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Penal - Roteiro 06 - Teoria Geral da Norma Penal - Conflito Aparente de Normas

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Página 1 de 15 
NOME DO ALUNO 
Camila Fragozo Vargas e 
 Radharani Bertazzo da Silva 
08/04/2020 ESTUDO DIRIGIDO 
DIREITO 
PENAL 
1 
 
TEORIA GERAL DA NORMA PENAL 
 
CONFLITO APARENTE DE NORMAS 
 
ORIENTAÇÕES: 
1. Preencha os tópicos abaixo, utilizando ao menos TRÊS autores diferentes, fazendo as 
devidas citações dos mesmos em notas de rodapé, e referindo exemplos esclarecedores. 
2. Ao final, CRIE UMA questão objetiva, que abranja todo o conteúdo do presente estudo, e 
UMA questão objetiva sobre um conteúdo específico, destacando-as com a resposta correta. O 
critério para avaliação deste item será a ORIGINALIDADE (o não envolvimento do nome do 
Professor.) 
3. O trabalho deverá ser entregue em formato PDF, com o corpo do texto em fonte Calibri, 
tamanho 12, em parágrafos com o alinhamento justificado, 6 pontos “antes” e 0 pontos “depois”, 
e recuo de 1,25cm na primeira linha. As notas de rodapé em fonte Calibri, tamanho 9, em 
parágrafos com o alinhamento justificado, 6 pontos “antes” e 0 pontos “depois”, e Hanging de 
0,5cm. O documento deverá ter margem direita em 1,5cm e as demais em 2,0cm. 
Bom trabalho!! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 PRINCÍPIO DA ESPECIALIDADE (“LEX SPECIALIS DEROGAT LEGI GENERALI”) 
Conforme as palavras de Bitencourt:1 “significa que o extraditado não poderá ser julgado por 
fato diverso daquele que motivou a extradição. Esse é um compromisso político que o Estado 
requerido, isto é, aquele que concede a extradição, normalmente, tem dificuldade de controlar, na 
medida em que não tem ingerência na soberania interna do país requerente.” 
 
Conforme as palavras de Carlos Roberto Bacila: 2“A norma especial predomina sobre a geral; a 
norma especial é a norma geral com detalhes. Por exemplo: o infanticídio - que é a conduta de matar, 
sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após (CP, art. 123) - é 
especial em relação ao homicídio - que é o tipo de matar alguém (CP, art. 121). Outro exemplo é o 
roubo, que é especial em relação ao furto.” 
 
Conforme as palavras de Fernando Capez: 3“Especial é a norma que possui todos os 
elementos da geral e mais alguns, denominados especializantes, que trazem um minus ou um plus de 
severidade. É como se tivéssemos duas caixas praticamente iguais, em que uma se diferenciasse da 
outra em razão de um laço, uma fita ou qualquer outro detalhe que a torne especial. Entre uma e 
outra, o fato se enquadra naquela que tem o algo a mais.” 
 
Ao meu entender, princípio da especialidade é a lei especial, que possuí todos os requisitos da 
lei geral, e mais alguns complementos, que são denominado de especializantes. 
 
Exemplo esclarecedor: 
Conforme o exemplo de Fernando Capez: 4“O infanticídio tem tudo o que o homicídio tem, e 
mais alguns elementos especializantes: a vítima não pode ser qualquer “alguém”, mas o próprio filho 
da autora + o momento do crime deve se dar durante o parto ou logo após + a autora deve estar sob 
influência do estado puerperal.” 
 
 
 
 
 
 
 
1
 BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal: parte geral 1. 24. ed. São Paulo: Saraiva Educação. 2018. P 348. 
2
 BACI LA. Carlos Roberto. Introdução ao direito penal e à criminologia. 1.ª. ed. Curitiba: InterSaberes. 2016. P 73. 
3
 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral: arts. 1º a 120. 23ª. ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva Educação. 2019. P 173. 
4
 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral: arts. 1º a 120. 23ª. ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva Educação. 2019. P 173. 
 
2 PRINCÍPIO DA SUBSIDIARIEDADE (“LEX PRIMARIA DEROGAT LEGI SUBSIDIARIAE”) 
Conforme as palavras de Fernando Capez: 5“Subsidiária é aquela que descreve um grau menor 
de violação de um mesmo bem jurídico, isto é, um fato menos amplo e menos grave, o qual, embora 
definido como delito autônomo, encontra-se também compreendido em outro tipo como fase 
normal de execução de crime mais grave. Define, portanto, como delito independente conduta que 
funciona como parte de um crime maior. Dessa forma, se for cometido o fato mais amplo, duas 
normas aparentemente incidirão: aquela que define esse fato e a outra que descreve apenas uma 
parte ou fase dele. A norma que descreve o “todo”, isto é, o fato mais abrangente, é conhecida como 
primária e, por força do princípio da subsidiariedade, absorverá a menos ampla, que é a norma 
subsidiária, justamente porque esta última cabe dentro dela. A norma primária não é especial, é mais 
ampla.” 
Conforme as palavras de Bitencourt: 6“Há relação de primariedade e subsidiariedade entre 
duas normas quando descrevem graus de violação de um mesmo bem jurídico, de forma que a 
norma subsidiária é afastada pela aplicabilidade da norma principal. Frequentemente se estabelece a 
punibilidade de determinado comportamento para aplicar ou reforçar a proteção jurídico-penal de 
certo bem jurídico, sancionando-se com graduações menos intensas diferentes níveis de 
desenvolvimento de uma mesma ação delitiva. A rigor, a figura típica subsidiária está contida na 
principal. Para se constatar a relação primariedade subsidiariedade deve-se analisar o fato in 
concreto. 
Conforme as palavras de Bacila: 7 “Segundo o princípio da subsidiariedade da proteção de 
bens jurídicos, o direito penal funciona como a ultima ratio do ordenamento jurídico e da política 
social, que atua somente quando falham outros meios de solução dos problemas das comunidades 
(Roxin, 1997, p. 65). Assim, v.g., a ausência de um empregado ao trabalho ou a falta de pagamento 
de aluguéis são questões que podem ser resolvidas, no plano jurídico, respectivamente, mediante 
sanção trabalhista (desconto de salário) ou sanção civil (despejo ou execução da dívida), não sendo 
preciso que o direito penal tipifique tais condutas. Claus Roxin, para trazer um exemplo de 
desnecessidade de tutela penal, invoca a possibilidade de regulamentações policiais em alguns 
casos*.” 
 
Ao meu entender o princípio da subsidiariedade é quando o cometimento da conduta inicial, 
faz surgir uma norma incriminadora, que pela gravidade do acontecimento o sujeito passa a 
caracterizar um outro crime. Na utilização do principio da subsidiariedade deve-se analisar o grau de 
violação cometido pelo sujeito. 
 
 
 
 
 
 
5
 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral: arts. 1º a 120. 23ª. ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva Educação. 2019. P 176 e 177. 
6
 BITENCOURT. Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral. 17ª. Ed. São Paulo: Saraiva. 2012. P 543. 
7
 BACI LA. Carlos Roberto. Introdução: ao direito penal e à criminologia. Curitiba: lnterSaberes. 2016. P 42 e 43. 
 
Exemplo esclarecedor: 
Conforme temos o exemplo esclarecedor de Princípio da Subsidiariedade: 8“Imagine que A, 
sabendo estar contaminado por uma doença venérea, mantém relações sexuais com B. A princípio, 
A responderá pelo crime do art. 130 do CP - perigo de contágio venéreo, já que o agente expôs a 
vítima a contágio da moléstia. Entretanto, se dessa ação sobrevier a morte de B, é totalmente 
possível que A responda por homicídio, ou até mesmo lesão corporal seguida de morte. O juiz 
deverá analisar no caso concreto a intenção do agente no momento do crime e se o mesmo 
assumiu o risco de produzir o resultado. 
Daí, mostra-se a subsidiariedade do art. 130 em relação aos arts. 121 e 129. Em suma, 
houve uma ação ou omissão que caracterizou dois ou mais tipos penais. A norma mais ampla, mais 
gravosa, denominada norma principal, afastará a aplicação da norma subsidiária.” 
 Perigo de contágio venéreo 
 Art. 130 - Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio 
de moléstia venérea, de que sabe ou deve saber que está contaminado: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, ou multa. 
 § 1º - Se é intenção do agente transmitir a moléstia: 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos,e multa. 
 § 2º - Somente se procede mediante representação. 
Art. 121. Matar alguem: 
 Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 Lesão corporal 
 Art. 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano. 
(...) 
 Lesão corporal seguida de morte 
 § 3° Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quís o resultado, nem 
assumiu o risco de produzí-lo: 
 Pena - reclusão, de quatro a doze anos. 
 
 
 
8
 Disponível em: https://aylamacedo.jusbrasil.com.br/, acesso: 07/04/2020. 
https://www.jusbrasil.com.br/topicos/10623822/artigo-130-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-dezembro-de-1940
https://www.jusbrasil.com.br/legislacao/111984002/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
https://aylamacedo.jusbrasil.com.br/
 
2.1 Expressa 
Conforme as palavras de Bitencourt: 9“Será expressa quando a norma em seu próprio texto 
condiciona a sua aplicação à não aplicação de outra norma mais grave.” 
 
Conforme as palavras de Gomes: 10“é expressa (ou explícita) quando o legislador explicita que 
determinado tipo legal só tem aplicação se o fato não constitui crime mais grave. Exemplo*: art. 10, § 
1.°, III, da Lei 9.437197 (Lei das Armas de Fogo): “disparar arma de fogo ou acionar munição em lugar 
habitado ou em suas adjacências, em via pública ou em direção a ela, desde que o fato não constitua 
crime mais grave”. O dispositivo que acaba de ser transcrito é subsidiário (expresso), leia se, se o fato 
(disparo) constituir crime mais grave (homicídio, por exemplo), ele não terá incidência. O maior 
(homicídio) absorve o menor (disparo). Outro exemplo: art. 132 do CP: perigo para a vida ou saúde 
de outrem. O delito de perigo só tem incidência se o fato não constituir crime mais grave. Leia-se: se 
houver lesão, afasta-se o perigo.” 
 
Conforme as palavras de Toledo:11 “A subsidiariedade e expressa quando a própria lei ressalva 
a possibilidade de ocorrência de punição por fato mais grave, como ocorre no art. 132, citado. São 
exemplos de tipos expressamente subsidiários: o do art. 177, § 1.°, I, do Código Penal, em relação ao 
do art. 3.°, X, da Lei n. 1.521/51; o do art. 132 em relação ao do art. 133 do Código Penal; o do art. 
29, § 3.°, em relação ao do art. 121 do Código Penal etc. Nem sempre, porém, a subsidiariedade vem 
expressa na lei.” 
 
Ao meu entender, sobre princípio da subsidiariedade é quando o legislador manifesta que 
determinado tipo legal só tem aplicação se o fato não consiste em um crime mais grave. 
 
Exemplo esclarecedor: 
Perigo para a vida ou saúde de outrem 
 Art. 132 - Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente: 
 Pena - detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave. 
 Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da 
saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em 
estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas legais. (Incluído pela Lei nº 
9.777, de 1998) 
 
9
 BITENCOURT. Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral. 17ª. Ed. São Paulo: Saraiva. 2012. P 544. 
10
 GOMES. Luiz Flávio. Direito Penal: Parte Geral Introdução. 2ª. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais. P 201. 
11
 TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios básicos de direito penal: de acordo com a Lei n. 7 .2 0 9, de 1 1 -7-1 984 e com a Constituição 
Federal de 1988. 5ª. ed. São Paulo: Saraiva, 1994. P 64. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9777.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9777.htm#art1
Conforme o preceito secundário do artigo citado, somente se o fato não equivaler a um crime 
de maior relevância, é que a pena correspondente a infração citada acima no art. 132, do CP. 
 
2.2 Tácita 
Conforme as palavras de Bitencourt: 12“A subsidiariedade será tácita quando determinada 
figura típica funcionar como elemento constitutivo, majorante ou meio prático de execução de outra 
figura mais grave.” 
 
Conforme as palavras de Gomes: 13“Há subsidiariedade tácita (ou implícita) quando um delito 
(menor) integra a descrição típica de outro (mais grave). Exemplo: o furto é crime subsidiário diante 
do roubo. Nesse caso há uma relação de espécie e espécie (e não de gênero e espécie, como se passa 
no princípio da especialidade).” 
 
Conforme as palavras de Toledo: 14“Ha subsidiariedade tácita nos tipos delitivos que 
descrevem fase previa, de passagem necessária para a realização do delito mais grave cuja punição 
abrange todas as etapas anteriores de execução. Assim ocorre com a tentativa em relação ao crime 
consumado, com as lesões corporais em relação ao homicídio etc.” 
 
Ao meu entender, o princípio da subsidiariedade só se aplica no caso de não ocorrência de um 
crime mais grave. 
 
Exemplo esclarecedor: 
Conforme o exemplo esclarecedor de Fernando Capez:15 “Exemplo: mediante emprego de 
violência, a vítima é constrangida a entregar a sua carteira ao autor. Incidem aparentemente o tipo 
definidor do roubo (norma primária) e o do constrangimento ilegal (norma subsidiária). Da mera 
comparação entre os tipos, sem que a lei nada diga, resulta, porém, a prevalência do art. 157 sobre o 
art. 146. Assim, também, no caso da ameaça em relação ao constrangimento ilegal.” 
 
 
 
 
 
 
12
 BITENCOURT. Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral. 17ª. Ed. São Paulo: Saraiva. 2012. P 544. 
13
 GOMES. Luiz Flávio. Direito Penal: Parte Geral Introdução. 2ª. Ed. São Paulo: Revista dos Tribunais. P 201 
14
 TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios básicos de direito penal: de acordo com a Lei n. 7 .2 0 9, de 1 1 -7-1 984 e com a Constituição 
Federal de 1988. 5ª. ed. São Paulo: Saraiva, 1994. P 64. 
15
 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral: arts. 1º a 120. 23ª. ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva Educação. 2019. P 179. 
3 PRINCÍPIO DA CONSUNÇÃO (“LEX CONSUMENS DEROGAT LEGI CONSUMPTAE”) 
Conforme as palavras de Bacila: 16“Ocorre quando um tipo penal é meio para a realização de 
outro tipo (fim) ou quando a realização de um tipo mais grave inclui a realização de um tipo menos 
grave. Por exemplo: para a realização do tipo de homicídio, exige-se, necessariamente, a passagem 
pelo tipo (meio) de lesões corporais; assim, o tipo de homicídio absorve o de lesões corporais.” 
 
Conforme as palavras de Fernando Capez: 17“É o princípio segundo o qual um fato mais amplo 
e mais grave consome, isto é, absorve, outros fatos menos amplos e graves, que funcionam como 
fase normal de preparação ou execução ou como mero exaurimento. Costuma-se dizer: “o peixão 
(fato mais abrangente) engole os peixinhos (fatos que integram aquele como sua parte)”.” 
 
Conforme as palavras de Alexandre Salim e Marcelo André de Azevedo:18 “Ocorre a absorção 
de um delito por outro, tornando-se uma unidade complexa. Para que um delito seja absorvido por 
outro, entende-se que deve haver uma relação de meio e fim, ou um dos crimes deve se mostrar 
como fase necessária para a realização-do outro. Em regra, o crime menos grave (crime consunto) é 
absorvido por outro mais grave (crime consuntivo). No entanto, tanto a doutrina quanto a 
jurisprudência admitem que um crime mais grave (considerando a pena abstrata) seja absorvido por 
outro menos grave. Por exemplo, pode-se citar o crime de falsidade material de documento público 
(art. 297) ser absorvido pelo crime de estelionato (art. 171) nos termos da Súmula 17 do STJ.” 
 
Ao meu entender, sobre princípio da consunção é quando se tem um crime de menor 
gravidade que é cometido, tão somente para atingir um objetivo de se cometer um crime de maior 
gravidade, nesse caso o crime mais grave vai absorver o crime de menor gravidade e o sujeito 
responderá, somente pelo crime mais grave. 
 
Exemplo esclarecedor:Em pleno sábado, Carlos vai almoçar, em um restaurante próximo a sua casa. Logo depois do 
almoço, Carlos pede a conta ao garçom. Quando Carlos vai pagar a conta, ele achou que o garçom 
cobrou a mais do que deveria. (Trocaram palavras de ofensas). No outro dia, Carlos compra uma 
arma ilícita e resolve matar o garçom. Carlos vai até o restaurante e mata o sujeito. 
Carlos pratica dois crimes, a compra da arma ilícita com o objetivo de matar o garçom e o 
homicídio. Mas Carlos irá responder só pelo homicídio, pois o crime de compra de arma ilícita é 
menos grave que o homicídio. 
 
 
16
 BACI LA. Carlos Roberto. Introdução ao direito penal e à criminologia. Curitiba: lnterSaberes. 2016. P 74. 
17
 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral: arts. 1º a 120. 23ª. ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva Educação. 2019. P 180. 
18
 SALIM, Alexandre e AZEVEDO, Marcelo André de. Direito Penal: parte geral. 7ª. Ed. vol. 1. Salvador/BA: Juspodivm. 2017. P117. 
3.1 Crime Progressivo 
Conforme as sábias palavras de Damásio de Jesus: 19“Existe crime progressivo quando o 
sujeito, para alcançar um resultado, passa por uma conduta inicial que produz um evento menos 
grave que aquele. O autor desenvolve fases sucessivas, cada um constituindo um tipo de infração. 
Num crime, o comportamento descrito pelo núcleo do tipo é o resultado de condutas que se realizam 
através de uma figura criminal menos grave para de maior gravidade.” 
 
Conforme as palavras de Fernando Capez:20 “O crime progressivo ocorre quando o agente, 
objetivando, desde o início, produzir o resultado mais grave, pratica, por meio de atos sucessivos, 
crescentes violações ao bem jurídico. Há uma única conduta comandada por uma só vontade, mas 
compreendida por diversos atos (crime plurissubsistente). O último ato, causador do resultado 
inicialmente pretendido, absorve todos os anteriores, que acarretaram violações em menor grau.” 
 
Conforme as palavras de André Estefam:21 “No crime progressivo, o agente possui, desde o 
princípio, o mesmo escopo e o persegue até o final, ou seja, pretendendo um resultado determinado 
de maior lesividade (v.g., a morte de alguém), pratica outros fatos de menor intensidade (v.g., 
sucessivas lesões corporais) para atingi-lo.” 
 
Ao meu entender, o crime progressivo é o sujeito, que desde o inicio tem o mesmo intuito, e 
segue até o fim, com o objetivo de alcançar um resultado final. 
 
Exemplo esclarecedor: 
Conforme temos o exemplo esclarecedor,22 de Fernando Capez: “Por exemplo, revoltado 
porque sua esposa lhe serviu sopa fria, após um longo e cansativo dia de trabalho, o marido arma-se 
de um pedaço de pau e, desde logo, decidido a cometer o homicídio (uma única vontade), desfere 
inúmeros golpes contra a cabeça da vítima até matá-la (vários atos). Como se nota, há uma única 
ação, isto é, um único crime (um homicídio), comandado por uma única vontade (a de matar), mas 
constituído por vários atos, progressivamente mais graves. Aplicando-se o princípio da consunção, 
temos que o último golpe, causador do resultado letal, absorve os anteriores (peixão engole 
peixinhos), respondendo o agente somente pelo homicídio (as lesões corporais são absorvidas). Em 
suma, o agente só responde pelo resultado mais grave, ficando absorvidas as lesões anteriores ao 
bem jurídico.” 
 
 
19
 JESUS, Damásio de. Direito Penal: parte geral. 32ª. Ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva. 2011. P 155. 
20
 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral: arts. 1º a 120. 23ª. ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva Educação. 2019. P 182. 
21
 ESTEFAM. André. Direito penal: parte geral (arts. 1º a 120). 7. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. P 201. 
22
 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral: arts. 1º a 120. 23ª. ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva Educação. 2019. P 182. 
 
3.2 Crime Complexo 
Conforme as palavras de Fernando Capez: 23“A segunda hipótese se dá no crime complexo, 
sendo este o que resulta da fusão de dois ou mais delitos autônomos, que passam a funcionar como 
elementares ou circunstâncias no tipo complexo. Dessa forma, o fato complexo absorve os fatos 
autônomos que o integram, prevalecendo o tipo resultante da reunião daqueles. Exemplo, latrocínio 
(constituído pelo roubo + homicídio). Aplica-se o princípio da consunção, porque os fatos 
componentes do tipo complexo ficam absorvidos pelo crime resultante de sua fusão (o autor 
somente responde pelo latrocínio, ficando o roubo e o homicídio absorvidos).” 
 
Conforme as palavras de Capez: 24“é o que resulta da fusão de dois ou mais delitos 
autônomos, que passam a funcionar como elementares ou circunstâncias no tipo complexo. 
Consequência: o fato complexo absorve os fatos autônomos que o integram, prevalecendo o tipo 
resultante da reunião daqueles. Exemplo: latrocínio (constituído pelo roubo + homicídio). Aplica-se o 
princípio da consunção, porque os fatos componentes do tipo complexo ficam absorvidos pelo crime 
resultante de sua fusão (o autor somente responde pelo latrocínio, ficando o roubo e o homicídio 
absorvidos).” 
Conforme as palavras de André Estefam: 25“Entende-se por crimes complexos aqueles que 
possuem dois objetos jurídicos, como o roubo (CP, art. 157), que tutela o patrimônio e a integridade 
psíquica ou física da vítima. Também se considera crime complexo a extorsão mediante sequestro 
(CP, art. 159), cujo tipo tutela o patrimônio e a liberdade de locomoção do agente; outro exemplo 
costumeiramente lembrado de crime complexo é o latrocínio (CP, art. 157, § 3º), cujos bens jurídicos 
são o patrimônio e a vida. Também são chamados de crimes pluriofensivos. É necessário registrar que 
alguns doutrinadores definem como crimes complexos aqueles resultantes da fusão de dois ou mais 
tipos penais. Mesmo com essa definição, os exemplos acima citados continuariam sendo de crimes 
complexos, mas com outras explicações. O roubo seria a fusão do furto (CP, art. 155) com a lesão 
corporal (CP, art. 129) ou com a ameaça (CP, art. 147); a extorsão mediante sequestro, do sequestro 
(CP, art. 148) com a extorsão (CP, art. 158); o latrocínio, do roubo com o homicídio. A controvérsia, 
entretanto, não é irrelevante. Há crimes que serão complexos somente sob um dos critérios. É o caso 
do estupro. Este somente será delito complexo se considerarmos como tal aquele que contém dois 
objetos jurídicos (nesse caso, a integridade corporal ou psíquica e a liberdade sexual). É interessante 
lembrar que, no caso de crimes complexos, a extinção da punibilidade de crime que é seu elemento 
constitutivo não se estende a este (CP, art. 108). Vale dizer, no crime de extorsão mediante 
sequestro, o fato de ter ocorrido eventual prescrição da pretensão punitiva com referência ao 
sequestro, que o integra, não faz com que a extorsão mediante sequestro seja, só por isso, atingida 
pela prescrição.” 
 
Conforme as palavras de Nucci:26 “Crime complexo é aquele composto de dois ou mais tipos 
penais. Ex.: roubo = furto + lesões corporais ou ameaça. Diz o art. 101 que, quando um dos 
elementos ou 
 
23
 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral: arts. 1º a 120. 23ª. ed. vol. 1. São Paulo: Saraiva Educação. 2019. P 183. 
24
 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte geral. 15ª. Ed. vol. 1. São Paulo : Saraiva, 2011. P 97. 
25
 ESTEFAM. André. Direito penal: parte geral (arts. 1º a 120). 7. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2018. P 103. 
26
 NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal: parte geral: arts. 1º a 120 do Código Penal. 3ª. Ed. Rio de Janeiro: Forense, 2019. 
P 1269. 
das circunstâncias do crime constituir delito autônomo, pelo qual admite-se ação pública 
incondicionada, caberá esta também para o crime complexo. Assim, tomando o mesmo exemplo 
suprarreferido do roubo, pode-se dizer que, se para o furto cabe ação pública incondicionada e para 
as lesõesleves, condicionada, segundo a regra do art. 101, para o roubo a ação será sempre 
incondicionada.” 
 
Ao meu entender, o crime complexo é o crime que junta dois ou mais tipos penais, exemplo.: 
o latrocínio, constituído de roubo e homicídio. 
 
Exemplo esclarecedor: 
Roubo + Homicídio= Latrocínio (matar para roubar) 
 Art. 157 - Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou 
violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de 
resistência: 
 Pena - reclusão, de quatro a dez anos, e multa. 
(...) 
§ 3º Se da violência resulta: 
(...) 
 II – morte, a pena é de reclusão de 20 (vinte) a 30 (trinta) anos, e multa. 
3.3 Progressão Criminosa 
A concepção de Rogério Grego, a respeito da Progressão criminosa é “Na progressão 
criminosa, ao contrário, o dolo inicial do agente era dirigido e determinado resultado e, 
durante os atos de execução, resolve ir além, e produzir um resultado mais grave.”27 
Ao concepção de Luiz Flávio Gomes, a respeito da Progressão criminosa é “A progressão 
criminosa necessariamente desdobra-se em dois atos (em dois momentos). Primeiro o agente 
quer praticar o crime menor e pratica; depois resolve consumar a afetação jurídica mais 
gravosa.”28 
A concepção de Damásio de Jesus, a respeito da Progressão criminosa é “Na progressão 
criminosa a intenção inicial é praticar o delito menor, e só depois é que, no mesmo iter 
criminis, resolve ele cometer a infração mais grave.”29 
 
 
27
 GREGO, Rogério. Curso de Direito Penal: ´parte geral, volume 1, 19.ed- Niterói, Rio de Janeiro: Impetus, 2017. 983p. 
28
 GOMES, Luiz Flavio. Direito Penal Parte Geral 2.ed.rev.- São Paulo: RT, 2009. 307p. 
29
 JESUS, Damásio de. Direito Penal. Parte Geral. Vol.1.— 32. ed. — São Paulo : Saraiva, 2011. 801p. 
Ao nosso entender a Progressão Criminosa é aplicada, quando o agente é dirigido a cometer 
determinado crime e obtém seu resultado e, durante o crime de execução, resolve ir além, e produzir 
um crime com um resultado mais grave. O mesmo por sua vez será julgado somente pelo crime mais 
grave. Ex: Paulo, inicia a conduta criminosa com o a intenção de lesionar Ricardo, porém, enquanto 
pratica a ação, resolve matá-lo, e assim o faz. Nesse caso, Paulo não responderá por lesão corporal , 
mesmo se tratando de duas condutas distintas, mas somente por homicídio, em virtude do "Princípio 
da Consunção" ou como é conhecido, "Princípio da Absorção" que diz que o crime fim, absorve o 
crime meio. 
 
3.3.1 Progressão Criminoso em Sentido Estrito 
A concepção de Fernando Capez, a respeito da Progressão criminosa em Sentido Estrito é 
“Elementos da progressão criminosa em sentido estrito: a) Pluralidade de desígnios (o agente 
inicialmente deseja praticar um crime e, após cometê-lo, resolve praticar outro de maior gravidade, o 
que demonstra existirem duas ou mais vontades). b) Pluralidade de fatos (ao contrário do crime 
progressivo, em que há um único fato delituoso composto de diversos atos, na progressão criminosa 
existe mais de um crime, correspondente a mais de uma vontade). c) Progressividade na lesão ao 
bem jurídico (o primeiro crime, isto é, a primeira sequência voluntária de atos, provoca uma lesão 
menos grave do que o último e, por essa razão, acaba por ele absorvido)”30 
A concepção de Francisco Dirceu Barros, a respeito da Progressão criminosa em Sentido 
Estrito é “Progressão criminosa em sentido estrito. Ocorre quando o agente após atingir o resultado 
desejado inicialmente, pratica novo fato (novo crime e não ato) produzindo um resultado mais grave. 
Solução o agente respondera apenas pelo crime final, em razão do principio da consunção. Ha 
pluralidade de fatos e pluralidade de elementos objetivos são requisitos da progressão criminosa em 
sentido estrito -pluralidade de elementos subjetivos -pluralidade de fatos.”31 
A concepção de site JusBrasil, a respeito da Progressão criminosa em Sentido Estrito é “A 
progressão criminosa ocorre em sentido estrito quando a suposição que seria um crime progressivo 
se desvincula no tempo. Um exemplo: Uma quer, a princípio, apenas ferir, e, logo após lesar a 
integridade física da vítima, resolve matar e o faz. Com isso homicídio absorve a lesão corporal.”32 
 
 Entendemos assim por Progressão Criminosa de Sentido Estrito, quando o indivíduo tem o 
intuito de praticar um crime, considerado de menor gravidade e após efetuar o crime, decide 
cometer outro que por sua vez é considerado de maior gravidade. O mesmo através desse 
procedimento será julgado somente pelo segundo crime que é considerado de maior gravidade, 
assim abstendo-se do primeiro crime por ser analisado como insignificante. Ex: Luiz arromba uma 
casa para roubar uma arma valiosíssima, porém quando está saindo da residência vê o proprietário 
da arma, e com o intuito de não deixar rastros Luiz acaba matando o mesmo. Neste caso Luiz 
 
30
 CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, volume 1, parte geral : (arts. 1º a 120) — 15. ed. — São Paulo : Saraiva, 2011. 
31
 BARROS, Francisco Dirceu. Direito penal: parte geral. 1a. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 81 
32
 Disponível em https://deborah81.jusbrasil.com.br/artigos/459129851/progressao-criminosa. Acessado em 07/04/2020 às 17h: 
30min. 
respondera somente pelo crime de homicídio e nós autos do processo constará a arma que foi 
utilizada para praticar o crime cometido. 
3.3.2 Ante Factum impunível 
A concepção de Francisco Dirceu Barros, a respeito da Ante Factum Impunível “É o fato menos 
grave praticado pelo agente antes de um mais grave, como meio necessário à realização deste. A 
pratica delituosa, que serviu como meio necessário para a realização do crime, fica por este absorvida 
por se tratar de crime-meio. O crime anterior integra a fase de preparação ou execução do crime 
posterior e, por isso, não e punível.” 33 
A concepção de Damásio de Jesus, a respeito da Ante Factum Impunível “... o Ante Factum não 
punível quando uma conduta menos grave precede a uma mais grave como meio necessário ou 
normal de realização.”34 
A concepção de Luiz Flávio Gomes, a respeito da Ante Factum Impunível é “ Ante Factum 
impunível: também é resolvido pelo princípio da consunção. O fato precedente que se coloca 
necessariamente na linha de desdobramento da afetação (principal) do bem jurídico fica (por ele) 
absorvido.”35 
 
Compreendemos por assim dizer que Ante Factum Impunível é um dos cernes que rege o 
princípio da consunção no que refere-se a progressão criminosa, porque é através dele que 
conseguimos identificar que não se deve punir quando este é ação de passagem necessária à 
realização final e quando a atividade anterior está compreendida na ulterior, quando o fato anterior é 
meio em relação ao crime fim. Ex: O agente falsifica a assinatura de um fólio de cheque e o passa a 
um comerciante, só responderia pelo estelionato, pois não poderia usar aquela folha falsa em 
nenhuma outra fraude. Aplica-se, então a progressão criminosa, na modalidade fato de Ante Factum 
Impunível . 
3.3.3 Post Factum impunível 
A concepção de Francisco Dirceu Barros, a respeito da Post Factum Impunível é “o fato menos 
grave praticado contra o mesmo bem jurídico da mesma vitima, apos a consumação de um primeiro 
crime. Embora constitua aquele um novo delito, e considerado como impunível, por ser menos grave 
que o anterior. Nesse caso se aplica a consunção e o agente responde pelo crime anterior (mais grave 
praticado).”36 
A concepção de Damásio de Jesus, a respeito da Post Factum Impunível é “ O post factum 
impunível quando um fato posterior menos grave é praticado contra o mesmo bem jurídico e do 
 
33
 BARROS, Francisco Dirceu. Direito penal: parte geral. 1a. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 81 
34
 JESUS, Damásiode. Direito Penal. Parte Geral. Vol.1.— 32. ed. — São Paulo : Saraiva, 2011. 801p. 
35
 GOMES, Luiz Flavio. Direito Penal Parte Geral 2.ed.rev.- São Paulo: RT, 2009. 307p. 
36
 BARROS, Francisco Dirceu. Direito penal: parte geral. 1a. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 81 
mesmo sujeito, para a utilização de um fato antecedente e mais grave, e disso para deste tirar 
proveito, mas sem causar outra ofensa.”37 
A concepção de Luiz Flávio Gomes, a respeito da Post Factum Impunível é “Post factum 
impunível: ocorre quando o agente incrementa uma lesão precedente ao mesmo bem jurídico (já 
lesado ou posto em perigo).”38 
 
Percebemos por assim dizer Post Factum Impunível é um dos cernes que rege o princípio da 
consunção no que refere-se a progressão criminosa, porque é através dele que conseguimos 
identificar que quando ocorre a conduta do agente, após realizada, o mesmo pratica novo ataque 
contra o mesmo bem jurídico, visando apenas tirar proveito da prática anterior. O fato posterior é 
esgotado. Ex: O agente invade uma residência para furtar alguns bens e após o crime cometido o 
ladrão, resolve destruir o imóvel para não ser descoberto. 
4 Princípio da Alternatividade 
 A concepção de Rogério Grego, a respeito do Princípio da Alternatividade é “Tal princípio terá 
aplicação quando estivermos diante de crimes tidos como de ação múltipla 
ou de conteúdo variado, ou seja, crimes plurinucleares, nos quais o tipo 
penal prevê mais de uma conduta em seus vários núcleos.”39 
A concepção de Damásio de Jesus, a respeito do Princípio da Alternatividade é “o princípio da 
alternatividade, a norma penal que prevê vários fatos alternativamente, como modalidades de um 
mesmo crime, só é aplicável uma vez, ainda quando os ditos fatos são praticados, pelo mesmo 
sujeito, sucessivamente.”40 
A concepção de Luiz Flávio Gomes, a respeito do Princípio da Alternatividade é “o princípio da 
alternatividade tem validade e aplicação prática nos chamados crimes de conteúdo múltiplo ou 
variado, que são os que contam com vários verbos como núcleos do tipo (cf. art. 12 da Lei de Tóxicos 
- Lei 6.368/76, art. 10 da Lei das Armas de Fogo - Lei 9.437/97 etc.). Seu significado prático: quando o 
sujeito, no mesmo contexto fático, realiza condutas correspondentes a vários verbos, comete um só 
crime, não vários. É que os verbos nucleares do delito, quando estamos diante de um único contexto 
fático, devem ser entendidos como alternativos (o tipo, portanto, é alternativo).41 
 
Depreendemos por assim dizer Princípio da Alternatividade é aquele que se volta à solução de 
conflitos surgidos em face de crimes de ação múltipla, que são aqueles em que o tipo penal expõe 
vários núcleos, correspondendo cada um desses núcleos a uma conduta. O agente será punido 
apenas por uma das modalidades. Caso contrário, haverá tantos crimes quantas forem as condutas 
praticadas. Ex: se o agente importa heroína, transporta maconha e vende, cometeu três crimes e 
responderá por eles em concurso material, pois um não tem relação com o outro. Não há 
 
37
 JESUS, Damásio de. Direito Penal. Parte Geral. Vol.1.— 32. ed. — São Paulo : Saraiva, 2011. 801p. 
38
 GOMES, Luiz Flavio. Direito Penal Parte Geral 2.ed.rev.- São Paulo: RT, 2009. 307p. 
39
 GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal. Parte Geral. Vol.1. 19. ed.–Niterói,RJ: Impetus, 2017. 983p. 
40
 JESUS, Damásio de. Direito Penal. Parte Geral. Vol.1.— 32. ed. — São Paulo : Saraiva, 2011. 801p. 
41
 GOMES, Luiz Flavio. Direito Penal Parte Geral 2.ed.rev.- São Paulo: RT, 2009. 307p. 
necessidade de se discutir alternatividade, pois não há nexo de causalidade entre as condutas. Do 
contrário, se houver causalidade entre as condutas, haverá um único crime, por aplicação do 
principio da consunção e não da alternatividade. 
5 QUESTÕES 
5.1 Questão sobre TODO o conteúdo 
O _______________ ocorre quando o agente, objetivando, desde o início, produzir o 
resultado mais grave, pratica, por meio de atos sucessivos, crescentes violações ao bem jurídico. Há 
uma única conduta comandada por uma só vontade, mas compreendida por diversos atos (crime 
plurissubsistente). 
a) Princípio da consução ( ) 
b) Crime Progressivo (x) 
c) Princípio da Subsidiariedade ( ) 
d) Princípio da Especialidade ( ) 
e) Crime Complexo ( ) 
5.2 Questão sobre conteúdo ESPECÍFICO 
Para se vingar de uma agressão, Paula, maior de idade, com vontade livre e consciente de 
matar, efetuou disparos de arma de fogo contra Zanardi. Tendo se certificado de que apenas um 
projétil havia atingido Zanardi, em local não letal, e de que ela ainda estava viva, Paula, então, 
efetuou mais dois disparos. Esse dois disparos foram letais, e o homicídio se consumou. Paula possuía 
o porte e a posse legal da arma utilizada. 
Considerando essa situação, assinale a alternativa correta. 
a) Em razão do princípio da consunção, neste caso, Paula responderá unicamente por 
homicídio 
b) Em razão do princípio da consunção, neste caso, Paula responderá unicamente por lesão 
corporal. 
c) Em razão do princípio da alternatividade, neste caso, Paula responderá, tanto por lesão 
corporal quanto por homicídio. 
 
 
 
d) Em razão do princípio da alternatividade, neste caso, Pula responderá unicamente por 
lesão corporal. 
e) Nenhuma das alternativas está correta. 
 
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BITENCOUT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal Parte Geral. 17ª ed. Revista, ampliada e 
atualizada. Vol. 1. São Paulo: Saraiva, 2012. Total de páginas 2.153. 
TOLEDO, Francisco de Assis. Princípios Básicos de Direito Penal. 5ª ed. Vol.1. São Paulo: Saraiva, 
1994. Total de páginas 374. 
JESUS, Damásio de. Direito Penal Parte Geral. 32ª ed. Vol 1. São Paulo: Saraiva, 2011. Total de 
páginas 802. 
GOMES, Luiz Flávio. Direito Penal Parte Geral. 2ª ed. Vol. 1São Paulo: Revista dos tribunais. Total de 
páginas 307. 
SALIM, Alexandre e AZEVEDO, Marcelo Andre de. Direito Penal Parte Geral. 7.ed. Vol.1. Salvador: 
Juspodivm, 2017. Total de páginas 619. 
ESTEFAM, André. Direito Penal Parte Geral (art. 1º ao 120). 7ª ed. São Paulo: Saraiva, 2018. Total de 
páginas 667. 
NUCCI, Guilherme de Souza. Curso de Direito Penal: Parte Geral. Vol. 1. 3ª. ed. Rio de Janeiro: 
Forence. 2019. Total de Páginas 1397. 
GRECO, Rogério. Curdo de Direito Penal: “: ´parte geral, volume 1, 19.ed- Niterói, Rio de Janeiro: 
Impetus, 2017. 983p. 
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal, volume 1, parte geral : (arts. 1º a 120) — 15. ed. — São 
Paulo : Saraiva, 2011. 
BARROS, Francisco Dirceu. Direito penal: parte geral. 1a. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. p. 81 
Disponível em https://deborah81.jusbrasil.com.br/artigos/459129851/progressao-criminosa. 
Acessado em 07/04/2020 às 17h: 30min.

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