 E CST DE CRÉDITOS) - VERSÃO 1.07 - ATUALIZADA EM 21/08/2015 As tabelas acima elencadas podem ser acessadas através do link > http://sped.rfb.gov.br/pasta/show/1616 > e contem a relação de NCMs, bem como a respectiva fundamentação legal para seu enquadramento tributário. PENALIDADES DO NCM INCORRETO O enquadramento incorreto da NCM pode gerar penalidades. No caso do IPI a classificação incorreta da NCM pode levar do recolhimento de 22% para 0%, nesses casos, além da diferença do tributo a ser recolhido com correção monetária, o contribuinte estará sujeito à penalidade pelo enquadramento indevido variando de 75% a 225% do valor devido. Exemplo: Conjunto de garfos de aço inoxidável - NCM: 8215.99.10 (IPI 10%) Classificado erroneamente como de madeira – NCM: 4419.00.00 (IPI 0%) Além disso, caso o enquadramento fosse ao sentido contrário haveria recolhimento a maior do IPI e ainda seria aplicável a multa por enquadramento incorreto. No ICMS a classificação incorreta do NCM pode gerar multa, caso influencie na apuração tributária a multa poderá ser majorada. PROCEDIMENTOS DE CONSULTA Mesmo com a aplicação de todos os métodos de classificação fiscal de mercadorias algumas dúvidas podem persistir. Neste caso, o contribuinte que desejar poderá formular consulta formal a RFB, no entanto, é sugerível que antes de protocolizar o questionamento, 1 5 o contribuinte consulte todo material disponível para identificar o correto enquadramento, pois consultas que não comportarem dúvidas razoáveis serão consideradas ineficazes. Quem pode efetuar a consulta? Sujeito passivo da obrigação tributária principal ou acessória; órgão da administração publica e entidades representativas de categorias profissionais. A consulta deverá ser efetuada por escrito, mediante petição, dirigida a COANA, conforme formulário próprio disponível no site da RFB conforme indicado na IN RFB 1.464/2014. Cada consulta contempla um contribuinte e uma mercadoria, não suspendendo nem postergando o prazo de recolhimento do tributo. ROTEIRO DE CLASSIFICAÇÃO DE MERCADORIAS 1 – Conhecer a mercadoria É fundamental levantar as principais informações sobre o produto. O que é? Denominações? Uso e aplicações? Dimensões? Materiais? 2 – Aplicar as RGI/SH Aplicar as regras em ordem sequencial, buscando por textos e não por títulos, consultando sempre que necessário as notas de seção, capítulo e NESH. 3 – Aplicar RGC/NCM e RC/TIPI Buscar identificar a NCM completa de 8 dígitos, verificar a existência de EX Tributários e evitar o uso de outros (caráter residual). 1 6 4 – Analisar o CST e CFOP aplicáveis a operação Feita a classificação da NCM do produto e identificada a natureza da operação faz-se necessária a classificação tributária do produto conforme a legislação fiscal do ICMS, IPI, PIS/PASEP, COFINS e II. 1 7 Fellipe Guerra Professor Mestre em Administração e Controladoria pela UFC; Doutorando em Ciências da Informação e Tributarista Formado pelo IBPT; Autor do Livro “Descomplicando o SPED”; Reconhecido como um dos principais palestrantes sobre os aspectos teóricos do SPED; Já ministrou palestras em mais de 21 estados brasileiros; Contador e sócio da Compliance Contabilidade, com mais de 10 anos de experiência em contabilidade e gestão tributária. Marcos Lima Professor Especialista em Auditoria pela UNIFOR; Mestrando em Contabilidade pela FUCAPE; Co-autor do Livro “Prática Contábil”; Já ministrou palestras e aulas em mais de 15 estados brasileiros; Contador, empresário e sócio da Compliance Contabilidade, com mais de 12 anos de experiência na área contábil e fiscal.
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