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TÓPICOS AVANÇADOS DE CONTABILIDADE Michael Dias Corrêa Esta obra destina-se àqueles que já estão ambientados com a Contabilidade Básica e com a Contabilidade Intermediária e que desejam ampliar os seus estudos e conhecimentos. Com uma leitura extremamente técnica, mas sem deixar de aliar a teoria aos exemplos práticos e reais. G es tã o T Ó P IC O S A V A N Ç A D O S D E C O N T A B IL ID A D E M ic ha el D ia s C or rê a Fundação Biblioteca Nacional ISBN 978-85-387-6277-5 CAPA_Tópicos Avançados de Contabilidade.indd 1 01/11/2016 16:00:50 Michael Dias Corrêa IESDE BRASIL S/A Curitiba 2016 Tópicos avançados de contabilidade 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 1 27/10/2016 15:32:33 CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ C844t Corrêa, Michael Dias Tópicos avançados de contabilidade / Michael Dias Corrêa. - 1. ed. - Curitiba, PR : IESDE BRASIL S/A, 2016. 240 p. : il. ; 21 cm. ISBN 978-85-387-6277-5 1. Contabilidade. I. Título. 16-36857 CDD: 657 CDU: 657 Direitos desta edição reservados à Fael. É proibida a reprodução total ou parcial desta obra sem autorização expressa da Fael. © 2016 – IESDE BRASIL S/A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais. Todos os direitos reservados. IESDE BRASIL S/A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br Produção FAEL Direção Acadêmica Francisco Carlos Sardo Coordenação Editorial Raquel Andrade Lorenz Revisão IESDE Projeto Grá�co Sandro Niemicz Capa Vitor Bernardo Backes Lopes Imagem Capa Shutterstock.com/Roman Samokhin/ Hurst Photo/Bborriss 67/photostock77 Arte-Final Evelyn Caroline dos Santos Betim 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 2 27/10/2016 15:32:34 Sumário Carta ao Aluno | 5 1. Conceitos e classiGicaÎÍo dF investimentos | 7 2. Investimentos permanentes – custo de aquisição | 27 3. Investimentos permanentes – equivalência patrimonial | 47 4. Ágio e deságio – tratamento legal e contábil | 65 5. ReorganizaçÍo societÈria – aspectos introdutórios da incorporação | 89 6. ReorganizaçÍo societÈria – fusão e cisão | 107 7. Aspectos contÈCFis, Giscais e tributários das operações de reorganização societária | 129 8. ConsolidaçÍo e demonstrações contábeis – conceitos iniciais | 151 9. ConsolidaçÍo e demonstrações contábeis – tratamento contábil e legal | 175 10. LegislaçÍo tÏcnica sobre consolidação e transações entre partes relacionadas | 197 GaCarito | 223 ReGFrências | 233 00_paginas_iniciais.indd 3 03/11/2016 10:34:55 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 4 27/10/2016 15:32:36 Carta ao aluno Esta obra destina-se àqueles que já estão ambientados com a Contabilidade Básica e com a Contabilidade Intermediária e que desejam ampliar os seus estudos e conhecimentos. Com uma leitura extremamente técnica, mas sem deixar de aliar a teoria aos exem- plos práticos e reais, traz à tona as alterações da legislação societária, sendo a mais recente a Lei 11.941/2009 que, entre outras prerroga- tivas, reformulou a estrutura do Balanço Patrimonial e diversos pre- ceitos da Lei 6.404/76. Está, ainda, de acordo com o Novo Código Civil, expresso pela Lei 10.406/2002, com os preceitos ditados pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), do Banco Central do Brasil (Bacen) e do Conselho Federal de Contabilidade (CFC). O texto direcionado faz com que o seu escopo também esteja de acordo com os conteúdos cobrados nos mais diversos concursos públicos que possuem a disciplina de Contabilidade Avançada em seus editais, com exemplos em que � ca clara a ligação entre a teo- ria e a prática utilizada nas empresas, não somente nas brasileiras, mas também nas multinacionais. Os capítulos, dispostos de forma a construir o conhecimento avançado da Contabilidade passo a passo, versam sobre investimentos permanentes, método do custo de aqui- sição, método de equivalência patrimonial, transações entre partes relacionadas, consolidação de demonstrações contábeis, incorpora- ção, fusão, cisão, concentração, combinação e extinção de socieda- des. Com todos os temas atualizados, torna-se elemento e� ciente para o aprendizado e a atualização de pontos que serão trabalhados com maior frequência em um futuro próximo, devido à implan- tação das Normas Internacionais de Contabilidade em nosso país. 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 5 27/10/2016 15:32:38 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 6 27/10/2016 15:32:38 Conceitos e classifi cação de investimentos 1 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 7 27/10/2016 15:32:40 Tópicos avançados de contabilidade – 8 – 1.1 Aspectos iniciais Uma administração empresarial e�ciente envolve, entre outros aspectos, o gerenciamento dos recursos �nanceiros de modo que estes possam trazer benefícios adicionais às entidades apenas pela sua administração e�caz. Pela sua notada escassez como fatores de produção, os recursos �nanceiros são os mais caros no Brasil, fato corroborado pelas altas taxas de juros praticadas pelas instituições �nanceiras, principalmente as bancárias. A melhor administração desses recursos gira em torno da atividade-�m de cada entidade, sendo incluídos os seus estoques de mercadorias, as maté- rias-primas, os direitos de vendas a prazo e os bens permanentes. No caso de uma gestão identi�car excesso de riqueza própria ou excesso de recursos em caixa (ou equivalentes-caixa), mesmo referindo-se a prazos curtíssimos, tais recursos devem ser aplicados. Essas aplicações podem ser em investimentos temporários ou permanentes, pois recursos ociosos são um desperdício e uma imagem de administração ine�ciente de recursos. Sendo assim, as empresas mesmo não tendo a aplicação de sobras de recur- sos como atividade principal, aplicam os excessos de recursos, por um tempo curto ou longo, em investimentos que podem identi�car objetivos diversos, mas sempre buscando alcançar a melhor rentabilidade. Independentemente do tipo de entidade, todas têm o objetivo de aumentar o seu desempenho geral, quer seja ligado ou não à atividade-�m. 1.2 Aplicações financeiras de liquidez imediata Quando uma empresa possui disponibilidades, mas não necessita delas para honrar os compromissos no curto prazo, pode optar por aplicações que tenham o objetivo principal de se proteger da desvalorização da moeda e, a depender do prazo de aplicação, para obter eventual vantagem �nanceira. Se essas aplicações puderem ser resgatadas a qualquer momento, independen- temente da ação de terceiros, como, por exemplo, a aplicação em Caderneta de Poupança, elas terão que ser classi�cadas no grupo Ativo Circulante, no subgrupo Disponibilidades. 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 8 27/10/2016 15:32:40 – 9 – Conceitos e classiÎcação de investimentos De acordo com o preconizado pelo Princípio da Competência, para ser realizada uma correta avaliação das aplicações �nanceiras de liquidez imediata, no �nal de cada exercício, quando existirem juros em aplicações dessa natu- reza, estes devem ser contabilizados como rendimentos já ganhos até aquela data e serem somados ao investimento inicial, isto é, a conta investimentos de liquidez imediata será debitada e uma conta de resultado será creditada (rendimentos em aplicações �nanceiras, por exemplo). Nesse procedimento, o balanço �nal do exercício terá o valor atualizado dos investimentos. 1.3 Investimentos temporários Quando são consideradas economias de preços crescentes e altas taxasde retorno sobre os investimentos, os investimentos em títulos e valores mobi- liários de curto e de médio prazos se constituem em boas opções para que as empresas possam investir suas sobras de caixa enquanto estas não forem necessárias para aplicação em suas atividades principais. Entre as aplicações existentes, podem ser listadas as relacionadas ao mercado �nanceiro e de capi- tais para aplicação desses excessos de recursos não utilizados: 2 caderneta de poupança; 2 Certi�cados de Depósito Bancário (CDB); 2 depósitos a prazo �xo; 2 fundos de investimentos de renda �xa ou variável; 2 aplicações temporárias em ouro; 2 fundos de curto prazo; 2 commodities; 2 Letras Financeiras do Tesouro (LFT); 2 Fundos de Aplicação Financeira (FAF); 2 aplicações temporárias em ações. Tomando esses exemplos como referência, podem ser conceituados co- mo investimentos temporários aqueles que são caracterizados pela aplicação de disponibilidades temporárias que não tenham caráter permanente. 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 9 27/10/2016 15:32:40 Tópicos avançados de contabilidade – 10 – 1.3.1 Classificação e critérios de avaliação A legislação que trata das Sociedades Anônimas, a Lei 6.404/76, no inciso III do artigo 179, de�ne que as participações permanentes em outras sociedades, assim como os direitos de qualquer natureza que não são classi�- cáveis no Ativo Circulante e que não se destinem à manutenção da atividade principal da empresa, devem ser classi�cadas no grupo Ativo Não Circulante, no subgrupo Investimentos. Assim, a lei cita a hipótese de haver investimentos classi�cáveis no Ativo Circulante. Existe, no entanto, a possibilidade de classi�cação de investimentos no Ativo Realizável a Longo Prazo, quando o prazo de res- gate indicar essa possibilidade. Cabe uma observação sobre a classi�cação das contas, buscando a cor- reta classi�cação do investimento realizado em ouro, haja vista que há certa confusão em torno desse ponto. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), por meio do item 4 do Parecer de Orientação n.º 18, de 18 de janeiro de 1990 (PO 18/90), deixa explícito que: 4. APLICAÇÕES EM OURO Classi�cáveis, junto às empresas que não tenham por objeto social a sua comercialização ou industrialização, como Ativo Circulante ou Realizável a Longo Prazo. Tal tipo de aplicação deverá ser avaliada pelo custo de aquisição atualizado monetariamente pelo BTN1 �scal de �nal do período ou pelo valor de mercado, dos dois o menor, devendo, quando for o caso, ser constituída provisão para ajuste ao valor de mercado. Entende-se por: custo de aquisição: o preço pago na compra do ouro e constante do documento represen tativo da transação em bolsa ou emitido por empresa habilitada ao comércio do metal, acrescido da corretagem, emolumentos e taxas efetivamente devidos pelo comprador; valor de mercado: a média aritmética ponderada das cotações diá- rias, ocorridas durante o pregão da bolsa do país em que se veri�car o maior volume de negociações, no dia do encerramento do exer- cício social ou, se nesse dia não houver pregão, no dia do último pregão anterior. 1 Bônus do Tesouro Nacional. 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 10 27/10/2016 15:32:41 – 11 – Conceitos e classiÎcação de investimentos Dessa forma, não sobram dúvidas que os investimentos em ouro devem ser classi�cados ou no Ativo Circulante ou no Ativo Realizável a Longo Prazo, este último sendo um subgrupo do Ativo Não Circulante. Já para as empresas que possuem a comercialização ou industrialização de ouro como objeto social, ele será classi�cado, sempre, no Ativo Circulante, no subgrupo Estoques de Mercadorias ou Matérias-Primas. Sem tomar como referência a classi�cação do ativo denominado ouro, é pertinente ser acrescentado que a avaliação dos demais investimentos tempo- rários deve seguir a orientação contida no art. 183, inciso I da Lei 6.404/76, isto é, os investimentos em Valores Mobiliários de caráter não permanente devem ser avaliados pelo custo de aquisição ou pelo valor de mercado, dos dois o menor. Deve ser ressaltado, ainda, que o ajuste ao valor de mercado é efetuado por meio de provisão. Dando mais clareza ao tema, a seguir segue transcrito o artigo 183 da Lei 6.404/76. Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: I - as aplicações em instrumentos �nanceiros, inclusive derivativos, e em direitos e títulos de créditos, classi�cados no ativo circulante ou no realizável a longo prazo: a) pelo seu valor justo, quando se tratar de aplicações destinadas à negociação ou disponíveis para venda; e b) pelo valor de custo de aquisição ou valor de emissão, atualizado conforme disposições legais ou contratuais, ajustado ao valor provável de realização, quando este for inferior, no caso das demais aplicações e os direitos e títulos de crédito; II - os direitos que tiverem por objeto mercadorias e produtos do comércio da companhia, assim como matérias-primas, produtos em fabricação e bens em almoxarifado, pelo custo de aquisição ou produ- ção, deduzido de provisão para ajustá-lo ao valor de mercado, quando este for inferior; III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como perma- nente, e que não será modi�cado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas boni�cadas; 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 11 27/10/2016 15:32:41 Tópicos avançados de contabilidade – 12 – IV - os demais investimentos, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para atender às perdas prováveis na realização do seu valor, ou para redução do custo de aquisição ao valor de mercado, quando este for inferior; V - os direitos classi�cados no imobilizado, pelo custo de aquisição, deduzido do saldo da respectiva conta de depreciação, amortização ou exaustão; VI - (revogado); VII - os direitos classi�cados no intangível, pelo custo incorrido na aquisição deduzido do saldo da respectiva conta de amortização; VIII - os elementos do ativo decorrentes de operações de longo prazo serão ajustados a valor presente, sendo os demais ajustados quando houver efeito relevante. §1.o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo: a) das matérias-primas e dos bens em almoxarifado, o preço pelo qual possam ser repostos, mediante compra no mercado; b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de reali- zação mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a margem de lucro; c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a terceiros; d) dos instrumentos �nanceiros, o valor que pode se obter em um mercado ativo, decorrente de transação não compulsória realizada entre partes independentes; e, na ausência de um mercado ativo para um determinado instrumento �nanceiro: 1) o valor que se pode obter em um mercado ativo com a negociação de outro instrumento �nanceiro de natureza, prazo e risco similares; 2) o valor presente líquido dos �uxos de caixa futuros para instrumen- tos �nanceiros de natureza, prazo e risco similares; ou 3) o valor obtido por meio de modelos matemático-estatísticos de preci�cação de instrumentos �nanceiros. §2.o A diminuição do valor dos elementos dos ativos imobilizado e intangível será registrada periodicamente nas contas de: a) depreciação, quando corresponder à perda do valor dos direitos que têm por objeto bens físicos sujeitos a desgaste ou perda de utilidade por uso, ação da natureza ou obsolescência; b) amortização, quando corresponder à perda do valor do capitalapli- cado na aquisição de direitos da propriedade industrial ou comercial e quaisquer outros com existência ou exercício de duração limitada, 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 12 27/10/2016 15:32:41 – 13 – Conceitos e classiÎcação de investimentos ou cujo objeto sejam bens de utilização por prazo legal ou contratual- mente limitado; c) exaustão, quando corresponder à perda do valor, decorrente da sua exploração, de direitos cujo objeto sejam recursos minerais ou �ores- tais, ou bens aplicados nessa exploração. §3.o A companhia deverá efetuar, periodicamente, análise sobre a recuperação dos valores registrados no imobilizado e no intangível, a �m de que sejam: I - registradas as perdas de valor do capital aplicado quando houver decisão de interromper os empreendimentos ou atividades a que se destinavam ou quando comprovado que não poderão produzir resul- tados su�cientes para recuperação desse valor; ou II - revisados e ajustados os critérios utilizados para determinação da vida útil econômica estimada e para cálculo da depreciação, exaustão e amortização. §4.o Os estoques de mercadorias fungíveis destinadas à venda poderão ser avaliados pelo valor de mercado, quando esse for o costume mer- cantil aceito pela técnica contábil. Dessa forma, rati�cando o que foi especi�cado até agora, os investimen- tos em ouro devem ser classi�cados no grupo Ativo Circulante ou no Ativo Não Circulante, no subgrupo Realizável a Longo Prazo e serão avaliados pelo custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o menor, sendo que o ajuste ao valor de mercado é feito por meio de provisão própria. Outros investimen- tos temporários devem seguir os mesmos critérios do investimento em ouro, tanto no tocante à classi�cação quanto no de sua avaliação. A correta classi�cação dos ativos é ponto relevante da legislação, tratado mais especi�camente pela Lei das Sociedades Anônimas no seu artigo 179, o qual é especi�cado a seguir. Art. 179. As contas serão classi�cadas do seguinte modo: I - no ativo circulante: as disponibilidades, os direitos realizáveis no curso do exercício social subsequente e as aplicações de recursos em despesas do exercício seguinte; II - no ativo realizável a longo prazo: os direitos realizáveis após o término do exercício seguinte, assim como os derivados de vendas, adiantamentos ou empréstimos a sociedades coligadas ou controladas (artigo 243), diretores, acionistas ou participantes no lucro da compa- nhia, que não constituírem negócios usuais na exploração do objeto da companhia; 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 13 27/10/2016 15:32:41 Tópicos avançados de contabilidade – 14 – III - em investimentos: as participações permanentes em outras socie- dades e os direitos de qualquer natureza, não classi�cáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da com- panhia ou da empresa; IV - no ativo imobilizado: os direitos que tenham por objeto bens corpóreos destinados à manutenção das atividades da companhia ou da empresa ou exercidos com essa �nalidade, inclusive os decorren- tes de operações que trans�ram à companhia os benefícios, riscos e controle desses bens; V - (Revogado pela Lei 11.941/2009) VI - no intangível: os direitos que tenham por objeto bens incorpó- reos destinados à manutenção da companhia ou exercidos com essa �nalidade, inclusive o fundo de comércio adquirido. Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classi�cação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo. Considerando o artigo 179 e o artigo 183, ambos da Lei 6.404/76, as classi�cações e as formas de avaliação para os investimentos empresariais são as discriminadas a seguir: 2 aplicações �nanceiras de liquidez imediata, como os Fundos de Renda Fixa, devem ser classi�cadas no Ativo Circulante, subgrupo Disponível e avaliados pelo custo de aquisição, adicionados dos ren- dimentos ganhos até a data do encerramento do exercício �nanceiro. Para esse caso, os rendimentos ganhos serão registrados conforme o regime de competência; 2 aplicações �nanceiras com liquidez até o �nal do exercício �nan- ceiro seguinte, como os Certi�cados de Depósito Bancários, devem ser classi�cadas no Ativo Circulante, em Aplicações Temporárias e devem ter sua avaliação baseada no custo de aquisição adicionado dos rendimentos obtidos no referido período; 2 aplicações �nanceiras com liquidez após o �nal do exercício seguinte, como os Certi�cados de Depósito Bancários, devem ser classi�cadas no Ativo Não Circulante, no subgrupo Realizável a Longo Prazo, também em Aplicações Temporárias e devem ser avaliadas pelo custo de aquisição adicionado dos rendimentos obtidos no exercício. É importante salientar que, quando da 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 14 27/10/2016 15:32:41 – 15 – Conceitos e classiÎcação de investimentos avaliação desses ativos, até o presente momento, não foi exigida a necessidade de constituição de provisão para ajuste ao valor de mercado quando este seja menor, isto é, esses investimentos (itens 1 a 3) são avaliados pelo custo de aquisição adicionado dos rendi- mentos, quando houver; 2 o Estoque em Ouro, com liquidez imediata ou não, como as operações de compra e venda de ouro, devem ser classi�cados no Ativo Circulante ou no Ativo Não Circulante, no subgrupo Realizável a Longo Prazo, conforme previsão de realização e ainda devem ser avaliados pelo custo de aquisição e ajustados por pro- visão para eventual desvalorização, ocorrendo quando o valor de mercado for menor; 2 Participações Societárias com intenção de realização até o �nal do exercício social seguinte, como as ações e quotas ou partes de outras sociedades empresariais, devem ser classi�cadas como Ativo Circulante, em subgrupo de Investimentos Temporários, sendo a avaliação realizada pelo custo de aquisição ajustado por provisão para valor de mercado, quando este for menor; 2 Participações Societárias com intenção de realização após o �nal do exercício social seguinte, como ações e quotas ou partes de outras sociedades empresariais, devem ser classi�cadas no Ativo Não Circulante, no subgrupo Realizável a Longo Prazo e avaliadas pelo custo de aquisição, sendo os respectivos valores ajustados ao valor de mercado, quando este for menor; 2 Participações Societárias em empresas que não sejam controladas e que o respectivo investimento não seja considerado relevante, mas com intenção de permanência, como ações, quotas ou partes de outras sociedades empresariais, devem ser classi�cadas no Ativo Não Circulante, no subgrupo Investimentos e avaliadas pelo Custo de Aquisição, sendo ajustados por provisão para perdas, quando compro- vadas como permanentes; 2 Participações Societárias em empresas que sejam controladas ou em sociedades coligadas e equiparadas a coligadas, sendo os inves- timentos considerados relevantes e que seja exercida in�uência na 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 15 27/10/2016 15:32:41 Tópicos avançados de contabilidade – 16 – administração ou, ainda, cujo investimento representa 20% ou mais do capital social da empresa investida, com intenção de permanên- cia, como ações, quotas ou partes de sociedades controladas e coliga- das ou equiparadas a coligadas, devem ser classi�cadas no Ativo Não Circulante, no subgrupo Investimentos e avaliadas pelo Método da Equivalência Patrimonial (MEP); 2 outros ativos que a empresa tenha a intenção de permanência, tais como obras de arte, terrenos, edifícios que não sejam utilizados dire- tamente nas atividades empresariais, devem ser classi�cados no Ativo Não Circulante, subgrupo Investimentos e avaliados pelo custo de aquisição, além de serem ajustados por provisão para perdasprová- veis ou ajuste a valor de mercado (Lei 6.404/76, art. 183, IV). Dentro de uma empresa, cada aplicação possui características distintas das demais com relação a prazos para realização ou resgate, taxas de retorno, as quais podem ser pré ou pós �xadas, graus de liquidez, intenção de uso da empresa adquirente etc. No entanto, para a sua correta classi�cação, apenas são considerados os momentos de realização e os respectivos valores. Sendo assim, as aplicações sem qualquer carência para resgate devem ser classi- �cadas como disponibilidades e, quando não possuem essa característica, devem ser classi�cadas como investimentos temporários. Se, em qualquer investimento, existir a intenção de permanência, deverão ser classi�cados no grupo Ativo Não Circulante, subgrupo Investimentos, e serão separados pela sua forma de avaliação, sendo elas o método do custo ou método da equivalência patrimonial. 1.3.2 Aspectos contábeis Os investimentos temporários, na estrutura do Balanço Patrimonial, compõem um subgrupo próprio, apresentado conforme o esquema a seguir: 2 Ativo Circulante 2 Investimentos temporários 2 Títulos e valores mobiliários 2 Aplicações em certi�cados de depósito bancário 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 16 27/10/2016 15:32:41 – 17 – Conceitos e classiÎcação de investimentos 2 Investimentos em ouro – ativos �nanceiros 2 (–) Provisão para ajuste ao valor de mercado 2 Ativo Não Circulante 2 Ativo Realizável a Longo Prazo 2 Investimentos temporários 2 Títulos e valores mobiliários 2 Aplicações em certi�cados de depósito bancário 2 Investimentos em ouro – ativos �nanceiros 2 (–) Provisão para ajuste ao valor de mercado De acordo com o exposto no artigo 183 da Lei das Sociedades por Ações, as contas citadas no esquema anterior têm a função de registrar os valores dos investimentos temporários no mercado �nanceiro ou no mercado de capitais, os rendimentos obtidos até o encerramento do exercício social e a provisão para ajustá-los ao valor de mercado, quando este for menor. Para efeitos �scais, os valores que estiverem relacionados à contrapartida da provisão para ajuste ao valor de mercado não são dedutíveis pela legisla- ção do Imposto de Renda, devendo ser adicionados ao Lucro Líquido do Exercício, quando na determinação do Lucro Real no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR) para que seja apurada a correta base de cálculo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL). Por outro lado, o funcionamento das contas representativas de inves- timentos temporários é o seguinte: os seus saldos aumentam por meio de débitos e diminuem mediante créditos. No concernente às contas de provisão, as quais corrigem os valores do ativo, sendo conceituadas como contas reti�cadoras de ativo, possuem fun- cionamento inverso ao do restante das contas do seu grupo, ou seja, aumen- tam seus saldos por créditos contábeis e diminuem seus saldos mediante débi- tos contábeis. 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 17 27/10/2016 15:32:41 Tópicos avançados de contabilidade – 18 – Em suma, para a correta avaliação dos investimentos que ainda não foram realizados, segundo os critérios explícitos pelos Princípios de Contabilidade, quando do encerramento do exercício social, deve ser calculada a rentabili- dade conseguida no período e registrada como receita �nanceira em contra- partida da conta do investimento temporário, assim como deve ser veri�cado se o valor de mercado corresponde ao valor de aquisição do investimento. Na situação de o valor de mercado ser menor, deve ser feito o provisionamento da respectiva diferença em contrapartida de despesas com provisão. 1.3.3 Aspectos legais O artigo 175 da Lei das Sociedades por Ações estabelece que o exercício social tenha a duração de um ano e que a data do seu término seja �xada no estatuto. O artigo 179 do mesmo dispositivo legal, por sua vez, estabelece os critérios a serem seguidos para a correta classi�cação dos ativos. No parágrafo único desse artigo, a lei vincula a classi�cação dos incisos I e II ao ciclo opera- cional da empresa, nos casos em que ele for superior a um ano. Art. 175. O exercício social terá duração de 1 (um) ano e a data do término será �xada no estatuto. Parágrafo único. Na constituição da companhia e nos casos de altera- ção estatutária o exercício social poderá ter duração diversa. [...] Art. 179. As contas serão classi�cadas do seguinte modo: [...] Parágrafo único. Na companhia em que o ciclo operacional da empresa tiver duração maior que o exercício social, a classi�cação no circulante ou longo prazo terá por base o prazo desse ciclo. No artigo 183 dessa mesma lei são encontrados os critérios da avaliação do ativo e, no seu parágrafo 1.º, está de�nido o conceito da expressão valor justo para os investimentos. Art. 183. [...] §1.o Para efeitos do disposto neste artigo, considera-se valor justo: [...] 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 18 27/10/2016 15:32:41 – 19 – Conceitos e classiÎcação de investimentos b) dos bens ou direitos destinados à venda, o preço líquido de reali- zação mediante venda no mercado, deduzidos os impostos e demais despesas necessárias para a venda, e a margem de lucro; c) dos investimentos, o valor líquido pelo qual possam ser alienados a terceiros. Da mesma forma, os ganhos conseguidos por meio dos investimentos tem- porários, mesmo os não realizados em moeda, pela necessidade de aplicação do princípio contábil da competência, serão levados à Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), conforme especi�ca o §1.o do artigo 187 da Lei Societária. Art. 187. [...] §1.o Na determinação do resultado do exercício serão computados: a) as receitas e os rendimentos ganhos no período, independente- mente da sua realização em moeda; e b) os custos, despesas, encargos e perdas, pagos ou incorridos, corres- pondentes a essas receitas e rendimentos. O parágrafo 5.o do artigo 176 da Lei das Sociedades por Ações, quando se refere às notas explicativas, prevê que deverão ser indicados os principais créditos de avaliação dos elementos patrimoniais, além dos ajustes e das pro- visões para atender a perdas prováveis, conforme segue: Art. 176. [...] §5.o As notas explicativas devem [...] IV - indicar: a) os principais critérios de avaliação dos elementos patrimoniais, especialmente estoques, dos cálculos de depreciação, amortização e exaustão, de constituição de provisões para encargos ou riscos, e dos ajustes para atender a perdas prováveis na realização de elementos do ativo; b) os investimentos em outras sociedades, quando relevantes (art. 247, parágrafo único). As regras para avaliação foram estabelecidas pela NBC T 4, do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), o qual divulgou o seguinte: 4.1.5 Os componentes do patrimônio com cláusula de atualização monetária pós-�xada são atualizados até a data da avaliação. 4.2.1.3 As aplicações em ouro, como ativo �nanceiro, são avaliadas pelo valor de mercado. 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 19 27/10/2016 15:32:41 Tópicos avançados de contabilidade – 20 – 4.2.2.3 Os investimentos temporários são avaliados ao custo de aqui- sição, e, quando aplicável, acrescidos da atualização monetária, dos juros e outros rendimentos auferidos. 4.2.2.4 Os direitos, títulos de crédito e quaisquer outros créditos mer- cantis, �nanceiros e outros pre�xados, são ajustados a valor presente. A CVM, por meio do Parecer de Orientação 17 de 1989 (PO 17/89), estabeleceu as seguintes regras sobre a provisão para ajuste a valor de mercado: 9. PROVISÃO PARA AJUSTE A VALOR DE MERCADO Para efeito da constituição das provisões previstas nos incisos I e III do artigo 183, da Lei 6.404/76, o valor de mercado, queservirá de parâ- metro para a avaliação de títulos e valores mobiliários, deverá conside- rar a média aritmética ponderada da última cotação diária ocorrida no exercício, na Bolsa de maior volume de negociação, desprezando-se, se existentes, cotações derivadas de negociações atípicas. 1.4 Investimentos permanentes São conceituados como investimentos permanentes todas as aplicações de recursos �nanceiros em participações societárias e em direitos e bens não destinados à manutenção das atividades principais da empresa, além de não poderem ser classi�cados nem no Ativo Circulante e nem no Ativo Realizável a Longo Prazo do Balanço Patrimonial. Existem diversos tipos de investimentos que podem ter essas característi- cas, entre eles as participações permanentes em outras empresas, por meio de ações ou quotas de capital, os incentivos �scais de qualquer natureza auferi- dos, todos os imóveis que não estejam relacionados ao uso da empresa para a continuidade de suas atividades operacionais, obras de arte etc. A sua classi�cação, consequentemente ao seu tratamento diferenciado em relação aos outros investimentos que podem ser realizados, é evidenciada no subgrupo Investimentos do Ativo Não Circulante. As contabilizações possíveis de ocorrerem neste tipo de investimento são a respectiva aquisição, os rendimentos obtidos na sequência da sua valoriza- ção, eventuais provisões para perdas, além dos incentivos �scais e de baixas quando a empresa opta por não mais manter tais investimentos compondo a estrutura patrimonial. 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 20 27/10/2016 15:32:41 – 21 – Conceitos e classiÎcação de investimentos São diversos os motivos que fazem com que uma empresa resolva por investir parte de suas sobras �nanceiras em outras empresas, dentre eles destacam-se: 2 maior diversi�cação – é o exemplo de uma instituição �nan- ceira que adquire uma participação societária em uma indústria, fazendo com que os seus ganhos não �quem apenas dependentes de seu próprio mercado de atuação ou de investimentos no mer- cado �nanceiro; 2 verticalização de produção – essa situação ocorre quando, por exemplo, uma indústria automobilística adquire o controle acioná- rio de uma fábrica de pneus – sua fornecedora – para garantir que os insumos necessários à consecução das atividades operacionais continuem a ser fornecidos com uma garantia maior; 2 garantia de fornecimento de insumos estratégicos – uma indús- tria de �os e cabos elétricos/eletrônicos, por exemplo, adquire par- ticipação societária de uma empresa importadora de cobre, visando à garantia futura de suprimentos de cobre para sua produção, gerando diferencial competitivo em comparação com outras empre- sas concorrentes; 2 alternativa de investimentos – para as empresas com altos índices de capitalização, a aplicação de recursos �nanceiros em outras empresas notadamente rentáveis pode ser uma boa alter- nativa de investimento; 2 expansão mais rápida do grupo – ocorre quando um determinado grupo econômico quer expandir rapidamente suas atividades, para aproveitar um bom momento da economia. Sem a necessidade de constituição de uma nova empresa, processo mais moroso e buro- crático, é realizada a aquisição de uma empresa já em atividade; 2 eliminação da concorrência – acontece quando um grupo empresa- rial que possui mercado em uma região geográ�ca, como o Nordeste do país, tem a intenção de explorar mercado também no Sudeste do Brasil. Entretanto, há outro grande grupo já atuante no Sudeste, líder de mercado, não havendo demanda para mais um concor- rente. Uma boa alternativa, nesses casos, é veri�car a viabilidade de 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 21 27/10/2016 15:32:41 Tópicos avançados de contabilidade – 22 – aquisição daquele grupo já existente, o que pode se tornar muito mais saudável �nanceiramente do que declarar guerra e tentar dis- putar preços pela demanda. Há de se tomar as devidas precauções, pois alguns organismos regulamentadores podem identi�car tal aquisição como busca de monopólio, proibindo essas operações. Essas regulamentações têm o objetivo de proteger os consumidores de eventuais estratégias prejudiciais por parte de grupos com más intenções empresariais; 2 aquisição de marcas e patentes – nessa situação, há uma empresa produzindo e comercializando um produto bastante conhecido pelos consumidores, sendo muito alto seu potencial de lucro. A empresa detentora da patente desse produto, no entanto, não consegue explo- rar todo esse potencial de lucro, por falta de experiência administra- tiva, comercial ou insu�ciência de recursos �nanceiros para expandir suas atividades, investir em propaganda, �nanciar seus clientes etc. Nessas circunstâncias, talvez seja mais vantajoso vender a empresa, incluindo a patente, para um investidor com capital su�ciente para alavancar as atividades; 2 planejamento tributário – como exemplo, pode ser citada uma indústria instalada no Sul do Brasil, a qual ganhou uma grande con- corrência internacional para exportação de seus produtos por um longo período de tempo. De posse da informação de que a Zona Franca de Manaus concede vários incentivos �scais, na forma de isenção de diversos tributos, é certo que essa indústria do Sul bra- sileiro ganhará muito mais dinheiro se conseguir comprar o con- trole acionário de outra indústria do mesmo setor já instalada em Manaus e transferir para lá sua produção, bene�ciando-se de todos os benefícios �scais concedidos no Norte, por meio da correta apli- cação de seu capital ganho no Sul do Brasil. 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 22 27/10/2016 15:32:41 – 23 – Conceitos e classiÎcação de investimentos Ampliando seus conhecimentos Avaliação de investimentos: considerações iniciais (SOUZA, 2007. Adaptado.) A princípio, é de bom alvitre entender o que é investimento e quais suas classificações possíveis na estrutura das informa- ções contábeis. Em sentido amplo, todo o ativo de uma entidade representa os investimentos escolhidos pelos gestores para aplicar os recursos provenientes ora do patrimônio líquido, ora do pas- sível exigível. Inobstante, determinados ativos têm características peculiares que os diferenciam do conjunto, de modo a serem chamados, em sentido restrito, investimentos. Ainda assim, pode-se diferenciar tais ativos em investimentos temporários e investimentos permanentes, de acordo com a pre- disposição da empresa em aliená-los ou convertê-los em recur- sos financeiros no curto, no médio ou em prazo indeterminado. O ativo, em seu conjunto, é caracterizado pela capacidade de gerar dividendos para a entidade, sejam imediatos ou futuros. Por outro lado, para ser classificado como ativo o bem deve ser próprio e mensurado em termos monetários. Os bens do ativo circulante possuem a peculiaridade de pode- rem gerar recursos financeiros para a empresa em curto período de tempo. Enquanto que do ativo realizável a longo prazo espera- -se a conversão em lapso temporal superior, no mínimo, a um ano, desde a data do levantamento do balanço patrimonial. 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 23 27/10/2016 15:32:41 Tópicos avançados de contabilidade – 24 – Por outro lado, os bens classificados como permanentes, investimentos e imobilizado, não têm prazo previsto para alie- nação ou conversão em recursos financeiros. Pois bem, mas se todo o ativo tem como característica gerar resultado para a entidade, o que, de fato, diferencia os inves- timentos assim classificados dos demais? É que os ativos, de modo geral, são utilizados diretamente pela empresa para consecução de seus fins e, consequen- temente, os resultados advindos da utilização dos mesmos ocorrem por força das atividades empresariais. De forma diferente,os ativos classificados como investimen- tos são característicos por gerarem dividendos para a empresa independentemente do emprego de esforços por parte desta. Desse modo, a peculiaridade fundamental dos ativos classifica- dos como investimentos no balanço patrimonial de uma enti- dade é a perspectiva que se tem que dele retornem dividendos para a investidora sem necessidade de esforços operacionais. Assim ocorre com os estoques que são classificados como ativo (ativo circulante se houver pretensão de convertê-lo em recursos financeiros no exercício social em curso ou no pró- ximo, a contar da data do balanço patrimonial, no mínimo), mas não como investimentos, pois para que eles gerem retorno para a entidade é preciso que esta desenvolva ativida- des operacionais: compra de matéria-prima; emprego de mão de obra; emprego de máquinas e ou equipamentos; emprego de logística; esforços para vender a preço capaz de cobrir os custos e gerar resultado, enfim. De forma contrária, as aplicações financeiras com expectativa de resgate no exercício em curso ou no seguinte são classi- ficadas no ativo circulante como investimentos temporários, porquanto existe expectativa de retorno, porém esse não 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 24 27/10/2016 15:32:41 – 25 – Conceitos e classiÎcação de investimentos depende de atividades empresariais próprias, senão da dinâ- mica do próprio mercado financeiro. Os ativos classificados como investimentos permanentes são todos os que não podem ser classificados no circulante ou no realizável a longo prazo, em razão de seu prazo de realização, bem como as participações não temporárias em outras socie- dades e outros direitos que não se destinem à manutenção das atividades da empresa. É que os ativos que se destinam ao desenvolvimento das ativi- dades empresariais devem ser classificados em grupos de contas específicos, pois deles dependem, em tese, a sobrevivência ope- racional da empresa. Trata-se, portanto, do ativo imobilizado. Note-se que as participações em outras sociedades são inves- timentos, tem-se expectativa que gerem aumento de riqueza para a empresa, contudo sem que esta se esforce para tanto, pois cabe à investida realizar os negócios necessários à manu- tenção de suas atividades. A investidora participa dos resulta- dos da investida indiretamente, na proporção de seus investi- mentos no capital social da outra. Ocorre dessa forma também quando a empresa aplica recur- sos financeiros na aquisição de terrenos (não para uso pró- prio, mas com a expectativa de que eles sejam valorizados e, por consequência, no momento da sua alienação gerem resultado econômico favorável). E de forma análoga, quando compra obras de arte e outros ativos especulativos. Diferentemente, quando a entidade adquire equipamentos eletrônicos, bens móveis, imóvel para instalação de sua planta e outros bens necessários para o desempenho de suas ativi- dades operacionais, ela tem a expectativa de que eles contri- buam, de acordo com suas funções, para a geração de resul- tado econômico, todavia, para que isso ocorra, empregará sua força de trabalho para, através deles, explorar sua atividade. 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 25 27/10/2016 15:32:41 Tópicos avançados de contabilidade – 26 – Diante do explanado até aqui, cabe a conclusão de que os investimentos em sentido restrito são caracterizados pelo fato de terem capacidade de gerar dividendos para a investidora independentemente de atividade vinculada desta, enquanto que os outros ativos, embora tenham também como caracterís- tica proporcionar resultado econômico favorável, só alcançam seu objetivo mediante esforços da empresa. Atividades 1. De forma direta, em que local do Balanço Patrimonial podem ser classi�cados os investimentos temporários? 2. Quando há a intenção de permanência na estrutura da empresa, como podem ser avaliados os investimentos? 3. Onde devem ser registrados e como podem ser avaliados os investi- mentos em ouro das empresas? 4. Quando uma empresa possuir um ciclo operacional diferente do que estabelece a Lei das Sociedades por Ações, como ela deve proceder com relação à classi�cação dos seus investimentos? 5. No caso de investimentos em ouro, como devem ser tratadas as des- pesas que são geradas pelos ajustes para menos nos valores investidos, no tocante à tributação de IRPJ? 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 26 27/10/2016 15:32:41 Investimentos permanentes – custo de aquisição 2 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 27 27/10/2016 15:32:43 Tópicos avançados de contabilidade – 28 – 2.1 Métodos de avaliação A correta forma de avaliação dos investimentos permanentes no capital de outras sociedades é estabelecida pelo artigo 183, inciso III, da Lei 6.404/76 (Lei das Sociedades por Ações). Para a melhor compreensão desse tema, que demanda uma análise teórica profunda e um embasamento legal completo, vejamos a letra do texto legal: Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: [...] III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o disposto nos artigos 248 a 250, pelo custo de aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como perma- nente, e que não será modi�cado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas boni�cadas. Pela interpretação do texto legal, extrai-se o conhecimento de que existem duas formas de avaliação de participações permanentes em outras sociedades. A regra geral é que seja feita a avaliação dos investimentos pelo custo de aquisição, ajustado pela provisão para perdas quando estiver com- provada como permanente, respeitando os Princípios de Contabilidade vigentes no Brasil. O artigo 248 da Lei das Sociedades por Ações regulamenta a outra forma de avaliação das participações societárias permanentes e a denomina como Método da Equivalência Patrimonial (MEP). O simples fato de existirem duas formas de avaliação não quer dizer que as sociedades estão livres para deliberarem sobre a forma mais conve- niente de avaliação de seus investimentos permanentes. O MEP apenas pode ser utilizado nos casos expressamente previstos em lei e, de forma adicional, seguindo as deliberações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Em qualquer outro caso, ou seja, quando não for aplicável a avaliação pelo MEP, é compulsória a utilização do método do custo de aquisição para avaliação dos investimentos permanentes. O MEP apenas pode ser utilizado segundo o artigo 5.º da Instrução CVM 247/96, a qual de�niu o artigo 248 da Lei das Sociedades por Ações, com o 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 28 27/10/2016 15:32:43 – 29 – Investimentos permanentes – custo de aquisição objetivo de avaliar os investimentos em sociedades controladas e os investi- mentos relevantes, sendo compulsória a necessidade de in�uência da admi- nistração ou, ainda, que o investimento represente um percentual maior que 20% do capital votante das sociedades coligadas ou equiparadas a coligadas. Já o Método do Custo é usado para avaliação dos investimentos em outras sociedades. No entanto, de forma divergente do MEP, os investimen- tos devem ser em sociedades que não sejam coligadas nem controladas ou que, mesmo sendo sociedades coligadas, o investimento não seja relevante para a investidora ou esta não exerça in�uência na administração da sociedade investida ou nas quais o valor do investimento seja menor do que 20% do capital social da investida. 2.2 Método do Custo de Aquisição Este método é utilizado para a avaliação de participações societárias por meio de ações ou quotas em sociedades, asquais não sejam coligadas ou controladas, assim como investimentos em sociedades coligadas, desde que não considerados relevantes, individualmente ou em conjunto e, ainda, que a administração não exerça qualquer in�uência. Desse modo, na adoção desse método, a entidade investidora registra e avalia os investimentos pelo custo de aquisição, deduzidos de provisão para per- das, conforme dispõe o artigo 183, III, da Lei das Sociedades por Ações, obser- vando-se que essa provisão é necessária para se obter o valor de mercado, já que o critério é custo de aquisição ou valor de mercado, dos dois o que for menor. Deve ser enfatizado que a provisão para perdas somente poderá ser cons- tituída quando a perda estiver comprovada como permanente. Entende-se que a perda é permanente quando a sociedade investida pedir concordata ou quando a sua falência for declarada. Também pode haver a constituição dessa provisão em casos de a sociedade investida apresentar, durante períodos con- secutivos, prejuízos acumulados nas suas atividades operacionais. Os lucros ou dividendos que cabem à investidora, de acordo com este método, devem ser registrados como receita operacional no momento em que a empresa investida distribuí-los ou provisioná-los, não se fazendo, na 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 29 27/10/2016 15:32:43 Tópicos avançados de contabilidade – 30 – empresa investidora, qualquer alteração no valor do investimento efetuado com base no custo de aquisição. Importante: é necessário que seja feita observação acerca da avalia- ção de investimentos sendo utilizado o método do custo de aquisição. O aumento do Patrimônio Líquido (PL) na investida, pela geração de lucros ou reservas absorvidos não deve se traduzir em alteração na participação societária da investidora. No entanto, a redução do PL da investida há de ser registrada pela socie- dade investidora como provisão para perdas, desde que essa redução ou perda esteja comprovada como permanente. 2.2.1 Custo de Aquisição De acordo com todo o referencial teórico já abarcado, pode-se de�nir que o custo de aquisição evidencia o valor líquido e efetivo sacri�cado na aquisição da participação societária. Dessa forma, o custo de aquisição está ligado aos valores relativos a: 2 aplicações na formação de capital para constituição de nova sociedade; 2 aquisições ou subscrições de novas ações ou quotas por aumento de capital, inclusive ágio; 2 montantes pagos pela compra de ações de terceiros, inclusive ágio ou deságio; 2 pagamentos de corretagem. Para fazer com que o estudo do tema �que mais simples de ser visuali- zado, busca-se o auxílio de exemplos práticos para ilustração: Exemplo 1 A Companhia Atenas, apresentando boa situação �nanceira, resolveu apli- car parcela de seus recursos, de forma permanente, na empresa Istambul Ltda., cujo capital social é de R$100.000,00, representado por 100 000 quotas. A aquisição, à vista, da Cia. Atenas se limitou a 7 500 quotas ao custo unitário de 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 30 27/10/2016 15:32:43 – 31 – Investimentos permanentes – custo de aquisição R$1,10, isto é, com ágio de R$0,10 por quota e mais uma taxa de corretagem de R$50,00. Assim, os valores despendidos pela Cia. Atenas foram: 7 500 quotas x R$1,00 = R$7.500,00 Ágio de R$0,10 por quota (7 500 x R$0,10) = R$750,00 Corretagem = R$50,00 Total = R$8.300,00 Esse fato deverá ser lançado pela Cia. Atenas da seguinte forma: Investimento na empresa Istambul Ltda. a Caixa/Bancos R$8.300,00 É importante ser observado que o valor do ágio e o valor da corretagem foram absorvidos pelo valor do investimento. Exemplo 2 A Cia. Jacaré adquiriu da Cia. Javali 1 000 ações pagando, à vista, o montante de R$30.000,00. O capital da Cia. Javali é composto por 12 000 ações, com valor individual de R$30,00. Dessa forma, o lançamento contábil da operação, na Cia Jacaré, será: Investimento na Cia. Javali a Caixa/Bancos R$30.000,00 Nessa operação, nota-se que não houve custo de corretagem e também não houve pagamento de ágio, sendo desembolsado o valor real registrado na investida. Exemplo 3 A Cia. Azaleia adquiriu da Cia. Violeta a quantia de 18 000 ações pelo preço de R$9.000,00. O capital da Cia. Violeta é de R$200.000,00, repre- sentado por 200 000 ações. Houve, portanto, um deságio na operação de R$9.000,00. O lançamento contábil na Cia Azaleia será: Investimentos na Cia. Violeta a Caixa/Bancos R$9.000,00 Deve-se notar que o valor do deságio foi considerado como diminuição de custo de aquisição, sendo registrado apenas o valor líquido do investimento 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 31 27/10/2016 15:32:43 Tópicos avançados de contabilidade – 32 – adquirido. Assim, para os investimentos que serão avaliados pelo método do custo, todos os gastos realizados para sua aquisição deverão ser integrados, não se fazendo o destaque do ágio ou do deságio quando existirem, ou seja, o investimento será registrado pelo valor efetivamente desembolsado quando da aquisição, sendo incluído o valor da corretagem e do ágio, quando houver. Já o valor do deságio será deduzido, registrando-se o investimento pelo valor líquido da transação. 2.2.2 Provisão para perdas De acordo com a Lei das Sociedades por Ações, todos os investimentos avaliados pelo método do custo de aquisição devem ser registrados pelos seus respectivos custos, deduzidos de provisão para perdas. Estão em consonância com esse argumento legal os Princípios Contábeis da Prudência, do Registro pelo Valor Original, da Oportunidade e da Competência. Cabe ser ressaltado, também, que essa provisão não é dedutível para efeitos de Imposto de Renda, a partir de 1.º de janeiro de 1996, respeitando o especi�cado na Lei 9.249/95. No entanto, como o objetivo da conta- bilidade é maior, não �cando restrito apenas às disposições existentes na legislação �scal, essa provisão deve ser constituída quando houver perdas prováveis na realização do valor do investimento, desde que essas perdas sejam comprovadas como permanentes, seguindo os ditames da Lei das Sociedades por Ações. Já para �ns �scais, quando da apuração do Lucro Real, os valores das despesas com provisão dessa natureza serão adicionados ao Lucro Líquido do Exercício, acarretando um aumento na base de cálculo do lucro tributável. É salutar que, quando a sociedade investida registrar redução no Patrimônio Líquido, proveniente de resultados negativos, quais sejam prejuí- zos acumulados por diversos exercícios, o valor patrimonial das ações sofrerá redução e esse montante deverá ser registrado na sociedade investidora. Exemplo 4 Supondo que a Cia. Bastardos seja detentora de ações da Cia. Primos, adquiridas e registradas em seu patrimônio pelo custo de R$25.000,00 e que 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 32 27/10/2016 15:32:44 – 33 – Investimentos permanentes – custo de aquisição as ações da Cia. Primos estão desvalorizadas em função de sucessivos resulta- dos negativos, trazendo um re�exo para a investidora no valor de R$4.000,00, o lançamento contábil pertinente será o seguinte: Perdas na participação societária a Provisão para Perdas em Participação Societária R$4.000,00 Por se caracterizar em perda de capital, o valor da perda na participação societária é classi�cado como Outras Despesas e a provisão é conta reti�ca- dora do Ativo Não Circulante, subgrupo Investimentos. Sendo assim, no Balanço Patrimonial, o fato �cará registrado no Ativo Não Circulante, sub- grupo Investimentos, conforme especi�cado abaixo: Ativo Não Circulante Investimentos Ações na Cia Primos R$25.000,00 (–) Provisão para perdas R$(4.000,00) Ainda é importante ser destacado que, no caso de essas provisões serem revertidas, ou seja, no caso de taisperdas não se efetivarem, os valores serão registrados como Outras Receitas. No entanto, esses valores são considera- dos receitas não tributáveis, devendo ser ajustados no Livro de Apuração do Lucro Real (LALUR). Abaixo, segue um exemplo de contabilização da rever- são da provisão para perdas. Provisão para Perdas em Participação Societária a Outras Receitas – Reversão de provisão para perdas R$4.000,00 2.2.3 Dividendos recebidos ou declarados O Balanço Patrimonial de qualquer empresa deve, obrigatoriamente, destinar o montante relativo ao lucro do exercício, seja no Patrimônio Líquido, como Prejuízos Acumulados ou Reservas, seja no Passivo, sob a forma de Dividendos a Pagar ou Dividendos Propostos. A Lei das Sociedades por Ações, por meio de seu artigo 186, dispõe que os dividendos sejam declarados a partir da conta Lucros Acumulados, com base em um lucro ajustado nos termos do artigo 202 da mesma lei. Sendo 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 33 27/10/2016 15:32:44 Tópicos avançados de contabilidade – 34 – assim, o valor do dividendo será debitado na conta de lucros ou prejuízos acumulados, mas a apuração do referido valor será baseada no lucro ajustado. À sociedade investidora recai a obrigação de obtenção da informação junto à sociedade investida, ou seja, deve procurar saber se houve a declara- ção de dividendo ou a proposição de dividendo, com o objetivo de efetuar o devido lançamento desse dividendo, se for o caso. Quando a investida realizar distribuição de seus lucros por um registro no seu passivo, na conta dividendos a pagar ou propostos, a investidora deverá reconhecer esse direito com o correspondente registro no ativo circulante ou não circulante (realizável a longo prazo) em conta própria de “Dividendos a Receber” com a contrapartida em conta de receita operacional, denomi- nada Receita de Dividendos. Os registros contábeis a serem efetuados serão os seguintes (utilizando como exemplo o valor de R$3.500,00): 1. Pelo reconhecimento do direito ao dividendo: Dividendos a Receber a Receita de Dividendos R$3.500,00 2. Pelo efetivo recebimento do dividendo: Caixa/Bancos a Dividendos a Receber R$3.500,00 A sociedade investida deve comunicar o direito para a sociedade investi- dora relativo ao direito ao dividendo. No entanto, caso esse aviso não ocorra e o pagamento seja realizado sem prévio aviso, apenas um lançamento contábil será necessário, haja vista que o direito a receber não foi reconhecido pre- viamente. O regime de caixa será utilizado, sendo registrado o efetivo rece- bimento do dinheiro por parte da investidora e o registro da receita com os dividendos, seguindo a mesma nomenclatura utilizada no exemplo anterior, conforme exempli�cado a seguir. Caixa/Bancos a Receita de Dividendos R$3.500,00 Pode-se concluir que todos os investimentos avaliados pelo Método do Custo de Aquisição, quando geram benefícios por dividendos, estes serão sempre considerados como receitas operacionais e, de maneira oposta, as per- das serão consideradas como outras despesas. 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 34 27/10/2016 15:32:44 – 35 – Investimentos permanentes – custo de aquisição Para o caso dos investimentos avaliados pelo Método de Equivalência Patrimonial, os valores relacionados a dividendos declarados pela sociedade investida reduzem o valor do investimento, não restando motivo para se pen- sar em receita no recebimento de dividendo, já que essa receita deverá ser registrada e reconhecida no momento da reavaliação do investimento pela equivalência patrimonial. Importante: outro aspecto a se analisar se refere ao caso em que a investi- dora recebe dividendo quando a aquisição do investimento conta com menos de seis meses. Utilizando-se da análise do Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99), em seu artigo 380, transcrito na sequência que, nessa hipótese a investidora adquiriu, além da participação, o direito ao dividendo, ou seja, o dividendo já era devido ao tempo da transação ou aquisição do investimento. Sendo assim, na ocasião do recebimento do dividendo, nessas condições, ele não será considerado como uma receita operacional, mas como uma redução do próprio investimento. Art. 380. Os lucros ou dividendos recebidos pela pessoa jurídica, em decorrência de participação societária avaliada pelo custo de aquisição, adquirida até seis meses antes da data da respectiva percepção, serão registrados pelo contribuinte como diminuição do valor do custo e não in�uenciarão as contas de resultado (Decreto-Lei 2.072/1983, art. 2.º). O lançamento desse fato será contabilizado da seguinte forma (exem- plo aleatório): Caixa/Bancos a Investimentos Permanentes a Investimentos na Cia. Micdias R$2.500,00 No caso exempli�cado anteriormente, houve um crédito nos investi- mentos considerados permanentes, sendo creditada a conta especí�ca do investimento e a contrapartida registrada como entrada de dinheiro no caixa ou em bancos. No caso de a sociedade investidora ter adquirido o investimento em fevereiro de 2010 e a sociedade investida ter apurado lucro e emitido a con- sequente declaração de dividendos em 2008, a sociedade investidora não terá 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 35 27/10/2016 15:32:44 Tópicos avançados de contabilidade – 36 – direito a nenhuma parte desse dividendo, já que é um dividendo pertencente aos investidores que eram titulares das ações ao �nal do exercício de 2008, exatamente na data em que o dividendo foi declarado. 2.2.4 Aspectos fiscais Os dividendos recebidos pela investidora são receitas operacionais e não são tributados pelo imposto de renda. Sendo assim, podem ser excluí- dos do lucro contábil na apuração do lucro real. Como os dividendos são calculados e distribuídos pela empresa investida após os devidos pagamen- tos de imposto de renda, caso a investidora também o pagasse, seria carac- terizada bitributação, ou seja, os mesmos impostos seriam pagos duas vezes sobre os mesmos montantes. Não são dedutíveis para �ns de apuração do lucro real as provisões para perdas prováveis. Por isso, na apuração do Lucro Real, as contrapartidas dessas provisões devem ser adicionadas ao resultado contábil, aumentando o resultado �scal. Esse procedimento se faz necessário para que as normas contábeis não sejam descumpridas e que os corretos valores de tributos sobre a renda sejam calculados, com a utilização do LALUR. Os eventuais ganhos apurados na alienação da participação societária são tributáveis pelo imposto de renda e as suas perdas possibilitam a res- pectiva dedução da base de cálculo do mesmo imposto. Também deve ser destacado que nos ganhos e, também, nas perdas decorrentes da alienação de participação societária classi�cada como permanente, as contas afetadas nos seus registros são outras receitas ou despesas, respectivamente. 2.2.5 Aspectos legais e contábeis Observando o critério de ordem decrescente do grau de liquidez estabele- cido no artigo 178, §1.º, a Lei Societária insere os Investimentos Permanentes no segundo subgrupo do Ativo Não Circulante, ao passo que o artigo 179, da mesma lei, determina quais contas devem integrar esse subgrupo investi- mentos. Deduz-se daí que, mesmo sendo parte do Ativo Não Circulante, os investimentos apresentam certa expectativa de realização, o que não ocorre com o imobilizado e o Intangível ou, em outras palavras, o Ativo Não Circulante 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 36 27/10/2016 15:32:44 – 37 – Investimentos permanentes – custo de aquisição Investimentos é, entre os bens permanentes, o segundo grupo que pode ser alienado em caso de crise de liquidez. Art. 178. No balanço, as contas serão classi�cadas segundo os elemen- tos do patrimônio que registrem, e agrupadas de modo a facilitar oconhecimento e a análise da situação �nanceira da companhia. §1.º No ativo, as contas serão dispostas em ordem decrescente de grau de liquidez dos elementos nelas registrados, nos seguintes grupos: [...] II - ativo não circulante, composto por ativo realizável a longo prazo, investimentos, imobilizado e intangível. [...] Art. 179. As contas serão classi�cadas do seguinte modo: [...] III - em investimentos: as participações permanentes em outras socie- dades e os direitos de qualquer natureza, não classi�cáveis no ativo circulante, e que não se destinem à manutenção da atividade da com- panhia ou da empresa; No artigo 188 da Lei Societária, que trata da elaboração da Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC), nos é apresentada a seguinte norma: Art. 188. As demonstrações referidas nos incisos IV e V do caput do art. 176 desta Lei indicarão, no mínimo: I - demonstração dos �uxos de caixa – as alterações ocorridas, durante o exercício, no saldo de caixa e equivalentes de caixa, segregando-se essas alterações em, no mínimo, 3 (três) �uxos: a) das operações; b) dos �nanciamentos; e c) dos investimentos. No que for pertinente à avaliação desses investimentos, encontramos amparo legal no inciso III do artigo 183. Esse dispositivo estabelece que os investimentos devem ser avaliados pelo custo de aquisição, corrigido moneta- riamente e ajustado por provisão para perdas comprovadas como permanentes: Art. 183. No balanço, os elementos do ativo serão avaliados segundo os seguintes critérios: [...] III - os investimentos em participação no capital social de outras sociedades, ressalvado o disposto nos arts. 248 a 250, pelo custo de 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 37 27/10/2016 15:32:44 Tópicos avançados de contabilidade – 38 – aquisição, deduzido de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver comprovada como perma- nente, e que não será modi�cado em razão do recebimento, sem custo para a companhia, de ações ou quotas boni�cadas. Da análise desse inciso III extraímos as seguintes conclusões: 2 Em relação às participações societárias permanentes, a lei estabelece dois critérios de avaliação: Pelo custo de aquisição – Método de Custo Pelo valor do patrimônio líquido – Método da Equivalência Patrimonial 2 Os investimentos pelo Método do Custo de Aquisição serão ava- liados pelo custo de aquisição e deduzidos de provisão para perdas prováveis na realização do seu valor, quando essa perda estiver com- provada como permanente. 2 A perda será comprovada como permanente quando a sociedade investida apresentar prejuízos acumulados, estiver em processo de recuperação judicial ou extrajudicial ou for decretada a falência. Veja que todas as hipóteses acabam reduzindo o valor do patrimô- nio líquido, sendo, em última análise, essa a causa que pode ensejar a constituição da provisão para perdas. Outro aspecto a salientar diz respeito ao princípio contábil da prudência, pois este reclama a constituição de provisão quando existir incerteza de grau variável. Dessa forma, para constituirmos uma provisão, qualquer que seja, deve haver alguma incerteza, seja em relação ao valor, ao fato ou outro aspecto qualquer, pois se não há essa incerteza a perda é de fato e nesse caso devemos baixar o investimento por perecimento, cuja baixa terá como contrapartida uma despesa não operacional e será dedutível pela legislação �scal. 2 Na parte �nal do inciso sob análise consta “[...] e que não será modi�cado em razão do recebimento, sem custo para a compa- nhia, de ações ou quotas boni�cadas”. Essas ações ou quotas boni- �cadas podem surgir pelo aumento do capital social com utiliza- ção de reservas ou lucros acumulados. Veja-se que nesse caso há aumento do capital social sem que os acionistas ou sócios tivessem 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 38 27/10/2016 15:32:44 – 39 – Investimentos permanentes – custo de aquisição desembolsado recursos �nanceiros. A sociedade investida pode emitir, nesse caso, as chamadas ações ou quotas boni�cadas, repas- sando-as, de forma proporcional, aos detentores de ações ou quo- tas. Pode, também, aumentar o valor nominal das ações já existen- tes. Em ambos os casos não há custo para a sociedade investidora. Conforme disposto nos artigos 592 a 594 do Decreto 3.000/90 – Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99) –, as empresas tributadas com base no lucro real poderão optar por aplicações em incentivos �scais, com parte do Imposto de Renda devido: Art. 592. A pessoa jurídica tributada com base no lucro real poderá optar pela aplicação de parcelas do imposto de renda devido, nos ter- mos do disposto neste Capítulo, em incentivos �scais especi�cados nos arts. 609, 611 e 613 (Decreto-Lei 1.376, de 12 de dezembro de 1974, art. 1.º). Art. 593. O valor do imposto recolhido na forma dos arts. 454 e 455, mantidas as demais disposições sobre a matéria, integrará o cálculo dos incentivos �scais destinados ao FINOR, FINAM e FUNRES (Lei 8.541/92, art. 11). Art. 594. Os incentivos a que se refere este Capítulo não se aplicam aos impostos devidos por lançamento de ofício ou suplementar, observado ainda o disposto no §11 do art. 394 (Lei 4.239, de 1963, art. 18, §5.º, alínea “a”, e Decreto-Lei 756/69, art. 1.º, §6.º). 2.2.6 Valor justo (fair value) Nos dias atuais, no Brasil, em decorrência da entrada em vigor dos padrões internacionais de contabilidade, ocasionando alterações na Lei das Sociedades por Ações e a edição de novas resoluções por parte da CVM e novos pronuncia- mentos por parte do Comitê de Pronunciamentos Contábeis (CPC), a avalia- ção de ativos por meio do método denominado valor justo ou fair value, do inglês, tem sido um tema discutido com frequência na comunidade contábil. O fair value nada mais é do que o valor pelo qual um ativo pode ser rea- lizado ou trocado entre agentes independentes, detentores de conhecimentos de mercado e interessados na operação. Na prática, acaba por ser a alteração do custo histórico pelo valor de mercado na base de avaliação. 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 39 27/10/2016 15:32:44 Tópicos avançados de contabilidade – 40 – Essa poderia ser, para os especialistas na temática contábil, uma solu- ção para o problema do registro baseado no custo histórico. Nesse caso, as demonstrações possuem a característica de perder valor com o passar do tempo e a utilidade dos ativos seria avaliada de forma intempestiva, perdendo parte da sua relevância. Com o fair value, a solução estaria garantida, já que os valores presentes seriam sobrepostos aos históricos. Para o caso dos ativos a serem reavaliados por este critério, eles seriam remarcados com base no valor de mercado. Para o caso de componentes patri- moniais que não são comercializados com frequência, o cálculo acaba incor- rendo em subjetividade excessiva, sendo utilizadas estimativas de�nidas por especialistas de cada área de negócio. Dessa forma, o fair value acaba incorrendo no chamado “subjetivismo responsável”, que nada mais é do que o compromisso do pro�ssional atuante na contabilidade para com a transparência da realidade econômico-�nanceira das entidades. Mesmo assim, esse subjetivismo depende de análises pessoais, as quais podem ser extremamente discrepantes. Para serem evitados vícios e interesses pessoais, �ca considerado justo o valor que está em coerência com a objetividade e com a ciência. O fair value fere não somente os Princípios de Contabilidade de�nidos pela Resolução 750/93 do Conselho Federal de Contabilidade (CFC), mas também a Deliberação CMV 29/86, princípios esses que regem a escrituração contábil brasileira, como especi�cados a seguir: 2 Princípio da Prudência – cautela da contabilidade em não for- necer ao usuário informações ilusórias. Especi�ca que, entreduas alternativas igualmente prováveis, aquela que deve ser registrada é a que ocasione um menor valor para o patrimônio líquido, ou seja, sempre se registrando o menor valor para os ativos e o maior valor para os passivos. Partindo desse pressuposto, o fair value somente poderá substituir o custo histórico de aquisição quando for menor, em se tratando de ativos. Ainda tendo como característica que o mercado é manipulável, o mais prudente é sempre adotar o menor valor para os ativos, mesmo que o mercado direcione para uma 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 40 27/10/2016 15:32:44 – 41 – Investimentos permanentes – custo de aquisição valorização maior. Isso, em um futuro de incertezas, pode gerar um presente de entusiasmo hipotético aos usuários das informações contábeis. 2 Convenção da Objetividade – mesmo sem a presença direta na Resolução CFC 750/93, está em vigor para que os procedimentos igualmente relevantes, na aplicação dos princípios, tenham prefe- rência na seguinte ordem decrescente: a) os que puderem ser com- provados por documentos e critérios objetivos; b) os que puderem ser corroborados por consenso de pessoas quali�cadas da pro�ssão, reunidas em comitês de pesquisa ou entidades que têm autoridade sobre princípios contábeis. Partindo desse referencial teórico, de�- ne-se que existe a preferência para os registros serem efetuados com base em documentos o�ciais e hábeis, tais como notas �scais, cupons �scais etc. e que qualquer outro método, mesmo sendo con- siderado subjetivo e mesmo responsável, irá ferir essa convenção. 2 Princípio do Registro pelo Valor Original – esse princípio pre- coniza que os ativos devem ser avaliados com base nos seus valores de entrada, o que é percebido pela redação do inciso I do artigo 7.º da Resolução CFC 750/93, que assim institui: “a avaliação dos componentes patrimoniais deve ser feita com base nos valores de entrada, considerando-se como tais os resultantes do consenso com os agentes externos ou da imposição destes”. Pode-se extrair que a avaliação a valores de saída, o que preconiza o fair value, também fere o Princípio do Registro pelo Valor Original, no mínimo na sua interpretação literal. Obviamente que o valor justo não é de todo equivocado, assim como os Princípios Contábeis também são, em parte, contestados por seus estudiosos. O mais a ser assimilado é que ainda há muito para ser discutido quanto à ava- liação de Ativos, tanto a custo de aquisição quanto a valor justo, pois ambos possuem suas vantagens e desvantagens. Cabe aos pro�ssionais da área contá- bil a tarefa de estudar e de�nir a maneira mais con�ável de suprir os usuários da contabilidade com as informações demandadas. 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 41 27/10/2016 15:32:44 Tópicos avançados de contabilidade – 42 – Ampliando seus conhecimentos Impacto da Lei 11.638/2007 na Tributação de Controladas e Coligadas no Exterior (AMENDOLA, 2008) Como é notório, a Lei 11.638/2007 alterou diversos dis- positivos da Lei 6.404/76 (“Lei das S.A.”), podendo ser considerada como um marco histórico no tratamento legal das demonstrações financeiras das empresas no Brasil. Muito embora a Lei 11.638/2007 não verse sobre matéria tributária, fato é que tal diploma pode afetar a tributação de controladas e coligadas no exterior de empresas que estão ou não sujeitas às regras prescritas pela Comissão de Valores Mobiliários, consoante restará demonstrado adiante. Cenário antes da Lei 11.638/2007 Antes da edição da nova lei, o superado artigo 248 da Lei das S.A. dispunha que apenas os investimentos em contro- ladas e coligadas, considerados relevantes nos termos do parágrafo único do artigo 247, deveriam ser avaliados pelo método de equivalência patrimonial. Tal dispositivo conside- rava como coligadas aqueles investimentos sobre os quais a empresa investidora tinha influência na administração ou que participava com 20% ou mais do capital social. Por outro lado, os investimentos em controladas e coligadas, não considera- dos como relevantes, deveriam ser avaliados pelo custo de aquisição, conforme dispõe o artigo 183, III da mesma lei, cuja redação não foi alterada. 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 42 27/10/2016 15:32:44 – 43 – Investimentos permanentes – custo de aquisição Cenário após a Lei 11.638/2007 Com a nova redação conferida ao artigo 248 pela Lei 11.638/2007, devem ser avaliados pelo método de equiva- lência patrimonial “os investimentos em coligadas sobre cuja administração tenha influência significativa, ou de que parti- cipe com 20% (vinte por cento) ou mais do capital votante, em controladas e em outras sociedades que façam parte de um mesmo grupo ou estejam sob controle comum”. Ou seja, com a novidade legislativa ora comentada, não importa mais se a controlada ou coligada é ou não qualificada como um investimento relevante para fins de obrigatoriedade de avalia- ção da mesma segundo o método de equivalência patrimo- nial. Além disso, a nova redação do dispositivo considera como coligadas os investimentos sobre os quais a empresa investidora tem influência na administração ou participa com 20% ou mais do capital votante; e não mais do capital social. Disso decorre que as controladas, que eram avaliadas pelo custo de aquisição, passam a ser avaliadas segundo o método de equivalência patrimonial no exercício social iniciado em janeiro de 2008. Além disso, as empresas devem verificar, sob a luz da nova redação do artigo 248 da Lei das S.A., se as coligadas, escrituradas com base no custo de aquisição no passado, devem passar a ser avaliadas pelo método de equivalência patrimonial. Essa verificação deve ser realizada, inclusive, pelas sociedades anônimas abertas. Tratamento Tributário das Controladas e Coligadas no Exterior Anteriormente à edição da Lei 11.638/2007, a legislação tri- butária determinava, e continua a determinar após tal novidade legislativa, que os lucros de controladas e coligadas no exterior devem ser tributados pelo Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e pela Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) no dia 31 de dezembro de cada ano, independentemente da 50697_Topicos_avançados_de_contabilidade.indb 43 27/10/2016 15:32:44 Tópicos avançados de contabilidade – 44 – distribuição de tais lucros via dividendos. Registre-se que há questionamento judicial relevante sobre o tema travado nos autos da Ação Direta de Inconstitucionalidade 2588, por meio da qual a constitucionalidade de tal previsão é combatida. A Receita Federal, por sua vez, ao regulamentar a matéria em 2002, estabeleceu que os lucros de controladas e coligadas no exterior, avaliadas pelo custo de aquisição, são tributáveis no Brasil apenas quando tais lucros forem disponibilizados para a investidora, mediante pagamento ou crédito. Nesse contexto, empresas que detinham investimentos em controladas e coligadas no exterior, não considerados relevan- tes, poderiam controlá-los pelo método de custo de aquisição e apenas tributar os lucros respectivos quando da distribuição dos mesmos. Essa situação, que era comum na constituição e manutenção de escritórios de representação ou de pequenas empresas no exterior, foi alterada pela Lei 11.638/2007. Com a nova redação do artigo 248 da Lei das S.A., as empresas com controladas no exterior ficam obrigadas a alterar o método de avaliação de tais investimentos, do custo de aqui- sição para o método de equivalência patrimonial, no exercício social iniciado em janeiro de 2008. As empresas (inclusive as sociedades anônimas abertas) com coligadas no exterior devem verificar se essas últimas devem passar a ser avaliadas pelo método de equivalência patrimonial. Com a adoção do método de equivalência patrimonial para
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