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Leis Extravagantes e suas Aplicações

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Na linguagem comum, extravagante é algo exótico, esquisito, fora do 1 
comum. Na linguagem jurídica, lei extravagante é uma lei que se encontra fora 2 
do código que regula o sector da vida social a que se destina. As leis 3 
extravagantes, também conhecidas como leis especiais, são aquelas leis que 4 
são válidas, mas que não estão escritas no código penal, mas constam em leis 5 
separadas. Exemplo disso são as leis de Crimes Hediondos ou a Lei Maria da 6 
Penha 7 
O porte de drogas: É pacífico no STF que o porte de drogas tem natureza 8 
de crime, sendo que tem como penas previstas: Advertência, medida educativa 9 
e prestação de serviços à comunidade. 10 
Assim, diante dessas previsões de penas, cabe ressaltar que não há 11 
possibilidade de cárcere processual ou definitivo no porte de drogas, nem 12 
mesmo quando o agente é pego em flagrante. 13 
As penas de prestação de serviço e medida educativa terão duração 14 
máxima de 5 meses aos primários e 10 meses aos reincidentes. Trata-se de 15 
peculiar previsão legal na qual não consta a pena mínima. 16 
Descumprida a sanção imposta, o juiz poderá aplicar, sucessivamente, 17 
a admoestação verbal e a multa. Admoestação verbal é uma grande “bronca 18 
judicial”. Caso o agente não pague a multa a ele cominada, ela será executada 19 
na forma de dívida ativa. 20 
Em segundo plano vale ressaltar a Lei Maria da Penha, primeiramente, 21 
cabe destacar que não visa qualquer violência contra mulher, mas sim, a 22 
violência do homem contra a mulher ocorrida no âmbito da unidade doméstica, 23 
no âmbito da família, ou ainda em qualquer relação íntima de afeto. 24 
No caso de ex namorado que agride a mulher por causa do fim do namoro 25 
incide a Lei Maria da Penha. Entretanto, se a violência ocorreu por motivo que 26 
não envolva o término do relacionamento não incide a Lei Maria da Penha. 27 
Ressaltando que a incidência da Lei Maria da Penha independe da 28 
orientação sexual dos envolvidos, ou seja, numa relação homoafetiva feminina 29 
haverá a incidência da Lei Maria da Penha. Em relações homoafetivas 30 
masculinas não há previsão de incidência da Lei Maria da Penha. 31 
Em terceiro lugar tem-se o Código de trânsito, Primeiramente, devemos 32 
esclarecer a diferença entre o homicídio previsto no Código Penal do homicídio 33 
previsto no artigo 302 do Código de Trânsito Brasileiro, ou seja, o crime previsto 34 
no CTB é praticado na direção de veículo automotor. 35 
A pena do código de trânsito é de 2 anos a 4 anos de detenção. Já a 36 
do código penal é de 1 a 3 anos de detenção. No código penal, como a pena 37 
mínima é de 1 ano, possibilita suspensão condicional do processo – 38 
artigo 89 da lei 9.099/95. Em função de a pena máxima ser de 4 anos, o 39 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10588942/artigo-302-da-lei-n-9503-de-23-de-setembro-de-1997
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/91797/c%C3%B3digo-de-tr%C3%A2nsito-brasileiro-lei-9503-97
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1033702/c%C3%B3digo-penal-decreto-lei-2848-40
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/11304243/artigo-89-da-lei-n-9099-de-26-de-setembro-de-1995
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/103497/lei-dos-juizados-especiais-lei-9099-95
homicídio no trânsito tem procedimento comum ordinário (artigo 394 CPP, 40 
parágrafo 1º, I). 41 
O ECA surge da necessidade de acabar com todo resquício de 42 
autoritarismo que ainda restava do regime militar. Deste modo, os deputados 43 
debateram a necessidade de um ordenamento jurídico para crianças e 44 
adolescentes. 45 
O Código de Menores estava dirigido justamente às classes 46 
desfavorecidas cujas crianças eram tratadas como potenciais delinquentes. 47 
Assim, o Estado repressor justificava a punição desses menores sem se 48 
comprometer em melhorar suas condições de vida e do seu em torno social. 49 
 50 
Por fim, o Estatuto da Criança e do Adolescente, conhecido pela sigla 51 
ECA, prevê proteção integral às crianças e adolescentes brasileiras. Igualmente, 52 
estabelece os direitos e deveres do Estado e dos cidadãos responsáveis pelos 53 
mesmos. 54 
Para o Estado brasileiro “criança” é uma pessoa de até 12 anos 55 
incompletos e “adolescente” de 12 a 18 anos. Excepcionalmente, nos casos 56 
previstos em lei, o ECA pode ser aplicado às pessoas de entre 18 e 21 anos. 57 
Com a criação do ECA, as crianças e os adolescentes começam a adquirir 58 
direitos e deveres garantidos por lei e reconhecidos assim. 59 
Portanto, tal como os adultos, eles são sujeitos que compõem a 60 
sociedade. Porém, são vulneráveis no sentido de que essa fase representa muito 61 
no desenvolvimento social, psicológico e físico do indivíduo. 62 
Para tanto, a importância do conteúdo do ECA deve ser conhecida pelas 63 
crianças e adolescentes, de forma a construir uma sociedade mais justa e 64 
igualitária. Assim, todos reconhecem seus direitos e deveres e podem lutar por 65 
eles. 66 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10642453/artigo-394-do-decreto-lei-n-3689-de-03-de-outubro-de-1941
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/1028351/c%C3%B3digo-processo-penal-decreto-lei-3689-41

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