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Realização: Instituto de Criminalística - IGP/SC GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA Governador do Estado Carlos Moisés da Silva Vice-Governadora do Estado Daniela Cristina Reinehr SECRETARIA DE ESTADO DA SEGURANÇA PÚBLICA Presidente do Colegiado Superior de Segurança Pública e Perícia Oficial Carlos Alberto de Araújo Gomes Júnior Diretora-Geral da SSP/SC Luciana da Silva Pinto Maciel INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS Perito-Geral do IGP/SC Giovani Eduardo Adriano Perito-Geral Adjunto do IGP/SC Julio Freiberger Fernades Diretor do Instituto de Criminalística do IGP/SC Tiago Petry AUTORIDADES // 5 PREFÁCIO // Com um trabalho baseado em integração, inteligência, tecnologia e organização de procedimentos, estamos nos consolidando como o Estado mais Seguro do Brasil. Desde o início de 2019, a segurança pública de Santa Catarina tem passado por importantes transformações. Nosso Colegiado Superior de Segurança Pública tem servido de exemplo e modelo para outros entes federativos. Representantes de governos estaduais nos procuram para conhecer o modelo e replicar em seus próprios estados. Para além da qualificação dos trabalhos em segurança pública e consequente evolução positiva nos indicadores de segurança, é a integração entre as instituições o que mais se destaca e melhores resultados produz em favor da população. Nesse sentido, o Manual de Orientações à Autoridade Solicitante, publicado pelo Instituto Geral de Perícias de Santa Catarina, é mais um avanço em termos de união de esforços com vistas a um mesmo objetivo – atingir um grau de excelência técnica, humana e científica em todos os serviços relacionados à segurança pública em nosso Estado. Com esta publicação, o IGP-SC lança luz à veracidade dos fatos a partir da análise e interpretação dos vestígios remanescentes em uma cena de crime, encontrados em objetos diversos ou, por vezes, registrados em mídias digitais. É a verdade nascendo das provas. Seguindo as diretrizes governamentais, o Manual é disponibilizado em formato exclusivamente digital e de fácil acesso para consulta a todas as autoridades que requisitam exames ao Instituto de Criminalística para a instrução de seus procedimentos ou processos criminais. É, mais uma vez, o Estado de Santa Catarina na busca pelo aprimoramento de suas técnicas, pela padronização de seus atos e pela eficácia de seus serviços, cujas entregas representam o propósito de bem servir a população, em todas as regiões. Boa leitura! Carlos Moisés da Silva Governador do Estado de Santa Catarina 6 7 APRESENTAÇÃO // A competência para a realização das perícias criminais e dos serviços de identificação civil e criminal no Estado de Santa Catarina é oficialmente atribuída ao Instituto Geral de Perícias – IGP/SC, corporação autônoma e vinculada à Secretaria de Estado da Segurança Pública. O IGP/SC, órgão permanente da perícia oficial catarinense, está estruturado em quatro institutos: • Instituto de Criminalística (IC); • Instituto Médico Legal (IML); • Instituto de Análises Forenses (IAF); • Instituto de Identificação Civil e Criminal (II). O Instituto de Criminalística do IGP/SC é o responsável pela execução da perícia criminal no âmbito da justiça estadual em todo o território catarinense; está presente em 29 unidades do IGP no Estado e possui em seu quadro profissional os cargos de Perito Criminal, Papiloscopista e Auxiliar Criminalístico. Destaca-se, portanto, que a perícia criminal estadual não atua de ofício, sendo fundamental a requisição formal de exames e/ou laudos por parte das autoridades solicitantes, acompanhada, sempre que possível, da formulação de quesitos. O IC, por meio da análise de vestígios, executa 115 diferentes tipos de exames periciais, sendo estes efetuados sempre mediante solicitação das Autoridades dos órgãos de Polícia ou Justiça e consignados em Laudo Pericial. 8 Todavia, é possível, por vezes, a ocorrência de incompatibilidades entre o que se intenciona ver realizado e a natureza/viabilidade técnica dos exames a serem executados, fato que pode dificultar o trabalho pericial e acarretar implicações à efetiva e eficiente persecução penal. Buscando-se apresentar os exames disponíveis à execução, o Instituto de Criminalística do IGP/SC elaborou o presente Manual de Orientações à Autoridade Solicitante, que tem por escopo servir como balizamento técnico para a requisição do exame pericial, a fim de prover orientações e informações necessárias a respeito dos diferentes exames realizados por 11 setores do IC. A construção desta 1ª edição do Manual de Orientações contou com a colaboração de Grupos de Trabalho formados por Peritos Oficiais, divididos por áreas de especialização, para a discussão acerca dos exames atendidos por este IC/IGP, assim como para a elaboração das sugestões para formulação de quesitos. Espera-se que o conteúdo deste Manual possa servir de orientação para futuras solicitações por parte das autoridades, estreitando-se a comunicação existente entre as instituições envolvidas na seara criminal, a fim de garantir maior celeridade/efetividade à persecução criminal e fornecer respostas eficazes à sociedade catarinense em geral. 9 PROFISSIONAIS ENVOLVIDOS // SETORES PERITOS CRIMINAIS Áudio e Imagem Andressa Boer Fronza Claudia Maria Nunes Saad Fávero Gisele Buss Vininski Luciano Ribeiro da Costa Michelle Soares Rauen Roberta Alessandra Randow Corrêa Tatiane Almeida Medeiros Balística Ana Carolina Ferrari Edilson Manoel dos Santos Marcelo Boscaro Alberca Fernandes Odicsan E. M. V. R. Penna Régis Paim Dias Tiago de Camargo Barros Luchetta Contabilidade Forense Ielva Gomes Fogaça Documentoscopia Cássia Regina Roman da Rosa Daniel Buhatem Koch Pauline Folador Engenharia Forense Alexandre Bastos Pires Genovez da Silva José Augusto da Luz Koerich Rogerio de Medeiros Tocantins Identificação de Veículos Alcides Ogliari Junior Eduardo José Linhares Gelson Emerim Prudêncio Luan Alves Lopes Carneiro Rafael Salum de Oliveira Informática Forense Alysson Geisel Medeiros De Araujo Dantas Douglas de Oliveira Balen Márcia Edite Vieira Roecker Natalia da Silva Pedral Richard Hobold da Rosa Local de Crime Contra a Vida Local de Crime Contra o Patrimônio Alexandre Bastos Pires Genovez da Silva Álvaro Augusto Mesquita Hamel Luan Alves Lopes Carneiro Luis Eugênio Valder da Silva Pérsio Simões Santiago Renata Botelho Brasil da Silva Tiago de Camargo Barros Luchetta Perícias Ambientais André de Farias Bettina Tomio Heckert Maria Luiza Apolinario Cordioli Perícias Papiloscópicas Sandra Lorena Muñoz Rojas 10 11 SUMÁRIO // ORIENTAÇÕES PARA UTILIZAÇÃO DO MANUAL SETORES 1 ÁUDIO E IMAGEM 2 BALÍSTICA 3 CONTABILIDADE FORENSE 4 DOCUMENTOSCOPIA 5 ENGENHARIA FORENSE 6 IDENTIFICAÇÃO DE VEÍCULOS 7 INFORMÁTICA FORENSE 8 LOCAL DE CRIME CONTRA A VIDA 9 LOCAL DE CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO 10 PERÍCIAS AMBIENTAIS 11 PERÍCIAS PAPILOSCÓPICAS LISTA DE SETORES E EXAMES REALIZADOS 13 17 29 35 37 39 41 45 65 67 69 79 85 12 13 O Instituto de Criminalística do IGP/SC, pautado em critérios técnico-científicos, é composto por 13 setores. Nesta 1ª edição do Manual de Orientações à Autoridade Solicitante estão contemplados 11 setores do IC/IGP. O Manual está estruturado em capítulos, sendo cada um deles correspondente a um setor de perícia pertencente ao IC/IGP. Em todos os capítulos estão descritos o conceito do setor e as nomenclaturas dos exames nele realizados. Para os setores de Áudio e Imagem, Balística, Identificação de Veículos, Informática Forense, Perícias Ambientais e Perícias Papiloscópicas, há também a definição dos objetivos de cada exame e a descrição de um rol exemplificativo de quesitos adequados à natureza pericial. No setor de Informática Forense há, ainda, a descrição de quesitos que não são recomendados, acompanhados, sempre que necessário, das considerações que os justificam, seja pela incompatibilidade do questionamentoformulado à natureza do exame, seja pela inviabilidade técnica de se prestar respostas satisfatórias ao objetivo almejado. Apenas o setor de Perícias Especiais – com alguns de seus exames associados a outros setores – e o setor de Merceologia ainda não figuram de forma independente nesta edição. Quanto aos setores que apresentam sugestão de quesitos, é importante esclarecer que não se tem por finalidade limitar a formulação de quesitos ao rol taxativo em si descrito. Trata-se de sugestões destinadas a um balizamento técnico, a fim de otimizar a quesitação e orientar as autoridades solicitantes a respeito dos limites técnico-científicos existentes em cada tipo de perícia. Recomenda-se a utilização ORIENTAÇÕES PARA UTILIZAÇÃO DO MANUAL // Trata-se de sugestões destinadas a um balizamento técnico, a fim de otimizar a quesitação e orientar as autoridades solicitantes a respeito dos limites técnico-científicos existentes em cada tipo de perícia. // MANUAL DE ORIENTAÇÕES À AUTORIDADE SOLICITANTE 14 enquanto guia, uma vez que as sugestões apresentadas comportam as peculiaridades inerentes à elaboração do exame pericial na prática. Por fim, entende-se como fundamental a comunicação acerca de aspectos técnico-científicos entre as instituições envolvidas, a fim de evitar o desperdício de recursos de todas as ordens e otimizar a realização dos exames periciais criminais, razão pela qual fica o Instituto de Criminalística do IGP/SC à disposição para esclarecimentos adicionais caso ocorram dúvidas quanto à forma de solicitação de perícia. SETORES SETORES 17 1 ÁUDIO E IMAGEM // O Setor de Perícias em Áudio e Imagem (SEPAI), do Instituto de Criminalística do IGP-SC, é responsável pelos exames periciais em registros de áudio, vídeo e imagens armazenados em algum tipo de mídia (CD, DVD, pen-drive, entre outros). Atuam no setor Peritos Criminais com capacitação para execução de exames em vestígios multimídias, conforme as metodologias propostas pela Academia de Perícia de Santa Catarina (ACAPE-IGP/SC) e pelo Instituto Nacional de Criminalística (INC), seguindo, entre outros, as proposições do Scientific Working Group on Digital Evidence (SWGDE)1, Scientific Working Group Imaging Technology (SWGIT)2 e Facial Identification Scientific Working Group (FISWG)3. 1.1 EXAMES REALIZADOS 1.1.1 Análise de Conteúdo em Registros de Áudio 1.1.2 Análise de Conteúdo em Registros de Audiovisual 1.1.3 Análise de Conteúdo em Registros de Imagem 1.1.4 Comparação de Locutores 1.1.5 Comparação de Padrão por Imagem 1.1.6 Comparação de Indivíduo por Imagem 1.1.7 Comparação Facial 1.1.8 Estimativa de Velocidade por Videoanálise 1.1.9 Fotogrametria 1.1.10 Verificação de Edição em Registros de Áudio 1.1.11 Verificação de Edição em Registros de Audiovisual 1 https://www.swgde.org/ 2 https://www.swgit.org/ 3 https://www.fiswg.org/ // MANUAL DE ORIENTAÇÕES À AUTORIDADE SOLICITANTE 18 1.1.12 Verificação de Edição em Registros de Imagem 1.1.13 Verificação de Fonte em Registros de Áudio e Imagem 1.2 DESCRIÇÃO DOS EXAMES E SUGESTÃO DE QUESITOS 1.2.1 ANÁLISE DE CONTEÚDO EM REGISTROS DE ÁUDIO Consiste na reprodução textual dos registros de áudio, executada mediante a transcrição fonográfica e/ou a descrição do conteúdo. Sugestão de Quesito: • Explicitar o conteúdo do áudio contido no trecho X do arquivo Y. • Qual o conteúdo da gravação entre os instantes X e X do arquivo Y? • É possível melhorar o áudio a fim de entender as falas proferidas entre os instantes X e X do arquivo Y? 1.2.2 ANÁLISE DE CONTEÚDO EM REGISTROS DE AUDIOVISUAL Consiste na reprodução dos conteúdos sonoro e visual de registro de audiovisual (vídeo com áudio). Sugestão de Quesito: • Explicitar o conteúdo do áudio contido no trecho X do arquivo Y. • Qual o conteúdo da gravação entre os instantes X e X do arquivo Y? • Qual a dinâmica do evento X? • É possível melhorar o áudio a fim de entender as falas proferidas entre os instantes X e X do arquivo Y? • Identificar os caracteres relativos à (exemplificar: placa de licenciamento, capacete, camiseta, cartaz, etc) contido no trecho X do arquivo Y. INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS - SANTA CATARINA // 19 • É possível melhorar a imagem a fim de visualizar características dos indivíduos que realizaram tal ação, mostrada no instante X do arquivo de vídeo Y? 1.2.3 ANÁLISE DE CONTEÚDO EM REGISTROS DE IMAGEM Consiste na reprodução do conteúdo visual de registro de imagem (vídeo ou foto), com descrição minuciosa dos fatos, buscando a dinâmica do evento, identificação dos autores, placas e modelos de veículos, dentre outros. Sugestão de Quesito: • Qual o conteúdo da gravação entre os instantes X e X do arquivo Y? • Qual a dinâmica do evento X? • Identificar os caracteres relativos à (exemplificar: placa de licenciamento, capacete, camiseta, cartaz, etc) contido no trecho X do arquivo Y. • É possível melhorar a imagem a fim de visualizar características dos indivíduos que realizaram tal ação, mostrada no instante X do arquivo de vídeo Y? 1.2.4 COMPARAÇÃO DE LOCUTORES Busca estabelecer a autoria de falas armazenadas em registro de áudio ou audiovisual. Requer material padrão para confronto (preferencialmente coletado pelos peritos). Sugestão de Quesito: • É possível afirmar que o conteúdo de voz e fala referente ao indivíduo que (profere “xxxx” ou “que se identifica como...” ou “do primeiro locutor do arquivo X, X e X) foi produzida por FULANO DE TAL, RG nº xxx? • É possível afirmar que a voz presente no instante X a partir do início da reprodução dos registros de áudio contidos no arquivo X foi produzida por FULANO DE TAL, RG nº xxx? • É possível afirmar que a voz atribuída a FULANO nos registros de áudio contidos no arquivo X foi produzida por FULANO DE TAL, RG nº xxx? // MANUAL DE ORIENTAÇÕES À AUTORIDADE SOLICITANTE 20 1.2.5 COMPARAÇÃO DE PADRÃO POR IMAGEM Visa verificar se características do objeto ou marcas impressas (por exemplo marcas de solado e de pneumáticos, capacetes, vestes, entre outros) correspondem às presentes nas imagens questionadas. Requer material padrão para confronto. Sugestão de Quesito: • É possível afirmar se o (objeto, marcas impressas ou característica física pessoal) encaminhado/apresentado é o mesmo presente no instante X do arquivo Y? • As marcas de solado encontradas no local (ou constantes na fotografia encaminhada para exame) são compatíveis com as marcas de solado dos calçados apresentados? • É possível afirmar que a tatuagem presente na região X do indivíduo que aparece realizando tal ação no instante X do arquivo Y é a mesma presente na região X do FULANO DE TAL, RG nº xxxx? • É possível afirmar que as vestes X, Y, Z, apreendidas na residência de FULANO DE TAL, sejam as mesmas trajadas pelo indivíduo que aparece realizando tal ação no instante X do arquivo Y? • É possível afirmar que o veículo que aparece no instante X do arquivo Y seja um veículo da marca X modelo Y? 1.2.6 COMPARAÇÃO DE INDIVÍDUOS POR IMAGEM Visa verificar se características físicas pessoais de um indivíduo (por exemplo face, compleição física, tatuagens, cicatrizes, altura, entre outros) correspondem as de um indivíduo presente nas imagens questionadas. Requer material padrão para confronto. Sugestão de Quesito: • É possível afirmar que o indivíduo que aparece (no “instante X” ou “realizando a ação X” ou “trajando X”) da fotografia/vídeo Y seja FULANO DE TAL, RG nº xxx? • É possível afirmar que a tatuagem presente na região X do indivíduo que aparece realizando tal ação no instante X do arquivo Y é semelhante àquela presente na região X do FULANO DE TAL, RG nº xxx? INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS - SANTA CATARINA // 21 1.2.7 COMPARAÇÃO FACIAL Busca determinar se as faces questionadas e padrão são de um mesmo indivíduo. Requer material padrão para confronto. Sugestão de Quesito: • É possível afirmar que o indivíduo que aparece (no “instante X” ou “realizando a ação X” ou “trajando X”) da fotografia/vídeoY seja FULANO DE TAL, RG nº xxx? 1.2.8 ESTIMATIVA DE VELOCIDADE POR VIDEOANÁLISE Consiste na estimativa da velocidade de veículo, a partir de registro de vídeo, podendo ser necessário o levantamento do local para extração de coordenadas de referência e/ou coleta de padrões com a mesma câmera que registrou a ação delituosa. Sugestão de Quesito: • É possível estimar a velocidade média do veículo X (indicação: veículo que aparece no arquivo Y, no instante Z)? 1.2.9 FOTOGRAMETRIA Consiste na estimativa de dimensões a partir de imagens e vídeos, como a altura de indivíduos, distância entre objetos e trajetórias, podendo ser necessário o levantamento do local para extração de coordenadas de referência e/ou coleta de padrões com a mesma câmera que registrou a ação delituosa. Sugestão de Quesito: • É possível estimar a altura do indivíduo que aparece (realizando tal ação ou trajando tal roupa, etc) no instante X do arquivo Y? • A altura do indivíduo que aparece realizando tal ação no instante X do arquivo Y é compatível com a altura de FULANO DE TAL, RG nº xxxx, que conforme aferido nesta Delegacia de Polícia mede x,xx metros? // MANUAL DE ORIENTAÇÕES À AUTORIDADE SOLICITANTE 22 1.2.10 VERIFICAÇÃO DE EDIÇÃO EM REGISTROS DE ÁUDIO Visa localizar vestígios de edições que possam, de alguma forma, ter alterado o conteúdo original de um registro de áudio. Sugestão de Quesito: • É possível afirmar que no instante X do arquivo Y o áudio tenha sido editado, alterando o seu conteúdo original? • É possível afirmar que no instante X do arquivo Y, tal palavra/frase tenha sido inserida/ removida do áudio original, alterando o seu conteúdo? 1.2.11 VERIFICAÇÃO DE EDIÇÃO EM REGISTROS DE AUDIOVISUAL Visa localizar vestígios de edições que possam, de alguma forma, ter alterado o conteúdo original de um registro de audiovisual (vídeo com áudio). Sugestão de Quesito: • É possível afirmar que no instante X do arquivo Y o áudio/vídeo tenha sido editado, alterando o seu conteúdo original? • É possível afirmar que no instante X do arquivo Y, tal palavra/frase tenha sido inserida/ removida do áudio original, alterando o seu conteúdo? • É possível afirmar que na fotografia/vídeo X, tal pessoa/placa/dizer tenha sido inserido/ removido da cena original, alterando o seu conteúdo? 1.2.12 VERIFICAÇÃO DE EDIÇÃO EM REGISTROS DE IMAGEM Visa localizar vestígios de edições que possam, de alguma forma, ter alterado o conteúdo original de um registro de imagem dinâmica (vídeo) ou estática (foto). Sugestão de Quesito: • É possível afirmar que no instante X do arquivo Y o vídeo tenha sido editado, alterando o seu conteúdo original? INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS - SANTA CATARINA // 23 • É possível afirmar que na fotografia/vídeo X, tal pessoa/placa/dizer tenha sido inserido/ removido da cena original, alterando o seu conteúdo? 1.2.13 VERIFICAÇÃO DE FONTE EM REGISTROS DE ÁUDIO E IMAGEM Objetiva verificar se os registros de áudio ou imagem questionados foram produzidos por determinado equipamento capturador. Sugestão de Quesito: • É possível afirmar que os registros de áudio/imagens questionados foram produzidos pelo equipamento apresentado? 1.3 DESCRIÇÃO DOS MATERIAIS E REQUISITOS PARA EXAME 1.3.1 EXAMES DE ANÁLISE DE CONTEÚDO - EM REGISTROS DE ÁUDIO, IMAGEM E AUDIOVISUAL Material Questionado: São os registros de áudio ou imagem provenientes dos mais diversos equipamentos capturadores (gravadores digitais, câmeras de segurança, aparelhos de telefonia celular, filmadoras, máquinas fotográficas, provenientes de interceptações telefônicas, etc). Requisitos do Exame: Os exames de Análise de Conteúdo são realizados quando há dúvida quanto ao entendimento das falas proferidas ou das imagens exibidas em algum ponto específico da gravação. É imprescindível a delimitação, devendo ser apontados os trechos duvidosos (determinada fala ou cena), permitindo que os esforços sejam direcionados e o atendimento otimizado. // MANUAL DE ORIENTAÇÕES À AUTORIDADE SOLICITANTE 24 O SEPAI não realiza a análise de conteúdo de materiais em que não há a necessidade de emprego de recursos técnico-científicos, isto é, registros com conteúdo de audiovisual inteligível quando executado por qualquer equipamento ou programa de reprodução. 1.3.2 EXAMES DE COMPARAÇÃO DE LOCUTORES Material Questionado: São os registros de voz e fala presentes em gravações ambientais, interceptações telefônicas e notas de áudio de aplicativos de mensagens instantâneas (como WhatsApp), em que haja dúvida fundamentada quanto à autoria de determinada voz. Material Padrão: O material sonoro utilizado para os confrontos, pela boa prática, é preferencialmente coletado pelos Peritos, mediante agendamento prévio. Em caso de réu preso, geralmente o procedimento é realizado no local em que este se encontra custodiado. Quando o suspeito está em liberdade, opta-se geralmente em realizá- lo na Comarca solicitante, preferencialmente nas dependências do Fórum. Em casos excepcionais, a coleta poderá ser efetuada na sede do IGP, em Florianópolis. Poderá ser admitido, ainda, desde que cumpra os requisitos de adequabilidade, material proveniente de audiência, interrogatório ou mesmo gravações ambientais, necessitando, contudo, de análise pericial prévia para determinação de sua servibilidade. Requisitos do Exame: • Indicação da voz questionada, por meio do apontamento do instante em que iniciam suas falas e/ou de trecho de locuções emitidas pelo indivíduo; • Indicação do suspeito (nome completo, documento de identificação, alcunhas e apelidos, se houver); • Os materiais questionados e padrão devem ser contemporâneos, além de apresentarem quantidade e qualidade sonora, e serão avaliados ao serem recebidos. INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS - SANTA CATARINA // 25 1.3.3 EXAME DE COMPARAÇÃO FACIAL Material Questionado (Face Questionada): É a face presente em registros de imagem (vídeos ou foto), para a qual haja dúvida fundamentada quanto à identificação. Material Padrão (Face Padrão): O material padrão do indivíduo suspeito poderá ser coletado por uma equipe pericial, mediante agendamento prévio. Poderão ser admitidas, ainda, como face padrão, as imagens apostas em documentos e registros policiais, desde que respeitados os requisitos de adequabilidade. Requisitos do Exame: • Indicação do indivíduo questionado, apontando, por exemplo, qual o trecho do vídeo, a ação realizada, a sua vestimenta, etc.; • Indicação do suspeito (nome completo, documento de identificação, alcunhas e apelidos, se houver); • Os materiais questionados e padrão devem respeitar os requisitos de resolução, enquadramento, iluminação, contraste e contemporaneidade, uma vez que o êxito do exame depende do adequado acesso visual às estruturas faciais e suas delimitações anatômicas. 1.3.4 EXAMES DE VERIFICAÇÃO DE EDIÇÃO (ÁUDIO, IMAGEM E AUDIOVISUAL) E VERIFICAÇÃO DE FONTE Material Questionado: São os registros de imagens, áudio e/ou vídeo, ou ainda os equipamentos utilizados para sua captação e/ou gravação, em que haja a suspeita fundamentada de alguma edição. // MANUAL DE ORIENTAÇÕES À AUTORIDADE SOLICITANTE 26 Requisitos do Exame: • Indicação do trecho em que há alegação de ter ocorrido edição e o tipo de edição suspeitada; • Envio do equipamento que teria efetuado a gravação e histórico da gravação; • Remessa do registro de audiovisual original ou do mais próximo possível deste. 1.3.5 EXAMES DE FOTOGRAMETRIA E ESTIMATIVA DE VELOCIDADE POR VIDEOANÁLISE Material Questionado: São os registros de imagens (fotos ou vídeos) em que haja objeto ou pessoa para os quais se deseja estimar medidas e os registros de vídeo que apresentem o deslocamento do veículo cuja velocidade deve ser estimada. Requisitos do Exame: • Indicação do objeto, indivíduo ou veículo de interesse; • Poderá ser realizado o levantamento do local para extração de coordenadas de referência e/ou coleta de padrões com a mesma câmera que registroua ação. Portanto, além da câmera estar preservada, é necessário informar endereço do local e contato do proprietário das câmeras. 1.3.6 EXAME DE COMPARAÇÃO DE PADRÃO OU INDIVÍDUO POR IMAGEM Material Questionado: São as características físicas, objeto ou marca presentes em registros de imagens (vídeos ou foto), para os quais haja dúvida fundamentada quanto à correspondência com um padrão. INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS - SANTA CATARINA // 27 Material Padrão: No caso de objeto (capacete, vestes, calçados, pneumáticos, etc) o padrão pode ser remetido para análise, para que o Perito produza as imagens padrão de comparação. Alternativamente, podem ser admitidas imagens destes, desde que cumpram os requisitos de adequabilidade. No caso de características físicas, o material padrão do indivíduo suspeito poderá ser coletado por uma equipe pericial, mediante agendamento prévio. Poderão ser admitidas, ainda, as imagens apostas em documentos e registros policiais, desde que respeitados os requisitos de adequabilidade. Requisitos do Exame: • Indicação da característica física, objeto ou marca questionada, apontando, por exemplo, qual o trecho do vídeo em que aparece, a localização, a ação realizada, a vestimenta, etc.; • Indicação do suspeito (nome completo, documento de identificação, alcunhas e apelidos, se houver); • Os materiais questionados e padrão devem respeitar os requisitos de resolução, enquadramento, iluminação, contraste e contemporaneidade, uma vez que o êxito do exame depende do adequado acesso visual às estruturas do objeto e suas características gráficas. 29 Estuda as armas de fogo, suas munições, acessórios e os efeitos produzidos por sua utilização. Durante os exames, busca-se a identificação dos objetos por meio da descrição das suas características, avaliação de suas estruturas e constatação de alterações realizadas. As armas e munições recebidas para exame pericial são submetidas ao exame de eficiência, isto é, avalia-se a capacidade das armas e munições realizarem disparos. Pode-se também trabalhar na recuperação de números de série (ou outros elementos de identificação) adulterados ou suprimidos. Por fim, por meio de microcomparação balística, pode-se buscar estabelecer conexões entre armas de fogo e projéteis ou estojos, ou mesmo entre estes elementos de munição. 2.1 EXAMES REALIZADOS 2.1.1 Exame em Arma, Munição e/ou Objeto 2.1.2 Exame Metalográfico 2.1.3 Testes Balísticos e Exames Complementares 2.1.4 Comparação Balística 2.2. DESCRIÇÃO DOS EXAMES 2.2.1 EXAME EM ARMA, MUNIÇÃO E/OU OBJETO Consiste na descrição das características dos objetos encaminhados para 2 BALÍSTICA // // MANUAL DE ORIENTAÇÕES À AUTORIDADE SOLICITANTE 30 exame, sejam eles armas de fogo, armas de pressão, munições, insumos para a recarga de munições, acessórios (lunetas, silenciadores, coldres, etc.) ou artefatos balísticos (coletes, capacetes, etc.). Também são descritas as alterações que forem verificadas, como supressão do número de série, alteração de calibre, alteração do comprimento do cano, entre outros. Neste tipo de exame, armas e munições são testadas para determinar sua eficiência. Sugestão de quesitos: • Quais as características dos materiais encaminhados para exame? • As armas e munições encaminhadas para exame são eficientes para produzir tiro? Quesitos que devem ser evitados: • A arma foi disparada recentemente? Justificativa: não existem técnicas que permitam determinar o tempo decorrido entre a realização do tiro (e a deposição dos resíduos de tiro na arma) e o exame pericial. Ou seja, a presença de resíduo de tiro no armamento não permite concluir que a arma foi utilizada recentemente. Em contrapartida, a simples limpeza da arma de fogo é capaz de remover os resíduos de tiro, impedindo a sua detecção durante o exame pericial. Ou seja, a ausência de resíduo de tiro no armamento não permite concluir que a arma não foi utilizada recentemente. • O silenciador é eficiente para o fim a que se destina? Justificativa: não existem normas técnicas para balizar o trabalho pericial neste sentido. A instalação de um silenciador tem por objetivo dificultar a localização da arma. Além de sua função precípua, todo silenciador acoplado na boca do cano de uma arma funcionará como um quebra-chamas, alterando a distribuição da chama do tiro. • Os coletes/capacetes são eficientes para o fim a que se destinam? Justificativa: os testes de eficiência dos coletes e capacetes balísticos são orientados por rígidas normas nacionais e internacionais, não se limitando a constatar se ocorre a transfixação do objeto. Ainda, estas normas foram desenvolvidas para avaliar a adequação de novos produtos desenvolvidos pela indústria ou avaliar o desempenho de um lote adquirido por uma instituição. Ou seja, as normas técnicas disponíveis não foram desenvolvidas para testes em objetos apreendidos, até porque a eficiência deste tipo de material é dependente dos cuidados de uso e manutenção. INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS - SANTA CATARINA // 31 2.2.2 EXAME METALOGRÁFICO Consiste na restauração da numeração de série da arma de fogo que tenha sido suprimida total ou parcialmente. O exame metalográfico pode ainda ser aplicado para a revelação de outras informações gravadas no metal e que tenham sido suprimidas, tais como o logotipo, número de montagem ou outras gravações. Sugestão de quesitos: • O número de série da arma encaminhada para exame encontra-se adulterado ou suprimido? Em caso positivo, é possível revelá-lo? 2.2.3 TESTES BALÍSTICOS E EXAMES COMPLEMENTARES Alguns casos exigem a realização de testes balísticos mais profundos, que vão além da verificação da eficiência do armamento. Normalmente estes exames exigem a desmontagem do armamento e a avaliação dos componentes do seu mecanismo interno. Este tipo de exame costuma ser mais demorado, pois exige que o Perito Criminal estude detalhadamente o funcionamento da arma de fogo e as possíveis alterações que podem ter ocorrido. Neste tipo de exame é imprescindível que seja encaminhado todo o histórico do caso, incluindo os relatos dos envolvidos e de testemunhas, filmagens, histórico de uso e manutenção do armamento, dentre outras informações que possam agregar para o entendimento do caso. Os exames mais comuns abrangidos aqui são: – estudo sobre falhas e panes em armamento (destinado a identificar as causas dos problemas relatados); – avaliação do funcionamento dos mecanismos de segurança do armamento; – estudo sobre disparos acidentais (destinado a determinar se a versão apresentada para um disparo acidental apresenta viabilidade técnica – geralmente relacionado ao disparo após queda do armamento ou falha dos mecanismos de segurança); – determinação da distância de tiro. // MANUAL DE ORIENTAÇÕES À AUTORIDADE SOLICITANTE 32 Sugestão de quesitos: • O armamento submetido a exame apresenta funcionamento regular dos seus mecanismos de segurança? Quesitos que devem ser evitados: • O armamento submetido a exame apresenta algum tipo de problema? Justificativa: deve-se evitar a formulação de quesitos genéricos. 2.2.4 COMPARAÇÃO BALÍSTICA Consiste no exame dos microelementos presentes em projéteis e estojos, sejam eles provenientes de apreensão realizada pela Autoridade Policial durante a etapa da investigação, sejam eles coletados pelos Peritos Criminais durante exames em locais de crime, ou mesmo extraídos de vítimas em hospitais ou no Instituto Médico Legal (IML/IGP). O exame tem como objetivo estabelecer a conexão entre armas de fogo, projéteis e estojos. A comparação balística pode ser realizada: – entre uma arma de fogo e projéteis, para determinar se os projéteis foram expelidos pelo cano da referida arma; – entre uma arma de fogo e estojos, para determinar se os estojos foram percutidos pelo mecanismo de disparo da referida arma; – entre projéteis, para determinar se os projéteis foram expelidos pelo cano de uma mesma arma de fogo;– entre estojos, para determinar se os estojos foram percutidos pelo mecanismo de disparo de uma mesma arma de fogo. Sugestão de quesitos: – Entre projéteis e arma de fogo • O projétil de arma de fogo questionado foi expelido pelo cano da arma de fogo questionada? INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS - SANTA CATARINA // 33 – Entre estojos e arma de fogo • O estojo de munição questionado procede de cartucho de munição percutido e deflagrado pela arma de fogo questionada? – Entre projéteis de arma de fogo • Os projeteis de arma de fogo questionados foram expelidos pelo cano de uma mesma arma de fogo? • Em caso negativo, é possível determinar de quantos canos de armas de fogo distintos os projéteis questionados foram expelidos? – Entre estojos de munição • Os estojos de munição questionados foram percutidos e deflagrados por uma mesma arma de fogo? • Em caso negativo, é possível determinar quantas armas de fogo distintas foram utilizadas para percutir e deflagrar os estojos de munição questionados? 35 Realiza perícias centradas em aspectos financeiros e contábeis, envolvendo pessoas físicas, entidades privadas e/ou órgãos públicos, com o propósito de instruir procedimentos policiais/processos criminais decorrentes de apropriação indébita, sonegação fiscal, improbidade administrativa de agentes públicos, crimes nos processos licitatórios, lavagem de dinheiro, dentre outros casos. 3.1 EXAMES REALIZADOS 3.1.1 Perícia Contábil 3 CONTABILIDADE FORENSE // OBSERVAÇÃO: Recomenda-se, sempre que possível, o encaminhamento de documentos originais para a realização dos exames. 37 Realiza a perícia em documentos com o objetivo de verificação da autenticidade destes e determinação da autoria de manuscritos. 4.1 EXAMES REALIZADOS 4.1.1 Exame Documentoscópico 4.1.2 Exame Grafoscópico 4.1.3 Exames Documentoscópico e Grafoscópico 4.2 DESCRIÇÃO DOS EXAMES 4.2.1 EXAME DOCUMENTOSCÓPICO Objetiva a verificação da autenticidade de documentos, tendo como principais itens analisados: papel moeda, selos, carteira nacional de habilitação, carteira de identidade, certificados de registro de veículos, licenciamento de veículos, cheques, dentre outros documentos. 4.2.2 EXAME GRAFOSCÓPICO Objetiva a determinação da autoria de manuscritos e/ou assinaturas apostas em documentos, utilizando-se da comparação entre a grafia questionada e a grafia padrão para confronto. 4 DOCUMENTOSCOPIA // 39 Utiliza-se de conhecimentos científicos que são próprios da engenharia na busca pela elucidação de questões técnicas possuidoras de finalidade legal. Visa produzir provas periciais a partir da coleta e exame de vestígios existentes em determinados locais e/ou objetos inseridos em eventos que necessitam de esclarecimentos. 5.1 EXAMES REALIZADOS 5.1.1 Exame de Cálculo de Velocidade de Veículo Automotor 5.1.2 Exame de Reprodução Simulada dos Fatos 5.1.3 Exame em Artefatos Explosivos 5.1.4 Exame em Disco(s) de Tacógrafo 5.1.5 Exame em Equipamentos 5.1.6 Exame em Local de Acidente Aéreo 5.1.7 Exame em Local de Acidente Marítimo/Fluvial 5.1.8 Exame em Local de Desabamento 5.1.9 Exame em Local de Explosão 5.1.10 Exame em Local de Furto de Água Tratada 5.1.11 Exame em Local de Furto de Energia 5.1.12 Exame em Local de Furto de Sinal de Internet 5.1.13 Exame em Local de Furto de Sinal de TV 5.1.14 Exame em Local de Furto de Sinal Telefônico 5.1.15 Exame em Local de Incêndio 5.1.16 Exame em Materiais e/ou Objetos 5.1.17 Exame na área de Engenharia Civil 5.1.18 Exame na área de Engenharia Elétrica 5.1.19 Exame na área de Engenharia Mecânica 5.1.20 Exame Pericial Indireto 5 ENGENHARIA FORENSE // 41 Tem por objetivo verificar os sinais identificadores de fábrica, a fim de constatar sua originalidade ou detectar adulterações (remarcações, descaracterização e/ou transposição de superfície de suporte) em algum sinal identificador, e, nestes casos, por meio da recuperação de numeração original suprimida, auxiliar na identificação do veículo examinado. 6.1 EXAMES REALIZADOS 6.1.1 Perícia de Identificação de Veículos 6.1.2 Exame em Peças, Componentes e/ou Agregados 6.1.3 Exame em Local de Desmanche 6.2 DESCRIÇÃO DOS EXAMES 6.2.1 PERÍCIA DE IDENTIFICAÇÃO DE VEÍCULOS Exame em itens de identificação de veículos e agregados, como numeração de chassi, numeração de motor, numeração de câmbio, numeração de eixos, numeração dos vidros, etiquetas e plaquetas de identificação. Tipos de veículos examinados: motocicletas, automóveis, caminhonetes, caminhões, ônibus, reboques e semirreboques. 6 IDENTIFICAÇÃO DE VEÍCULOS // // MANUAL DE ORIENTAÇÕES À AUTORIDADE SOLICITANTE 42 6.2.2 EXAME EM PEÇAS, COMPONENTES E/OU AGREGADOS Exame em peças, componentes e/ou agregados de veículos, quando apresentados separadamente, ou seja, não instalados. Geralmente são motores, câmbios, eixos, quadros de motocicleta etc. 6.2.3 EXAME EM LOCAL DE DESMANCHE Exame em locais onde ocorre a desmontagem ou adulteração de veículos, ou onde sejam encontrados veículos ou peças de origem suspeita. 6.3 SUGESTÃO DE QUESITOS • Existe adulteração ou supressão de algum sinal de identificação do veículo? • Caso positivo, é possível identificar a numeração original? • Outras considerações que julgar necessárias. INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS - SANTA CATARINA // 43 45 Envolve a busca, coleta e análise dos vestígios de informática contidos nas chamadas “mídias de armazenamento eletrônico”. Também envolve a análise dos sistemas informatizados e dos equipamentos de informática e eletrônicos em geral, quando se questiona a respeito de sua natureza, funcionalidade, histórico de utilização, entre outras características. 7.1 EXAMES REALIZADOS PERÍCIA DE INFORMÁTICA 7.1.1 Exame em Equipamento Computacional Portátil 7.1.2 Exame em Mídia de Armazenamento Computacional 7.1.3 Exame em Sistema de Informação 7.1.4 Exame em Local de Internet 7.1.5 Exame em Banco de Dados 7.1.6 Exame em Local de Crime de Informática 7.1.7 Exame de Duplicação de Mídias 7.1.8 Exame Computacional Diverso PERÍCIA ELETROELETRÔNICA 7.1.9 Exame em Equipamento de Captação de Áudio e/ou Vídeo 7.1.10 Exame em Máquina Eletrônica Programável (Caça-Níquel) 7.1.11 Exame em Point of Sale (POS) 7 INFORMÁTICA FORENSE // // MANUAL DE ORIENTAÇÕES À AUTORIDADE SOLICITANTE 46 7.1.12 Exame em Equipamento de Clonagem de Cartões 7.1.13 Exame em Rádio Comunicador 7.1.14 Exame em Bloqueador de Frequência (Jammers) 7.2 DESCRIÇÃO DOS EXAMES E SUGESTÃO DE QUESITOS 7.2.1 EXAME EM EQUIPAMENTO COMPUTACIONAL PORTÁTIL – PERÍCIA DE INFORMÁTICA Exames cujos objetivos são a extração e a análise de dados informáticos existentes em aparelhos de telefonia celular e equipamentos computacionais portáteis. Sugestão de Quesitos e Quesitos Não Recomendados: Modalidade: Telefone Celular e Tablet Exames de extração de dados armazenados em aparelhos de telefonia celular e tablet nos casos que necessitem de comprovação pericial do envolvimento entre dois ou mais suspeitos. Sugestão de Quesitos: • Existem registros do(s) número(s) xxxx-xxxx ou yyyy-yyyy dentre as ligações recebidas/ efetuadas pelo telefone celular encaminhado a exame? • Existem registros do(s) número(s) xxxx-xxxx ou yyyy-yyyy ou do(s) nome(s) FULANO ou CICLANO na agenda do telefone celular encaminhado a exame? • Existem mensagens de texto que façam referência ao(s) número(s) xxxx-xxxx ou yyyy- yyyy ou ao nome(s) FULANO ou CICLANO no telefone celular encaminhado a exame? • Extrair arquivos de imagens, áudio e vídeos criados pelo(s) usuário(s) do aparelho e constantes em sua memória. • Extrair os números de telefone, datas e horas constantes dos registros das últimas ligações efetuadas e recebidas pelo aparelho. • Extrair os nomes e números de telefone constantes na agenda telefônica do aparelho. INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS - SANTA CATARINA // 47 • Extrair as mensagens (incluindo as trocadas por redes sociais e programas de bate- papo) existentes no telefone celular encaminhadoa exame. • Quais são as contas cadastradas na memória do aparelho? • O programa XYZ está instalado no aparelho? • Qual o número da linha vinculada à conta do WhatsApp? • É possível extrair os dados do programa XYZ que, porventura, estiverem armazenados na nuvem? Caso sim, realizar a extração. Quesitos não recomendados: • Qual o número de habilitação dos aparelhos questionados? Justificativa: O número habilitado no aparelho celular deve ser pedido à operadora telefônica, informando o IMEI ou ESN/HEX ESN do aparelho para que ela retorne a informação de forma correta e segura. • Realizar o cruzamento de mensagens e ligações entre os aparelhos enviados a exame. Justificativa: Atividade não caracterizada como exame pericial e melhor realizada pela equipe de investigação. • É possível determinar a quem pertencem os aparelhos? Justificativa: A propriedade de um aparelho telefônico é uma informação que não consta de seus registros internos. Até mesmo a propriedade da linha habilitada naquele aparelho é uma informação armazenada pela empresa telefônica, informação não disponível aos Peritos Criminais. 7.2.2 EXAME EM MÍDIA DE ARMAZENAMENTO COMPUTACIONAL – PERÍCIA DE INFORMÁTICA Extração e análise de dados armazenados em mídias de armazenamento eletrônico. Neste tipo de exame, o foco está nos dados armazenados e não no equipamento em si. Tipos mais comuns de materiais: disco rígido, SSD, pen drive, disco óptico, disco flexível, fita magnética e cartão-chip de celular. Sugestão de Quesitos e Quesitos Não Recomendados: // MANUAL DE ORIENTAÇÕES À AUTORIDADE SOLICITANTE 48 Contexto Criminal 1 Qualquer investigação que não envolva elucidação pericial da área de informática, ou seja, deseja-se apenas o acesso aos dados armazenados nas mídias (extração direta de dados). Sugestão de Quesitos: Extrair das mídias computacionais enviadas a exame os arquivos que contenham a ocorrência de algum dos itens da lista a seguir: (lista de palavras-chave importantes para a investigação) Exemplos de palavras-chave: “Nome completo dos alvos”; “Números de conta corrente”; “999.999.999-99”; “99.999.999/0001-99”. Quesitos não recomendados: • Há arquivos no material encaminhado que contenham indícios de ilícitos/crimes financeiros, contábeis, tráfico de entorpecentes, tráfico de armas, ou de outra natureza? Justificativa: A análise e contextualização do conteúdo dos arquivos são feitas com mais eficiência pelo requisitante do laudo, e não pelos Peritos Criminais, uma vez que o requisitante é quem possui conhecimento do contexto da investigação e das demais provas colhidas. • Há arquivos no material encaminhado que contenham lista de clientes e/ou fornecedores e/ou pessoas e/ou empresas objeto de investigação da Operação XYZ? Justificativa: A análise e contextualização do conteúdo dos arquivos são feitas com mais eficiência pelo requisitante do laudo, e não pelos Peritos Criminais, uma vez que o requisitante é quem possui conhecimento do contexto da investigação e das demais provas colhidas. • Solicito que seja realizada a extração, descrição e impressão, dos arquivos contidos no material encaminhado a exame. Justificativa: Solicitação genérica, sem delimitação do escopo do exame. INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS - SANTA CATARINA // 49 Contexto Criminal 2 Crimes de abuso sexual contra crianças e adolescentes. Sugestão de Quesitos: • Nas mídias encaminhadas a exame, existem arquivos com cenas de sexo explícito ou pornográficas que aparentemente envolvam crianças ou adolescentes? • Existem evidências de que houve apresentação, fornecimento, divulgação ou publicação das imagens e fotos citadas do item anterior, na rede mundial de computadores, internet ou em qualquer outro meio? Em caso positivo, é possível obter indícios dos responsáveis pela prática em questão? Quesitos não recomendados: • É possível estimar a idade mínima das pessoas envolvidas nas cenas? • Alguma delas aparenta ter entre 14 e 18 anos? • Quantas crianças ou adolescentes podem ser identificados nas fotos ou imagens? Justificativa: Não existem critérios científicos universalmente aceitos que possam determinar a idade de um indivíduo, especialmente pela análise de imagens ou vídeos (exame indireto), mesmo para peritos criminais da área de Medicina Legal. • É possível afirmar que os usuários obtiveram para si ou para outrem vantagem patrimonial com a divulgação ou publicação de fotografias ou imagens? Justificativa: A análise e contextualização do conteúdo dos arquivos são feitas com mais eficiência pelo requisitante do laudo, e não pelos Peritos Criminais, uma vez que o requisitante é quem possui conhecimento do contexto da investigação e das demais provas colhidas. • É possível afirmar que os investigados participaram, diretamente, de cenas de sexo ou pornografia localizadas no material apreendido? Justificativa: Os Peritos Criminais, a priori, não tem conhecimento dos investigados, de modo que não seria possível a identificação deles em fotos ou vídeos existentes no material examinado. Além disso, mesmo que os investigados sejam conhecidos, a sua identificação unívoca depende do tipo das imagens disponíveis (vide em Perícias em Áudio e Imagem: Comparação Facial e/ou Comparação de Indivíduo por Imagem). // MANUAL DE ORIENTAÇÕES À AUTORIDADE SOLICITANTE 50 Contexto Criminal 3 Fraude bancária. Sugestão de Quesitos: • Há arquivos contendo informações bancárias, como números de contas, senhas, números de cartões de crédito, boletos bancários, extratos de contas bancárias? • Há arquivos contendo comprovantes de movimentações financeiras, como pagamentos de títulos, transferências, saques, compras pela internet? • Há arquivos contendo programas ou códigos-fontes capazes de capturar informações bancárias, realizar a prática de “phishing” ou realizar o envio em massa de e-mails? • Em caso positivo no item anterior, descrever de forma sucinta o funcionamento do programa. • Há arquivos contendo programas utilizados para copiar, gravar, imprimir em cartões plásticos (clonagem) ou outra forma de manipular dados de cartões bancários ou de crédito? • Existe algum arquivo ou programa que pode ser utilizado para formatação/impressão de layouts ou informações em folhas de cheques? Quesitos não recomendados: • Há, nas mídias encaminhadas a exame, evidências das práticas de fraudes bancárias, compras fraudulentas, acesso a contas bancárias, lavagem de dinheiro, clonagem de cartões ou transferências irregulares via internet banking? • É possível identificar se há provas de materialidade e de autoria de crime de fraude bancária ou assemelhado? Justificativa: A análise e a contextualização do conteúdo dos arquivos são feitas com mais eficiência pelo requisitante do laudo, e não pelos Peritos Criminais, uma vez que o requisitante é quem possui conhecimento do contexto da investigação, das demais provas colhidas e das tipificações penais relacionadas a ilícitos encontrados nos arquivos examinados. 7.2.3 EXAME EM SISTEMA DE INFORMAÇÃO – PERÍCIA DE INFORMÁTICA Exames em sistemas informatizados, comerciais ou proprietários, com o objetivo de acesso aos seus dados, de análise de sua utilização ou de sua funcionalidade. INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS - SANTA CATARINA // 51 Sugestão de Quesitos e Quesitos Não Recomendados: Modalidade: Ambiente Computacional Exames em ambientes computacionais de corporações. Sugestão de Quesitos: • Descrever, em linhas gerais, o sistema (identificação do sistema e da empresa), mostrando suas principais funcionalidades. • Houve acesso remoto ao sistema durante o período XXX? Em caso afirmativo, é possível a identificação da origem? • Há indícios de adulteração dos dados, estruturas de dados, relatórios, configurações ou de outros aspectos do sistema? • O sistema possui funcionalidade de auditoria ou registros perenes de suas ações, de modo a gravar os acessos, alterações, eliminações de dados etc.? Em caso afirmativo,essa funcionalidade estava ativa no período XXX? • O sistema tem estratégia de cópia segura (“backup”) automatizada e regular? Em caso afirmativo, descrevê-la. • Descrever a estratégia de controle de acesso ao sistema. Há diferentes níveis de acesso por parte dos usuários e administradores do sistema? Quesitos não recomendados: • Há indícios de crimes relacionados ao sistema em questão? Justificativa: A análise e a contextualização do conteúdo dos arquivos são feitas com mais eficiência pelo requisitante do laudo, e não pelos Peritos Criminais, uma vez que o requisitante é quem possui conhecimento do contexto da investigação, das demais provas colhidas e das tipificações penais relacionadas a ilícitos encontrados nos arquivos examinados. • Extrair os dados do sistema em questão. Justificativa: Solicitação genérica, sem delimitação do escopo do exame. Modalidade: Aplicativo Exame de aplicativos comerciais ou proprietários, inclusive os chamados códigos maliciosos (malwares, vírus, trojans etc.). // MANUAL DE ORIENTAÇÕES À AUTORIDADE SOLICITANTE 52 Sugestão de Quesitos: • Existem, no material enviado para exame, programas de computador cuja finalidade seja (descrever finalidade)? Em caso afirmativo, descrever, em linhas gerais, o funcionamento do referido programa. Quesitos não recomendados: • Existem, no material enviado para exames, programas de computador capazes de realizar atos ilícitos? Justificativa: Solicitação genérica, sem delimitação do escopo do exame. Modalidade: Registro Histórico Exames nos registros (arquivos de log) gerados por um sistema. Sugestão de Quesitos: • É possível a recuperação e a análise dos arquivos de registro (logs) do sistema XXX? • Há, nos logs do sistema XXX, vestígio da ocorrência de (especificar ação delituosa, como invasão ao sítio, desfiguração de página etc.)? Quesitos não recomendados: • Recuperar os arquivos de logs do sistema. Justificativa: Solicitação genérica, sem delimitação do escopo do exame. • Há indícios de práticas delituosas nos logs em questão? Justificativa: Os arquivos de logs de sistema geralmente contêm altos volumes de dados, o que torna inviável sua análise sem uma precisa delimitação do escopo da investigação. 7.2.4 EXAME EM LOCAL DE INTERNET – PERÍCIA DE INFORMÁTICA Análise de vestígios diretamente relacionados a eventos ocorridos na Internet. INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS - SANTA CATARINA // 53 Modalidade: Correio Eletrônico Exames de mensagens de correio eletrônico (e-mails), com o objetivo de identificação de origem e/ou autoria, extração de mensagens de correio eletrônico presentes em mídias de armazenamento (geralmente, em computadores do tipo “servidor”). Material: Mídia de armazenamento computacional ou folha impressa contendo cabeçalho completo da mensagem eletrônica. Contexto: Envio de mensagens envolvendo algum ilícito, difamação, ameaça e outros. Sugestão de quesitos: • Qual o conteúdo, endereço de correio eletrônico e horário completo de envio dos e-mails encaminhados para exame? Quesitos não recomendados: • Qual o endereço IP do remetente do e-mail? Justificativa: Por questão de segurança, os servidores de e-mail ocultam o endereço IP do remetente do cabeçalho da mensagem. Desta forma, a única forma de obter esta informação é solicitando ao provedor de e-mail do remetente. • É possível identificar o número da linha telefônica, o endereço ou o nome do responsável pelo envio das mensagens? Justificativa: Os Peritos Criminais não têm acesso a essas informações. Elas só podem ser fornecidas pelo provedor de serviço de internet, o qual deve ser oficiado pelo responsável pela investigação em curso. • Qual o provedor de serviço de internet responsável pelo endereço IP em questão? Justificativa: Essa informação é de domínio público, estando disponível para consulta na Internet. Modalidade: Sítio Exames em sítios (sites) de Internet, com o objetivo de se constatar alguma prática delituosa. Material: Endereço do sítio na Internet. // MANUAL DE ORIENTAÇÕES À AUTORIDADE SOLICITANTE 54 Contexto: Sítio de Internet com conteúdo ilícito. Exemplos: fotos de exploração sexual infantil, crimes de ódio, página bancária falsa, venda de produtos ilegais, etc.. Sugestão de quesitos: • Solicito a preservação do conteúdo do sítio. Quesitos não recomendados: • Quais as informações de registro do sítio em questão (responsável pelo domínio, informações do provedor de hospedagem etc.)? Justificativa: Essa informação é de domínio público, estando disponível para consulta na Internet. • É possível identificar o IP, linha telefônica ou endereço de onde partiu o cadastramento dos dados para registro do domínio? Justificativa: Os Peritos Criminais não têm acesso a essas informações. Elas só podem ser fornecidas pelo provedor de serviço de internet, o qual deve ser oficiado pelo responsável da investigação em curso. • É possível identificar os responsáveis pela alimentação das informações do sítio? Justificativa: Os Peritos Criminais não têm acesso a essas informações. Elas só podem ser fornecidas pelo provedor de serviço de internet, o qual deve ser oficiado pelo responsável da investigação em curso. • Solicito perícia na Rede Mundial de Computadores visando a apurar (...) Justificativa: Solicitação genérica, sem delimitação do escopo do exame. 7.2.5 EXAME EM BANCO DE DADOS – PERÍCIA DE INFORMÁTICA Busca de registros via SQL em bancos de dados fornecidos para exame. Material: Arquivo SQL ou folha impressa contendo dados e comandos executados no banco de dados. Sugestão de Quesito: • Extrair da base de dados enviada a exame os registros que contenham a ocorrência de algum dos itens da lista a seguir: (lista de palavras-chave importantes para a investigação). INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS - SANTA CATARINA // 55 Exemplos de palavras-chave: “Nome completo dos alvos”; “Números de conta corrente”; “999.999.999-99”; “99.999.999/0001-99”. • É possível determinar se houve alteração ou deleção de registros na base de dados? Em caso positivo, em que tabelas ocorreu? Quesitos não recomendados: • Há indícios de práticas delituosas na base de dados em questão? Justificativa: Os arquivos de banco de dados geralmente contêm altos volumes de dados, o que torna inviável sua análise sem uma precisa delimitação do escopo da investigação. 7.2.6 EXAME EM LOCAL DE CRIME DE INFORMÁTICA – PERÍCIA DE INFORMÁTICA Exame no qual o Perito Criminal participa da busca e apreensão em local onde, supostamente, estejam ocorrendo crimes cibernéticos com a finalidade de coleta de vestígios. Dada a necessidade de operacionalização dos trabalhos, é imprescindível o contato prévio por parte da autoridade solicitante. 7.2.7 EXAME DE DUPLICAÇÃO DE MÍDIAS – PERÍCIA DE INFORMÁTICA Apesar de não ser propriamente um exame pericial (mas uma etapa deste), em algumas ocasiões pode ser do interesse do solicitante requerer a cópia da mídia encaminhada à perícia. Material: Mídia do equipamento apreendido e uma segunda mídia de tamanho igual ou superior para armazenar a cópia. // MANUAL DE ORIENTAÇÕES À AUTORIDADE SOLICITANTE 56 Sugestão de Quesito: • Realizar a duplicação da mídia do equipamento encaminhado. 7.2.8 EXAME COMPUTACIONAL DIVERSO – PERÍCIA DE INFORMÁTICA Exames em equipamentos de informática de maneira geral. Nesse tipo de exame, o foco está nas características físicas e funcionais do equipamento e não nos dados ali armazenados. Modalidade: Periférico Exames em equipamentos computacionais auxiliares (periféricos). Por exemplo: roteador Wi-fi – necessidade de determinar se a rede Wi-fi pertencente a um endereço investigado está protegida contra o acesso de usuários anônimos. Sugestão de Quesito: • Qual a configuração de segurança da rede Wi-fi no roteador encaminhado a exame? • Qual o nome da rede Wi-fi e a senha de acesso, se houver? Modalidade: Computador Exames de características físicas e funcionais de computadores em geral.Por exemplo: necessidade de alguma verificação de eficácia para realização de ação específica; ou necessidade de aferir data e hora de arquivos produzidos ou manipulados no computador. INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS - SANTA CATARINA // 57 Sugestão de Quesito: • O computador possui todos os componentes necessários e eficazes para possibilitar acesso à Internet? • A data e hora registradas pelo relógio interno do computador estão corretas? Modalidade: Sistema Computacional Embarcado Exames que tenham como objetivos o acesso e a análise dos dados e das características físicas e funcionais de sistemas computacionais embarcados, ou seja, aqueles projetados para cumprir uma tarefa específica. Por exemplo: necessidade de extração de dados armazenados. Sugestão de Quesito: • Extrair dados de usuário que possam estar armazenados no equipamento. • Extrair registros existentes no equipamento, decorrentes da sua utilização. 7.2.9 EXAME EM EQUIPAMENTO DE CAPTAÇÃO DE ÁUDIO E/OU VÍDEO – PERÍCIA ELETROELETRÔNICA Exame em equipamentos e sistemas de captura, gravação e processamento de imagem e/ou som encontrados, por exemplo, em local de escuta ambiental, telefônica, câmera oculta ou sistemas de videomonitoramento (DVR). Sugestão de Quesitos: • Algum dos dispositivos encaminhados tem por finalidade a captura de dados de tarjas magnéticas de cartões bancários? Se sim, havia dados armazenados? • Algum dos dispositivos encaminhados tem por finalidade a captura de senhas digitadas pelos usuários? Se sim, havia dados armazenados? • Os materiais encaminhados podem ser utilizados para a prática de clonagem de cartões magnéticos? // MANUAL DE ORIENTAÇÕES À AUTORIDADE SOLICITANTE 58 Quesitos não recomendados: • Recuperar todos os arquivos de áudio e/ou imagens armazenados nos dispositivos. Justificativa: Solicitação genérica, sem delimitação do escopo do exame. Um disco de armazenamento atual pode armazenar vários terabytes de dados de vídeo, tornando inviável a exportação de todo o conteúdo. • Há indícios de práticas delituosas nas imagens em questão? Justificativa: Os discos de sistemas de videomonitoramento geralmente contêm altos volumes de dados, o que torna inviável sua análise sem uma precisa delimitação do escopo da investigação. 7.2.10 EXAME EM MÁQUINA ELETRÔNICA PROGRAMÁVEL (CAÇA-NÍQUEL) – PERÍCIA ELETROELETRÔNICA Exame em máquinas eletrônicas programáveis com objetivo de implementar jogos de azar, geralmente resultado da apreensão em bingos e assemelhados. Exemplos: máquinas caça-níqueis, de videobingo ou de videopôquer. Sugestão de quesitos: • As máquinas são do tipo caça-níquel? • Como se desenvolve o jogo eletrônico e qual o objetivo a ser alcançado pelo jogador? • Nas etapas do jogo (ou na única existente) o resultado final da aposta depende fundamentalmente da habilidade do apostador, ou depende exclusiva ou principalmente da sorte? • Existe algum sinal identificador ou vestígio de que a máquina ou alguns de seus componentes tenham origem estrangeira? Qual? Quesitos não recomendados: • Quesitos que solicitem julgamento por parte do Perito Criminal como: “Houve prática de alguma das condutas previstas no artigo XXX da Lei XXX?” Justificativa: Evitar que a perícia criminal analise o enquadramento legal de casos concretos e, por consequência, emita juízo de valor relacionado a fatos ou circunstâncias de natureza jurídica. INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS - SANTA CATARINA // 59 • Quesitos sobre percentual de retorno da máquina ou chances de vitória do apostador no jogo. Justificativa: Para serem corretamente respondidos, esses quesitos dependem de processos que são extremamente caros e trabalhosos (análise do software do jogo ou da mecânica da máquina, repetição de jogadas sucessivas até identificar tendência da curva etc.) ou extremamente imprecisos (observação de contadores mecânicos de fichas pagas e depositadas entre outros), pois se sabe que, na maioria das máquinas, as condições do jogo podem ser facilmente alteradas ao longo da sua vida útil sem deixar registros das alterações. As máquinas no Brasil não são auditadas nem lacradas por instituição reguladora que controle a “qualidade” do jogo praticado, como ocorre em outros países. • Quesitos sobre valor de mercado das máquinas e componentes. Justificativa: Como o jogo no Brasil não é permitido, não havendo, portanto, mercado formal de compra e venda deste tipo de equipamento, não há como estabelecer o valor comercial destas máquinas no mercado nacional. 7.2.11 EXAME EM POINT OF SALE (POS) – PERÍCIA ELETROELETRÔNICA Exames de POS em geral. POS ou PoS é um ponto de venda ou ponto de serviço. Pode indicar máquinas de cartão de débito, cartão de crédito e outros terminais eletrônicos de vendas. Muitas vezes são modificadas para a utilização na prática de “jogo do bicho”. Sugestão de Quesitos: Contexto Criminal Necessidade de verificação quanto à utilização para à prática de “jogo do bicho”. • O aparelho poderia ser utilizado para a prática de “jogo do bicho”? • É possível recuperar registros relacionados à prática de “jogo do bicho”? 7.2.12 EXAME EM EQUIPAMENTO DE CLONAGEM DE CARTÕES – PERÍCIA ELETROELETRÔNICA Exame em dispositivos de captura de dados de cartões e obtenção de senhas, // MANUAL DE ORIENTAÇÕES À AUTORIDADE SOLICITANTE 60 geralmente usados na clonagem de cartões bancários (tipo chupa-cabra). Materiais comumente examinados: dispositivos de clonagem de cartões bancários encontrados em caixas eletrônicos (ATMs) ou PINPEDs, impressoras de cartões, leitores e gravadores de cartões, placas de circuito impresso, circuitos integrados, cabos para leitura de dispositivos de clonagem etc. Sugestão de Quesitos: • Algum dos dispositivos encaminhados tem por finalidade a captura de dados de tarjas magnéticas de cartões bancários? Se sim, havia dados armazenados? • Algum dos dispositivos encaminhados tem por finalidade a captura de senhas digitadas pelos usuários? Se sim, havia dados armazenados? • Os materiais encaminhados podem ser utilizados para a prática de clonagem de cartões magnéticos? 7.2.13 EXAME EM RÁDIO COMUNICADOR – PERÍCIA ELETROELETRÔNICA Exame em equipamentos utilizados para comunicação bidirecional por radiofrequência, como transceptores de FM ou HF. Sugestão de Quesitos e Quesitos Não Recomendados: Contexto Criminal Equipamentos de comunicação apreendidos em veículos ou em poder de organizações criminosas. Sugestão de Quesitos: • Os equipamentos estão funcionando? • Os equipamentos têm por finalidade a comunicação bidirecional via rádio? • Quais as frequências de transmissão e recepção do transceptor? • Os equipamentos podem causar interferência em outros equipamentos ou sistemas de radiodifusão ou telecomunicação regularmente autorizados? INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS - SANTA CATARINA // 61 Quesitos não recomendados: • Os aparelhos são capazes de sintonizar a frequência da Polícia Miliar ou outros órgãos policiais? Justificativa: A freqüência utilizada pelos órgãos policias varia de acordo com o órgão e, dentro de uma mesma instituição, com a região do estado. Além disso, podem ocorrer mudanças na freqüência de comunicação ao longo do tempo. Por isso, sugere-se que o requisitante oficie diretamente o órgão de interesse para que este informe qual a freqüência utilizada por aquela instituição em determinada cidade. • Quesitos referentes ao registro, cadastro, autorização, homologação ou certificação junto à ANATEL. Justificativa: Nos casos em que o bem jurídico tutelado for exclusivamente o espectro de radiofrequências, tal quesito não se mostra necessário. • Quesitos referentes a alcance. Justificativa: O alcance de ondas eletromagnéticas emitidas por um transmissor é determinado não somente por parâmetros do transmissor e de seu sistema irradiante, mas também por parâmetros do meio de transmissão e do sistema de recepção, que são desconhecidos. • Quesitos referentes a valor de mercado dos equipamentos.Justificativa: Considerando que o bem jurídico tutelado é o espectro eletromagnético, somente faz sentido este quesito caso haja alguma relevância adicional à apuração penal. • Quesitos referentes à potencialidade lesiva à saúde humana. Justificativa: Os níveis seguros de exposição às ondas de rádio emitidas pelas antenas das estações transmissoras estão estabelecidos pela ANATEL no Regulamento sobre Limitação da Exposição a Campos Elétricos, Magnéticos e Eletromagnéticos na Faixa de Radiofrequências entre 9 kHz e 300 GHz, aprovado pela Resolução 303/2002. Esse documento define limites para exposição humana a ondas eletromagnéticas. Os estudos realizados mundialmente - sob a coordenação da Organização Mundial de Saúde (OMS) - não demonstraram a ocorrência de câncer ou outro efeito adverso à saúde como resultado da exposição a limites abaixo daqueles estabelecidos no padrão internacional e regulamentados no Brasil, pela Anatel, por meio da Resolução 303/2002. Esses estudos sobre a exposição contínua de longa duração a campos eletromagnéticos de radiofrequências demonstram que, abaixo dos níveis estabelecidos, não há efeito contrário à saúde. Apesar disso, pesquisas científicas continuam investigando a possibilidade da existência de efeitos ainda não detectados. Quando expostas a campos eletromagnéticos intensos, algumas pessoas podem apresentar aumento na temperatura do corpo, mas a população em geral não se aproxima o suficiente das antenas transmissoras para sentir esses efeitos e, além disso, a intensidade da radiação diminui rapidamente com a distância das antenas. // MANUAL DE ORIENTAÇÕES À AUTORIDADE SOLICITANTE 62 7.2.14 EXAME EM BLOQUEADOR DE FREQUÊNCIA (JAMMERS) – PERÍCIA ELETROELETRÔNICA Exame em equipamentos utilizados para bloquear sinais. Sugestão de Quesitos e Quesitos Não Recomendados: Contexto Criminal Equipamentos bloqueadores de frequência apreendidos em veículos ou em poder de organizações criminosas. Sugestão de Quesito: • Os equipamentos estão funcionando? • Os equipamentos têm por finalidade o bloqueio de frequência? Se sim, quais as frequências bloqueadas? • Os equipamentos podem causar interferência em outros equipamentos ou sistemas de radiodifusão ou telecomunicação regularmente autorizados? Quesitos não recomendados: • Quesitos referentes ao registro, cadastro, autorização, homologação ou certificação junto à ANATEL. Justificativa: Nos casos em que o bem jurídico tutelado for exclusivamente o espectro de radiofrequências, tal quesito não se mostra necessário. • Quesitos referentes a alcance. Justificativa: O alcance de ondas eletromagnéticas emitidas por um transmissor é determinado não somente por parâmetros do transmissor e de seu sistema irradiante, mas também por parâmetros do meio de transmissão e do sistema de recepção, que são desconhecidos. • Quesitos referentes a valor de mercado dos equipamentos. Justificativa: Considerando que o bem jurídico tutelado é o espectro eletromagnético, somente faz sentido este quesito caso haja alguma relevância adicional à apuração penal. INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS - SANTA CATARINA // 63 • Quesitos referentes à potencialidade lesiva à saúde humana. Justificativa: Os níveis seguros de exposição às ondas de rádio emitidas pelas antenas das estações transmissoras estão estabelecidos pela ANATEL no Regulamento sobre Limitação da Exposição a Campos Elétricos, Magnéticos e Eletromagnéticos na Faixa de Radiofrequências entre 9 kHz e 300 GHz, aprovado pela Resolução 303/2002. Esse documento define limites para exposição humana a ondas eletromagnéticas. Os estudos realizados mundialmente - sob a coordenação da Organização Mundial de Saúde (OMS) - não demonstraram a ocorrência de câncer ou outro efeito adverso à saúde como resultado da exposição a limites abaixo daqueles estabelecidos no padrão internacional e regulamentados no Brasil, pela Anatel, por meio da Resolução 303/2002. Esses estudos sobre a exposição contínua de longa duração a campos eletromagnéticos de radiofrequências demonstram que, abaixo dos níveis estabelecidos, não há efeito contrário à saúde. Apesar disso, pesquisas científicas continuam investigando a possibilidade da existência de efeitos ainda não detectados. Quando expostas a campos eletromagnéticos intensos, algumas pessoas podem apresentar aumento na temperatura do corpo, mas a população em geral não se aproxima o suficiente das antenas transmissoras para sentir esses efeitos e, além disso, a intensidade da radiação diminui rapidamente com a distância das antenas. 65 Tem por objetivo determinar a materialidade do fato, buscando, por meio da análise de vestígios, estabelecer os meios/instrumentos utilizados, as circunstâncias e a dinâmica total ou parcial dos eventos, assim como indicar a autoria de acontecimentos relacionados a crimes contra a vida. 8.1 EXAMES REALIZADOS 8.1.1 Busca de Evidências 8.1.2 Exame em Local de Ação Violenta 8.1.3 Exame em Local de Crime Sexual 8.1.4 Exame em Local de Encontro de Cadáver 8.1.5 Exame em Local de Morte – Acidente de Trabalho 8.1.6 Exame em Local de Morte – Homicídio 8.1.7 Exame em Local de Morte – Intervenção Policial 8.1.8 Exame em Local de Morte – Morte Suspeita 8.1.9 Exame em Local de Morte – no Trânsito 8.1.10 Exame em Local de Morte – Suicídio 8.1.11 Exame Pericial Indireto 8 LOCAL DE CRIME CONTRA A VIDA // 67 Tem por objetivo determinar a materialidade do fato, buscando, por meio da análise de vestígios, estabelecer os meios/instrumentos utilizados, as circunstâncias e a dinâmica total ou parcial dos eventos, assim como indicar a autoria de acontecimentos relacionados a crimes contra o patrimônio. 9.1 EXAMES REALIZADOS 9.1.1 Busca de Evidências 9.1.2 Exame de Dano – Edificação 9.1.3 Exame de Dano – Equipamento 9.1.4 Exame de Dano – Veículo 9.1.5 Exame de Dano Contra o Patrimônio Público 9.1.6 Exame de Disparo de Arma de Fogo – Edificação 9.1.7 Exame de Disparo de Arma de Fogo – Veículo 9.1.8 Exame de Disparo de Arma de Fogo – Equipamento 9.1.9 Exame de Incêndio – Edificação 9.1.10 Exame de Incêndio – Equipamento 9.1.11 Exame de Incêndio – Veículo 9.1.12 Exame em Local de Arrombamento 9.1.13 Exame em Local de Furto 9.1.14 Exame em Local de Roubo 9.1.15 Exame Pericial Indireto 9 LOCAL DE CRIME CONTRA O PATRIMÔNIO // 69 O Setor de Perícias Ambientais é responsável pela realização de exames em locais ou vestígios relacionados a diversos crimes contra o meio ambiente, com intuito de caracterizar sua materialidade e, sempre que possível, dimensionar os danos ocorridos. 10.1 EXAMES REALIZADOS 10.1.1 Análise de Procedimento Administrativo Ambiental 10.1.2 Medição de Níveis de Pressão Sonora 10.1.3 Valoração de Danos Ambientais 10.1.4 Exame em Animal 10.1.5 Exames em Criadouros ou Mantenedores de Animais 10.1.6 Exame em Local de Danos à Fauna 10.1.7 Exame em Corpo d’Água 10.1.8 Exame em Local de Danos à Flora 10.1.9 Exame de Identificação de Espécie Vegetal 10.1.10 Exame em Local de Extração Mineral 10.1.11 Exame em Local de Incêndio Florestal 10.1.12 Exame em Local de Intervenção em Área Protegida 10.1.13 Exame em Local de Poluição 10.1.14 Exame em Local de Dano ao Solo 10.1.15 Exame em Local de Parcelamento de Solo 10.1.16 Exame em Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural 10.1.17 Exame Ambiental Indireto 10.1.18 Exames Ambientais Diversos 10 PERÍCIAS AMBIENTAIS // // MANUAL DE ORIENTAÇÕES À AUTORIDADE SOLICITANTE 70 10.2 DESCRIÇÃO DOS EXAMES E SUGESTÃO DE QUESITOS 10.2.1 ANÁLISE DE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO AMBIENTAL Exames restritos à análise de licenças e/ou autorizações ambientais, bem como demais documentos inseridos em Procedimento Administrativo Ambiental. Para viabilizar a realização dos exames, é necessário que a autoridade solicitante encaminhe à perícia cópias de todos os documentos relativos ao procedimento em questão. Sugestão de Quesitos: • O empreendimento em questão encontra-se em conformidade com a licença/ autorizaçãoambiental concedida? • Foram constatados danos ou impactos ambientais não considerados para a emissão de licença/autorização? 10.2.2 MEDIÇÃO DE NÍVEIS DE PRESSÃO SONORA Medição de níveis de pressão sonora em ambientes através da utilização de aparelho específico. Sugestão de Quesitos: • Quais os níveis de pressão sonora constatados no local? 10.2.3 VALORAÇÃO DE DANOS AMBIENTAIS Utilizado quando for solicitada exclusivamente a atribuição de um valor econômico ao dano ocorrido ao bem ambiental, o custo de sua reposição, os custos diretos e indiretos pelos serviços que o bem ambiental deixa de prestar, bem como o seu valor no tempo. INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS - SANTA CATARINA // 71 Sugestão de quesitos: • Quais os danos ambientais constatados no local? • É possível estimar o valor dos danos ambientais constatados? 10.2.4 EXAME EM ANIMAL Exames realizados com o objetivo de identificar taxonomicamente espécimes animais para determinar se pertencem à fauna brasileira ou exótica, bem como se constam em listas de espécies ameaçadas de extinção. Sugestão de Quesitos: • É possível especificar a identificação taxonômica do animal? • Trata-se de espécie pertencente à fauna silvestre brasileira? • Trata-se de espécie ameaçada de extinção? 10.2.5 EXAMES EM CRIADOUROS OU MANTENEDORES DE ANIMAIS Constatar condições de regularidade da guarda ou criação de animais, condições sanitárias e de salubridade do criadouro ou mantenedor de animais, bem como identificar aparentes sinais de maus tratos. Sugestão de Quesitos: • Quais os animais abrigados no local? • Quais as condições em que os animais se encontram abrigados? • É possível identificar alterações anatomopatológicas tais como ferimentos ou mutilações nos animais? // MANUAL DE ORIENTAÇÕES À AUTORIDADE SOLICITANTE 72 10.2.6 EXAME EM LOCAL DE DANOS À FAUNA Exames realizados para constatar danos que afetem a fauna, decorrentes de alterações ambientais. Sugestão de Quesitos: • Quais as características do local examinado? • O local está inserido em área considerada Unidade de Conservação? Obs.: Neste caso, é necessário que a autoridade solicitante especifique a Unidade de Conservação em que o local possa estar inserido. • Há animais moribundos ou mortos no local que tenham sido diretamente afetados pelas alterações ambientais constatadas? • É possível identificar as espécies atingidas? Em caso positivo, trata-se de espécies pertencentes à fauna silvestre brasileira e/ou ameaçadas de extinção? 10.2.7 EXAME EM CORPO D’ÁGUA Análise realizada em corpos d’água com a finalidade de constatar intervenção direta em seu curso ou leito. Sugestão de Quesitos: • Quais as características do corpo hídrico presente no local? • Foram constatadas intervenções no corpo hídrico? Em caso positivo, quais? 10.2.8 EXAME EM LOCAL DE DANOS À FLORA Exames em casos de dano à flora nativa ou exótica, tais como corte seletivo, desmatamento e impedimento de regeneração. Sugestão de Quesitos: • Quais as características do local examinado? INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS - SANTA CATARINA // 73 • O local está inserido em área considerada Unidade de Conservação? Obs.: Neste caso, é necessário que a autoridade solicitante especifique a Unidade de Conservação em que o local possa estar inserido. • Houve danos à flora? • Qual a caracterização da vegetação atingida? • Dentre a vegetação atingida pelo dano, foram identificadas espécies ameaçadas de extinção? • Qual a dimensão da área atingida? • Foram atingidas áreas consideradas de preservação permanente (APP) de acordo com a Lei nº (especificar a lei considerada)? • Dentre as intervenções constatadas, houve impedimento ou dificuldade para a regeneração natural de florestas ou demais formas de vegetação? • É possível valorar o dano ambiental constatado no local? 10.2.9 EXAME DE IDENTIFICAÇÃO DE ESPÉCIE VEGETAL Identificação taxonômica de plantas ou partes de plantas e suas características de porte, uso e se são protegidas por lei. Sugestão de Quesitos: • É possível especificar a identificação taxonômica do vegetal? • Trata-se de espécie pertencente à flora brasileira? • A qual bioma pertence a espécie em questão? • Trata-se de espécie ameaçada de extinção? 10.2.10 EXAME EM LOCAL DE EXTRAÇÃO MINERAL Conjunto de operações coordenadas objetivando a extração de substâncias minerais úteis de uma jazida. Sugestão de Quesitos: • Quais as características do local examinado? // MANUAL DE ORIENTAÇÕES À AUTORIDADE SOLICITANTE 74 • Houve extração de minérios na área em questão? • Qual a dimensão da área degradada? • É possível quantificar o material extraído do local? 10.2.11 EXAME EM LOCAL DE INCÊNDIO FLORESTAL Exames realizados em locais em que houve propagação do fogo de forma não controlada na vegetação. Sugestão de Quesitos: • No local examinado há vestígios de incêndio em vegetação? • Qual a caracterização da vegetação atingida? • Qual a dimensão da área diretamente impactada? • É possível determinar o local de início do incêndio? • É possível determinar a(s) causa(s) do incêndio? 10.2.12 EXAME EM LOCAL DE INTERVENÇÃO EM ÁREA PROTEGIDA Qualquer exame pericial que vise constatar alteração, dano ambiental, ocupação ou intervenções, especialmente relevantes por estarem inseridas em área protegida ou em áreas sujeitas a regime especial de uso, quando não há dúvidas se o local examinado está ou não inserido em uma área protegida. Sugestão de Quesitos: • Quais as características do local examinado? • Quais as intervenções constatadas no local? • Houve danos à flora? • Houve impedimento ou dificuldade para a regeneração natural de florestas ou demais formas de vegetação? INSTITUTO GERAL DE PERÍCIAS - SANTA CATARINA // 75 10.2.13 EXAME EM LOCAL DE POLUIÇÃO Exame realizado com finalidade de constatar a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades que direta ou indiretamente prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população, criem condições adversas às atividades sociais e econômicas, afetem desfavoravelmente a biota, afetem as condições estéticas ou sanitárias do meio ambiente ou lancem matérias ou energia em desacordo com os padrões ambientais estabelecidos. Sugestão de Quesitos: • Constatou-se o lançamento direto de resíduos no meio ambiente? Em caso positivo, quais as características destes resíduos? • Constatou-se poluição, de qualquer natureza, em níveis tais que resultem ou possam resultar em danos à saúde humana ou que provoquem mortandade de animais ou destruição significativa da flora? • Em caso positivo, é possível delimitar a área atingida? 10.2.14 EXAME EM LOCAL DE DANO AO SOLO Exame para constatar danos ocasionados ao solo, tais como erosão, compactação, aplicação de substâncias químicas, remoção de horizontes. Sugestão de Quesitos: • Quais as características do local examinado? • O local está inserido em área considerada Unidade de Conservação? Obs.: Neste caso, é necessário que a autoridade solicitante especifique a Unidade de Conservação em que o local possa estar inserido. • Houve danos ao solo? Em caso positivo, quais? // MANUAL DE ORIENTAÇÕES À AUTORIDADE SOLICITANTE 76 10.2.15 EXAME EM LOCAL DE PARCELAMENTO DO SOLO Exames em locais que apresentam caraterísticas de parcelamento irregular de solo. Sugestão de Quesito: • O local examinado apresenta características de loteamento ou desmembramento do solo para fins urbanos? 10.2.16 EXAME EM PATRIMÔNIO HISTÓRICO, ARTÍSTICO E CULTURAL Exames em edificações que podem ser consideradas como patrimônio histórico, artístico e cultural. Sugestão de Quesito: • Houve dano à obra? Em caso positivo, qual o dano constatado? 10.2.17 EXAME AMBIENTAL INDIRETO Exames realizados com base em fotografias ou documentos relacionados a supostos crimes ambientais. Sugestão de Quesito: • Aplicam-se os quesitos relativos ao tipo de exame, dentre os descritos acima, conforme o caso. 10.2.18 EXAMES AMBIENTAIS DIVERSOS Demais exames
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