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Ministério da Educação Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro Instituto de Biociências Departamento de Zoologia RESUMOS IV JORNADA DE ZOOLOGIA DA UNIRIO Auditório Tércio Pacitti - IBIO / CCET Rio de Janeiro 26 a 28 de abril de 2016 Realização: IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro ii UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Luiz Pedro San Gil Jutuca Reitor Ricardo Silva Cardoso Vice-Reitor Alcides Wagner Serpa Guarino Pró-Reitor de Graduação Evelyn Goyannes Dill Orrico Pró-Reitora de Pós-graduação e Pesquisa Cláudia Alessandra Fortes Aiub Pró-Reitor de Extensão e Cultura Núria Mendes Sanches Pró-Reitora de Administração Loreine Hermida da Silva e Silva Pró-Reitora de Planejamento Carlos Guilhon Pró-Reitor de Gestão de Pessoas DECANOS Ana Maria Mendes Monteiro Wandelli Centro de Ciências Biológicas e da Saúde Ivan Coelho de Sá Centro de Ciências Humanas e Sociais Carole Gubernikoff Centro de Letras e Artes Luiz Amâncio Machado de Souza Júnior Centro de Ciências Exatas e Tecnologia Rosângela Maria de Azevedo Gomes Centro de Ciências Jurídicas e Políticas IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro iii ORGANIZAÇÃO Profa. Dra. Maria Inês da Silva dos Passos (Coordenadora) Prof. Dr. Allan Paulo Moreira Santos Profa. Dra. Ana Maria Paulino Telles de Carvalho e Silva Prof. Dr. Carlos Henrique Soares Caetano Profa. Dra. Christina Wyss Castelo Branco Prof. Dr. Davor Vrcbradic Prof. Dr. Elidiomar Ribeiro da Silva Biólogo Dr. Igor Christo Miyahira Prof. Dr. Jarbas de Mesquita Neto Prof. Dr. Leonardo dos Santos Avilla Biólogio MSc. Maurício R. Fernandes Apoio Antonio Jailson de Sousa Rodrigues Bernardo Egito Amarante Dener das Neves dos Santos Derek Godoy Guilherme de Lima Alexandre Hellen Virgíne Damasceno Higor Tomaz Teixeira de Castro Laura Pires Stallone Cabeda Mariana Freire Campos Mariana Mota Mauricio Silva Moreira Priscila Magalhães Silva Vilela Raphaela Monteiro Sávio Cavalcante Virgínia Codá Vitor Sampaio Composição e editoração do Livro de Resumos Elidiomar Ribeiro da Silva Logo do evento Bernardo Egito Amarante IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro iv APRESENTAÇÃO Em 1999, a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO), através do Departamento de Ciências Naturais, promoveu a "I Jornada de Zoologia da UNIRIO", evento que reuniu por volta de 100 inscritos e no qual foram apresentados 19 resumos. Em 2007, o recém-formado Departamento de Zoologia organizou a 2ª edição da Jornada, em que o número de inscritos excedeu o dobro do primeiro evento e foram apresentados 32 resumos. Em 2011, tivemos a 3ª edição da Jornada, com 41 resumos apresentados. Dando prosseguimento a essa tradição, o Departamento de Zoologia presentemente realiza a 4ª edição da Jornada de Zoologia da UNIRIO, no período de 26 a 28 de abril de 2016, no campus Urca. Está sendo mantida a estrutura organizacional das edições anteriores, com palestras, minicursos, resumos e concursos, abertos à participação dos inscritos. Neste livro apresentamos os resumos de temas livres aprovados para apresentação no evento. São trabalhos das mais variadas áreas temáticas da Zoologia, tendo esta edição alcançado o maior número de resumos inscritos (62). Dessa forma, a Jornada de Zoologia vai se consolidando como importante fórum de discussão de assuntos zoológicos no Rio de Janeiro. IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro v PROGRAMAÇÃO MESA REDONDA UNIRIO: há duas décadas formando zoólogos Ana M.P.T. de Carvalho-e-Silva, Elidiomar R. da Silva e Maria Inês S. Passos (UNIRIO) PALESTRAS Pterossauros - máquinas voadoras do passado Alexander Kellner (UFRJ) Biogeografia de Mollusca Alexandre Pimenta (UFRJ) Comunicação química em insetos Ângela Alves de Almeida (UFRRJ) Zooplâncton em reservatórios Christina Wyss Castelo Branco (UNIRIO) Os tataravôs de Dumbo: a origem e evolução de elefantes e outros gigantes da Era do Gelo Dimila Mothé (UFRJ / UNIRIO) Filogenia dos metazoários basais: será Ctenophora o Filo mais basal? Fernanda Azevedo (UFRJ) Os percursores de Darwin Francisco Figueiredo (UERJ) Resgate de fauna Leonardo Schwab (Óra Consultoria Ambiental) Coleções e sua importância Marcelo Britto (UFRJ) A sistemática molecular na taxonomia de Porifera Michelle Klatau (UFRJ) Cetáceos Rodrigo Tardin (UFRRJ) IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro vi MINICURSOS Biodiversidade de aves Ana Galvão César Correia de Araújo (UFRJ) Desenho científico no Illustrator Allan Paulo Moreira Santos (UNIRIO) Biologia de serpentes Rodrigo Castellari Gonzalez (UFRJ) Biodiversidade de Crustacea André Senna (UERJ) Mamíferos aquáticos Israel Maciel (UFRRJ) Micro moluscos Maurício Fernandes (UNIRIO) e Leonardo Souza (UFRJ) Sistemática de anuros: passado, presente e futuro Pedro Dias (USP) Análise filogenética com base em dados moleculares Wagner Rafael Souza (UFRJ) Biologia e sistemática de tubarões e raias Rafael Fernandes Lopes da Silva e Hilda Maria Andrade da Silva (UFRJ) IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro vii TEMAS LIVRES - APRESENTAÇÕES ORAIS Pós-graduação (27/04, 11:00h às 12:00h) pág 11:00h - Daniel da S. Farias (UNIRIO) - Biologia populacional de Cyclestheria hislopi (Crustacea: Branchiopoda) no Reservatório de Ribeirão das Lajes, Rio de Janeiro, Brasil. 21 11:15h - Adriana Leal Figueiredo (UNIRIO) - Influência antrópica sobre Calliphoridae (Insecta: Diptera) no Jardim Botânico do Rio de Janeiro. 23 11:30h - Alexia E.L.A. Magalhães (UNIRIO) - Observações sobre neonatos da serpente semi-aquática Liophis miliaris (Dipsadidae: Xenodontini) no Estado do Rio de Janeiro. 33 11:45h - Marco Massao Kato (UNIRIO) - Ectoparasitismo em lagartos da espécie Tropidurus torquatus em duas áreas do Estado do Rio de Janeiro com diferentes graus de antropização. 29 Graduação (28/04, 11:00h às 12:00h) pág 11:00h - Angelina Pimentel (UFRJ) - Nova espécie de Stomopogon (Diptera: Muscidae) do Parque Nacional de Itatiaia e novo registro do gênero para o Estado do Rio de Janeiro, Brasil. 40 11:15h - Bruno Cesar de A. Rocha-dos-Santos (UNIRIO) - Considerações taxonômicas, evolutivas e paleoambientais sobre os Camelidae (Mammalia: Cetartiodactyla) da Gruta do Urso, Tocantins. 44 11:30h - Oséias M. Magalhães (Estácio de Sá / FIOCRUZ) - Descrição de nova espécie de Rhagovelia (Insecta: Heteroptera: Veliidae) do Brasil. 34 11:45h - Raíssa Corrêa (UNIRIO) - Novas ocorrências de nematódeos em praias arenosas no Estado do Rio de Janeiro. 11 IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro viii TEMAS LIVRES - PÔSTERES Biologia / Ecologia / Paleontologia (26/04/2016, 16:30h às 18:00h) pág Carolina P. de A. Borges et al. - A diversidade de roedores (Mammalia: Rodentia) recuperados de depósitos quaternários de cavernas no Estado do Tocantins. 06 Leon Borges-Silva et al. - Macroevolução de nichos alimentares e biogeografia dos gonfoterídeos trilofodontes brevirrostrinos (Proboscidea: Gomphotheriidae). 07 Luiz Fernando F. do Carmo & ManoelaWoitovicz-Cardoso - Descrição preliminar do canto territorial de Dendropsophus seniculus (Anura: Hylidae). 09 Elidiomar R. Da-Silva et al. - Biologia populacional de dois gêneros de Cicadellidae (Insecta: Hemiptera) no perímetro urbano de Piraí, Estado do Rio de Janeiro 17 Hélio A. Fresta et al. - Análise comparativa de insetos atraídos por luminárias em área urbana do município do Rio de Janeiro. 24 Beatriz M. C. Hörmanseder et al. - A grande diversidade dos Crocodylomorpha durante o Mesozoico: eventos de extinção. 27 Bruna B. Lima et al. - Determinação da taxa de canto dos Passeriformes Hawai’iʻ amakihi (Hemignathus virens) e ʻōmaʻo (Myadestes obscurus), e a interferência de variáveis naturais. 32 Adriana L. Puga et al. - Biomassa em carbono na comunidade zooplanctônica de sete reservatórios tropicais. 42 Antonio J. de S. Rodrigues et al. - Macrofauna bêntica associada ao bivalve exótico Mytilopsis leucophaeata (Dreissenidae) encontrado na Lagoa Rodrigo de Freitas, Rio de Janeiro. 45 Shirlley Rodrigues et al. - Reconstrução das cavidades cranianas internas de Galictis (Mammalia: Carnivora: Mustelidae). 47 Alline Rotti et al. - Reconstrução da dieta de cervídeos pleistocênicos (Mammalia: Cetartiodactyla: Cervidae) da Gruta do Urso, Aurora do Tocantins, Brasil. 48 Dener N. Silva & Ana M.P.T Carvalho-e-Silva - História natural e desenvolvimento do girino de Megaelosia goeldii (Amphibia: Anura: Hylodidae). 51 Fernando P. Simões et al. - Distribuição espacial de macroinvertebrados no Parque Nacional da Serra dos Órgãos. 53 Sylvia Catarine R.P. Soares et al. - Sobre filhote de Glyptodontidae (Mammalia: Cingulata) do Brasil Central e aspectos sobre a seleção, transporte e deposição em um depósito cárstico. 55 Juliane P. Taboas et al. - Sobre um filhote de Pampatheriidae (Mammalia: Xenarthra) recuperado de um depósito cárstico pleistocênico do Norte do Brasil. 57 Mariana C.F. Vergueiro & Gabriela C.H. Santos - Percepção ambiental da população da cidade do Rio de Janeiro sobre primatas nativos e exóticos (Primates: Cebidae). 59 Mariana C.F. Vergueiro et al. - Associação interespecífica em primatas (Primates: Cebidae) no Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico, RJ. 60 Patricia Villa Nova & Leonardo S. Avilla - Quem procura, acha! Revelando uma nova diversidade de marsupiais quaternários de Lagoa Santa, Minas Gerais. 62 IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro ix Zoologia cultural / educação / divulgação científica (dia 27/04/2016, 16:30h às 18:00h) pág Guilherme L. Alexandre et al. - Os moluscos presentes em “Pokémon”. 01 Fernanda Avelino-Capistrano & Luis Augusto Peres - Invertebrados nos desenhos animados do cenário infanto-juvenil nos últimos 40 anos. 04 Mariana F. Campos et al. - Conhecendo a vizinhança: a animação “Os Sem-Floresta” e o avanço da fauna urbana. 08 Virgínia Codá et al. - “FormiguinhaZ” à luz da Ciência: utilização da cultura pop na sala de aula. 10 Raíssa V. Corrêa - Meiofauna: conhecendo a fauna invisível das praias arenosas. 12 Elidiomar R. Da-Silva et al. - A cultura influenciando a Ciência: nomes de animais inspirados em elementos culturais. 14 Elidiomar R. Da-Silva et al. - Panarthropoda como inspiração para personagens dos universos Marvel e DC: Myriapoda, Xiphosura e Tardigrada. 16 Matheus C. Drago & Davor Vrcibradic - O papel dos zoológicos no século XXI e a importância do enriquecimento ambiental: atenção especial à Fundação RioZoo. 18 Ana C. de O. Faria et al. - Avaliação do jogo didático “Desvendando a Árvore da Vida - Invertebrados” como ferramenta para o estudo de Zoologia por alunos do Ensino Fundamental Regular 20 Alexia de A. Granado et al. - Os animais presentes em “Avatar: A Lenda de Aang” - análise zoológica. 26 Beatriz Hörmanseder & Helena Machado - A divulgação científica com o auxílio da cultura pop: a paleobiologia de “Pokémon”. 28 Caio R. S. Lamego & Lucas C. G. Rodrigues - Sistemática Filogenética nos conteúdos de Zoologia: analisando os livros didáticos de Biologia. 31 Gabriel Martinez et al. - Coleção didática de serpentes do Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro. 35 Jean C. Miranda et al. - Avaliação do jogo didático “Tapa Zoo” como ferramenta para o estudo de Zoologia por alunos do Ensino Fundamental Regular. 38 André W. do Prado & Thiago F.A. Almeida - Personagens inspirados em artrópodes no universo da franquia “Pokémon”. 41 Lucas C.G. Rodrigues et al. - Conteúdos de Zoologia nos exames vestibulares da UERJ e da UFF: análise das avaliações discursivas de Biologia. 46 Camila S. Santana et al. - Os felinos como inspiração para personagens dos universos Marvel e DC. 49 Sylvia Catarine R.P. Soares et al. - Ensino da Parasitologia para o curso de Ciências Biológicas: uma abordagem inovadora. 56 IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro x Taxonomia / Inventários / Registros / Zoologia Médica (28/04/2016, 17:30h às 19:00h) pág Lucas C. Amaral et al. - Uma nova espécie de Brachycephalus de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil (Amphibia: Anura: Brachycephalidae). 02 Jessica S. Assis et al. - Composição da comunidade de ácaros sobre pequenos mamíferos no Parque Estadual da Ilha Grande, RJ. 03 Lucas A. Barcelos et al. - Revisão morfológica e paleoecologia do primeiro registro de Anura (Amphibia) para o Chattiano (Oligoceno Superior) da Bacia de Taubaté, SP, Brasil. 05 Hellen V. Damasceno et al. - Gastrópodes (Mollusca: Gastropoda) do campus Urca da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro – UNIRIO. 13 Elidiomar R. Da-Silva & Luci B.N. Coelho - Entomofauna urbana: registros adicionais de Hemiptera, Coleoptera e Lepidoptera para o Estado do Rio de Janeiro. 15 Karina A. Estevão et al. - Inventário dos tricópteros (Insecta: Trichoptera) do Estado de Goiás, com novos registros de ocorrência. 19 Paulo S.F. Ferreira et al. - Análise morfométrica de machos e fêmeas de Pangaeus aethiops (Hemiptera: Cydnidae) obtidos em uma área de Mata Atlântica do Estado de Minas Gerais, Brasil. 22 Beatriz G. Gomes et al. - Registros de encalhes de tartarugas marinhas na região metropolitana do Rio de Janeiro. 25 Caio R. S. Lamego - Nematódeos de interesse clínico: um caso de contaminação em moradores do município de São Gonçalo, RJ. 30 Vitor S. Matias et al. - Análise preliminar dos girinos de riacho do Parque Nacional da Tijuca, Rio de Janeiro, RJ (Amphibia: Anura). 36 Vitor S. Matias et al. - Morfologia oral interna do girino de Hypsiboas latistriatus (Amphibia: Anura: Hylidae). 37 Valmíria L.A. Moura & Daniel S. Fernandes - Análise vertebral de Chironius com diferentes hábitos, suas correlações biomecânicas e filogenéticas (Serpentes: Colubridae). 39 João Felipe H. Rocha et al. - Descrição da ninfa fêmea de Acanthops sp. (Mantodea: Mantidae). 43 Bruna M. Silva et al. - Uma espécie nova de Helicopsyche (Trichoptera: Helicopsychidae) do Rio de Janeiro, Brasil. 50 Raphaela M. Silva et al. - Comparação dos girinos de Aplastodiscus eugenioi em diferentes localidades (Amphibia: Anura: Hylidae). 52 Beatriz S. Soares et al. - Fauna de Phthiraptera parasitando pequenos mamíferos no Parque Estadual da Ilha Grande, RJ. 54 Diego P. Trindade et al. - Redescrição da fêmea de Dalbulus maidis (Hemiptera: Cicadellidae). 58 Priscila M.S. Vilela et al. - Caracterização morfométrica da protoconcha em três táxons de Scaphopoda (Mollusca) de águas profundas da Bacia de Campos, Sudeste do Brasil. 61 A comissão organizadora não se responsabiliza pelo conteúdo dos resumos. Todos os textos são de inteira responsabilidade de seus autores. Na editoração deste livro procurou-se apenas uniformizar a formatação dosresumos. IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 1 Os moluscos presentes em “Pokémon” Guilherme L. Alexandre; Elidiomar R. Da-Silva; Carlos H.S. Caetano 1Departamento de Zoologia, UNIRIO E-mail de contato: guilherme_lima_alexandre@hotmail.com Pokémon é o nome pertencente a uma franquia de mídia lançada em 1995 que atualmente se estende em jogos, mangás e cartas colecionáveis, além de filmes e brinquedos. Essa franquia é baseada nas criaturas fictícias chamadas de Pokémons, que os treinadores pokémons capturam, com o auxílio de uma pokédex (uma forma de enciclopédia do mundo Pokémon), para participem de batalhas como forma de entretenimento, além de ganharem reconhecimento. O objetivo deste trabalho foi analisar tais criaturas com o intuito de identificar aquelas que apresentam características morfológicas iguais ou semelhantes a Mollusca. Para realizar o inventário, foram usadas as imagens dos Pokémons apresentadas nos jogos, desenhos e mangás, além das suas descrições na pokédex. O site bulbapedia (http://bulbapedia.bulbagarden.net/wiki/Main_Page), que contém informações adicionais se comparado a pokédex, foi usado como base para a identificação dos mesmos, com a maior precisão possível. Entre os 721 Pokémons existentes oficialmente, 18 foram relacionados com moluscos e identificados em nível de ordem, dentre esses foi possível chegar em nível de espécie em 6 Pokémons, como foi o caso de Slugma, Magcargo, Octillery, Clamperl, Shellos (forma oeste), Shellos (forma leste), foram identificados respectivamente como: Triboniophorus aff. graeffei (Humbert, 1863) Victaphanta atramentaria (Shuttleworth, 1852), Enteroctopus megalocyathus (Gould, 1852), Tridacna gigas (Linnaeus, 1758), Hypselodoris bullockii (Collingwood, 1881) e Chromodoris annae (Bergh, 1877). Todos os Pokémons tiveram sua identificação baseada na semelhança entre o exemplar do jogo e a espécie a qual foi relacionada. Desses 18 pokémons relacionados aos moluscos, foram encontrados representantes de três classes, alocados em 11 ordens: Gastropoda (Opisthobranchia, Pulmonata, Gymnosomata), Cephalopoda (Octopoda, Nautilida, Agoniatitida, Clymeniida, Prolecanitida e Theutida) e Bivalvia (Pectinoidea, Veneroida) As ordens Agoniatitida, Clymeniida e Prolecanitida foram relacionadas a somente dois exemplares de Pokémons, pois não foi possível encontrar maiores informações para se determinar com exatidão a ordem a qual pertenceriam não sendo possível determinar a ordem com exatidão. Dentre essas ordens, Opisthobranchia foi a mais abundante, apresentando quatro exemplares, e Veneroida foi a menos abundante, apresentando apenas um único exemplar. A classe mais abundante foi Gastropoda e a menos abundante foi Bivalvia. Acredita-se que essas classes foram mais abundantes porque são as mais comuns no dia-a-dia das pessoas. Deve-se ressaltar que estudos como este são uma das melhores formas de se divulgar trabalhos científicos entre o público infanto-juvenil, visto que grande parte desses públicos tem grande contato com desenhos, jogos e brinquedos. A partir da análise desse tema é possível utilizá-lo em aulas tanto para ensino fundamental como para ensino médio. Palavras-chave: cultura pop; entretenimento; Mollusca; Zoologia cultural. IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 2 Uma nova espécie de Brachycephalus de Nova Friburgo, Rio de Janeiro, Brasil (Amphibia: Anura: Brachycephalidae) Lucas C. Amaral¹; Manuella Folly¹; José P. Pombal Jr²; Sergio P. de Carvalho-e-Silva¹ ¹Instituto de Biologia, UFRJ; ² Departamento de Vertebrados, Museu Nacional, UFRJ E-mail de contato: l.amaral94@gmail.com Brachycephalus Fitzinger, 1826, compreende 30 espécies de anuros endêmicos da Mata Atlântica, e com desenvolvimento direto. São divididos em três grupos de espécies baseados em caracteres moleculares e morfológicos: grupo didactylus, com corpo leptodactyliforme, ausência de ossificação dérmica e porte pequeno; grupo pernix, com corpo bufoniforme, e ausência de ossificação dérmica; e grupo ephippium, com corpo bufoniforme, e presença de ossificação dérmica. Durante trabalhos de campo na APA Estadual Macaé de Cima, Lumiar, Nova Friburgo, RJ, foram encontrados 17 machos, e 4 fêmeas de uma espécie ainda desconhecida. Os exemplares foram fixados e estão depositados na Coleção de Anfíbios do Departamento de Zoologia da UFRJ (ZUFRJ 15426-30, 15525-36). As 23 mensurações efetuadas seguem Condez et al. (2014). Os parâmetros acústicos seguem Littlejohn (2001). Brachycephalus sp.nov. é uma espécie de médio porte (CRC machos: de 12,0 a 14,6 mm, 𝑥 ̅= 13,5 mm ± 0,7; CRC fêmeas: de 14,8 a 16,3 mm, 𝑥 ̅ = 15,5 ± 0,6), corpo bufoniforme e coloração alaranjada em vida; apresenta hiperossificação craniana, e uma faixa hiperossificada acima da coluna vertebral, assim como ossificação acima dos processos transversos da quarta vértebra; cabeça cerca de duas vezes mais larga do que longa; antebraço 22,1 % do comprimento do corpo; braço 89,2 % do comprimento do antebraço; coxas 44 % do comprimento do corpo; tíbias 95 % do comprimento das coxas; dedo I e IV vestigiais. O canto de anúncio é composto por uma única nota curta (0,26 s ± 0,02; N = 298), e são emitidos em séries regulares de até cinco minutos. A taxa de repetição de cantos varia de 1,84 a 2,54 (𝑥 ̅= 2,19 ± 0,23; N = 265) cantos/s. A maioria dos cantos (82 %) são compostos por 14 ou 15 pulsos. A taxa de repetição dos pulsos é de 57,7 ± 6,3 (N = 296) pulsos/s. A frequência dominante é igual à fundamental, com 4683,9 Hz ± 67,7 (N = 129). Em alguns cantos é possível visualizar até três harmônicos. Comparando com os grupos de espécie de Brachycephalus, Brachycephalus sp.nov. se distingue das espécies do grupo didactylus pelo corpo bufoniforme, tamanho médio, e presença de ossificação dérmica. Se distingue das espécies do grupo pernix pela presença de ossificação dérmica. Por similaridade a espécie se enquadra dentro do grupo ephippium, por possuir corpo bufoniforme e ossificação dérmica. Dentro do grupo ephippium se distingue de B. ephippium, B. margaritatus, e B. garbeanus, por não apresentar placa dorsal ossificada muito desenvolvida. Difere de B. guarani, B. pitanga, e B. toby, pela coloração uniforme. Difere de B. crispus, por apresentar hiperossificação na região central do crânio, de B. alipioi, por apresentar ossificação acima da coluna vertebral, e de B. nodoterga, pela ausência de protuberâncias ossificadas ao longo do corpo. Difere de B. vertebralis, e B. bufonoides, pela coloração creme-amarronzada em preservativo. O canto de anúncio difere dos seis cantos descritos para o gênero principalmente em aspectos temporais, como taxa de repetição de pulsos e notas, e número de pulsos. Palavras-chave: bioacústica; biometria; descrição; Mata Atlântica; sapinho pingo de ouro; taxonomia. Apoio: UFRJ; FAPERJ; CNPq. IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 3 Composição da comunidade de ácaros sobre pequenos mamíferos no Parque Estadual da Ilha Grande, RJ Jessica S. Assis; Ana Carolina L. Mattos; Elizabete C. Lourenço; Helena G. Bergallo Departamento de Ecologia, UERJ E-mail de contato: jeassis90@hotmail.com Ectoparasitos utilizam seus hospedeiros como fonte de alimento, por meio das descamações e secreções da pele, sangue ou fezes. Em geral, os ectoparasitos exibem uma série de estratégias de adaptação, resultando em um amplo grau de especificidade com os seus hospedeiros. O presente estudo tem como objetivo listar a composição da comunidade de ácaros de pequenos mamíferos. O trabalho foi desenvolvido no Parque Estadual da Ilha Grande, em duas trilhas (Parnaioca e Caxadaço). O período de coleta foi de abril de 2013 a dezembro de 2015. O esforço total foi de 5.610 armadilhas/noitesem 19 campanhas. Para coleta dos ectoparasitos, todo o corpo do mamífero foi escovado sobre um pote branco, com uma escova de dente para cada animal. Os ectoparasitos foram transferidos para um frasco com etanol a 70%. No Laboratório de Ecologia de Mamíferos da UERJ, o conteúdo dos frascos foi examinado, com o auxílio de um microscópio estereoscópico, e somente os ácaros foram analisados até o momento, sendo a família Laelapidae a única a ter seus indivíduos identificados até o nível de espécie. Os ácaros foram diafanizados em ácido lático a 90% e montados entre lâmina e lamínula em meio de Hoyer. A identificação se deu com a utilização de chaves dicotômicas e descrições disponíveis na literatura. Foram inspecionados exemplares de duas espécies de roedores, Trinomys dimidiatus (Günther, 1877) (54) e Oligoryzomys nigripes (Olfers, 1818) (1), e uma espécie de marsupial, Didelphis aurita (Wied- Neuwied, 1826) (40). T. dimidiatus foi a espécie mais parasitada (n=41), com 409 ácaros da família Laelapidae, sendo 282 indivíduos da espécie Tur megistoproctus (Gettinger & Bergallo, 2003), 105 de Tur turki (Fonseca,1959), 19 de Androlaelaps fahrenholzi (Berlese,1911) e três de Gigantolaelaps oudemansi (Fonseca 1939), além Listrophoridae (n=186), Trombiculidae (18), Macronyssidae (11), ordem Mesostigmata (164). Já nos D. aurita, a família Macronyssidae foi a mais abundante com 88 indivíduos, além da ocorrência de 11 espécimes de T. megistoproctus e dois de T. turki (Laelapidae), nove indivíduos de Trombiculidae, oito Listrophoridae e três protoninfas ainda não identificadas. Em Oligoryzomys nigripes (n=1) foi encontrado apenas oito indivíduos de G. oudemansi. Laelapidae apresenta uma forte associação com roedores, enquanto que Macronyssidae podem parasitar diversos grupos de animais, mas estão mais associados aos marsupiais que aos roedores. Laelapidae, por ter uma forte associação com os roedores, são bem mais estudados e, consequentemente, as suas espécies mais conhecidas. Os indivíduos de Laelapidae encontrados sobre D. aurita podem ser devido à contaminação no campo ou no laboratório. Já que espécies do gênero Tur são relacionadas à família Echimyidae, na qual T. dimidiatus está inserida. O mesmo pode ter ocorrido em relação aos espécimes de Macronyssidae em relação à T. dimidiatus. Os poucos registros de espécies de Trombiculidae e Listrophoridae sobre marsupiais e roedores não permitem discussões a respeito da especificidade, mesmo porque não houve ainda a identificação ao nível de espécie. Oito indivíduos de G. oudemansis foram coletados em O. nigripes, mas até o momento nenhuma ocorrência dessa relação parasita- hospedeiro tinha sido relatada. Gigantolaelaps oudemansi também foi encontrado na espécie T. dimidiatus, embora tal gênero seja comumente encontrado na família Cricetidae. Todas as espécies encontradas neste estudo parasitando T. dimidiatus já foram relatadas para esse hospedeiro e para a Ilha Grande. Palavras-chaves: Acari; ectoparasitos; especificidade; marsupiais; roedores. Apoio: FAPERJ, Pibic/UERJ. IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 4 Invertebrados nos desenhos animados do cenário infanto-juvenil nos últimos 40 anos Fernanda Avelino-Capistrano; Luis Augusto Peres Curso de Ciências Biológicas, Faculdades São José E-mail de contato: fernandaacsilva@yahoo.com.br Desde que Emile Reynaud criou o desenho animado no século XIX, a fantasia não parou mais de chamar atenção de pessoas adultas e, principalmente, crianças. Ainda que os desenhos tenham uma participação lúdica na vida das crianças e adolescentes, esses também podem ser utilizados como ferramentas complementares à formação moral, social e intelectual da criança e do adolescente. Paralelo a essa evolução, o mundo também tem se transformado, e desde a década de 1970 temas como conservação e ecologia têm se inserido no contexto social e nos currículos escolares. A reflexão da inserção do homem na natureza tem influenciado diversos meios de comunicação, refletindo em programas televisivos cada vez mais focados em transmitir, ainda que de forma lúdica, informações sobre a fauna, flora e meio ambiente. Dentro deste contexto, este trabalho buscou verificar como os invertebrados vêm sendo representados nos desenhos infanto- juvenis nos últimos quarenta anos. Dessa forma, o presente estudo realizou uma busca na base de dados do Internet Movie Data Base (IMDB), onde o objetivo foi o levantamento dos desenhos animados (séries, curtas e longa metragens) lançados entre 1975-2015, contendo personagens animais. Em um segundo momento, os filmes pré-selecionados foram analisados e os invertebrados foram taxonomicamente separados. Um total de 905 obras foi analisado, onde 4.383 personagens animais foram encontrados, dos quais 3.874 são vertebrados e 318, invertebrados. Os invertebrados foram representados por dez filos, sendo que Arthropoda foi o mais representativo, com um total de 76,4% dos personagens, seguido por Mollusca, com 11,3%, e Annelida (Oligochaeta), com 5,6%. Entre os Arthropoda, os insetos foram os mais representativos, ocorrendo em 79% do total do grupo, seguidos por Crustacea, com 9,5%, e Chelicerata, com 8,2%. Entre os moluscos, apenas três classes foram encontradas, sendo a mais representativa Gastropoda, com 50% do total de personagens, seguida por Cephalopoda, com 47%, e Bivalvia, com 3%. Os resultados encontrados provavelmente refletem a natural representatividade dos grupos e sua relação de proximidade e utilização pelos seres humanos. Palavras-chave: animação; diversidade; Zoologia Cultural. IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 5 Revisão morfológica e paleoecologia do primeiro registro de Anura (Amphibia) para o Chattiano (Oligoceno Superior) da Bacia de Taubaté, SP, Brasil Lucas A. Barcelos; Thiago C. Lima; Douglas Riff Instituto de Biologia, Universidade Federal de Uberlândia E-mail de contato: lucasabarcelos@gmail.com O registro de Anura fósseis brasileiros é extremamente exíguo, com alguns representantes cretácicos e outros cenozóicos. Este trabalho investigativo tem como cerne a descrição morfológica e explanação paleoecológica do primeiro registro de Anura para o Oligoceno da Bacia de Taubaté. Para se alcançar este objetivo final, foram realizadas visitas ao acervo do Museu de Geodiversidade (UFRJ) onde o espécime (i.e., UFRJ-01A) se encontra tombado. O fóssil está depositado em folhelho pirobetuminoso oligocênico proveniente do afloramento representativo da Formação Tremembé, este localizado na propriedade da Comunidade Extrativa Santa Fé (Bairro Padre Eterno, Tremembé). O folhelho pirobetuminoso foi depositado em um paleoambiente lacustrino com lâmina d’água espessa, em que o paleoclima predominante era úmido. No mesmo nível cronoestratigráfico do fóssil há a presença de pelo menos duas espécies de peixes fósseis, o que indica a paleofauna e o paleoambiente de deposição. Foram utilizados os seguintes equipamentos: lupa de mesa, sonda exploradora e paquímetro digital. Um extenso e detalhado registro fotográfico do espécime foi feito, cuja análise posterior foi realizada com auxílio de softwares (i.e., Photoshop CS4, ImageJ). Tal material já foi brevemente descrito quanto a sua morfologia em um resumo no ano de 1999. Com base em comparações feitas com outros espécimes descritos na literatura, foi possível uma descrição mais completa e atualizada dos ossos, fragmentos e moldes de ossos disponíveis no espécime. Como resultado destaca-se a presença de falange terminal em forma de botão, o que possibilita assignar tal espécime ao táxon Cycloramphidae. Outras características relevantes são os dentes pedicelados monocúspides (com porção final arredondada) presentes na maxila e pré-maxila, diapófises da vértebra sacral expandidas (26,814°) e comângulo em relação ao eixo central da vértebra sacral de 111,413°, SVL (snout-vent lenght) de 59,687mm, presença do ramo ótico do esquamosal, de ossos palatinos e articulação ílio-sacral do tipo IIB. Esta última essencial para o entendimento da paleoecologia do espécime, que por não apresentar cicatriz óssea na porção dorso-medial da diapófise sacral para a fixação do ligamento do músculo ílio- lumbaris (característico do tipo IIA), pode ser considerado como possuidor da articulação do tipo IIB, que possibilita uma maior mobilidade dorso-ventral (rotação vertical), e aponta para o hábito terrestre do espécime que, em vida, se locomovia através de longos saltos. Para um maior reconhecimento e descrição do táxon uma análise filogenética será realizada. Palavras-chave: Cycloramphidae; morfologia; Paleontologia; Tremembé. Apoio: CNPq. IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 6 A diversidade de roedores (Mammalia: Rodentia) recuperados de depósitos quaternários de cavernas no Estado do Tocantins Carolina P. de A. Borges; Thais M.P. Ferreira; Leonardo S. Avilla Departamento de Zoologia, UNIRIO E-mail de contato: carolpiresab@hotmail.com As expedições paleontológicas realizadas pelo Laboratório de Mastozoologia da UNIRIO às cavernas no município de Aurora do Tocantins (estado de Tocantins) entre os anos de 2009-2014, tem revelado uma grande diversidade de roedores. Devido a requisitos ecológicos específicos e ao fato da maioria dos táxons encontrados ainda serem viventes, o grupo também se caracteriza como um bom bioindicador, sendo frequentemente usado para inferir as condições do paleoambiente. Os fósseis foram coletados em duas cavernas: 1) Gruta dos Moura, onde utilizou-se exclusivamente a técnica de screenwashing para a obtenção dos fósseis; e, 2) Gruta do Urso, onde adicionalmente utilizou-se a técnica de picking. Em ambas, houve a preocupação com o controle estratigráfico. Também, realizaram-se datações por Ressonância de Spin Eletrônico resultando entre 23.000- 18.000 Ap. para a Gruta dos Moura e 22.000-3.800 Ap. para a Gruta do Urso. Assim, a diversidade revelada representa quatro famílias de roedores: Cricetidae, Echimyidae, Caviidae e Hydrochoeridae, e 17 táxons: Akodon sp., Akodon sp. 2, Calomys sp., Cerradomys sp., Holochilus sciureus (Wagner, 1842), Kunsia tomentosus (Linchtenstein, 1830), Necromys lasiurus (Lund, 1841), Oecomys sp., Oligoryzomys sp., Pseudoryzomys simplex (Winge, 1887), Thalpomys sp., Thrichomys sp., Makalata didelphoides (Desmarest, 1817), Proechmys sp., Kerodon sp., Neochoerus sp. e Hydrochaeris hydrochoerus (Linnaeus, 1766). Os estudos de identificação dos fósseis de roedores ainda estão sendo conduzidos e, potencialmente, uma diversidade ainda maior pode ser revelada. O ambiente inferido a partir da diversidade aqui apresentada não mudou muito desde quando esses fósseis viviam no entorno das cavernas estudadas. Assim, reconhece-se um Cerrado heterogêneo com áreas abertas, matas de galeria, áreas cársticas e ambientes sazonalmente inundados. Palavras-chave: identificação; molares; paleoambiente; riqueza específica. Apoio: FAPERJ; CNPq; CAPES. IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 7 Macroevolução de nichos alimentares e biogeografia dos gonfoterídeos trilofodontes brevirrostrinos (Proboscidea: Gomphotheriidae) Leon Borges-Silva1; Dimila Mothé1,2; Leonardo S. Avilla1 1Departamento de Zoologia, UNIRIO; 2PPG Zoologia, Museu Nacional, UFRJ E-mail de contato: leonbsilva@hotmail.com Os gonfoterídeos trilofodontes brevirrostrinos (GTB) viveram na Ásia e Novo Mundo, do Mioceno ao Holoceno Inicial. Os táxons que compõem o grupo são Notiomastodon (Cabrera, 1929), Cuvieronius (Osborn, 1923), Sinomastodon (Tobien, Chang e& Li, 1986), Rhynchotherium (Falconer, 1868) e Stegomastodon (Pohlig, 1912). Objetivou-se aqui compreender a evolução do grupo através de seus hábitos herbívoros e, tentativamente, reconhecer as barreiras paleoecológicas e biogeográficas que o grupo provavelmente enfrentou na conquista de novos ambientes. Sua hipótese filogenética mais recente é: (Stegomastodon (Sinomastodon (Notiomastodon (Rhynchotherium, Cuvieronius)))). Estudos de isótopos estáveis, microdesgaste do esmalte e do tártaro dentário indicaram três hábitos alimentares para os GTB: ramoneador, pastador de gramíneas C3 (moléculas geradas pela fixação de CO2 na fotossintese são compostas por três átomos de carbono) e pastador de gramíneas C4 podendo ou não possuir mais de um desses. C3 e C4 são nomeações dadas às plantas terrestres pela quantidade de átomos de carbono que constituem as moléculas resultantes no processo de fixação de CO2 na fotossíntese. Uma matriz, composta pelos hábitos alimentares dos GTB, foi analisada no software DIVA 1.2., com o intuito de identificar os nichos alimentares de seus ancestrais. Como resultados, o ancestral de Stegomastodon seria um pastador de C3 e C4 e seu grupo irmão (Sinomastodon (Notiomastodon (Rhynchoherium, Cuvieronius)) seria exclusivamente ramoneador. Eventos climáticos sequenciais de resfriamento e ressecamento durante o Mioceno Médio ao Tardio provavelmente guiaram uma transição de bioma na América do Norte (floresta-savana-pradaria). Isso pode ter selecionado Stegomastodon, restrigindo-o a viver apenas nas Grandes Planícies Norte-americanas. (GPNA). Esse argumento é mais um suporte para a ausência desse táxon nas Américas Central e do Sul. O ancestral da linhagem de Sinomastodon “conquistou” a Ásia durante o Mioceno Tardio e, durante o Pleistoceno Inferior, o ancestral da linhagem de Notiomastodon “invadiu” a América do Sul. Provavelmente, por ambos ancestrais serem ramoneadores, essa adaptação tenha ajudado-os a cruzar as florestas da Beringia e América Central, respectivamente. De forma similar, a herança ramoneadora permitiu que o generalista/oportunista Cuvieronius cruzasse o Ístmo do Panamá, tornando-se o único gonfotério Panamericano. Apesar de Rhynchotherium ter vivido nas GPNA, o táxon não ficou restrito aos campos abertos. Sua ancestralidade ramoneadora o permitiu extender- se geograficamente até florestas que hoje são a Flórida. A evolução da dieta baseada em ramos segue uma tendencia evolutiva distinta daquela reconhecida para os proboscídeos do Neógeno e Quaternário, que tinham dietas baseadas no consumo de gramíneas. Palavras-chave: dieta; filogenia; megafauna; Quaternário. IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 8 Conhecendo a vizinhança: a animação “Os Sem-Floresta” e o avanço da fauna urbana Mariana F. Campos¹; Luci B.N. Coelho²; Elidiomar R. Da-Silva³ ¹Depto. Botânica, UNIRIO; ²Depto. Zoologia, UFRJ; ³Depto. Zoologia, UNIRIO E-mail de contato: ccamposmariana@gmail.com O constante crescimento das cidades é o principal aspecto da civilização que conhecemos. Cada vez mais avançam as áreas urbanas e para isso, áreas de floresta precisam ser desestruturadas ou até mesmo destruídas. Muitas vezes algumas medidas são tomadas sem levar em consideração a perda da diversidade animal e/ou vegetal do local. O estudo da fauna presente em ambientes urbanos ganha cada vez mais espaço entre os pesquisadores, resultando em trabalhos bastante interessantes e descobertas inéditas. Tendo em vista alguns problemas de aprendizado ou ensino encontrados, é de extrema importância que surjam metodologias inovadoras e ferramentas que consigam quebrar a barreira entre os professores e os alunos e, assim, entre a população e a ciência. O uso de animações como instrumento de aprendizado se tornou uma prática muito comum, embora estudos sobre sua eficácia sejam escassos. O presente trabalho tem como objetivo analisar os conceitos ecológicos da animação “Os Sem-Floresta”, visando sua possível aplicaçãocomo ferramenta de ensino sobre um tema bastante comum: o avanço da fauna urbana. Lançada em julho de 2006 no Brasil, “Os Sem-Floresta” é uma animação produzida pelos estúdios DreamWorks. Nas cenas introdutórias, vemos dois personagens, um urso (Ursus arctos Linnaeus, 1758 – Carnivora: Ursidae) e um guaxinim [Procyon cancrivorus (Cuvier, 1798) – (Carnivora: Procyonidae)]. Em seu estoque para a hibernação, toda a comida que o urso armazena provém dos humanos: balas, produtos enlatados, biscoitos etc. Não vemos nada que um urso silvestre comeria. O guaxinim, que também vive na cidade, tenta conseguir o que comer de uma máquina. No outro lado da situação, alguns animais silvestres acordam da hibernação e percebem que necessitam reabastecer seus estoques de alimento agora que o inverno passou. Em sua busca, acabam percebendo que algo está diferente em sua “casa”. Notam que, além do espaço reduzido, há também um “elemento novo” na floresta: uma cerca viva. A cerca é a única coisa que separa os animais do convívio com os humanos. Uma questão fortemente abordada no filme é o constante desejo da população de afastar os elementos da fauna urbana de suas casas, independente de que animais sejam, e as medidas que tomam para tal. Muitos animais conseguem, mesmo que com muito custo, escapar de algumas dessas medidas, adotando hábitos alimentares e comportamentais muito diferentes dos que possuiriam se estivessem vivendo fora de áreas urbanas. Tal sucesso torna alguns representantes tão comuns nas residências que é até difícil pensar em sua existência no ambiente natural, como é o caso da barata-americana (Periplaneta americana Linnaeus, 1758 – Blattodea: Blattidae), por exemplo, que está entre os insetos mais comuns ao convívio humano. Ainda que corresponda a aparentemente 1% do total de espécies silvestres, o avanço da fauna urbana é inegável e constante, devido ao crescimento das cidades, aumentando a oferta de nichos. Grupos de animais como os insetos, por exemplo, que possuem um histórico de conquistas dos mais diversos ambientes, são constantemente encontrados no ambiente urbano. Muitas espécies vêm sendo ineditamente registradas para determinadas localidades, a partir de exemplares coletados em áreas urbanizadas. A animação “Os Sem- Floresta” retrata, de uma maneira muito clara e leve, aspectos dos impactos causados pelo avanço das áreas urbanas. Em uma época em que os temas de ecologia, preservação e educação ambiental estão em alta, seu uso em sala de aula, nos diferentes níveis escolares, pode facilmente auxiliar na compreensão desse assunto. A fauna urbana tem se mostrado muito diversa, nos dando provas de que a natureza resiste, apesar de nossa vontade. Palavras-chave: divulgação científica; fauna urbana; Zoologia Cultural. IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 9 Descrição preliminar do canto territorial de Dendropsophus seniculus (Anura: Hylidae) Luiz Fernando F. do Carmo¹,²; Manoela Woitovicz-Cardoso¹ ¹Departamento de Vertebrados, Museu Nacional, UFRJ; ²Instituto de Biologia, UFRJ E-mail de contato: luizfernando.carmo23@gmail.com Comunicações acústicas são comuns a diferentes grupos taxonômicos e possuem atributos próprios, tendo grande importância no reconhecimento intraespecífico, principalmente dentro de cenários reprodutivos e territoriais. Para os anuros, as emissões sonoras são emitidas principalmente pelos machos. Diferentes vocalizações podem ser emitidas por uma mesma espécie de anuro com distintas finalidades O canto de anúncio é o principal meio de comunicação entre anuros, sendo emitido unicamente pelos machos com principal finalidade de atrair fêmeas. É o tipo de vocalização mais estudado, uma vez que é emitido por quase todas as espécies de anuros. Do mesmo modo, o canto territorial é emitido por machos que anunciam a ocupação de uma determinada área para eventuais competidores O presente estudo tem como objetivo analisar e descrever preliminarmente o canto territorial de Dendropsophus seniculus (Cope, 1868), buscando reconhecer caracteres acústicos diagnósticos para a espécie. Atividades de busca noturna foram realizadas no Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba. A unidade de conservação situa-se ao norte do estado do Rio de Janeiro, sudeste do Brasil, e se estende pelos municípios de Macaé, Carapebus e Quissamã. Os registros acústicos de D. seniculus foram gravados com gravador Zoom H2N, acoplado a um microfone Sennheiser ME66. Os cantos foram, posteriormente, transferidos para o computador DELL Inspiron 14R e analisados no programa Raven Pro 1.5. A taxa de amostragem e resolução foram de 48 KHz e 16 bits, respectivamente. A descrição preliminar da vocalização territorial dessa espécie é baseada na análise de 20 cantos de dois indivíduos, coletados, fixados e depositados na Coleção de Herpetologia, Departamento de Vertebrados, Museu Nacional/UFRJ. Foram mensurados parâmetros acústicos, tanto temporais quanto espectrais. Observou-se dois tipos de canto territorial em D. seniculus: um canto simples multipulsionado (nota A) e um canto composto por duas notas multipulsionadas (B+A), sendo a segunda correspondente à nota isolada dada no canto simples. O canto simples é formado por 54 a 295 pulsos, que duram de 0,2 s a 1,5 s, com frequência fundamental de 1,41 a 1,56 KHz e frequência dominante de 2,38 a 3,42 KHz. A nota introdutória do canto composto é formada por 15 a 46 pulsos, com duração de 0,06 s a 0,1 s. A frequência fundamental e frequência dominante do canto composto foi de 1,40 a 1,91 KHz e de 1,88 a 3,18 KHz, respectivamente. O intervalo entre as notas B e A do canto composto varia de 0,07 s a 0,1 s. Ambos os cantos não apresentaram estrutura harmônica. Os dados obtidos e apresentados pelo presente estudo fornecem recurso complementar para a identificação de D. seniculus. Palavras-chave: Amphibia; comunicação; Herpetologia; vocalização. Apoio: FAPERJ; CNPq. IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 10 “FormiguinhaZ” à luz da Ciência: utilização da cultura pop na sala de aula Virgínia Codá1; Anna C.S. Tosi1; Luci B.N. Coelho2; Elidiomar R. Da-Silva1 1Departamento de Zoologia, UNIRIO; 2Deptamento de Zoologia, UFRJ E-mail de contato: virginiacoda@gmail.com O aproveitamento de obras cinematográficas no meio científico e didático tem se tornado cada vez mais popular. A união com a chamada Sétima Arte é uma das inúmeras formas de se popularizar a Ciência, antes tão elitizada. Filmes, especialmente os de animação, têm conseguido importante espaço como instrumento didático para estudo e análise dos animais presentes. Um ótimo exemplo disso é o filme FormiguinhaZ (AntZ, no original), animação produzida pela DreamWorks, em 1997. O presente estudo tem por objetivo mostrar, baseando-se no filme FormiguinhaZ, os diferentes aspectos didáticos que podem ser utilizados para melhor entendimento da ordem Hymenoptera (Arthropoda: Hexapoda). Curioso fator que pode ser informado ao aluno é em relação aos nomes de alguns dos personagens do filme. As formigas (Formicidae) Barbatus, Azteca, Weaver, Cutter e General Mandíbula têm seus nomes inspirados no mundo real: Pogonomyrmex barbatus Smith, 1858, Azteca Forel, 1878, weaver (referência ao nome popular em inglês do gênero Oecophylla Smith, 1860), leaf-cutter (referência ao nome popular em inglês dos gêneros Atta Fabricius, 1805 e Acromyrmex Mayr, 1865) e uma referência à parte mandibular das formigas. A organização do formigueiro é outro fator exposto, as castas são mostradas no filme: rainhas, operárias, soldados e larvas. Porém, pode ser percebida uma diferença da realidade: os machos, que na natureza têm como função somente a reprodução com a rainha, não são mostrados como uma casta, e sim como parte dos soldados e operárias, que na realidade são formados apenas porfêmeas, sendo os soldados as fêmeas maiores que defendem o formigueiro. Ao contrário do que o protagonista Z pensava no começo, as formigas individualmente não são fracas e insignificantes. Uma única formiga pode carregar até vinte vezes o seu peso, e pode ser a responsável por informar o formigueiro inteiro sobre ataques ou mesmo a presença de fontes de alimento próximas. Como Z percebe no final, as formigas trabalham e se defendem em conjunto. Formigas não são capazes de avaliar a necessidade total do formigueiro, tomando decisões relativas apenas à casta a qual pertencem. Outro fator que pode ser debatido com os alunos é o modo como os desenhistas representa o corpo dos insetos. Para ter uma forma mais humanoide, os artistas do filme colocaram o último par de pernas no abdômen, o que é anatomicamente errado, já que os três pares de pernas se localizam no tórax. Além disso, apesar das formigas possuírem realmente dois olhos, como mostrado na animação, esses são compostos por “olhos menores”, os omatídeos. O filme FormiguinhaZ pode ainda dar margem a outras análises e interpretações à luz da Ciência. O que parece ser um fato concreto é que a utilização de filmes com temas ligados à Biologia torna as explicações mais didáticas e pode despertar um maior interesse dos alunos. Com a devia adequação de profundidade, os conteúdos do filme FormiguinhaZ podem ser aplicados tanto no ensino fundamental e médio quanto na universidade, sempre sob a supervisão do professor, em disciplinas que abordem Entomologia, Evolução e Ecologia. Palavras-chave: animação; artrópodes; educação; Hymenoptera; Zoologia Cultural. IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 11 Novas ocorrências de nematódeos em praias arenosas no Estado do Rio de Janeiro Raíssa V. Corrêa; Alyne C.C. Martins; Gabriel H.C. Santos; Luis O.V. de Lima; Tatiana F. Maria Departamento de Ecologia e Recursos Marinhos, UNIRIO E-mail de contato: raissakamia@hotmail.com Os representantes do Filo Nematoda são os organismos mais abundantes da meiofauna das praias arenosas. Apesar disso, pouco se sabe sobre os nematódeos de vida livre, devido ao seu pequeno tamanho, o que dificulta seu estudo, fazendo com que os parasitas despertem maior interesse por sua relação com a medicina, veterinária e agricultura. Os primeiros estudos taxonômicos dos nematódeos de vida livre se iniciaram através da descoberta da enguia do vinagre por Borellus em 1656. No Brasil, tais estudos se iniciaram na metade do século passado através dos trabalhos de Sebastian Gerlach e, atualmente, grupos de pesquisa no norte, nordeste e sudeste do Brasil têm dado continuidade aos trabalhos taxonômicos. Este trabalho objetiva produzir uma lista taxonômica dos nematódeos de vida livre das praias do Estado do Rio de Janeiro, verificando a existência de novas ocorrências para este ecossistema, tanto no âmbito mundial como nacional. Amostras de sedimento foram coletadas em sete praias do litoral do estado. Foram encontrados 119 gêneros pertencentes a 37 famílias e nove ordens. As famílias mais representativas foram Chromadoridae e Xyalidae, com 16 e 14 gêneros, respectivamente; ambas as famílias são comuns para o ecossistema estudado. A praia que apresentou maior riqueza de gêneros foi a Praia de Flexeiras – Rio de Janeiro (49 gêneros) e as de menor riqueza foram a Praia de Fora (Trindade – Paraty) e Praia da Bica – Rio de Janeiro (31 gêneros em ambas as praias); a diferença no número de gêneros dessas praias pode ser atribuída as diferentes características granulométricas das praias. O número de gêneros encontrados nestas praias representa 40% da riqueza que já se conhece para praias arenosas mundiais e 42% da riqueza das praias brasileiras. Dentre os gêneros encontrados tem-se 12 novas ocorrências de nematódeos de vida-livre nunca antes encontrados em praias mundiais, o que sugere que esses gêneros podem ocorrer somente nas praias brasileiras. Em comparação com as praias brasileiras, apenas quatro novos registros foram encontrados (Ethmolaimus de Man, 1880, Onyx Cobb, 1891, Paranticoma Micoletzky & Kreis, 1930 e Zalonema Cobb, 1920) e dentre estes somente Zalonema nunca havia sido citado para as praias do mundo. Entretanto, deve-se considerar que até 1996 este gênero foi tratado como um subgênero de Desmodora De Man, 1889. A partir desses resultados, pode-se concluir que amostragens adicionais possibilitarão o registro de novas ocorrências, podendo até levar à detecção de novos gêneros e/ou espécies. Palavras-chave: Chromadoridae; Nematoda; taxonomia; Xyalidae. Apoio: FAPERJ. IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 12 Meiofauna: conhecendo a fauna invisível das praias arenosas Raíssa V. Corrêa; Gabriel H.C. Santos; Alyne C.C. Martins; Luis O.V. de Lima; Tatiana F. Maria Departamento de Ecologia e Recursos Marinhos, UNIRIO E-mail de contato: raissakamia@hotmail.com Existem grupos de seres vivos cuja existência é desconhecida pela maioria da população, já que estes são tidos como “invisíveis”. Esse é o caso da meiofauna, grupo formado por pequenos metazoários cujo tamanho varia de 0,031mm a 1mm. Tais organismos são encontrados, principalmente, no sedimento de diversos tipos de ambiente, dentre eles as praias arenosas, que representam um dos principais pontos de lazer e recreação do público em geral. Apesar da pouca visibilidade, a meiofauna agrupa organismos de diversos grupos taxonômicos, atuando como níveis tróficos intermediários das cadeias alimentares, isto é, fazendo a ligação entre seres microscópicos ou entre a matéria orgânica presente no sedimento e animais maiores (peixes e crustáceos). Apesar da sua grande importância ecológica, estudos sobre a meiofauna inicializaram em meados do século XIX no mundo, enquanto no Brasil, estudos pioneiros sobre esses organismos surgiram na década de 70/80. O objetivo deste trabalho é apresentar a meiofauna de seis praias: Praia de Copacabana, Praia de Fora, Praia da Barra da Tijuca, Praia da Restinga da Marambaia, todas localizadas na cidade do Rio de Janeiro; Praia de Fora – Paraty e Praia de Guaxindiba – São Francisco de Itabapoana. O levantamento indicou a presença de 19 táxons diferentes: Acari, Bivalvia, Brachiopoda, Coleoptera, Gastrotricha, Isopoda, Kinorhynca, Larva/Diptera, Nemertinea, Pycnogonida, Tunicada, Collembola, Copepoda, Nematoda, Oligochaeta, Ostracoda, Polychaeta, Tardigrada e Turbellaria, sendo, os oito últimos táxons presentes em todas as praias, sendo tardígrados e nematódeos os mais abundantes, representando 53 e 30% da comunidade, respectivamente, e todos os outros táxons apresentaram menos do que 5% de abundância relativa. As praias de Guaxindiba e Barra apresentaram a maior (15) e menor (11) riqueza de táxons, respectivamente. Embora diminutos, esses táxons podem ser diferenciados entre si de acordo com a morfologia externa; por exemplo, nematódeos possuem corpo vermiforme e apêndices ausentes, enquanto copépodes apresentam vários apêndices. Outros são mais difíceis de serem distinguidos, como, por exemplo, nematódeos e oligoquetos, ambos vermiformes e diferindo pela presença de anéis (dificilmente observados) nos oligoquetos e a ausência destes nos nematódeos. Por serem encontrados em sedimentos com alto hidrodinamismo, os organismos da meiofauna apresentam adaptações morfológicas relacionadas à adesão, miniaturização, flexibilidade e ausência de luz. Neste trabalho pudemos apresentar uma biodiversidade não perceptível que existe em lugares impensáveis e suas adaptações ao biótopo. A maioria das praias estudadas é frequentada por banhistas, à exceção de duas (Praia de Fora – Rio de Janeiro e Praia da Restinga da Marambaia) que têm uma frequentação restrita por se situarem em áreas militares, devido a isso, destaca-se então a importância deste trabalho,por apresentar uma fauna desconhecida de um dos ecossistemas mais frequentados e apreciados do Brasil. Palavras-chave: divulgação científica; meiobentos; sedimentos marinhos. Apoio: FAPERJ. IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 13 Gastrópodes (Mollusca: Gastropoda) do campus Urca da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro - UNIRIO Hellen V. Damasceno; Guilherme L. Alexandre; Igor C. Miyahira; Carlos H.S. Caetano Departamento de Zoologia, UNIRIO E-mail de contato: hellenvdamasceno@gmail.com Os moluscos colonizaram com sucesso variados tipos de ambientes e microhabitats. Embora exibam o ápice de sua diversidade no ambiente marinho, os gastrópodes apresentaram linhagens evolutivas que conseguiram explorar de maneira bem-sucedida o ambiente terrestre e de água doce. Com o objetivo de realizar um levantamento das espécies de moluscos terrestres e de água doce no campus Urca da UNIRIO foram selecionadas 11 áreas diferentes, variando desde ambientes rochosos com serapilheira acumulada até áreas com remanescentes de Floresta Atlântica, além do único ambiente aquático do campus. Em cada área foram realizadas duas coletas entre os meses de março e setembro de 2015 utilizando métodos de coleta direta e com o mesmo esforço amostral. Todos os indivíduos coletados foram levados ao laboratório, anestesiados e fixados em álcool etílico a 70%; as conchas foram preservadas a seco. Foram encontradas 19 espécies distribuídas em 19 gêneros e 12 famílias: Lymnaidae - Lymnaea columella (Say, 1817); Planorbidae - Biomphalaria glabrata (Say, 1818); Physidae - Physa acuta (Draparnaud, 1805); Succineidae - Omalonyx sp.; Thiaridae- Melanoides tuberculata (Müller, 1774); Bradybaenidae – Bradybaena similaris (Férussac, 1821); Bulimulidae – Bulimulus tenuissimus (d’Orbigny, 1835); Rhinus sp.; Euconulidae – Pseudoguppya semenlini (Moricand, 1845); Streptaxidae - Streptaxis contusus (Férussac, 1821);Streptartemon cookeanus (Baker, 1914); Subulinidae – Dysopeas muibum (Marcus &Marcus, 1968);Beckianum beckianum (Pfeifer, 1846);Leptinaria unilamellata (d’Orbigny, 1835);Subulina octona (Brugüière, 1789); Allopeas sp.; Systrophiidae – Tamayoa banghaasi (Boettger in Thiele, 1927); Miradiscops sp.; Veronicellidae – Sarasinula linguaeformis (Semper, 1885). No ambiente terrestre Subulina octona foi a espécie com maior número de exemplares coletados, um total de 734, enquanto Rhinus sp. e Allopeas sp. foram as espécies menos abundantes, com apenas um exemplar coletado de cada uma delas. No ambiente aquático Physa acuta foi a espécie com maior número de exemplares coletados, um total de 22, enquanto Omalonyx sp. e Lymnaea columella apresentaram o menor número de exemplares coletados, apenas seis de cada. Os altos valores de abundância de Subulina octona refletem a ampla valência ecológica da espécie, que apresenta amplos limites de tolerância a vários fatores ambientais como temperatura, umidade e solo, se adaptando bem a ambientes com influência antrópica. A importância deste levantamento está relacionada com a possibilidade de realização de variados trabalhos didáticos e científicos dentro do próprio campus, além de mostrar que ambientes antropizados podem também sustentar uma fauna considerável de gastrópodes, podendo ser úteis até em atividades de conservação. Palavras-chave: biodiversidade; levantamento faunístico; moluscos. IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 14 A cultura influenciando a Ciência: nomes de animais inspirados em elementos culturais Elidiomar R. Da-Silva1; Bernardo E. Amarante1; Luci B.N. Coelho2 1Departamento de Zoologia, UNIRIO; 2Departamento de Zoologia, UFRJ E-mail de contato: elidiomar@gmail.com As regras de nomenclatura zoológica organizam e regulamentam os procedimentos de nomeação de novos táxons. Tradicionalmente os epítetos de gênero e espécie são propostos com base em algum referencial geográfico, morfológico, comportamental, ou mesmo como forma de homenagem a relevantes pesquisadores da área. Recentemente, no entanto, interessante fenômeno está sendo observado: cada vez mais táxons têm sido batizados inspirados em elementos culturais, quer sejam pessoas reais ou personagens fictícios. Tal procedimento é cientificamente legítimo, já que, para ser utilizado, basta que um nome seja em latim, grego ou qualquer língua derivada dessas. Sites de internet mencionam nomes pouco convencionais, com destaque para a excelente página de Facebook “Nomes científicos”. Visando analisar criticamente a utilização de elementos culturais como fonte de inspiração para novos gêneros e espécies animais, 59 artigos foram livremente inventariados e analisados. Não houve uma preocupação de se esgotar o assunto, muito pelo contrário, tal inventário está constantemente sendo incrementado. Até o presente, dentre os elementos culturais homenageados, 37% são personagens fictícios, 12% são futebolistas e 10% são músicos. Depois desses, personalidades/políticos/protestos (8%), mitologias (7%), indianismos (6%), obras ficcionais (6%), artistas (5%), escritores (4%), folclorices/festivais (4%) e outros (1%). Dentre os itens ficcionais, encontram-se personagens das sagas cinematográficas Harry Potter, Jurassic Park, O Senhor dos Anéis e Star Wars, das séries de TV Big Bang Theory, Game of Thrones e Doctor Who, dos desenhos animados A Era do Gelo, Caverna do Dragão e Inu Yasha. Do universo dos super-heróis são utilizados nos epítetos específicos Batman (DC Comics), Loki e Thor (Marvel). Dentre as celebridades do mundo pop, são homenageadas as cantoras Beyoncé, Jennifer Lopez e Shakira, além de músicos consagrados como Bob Marley, David Bowie, Dorival Caymmi, James Taylor, John Lennon, Keith Richards, Luiz Gonzaga, Mick Jagger e Raul Seixas. Grandes escritores, como Castro Alves e Jorge Amado, também estão nas listas de homenagens, assim como personalidades da História, como Marco Polo e Nelson Mandela. Dentre as referências a desportistas, destacam-se espécies batizadas em honra aos jogadores da seleção brasileira de futebol que venceu a Copa do Mundo de 1958, além do Clube Atlético Mineiro e do Clube de Regatas Flamengo. Considerando-se os grupos taxonômicos, os Hexapoda (com supremacia dos Insecta) tiveram destaque, perfazendo 71% do total de táxons, seguidos por Arachnida (9%) e Reptilia (8%). Outros grupos taxonômicos foram Crustacea, Pisces (3% cada), Mammalia (2%), Amphibia, Mollusca, Onychophora e Porifera (1% cada). Cerca de 91% dos táxons são atuais, enquanto 9% são fósseis, e em 17% dos nomes propostos há alguma influência do folclore local. O número de autores por artigo analisado vai de um (15% do total) a 18 (2%), sendo que a maioria tem dois ou três autores (33% cada). Quanto à instituição de trabalho do primeiro autor, o Brasil tem posição de destaque, com 36% do total, seguido por Estados Unidos (31%), Espanha (7%), Alemanha, Austrália, China, Inglaterra (3% cada), África do Sul, Áustria, Canadá, Colômbia, Montenegro, Polônia e Uruguai (2% cada). A tendência da utilização de elementos da cultura para a composição de nomes de gêneros e espécies parece ser recente, posto que 73% dos artigos analisados foram publicados a partir de 2010. As referências a ícones de grande popularidade podem possibilitar uma maior divulgação pública dos estudos taxonômico-descritivos, trazendo novos ares a um campo tão tradicionalmente conservador. Entretanto, polêmicas são inevitáveis quando se opta por propor nomes com conotação política ou de protesto. Palavras-chave: divulgação científica; nomenclatura; taxonomia zoológica; Zoologia Cultural. IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 15 Entomofauna urbana: registros adicionais de Hemiptera, Coleoptera e Lepidoptera para o Estadodo Rio de Janeiro Elidiomar R. Da-Silva1; Luci B.N. Coelho2 1Departamento de Zoologia, UNIRIO; 2Departamento de Zoologia, UFRJ E-mail de contato: elidiomar@gmail.com Os insetos são conhecidos por sua notável capacidade de adaptação a praticamente todos os tipos de ambientes do planeta. As cidades e outras áreas urbanas abrigam uma interessante fauna de insetos, da qual as ordens Hemiptera, Coleoptera e Lepidoptera estão entre os mais destacados representantes. No presente trabalho, registra-se a nova ocorrência de quatro espécies no Estado do Rio de Janeiro. Alguns exemplares foram coligidos, usando-se rede entomológica e coleta manual, estando depositados no Laboratório de Entomologia Urbana e Cultural (UNIRIO) e na Coleção Entomológica José Alfredo Pinheiro Dutra (UFRJ). Outros exemplares tiveram o registro fotográfico ou em vídeo, utilizando-se um smartphone Galaxy S3. As cigarras (Hemiptera: Auchenorrhyncha: Cicadidae) são insetos que, durante o estágio ninfal, estão enterrados no solo, sendo que os adultos emergem em determinados períodos e formam agrupamentos reprodutivos, com os machos emitindo um som peculiar e característico, usado para atrair as fêmeas. Muitas espécies têm ocorrência comum em cidades, tornando o grupo bastante popular. Em outubro de 2015, dentro do período registrado na literatura como época de acasalamento da espécie, foi observado um pico de emergência de Quesada gigas (Olivier, 1790) em uma localidade situada no perímetro urbano do distrito de Penedo, município de Itatiaia. Observando-se ao longo de três dias o processo, pôde-se verificar que a planta provavelmente utilizada pelas ninfas subterrâneas para alimentação foi Anadenanthera sp. (Fabales: Fabaceae). De início, os exemplares eram arredios e dificultavam ao máximo a captura. Entretanto, no último dia de observação registrou-se a oviposição, ocorrida em um arbusto da família Myrtaceae, situado ao lado da provável planta- alimento das ninfas. Nesse dia, certamente por concentrarem toda a atenção na tarefa da postura dos ovos, as fêmeas permitiam com facilidade a aproximação e até o contato. Adicionalmente, em novembro de 2015, foi coletado um exemplar de Q. gigas em uma rua residencial da Zona Norte do município do Rio de Janeiro. Embora a espécie apresente ampla distribuição, tais ocorrências na capital fluminense e em Itatiaia constituem-se nos primeiros registros formais da espécie para o Estado do Rio de Janeiro. Ressalta-se que Q. gigas possui importância econômica destacada, devido aos danos causados ao cafeeiro. Entretanto, informações sobre a biologia e até mesmo registros de ocorrência são escassos. Em Penedo e no município de Vassouras foi observada a ocorrência de outra cigarra, Zammara strepens Amyot & Serville, 1843, espécie descrita de Minas Gerais e aqui registrada pela primeira vez para o Rio de Janeiro. Em uma inspeção dos insetos acumulados em luminárias de uma construção urbana de Penedo, verificou-se a ocorrência de um besouro do gênero Atractocerus Straneo, 1939 (Coleoptera: Lymexylidae), identificado como Atractocerus cf. brasiliensis Lepeletier & Audinet-Serville, 1825. Com isso, pela primeira vez registra-se a subfamília Lymexylinae para o Estado do Rio de Janeiro. O gênero de mariposas neotropicais Euclysia Warren, 1894 (Lepidoptera: Geometridae) é composto por nove espécies, das quais E. columbipennis (Walker, 1860), descrita do Estado do Pará, é a única com ocorrência registrada para o Brasil. Em Jaqueiras, bairro do município de Piraí, às margens da Rodovia Presidente Dutra, foi observado um exemplar de Euclysia, aqui tratado como Euclysia cf. columbipennis. Se confirmada a identificação, será o primeiro registro no estado. Tais registros, todos em áreas de elevada taxa de ocupação humana, mostram como ainda é negligenciado o estudo da distribuição dos insetos no Brasil. Palavras-chave: Auchenorrhyncha; Geometridae; Lymexylidae. Apoio: Entomólogos Estradeiros. IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 16 Panarthropoda como inspiração para personagens dos universos Marvel e DC: Myriapoda, Xiphosura e Tardigrada Elidiomar R. Da-Silva1; Luci B.N. Coelho2; Thiago R.M. de Campos1; Pedro S. Castanheira2; Maria I.S. Passos1 1Departamento de Zoologia, UNIRIO; 2Departamento de Zoologia, UFRJ E-mail de contato: elidiomar@gmail.com A composição de um personagem das histórias em quadrinhos (HQs) muitas vezes recebe interessantes influências da vida real. Face à forte ligação dos artrópodes com o ser humano, não é de se estranhar que eles tenham servido de inspiração para muitos personagens da ficção. Considerando apenas as duas principais editoras estadunidenses de HQs e mídias derivadas, a DC Comics e a Marvel Comics, vem sendo realizado o inventário das referências (personagens e objetos) de algum modo inspiradas em integrantes dos filos Tardigrada e Arthropoda (até o momento não foram encontradas referências à Onychophora). Dentre os Arthropoda, já foram completados estudos versando sobre Arachnida, Hexapoda e Crustacea. No presente trabalho, os personagens inspirados em Myriapoda, Xiphosura e Tardigrada foram classificados de acordo com a editora, o papel social (herói, vilão, neutro ou variável), a classificação taxonômica do animal inspirador e a década de criação. Os personagens foram ainda classificados quanto à presença ou ausência de alguma característica popularmente associada aos grupos zoológicos em questão, como múltiplas pernas, inoculação de peçonha (Myriapoda), carapaça dorsal rígida (Xiphosura) e grande resistência a alterações ambientais drásticas (Tardigrada). Até o presente foram contabilizadas 15 referências a Myriapoda (sete da Marvel, oito da DC), sendo treze personagens (cinco da Marvel, oito da DC). Além dos personagens, há no seriado Marvel’s Agents of S.H.I.E.L.D. um grupo especial de vilões, o Projeto Centopeia, formado por agentes e cientistas da HYDRA, que aplicam o soro Centopeia, que dá superpoderes aos soldados. O soro é aplicado por meio de um objeto na forma de um Chilopoda. Das 15 referências à Myriapoda, 11 são claramente relacionadas à ordem Chilopoda, sendo três as representantes da ordem Diplopoda. Um personagem, a mutante Infestação (Marvel), tem domínio sobre artrópodes, e aparece associada a Chilopoda e Diplopoda. A maioria dos personagens possui pelo menos uma das características consideradas típicas do grupo, especialmente a presença de muitos pares de pernas. Na sua maioria, os personagens desempenham o papel de vilão, o que não é surpreendente, face à má reputação de Myriapoda. Um personagem da DC foi inspirado na ordem Xiphosura, um monstro gigantesco com aspecto de límulo, presente na revista Star-Spangled War Stories vol. 1 #107 (1963). As principais características dos límulos reais podem ser observadas na criatura, tais como a presença de pernas queladas, brânquias foliares e espinho caudal alongado. Um monstro presente no 8º episódio da 4ª temporada (Stranded) do desenho animado Os Jovens Titãs, é claramente baseado no filo Tardigrada. A criatura tem pernas ventrolaterais, com garras nas extremidades, além de ser bastante resistente a condições desfavoráveis, até mesmo apresentando propriedades regenerativas. Curiosamente, o monstro é alienígena, o que pode remeter às experiências realizadas pelos russos, levando tardígrados em missões espaciais. Nenhum dos personagens desempenha papel de protagonismo nas tramas, mas é interessante notar que cerca de 40% deles foi criada no século XXI, mostrando que as interessantes peculiaridades morfológicas e biológicas estão sendo reconhecidas agora pelos roteiristas. É possível que novos personagens ainda venham a ser criados e, devido a tais peculiaridades, esses podem ser utilizados em programas de divulgação científica e até mesmo nas aulas regulares de Ciências, Biologia e Programas de Saúde. Palavras-chave: Arthropoda;cultura pop; divulgação científica; Zoologia Cultural. IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 17 Biologia populacional de dois gêneros de Cicadellidae (Insecta: Hemiptera) no perímetro urbano de Piraí, Estado do Rio de Janeiro Elidiomar R. Da-Silva1; Luci B.N. Coelho2; Diego P. Trindade1; Marcílio S. Barbosa1 1Departamento de Zoologia, UNIRIO; 2Departamento de Zoologia, UFRJ E-mail de contato: elidiomar@gmail.com A Serra das Araras é área da Serra do Mar com as menores elevações, com média de 500 a 600 metros de altitude, e talvez o seu ponto com maior ação antrópica. É cortada pela rodovia BR-116, a Via Dutra, que liga as maiores metrópoles do país: São Paulo e Rio de Janeiro. Com 117 km construídos em território fluminense, a Via Dutra apresenta notável importância econômica, porém ocasiona impactos ambientais significativos, tais como a ocupação desenfreada de suas margens e industrialização do seu entorno, a aceleração da extração e exploração de áreas outrora preservadas, os frequentes atropelamentos de animais silvestres e o aumento da poluição atmosférica devido ao alto número de veículos que atravessam a rodovia. Dividido pela Via Dutra, o município de Piraí está localizado na mesorregião do Sul Fluminense e na microrregião do Vale do Paraíba. Com extensão de 505.535 km², apresenta clima tropical de altitude e bioma predominante de Mata Atlântica. Piraí tem considerável produção agrícola, com lavouras de frutas, cereais e leguminosas. O estudo da entomofauna tem ligação direta com essa produção, já que muitos insetos são pragas agrícolas. Com base em amostragem mensal realizada de abril de 2014 a março de 2015, foi possível o estudo da variação populacional de cigarrinhas dos gêneros Balclutha Kirkaldy, 1900 (Deltocephalinae) e Plesiommata Provancher, 1889 (Cicadellinae), dois dos táxons mais abundantes de Auchenorrhyncha na amostragem. A cada coleta, foram recolhidos os exemplares aprisionados em dois lustres de um estabelecimento comercial, posicionado às margens da Via Dutra e próximo à entrada principal do perímetro urbano de Piraí. Os valores populacionais assim obtidos foram confrontados a parâmetros climáticos da região, relativos à Estação Climatológica de Resende, obtidos junto ao Instituto Nacional de Meteorologia (INMET). Para o estudo das oscilações climáticas e sua associação com os dados populacionais, foi utilizada a correlação de Kendall; para a detecção de possíveis variações populacionais entre as diferentes estações climáticas da localidade, foi utilizado o teste de Mann-Whitney. No total, foram obtidos 251 exemplares de Balclutha, com pico populacional em julho de 2014 (76 exemplares). Já em relação a Plesiommata, foram totalizados dezessete exemplares, com picos populacionais em julho e agosto (sete exemplares em cada mês). A flutuação populacional de Balclutha foi correlacionada negativamente (p<0,05) aos valores de temperatura e evaporação (essa relativa ao mês imediatamente anterior à coleta). Os valores de Plesiommata apresentaram correlação significativa (p<0,05) negativa com a temperatura, a precipitação, a nebulosidade e a evaporação, e positiva com a pressão atmosférica. As variações de precipitação, evaporação e insolação durante o ano amostral apontam para a ocorrência de duas estações distintas, uma de junho a novembro (seca), outra de dezembro a maio (chuvosa). Entretanto, não foi detectada distinção populacional significativa entre as duas estações, em que pese os maiores valores médios de Balclutha terem sido observados nos meses chuvosos. Cumpre destacar que, nos últimos anos, significativas oscilações meteorológicas vêm sendo observadas no Estado do Rio de Janeiro, com rápidas e bruscas mudanças na temperatura e pluviosidade, em curtos intervalos de tempo. Os padrões obtidos no presente trabalho diferem do que se costuma observar em relação aos insetos, normalmente mais abundantes em períodos mais quentes e úmidos. No entanto, padrões tidos como “não-sazonais” já foram observados em insetos tropicais, até mesmo em uma espécie de Balclutha, B. hebe (Kirkaldy, 1906). Palavras-chave: ambiente antrópico; cigarrinhas; flutuações. Apoio: Entomólogos Estradeiros. IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 18 O papel dos zoológicos no século XXI e a importância do enriquecimento ambiental: atenção especial à Fundação RioZoo Matheus C. Drago1,2; Davor Vrcibradic1 1 Departamento de Zoologia, UNIRIO; 2Fundação Jardim Zoológico do Rio de Janeiro E-mail de contato: mutano10@ig.com.br O papel dos zoológicos sempre foi fruto de discussões. Enquanto uma parcela da população defende o fim dessas instituições, muitos ressaltam sua importância enquanto instituições de educação voltadas à conservação das espécies animais. Programas de reprodução de espécies ex situ bem-sucedidos não são raros. Muitos foram responsáveis, por exemplo, pela reintrodução de espécies na natureza em áreas onde já eram consideradas ameaçadas ou localmente extintas. O Jardim Zoológico do Rio de Janeiro, localizado no parque da Quinta da Boa Vista, no bairro de São Cristóvão, foi fundado em 18 de março de 1945, sendo considerado o mais antigo do Brasil. Constam no seu plantel atual cerca de 2.100 animais totalizando mais de 350 espécies. A maior parte dos indivíduos que constam no Zoológico foi apreendida de circos, criadouros, comércio ilegal ou foram nascidos em cativeiro em outras instituições. O presente trabalho tem o objetivo de avaliar a reação ao estímulo de enriquecimento ambiental pelas seguintes espécies: urso-pardo, Ursus arctos Linnaeus, 1758; onça-pintada, Panthera onca (Linnaeus, 1758); jacaré-do-papo-amarelo, Caiman latirostris (Daudin, 1802), e lobo-guará, Chrysocyon brachyurus (Illiger, 1815), relacionando, também, a quantidade de público presente e o nível de estresse do animal. A criação de brinquedos se deu a partir de cordas, bolas, pneus, iscas de alimento e caixas de papelão, de modo a simular o comportamento original de cada espécie, incluindo caça, natação e escaladas. De modo adicional ao projeto, foram discutidas as principais mudanças ocorridas durante o período em que as visitações estiveram suspensas (entre 14 de janeiro e oito de março de 2016) visando adequar a instituição aos moldes de “zoológico do século XXI”, tais como a reabertura do Viveirão e a colocação de pontos de fuga para os animais. Foi constatado que o enriquecimento ambiental se mostra fundamental à saúde e ao bem-estar do animal. As quatro espécies trabalhadas se mostraram estimuladas do ponto de vista físico e mental pelas atividades e pelos brinquedos confeccionados. Não apenas o número de visitantes, mas também seu comportamento, influenciaram diretamente o estresse dos animais em questão. A única exceção a essa regra foi a espécie jacaré do papo amarelo, que se mostrou indiferente à presença do público. O zoológico do Rio de Janeiro, em especial, chama a atenção pelo seu trabalho com escolas e outras entidades, na forma de visitas guiadas, interações com tratadores, visitas noturnas e outras atividades despertando não apenas em crianças e jovens, mas em todo o público, um senso crítico quanto à importância da preservação das espécies. Assim sendo, zoológicos são instrumentos essenciais de educação e de disseminação do conhecimento. Palavras-chave: conservação ex situ; educação ambiental; enriquecimento ambiental. IV Jornada de Zoologia da UNIRIO – 26 a 28 de abril de 2016 – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro 19 Inventário dos tricópteros (Insecta: Trichoptera) do Estado de Goiás, com novos registros de ocorrência Karina A. Estevão1; Allan P.M. Santos2; Jorge L. Nessimian1 1Departamento de Zoologia, UFRJ; 2Departamento de Zoologia, UNIRIO E-mail de contato: kakaestevao153@gmail.com A ordem
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