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Direito Constitucional

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Prévia do material em texto

Indaial – 2019
Direito ConstituCional
Ana Paula Tabosa dos Santos Sanches 
Anderson de Miranda Gomes
Gabriela Wolff
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Ana Paula Tabosa dos Santos Sanches 
Anderson de Miranda Gomes
Gabriela Wolff
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
Impresso por:
SA194d
 Sanches, Ana Paula Tabosa dos Santos
 Direito constitucional. / Ana Paula Tabosa dos Santos Sanches; 
Anderson de Miranda Gomes; Gabriela Wolff. – Indaial: UNIASSELVI, 2019.
 231 p.; il.
 ISBN 978-85-515-0423-9
1. Direito constitucional. - Brasil. I. Sanches, Ana Paula Tabosa 
dos Santos. II. Gomes, Anderson de Miranda. III. Wolff, Gabriela. IV. Centro 
Universitário Leonardo Da Vinci.
CDD 342.1
III
apresentação
Caro acadêmico! Seja bem-vindo à disciplina Direito Constitucional!
O Direito Constitucional é o ramo do direito que se dedica à análise 
e interpretação das normas constitucionais, que são as Leis Supremas do 
Estado. Ele tem a função de regulamentar o poder estatal, delimitando-o e 
garantindo os direitos considerados fundamentais dos indivíduos. O Direito 
Constitucional aborda as normas organizacionais do funcionamento do 
Estado relativas a sua constituição política e comercial.
Trata-se de uma disciplina estruturante na formação básica do curso 
de Ciência Política, pois apresenta a construção e a organização política e 
jurídica contemporânea dos Estados. Sendo assim, tal disciplina é essencial 
para o diálogo interdisciplinar requerido pelo campo das Ciências Políticas. 
Nesse contexto, abordaremos as funções do Estado, como nós o conhecemos, 
desde a sua formação e reformulação ao longo do processo histórico.
É buscada uma reconstituição das perspectivas políticas e jurídicas 
do Estado, com passagem do Estado Liberal para o constitucionalismo 
social até se chegar ao Estado Democrático de Direito. Nesse contexto, esse 
material busca entender o Estado como resultado dos fenômenos históricos 
e políticos, sob uma perspectiva teórica que demanda a compreensão de 
alguns conceitos pertinentes à Ciência Política para desenvolver uma reflexão 
jurídica da estrutura e conjuntura do Estado.
Esse ator central de nossa disciplina está intrinsecamente atrelado 
à sociedade civil, construindo os alicerces de um discurso democrático e 
potencializando as inevitáveis transformações sociais. Destarte, tal disciplina 
representa uma importante ferramenta para a capacitação profissional do 
acadêmico, ampliando o seu campo de atuação nas atividades que englobam 
as arenas teóricas e práticas das Ciências Políticas.
A Unidade 1, deste livro didático, está dividida em três tópicos que 
servirão de base para que o acadêmico possa entender a formação do Direito 
Constitucional dentro dos Estados Contemporâneos e como esse é responsável 
por assegurar a estabilidade social dentro dos territórios nacionais. O Tópico 
1 traz uma revisão cronológica do Estado, desde sua fundação mais remota, 
passando pelas diversas transformações históricas e culminando na estrutura 
Estatal, a qual nos é familiar. O Tópico 2 refere-se à Ciência Política como 
disciplina que está intrinsicamente ligada ao Estado Contemporâneo. Por 
fim, no Tópico 3, tem-se a centralização e descentralização do Estado como 
forma de organização política e jurídica do território.
IV
Na Unidade 2 está apresentada a configuração da Teoria Geral do 
Estado como uma ciência que possui conceitos responsáveis por deflagrar 
alguns institutos como, por exemplo, a política, o direito e a sociedade. 
O objetivo principal do Tópico 1 é trazer essa perspectiva do Direito 
Constitucional como responsável pela manutenção da ordem social e política 
do território Nacional, personificado pelas instituições que compõe o Estado. 
O Tópico 2 aborda os elementos e as características que constituem o Estado. 
Por fim, o Tópico 3 traz a discussão sobre o que significa o Estado de Direito 
e suas características.
A Unidade 3 traz a íntima relação entre a política e o Estado, 
principalmente os aspectos mais contemporâneos dessa relação. Assim, no 
Tópico 1, será abordado e aprofundado o conhecimento acerca das Formas 
e Regimes de Governo no Estado. O Tópico 2 tem por objetivo apresentar 
os conceitos de constitucionalismo, em suas vertentes jurídica, sociológica 
e econômica, bem como esse importante instituto afeta diariamente a 
construção de uma sociedade justa e igualitária. No Tópico 3, o propósito é 
esmiuçar o histórico constitucional brasileiro, bem como a atual Constituição 
e seus desdobramentos, a origem das Constituições, os avanços, os direitos 
e deveres que cada uma proporcionou, os princípios resguardados, os tipos 
de ações tuteladas como também as novas perspectivas esperadas para os 
próximos anos. 
Bons estudos!
Prof. Anderson de Miranda Gomes
Profª. Ana Paula Tabosa dos Santos Sanches
Profª. Gabriela Wolff 
V
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto 
para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
NOTA
VI
VII
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma disciplina e com ela 
um novo conhecimento. 
Com o objetivo de enriquecer seu conhecimento, construímos, além do livro 
que está em suas mãos, uma rica trilha de aprendizagem, por meio dela você terá 
contato com o vídeo da disciplina, o objeto de aprendizagem, materiais complementares, 
entre outros, todos pensados e construídos na intenção de auxiliar seu crescimento.
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
Conte conosco, estaremos juntos nesta caminhada!
LEMBRETE
VIII
IX
UNIDADE 1 – O ESTADO E A CIÊNCIA POLÍTICA ........................................................................1
TÓPICO 1 – A EVOLUÇÃO DO ESTADO E DAS SOCIEDADES POLÍTICAS ..........................3
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................................3
2 ESTADO ANTIGO: ESTADO TEOCRÁTICO .................................................................................3
3 O ESTADO GREGO ...............................................................................................................................5
4 ESTADO MEDIEVAL.............................................................................................................................9
5 ESTADO MODERNO ..........................................................................................................................136 ESTADO LIBERAL ..............................................................................................................................17
7 ESTADO CONTEMPORÂNEO .........................................................................................................19
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................22
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................23
TÓPICO 2 – A CIÊNCIA POLÍTICA E ESTADO ..............................................................................25
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................25
2 CONCEITO DE SOCIEDADE ............................................................................................................26
2.1 A INTERPRETAÇÃO DA TEORIA ORGANICISTA DA SOCIEDADE .................................27
2.2 A INTERPRETAÇÃO DA TEORIA MECANICISTA DA SOCIEDADE .................................28
2.3 A INTERPRETAÇÃO DA TEORIA ECLÉTICA DA SOCIEDADE .........................................29
3 SOCIEDADE E COMUNIDADE ......................................................................................................29
4 CONCEITO DE ESTADO ..................................................................................................................30
5 SOCIEDADE E O ESTADO ...............................................................................................................32
6 NAÇÃO E ESTADO .............................................................................................................................33
7 AS CARACTERÍSTICAS MATERIAIS DO ESTADO...................................................................35
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................37
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................38
TÓPICO 3 – ESTADO, CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO POLÍTICA .................41
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................41
2 CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO COMO CONCEITOS JURÍDICOS .............41
2.1 CONCEITO ESTÁTICO DA CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO .......................42
3 CRITÉRIOS DOS GRAUS DE CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO .....................43
3.1 MÉTODO PARA RESTRINGIR A ESFERA TERRITORIAL DE ATUAÇÃO ..........................44
4 CONCEITOS ESTÁTICOS E DINÂMICOS DE CENTRALIZAÇÃO E 
DESCENTRALIZAÇÃO ......................................................................................................................44
4.1 AS FORMAS DE GOVERNO E SUA ORGANIZAÇÃO ............................................................45
4.2 DEMOCRACIA E DESCENTRALIZAÇÃO ................................................................................46
5 ESTADO FEDERAL E CONFEDERAÇÃO DE ESTADOS ...........................................................47
5.1 DISTRIBUIÇÃO DAS COMPETÊNCIAS EM UM ESTADO FEDERAL ................................50
LEITURA COMPLEMENTAR ...............................................................................................................56
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................59
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................60
sumário
X
UNIDADE 2 – TEORIA GERAL DO ESTADO ..................................................................................63
TÓPICO 1 – TEORIA GERAL DO ESTADO......................................................................................65
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................65
2 ASPECTOS ESPECÍFICOS DATEORIA GERAL DO ESTADO .................................................65
3 A RELAÇÃO ENTRE O DIREITO E TEORIA GERAL DO ESTADO .......................................66
3.1 DIREITO NATURAL E POSITIVO ................................................................................................68
3.2 RAMOS DO DIREITO POSITIVO ................................................................................................69
4 TEORIA GERAL DO ESTADO ..........................................................................................................70
5 NASCIMENTO E EXTINÇÃO DOS ESTADOS ............................................................................72
5.1 APARECIMENTO DO ESTADO ..................................................................................................73
5.2 FORMAÇÃO ORIGINÁRIA .........................................................................................................74
5.3 FORMAÇÃO DERIVADA .............................................................................................................75
5.4 EXTINÇÃO DOS ESTADOS ..........................................................................................................77
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................78
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................79
TÓPICO 2 – ELEMENTOS CONSTITUINTES DO ESTADO ........................................................81
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................81
2 CONCEITO DE POPULAÇÃO ..........................................................................................................82
2.1 INFLUÊNCIA GENÉTICA .............................................................................................................83
2.2 CONCEITO DE POVO ...................................................................................................................84
2.3 ELEMENTO HUMANO .................................................................................................................86
3 TERRITÓRIO ........................................................................................................................................86
3.1 SOLO ..................................................................................................................................................88
3.2 SUBSOLO .........................................................................................................................................89
3.3 ESPAÇO AÉREO .............................................................................................................................89
3.4 MAR TERRITORIAL ......................................................................................................................90
4 GOVERNO ............................................................................................................................................93
RESUMO DO TÓPICO 2........................................................................................................................96
AUTOATIVIDADE .................................................................................................................................97
TÓPICO 3 – O ESTADO DE DIREITO ...............................................................................................99
1 INTRODUÇÃO .....................................................................................................................................99
2 O ESTADO DE DIREITO ..................................................................................................................1002.1 ORIGEM E EVOLUÇÃO ..............................................................................................................100
3 O ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO ................................................................................102
3.1 TEORIA TRIPARTIÇÃO DE PODERES ....................................................................................104
3.1.1 Poder Legislativo .................................................................................................................106
3.1.1.1 Poder Legislativo Federal ......................................................................................107
3.1.1.2 Processo Legislativo ................................................................................................112
3.1.2 PODER EXECUTIVO ...........................................................................................................116
3.1.3 Poder Judiciário ...................................................................................................................121
4 ESTADO DEMOCRÁTICO E SOCIAL DE DIREITO ................................................................131
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................133
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................136
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................138
UNIDADE 3 – A POLÍTICA E O ESTADO .......................................................................................139
TÓPICO 1 – REGIMES E FORMA DE GOVERNO ........................................................................141
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................141
XI
2 FORMA DE GOVERNO ...................................................................................................................141
2.1 ANTIGAS E MODERNAS ...........................................................................................................142
2.1.1 Platão .....................................................................................................................................142
2.1.2 Aristóteles ..............................................................................................................................144
2.1.3 Políbio ....................................................................................................................................145
2.1.4 Cícero ......................................................................................................................................145
2.1.5 Nicolau Maquiavel ..............................................................................................................146
2.1.6 Montesquieu ........................................................................................................................147
2.1.7 Jean-Jacques Rousseau ........................................................................................................148
2.1.8 Hans Kelsen ..........................................................................................................................149
2.2 CLÁSSICAS ...................................................................................................................................150
2.2.1 Monarquia..............................................................................................................................150
2.2.2 República ...............................................................................................................................152
2.3 TIRANIA ........................................................................................................................................156
2.4 OLIGARQUIA ...............................................................................................................................157
2.5 DEMAGOGIA E OCLOCRACIA ................................................................................................158
2.6 DITADURA .....................................................................................................................................158
3 REGIME DE GOVERNO .................................................................................................................161
3.1 PARLAMENTARISMO ................................................................................................................161
3.2 PRESIDENCIALISMO ..................................................................................................................165
3.3 SEMIPRESIDENCIALISMO .........................................................................................................166
RESUMO DO TÓPICO 1......................................................................................................................168
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................170
TÓPICO 2 – AS TEORIAS CONSTITUCIONALISTAS ................................................................171
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................171
2 CONSTITUCIONALISMO ............................................................................................................171
2.1 EVOLUÇÃO HISTÓRICA CONSTITUCIONALISMO E SUAS TEORIAS ..........................172
2.1.1 Constitucionalismo antigo ...................................................................................................173
2.1.2 Constitucionalismo clássico ................................................................................................174
2.1.3 Constitucionalismo moderno ..............................................................................................176
2.1.4 Neoconstitucionalismo .......................................................................................................177
3 PODER CONSTITUINTE ................................................................................................................181
3.1 CLASSIFICAÇÕES DO PODER CONSTITUINTE ..................................................................182
3.1.1 Originário ..............................................................................................................................182
3.1.2 Derivado .................................................................................................................................183
3.1.3 Difuso .....................................................................................................................................184
3.1.4 Supranacional ........................................................................................................................185
RESUMO DO TÓPICO 2......................................................................................................................186
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................187
TÓPICO 3 – A CONSTITUIÇÃO: PAPÉIS E ORIGENS ................................................................189
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................189
2 CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO .................................................................................................189
2.1 CLASSIFICAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO ..................................................................................194
2.2 ESTRUTURA DA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 ...................................................197
3 REMÉDIOSCONSTITUCIONAIS ................................................................................................198
3.1 HABEAS CORPUS .........................................................................................................................199
3.2 HABEAS DATA ..............................................................................................................................200
3.3 MANDADO DE SEGURANÇA ..................................................................................................200
3.4 MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO .............................................................................201
3.5 MANDADO DE INJUNÇÃO .......................................................................................................202
XII
3.6 AÇÃO POPULAR ..........................................................................................................................202
3.7 AÇÃO CIVIL PÚBLICA ................................................................................................................203
4 EVOLUÇÃO HISTÓRICA DA CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA .............................................204
4.1 CONSTITUIÇÃO DE 1824 ...........................................................................................................204
4.2 CONSTITUIÇÃO DE 1891 ............................................................................................................206
4.3 CONSTITUIÇÃO DE 1934 ............................................................................................................209
4.4 CONSTITUIÇÃO DE 1937 ............................................................................................................210
4.5 CONSTITUIÇÃO DE 1946 ............................................................................................................211
4.6 CONSTITUIÇÕES DE 1967 E 1969 ..............................................................................................212
4.7 CONSTITUIÇÃO DE 1988 ............................................................................................................215
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................217
RESUMO DO TÓPICO 3......................................................................................................................222
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................224
REFERÊNCIAS .......................................................................................................................................227
1
UNIDADE 1
O ESTADO E A CIÊNCIA POLÍTICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• possibilitar aos acadêmicos uma revisão sistêmica e cronológica da For-
mação dos Estados Nacionais;
• compreender o objeto, campo de estudo, gênese e desenvolvimento do 
Estado dentro do campo específico das Ciências Políticas;
• compreender como se dá o processo de centralização e descentralização 
política dentro das unidades estatais;
• possibilitar ao acadêmico o entendimento do estudo do direito constitu-
cional sobre a perspectiva da grande área das Ciências Políticas.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade você 
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
TÓPICO 1 – A EVOLUÇÃO DO ESTADO E DAS SOCIEDADES 
POLÍTICAS
TÓPICO 2 – A CIÊNCIA POLÍTICA E ESTADO
TÓPICO 3 – ESTADO, CENTRALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO 
POLÍTICA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos 
em frente! Procure um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá 
melhor as informações.
CHAMADA
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
A EVOLUÇÃO DO ESTADO E DAS 
SOCIEDADES POLÍTICAS
1 INTRODUÇÃO
A compreensão da evolução do Estado está ligada na revisão das 
organizações territoriais segundo o seu desenvolvimento econômico e social, 
desde a antiguidade até alcançar a sua configuração contemporânea. Apesar 
das inúmeras definições e conceitos de Estado, distribuídas nas mais diversas 
correntes filosóficas, políticas e jurídicas para indicar a finalidade ou a causa 
material da sociedade politicamente organizada, foi a partir da obra de Maquiavel, 
que o termo Estado passou a designar uma “unidade política global”.
Nesse contexto, o conceito moderno de Estado trabalhado no curso é “a 
nação politicamente organizada, um complexo político, social e jurídico, que 
envolve a administração de uma sociedade estabelecida em caráter permanente 
em um território e dotado de poder autônomo” (NADER, 2013, p. 130).
Antes de discutir o conceito de Estado, precisamos entender o seu processo 
de formação como estrutura organizacional. O ponto de partida para entendermos 
esse processo é a identificação de como a população humana passou a se chamar 
humanidade, deixando de enfrentar apenas a sobrevivência e passando a lidar 
como o estágio de convivência. Em outras palavras, o processo de formação das 
sociedades antigas e o seu desenvolvimento.
2 ESTADO ANTIGO: ESTADO TEOCRÁTICO 
O Estado Antigo surgiu aproximadamente 3000 a.C., e, no século V d.C., a 
denominação dada por muitos autores às formas mais primitivas e fundamentais 
do que hoje conhecemos como Estado representa o surgimento e o estágio 
fundamental das organizações políticas. Oares (2008, p. 86) traz que “o Estado é a 
forma histórica de organização jurídica de poder, na sua manifesta qualidade do 
poder soberano, peculiar às sociedades civilizadas, que sucede a outras formas de 
organização política”. 
 A presença da religião no Estado Antigo foi tão marcante que foi 
qualificado como Estado Teocrático (do grego Teo: Deus; cracia: poder), ou seja, 
o poder de governar estaria relacionado às questões divinas. Pode-se entender 
que o fator religioso sempre foi de grande influência nos governos, nas normas 
individuais e no coletivo. 
UNIDADE 1 | O ESTADO E A CIÊNCIA POLÍTICA
4
Os grupos sociais como organização religiosa, família, ordem econômica 
e o Estado eram facilmente confundidos entre si, pois não se tinha uma 
diferenciação explícita entre eles. Desta forma, não era possível fazer a separação 
do pensamento político da religião, da moral, das doutrinas econômicas ou da 
filosofia. Pode-se, assim, definir o Estado Teocrático como:
 
Teocracia significa o governo de Deus. Estados Teocráticos são aqueles 
em que o chefe religioso e o chefe de Estado são a mesma pessoa, 
o governante e o sacerdote se unem, onde não há separação entre 
política e religião, sendo que a religião domina toda a vida social. O 
governante é um enviado de Deus ou é um Deus (como ocorria com 
os faraós do Egito), sendo que este e o sacerdote são a mesma pessoa 
(GOMES, 2013, s. p.).
Como evidenciado, a presença da religião nesse período foi tão marcante, 
que influenciou os governos e nas normas individuais e coletivas. Dois traços 
fundamentais do Estado Antigo ou Teocrático são: a natureza unitária, na 
qual o Estado aparece sempre como algo indivisível e organicamente único; 
e a religiosidade que predominava em todos os campos e nas decisões dos 
governantes (DALLARI, 2012). 
Essa característica unitária se manteve constante durante toda a evolução 
política dessa época. Com a influência da religião, o Estado era marcado como 
uma expressão da vontade divina, assim, afirmando que toda autoridade dos 
governantes e as normas de comportamento individual e coletivo eram comandadas 
pela religião. As doutrinas teocráticas têm um ponto comum: a base divina que 
emprestam ao poder. Apresentam, todavia, consideráveis variações, que assinalam 
o desenvolvimento da concepção teocrática da soberania, com respeito ao papel 
dos governantes no desempenho do poder (BONAVIDES, 2000, s. p.).
Em alguns casos, o governante é considerado um representante do 
poder divino, confundindo-se, às vezes, com a própria divindade. Avontade do 
governante é sempre semelhante à da divindade, dando-se ao Estado um caráter 
de objeto, submetido a um poder estranho e superior a ele.
FIGURA 1 – FARAÓ COM SUAS INSÍGNIAS DE PODER E DIVINDADE RECEBE A SAUDAÇÃO DOS SÚDITOS
FONTE: Bezerra (2019, s.p.)
TÓPICO 1 | A EVOLUÇÃO DO ESTADO E DAS SOCIEDADES POLÍTICAS
5
Outra situação é quando o poder do governante é limitado pela vontade da 
divindade, cujo veículo, porém, é um órgão especial: a classe sacerdotal. Há uma 
convivência de dois poderes, um humano e um divino, variando a influência deste 
segundo em circunstâncias de tempo e lugar. Em síntese, um estado teocrático 
tem suas ações políticas, conduta ética e moral, ações jurídicas e até mesmo a 
força policial geridas pelas regras e bases de uma doutrina religiosa daquele 
território. Mesmo atualmente, encontramos exemplos de Estados teocráticos, 
como o Vaticano, que representa a Igreja Católica; Israel, que representa e segue 
as doutrinas de um Estado Judeu; e o Irã, que tem como fundamentos a República 
Islâmica (MEUS DICIONÁRIOS, 2019).
FIGURA 2 – PAPA FRANCISCO SE DIRIGE A MULTIDÃO EM MENSAGEM DE URBI ET ORBI (PARA 
A CIDADE E PARA O MUNDO) DO BALCÃO DA BASÍLICA DE SÃO PEDRO, NO VATICANO
FONTE: <http://www.osservatoreromano.va/pt>. Acesso em: 18 nov. 2019.
3 O ESTADO GREGO
Foi após o fim do Período Pré-Homérico que a civilização grega atravessou 
a fase das comunidades gentílicas, que são definidas pela associação de indivíduos 
através dos laços consanguíneos. Aproximadamente em torno do séc. VIII a.C., 
cresceu a complexidade para à formação dessas comunidades, que deram origem 
às cidades-Estados. 
Esse momento foi acompanhado pela consolidação da distinção entre 
classes sociais: a classe dos patrícios e a classe dos plebeus. Ao que se refere 
ao Estado Grego, precisa-se compreender que a Grécia não era formada por um 
único Estado centralizado. Por volta do século VI a.C., as cidades-Estados já se 
tornaram todas repúblicas, mas havia distinções a se fazer (CICCO; GONZAGA, 
2016). 
 O Estado Grego era dividido por várias comunidades independentes, 
que muitas vezes se guerreavam entre si. As comunidades que se destacavam 
eram os Aqueus, que fundaram o Reino de Minos, os Eólios (Macedônia), os 
Dórios (Esparta) e os Jônios (Atenas). Sendo assim, os gregos não eram um único 
povo, mas sim a mistura de várias comunidades (FABER, 2019).
http://www.osservatoreromano.va/pt
UNIDADE 1 | O ESTADO E A CIÊNCIA POLÍTICA
6
Padoveze (2019, p. 79) afirma que “a cidade-Estado foi a primeira forma 
efetiva de Estado como o conhecemos. Dispunha de povo, território, governo, 
soberania e complexidade estrutural. Seria a forma mais básica de um Estado”. 
Em virtude dos fatos narrados, principalmente no entendimento do que seria o 
Estado Grego, precisa-se compreender melhor o conceito de polis e a estrutura 
política e administrativa das cidades-Estados. “Para os gregos, o termo civitas ou 
polis equivaliam a Estado, igual a res publica dos romanos. No Império Romano, 
no auge de sua expansão, os vocábulos Imperium e Regnum passaram a exprimir 
a ideia de Estado” (PADOVEZE, 2009, p. 14, grifo do original).
Aristóteles traz que polis era “um tipo de associação, e toda associação é 
estabelecida tendo em vista algum bem, pois, os homens sempre agem visando a 
algo que consideram ser um bem” (ARISTÓTELES, 2003, p. 55). 
As cidades-Estados eram polis, organizadas como comunidades 
independentes uma da outra, sendo que cada uma tinha a seu próprio sistema 
administrativo. Dentro dessas polis, as que mais se destacavam eram Esparta 
e a Atenas. A democracia era algo presente na comunidade de Atenas como a 
filosofia e as artes, e, já na comunidade Esparta, a democracia nunca teve espaço, 
a sociedade era militar e rigidamente mantida (FABER, 2019).
No setor político-econômico, as duas cidades-Estados eram mantidas pela 
agricultura local, a pecuária e o comércio de longa distância. 
O caráter político desta economia da “cidade-Estado”, na Grécia 
clássica, leva o cidadão a dar seu sangue à cidade durante a guerra e 
dedicar-lhe seu tempo durante a paz. Os negócios públicos reclamam-
lhe a atenção, em primeiro lugar acima de tudo; os negócios privados 
vêm em segundo plano. E de tal modo absorventes são os deveres do 
cidadão que pouco tempo lhes deixam para se dedicarem a atividades 
econômicas. A maior parte dessas é relegada aos escravos enquanto 
a comercial é privativa de estrangeiros. A posse do ouro e da prata é 
também vetada ao cidadão grego; vedados igualmente os empréstimos 
a juros. A propriedade de cada cidadão se limita, no máximo, a quatro 
lotes de terra; e se por acaso, em virtude de uma herança, exceder esse 
limite, ao Estado caberá o excesso [...]. E particularmente em virtude 
desse desprezo pelos bens materiais teve o pensamento dos filósofos 
como consequência impedir o desenvolvimento da riqueza: nesse 
sentido é essencialmente antieconômico (HUGON, 1973, p. 34).
Esparta fundou a Liga do Peloponeso, a qual tinha o intuito de buscar a 
melhoria das relações comerciais e militar na região Sul da Grécia, onde se localizava. 
Longe de ser forjada por acordos pacíficos, a Liga do Peloponeso recrutava seus 
membros na base da imposição militar. Assim, Esparta detinha hegemonia política 
e militar sobre Argos, a segunda cidade-Estado mais poderosa da região. 
Também foi através da Liga do Peloponeso que Esparta adquiriu dois 
fortes aliados Corinto e Élida, além de agregar uma aliança defensiva permanente 
com outras cidades-Estado, ponto decisivo para a política externa espartana 
(FABER, 2019).
TÓPICO 1 | A EVOLUÇÃO DO ESTADO E DAS SOCIEDADES POLÍTICAS
7
A Liga do Peloponeso, também conhecida como Aliança do Peloponeso, Liga 
Peloponésia ou Confederação do Peloponeso foi uma aliança de várias cidades-Estado na 
península do Peloponeso, na Grécia Antiga, durante os séculos VI e V a.C.
NOTA
 Atenas, por sua vez, fundou, em 476 a.C., a Liga de Delos, na qual os 
atenienses conseguiam também liderar a confederação de Estado-cidades 
independentes e impulsionar sua economia. No início, Esparta e suas aliadas do 
Peloponeso entraram na Liga, mas depois consideraram que o perigo das invasões 
persas não era mais expressivo, abandonando-a. 
Na Liga de Delos, as grandes cidades-Estados forneceram tropas e 
navios, enquanto as menores pagaram uma contribuição, Phoros ao tesouro 
de Delos. Após a vitória contra os persas, Atenas tornou a contribuição em 
impostos, Syntaxes. Nesse período, o tesouro da Liga fora transferido de Delos 
para Atenas, sendo usado em sua reconstrução e a manutenção de sua era mais 
rica e esplendorosa. Com a prosperidade das duas cidades-Estados, houve uma 
progressiva modernização da polis (FABER, 2019).
Liga de Delos foi uma união militar organizada por Atenas durante as Guerras 
Médicas, que tinha por principal objetivo a defesa das cidades gregas de um ataque persa. 
Seu nome se dá porque a sede da Liga era na cidade de Delos.
NOTA
A prosperidade gerada com a Liga de Delos trouxe a Atenas o surgimento 
de uma classe ociosa de intelectuais e, com isso, as artes e a filosofia ganharam 
grande impulso. O grande momento da cidade ocorreu durante o governo 
democrático de Péricles que foi, aproximadamente, entre 461-431 a.C. Mesmo 
garantindo prosperidade a Atenas, foi também nesta época que a rivalidade com 
os espartanos foi acentuada (FABER, 2019).
UNIDADE 1 | O ESTADO E A CIÊNCIA POLÍTICA
8
A Liga de Delos foi, portanto, a base do poder e da hegemonia 
ateniense no século V a.C., considerado o período clássico ateniense. 
Como Atenas ganhava muito poder e arrecadava muitos impostos 
via Liga, tornava-se difícil sair dela sem contrariar Atenas. Por isso 
são datadas do período diversas contestações e rebeliões de cidades 
que buscavam se ver livres do poder ateniense. Além disso a forma 
de arrecadação pesava para as cidades que compunham a Liga: as de 
grande porte contribuíam com o envio de tropas e navios, enquantoas menores ficavam responsáveis por contribuições em forma de 
impostos. Após a vitória sobre os persas Atenas continuou a cobrar os 
impostos, obrigando todas as cidades a contribuírem e gerando seu 
enriquecimento (RODRIGUES, 2017, s.p.).
A grande concentração de poder na cidade de Atenas gerou diversas 
consequências no Mundo Antigo e afetando todo o Estado Grego. Nesse período 
aconteceu a padronização monetária e de peso, e a expansão da escravidão em 
Atenas. A grande transformação de Atenas em um centro cultural que espalhava 
o modelo de pensamento e de formas de vida para o Mundo Antigo. Nesse 
período, ainda, foi estabelecida a democracia ateniense, conquistada, dentre 
outras razões, pelo uso do ostracismo (expulsão pelo período de dez anos) como 
estratégia de controle social. Ao mesmo tempo, Atenas estabeleceu regras mais 
rígidas: somente os filhos de pai e mãe atenienses poderiam ser considerados 
cidadãos plenos (RODRIGUES, 2017).
Por sua vez, Esparta era uma cidade-Estado em que, ao contrário dos 
atenienses que viviam sob a democracia direta e as descobertas culturais, sua 
estrutura política era baseada no militarismo. Os conflitos, que eram marcados 
por grandes disputas entre Atenas e Esparta, foram o foco das relações de poder 
no Mundo Antigo, que deixou muito evidente a grande necessidade de controle 
dos portos e do Mediterrâneo, rota para o comércio na antiguidade (RODRIGUES, 
2017).
A disputa entre as ligas de Delos e do Peloponeso é uma das batalhas 
mais conhecidas na história, a Guerra do Peloponeso. Também conhecida como 
Guerra Mundial da antiga Grécia, foi um conflito entre Atenas e Esparta entre os 
anos de 431 e 404 a.C. 
Sua narrativa se deu pelos historiadores da Grécia Antiga, Xenofonte 
e Tucídides. Os principais motivos da guerra foram as tensas relações entre 
espartanos e atenienses. Corinto, um dos principais aliados da Liga do Peloponeso, 
fazia uma grande pressão à Esparta para atacar Atenas e iniciar uma guerra. 
Atenas enfrentava problemas comerciais com Corinto, os espartanos viam 
sempre com muita desconfiança, ameaçando o desenvolvimento econômico e o 
aumento da influência política de Atenas. Assim, havia uma disputa na hegemonia 
política e econômica na região com grande tensão na relação entre as duas Ligas 
(RODRIGUES, 2017).
TÓPICO 1 | A EVOLUÇÃO DO ESTADO E DAS SOCIEDADES POLÍTICAS
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FIGURA 3 – DIVISÃO DOS TERRITÓRIOS ALIADOS NA GUERRA DO PELOPONESO
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/gu/er/guerra_do_peloponeso_mapa_
bb.jpg>. Acesso em: 29 jul. 2019.
Após anos de conflito entre as cidades-Estados, entre períodos de combate 
e trégua, Esparta derrotou Atenas e seus aliados. Esses conflitos deixaram uma 
situação de grande destruição e enfraquecimento das estruturas humanas e 
materiais de ambos os lados. Esparta não conseguiu a hegemonia nas demais 
cidades, sendo que a cidade de Tebas, sua antiga aliada, rebelou-se, e os tebanos 
expulsaram os espartanos do seu território. 
Esparta, Atenas e Tebas iniciaram um novo conflito, acabando por 
enfraquecer ainda mais as poucas forças que haviam sobrado das antigas cidades-
Estados. Em 335 a.C., os exércitos da Macedônia invadiram Tebas, as cidades 
gregas não conseguiram resistir ao domínio dos macedônios (TODO ESTUDO, 
2019).
4 ESTADO MEDIEVAL
A Idade Média ou Era Medieval foi o período que se estendeu desde a 
queda do Império Romano no Ocidente, ocasionado pela invasão dos bárbaros 
em aproximadamente 476 d.C., até a tomada de Constantinopla pelos turcos em 
1453 (QUERIQUELLI, 2014). Esse período de mil anos pode ser subdividido em 
Alta Idade Média (séc. V ao séc. XII) e Baixa Idade Média (séc. XIII ao séc. XV) 
(RODRIGUES, 2017). 
UNIDADE 1 | O ESTADO E A CIÊNCIA POLÍTICA
10
No plano de Estado é tido como o período mais difícil, extremamente 
instável e heterogêneo, não sendo uma tarefa fácil explicar as características de 
um Estado Medieval (STRECK; MORAIS, 2014).
Os três principais elementos que se fizeram presentes na sociedade 
medieval e caracterizaram o Estado Medieval foram: as Invasões Bárbaras, o 
Cristianismo e o Feudalismo (STRECK; MORAIS, 2014).
Com o esfacelamento do Império Romano, houve uma grande migração 
de povos não cristãos pela Europa entre os séculos IV e IX, conhecida como 
Invasões dos Bárbaros. Foi quando ocuparam diversas áreas do continente 
Europeu, até então sob domínio do Império Romano. “O nome ‘bárbaro’ veio do 
grego e queria dizer, originalmente, ‘estrangeiro’. Para os romanos (como para 
os gregos antigos), bárbaros eram todos os povos que não partilhavam de seus 
costumes, de sua cultura e de seu idioma” (IN BRITANNICA ESCOLA, 2019).
Os romanos foram enfraquecidos no século IV por meio da política e das 
investidas militares, os quais não conseguiam manter os limites territoriais de seu 
vasto império. Desta forma, não demorou em chamar atenção dos que viviam 
nas redondezas para as suas terras férteis e seu clima ameno. De antemão, a 
proximidade entre romanos e bárbaros foi tranquila. No rio Reno ficava fronteira 
do império e, nessa região, o contato entre bárbaros e romanos era constante. Para 
que os vários bárbaros que viviam nessa região ganhassem o direito de viver, 
teriam que proteger as fronteiras das invasões de outros povos.
As invasões bárbaras propiciaram profundas transformações na ordem 
estabelecida, sendo que os povos invasores estimularam as regiões invadidas 
a se afirmar como unidades políticas independentes. “Percebe-se, pois, que no 
Medievo a ordem era bastante precária, pelo abandono de padrões tradicionais, 
constante situação de guerra, indefinição de fronteiras políticas etc.” (STRECK; 
MORAIS, 2014, s. p.).
Entretanto, o cenário mudou nos meados dos séculos IV e V, ganhando 
contornos de conflito e causando grandes mudanças na Europa e o fim definitivo 
do Império Romano no Ocidente. Desta forma, inaugurou o início da Idade Média, 
que ficou marcada essa época, entre outras coisas, por instituições e costumes que 
eram tanto de origem romana e germânica.
Uma nova instituição se formou e se consolidou com o fim do Império 
Romano, o Cristianismo. A religião foi a grande influência e se tornou uma das 
principais instituições do mundo medieval. Na Idade Média, também como na 
Antiguidade, a religiosidade se tornava presente e fixada à política.
Com a relação existente da política e religião na Idade Média, havia uma 
diferença crucial. “Pois no período medieval, surge uma instituição que, ao lado 
da nobreza, definiria a ordem mundial por cerca de um milênio: a Igreja Católica” 
(QUERIQUELLI, 2014, p. 40).
TÓPICO 1 | A EVOLUÇÃO DO ESTADO E DAS SOCIEDADES POLÍTICAS
11
Nessa época, “através da centralização de seus princípios e da formulação 
de uma estrutura hierárquica, a Igreja teve condições suficientes para alargar o 
seu campo de influências durante a Idade Média” (SOUSA, 2018, s. p.). 
Nesse caso, o segundo elemento do Estado Medieval, o Cristianismo, 
tinha a unidade da Igreja como uma estrutura principal, muito mais importante 
que uma unidade política. A ideia era de que todos deveriam pertencer a uma 
só sociedade política cristã, sendo inevitável a ideia de Estado Universal, o 
qual todos seriam guiados pelas mesmas normas de comportamento público e 
particular, com as mesmas ideologias. Essa dinâmica social era estimulada pela 
própria igreja, com a ideia de ser um Estado Universal (STRECK; MORAIS, 2014).
Desta forma, o papel exercido por essa instituição religiosa, durante a 
Idade Média, foi uma base sólida de reflexão sob tal período histórico. “Com a 
expansão do feudalismo por toda a Europa Medieval, observamos a ascensão de 
uma das mais importantes e poderosas instituições desse mesmo período: a Igreja 
Católica” (SOUSA, 2018, s. p.).
A Igreja transformou sua autoridade religiosa em poder político. Em 
um mundo onde predominava o pensamento religioso, a Igreja, como 
única intercessora entre Deus e os homens, detinha o “monopólio 
da salvação”, exercendo, assim,um forte poder de manipulação 
ideológica sobre o povo. Ela, portanto, ditava os costumes, regulando 
o comportamento social (QUERIQUELLI, 2014, p. 40).
Com o mundo romano esfacelado, sem a presença de um poder 
centralizador, os guerreiros recompensados viram-se cada vez mais independentes 
e, aos poucos, tornaram-se senhores de suas terras. “Surgia, assim, não apenas 
um novo modelo de organização fundiária, mas uma nova forma de organização 
política: o feudo” (QUERIQUELLI, 2014, p. 38).
O feudo era o espaço utilizado para produção e fonte de renda 
autossustentável, sendo que a propriedade territorial era concedida aos indivíduos 
por um poderoso senhor (membro da alta nobreza) em troca de fidelidade e ajuda 
militar. Essa era uma prática desenvolvida na alta Idade Média (século V ao XV) 
após o fim do Império Romano e constituiu a base para o estabelecimento de uma 
aristocracia fundiária. A palavra tem origem do termo germânico vieh e significa 
“gado", “posse” ou “propriedade” (SIGNIFICADOS, 2019).
 Assim, “o Feudalismo é a organização econômica e social que existiu 
na Europa Centro-Ocidental, durante os séculos V e XV, derivado dos feudos, 
unidades de habitação e produção que eram características do período” (PINTO, 
2017, s. p.). As grandes propriedades agrárias eram comuns no continente 
europeu e ilhas britânicas, por ser uma sociedade de ruralização. Também havia 
a transformação de um período de escravismo na forma de organização dos 
trabalhadores para a de servidão (STRECK; MORAIS, 2014).
UNIDADE 1 | O ESTADO E A CIÊNCIA POLÍTICA
12
Nesse sentindo, ressalta-se que essas formações políticas revelam um 
grande fracionamento do poder e nebulosa noção de autoridade. E quanto 
maior a fraqueza demonstrada no estabelecimento de autoridade política nessas 
organizações territoriais, maior era o desejo de se firmar uma unidade política, 
que desse segurança aos cidadãos, como na época de Roma. Ainda, reitera-se que 
“a insegurança talvez tenha sido a maior das aflições sofridas pelos que viveram 
nessa época” (QUERIQUELLI, 2014, p. 38).
FIGURA 4 – EXEMPLO DA DIVISÃO TERRITORIAL DE UM FEUDO
FONTE: Significados (2019, s. p.) 
A estrutura da sociedade feudal era estamental, ou seja, uma estrutura 
social fixa hierarquizada, a qual cada “estamento” era bem definido e representado 
por seus grupos sociais. Primeiramente, tinha-se a figura do Rei, que detinha 
o maior poder (apesar desse poder não ser absoluto e subjugado à igreja), que 
governava e recebia os impostos dos outros grupos sociais.
O Clero representava a camada relacionada ao sagrado (e que 
influenciavam na política por meio da religião católica), representado pelos 
papas, bispos, cardeais, monges, abades e padres. A Nobreza, por sua vez, 
era composta pelos senhores feudais, donos das terras e das riquezas e os 
guerreiros, responsáveis pela proteção do feudo. Na base da pirâmide estava o 
Povo, composto pelos camponeses, servos, ou seja, aqueles que trabalhavam nos 
feudos (produção de alimentos e construções) em troca de habitação, comida e 
proteção.
TÓPICO 1 | A EVOLUÇÃO DO ESTADO E DAS SOCIEDADES POLÍTICAS
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FIGURA 5 – ESTRUTURA SOCIAL NA IDADE MÉDIA
FONTE: <https://static.todamateria.com.br/upload/57/3e/573e14795d383-sociedade-feudal.
jpg>. Acesso em: 18 out. 2019.
O Estado Medieval foi caracterizado por uma grande instabilidade política, 
econômica e social, gerando uma intensa necessidade de ordem e de autoridade, 
que seria o início da criação do Estado Moderno. Dois fatores influenciaram no 
seu consequente desmantelamento:
• Primeiramente, existiam-se inúmeros centros de poderes, reinos, senhorios, 
as comunas, as organizações religiosas, as corporações de ofícios, sendo que 
todos tinham grande apego por autoridade e de sua independência. Sendo 
assim, jamais iriam se submeter à autoridade de imperadores.
• O segundo fator era a recusa do próprio imperador a submeter-se a autoridade 
religiosa. Alguns imperadores pretendiam influenciar os eclesiásticos, que 
também buscavam o papel de liderança não apenas nos assuntos de ordem 
espiritual, mas também nos outros assuntos de ordem temporal. Essa luta entre 
papa e imperador, marcou os últimos séculos da Idade Média, culminando no 
nascimento do Estado Moderno, quando é firmado pela supremacia absoluta 
dos monarcas na ordem temporal (STRECK; MORAIS, 2014).
5 ESTADO MODERNO
O surgimento do Estado Moderno se deu no século XV, por meio da 
centralização do poder político na monarquia. O Estado Medieval, baseado 
no Feudalismo, foi perdendo forças e o rei centralizou as forças até o extremo 
absolutismo, característica principal do Estado Moderno (SCHLICKMANN; 
KOCH, 2013). Essa transição resultou em grandes transformações de ordem 
religiosa e cultural: culminando no período conhecido como Renascimento e um 
evento muito singular, a Reforma da Igreja (SCHLICKMANN; KOCH, 2013).
UNIDADE 1 | O ESTADO E A CIÊNCIA POLÍTICA
14
O Renascimento representou um importante movimento cultural, artístico, 
científico e político entre o século XIV e o fim do século XVI, caracterizando a passagem 
da Idade Média para a Moderna. Apresentou um novo conjunto de temas e interesses 
aos meios científicos e culturais de sua época. Tem esse nome baseado na retomada de 
referências da Antiguidade Clássica, havendo um progressivo abrandamento da influência 
do misticismo sobre a cultura e a sociedade e uma substituição progressiva pela valorização 
da racionalidade e do mercantilismo. 
IMPORTANT
E
A Reforma da Igreja, ou Reforma Protestante, foi um movimento do século 
XVI liderado por Martinho Lutero na publicação de suas 95 Teses na porta da Igreja do 
Castelo de Wittenberg. Tal movimento tornou-se conhecido como um protesto contra os 
abusos do clero, evoluindo para uma proposta de reforma no catolicismo romano a partir 
da mudança em diversos pontos da doutrina da Igreja Católica Romana.
IMPORTANT
E
A consolidação da autoridade do rei substitui o cenário antecessor de 
poderes descentralizados, pautados pela desordem e insatisfação da burguesia 
da época. Diante do exposto, a formação do Estado Moderno trouxe uma nova 
perspectiva intelectual que apoiasse a nova realidade. Um teórico que trouxe 
grandes mudanças para o fortalecimento do Estado, Nicolau Maquiavel, que 
defende a ideia do centralismo político nas mãos de um monarca (OLIVEIRA; 
SOUSA, 2015).
Nicolau Maquiavel, nascido na República de Florença, em 1469, foi um 
filósofo, historiador, poeta, diplomata e músico. É um dos mais reconhecidos 
pensadores da ciência política moderna. Seu trabalho se imortalizou ao descrever 
as relações sobre o Estado e o governo como realmente são e não como deveriam 
ser. 
Maquiavel viveu a juventude sob a República Florentina durante o 
governo de Lourenço de Médici e entrou para a política aos 29 anos de idade no 
cargo de Secretário da Segunda Chancelaria. Nesse cargo, Maquiavel observou o 
comportamento de grandes nomes da época, e a partir dessa experiência retirou 
alguns postulados para sua obra. Suas obras principais foram O príncipe e os 
Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio. Essas obras foram escritas em uma 
época em que a Itália era dividida em principados e repúblicas, todas rivais entre 
si, sendo as traições e a astúcia muito frequentes, inclusive no clero.
TÓPICO 1 | A EVOLUÇÃO DO ESTADO E DAS SOCIEDADES POLÍTICAS
15
O foco dos escritos de Maquiavel sempre foi o Estado (aquele capaz de 
impor a ordem) e o ponto de partida a realidade corrente, ou seja, a realidade 
como realmente é e não como gostaríamos que fosse. O cerne das discussões do 
autor era como o príncipe (soberano) deveria garantir a segurança de seu Estado. 
Para isso, ele descreve a natureza como desordenada e pautada em duas forças, 
seja qual for a sociedade:
• Ninguém quer ser dominado e oprimido pelos maiores.
• Os maiores querem dominar e oprimir.
Quando Maquiavel diz que a relação entre os Estados é desordenada 
do ponto de vista internacional, ele entende queas grandes nações querem 
sempre dominar as menores e que, por outro lado, todos os Estados querem ser 
independentes. Com essa máxima, Maquiavel acreditava que o príncipe seria o 
responsável e quem teria as forças militares e legais para conservar o seu Estado 
e conquistar os outros.
“Os principais fundamentos que todos os Estados possuem, tanto novos, 
como velhos ou mistos, são boas leis e bons exércitos. E porque não pode haver 
boas leis sem bom exército e como há exércitos, convém que haja boas leis” 
(MAQUIAVEL, 1997, p. 81).
É importante, desta maneira, explicitar que, “historicamente, o termo 
Estado foi empregado pela primeira vez por Nicolau Maquiavel, no início de 
sua obra O príncipe, escrita em 1513 e publicada em 1532” (CICCO; GONZAGA, 
2016, s. p.). Maquiavel foi o defensor do processo político centralizado, sendo um 
dos teóricos que mais usou o conceito que servia para resumir o poder do rei, o 
Absolutismo. Diante disso, pode-se dizer que o Absolutismo foi aclamado por 
Maquiavel, o processo organização do Estado Moderno.
Nicolau sempre esteve envolvido com a política local na Península 
Itálica, onde desempenhou funções políticas, administrativas e 
diplomáticas na cidade de Florença, por isso tinha total conhecimento 
sobre o funcionamento da política local, por isso esteve engajado em 
apoiar a formação de um Estado Moderno na Península Itálica, que 
ainda era um território fragmentado, e Nicolau via como necessário 
unificar esses territórios em torno de um poder central (OLIVEIRA; 
SOUSA, 2015, s. p.).
A monarquia teria a responsabilidade de governar esse Estado, além de 
conseguir agradar o povo, estabelecendo o seu poder e a sua ordem. Maquiavel 
trouxe um “divisor de águas” para o cenário da política ao propor a separação da 
moral e a religação das organizações política (OLIVEIRA; SOUSA, 2015).
Para fortalecer e organizar o Estado, a monarquia passou a interceder 
nos seguintes métodos: burocracia administrativa, força militar, leis e justiça 
unificadas e sistema tributário. “O Estado Moderno é fruto do desenvolvimento 
histórico do Estado, caracterizando-se como uma de suas diversas fases através 
dos tempos” (SCHLICKMANN; KOCH, 2013, s. p.).
UNIDADE 1 | O ESTADO E A CIÊNCIA POLÍTICA
16
O Estado Moderno revela a sua primeira característica, a autonomia, 
referindo-se como a plena soberania, ou seja, a autoridade do Estado não deve 
depender de nenhuma outra interferência político administrativa. “Assim surgiu 
o Estado Moderno, com um território que um povo declarou seu, com um povo 
que se proclamou independente perante outros povos, com um poder que, pela 
força e pelo direito, organizou-se para a independência do território e do povo” 
(REALE, 2000, p. 44).
A segunda particularidade é, por sua vez, a diferenciação entre a 
sociedade civil e o Estado. No século XVII se tem o crescimento do poder da 
burguesia na Inglaterra, sendo que o Estado se abre a interesses de diferentes 
segmentos da sociedade civil. Nesta perspectiva, se pressupunha a garantia da 
representação popular, bem como a publicização das decisões no âmbito do 
Estado, estabelecendo um novo conceito de lei através de uma Constituição 
escrita. É com o desenho moderno de Estado que se estabelece a distinção entre 
Estado e Sociedade Civil, “[...] muito embora Estado seja a expressão da sociedade 
civil” (SIQUEIRA, 2005, p. 15).
Como terceira característica, vem a diferenciação do Estado Moderno 
do modelo de Estado na Idade Média. Como mencionado anteriormente, o 
Estado Medieval era marcado como propriedade dos governantes, que eram 
donos do território e de tudo que se encontra nele. Já no Estado moderno, existe 
um reconhecimento absoluto entre o Estado e o monarca, o qual demonstra a 
soberania estatal. O Estado Moderno é visto da seguinte forma, segundo Streck e 
Morais (2014, p. 24): 
[...] naquilo que se passou a denominar de Estado Moderno, o Poder se 
torna instituição (uma empresa a serviço de uma ideia, com potência 
superior à dos indivíduos). É a ideia de uma dissociação da autoridade 
e do indivíduo que a exerce. O Poder despersonalizado precisa de 
um titular: O Estado. Assim, o Estado procede da institucionalização 
do Poder, sendo que suas condições de existência são o território, a 
nação, mais potência e autoridade. Esses elementos dão origem à ideia 
de Estado, ou seja, o Estado Moderno deixa de ser patrimonial. Ao 
contrário da forma estatal medieval, em que os monarcas, marqueses, 
condes e barões eram donos do território e de tudo o que neles se 
encontrava (homens e bens), no Estado Moderno passa a haver a 
identificação absoluta entre Estado e monarca em termos de soberania 
estatal.
Referidos doutrinadores, trazem que o Estado Moderno deixa de ser 
patrimonial como o Estado Medieval, nesse novo momento, uma dissolução 
entre a autoridade e o indivíduo que o exerce, necessitando da transformação 
do poder, de modo que território, nação, mais potência e autoridade são as suas 
condições de existência (SCHLICKMANN; KOCH, 2013, s. p.).
Ainda sobre a passagem do Estado Medieval para o Estado Moderno, 
têm-se as transformações relacionadas às ordens de poder.
TÓPICO 1 | A EVOLUÇÃO DO ESTADO E DAS SOCIEDADES POLÍTICAS
17
O rompimento paradigmático da velha ordem medieval para a nova 
ordem se dá principalmente através da passagem das relações de 
poder (autoridade, administração da justiça etc.), para a esfera pública 
(o Estado centralizado). Ou seja, na medida em que ocorria a alteração 
do modo de produção, a sociedade civil agregava novas exigências ao 
que até então era exercido pelo poder privado (comunicações, justiça, 
exército, cobrança de impostos etc.) (STRECK; MORAIS, 2014, p. 28).
Deste modo, a divisão de poderes foi acontecendo de forma gradual, 
surgindo a esfera pública com o poder centralizado. Trata-se do rompimento da 
situação anterior, a qual na Idade Média o poder político do controle social estava 
nas mãos privadas. A separação dos poderes, com a divisão de público-privada no 
poder político do econômico resultou nas separações das funções administrativas 
e políticas da sociedade civil (SCHLICKMANN; KOCH, 2013).
1) centralização e concentração do poder; 2) supressão ou rarefação 
das instituições e poderes de nível intermediário dotados de alguma 
autonomia; 3) redução da população a uma massa indistinta com 
igualdade abstrata de sujeição comum a um poder direto e imediato; 
e 4) do movimento que destaca e isola o Poder da sociedade. Bobbio e 
outros doutrinadores acrescentam que os traços essenciais do Estado 
moderno — que representa uma nova forma de organização política 
— consistem numa progressiva centralização do poder segundo 
uma instância mais ampla, que termina por compreender o âmbito 
completo das relações políticas e, fundado na afirmação do princípio 
da territorialidade da obrigação política, uma progressiva aquisição 
da impessoalidade do comando político (STRECK; MORAIS, 2014, p. 
28-29).
O Estado moderno possui uma versão pautada no modelo liberal e a 
ascensão da burguesia nas relações de poder. Conforme estudamos até o presente 
momento, o Estado Moderno recorre aos princípios materiais como forma de 
sustentação do poder. Nesse sentido, tem-se uma relação mais centralizada 
dos territórios e do povo com aspectos formais de governo, poder, autoridade 
soberana (SCHLICKMANN; KOCH, 2013).
6 ESTADO LIBERAL 
O Estado Liberal é, muitas vezes, referido como “liberalismo”, tendo a 
sua formação como doutrina econômica e com a sua ideologia social ao longo 
dos séculos XVII a XX. O liberalismo baseou-se no fato de que o indivíduo possui 
direitos naturais e intransferíveis, como direito a se expressar publicamente à 
liberdade religiosa e o direito natural. O surgimento do Estado Liberal trouxe uma 
alta ebulição social, política e econômica. Nesta nova etapa do desenvolvimento 
do Estado, houve a elevação da burguesia e do mercado como principal entidade 
política e econômica (POLANYI, 1957). 
O Liberalismo econômicofoi formado pelo mercado natural que é contra 
as intervenções do Estado. Já o Liberalismo jurídico, está focado nos direitos dos 
UNIDADE 1 | O ESTADO E A CIÊNCIA POLÍTICA
18
indivíduos, esses direitos protegidos pelo Estado, garantiam contra o uso do 
poder arbitral dos governantes (MATTEUCI, 1983, p. 688). Assim, temos uma 
concepção da relação liberal do Estado:
Entre as implicações de tal concepção, está a consideração de que o 
Estado não pode interferir na propriedade do sujeito, uma vez que 
a adesão a ele foi justificada pela defesa do direito à propriedade 
individual, através de um corpo político imparcial, apto a resolver 
questões cuja solução em estado de natureza – incluindo questões 
relacionadas à propriedade – estaria comprometida por interesses 
individuais (QUERIQUELLI, 2014, p. 80).
A Revolução Francesa (1789 e 1799), que deu o fim ao Absolutismo, foi 
a responsável pela formatação das linhas mestras da política e ideologia do 
século XIX, início da predominação liberal e seu respectivo modelo de Estado 
(HOBSBAWN, 1979). 
[…] a França que fez suas revoluções e a elas deu suas ideias, a ponto 
de bandeiras tricolores de um tipo ou de outro terem-se tornado o 
emblema de todas as nações emergentes […]. A França forneceu o 
vocabulário e os temas da política liberal e radical-democrática para 
a maior parte do mundo. A França deu o primeiro grande exemplo, o 
conceito e o vocabulário do nacionalismo […]. A ideologia do mundo 
moderno atingiu as antigas civilizações que tinham até então resistido 
às ideias europeias inicialmente através da influência francesa. Essa foi 
a obra da Revolução Francesa (HOBSBAWM, 2014, p. 98).
Nesse primeiro momento, os únicos beneficiados pela Revolução Francesa 
foram os burgueses, ou seja, os proprietários das terras e os comerciantes. Esses 
viam o Estado de Política pré-revolucionário como uma instituição com restrições 
completamente engessadas, inviabilizando a realização de seus interesses 
(BEZERRA, 2019).
A burguesia francesa, preocupada em desenvolver a indústria no país, 
tinha como objetivo destruir as barreiras que restringiam a liberdade 
de comércio internacional. Desta forma, era preciso que se adotasse na 
França, segundo a burguesia, o liberalismo econômico. A burguesia 
exigia também a garantia de seus direitos políticos, pois era ela quem 
sustentava o Estado, posto que o clero e a nobreza estavam livres 
de pagar impostos. Apesar de ser a classe social economicamente 
dominante, sua posição política e jurídica era limitada em relação ao 
Primeiro e ao Segundo Estados (BEZERRA, 2019, s. p.).
O Direito com a relação da economia no Estado Liberal tornou-se a nova 
ordem inaugurada pelo Estado. Assim, o mercado natural sendo o aspecto central 
de todo o comportamento dos participantes, “buscava a realização dos interesses 
individuais sem amarras, sucedendo ao mercado artificial, repleto de limitações 
sobre a produção das corporações de ofício e prensado na incerteza gerada pelo 
poder do soberano” (MOREIRA, 1973, p. 74).
TÓPICO 1 | A EVOLUÇÃO DO ESTADO E DAS SOCIEDADES POLÍTICAS
19
 O ponto fundamental para o Estado Liberal são as limitações ao poder 
do soberano. Essas limitações foram o propósito do primeiro movimento do que 
terminou no Estado Liberal, pois na Revolução Francesa delineava a criação de um 
mercado autorregulado imune a intervenções estatais. Levando em consideração 
que a Revolução Francesa foi um dos passos mais importantes para a consolidação 
desse modelo estatal e que foi criada em razão da burguesia, pode-se dizer que o 
Estado Liberal é um Estado Burguês (MIRANDA, 1997).
 
Esse espírito vai ser abalado com a Primeira Guerra Mundial, pois 
começava a surgir uma forte tendência ao Estado do Bem-Estar. Até a Primeira 
Guerra Mundial, o Estado Liberal liderou os europeus, exceto os que eram adeptos 
ao marxismo e outras doutrinas, que seriam a socialista. Porém, as críticas eram 
relacionadas a percepção que era imposta, que garantia a burguesia um domínio 
quase total dos bens de produção e das riquezas em geral, simultaneamente era 
deixado para a classe capitalista, uma magra subsistência (LASKI, 1973).
 
O enfraquecimento do Liberalismo foi dado pela transformação econômica 
e pelos constantes crescimentos das empresas, com a mudança de estrutura 
social. Com esse crescimento da estrutura de poder das empresas, os indivíduos 
começam a buscar os seus direitos trabalhistas, previdenciários e sociais em geral 
(MOREIRA, 1973; BONAVIDES, 2000). 
Por fim, a admissão da necessidade de intervenção da economia pelo 
Estado desenvolveu as linhas da ordem liberal e deu lugar a uma perspectiva 
que abarcasse um modelo de Estado que interpõem na ordem social e econômica. 
O Estado Contemporâneo, apesar de muitas vezes adotar comportamentos 
neoliberais, está cada vez mais sendo influenciado pelos grupos de interesses e 
pela sociedade civil. 
7 ESTADO CONTEMPORÂNEO
O Estado contemporâneo, como nós conhecemos, tem os pilares do 
Estado Social de Direito e advém do período turbulento dos anos 20 e 30, 
caracterizado por uma agitação totalitária da Europa, quando há uma avalanche 
de transformações devido ao deslocamento da primazia do setor primário de 
produção, ou seja, a agricultura para o setor industriário; da família patriarcal, 
tradicional e eminentemente conservadora para a família nuclear, que impera 
o individualismo e a escassez de padrões previamente estabelecidos (SOUZA, 
1999).
Deste modo, tais acontecimentos, iriam refletir não só no nível econômico, 
mas também social. Esse foi um período de transformações em que vigorava a 
crise da Democracia e a impopularidade do Estado de Direito. O Estado Estático, 
com normas inadequadas para as transformações econômicas e sociais, fez com 
que o indivíduo compreendesse a dura realidade em que vive e a necessidade de 
uma grande mudança no Estado de Direito (BONAVIDES, 2000).
UNIDADE 1 | O ESTADO E A CIÊNCIA POLÍTICA
20
Na Constituição da Alemanha de 1949, período pós-guerra, foi 
institucionalizada a ideia de Estado Social, bem como a proposta histórica do 
processo de evolução tecnológica. O Estado Social pode ser descrito como uma 
adaptação do Estado Liberal, trazendo as circunstâncias econômicas e sociais da 
civilização industrial e do pós-industrial com seus novos e complexos problemas. 
Nesse estágio, o Estado não contrai a propriedade dos meios de produção, mas 
toma para si as tarefas de orientar e conduzir o sistema econômico. Assim, a 
política está preocupada com a racionalização dos impactos de uma alteração 
contínua dos meios de produção e das formas de distribuição de rendas (SOUZA, 
1999).
Assim, tem-se a tentativa de adaptação do Estado com as frequentes 
transformações das novas condições sociais da civilização industrial e pós-
industrial. Acredita-se que o Estado está sob constantes pressões e com as crises 
políticas permanecentes foram gerando as crises sociais. O Estado depende 
para a sua sobrevivência, das adequações a essas crises, sendo necessário a 
regulamentação do sistema social, ou seja, a observação de normas sociais visando 
a preferência do coletivo, o bem-estar da sociedade no estado.
Por tudo o que foi aqui exposto, é evidente que o Estado Contemporâneo 
representa uma evolução das reivindicações sociais, nos mais diferentes âmbitos, 
no passar do tempo, sendo uma das importantes conquistas da humanidade. Com 
efeito, ele é a síntese e a expressão de avanços gradativos, que foram ocorrendo 
através dos séculos, com o reconhecimento, consagrado na Declaração Universal 
dos Direitos Humanos, de que todos os seres humanos nascem livres e iguais 
em dignidade e direitos. Foi resultado de muita resistência de pessoas e grupos 
que, valendo-se de algum fator de superioridade, alguma espécie de poder, 
pretendiam ter o comando da organização e das relações na busca da consciência 
de que o ser humano tem uma dignidade essencial e tem valores da mais alta 
relevância que devem ser reconhecidos comodireitos fundamentais de todos os 
seres humanos.
Por esse caminho foram sendo introduzidas, gradativamente, 
novas formas de convivência, primeiramente num âmbito local, no 
relacionamento direto entre governantes e governados num espaço 
relativamente limitado. E gradativamente os relacionamentos foram 
estabelecidos com muito maior amplitude, acabando por envolver 
as relações entre grupos sociais mais ou menos numerosos e 
independentes entre si. Por esse caminho, através do reconhecimento 
e da afirmação da independência e peculiaridade dos diferentes 
agrupamentos, chegou-se à noção de Estado, com o mesmo valor 
e a mesma ênfase do reconhecimento de que todos têm direitos 
como indivíduos e como membros de um Estado, chegando-se à 
proclamação e consagração da afirmação da soberania dos Estados e 
de seu dever de respeitar a independência dos demais, assim como 
de reconhecer e respeitar os direitos das pessoas que integram outro 
Estado. E assim ocorreu um avanço de extraordinária importância, 
com a generalização do reconhecimento dos direitos fundamentais 
da pessoa humana, independentemente do Estado a que pertencem, 
a par da exigência de respeito recíproco entre os próprios Estados 
(DALLARI, 2017, s. p.).
TÓPICO 1 | A EVOLUÇÃO DO ESTADO E DAS SOCIEDADES POLÍTICAS
21
Essa caminhada rumo à afirmação de que as unidades políticas em 
territórios soberanos estão longe de ser toda a história dos Estados. Não obstante, 
tal narrativa sintética é interessante para que possamos pensar sobre o desejo 
de igualdade e surgimento do direito constitucional, essencial a todos os 
seres humanos para gozo da dignidade e direitos. Essa trajetória não ocorreu 
pacificamente, pois sempre houve pessoas e grupos sociais que não estiveram 
dispostos a abrir mão de seus privilégios, mas as conquistas da humanidade, 
consagradas nas Constituições de cada Estado e nos documentos jurídicos de 
âmbito internacional.
FIGURA 6 – CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DA EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO ESTADO: RESUMO 
DO TÓPICO
FONTE: O autor
22
Neste tópico, você aprendeu que: 
• O conceito moderno de Estado como nação politicamente organizada, é um 
complexo político, social e jurídico, que envolve a administração de uma 
sociedade estabelecida em caráter permanente em um território e dotado de 
poder autônomo.
• O Estado Teocrático caracterizado pela não separação do pensamento político 
da religião, da moral, das doutrinas econômicas ou da filosofia.
• O Estado Grego como uma organização dividida por várias comunidades 
independentes, as cidades-Estados, as quais muitas vezes guerreavam entre si.
• O Estado Medieval, surgido com a queda do Império Romano no Ocidente e 
detentora de três principais elementos caracterizantes: as Invasões Bárbaras, o 
Cristianismo e o Feudalismo.
• O surgimento do Estado Moderno por meio da centralização do poder político 
na monarquia, resultando em grandes transformações de ordem religiosa e 
cultural.
• O Estado Liberal formado como doutrina econômica, baseado na alegação de 
que o indivíduo possui direitos naturais e intransferíveis, como direito a se 
expressar publicamente à liberdade religiosa e o direito natural. Essa nova etapa 
do desenvolvimento do Estado é caracterizada pela elevação da burguesia e do 
mercado como principal entidade política e econômica.
• O Estado Contemporâneo representando uma evolução das reivindicações 
sociais frente ao processo de liberalização econômica.
RESUMO DO TÓPICO 1
23
1 A respeito do conceito de Estado Teocrático, classifique V para as sentenças 
verdadeiras e F para as falsas: 
( ) Em alguns casos, as instituições religiosas participam formalmente do 
governo, com autoridade para aprovar ou rejeitar leis que desrespeitem o 
credo.
( ) O governo Talibã, no Afeganistão, promoveu a criação e manutenção de 
um Estado religioso de modalidade objetiva.
( ) É aquele em que a religião interfere em alguma medida na administração, 
legislação ou gestão pública e é também chamado de Estado confessional.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) F, V, V.
b) ( ) V, V, V.
c) ( ) F, V, F.
d) ( ) V, F, V.
2 (PUC-SP, 2015) No sentido contemporâneo do termo, sobretudo com 
implicações de unidade política, a palavra nação não pode ser aplicada à 
Grécia Antiga. Tanto que:
a) ( ) prevaleciam padrões culturais diferenciados nas várias regiões.
b) ( ) as formas de governo foram únicas, mas guardavam total autonomia.
c) ( ) não havia unidade de língua e religião entre as várias populações 
urbanas.
d) ( ) as cidades eram independentes nos assuntos de seu próprio interesse.
e) ( ) predominavam as tendências à proibição de atividades econômicas 
semelhantes.
3 Sobre os dois fatores que influenciaram no desmantelamento do Estado 
Medieval, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas: 
I- ( ) Havia inúmeros centros de poderes, reinos, senhorios, as comunas, as 
organizações religiosas, as corporações de ofícios sendo que todos tinham 
grande apego por autoridade e de sua independência.
II- ( ) Os centros de poderes descentralizados tinham grande apego por sua 
autoridade e dependência ao poder central.
III- ( ) Alguns imperadores pretendiam influenciar os eclesiásticos, que 
também buscavam o papel de liderança não apenas nos assuntos de ordem 
espiritual, mas também nos outros assuntos de ordem temporal.
IV- ( ) Essa luta entre Papa e Imperador, marcou os últimos séculos da Idade 
Média, culminando no nascimento do Estado Contemporâneo.
AUTOATIVIDADE
24
4 Sobre a concepção Liberal do Estado surgida com a Revolução Francesa, 
assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) A concepção da relação liberal do Estado está na consideração de que o 
Estado pode interferir na propriedade do sujeito.
b) ( ) Essa concepção é justificada pela defesa do direito à propriedade 
individual, através de um corpo político parcial.
c) ( ) Essa concepção busca resolver questões cuja solução em estado de 
natureza — incluindo questões relacionadas à propriedade — estaria 
comprometida por interesses individuais.
d) ( ) Tem uma visão centralizada e concentrada na mão do poder absoluto 
do soberano. 
5 Com relação à ideia de Estado Social, assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) O Estado Social pode ser descrito como uma adaptação do Estado 
Moderno, trazendo as circunstâncias econômicas e sociais da civilização 
industrial e do pós-industrial com seus novos e complexos problemas. 
b) ( ) O Estado não contrai a propriedade dos meios de produção, porém, 
com a finalidade de tomar si as tarefas de orientar e conduzir o sistema 
econômico.
c) ( ) A política está preocupada com a racionalização dos impactos de uma 
estatização das relações econômicas e sociais através dos meios de produção 
e das formas de distribuição de rendas.
d) ( ) Resultou no fortalecimento do Liberalismo dado pela transformação 
econômica e pelos constantes crescimentos das empresas, com a mudança 
de estrutura social.
25
TÓPICO 2
A CIÊNCIA POLÍTICA E ESTADO
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, será analisado a relação do Estado e a Sociedade, bem 
como os seus diversos aspectos que norteiam o funcionamento das instituições 
encarregadas pela sociedade, como Estado, Governo, Democracia, Legitimidade. 
Nesse sentindo, a Teoria Geral do Estado corresponde o Norte dessa seção 
primordial da nossa disciplina dentro do curso de Ciências Políticas.
 
Como já mencionado na apresentação desse material, a Ciência Política 
é um ramo das ciências sociais que busca analisar o Estado, regimes políticos, 
governos, soberania e a hegemonia. Esse ramo busca trazer um direcionamento 
histórico das relações de poder e convivência dos povos desde a antiguidade até 
os tempos atuais. 
Nesse sentido, entendemos a Ciência Política como um saber 
operativo, um instrumento apto a intervir na realidade que estudamos 
(Giovani Sartori). A Ciência Política será, assim, essa disciplina que, 
mediante um processo

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