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POPULAÇÃO E URBANIZAÇÃO As migrações no Brasil

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As migrações no Brasil
Migrações internas
No processo de povoamento do Brasil, as migrações internas sempre tiveram um papel importante, pois é notável a mobilidade da população brasileira. E dentro desses movimentos, podemos considerar: 
• a ocupação das áreas próximas à zona açucareira nordestina, no período da expansão da cana-de-açúcar; 
• a penetração do gado pelo agreste e pelo sertão nordestino.
 
 As imigrações no Brasil
• a ocupação do planalto mineiro, de Mato Grosso e Goiás, durante a fase de mineração, quando a descoberta das minas atraiu muitas pessoas para essas regiões; 
• o prolongamento da fronteira agrícola em função da cultura do café, que se alastrou pelo vale do rio Paraíba do Sul, tendo em seu período mais importante atingido o oeste paulista e, em seguida, o norte do Paraná. Para essa região vieram correntes migratórias do Nordeste e de Minas Gerais; 
• o deslocamento de nordestinos para a Amazônia, durante a fase da borracha, quando a concorrência dos seringais plantados no Sudeste Asiático provocou a decadência da produção amazônica;
• a chegada de baianos e mineiros, durante o surto algodoeiro paulista; 
• a afluência de novas levas de nordestinos à Amazônia, em especial ao Acre, durante a batalha da borracha, quando se tentou reerguer a produção, pois os seringais asiáticos estavam tomados pelos japoneses, adversários dos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial.
 
Os movimentos migratórios na atualidade
 
Na história das migrações internas do Brasil, os maiores contingentes partiram do Nordeste. Na década de 1950, para a construção de Brasília, entre 1950 e 1985, para as grandes cidades do Sudeste, contribuindo para a expansão da economia urbano-industrial; e a partir da década de 1970, para a Amazônia.
O padrão de migrações internas alterou-se profundamente na década de 1990. A emigração do Nordeste apresentou uma expressiva redução ocorrendo até mesmo um movimento de retorno do migrante à região de origem. Esse processo é consequência da situação econômico-social que limitou as oportunidades de trabalho no Sudeste e da expansão da economia urbana nas grandes cidades nordestinas, onde aumentaram as oportunidades de trabalho. Com isso, algumas cidades como Recife, Fortaleza e Salvador, passaram a receber migrantes de outras regiões.
 
Fluxos migratórios no Brasil: 1970 – 1990
Outra alteração importante no perfil migratório do Brasil é a redução do fluxo populacional para as grandes capitais e o aumento do fluxo inverso, ou seja, cada vez mais pessoas estão deixando as grandes capitais, como São Paulo e Rio de Janeiro, em busca de melhores condições de vida nas cidades médias.
A Amazônia constituiu um importante pólo de atração de migrantes. Depois do ciclo da borracha, o movimento migratório em direção à Amazônia se tornou intenso a partir da década de 1970, com a abertura de estradas na floresta, a criação da Zona Franca de Manaus e a implantação de diversos projetos de desenvolvimento nas áreas agrícola e de mineração.
Além das migrações em direção às cidades médias ou o retorno de migrantes nordestinos para o Nordeste, nota-se um grande deslocamento de pessoas da região Sul para o Norte e o Centro-Oeste. Esse movimento tem influenciado na ampliação da fronteira agrícola brasileira na Amazônia.
Desde 1970, as unidades da Federação que vêm alcançando maior crescimento em sua população são Rondônia, Roraima, Amapá, Acre e Mato Grosso.
 
A imigração no Brasil
 
A imigração no Brasil foi autorizada em 1808, com a vinda da Família Real. No entanto, só em 1818 chegaram os primeiros imigrantes. Eram suíços e alemães que se estabeleceram no atual estado do Rio de Janeiro, onde fundaram a cidade de Nova Friburgo. Mas, somente com a necessidade de mão-de-obra para a cultura cafeeira, após 1850, é que se intensificaram as correntes imigratórias para cá.
Como foi o governo brasileiro que procurou atrair os imigrantes mediante várias promessas, diz-se que a imigração para o país foi provocada e não espontânea. Vejamos, agora, as principais correntes imigratórias que vieram para o Brasil.
Desde 1824, começaram a chegar alemães no Rio Grande do Sul, estabelecendo-se com sua economia agrícola nos vales dos rios dos Sinos, Caí e Taquari. Mais tarde, ocuparam cidades como: Nova Hamburgo, Estrela e Santa Rosa.
 
A partir de 1850, os alemães encaminharam-se para Santa Catarina, no vale do rio Itajaí. Fundaram aí várias cidades como: Blumenau, Joinvile, Brusque e Itajaí, na região mais próspera do estado.
 
Por motivos internos na Alemanha (guerra da Reunificação Germânica), interrompeu-se a corrente migratória alemã que vinha sendo tão proveitosa para o Brasil. Por esse motivo, as autoridades brasileiras providenciaram a vinda de outros colonos em sua substituição.
A grande contribuição dos italianos em São Paulo está ligada à economia agrícola, pois da condição de empregados das lavouras cafeeiras, muitos deles acabaram por se tornar pequenos e médios proprietários de terras.
No período de 1890 a 1910, muitos sírios e libaneses imigraram para o Brasil, fugindo às dificuldades econômicas de suas terras de origem.
Fixaram-se principalmente em São Paulo, Rio de Janeiro, mas um grupo dirigiu-se para a Amazônia, nos estados do Pará, Amazonas e Acre. Dedicaram a atividades comerciais.
O ano de 1908 assinala o início da imigração de japoneses que foram se fixar inicialmente na Amazônia, em especial no Pará, onde introduziram a cultura de juta e da pimenta-do-reino. Mas, em seguida, o maior fluxo de japoneses dirigiu-se para São Paulo, dedicando-se ao cultivo de hortaliças (horticultura) nas redondezas da capital e ocupando, também, o vale do Ribeira, especialmente com a cultura de árvores frutíferas (fruticultura) e a plantação de chá.
A imigração continuou sem maiores problemas até 1934, quando também chegaram ao Brasil vários outros grupos, como portugueses, espanhóis e sírio-libaneses. Esses grupos de imigrantes não se dirigiram para nenhuma região em particular, só tinham, na sua maioria, uma preferência em comum: as cidades.
 
Em 1934, no governo de Getúlio Vargas, começaram as restrições à imigração. Foi adotada, então, aquota de imigração, limitando, assim, a entrada de imigrantes em nosso país. Esse sistema restritivo estabelecia que, de cada nacionalidade, só podiam emigrar anualmente até 2% do total que havia entrado no país nos últimos cinquenta anos.
Os imigrantes muito contribuíram para o desenvolvimento do país. Tanto assim que as áreas onde se estabeleceram tiveram um grande crescimento econômico, especialmente devido às características que distinguem o sul do Brasil e que estão associadas à vinda do imigrante, como por exemplo:
· predomínio da pequena e da média propriedades, com a prática da policultura, isto é, o cultivo de diversos produtos, associados à criação de gado. Acontece exatamente o contrário no resto do país, que historicamente teve o predomínio da grande propriedade monocultora (cultivo de um só produto);
· exploração direta da terra, em princípio com mão de obra familiar, cujo estímulo levava a maiores rendimentos;
· importância do artesanato trazido pelo imigrante que, na sua evolução e apoiado em um grande espírito empreendedor, deu margem ao surgimento de grandes indústrias. Ainda não deve ser esquecida a contribuição cultural, manifestada tanto nas artes, quanto nas ciências e nas letras.
 
País de emigrações

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