Buscar

APP e Reserva Legal

Prévia do material em texto

1. É possível explorar economicamente área de preservação 
permanente e de reserva legal? Justifique. 
 
É mister elencar as diferenças entre área de preservação permanente e 
reserva legal antes de responder acerca de sua possível exploração econômica. 
Primeiramente A Reserva Legal nada mais é do que a área localizada na 
propriedade ou posse rural determinando os percentuais de vegetação que devem ser 
conservados, incluindo possíveis Áreas de Preservação Permanentes. Esses 
percentuais variam a cada bioma, sendo elencado no Art. 12 da L.12.651/12 como: 
80% para a área da Amazônia, 35% para o cerrado, 20% para o campo em geral e 
demais regiões do país. 
Já a Área de Preservação Permanente são áreas protegidas para 
conversar os recursos hídricos, paisagem, estabilidade geológica, biodiversidade, 
fluxo gênico de fauna e flora, além do bem-estar do povo. 
Quanto a exploração econômica na Reserva Legal1 temos a sua admissão, 
sempre visando as seguintes características: Não descaracterizar a cobertura vegetal, 
não prejudicar a conservação da vegetação nativa, assegurar a manutenção da 
diversidade de espécies, conduzir o manejo de espécies exóticas com a adoção de 
medidas que favoreçam a regeneração de espécies nativas. 
A Lei 12.651/2012 prevê a possibilidade de seu manejo sustentável nas 
seguintes situações e oportunidades: 
I. - É livre a coleta de produtos florestais não madeireiros, tais como frutos, 
cipós, folhas e sementes, devendo-se observar: 1. os períodos de coleta e volumes 
fixados em regulamentos específicos, quando houver; 2. a época de maturação dos 
frutos e sementes; 3. técnicas que não coloquem em risco a sobrevivência de 
indivíduos e da espécie coletada no caso de coleta de flores, folhas, cascas, óleos, 
resinas, cipós, bulbos, bambus e raízes (Art. 21). 
II. – O manejo sustentável para exploração florestal eventual sem propósito 
comercial, para consumo no próprio imóvel, independe de autorização dos órgãos 
competentes, devendo apenas ser declarados previamente ao órgão ambiental a 
 
1 Embrapa. “Área de reserva legal”, disponível em:https://www.embrapa.br/codigo-florestal/area-de-reserva-
legal-arl, Acesso em: 17 de mai. De 2020. 
https://www.embrapa.br/codigo-florestal/area-de-reserva-legal-arl
https://www.embrapa.br/codigo-florestal/area-de-reserva-legal-arl
motivação da exploração e o volume a ser explorado, a exploração anual ficando 
limitada a 20 metros cúbicos (Art. 23). 
III. - O manejo florestal sustentável da vegetação da Reserva Legal com 
propósito comercial depende de autorização do órgão competente e deverá atender 
as seguintes diretrizes e orientações (Art. 22): 
a) não descaracterizar a cobertura vegetal e não prejudicar a conservação 
da vegetação nativa da área; 
b) assegurar a manutenção da diversidade das espécies; 
c) conduzir o manejo de espécies exóticas com a adoção de medidas que 
favoreçam a regeneração de espécies nativas. 
Sua exploração depende de licenciamento pelo órgão competente do 
SISNAMA, mediante aprovação prévia de Plano de Manejo Florestal Sustentável - 
PMFS que contemple técnicas de condução, exploração, reposição florestal e manejo 
compatíveis com os variados ecossistemas a serem formados pela cobertura arbórea 
(Art. 31). 
Já a questão de atividades econômicas em APP2, a Lei 12.651/2012 (Art. 
61-A) estabelece que nas Áreas de Preservação Permanente é 
permitido a continuidade das atividades agrossilvipastoris, de ecoturismo e de 
turismo rural em áreas rurais consolidadas até 22 de julho de 2008. 
Contudo, a continuidade das atividades acima em uma Área de 
Preservação Permanente, como de uso consolidado, é dependente da adoção de 
boas práticas de conservação de solo e água, uma vez que se trata de áreas com 
diversas fragilidades ambientais, demandando manejos diferenciados aos reservados 
às áreas produtivas fora das APPs. 
Para efeito de recomposição de algumas categorias de APP em áreas 
consideradas consolidadas, a Lei 12.651/2012 estabelece regras transitórias, 
indicando as dimensões mínimas a serem recompostas com vistas a garantir a oferta 
de serviços ecossistêmicos a elas associados. A aplicação de tais regras leva em 
consideração o tamanho da propriedade em módulos fiscais e às características 
 
2 Embrapa. “A área de preservação permanente”, Disponível em:https://www.embrapa.br/codigo-
florestal/entenda-o-codigo-florestal/area-de-preservacao-permanente. Acesso em 17 de mai. 2020. 
http://www.ibama.gov.br/areas-tematicas/manejo-florestal-sustentavel
http://www.ibama.gov.br/areas-tematicas/manejo-florestal-sustentavel
https://www.embrapa.br/codigo-florestal/entenda-o-codigo-florestal/glossario
https://www.embrapa.br/codigo-florestal/entenda-o-codigo-florestal/glossario
https://www.embrapa.br/codigo-florestal/entenda-o-codigo-florestal/area-de-preservacao-permanente
https://www.embrapa.br/codigo-florestal/entenda-o-codigo-florestal/area-de-preservacao-permanente
associadas às APPs (ex: largura do curso d'água; área da superfície do espelho 
d'água). 
 
2. O que é manejo sustentável? 
 
O manejo sustentável é um modelo que permite a exploração racional com 
técnicas de mínimo impacto ambiental sobrea a natureza. Uma floresta manejada 
continuará viva e oferecendo suas riquezas naturais para gerações futuras, pois trata-
se de produtos renováveis. 
A sua importância é tanto econômica quanto na qualidade de vida e busca 
manter um ambiente saudável para os animais e a exploração consciente de matérias 
primas. 
Vale destacar que em 2006, através do decreto n°5.975, se criou os 
fundamentos do Plano de Manejo Floresta. Sendo eles: 
1. Caracterização do meio físico e biológico; 
2. Determinação do estoque existente; 
3. Intensidade de exploração compatível com a capacidade da floresta; 
4. Ciclo de corte compatível com o tempo de restabelecimento do volume 
de produto extraído da floresta; 
5. Promoção da regeneração natural da floresta; 
6. Adoção de sistemas silvicultural adequado; 
7. Adoção de sistema de exploração adequado; 
8. Monitoramento do desenvolvimento da floresta remanescente; 
9. Adoção de medidas mitigadoras dos impactos ambientais e sociais; 
 
3. O que se entende por área verde? ela pode ser considerada uma 
área de proteção? Explique. 
 
Áreas verdes são como reservas legais em meios urbanos, tratam-se de 
aras que estão obrigatoriamente incluídas nos projetos de parcelamento do solo, 
sendo indispensável para o equilíbrio ambiental e urbano. 
A definição de área verde encontra-se prevista, de forma expressa, no §1º 
do art.8º da Resolução CONAMA 369/06: Considera-se área verde de domínio 
público, para efeito desta Resolução, o espaço de domínio público que desempenhe 
função ecológica, paisagística e recreativa, propiciando a melhoria da qualidade 
estética, funcional e ambiental da cidade, sendo dotado de vegetação e espaços livres 
de impermeabilização. §2º O projeto técnico que deverá ser objeto de aprovação pela 
autoridade ambiental competente, poderá incluir a implantação de equipamentos 
públicos, tais como: a) trilhas ecoturísticas; b) ciclovias; c) pequenos parques de lazer, 
excluídos parques temáticos ou similares; d) acesso e travessia aos corpos de água; 
e) mirantes; f) equipamentos de segurança, lazer, cultura e esporte; g) bancos, 
sanitários, chuveiros e bebedouros públicos; e h) rampas de lançamento de barcos e 
pequenos ancoradouros. 
 
4. As APPs podem ser excluídas da base de cálculo do ITR ou 
somente a reserva legal? Justifique. 
 
As Áreas de Proteção Permanente podem ser excluídas da incidência do 
ITR, sendo necessário que o contribuinte apresente o ADA ao IBAMA a cada 
exercício, e que as áreas assim declaradas atendam ao disposto na legislação 
pertinente. Vide a Lei nº 6.938, de 1981, art. 17-O, § 1º, com aredação dada pela Lei 
nº 10.165, de 2000, art. 1º; RITR/2002, art. 10, § 3º; IN SRF nº 256, de 2002, art. 9º, 
§ 3º.

Continue navegando