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AO04_Crônica Argumentativa

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A criança e a infância nos dias atuais. 
Por: Elizângela Farias Vasconcelos deAraújo 
 
 
Ser criança nos dias atuais é um grande desafio. Vou ressalvar aqui algumas 
causas que me induziram a refletir que ser criança na atualidade é um desafio: 
1. Recordo-me de ser criança e de brincar, o que mais me recordo é de 
brincar, houve uma época para brincar. Saíamos para a escola, mas não 
permanecíamos horas na escola. Ficávamos na escola, mas entre o estudar, havia 
uma coisa que se titulava recreio e permanecíamos muito tempo brincando, apesar 
disso não sou menos inteligente por ter ficado menos horas dentro de uma sala de 
aula estudando. Este é o primeiro desafio das crianças na atualidade, o horário em 
que estão na Instituição Escolar é muito elevado, passam muito mais tempo na sala 
de aula, com muito mais variedade de disciplinas para estudar, mas será que 
conseguem entender tudo? Serão adultos mais astutos e inteligentes? Passam, ao 
contrário, bem menos horas brincando, por muitas vezes o estresse que acumulam 
é tão grande que quando vão se divertir no recreio nem sabem brincar, correm e 
correm, gritam e gritam, muitas das vezes se machucam de tanto correr e aqueles 
15 minutos passam e mal tiveram tempo para se socializarem com o colega e voltam 
para a sala de aula para aprender um pouco mais. 
2. Recordo-me que, ao sair da escola, sem demasia (duas horas mais cedo 
do que as crianças saem nos dias de hoje), correr para casa com muita alegria, 
comer o almoço que minha mamãe tinha preparado e brincar. Muito raramente 
trazíamos os tão falados “deveres de casa”. Mas quando trazíamos, tínhamos tempo 
para fazer, porque além de sairmos mais cedo, era uma vez por semana e assim 
tínhamos mais vontade de fazer. Ser criança nos dias atuais é um grande desafio e 
este é o desafio número dois, pois para além do exagero de horas, as crianças ainda 
levam todos os dias os “deveres de casa” em demasia para casa, muitas das vezes 
a disciplina não foi bem assimilada e das três ou uma, ou os pais compreendem e 
ajudam, ou os pais pagam uma aula de reforço, ou não sabem e não podem pagar e 
as crianças não fazem, levando ainda uma “bronca” do professor por não 
 
 
 
 
conseguirem cumprir e realizar as tarefas de casa. Para além de já terem lanchado 
na escola e ás vezes não saborearem o almoço da mamãe, ainda lhes restam muito 
pouco tempo entre os deveres de casa e o banho para brincar. 
3. Recordo-me de ser criança e ter tempo para brincar, brincava na rua, 
andava de bicicleta, jogava queimada, pulava corda, elástico, brincava de pique 
esconde (como era bom!) e com bonecas. Brincar era a minha atividade favorita. 
Este é o terceiro desafio. Hoje em dia, praticamente não há tempo para brincar, pois 
não basta à escola ser até mais horas demoradas como ainda tem muitas atividades 
extras disponíveis em que a criança pode frequentar, (como natação, balé e etc.). 
Recordo-me de não praticar essas atividades, pois os meus pais tentavam 
não sobrecarregar o meu dia com essas atividades e se fossem, seria ou ao sábado 
ou domingo. A questão hoje em dia é que nos vimos obrigados a que nossos filhos 
frequentem atividades extracurriculares, mas precisamos ser seletivos e colocar uma 
dose de peso, para não tornarmos essas atividades desordenadas e estressantes 
para a criança. Sei de crianças que saem da escola, vão para a natação, depois 
para o balé, saem do balé vão para o judô e, contudo, onde ficou o momento para 
brincar livremente? 
4. Recordo-me de ser criança e depois de brincar, tomar banho, pentear o 
cabelo e jantar com minha família. Este é o quarto desafio das crianças na 
atualidade, depois do dia agitado, que tem na escola e das atividades, chegam em 
casa tem que tomar banho as pressas, quase não penteiam o cabelo, vestem o 
pijama, vão jantar cada um em um canto da casa com o seu celular, ou veem 
programa de televisão ou qualquer outra tecnologia, pois assim delongam muito 
mais tempo pra comer e logo que acabam tem que ir descansar pois já está tarde 
e no outro dia tem que começar bem cedo com atividades diárias novamente. 
Eu poderia continuar contando os desafios das crianças nos dias atuais, pois 
serão inúmeros com toda a certeza, mas querem saber o que me assombra? 
Recordo-me de ser criança e os meus maiores medos serem: o medo dos 
 
 
 
 
bichos, do escuro, do velho do saco, de alma (kkkk). Hoje me pergunto: Quais serão 
os maiores medos das crianças? Busquei e descobri que um dos maiores medos é o 
medo de fracassar, dos pais se divorciarem, o bullying, o medo da violência com 
armas e a violência doméstica. 
 Sou mãe e espantei-me, pois perguntei á minha filha do meio: “Qual é o seu 
maior medo filha?”, e ela me respondeu, “Tenho medo de espíritos, de ouvir vozes, 
do escuro”, além de rir dos espíritos, respirei fundo e pensei pelo menos a minha 
filha ainda tem medos normais de uma criança. Depois perguntei: “Tem medo de 
fracassar na escola ou em alguma outra coisa?”, imediatamente ela me respondeu-
me. “Sim, apesar de que, se falhar, eu tento de novo”, respirei bem fundo outra vez, 
depois se fez um silêncio entre nós e ela disse-me: “Sabe mãe, o que eu mais gosto, 
é de sair com minha família, ir ao Shopping, na casa da vovó. Mãe está vendo meus 
materiais escolares? Ainda me lembro de quando fomos comprar para eu ir para a 
escola” , aqui ri, entendi que estou me esforçando para ser uma mãe sempre 
presente, mas além do mais a minha filha, em meio a tanta confusão diária de 
escola e tarefas que lhes são impostas, está conseguindo ter tempo para viver no 
mundo da fábula em que existem seres bizarros. 
Para finalizar, revelo que o que mais me recordo de ouvir a minha mãe falar 
era: “Brinca filha, não precisa ter pressa de crescer”. Sim eu brinquei com minhas 13 
bonecas até começar a namorar, depois claro, parecia mal brincar e namorar, logo, 
eu esqueci as bonecas que tanto amava. Mas, apesar de ter passado menos horas 
em atividades ou estudando e mais horas brincando, não quer dizer que sou menos 
responsável ou menos inteligente. 
Quero que meus filhos sempre se lembrem de como é bom brincar e fico 
incomodada quando me dizem que a minha filha com treze anos já não é menina 
para brincar com bonecas. É menina para brincar com bonecas sim até ela resolver 
que já não quer brincar com suas bonecas. 
Brinquem muito, se divirtam bastante, pois infância só se vive uma vez!

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