Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
77 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ANATOMIA Unidade II 5 APARELHO LOCOMOTOR Embora o corpo humano seja o resultado da interpretação de todos os sistemas, existem alguns que, devido a relações mais íntimas no desenvolvimento (embriologia), na situação (topografia) e na função (fisiologia) e a fatores didáticos, podem ser considerados ou concentrados, caso em que recebem o nome de aparelho. Como vimos anteriormente, podemos listar vários sistemas do ponto de vista da Anatomia Sistêmica. Portanto, temos o aparelho osteoarticular, formado pelos sistemas esquelético e articular, e o aparelho locomotor, composto de três sistemas: o esquelético, o articular e o muscular. No aparelho locomotor, o sistema esquelético inclui os ossos, os quais dão fixação aos músculos, delimitam cavidades para a proteção dos órgãos nelas contidas, formam alavancas e servem como órgãos passivos de movimento e como hematocitopoieticos. O sistema articular é composto de conexões ou articulações que se estabelecem entre os ossos, ao nível das quais se observam movimentos, lembrando o que acontece nos artrópodes, o que significa “com as patas e todos os outros apêndices articulados”. O sistema muscular compreende o conjunto dos músculos voluntários ou esqueléticos, assim chamados por estarem sujeitos ao controle da vontade e por estarem ligados ao esqueleto. Envolvidos por fáscias musculares, os músculos esqueléticos se originam ou se inserem por meio dos seus tendões e das suas aponeuroses, além de outras estruturas anatômicas que formam esse sistema, como o retináculo, as bainhas tendíneas e as bolsas sinoviais. Os músculos esqueléticos são os órgãos ativos do movimento. Assim, com a integração desses três sistemas, temos os ossos como as estruturas anatômicas simples e rígidas que amparam os músculos esqueléticos; eles sustentam a massa corpórea e trabalham com os músculos esqueléticos para gerar os movimentos controlados e precisos. Sem a estrutura de sustentação dos ossos, a contração muscular apenas tornaria os músculos esqueléticos mais curtos e espessos. Os músculos esqueléticos devem tracionar o esqueleto para fazer-nos sentar, levantar, andar ou correr. Entenderemos que as articulações existem sempre que dois ou mais ossos se encontram, podendo estar em contato direto ou separadas por tecido fibroso, cartilagíneo ou sinóvia, sendo que cada tipo de articulação executa um movimento específico. Veremos que quase todos os 700 músculos esqueléticos individuais que formam o sistema muscular, como o músculo bíceps braquial, contêm tanto tecido muscular quanto tecido conjuntivo. De tal forma, a ação principal de alguns músculos esqueléticos é estabilizar os ossos para que outros músculos esqueléticos possam realizar movimentos de forma mais eficaz. Esta unidade apresentará muitos dos principais músculos esqueléticos do corpo humano, sendo a maioria encontrada em ambos os lados. Além disso, identificaremos os locais de origem e inserção 78 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II de cada músculo esquelético citado, assim como as suas principais ações. Detalharemos também a musculatura apendicular, músculos esqueléticos que são responsáveis pela estabilização das cinturas dos membros superiores e inferiores e pela motilidade dos membros superiores e inferiores. Os músculos apendiculares correspondem a cerca de 40% dos músculos esqueléticos do corpo. Os papéis e a amplitude dos movimentos requeridos diferem altamente entre esses grupos. As conexões musculares entre a cintura do membro superior e o esqueleto axial elevam a motilidade do membro superior porque a posição dos elementos esqueléticos não fica atravancada em relação ao esqueleto axial. As conexões musculares agem também como amortecedores de impactos. Por exemplo, os indivíduos podem correr e apesar disso realizar movimentos suaves com as mãos porque os músculos apendiculares absorvem e atenuam os impactos da corrida. Diferencialmente dessa situação, a cintura do membro inferior ampliou uma forte conexão com o esqueleto para transmitir o peso do esqueleto axial para o apendicular. A evidência é centralizada mais na força do que na multifuncionalidade, e as mesmas características que reforçam as articulações limitam a amplitude do movimento. A aquisição desses conhecimentos é especial e primordial para os profissionais da Educação Física e do esporte, pois influenciam de maneira definitiva na elaboração e na implementação de programas voltados à promoção de saúde e de programas de treinamento desportivo. Essa reflexão pode ser conceituada como imprescindível, principalmente para aqueles que iniciam os seus estudos sobre o movimento humano. Como vimos anteriormente, durante o Renascimento, Leonardo da Vinci despontou como um dos maiores artistas de todos os tempos, muito conhecido, ainda hoje, por suas descrições artísticas do corpo humano. Ele dissecou centenas de corpos para que pudesse adquirir uma compreensão da musculatura e da forma do corpo humano, e podem-se notar o conhecimento e a valorização expressos em seu trabalho artístico. A figura a seguir mostra que desde os tempos antigos até os dias de hoje, a apreciação da beleza da forma humana em movimento sempre seduziu a atenção de artistas, cientistas, profissionais da saúde e atletas: Figura 74 – A plástica na ginástica artística 79 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ANATOMIA Essa investigação sobre o movimento humano evoluiu de pura arte para um conjunto de arte e ciência que combinava teorias e princípios procedentes da Anatomia, da Fisiologia, da Antropologia, da Física, da Mecânica e da Biomecânica. No estudo da anatomia do aparelho locomotor, o foco central está nos músculos e nos ossos aos quais eles se prendem. Os ossos também se conectam uns aos outros formando as articulações. Assim, as três principais estruturas nas quais devemos nos ater na anatomia do aparelho locomotor são os ossos, as articulações e os músculos. Observação O esqueleto é o arcabouço resistente no qual o organismo humano está construído. Muito parecido à armação de um edifício, o esqueleto deve ser forte o suficiente para sustentar e proteger todas as estruturas anatômicas do corpo humano. A estrutura esquelética ordena nossa forma e tamanho. Ela pode também ser imensamente influenciada pela nutrição, nível de exercícios físicos e hábitos posturais. A B Figura 75 – Esqueleto humano em vistas anterior (A) e posterior (B) No esqueleto imaturo em desenvolvimento ou imaturo, conforme ilustra a figura a seguir, a interferência do apoio de peso e forças musculares terá uma ação mais considerável na constituição do tamanho e no formato dos ossos do que as mesmas forças aplicadas sobre um esqueleto maduro. Por esse motivo, é relevante dar valor extremo aos tipos de exercícios físicos e hábitos posturais de um pré-adolescente. 80 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II Figura 76 – Esqueleto imaturo Observação Um exemplo clássico de alteração no esqueleto imaturo é a presença de escoliose idiopática, uma curvatura lateral da coluna vertebral, existente em aproximadamente 15 a 20% das meninas entre 10 e 12 anos de idade. Essa modificação seria por que as mulheres mais novas passam muito tempo mantendo a massa corporal sobre os saltos finos? Tem a ver com uma postura que compreende joelhos hiperestendidose lordose? É simples supor sobre prováveis causas, porém ainda não há temas científicos cruciais. É sabido que o sistema esquelético é flexível, podendo ser modelado e formado por meio da atividade. Agora você já sabe que os hábitos posturais ou aspectos sociais podem levar a modificações no esqueleto imaturo. Quando as meninas forem utilizar saltos finos, observe as consequências e faça a sua escolha. 5.1 Osteologia O esqueleto humano representa 20% da massa corpórea, ou seja, 14 quilogramas em um indivíduo de 70 quilogramas. O sistema esquelético desempenha um papel principal e vários papéis secundários para cooperar com outros sistemas em papéis substanciais. Lembre-se que os ossos são formados por diversos tecidos que agem em conjunto, como o tecido ósseo, a cartilagem, o tecido conjuntivo denso, o epitélio, o tecido adiposo e o tecido nervoso. Por essa razão, cada osso do corpo é considerado um órgão. Portanto, o tecido ósseo é um tecido vivo, complexo e dinâmico, participando assim de forma contínua em um processo 81 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ANATOMIA chamado remodelação, ou seja, a formação de novo tecido ósseo e a degeneração do tecido ósseo antigo. Toda a estrutura dos ossos e suas cartilagens, juntamente com os ligamentos e os tendões, compõem o sistema esquelético. Também iremos examinar os vários elementos dos ossos a fim de auxiliá-lo a compreender como os ossos se constituem e envelhecem; além disso, entenderemos como o exercício físico afeta a densidade e a resistência óssea. Observação O estudo da estrutura óssea e o tratamento dos distúrbios ósseos são chamados osteologia. 5.1.1 Os principais papéis do esqueleto e dos ossos Como vimos anteriormente, o esqueleto fornece as alavancas e os eixos de rotação sobre os quais o sistema muscular realiza os movimentos. Assim, uma alavanca consiste em uma máquina simples que eleva a força ou a velocidade de movimento. Podemos dizer que as alavancas são inicialmente os ossos longos do corpo humano e os eixos são as articulações nas quais os ossos se deparam, conforme ilustra a figura a seguir: Figura 77 – Sistema de alavancas Um segundo papel relevante do esqueleto é servir de arcabouço e suporte para as partes moles do corpo humano. Os ossos dos membros inferiores, da pelve e da coluna vertebral suportam o corpo humano e são utilizados para a manutenção da postura ereta. Quase todos os ossos proveem suporte para os músculos e apoio para os dentes. Encontram-se ainda outros papéis adicionais não associados exclusivamente com o movimento humano. Tecidos e órgãos vulneráveis são comumente protegidos por elementos do esqueleto. As 82 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II costelas, por exemplo, protegem o coração e os pulmões, conforme ilustram as figuras a seguir. Por sua vez, o crânio aloja o encéfalo, as vértebras fornecem abrigo para a medula espinal e a pelve óssea acomoda órgãos digestórios e genitais. A B Figura 78 – As costelas protegendo o coração e os pulmões. Vistas anterior (A) e posterior (B) Descreveremos, agora, o osso como um depósito para minerais, especialmente, cálcio e fósforo. O cálcio é o mineral mais farto no corpo humano. Um indivíduo apresenta aproximadamente 1 a 2 quilogramas de cálcio, dos quais mais de 98% estão armazenados nos ossos e nos dentes. Os minerais armazenados são liberados na circulação sanguínea quando há necessidade de distribuição a todas as partes do corpo humano. Ele é essencial para a contração muscular, para a coagulação do sangue e para a movimentação de íons através da membrana celular. Já o fósforo é essencial para as funções dos ácidos nucleicos DNA e RNA. Na hipótese de os minerais não se encontrarem na alimentação em quantidades satisfatórias, eles podem ser retirados dos ossos até serem compensados pela própria alimentação. Na realidade, “depósitos” e “retiradas” de minerais para os ossos e a partir deles acontecem quase incessantemente. Observação DNA (ácido desoxirribonucleico) é uma molécula presente no núcleo das células de quase todos os seres vivos e que carrega toda a informação genética de um organismo. RNA (ácido ribonucleico) é o responsável por sintetizar as proteínas. Se todo o mineral é extraído de um osso longo, o colágeno se torna o principal constituinte, e o osso fica excessivamente flexível. Contudo, se o colágeno é retirado do osso, os componentes minerais se tornam o constituinte principal, e o osso fica muito quebradiço, conforme ilustra a figura a seguir: 83 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ANATOMIA (a) (b) sem minerais (c) sem colágeno Figura 79 – A) Osso normal; B) Osso desmineralizado, no qual o colágeno é o principal componente, pode ser dobrado sem quebrar; C) Quando o colágeno é extraído, os minerais são o principal componente restante, tornando o osso tão quebradiço que é facilmente destruído Observação O colágeno é uma proteína de relevância essencial na composição da matriz extracelular do tecido conjuntivo, sendo responsável por grande parte de suas propriedades físicas. Podemos descrever os ossos como órgãos hematocitopoieticos, ou seja, eles realizam a produção de células sanguíneas por meio da medula óssea vermelha, conforme ilustram as figuras a seguir: Pontos ósseos palpados facilmente através da pele Distribuição da medula óssea vermelha Figura 80 – Vista anterior 84 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II Pontos ósseos palpados facilmente através da pele Distribuição da medula óssea vermelha Figura 81 – Vista posterior Estima-se que uma média de 2,5 milhões de células sanguíneas vermelhas é produzida a cada segundo pela medula óssea vermelha para suprir aquelas que são excluídas e degradadas pelo fígado. Em uma criança, o baço e o fígado também produzem células sanguíneas. Com o passar da idade, a maior parte da medula óssea vermelha transforma-se em medula óssea amarela, de maneira que no adulto encontra-se medula óssea vermelha apenas em alguns ossos, como no esterno. Já a medula óssea amarela é formada basicamente de células adiposas, que armazenam triglicerídeos. Os triglicerídeos armazenados são reservas potenciais de energia química. Por fim, citaremos os osteoblastos, as células responsáveis pela síntese dos componentes orgânicos da matriz óssea, como colágeno, proteoglicanos e glicoproteínas. Essas células ósseas também estão envolvidas no metabolismo, pois secretam osteocalcina, um hormônio que influencia na regulação de glicemia. 5.1.2 Arquitetura óssea Como descrito anteriormente, os ossos são peças duras e calcificadas, em número, coloração e formas variáveis. Apresentam matéria orgânica (1/3) e matéria inorgânica ( 2/3). A matéria orgânica atribui elasticidade aos ossos, enquanto a matéria inorgânica atribui rigidez e força. Observação Quão fortes são os ossos? Calcula-se que, se for empregada carga vagarosamente sobre um crânio humano, ele é capaz de suportar três toneladas antes de se quebrar! As extremidades de um osso longo são 85 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ANATOMIA chamadas de epífises, enquanto a parte média é chamada de diáfise. Durante o crescimento ósseo, as epífises são compostas de ummaterial cartilagíneo chamado de placa de crescimento. Macroscopicamente, os ossos têm dois tipos diferenciados de substâncias ósseas, a esponjosa e a compacta. Os dois tipos podem aparecer de maneira simultânea, porém em quantidades variadas, num mesmo osso, conforme ilustram as figuras a seguir: A B Substância esponjosa Cavidade medular Substância compacta Figura 82 – Um corte longitudinal da extremidade proximal de uma tíbia (A) e da diáfise de um fêmur (B), mostrando as substâncias ósseas e a cavidade medular Como visto na imagem anterior, a substância óssea esponjosa é mais leve, o que diminui a massa total de um osso, de modo que ele se mova com maior simplicidade quando tracionado pelo músculo esquelético. Ela é porosa e se situa na parte interna dos ossos, constituindo as trabéculas ósseas (do latim pequenos feixes). As trabéculas ósseas suportam e protegem a medula óssea vermelha. Além disso, a presença da substância óssea esponjosa diminui a massa do esqueleto e colabora na mobilidade dos ossos pelos músculos esqueléticos. A substância óssea esponjosa é encontrada em grandes quantidades nas epífises dos ossos longos e nos ossos curtos, sendo recobertas por fina camada de substância óssea compacta. Observem que a substância óssea compacta se caracteriza por um revestimento externo denso e rijo. Ela sempre reveste completamente todo osso e tende a variar de espessura. Assim, a substância óssea compacta predomina na diáfise dos ossos longos. Além disso, ela envolve uma cavidade chamada de cavidade medular, que contém a medula óssea, vermelha ou rubra e amarela ou flava, conforme ilustra a figura a seguir: 86 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II Medula óssea vermelha Medula óssea vermelha Medula óssea amarela Figura 83 – Medula óssea Saiba mais Indicamos o filme: UMA Prova de amor. Dir. Nick Cassavetes. EUA: Playarte, 2009. 109 minutos. Neste filme, Sara e Brian Fitzgerald são comunicados que Kate, sua filha, tem leucemia e possui poucos anos de vida. O médico recomenda aos pais que tentem um método médico ortodoxo, gerando um filho de proveta que seja um doador compatível com Kate. Disposto a tudo para salvar a filha, eles aprovam a ideia. Assim nasce Anna, que logo ao nascer doa sangue de seu cordão umbilical para a irmã. Anos depois, os médicos decidem realizar um transplante de medula de Anna para Kate. Lembrete O osso esponjoso localiza-se profundamente ao periósteo, compondo uma fina substância compacta, o córtex, que prossegue para o interior do osso, como substância esponjosa, composta de trabéculas ósseas. Entre as trabéculas ósseas e nas cavidades medulares situa-se a medula óssea. 87 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ANATOMIA Saiba mais A estrutura de um osso pode ser analisada considerando-se as partes de um osso longo. Como outros tecidos conjuntivos, o osso ou o tecido ósseo contém uma matriz abundante de materiais intercelulares, circundando as células amplamente separadas. Complemente os seus conhecimentos com a leitura das páginas 117-125 da obra a seguir. Você explorará mais sobre a estrutura dos ossos nos níveis macroscópicos e microscópicos e entenderá a importância da formação óssea durante as diferentes fases da vida de uma pessoa. TORTORA, G. J.; GRABOWSKI, S. R. Corpo humano: fundamentos de Anatomia e Fisiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 5.1.3 O periósteo e o endósteo A superfície externa de um osso é comumente revestida pelo periósteo, exceto as superfícies articulares que são recobertas por cartilagem do tipo hialina. Ele isola e protege o osso dos tecidos vizinhos, provê uma via e um local de união para o suprimento cardiovascular e nervoso, e participa ativamente no crescimento ósseo em diâmetro e na reparação de fraturas. Entretanto, o periósteo não reveste os ossos sesamoides. No interior do osso, o endósteo celular reveste a cavidade medular, conforme ilustra a figura a seguir. O endósteo está em atividade durante o crescimento e sempre que a reparação e o remodelamento da arquitetura óssea estiverem acontecendo. Diáfise Epífise proximal Osso esponjoso Osso compacto Periósteo Cavidade medular Linha epifisial Epífise distal Cartilagem articular Endósteo Fibras perfurantes Forame nutricio Vasos nutrientes Figura 84 – Osso longo com periósteo rebatido 88 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II Lembrete O periósteo, o endósteo e a medula óssea são relevantes estruturas anatômicas pertinentes aos ossos. Saiba mais Leia o capítulo 5 da obra a seguir: MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana. Porto Alegre: Artmed, 2009. A página 118 apresenta a nota clínica Formação Óssea Heterotrópica e a página 123 apresenta a nota clínica Doenças Congênitas do Esqueleto. 5.1.4 Vascularização óssea Os ossos são muito vascularizados, sendo que eles recebem amplo suprimento de sangue. De particular relevância são os vasos metafisários e os vasos epifisários. As artérias adentram nos ossos a partir do periósteo. As artérias periosteais acompanhadas por nervos adentram na diáfise e irrigam o periósteo e a parte externa da substância compacta. Próximo ao centro da diáfise, uma grande artéria nutrícia adentra no osso compacto por meio do forame nutrício, conforme ilustra a figura anterior. Ao adentrar na cavidade medular, a artéria nutrícia se ramifica em ramos proximal e distal, que irrigam a parte interna da substância óssea compacta da diáfise, substância óssea esponjosa, e a medula óssea. Na tíbia há uma artéria nutrícia, enquanto no fêmur existem diversas. As extremidades dos ossos são irrigadas pelas artérias metafisárias e epifisárias. Ambas irrigam a medula óssea vermelha e as substâncias ósseas da metáfise. As artérias epifisárias irrigam a medula óssea e as substâncias ósseas das epífises. Uma ou duas veias nutrícias seguem a artéria nutrícia na diáfise. Abundantes veias epifisárias e metafisárias saem das epífises com as suas relativas artérias. As veias periosteais saem do periósteo com as suas relativas artérias. Os vasos linfáticos dos ossos estão no periósteo, porém alguns podem adentrar no tecido ósseo. 5.1.5 Inervação óssea Os nervos seguem as artérias que irrigam os ossos. O periósteo, conforme ilustra a figura anterior, é rico em nervos sensitivos, responsáveis pela sensação de dor. São exemplos as dores consequentes de uma fratura, de tumores ósseos ou de uma biópsia da medula óssea vermelha por meio de uma agulha. Microscopicamente a medula óssea vermelha é avaliada em situações, por exemplo, em leucemias, 89 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ANATOMIA linfomas e anemias aplásicas. Apresentam-se dores à medida que a agulha adentra no periósteo; assim que a agulha adentra e ultrapassa o periósteo há poucas dores. Saiba mais Leia o conteúdo Fatores de regulação do crescimento ósseo (páginas 123-124) da obra a seguir: MARTINI, F. H.; TIMMONS, M. J.; TALLITSCH, R. B. Anatomia humana. Porto Alegre: Artmed, 2009. Lembrete Na maior parte dos casos, os ossos são abundantemente vascularizados. Cada tipo recebe suprimento de sangue e nervoso de forma característica. 5.1.6 Morfologia óssea Os ossos podem apresentar diversos tamanhos e formatos. Por exemplo, o osso pisiforme da mãopossui o tamanho e a forma de uma ervilha, enquanto o fêmur pode ter até 60 centímetros de comprimento em alguns indivíduos e uma cabeça arredondada em formato de bola. Desse modo, o fêmur suporta a grande massa corporal e pressão, sendo que a sua arquitetura de cilindro oco provê força máxima com peso mínimo. Na maioria dos casos, os ossos são classificados conforme sua forma geométrica aproximada em: longos, alongados, curtos, planos e irregulares. Existem, ainda, os ossos pneumáticos, sesamoides e acessórios. Os ossos longos são formados por uma diáfise e duas epífises. Apresentam o comprimento maior em relação à largura e à espessura que são equivalentes. Os ossos longos são encontrados apenas no esqueleto apendicular, por exemplo, o osso úmero, conforme ilustram as figuras a seguir, em vista anterior e posterior. Eles proporcionam suporte ao organismo e oferecem uma série de alavancas e elos que nos possibilitam criar movimentos. 90 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II A B Figura 85 – Úmero em vista anterior (A) e posterior (B) Os ossos alongados são achatados, sendo eles um subgrupo dos ossos longos. Eles não apresentam epífises bem definidas e não têm cavidade medular. A clavícula e as costelas são exemplos típicos de ossos alongados, conforme ilustra a figura a seguir: A B Figura 86 – Vista anterior da clavícula direita (A) e vista interna da costela (B) Os ossos curtos apresentam as três dimensões – comprimento, largura e espessura – equivalentes, as quais lhes conferem uma forma cúbica. Exemplos clássicos desse grupo são os ossos do carpo e os do tarso, exceto o pisiforme, que é um osso sesamoide, e o osso calcâneo, que é um osso irregular, conforme ilustram as figuras a seguir. Esses ossos apresentam um papel relevante na absorção de choque e transmissão de forças. 91 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ANATOMIA Osso do carpo Osso pisiforme Figura 87 – Ossos do carpo Figura 88 – Ossos calcâneo Nos ossos planos, a largura e o comprimento predominam sobre a espessura. Alguns exemplos de ossos planos são os que formam a calvária. Eles possuem duas lâminas compactas, onde temos um tecido ósseo mais denso e, entre essas camadas, uma camada esponjosa composta de osso menos denso, chamada díploe, conforme ilustram as figuras a seguir, respectivamente. Os ossos planos proporcionam proteção para o conteúdo interno e ampla superfície para a fixação muscular. Parietal Frontal Lâmina externa Lâmina interna Diploe A B Figura 89 – Parietal em vista interna (A) e díploe (B) 92 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II Os ossos irregulares não possuem formas geométricas bem definidas. As vértebras, os ossos da base do crânio e os ossos da face são exemplos desse grupo (veja as figuras a seguir). Eles oferecem suporte de massa corporal, dissipação de cargas, proteção da medula espinal e contribuição com os movimentos e locais de inserção muscular. Figura 90 – Vértebra lombar, vista superior Figura 91 – Temporal, vista lateral Os tipos morfológicos que acabamos de ver podem ainda apresentar características adicionais que nos possibilitam classificá-los também como se segue. Os ossos pneumáticos apresentam uma ou mais cavidades de volumes variáveis, chamados seios, que se apresentam revestidas de mucosa e preenchidas por ar. Os ossos pneumáticos estão localizados no crânio, sendo eles o frontal, a maxila, o etmoide e o esfenoide, conforme ilustra a figura a seguir: 93 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ANATOMIA Células etmoidais Seio maxilar Seio esfenoidal Seio frontal Figura 92 – Cavidades do crânio Observação O osso temporal é considerado pneumatizado, pois apresenta cavidades que se comunicam com a cavidade da orelha, enquanto os ossos pneumáticos se comunicam com a cavidade nasal. Os ossos sesamoides se assemelham a sementes de gergelim e estão localizados em regiões em que alguns tendões cruzam epífises de ossos longos. Eles se desenvolvem dentro dos tendões e os protegem de desgaste exorbitante junto ao osso. Também alteram o ângulo de inserção de um tendão. Os ossos sesamoides estão presentes no desenvolvimento fetal, mas não são considerados partes do esqueleto axial ou apendicular, exceto pelas patelas, que são os maiores ossos sesamoides, conforme ilustra a figura a seguir: Figura 93 – Patela, vista anterior 94 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II Os outros ossos sesamoides mais frequentes estão situados nas plantas dos pés e na base do primeiro metatarso. Nos membros superiores, os ossos sesamoides são frequentemente encontrados nos tendões próximos à superfície palmar e na base dos metacarpos. Outro exemplo clássico é o hioide, conforme ilustra a figura a seguir: Figura 94 – Hioide, vista anterior Lembrete Embora apresentem o comprimento maior que a largura, as costelas e a clavícula não têm canal medular, muito menos metáfises; por esse motivo, são classificadas como ossos alongados. Os ossos acessórios são raros e sua sede, as suas dimensões e o seu número podem ser muito variáveis. Acontecem mais comumente na superfície externa do que na superfície interna. Do ponto de vista da Anatomia Comparativa, alguns desses ossos correspondem aos que se deparam normalmente em outros vertebrados e outros não apresentam essa correspondência. A estes ossos acidentais dá-se o nome de ossos suturais ou wormianos, os quais acontecem muitas vezes na sutura lambdoide, em crânios hidrocefálicos. Como exemplos de ossos acessórios podemos mencionar os ossos bregmático, o osso ptérico e o osso astérico, conforme ilustra a figura a seguir: eu ms ast Figura 95 – Ossos acessórios: ast = Asterion, eu = Eurion, i = Inion, l = Lambda, mas = Mastoidale e o = Opisthion 95 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ANATOMIA Observação As lâminas das epífises dos ossos longos específicos ossificam em prazos previstos. Os médicos radiologistas comumente podem especificar a idade de um indivíduo jovem analisando as lâminas das epífises para observar se elas ossificaram. Uma diferença entre a idade dos ossos e a cronológica pode sugerir alguma disfunção metabólica. 5.1.7 Características anatômicas de superfície dos ossos Os ossos apresentam acidentes ósseos ou detalhes ósseos, como as proeminências, as fossas, as depressões, os tubérculos, as eminências, os orifícios, os canais, as cavidades e os seios, para referir apenas as características mais frequentes, que compõem relevantes pontos de referência em Anatomia, Radiologia, Ortopedia e Antropologia Física. As seguir há exemplos de características anatômicas da superfície dos ossos: • O forame (do latim foramine = orifício) é uma abertura por meio da qual passam artérias ou nervos, como o forame magno do osso occipital. • A fossa (do latim fossa = fenda, trincheira) é uma depressão rasa sobre um osso, como a fossa cerebelar do osso occipital. • O côndilo (do grego Kondylo = elevação arredondada) é uma proeminência grande e arredondada que constitui uma união, como os côndilos medial e lateraldo fêmur. • A cabeça é uma projeção arredondada que compõe uma união e é sustentada na constrição (colo) do osso, como a cabeça do úmero). • A tuberosidade é uma projeção grande e arredondada, frequentemente com uma superfície áspera, como a tuberosidade da tíbia. • A espinha é uma projeção aguda e delgada, oriunda da face de um osso, como a espinha da escápula. • A crista é uma margem ou borda proeminente, comumente rugosa, como a crista ilíaca do quadril. • A incisura é uma chanfradura ou entalhe em uma margem óssea, como a incisura da mandíbula. 96 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II Forame magno Fossa cerebelar Figura 96 – Forame magno Figura 97 – Fossa cerebelar Côndilo Cabeça Figura 98 – Côndilo do fêmur Figura 99 – Cabeça do úmero Tuberosidade Figura 100 – Tuberosidade da tíbia Espinha Crista Figura 101 – Espinha da escápula Figura 102 – Crista ilíaca 97 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ANATOMIA Incisura Figura 103 – Incisura da mandíbula Exemplo de aplicação Vamos conhecer mais sobre os detalhes ósseos? Leia a obra a seguir: ALVES, N.; CÂNDIDO, P. L. Anatomia para o curso de Odontologia Geral e Específica. 4. ed. São Paulo: Grupo Gen, 2016. Veja, nas páginas 17 até 39, os ossos que formam as cinturas (escapular e pélvica) e os ossos dos esqueletos apendicular e axial. Utilize o livro indicado, papel vegetal, lápis Hb2, lápis para colorir e caneta Stabilo e elabore pranchas de Anatomia, apontando os detalhes anatômicos de cada osso. Certamente tal tarefa irá enriquecer os seus conhecimentos e facilitará o entendimento dos demais conteúdos relacionados ao aparelho locomotor. 5.1.8 Fatores de variação anatômica no número de ossos Existem 206 ossos no indivíduo adulto médio e normal, excluindo-se os ossos sesamoides e os ossículos da audição, na orelha média, conforme ilustra a figura a seguir: Figura 104 – Ossículos da audição: martelo, bigorna e estribo (da esquerda para a direita) O número de peças ósseas varia com a idade, havendo maior número no recém-nascido do que na idade avançada. Por exemplo, no crânio de uma criança permanecem duas peças ósseas paramedianas ou hemifrontais que, com a sinostose da sutura metópica, conforme ilustra a figura a seguir, comporão o osso frontal, enquanto na idade avançada, com a sinostose de todas as suturas, tornam o crânio uma esfera óssea. 98 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II Figura 105 – Norma anterior do osso frontal: sutura metópica e parte anterior da fontanela anterior Saiba mais Leia o tópico “Crescimento ósseo” nas páginas 176-178 da obra a seguir: VANPUTTE, C. L. et al. Anatomia e fisiologia de Seeley. 10. ed. São Paulo: AMGH, 2016. Após esse estudo você estará apto a compreender o crescimento ósseo em comprimento e largura, assim como a cartilagem articular. Além disso, entenderá os fatores que afetam o crescimento ósseo, como a nutrição e os hormônios. Leia também, na página 191 da obra a seguir, a respeito de como o exercício e o estresse mecânico afetam o tecido ósseo: TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de Anatomia e Fisiologia. 14. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. 5.1.9 Divisão do esqueleto Como visto anteriormente, o esqueleto humano adulto consiste em 206 ossos, a maioria deles pares, com um membro de cada par nos lados direito e esquerdo do corpo. Vimos que há fatores de variação no número de ossos. Assim, os esqueletos de recém-nascidos, lactentes e crianças apresentam mais de 206 ossos porque alguns deles se unem mais tarde na vida. Como exemplos, podemos citar os ossos do quadril e alguns da parte final da coluna vertebral, o sacro e o cóccix. 99 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ANATOMIA Os ossos do esqueleto adulto estão agrupados em três divisões principais: o esqueleto axial, o esqueleto apendicular e as cinturas escapular e pélvica. O esqueleto axial apresenta 80 ossos; o esqueleto apendicular, 126 ossos. A figura a seguir mostra como as duas divisões se unem para compor o esqueleto completo. O esqueleto axial consiste em ossos em torno do eixo longitudinal do corpo humano, descrevendo uma linha vertical imaginária que atravessa o centro de gravidade do corpo, indo da cabeça até o espaço entre os pés. Portanto, o esqueleto axial é composto de ossos do crânio, o hioide, as costelas, o esterno e os ossos da coluna vertebral. Já o esqueleto apendicular é formado pelos ossos dos membros superiores e inferiores. Os ossos que compõem as cinturas unem os membros ao esqueleto axial. Portanto, a cintura escapular une os membros superiores ao esqueleto axial, enquanto a cintura pélvica liga os membros inferiores ao esqueleto axial. Figura 106 – Visão geral do esqueleto humano Observação Funcionalmente, os ossículos da audição na orelha média, que vibram em resposta às ondas sonoras, atingindo ao tímpano, não integram o esqueleto axial nem o apendicular, porém são agrupados com o esqueleto axial por conveniência. Lembrete O esqueleto humano adulto consiste em 206 ossos, podendo ser dividido em esqueletos axial e apendicular, além das cinturas escapular e pélvica. 100 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II 5.1.10 O esqueleto da cabeça O esqueleto da cabeça ou esqueleto cefálico abrange os ossos do crânio e os ossos da face ou viscerocrânio. Consiste, portanto, em uma sequência de ossos que na sua maioria estão unidos entre si por articulações imóveis, com exceção realizada apenas para a mandíbula, que se articula com o osso temporal pela articulação sinovial, a articulação temporomandibular. Lembrete O esqueleto da cabeça ou esqueleto cefálico é composto de 22 ossos divididos em duas partes: o neurocrânio e os ossos da face. O neurocrânio envolve os ossos relacionados com a proteção dos órgãos do sistema nervoso central. Ele é formado pelos seguintes ossos: frontal, temporal, etmoide, esfenoide, parietal e occipital. Os ossos da face estão relacionados com os órgãos dos sentidos: o paladar, a visão e o olfato. Além disso, eles ancoram os músculos da expressão facial e são formados pelos seguintes ossos: maxilas, mandíbula, palatinos, vômer, nasais, zigomáticos, lacrimais e conchas nasais inferiores. Com exceção à mandíbula, os demais ossos da face se articulam com as maxilas, que servem de implantação dos dentes superiores. É relevante examinar a “geografia” básica do esqueleto da cabeça antes de descrever os seus ossos individualmente. Com a mandíbula retirada, o esqueleto da cabeça equipara-se a uma esfera óssea desigual e vazia. Portanto, veremos que os ossos da face compõem sua norma anterior e o neurocrânio constitui o resto do esqueleto da cabeça. O neurocrânio pode ser dividido em calota craniana e base do crânio. A calota craniana, também chamada de calvária, compõe as normas superior, lateral e posterior do esqueleto da cabeça, assim como a região da fronte. A base do crânio, ou soalho, constitui a norma inferior do esqueleto da cabeça. Internamente, detalhes ósseos proeminentes dividem a base do crânio em três “andares” ou fossas: as fossas anterior, média e posterior do esqueleto da cabeça. O encéfalo aloja-se plenamente nessas fossas,sendo envolvido pela calota craniana. Dessa maneira, o encéfalo preenche a cavidade craniana. Além da grande cavidade craniana, o esqueleto da cabeça apresenta diversas outras. Entre elas estão as cavidades da orelha média e da orelha interna, entalhadas na norma lateral da base do crânio e, anteriormente, a cavidade nasal e as órbitas. As órbitas abrigam os globos oculares. Exemplo de aplicação Enquanto você lê sobre os ossos do esqueleto da cabeça, identifique, com o auxílio de um atlas de Anatomia, cada um deles nas diferentes normas, conforme ilustram as figuras a seguir: 101 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ANATOMIA A B Figura 107 – Esqueleto da cabeça: normas anterior (A) e lateral (B) A B Figura 108 – Esqueleto da cabeça: normas posterior (A) e inferior (B) A B Figura 109 – Esqueleto da cabeça: norma superior da base do crânio (A) e da calvária (B) 102 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II 5.1.10.1 Os ossos do neurocrânio Veremos agora algumas informações sobre os ossos do neurocrânio: • O osso frontal é plano, anterior, ímpar e mediano da calvária. • O osso occipital é plano, inferior, posterior, mediano, pertencente à base do crânio, perfurado por uma abertura ampla e oval, o forame magno, por meio do qual a cavidade craniana comunica-se com o canal vertebral. • O osso esfenoide é irregular, ímpar, mediano e situa-se na base do crânio anteriormente aos temporais e à parte basilar do osso occipital. • O osso etmoide é leve, esponjoso, irregular, ímpar, inferior e situa-se na base do crânio. • O osso parietal é plano, par e compõe o teto do crânio. • O osso temporal é irregular, par e muito complexo. Possui três partes: a escamosa, a petrosa e a timpânica. A parte petrosa abrange o órgão vestibulococlear e a cavidade timpânica que contém os três ossículos da audição. 5.1.10.2 Os ossos da face Veremos agora algumas informações sobre os ossos da face: • O osso zigomático, frequentemente referido como “maçã do rosto”, forma parte da parede lateral e assoalho da órbita. É par e irregular. • O osso nasal é um pequeno osso retangular que forma, com o nasal do lado oposto, o dorso do nariz. • A maxila é um osso plano, anterior e irregular. Forma quatro cavidades: o teto da cavidade oral, o soalho e a parede lateral do nariz, o soalho da órbita e o seio maxilar. Possui os alvéolos dentários para abrigar os dentes superiores. • O osso lacrimal é pequeno, aproximadamente, retangular, situado na parte medial da órbita. É o menor e mais frágil osso da face. • O osso palatino é irregular, localizado posteriormente à maxila. Forma a parte posterior do palato duro, parte do soalho e parede lateral da cavidade nasal e o soalho da órbita. • O vômer é ímpar, plano, de formato trapezoidal. Forma as partes posteriores e inferiores do septo nasal. 103 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ANATOMIA • A concha nasal inferior é um pequeno osso com o formato de uma placa delgada e alongada e com margens curvas. Situa-se ao longo da parede lateral da cavidade nasal, separando os meatos nasais médio e inferior. É a única concha nasal independente, pois as outras conchas, a superior e a média, pertencem ao etmoide. • A mandíbula, conforme ilustra a figura a seguir, é um osso ímpar, móvel da cabeça, o maior e mais forte da face, onde tem situação anteroinferior. Apresenta o formato de uma ferradura e contém os alvéolos dentários para abrigar os dentes inferiores. Figura 110 – A mandíbula 5.1.10.3 Os ossos do esqueleto da cabeça em conjunto 5.1.10.3.1 A cefalometria Por meio da cefalometria, ou mensuração da cabeça permite-nos reconhecer crânios microcéfalos, mesocéfalos e macrocéfalos, ou seja, pequenos, médios e grandes. Quando as dimensões são extrapoladas, esses tipos são ditos patológicos, como o crânio hidrocéfalo, que possui descomunal hidrocefalia. Observação Hidrocefalia é o acúmulo do líquor nas cavidades encefálicas, causando aumento na pressão intracraniana sobre o cérebro, o que pode levar a lesões no tecido cerebral, bem como ao aumento do crânio. 5.1.10.3.2 O esqueleto da cabeça do RN: espaços suturais e fontanelas As principais variações do esqueleto da cabeça do recém-nascido (RN) em relação ao adulto residem na falta dos seios paranasais, por exemplo, dos ossos esfenoide e frontal. As margens dos ossos da calvária no feto de termo estão espaçadas, mas unidas por suturas membranáceas, que possibilitam a diminuição de volume da cabeça fetal, muito relevante para a passagem pela vagina e vulva, durante o parto normal. 104 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II Ao nível dos ângulos dos ossos, sem ter ocorrido ainda a ossificação, deparam-se as fontanelas do esqueleto da cabeça, a saber: as fontanelas medianas (anterior e a posterior) e as fontanelas laterais (anterolateral ou esfenoidal e a posterolateral ou mastóidea). À medida que a ossificação toma as áreas membranáceas, as reduzem de dimensões até sumir. A última fontanela a realizá-la é a fontanela anterior, que desaparece entre o 2º e o 3º anos de vida, conforme ilustram as figuras a seguir: Figura 111 – Diferentes vistas das fontanelas em crânio desarticulado e reconstruído Figura 112 – Norma superior: fontanela anterior Figura 113 – Norma lateral: fontanela anterolateral e posterolateral 105 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ANATOMIA Figura 114 – Norma posterior: fontanela posterior 5.1.10.3.3 O esqueleto da cabeça nos indivíduos senis Nos indivíduos senis, a elasticidade do esqueleto da cabeça reduz e as suturas somem, por sinostoses, após os 40 anos de idade, conforme ilustra a figura a seguir. Segue uma relação de algumas suturas e do início de sua calcificação: por volta dos 22 anos de idade, a sutura sagital e a sutura esfenofrontal; dos 24 anos de idade, a sutura coronal; dos 26 anos de idade, a sutura lambdoide e a sutura occipitomastóidea; dos 30 anos de idade, a sutura parietomastóidea; e dos 37 anos de idade, a sutura temporoparietal. O fechamento começa a acontecer vagarosamente, e vai sofrer um surto na idade avançada. Tende a completar-se após os 80 anos de idade. Figura 115 – Sinostose da sutura coronal. Vista lateral do crânio 5.1.10.3.4 O esqueleto da cabeça e o dimorfismo sexual Os caracteres mais dimórficos e usuais do crânio são o tamanho geral do crânio (maior nos homens do que nas mulheres), os processos mastoides (maiores e mais desenvolvidos nos homens do que nas mulheres), os arcos superciliares (muito marcados nos homens e pouco nas mulheres), o túber frontal (bem marcado nas mulheres e pouco nos homens), a protuberância occipital externa (relevo muito marcado nos homens e pouco nas mulheres) e a mandíbula (maior e mais quadrangular nos homens do que nas mulheres). Veja as figuras: 106 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II A B Arco superciliar Forma quadrangular Túber frontal Margem supraorbital Forma arredondada Protuberância occipital externa Processo mastóideo Protuberância occipital externa Crista supramastóideoArco superciliar Figura 116 – A) Comparação genérica de algumas características anatômicas cranianas entre indivíduos do sexo masculino e feminino, norma anterior; B) Comparação genérica de algumas características anatômicas cranianas entre indivíduos do sexo masculino e feminino, norma lateral Saiba mais O processo de identificação, a partir de exames periciais, do segmento cefálico ou de partes dele tem sido de significante relevância para o esclarecimento de fatos de interesse jurídico-social. Uma tentativa de observar o dimorfismo sexual e estimar a idade consiste em examinar os crânios secos. Faça uma leitura do artigo científico a seguir: ALMEIDA JUNIOR, E. de. et al. Estimativa do sexo e idade por meio de mensurações cranianas. Revista Bahiana de Odontologia, v. 6, n. 2, 2015. Disponível em: <https://www5.bahiana.edu.br/index.php/odontologia/ article/view/672>. Acesso em: 29 abr. 2018. Exemplo de aplicação Para conhecer mais sobre os ossos do crânio, leia: LAROSA, P. R. R. Anatomia humana: texto e atlas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016. Leia as páginas 34 até 41, sobre os ossos do crânio. Utilize o livro indicado, papel vegetal, lápis Hb2, lápis para colorir e caneta Stabilo para elaborar pranchas de Anatomia, apontando os detalhes 107 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ANATOMIA anatômicos de cada osso. Com esse exercício você memorizará com maior facilidade os detalhes anatômicos dos ossos do neurocrânio e da face. Lembrete Os ossos do neurocrânio são: o frontal, o etmoide, o esfenoide, os parietais, os temporais e o occipital. Os ossos da face são: as maxilas, a mandíbula, os palatinos, os nasais, os lacrimais, as conchas nasais inferiores, os zigomáticos e o vômer. 5.1.11 O esqueleto do pescoço Partiremos agora para os ossos do esqueleto do pescoço. Ele é composto das vértebras cervicais (ver coluna vertebral) e, do ponto de vista topográfico, do hioide. O hioide é um osso ímpar, mediano e sesamoide que faz parte de um conjunto de estruturas anatômicas e une a base do crânio ao esqueleto do pescoço. Está localizado na parte anterossuperior do pescoço, superiormente à laringe e posteroinferiormente à mandíbula. Apresenta como papel oferecer suporte para a língua, fornecendo locais de fixação para os músculos da língua, do pescoço e da faringe, fazendo dele um elemento relevante nas ações de mastigação e no ato de engolir. O hioide é um osso móvel e não se articula com mais nenhum outro. 5.1.12 O esqueleto do tronco Veremos agora o esqueleto do tronco. Ele, conforme ilustra a figura a seguir, abrange o tórax, as vértebras lombares, as vértebras sacrais, as vértebras coccígeas e a pelve óssea. O tórax é a parte do organismo localizada no tronco, entre o pescoço e o abdome, exatamente entre a abertura superior do tórax e o diafragma. Seu formato abobadado possibilita grande rigidez, tendo em vista o pouco peso de seus constituintes, e propicia: • proteger os órgãos internos torácicos e abdominais, sendo que a maioria deles é cheia de ar ou líquido contra as forças externas; • resistir às pressões internas negativas produzidas pela retração elástica dos pulmões e pelos movimentos inspiratórios; • oferecer fixação para os membros superiores e sustentar a sua massa; • proporcionar a fixação de diversos músculos que movem e sustentam a posição dos membros superiores em relação ao tronco, além de possibilitar fixação para os músculos do abdome, do pescoço, do dorso e da respiração. 108 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II O formato do tórax depende da idade, do sexo e do biótipo. O tórax do feto é mais desenvolvido sagital do que transversalmente, em virtude ao maior desenvolvimento do coração, do timo e dos órgãos abdominais do que dos pulmões. Aos 18 anos de idade, o tórax assume seu formato definitivo, prosseguindo a crescer até 35 anos de idade no sexo masculino e 25 anos de idade no sexo feminino. No indivíduo senil, as costelas e as cartilagens costais perdem a flexibilidade e as articulações sofrem anquilose, conduzindo o tórax a perder a elasticidade e a mobilidade. Com a ampliação da coluna vertebral, as costelas ficam mais próximas umas das outras. O tórax masculino é mais largo do que o feminino, com a máxima largura ao nível da VIII costela, com pequeno aperto inferior. O tórax feminino é mais curto e arredondado, com maior aperto inferior do que o masculino. No indivíduo longilíneo, cujo crescimento é mais dinâmico e leva a um maior desenvolvimento em altura, o tórax é longo e estreito, enquanto no indivíduo brevilíneo, cujo desenvolvimento transversal prevalece sobre o vertical, o tórax é mais curto e largo. Crânio Sacro Cóccix Costelas Esterno Vértebras lombares Figura 117 – Esqueleto do tórax 5.1.12.1 O esterno O esterno, conforme ilustra a figura a seguir, é um osso plano com aproximadamente 15 centímetros de extensão, mediano, ímpar, localizado medianamente na parede anterior do tórax. É um relevante osso hematocitopoietico. O esterno articula-se com as clavículas e as cartilagens das sete primeiras costelas. Possui três partes: o manúbrio do esterno, o corpo do esterno e o processo xifoide. 109 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ANATOMIA Figura 118 – O esterno 5.1.12.2 As costelas Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão, e este adormeceu; e tomou uma das suas costelas, e cerrou a carne em seu lugar; e da costela que o Senhor Deus tomou do homem, formou uma mulher, e trouxe-a a Adão (Gênesis 2: 21,22). Esta é agora osso dos meus ossos, e carne da minha carne; esta será chamada mulher, porquanto do homem foi tomada (Gênesis 2: 23). A mulher foi tirada do lado de Adão, isto é, da sua costela, ela não foi tirada da cabeça, pois não é sua função dominá-la; nem de seus pés, pois não foi criada para ser pisada por ele (Gênesis 2: 21,22). A Bíblia nos relata o momento em que Deus criou a primeira mulher: Eva. Na realidade essa passagem bíblica é apenas uma metáfora, pois tanto os homens como as mulheres possuem 12 pares de costelas que protegem o coração, os pulmões, o fígado e o baço. Entretanto, na Medicina, diversas são as indicações cirúrgicas que retiram costelas com objetivos terapêuticos e reparadores. Em cirurgia torácica, deformidades relevantes do tórax, como o pectus excavatum e o pectus carinatum, são reparados com a retirada parcial das cartilagens costais e o reposicionamento do esterno. Também não é incomum a necessidade de retirada de costelas após traumatismos torácicos ou em toracotomias muito extensas. De natureza igual, a retirada de costelas tem sido uma indicação frequente em cirurgia plástica para usá-las como enxerto em processos reparadores de orelhas, nariz e outras cirurgias craniomaxilofaciais. Parece existir uma bruma em torno desse processo, pois, ao que parece, diversas celebridades sujeitam-se a essa cirurgia, sem, conquanto, assumirem tal fato. Isso já é considerável para que exista uma agitação nos meios de difusão de informação e a existência de diversas candidatas a sua realização, procurando conquistar um corpo visto como “perfeito” pela sociedade, pondo em risco sua plenitude física e emocional. 110 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II Sabemos agora que as costelas são em número de 12 pares, tanto em indivíduos do sexo masculinocomo do sexo feminino. Elas têm formato de semiarcos, conforme ilustra a figura a seguir, unindo as vértebras torácicas ao esterno. As costelas são classificadas em: costelas verdadeiras, I-VII (articulam-se diretamente ao esterno por intermédio das cartilagens costais); costelas falsas, VIII-X (articulam-se indiretamente com o esterno, unindo-se suas cartilagens costais umas às outras); e por fim as costelas flutuantes, costelas XI e XII (são curtas e livres e protegem o fígado e o estômago). Figura 119 – As costelas Logo abaixo do arco costal direito é possível palpar o fígado, durante a inspiração. Abaixo do arco costal esquerdo situa-se o estômago, não palpável, e o baço, que pode ser palpado no lado esquerdo, especialmente quando possui um aumento patológico. Uma costela típica apresenta a cabeça, o colo e o corpo. Com exceção das costelas I, XI, e XII, as outras podem ser consideradas costelas típicas, embora a VIII, a IX e a X sejam mais curtas e cooperem para constituir a margem costal. A primeira costela é a mais curta entre as costelas verdadeiras. Além disso, ela é mais larga e plana do que as outras, localizando-se sob a clavícula anteriormente, o que dificulta sua palpação. A artéria subclávia e a veia subclávia sulcam na face posterior. Observação Excepcionalmente, pode existir uma costela cervical e uma costela lombar, as quais são consideradas costelas supranumerárias, geralmente conectadas com a C7 e a L1, concomitantemente. 5.1.13 A coluna vertebral Estudaremos agora a coluna vertebral, ilustrada na figura a seguir. Ela oferece um suporte axial para o tronco. A coluna vertebral estende-se desde o crânio até a pelve, onde o peso do tronco é transmitido aos membros inferiores. Outra função dela consiste em proteger a medula espinal, provendo ainda pontos de fixação para as costelas e para os músculos do dorso e do pescoço. No feto e na criança, a coluna vertebral consiste de 33 ossos separados, ou vértebras. Inferiormente, nove vértebras se fundem 111 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ANATOMIA para compor dois ossos, o sacro e o cóccix. Os 24 ossos restantes permanecem como vértebras individuais separadas por discos intervertebrais. Figura 120 – Arranjo anatômico geral da coluna vertebral em vistas anterior, lateral e posterior, respectivamente Observação Herófilo, e depois Vesalius, chamaram assim o cóccix por sua semelhança, em conjunto, com o formato do bico do pássaro cuco. Jean Riolan dá outra explicação: declara que na emissão de gases pelo ânus, o som “ecoa” no cóccix, o osso do “apito”. Curiosamente, devido do costume do cuco fêmea em se apoderar dos ovos de outros pássaros e chocá-los como seus, os gregos antigos utilizavam a palavra Kókkys como termo grosseiro às mulheres adúlteras. 5.1.13.1 Regiões e curvaturas A coluna vertebral mede aproximadamente 70 centímetros em um adulto, sendo responsável por dois quintos da massa corporal total e possui cinco regiões principais. São sete vértebras cervicais, 12 vértebras torácicas, cinco vértebras lombares, cinco sacrais e três a cinco vértebras coccígeas. Quando a coluna vertebral é vista lateralmente, se observam as quatro curvaturas, conforme ilustra a figura a seguir, responsáveis por seu formato sinuoso. As curvaturas cervical e lombar são côncavas posteriormente; as curvaturas torácica e sacral são convexas posteriormente. Essas 112 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II curvaturas aumentam a elasticidade e a flexibilidade da coluna, possibilitando que ela trabalhe de maneira mais semelhante a uma mola do que a uma haste rija. Lembrete Curvaturas convexas na vista posterior são chamadas cifoses, e na vista anterior, lordoses. Normal NormalHipercitose Hiperlordose Escoliose Figura 121 – Curvaturas da coluna vertebral A cifose é uma curvatura normal da coluna vertebral localizada na região torácica, presente em todos os indivíduos. A hipercifose é uma modificação nessa região da coluna vertebral que leva a um aumento da cifose normal, deixando os ombros projetados para frente e o dorso arredondado. A curvatura normal da região lombar é uma curvatura anterior chamada de lordose. Em caso de uma curvatura excessiva dessa região, dizemos então que se trata de uma hiperlordose. A escoliose é uma condição em que a coluna vertebral do indivíduo apresenta uma deformação lateral em forma de curva. A curva, em geral, tem um formato em “S” ou “C”. 5.1.13.2 Elementos das vértebras As estruturas anatômicas encontradas em quase todas as vértebras, exceto em C1 e C2, servem como meio de diferenciação destas com os demais ossos do esqueleto. Todas as vértebras têm sete elementos fundamentais: o corpo vertebral, o processo espinhoso, o processo transverso, os processos articulares, as lâminas, os pedículos e o forame vertebral. A C7 possui um processo espinhoso longo e proeminente, conforme ilustra a figura a seguir: 113 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ANATOMIA Processo articular superior Processo articular inferior Processo transverso Processo espinhosoLâmina Arco vertebral Corpo vertebral Pedículo Figura 122 – Vista posterossuperior esquerda. Com exceção de C1 e C2, todas as vértebras são formadas pelos mesmos elementos estruturais Na idade avançada acontece especialmente em mulheres uma redução de massa óssea chamada de osteoporose. A desmineralização e a diminuição do número de trabéculas ósseas reduzem a resistência dos corpos vertebrais que podem de tal modo sofrer fraturas, mesmo na falta de traumas. Algumas das causas da osteoporose são a falta de estrógenos, dependente da idade, e uma alimentação pobre em vitamina D e cálcio. As características regionais possibilitam a diferenciação das vértebras pertencentes a cada região, conforme ilustra a figura a seguir. Diversos são os elementos de distinção. As vértebras cervicais apresentam um corpo pequeno. Geralmente possuem o processo espinhoso bífido e horizontalizado, e os seus processos transversos têm os forames transversários que permitem a passagem da artéria vertebral. Nas vértebras torácicas o processo espinhoso não é bifurcado, se apresenta descendente e pontiagudo. As vértebras torácicas se articulam com as costelas, sendo que as superfícies articulares dessas vértebras são chamadas de fóveas e hemifóveas. As fóveas podem estar situadas no corpo vertebral, no pedículo ou nos processos transversos. O forame vertebral tem o formato circular. Nas vértebras lombares os corpos vertebrais são maiores, pois suportam a massa corporal. O processo espinhoso é quadrilátero, além de estar disposto em posição horizontal. Apresenta o forame vertebral em formato triangular e os processos mamilares. Possui o processo transverso bem desenvolvido, chamado de apêndice costiforme. Pode ser distinguido também por não possuir forame no processo transverso e nem a fóvea costal. As vértebras consideradas atípicas são C1, ou atlas, e C2, ou áxis, ou ainda epistrofeu. C1 C2 Cervical Torácica Lombar Figura 123 – Características regionais das vértebras 114 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II Lembrete C1 não possui corpo vertebral, nem processo espinhoso. Atlas, representado na figura a seguir, foi um gigante mitológico de força cavalar, filho de Iápeto e Clímene, que após a derrota dosTitãs para os Deuses foi condenado por Júpiter a amparar o mundo nos ombros. É essa imagem do Titã que é relizada por vários escultores. Chama-se atlas a vértebra C1, por analogia, já que ela sustenta a cabeça. Figura 124 – Atlas, em Viena, Áustria A C1 apresenta como a principal distinção dela para as outras vértebras o fato de não ter corpo vertebral. Além disso, essa vértebra possui outras estruturas: o arco anterior do atlas, que constitui aproximadamente 1/5 do anel; o tubérculo anterior; a fóvea do dente, que se articula com o processo odontoide; o arco posterior do atlas, que constitui aproximadamente 2/5 do anel; e o tubérculo posterior. A C2 apresenta um processo ósseo forte chamado de processo odontoide. O sacro tem o formato de uma pirâmide quadrangular com a base voltada para cima e o ápice para baixo. Articula-se superiormente com L5 e inferiormente com o cóccix. Ele é diferente conforme o sexo. Nas mulheres o sacro é mais largo e curto do que nos homens e tem uma curva mais pronunciada, possivelmente relacionada com a forma do restante da pelve óssea feminina, adequada para a gestação. 5.1.13.3 Os discos intervertebrais Os 23 discos intervertebrais conectam os corpos vertebrais vizinhos. A defasagem entre o número de vértebras e o número de discos intervertebrais deriva do fato de que os ossos das regiões sacral e coccígea não possuem disco intervertebral entre si e que C1 e C2 são conectadas através de articulações sinoviais. 115 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ANATOMIA Lembrete As articulações da cabeça não apresentam discos intervertebrais. A falta dos discos entre o osso occipital, a C1 e a C2 possibilita a grande movimentação dessa região. Os discos intervertebrais consistem em um anel fibroso externo que envolve um núcleo pulposo interno. A pressão sobre o disco intervertebral gera uma expansão do núcleo pulposo, em todas as direções, uma vez que é abundante a presença de água e o disco não pode ser comprimido. Essa expansão determina uma força de tração no anel fibroso. Portanto, o disco intervertebral desempenha um papel de “almofada aquosa”. O esforço de compressão diário motiva uma diminuição reversível de água do núcleo pulposo, que implica a redução da altura dos discos intervertebrais e da estatura do corpo. Com a descompressão acontece uma reidratação, induzindo nutrientes ao disco intervertebral. Entretanto, os vasos de sangue estão presentes apenas nas camadas mais externas do anel fibroso. A figura a seguir mostra que diversas atividades esportivas, como pular corda, saltos de trampolim ou jogging, levam a um aumento considerável da carga que age sobre a coluna vertebral. Saltos leves sobre um trampolim provocam uma pressão máxima de 240%; saltos altos, uma carga de 380%. Pular corda sem grande esforço resulta em uma carga de 240%. Jogging realizado com sapatos apropriados eleva a carga para valores de 170%, um dos motivos pelos quais indivíduos com artrose avançada de joelho deveriam evitar esse tipo de carga. Citamos também que valores consideravelmente mais altos com cargas dinâmicas estão presentes. Por esse motivo, durante cargas esportivas, como no levantamento de peso, deve-se prestar atenção para que a realização do movimento seja efetuada com a técnica apropriada, uma vez que ela leva a uma melhor distribuição de cargas na região dos discos intervertebrais. Em pé Deslizando sobre bolas suíças Praticando jogging Saltando do trampolim Pulando corda Apoiando sobre quatro apoios Com as costas arqueadas Com acentuação da lordose lombar 0% 50% 100% 150% 200% 250% Momento de curvatura Pressão intradiscal Figura 125 – Pressão intradiscal e momentos de curvatura nos fixadores vertebrais para diferentes atividades esportivas relacionados aos valores na posição em pé 116 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II Lembrete Os discos intervertebrais representam um tecido com redução do metabolismo e mínima aptidão regenerativa. A herniação do núcleo pulposo para dentro do anel fibroso ou através dele é uma causa comum de lombalgia e, muitas vezes, é chamada de ruptura ou deslizamento do disco intervertebral. Atividade física, como os alongamentos, descomprime os discos e aumenta a circulação de sangue geral, o que acelera a captação de O2 e de nutrientes pelos discos e a retirada de metabólitos. Observação Uma musculatura abdominal e lombar forte protege a coluna vertebral e é capaz de fazer com que o disco intervertebral seja predominantemente submetido à pressão. 5.1.13.4 Variações no número das vértebras A maioria dos indivíduos apresenta 33 vértebras, porém alguns podem ter 32 ou 34 vértebras em razão de erros no desenvolvimento. As estimativas da frequência de números anormais das vértebras acima do sacro alteram entre 5% e 12%. As variações das vértebras são afetadas por diversos fatores de variação anatômica, como a raça e o sexo, e ambientais. O aumento do número de vértebras é mais comum em homens e a diminuição do número é mais habitual em mulheres. Algumas raças expõem maior variação do número de vértebras. As variações do número de vértebras podem ser clinicamente relevantes. 5.1.14 A cintura escapular Veremos agora a cintura escapular, composta de escápula e clavícula, conforme ilustram as figuras a seguir. A clavícula é um osso par que compõe parte da cintura escapular. Ela é um osso alongado, ou seja, que embora comprido, nem sempre apresenta cavidade medular, conforme estudamos na classificação da morfologia óssea. Portanto, não é um osso longo típico por não possuir todos os atributos indispensáveis para assim ser contemplada. A clavícula tem o formato curvado como um “S” itálico e se localiza quase que horizontalmente logo acima da I costela. A escápula é um osso par, plano e triangular, que articula-se com dois ossos: o úmero e a clavícula. Observação O nome escápula provém de uma palavra que significa “pá”, pois em culturas antepassadas as escápulas de animais eram usadas como pás. 117 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ANATOMIA Figura 126 – A escápula Figura 127 – A clavícula 5.1.15 O membro superior Estudaremos agora os ossos dos membros superiores. Os membros superiores dos seres humanos, ao passar da posição quadrúpede para a bípede, reduziu sua função de locomoção, porém ganhou mobilidade e preensão. Os ossos dos membros superiores podem ser divididos em três segmentos: o braço, o antebraço e as mãos. O úmero, localizado no braço, é o maior e mais longo osso do membro superior. Dois ossos longos paralelos, o rádio e a ulna, compõem o esqueleto do antebraço. Na posição anatômica, o rádio situa-se lateralmente e a ulna medialmente. Veja as figuras a seguir: Figura 128 – O úmero Figura 129 – O rádio 118 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II Figura 130 – A ulna Observação Algumas vezes é pertinente utilizar algum recurso que auxilie a lembrar de um novo dado. Tal ajuda é chamada de dispositivo mnemônico, ou, mais facilmente, “ativador da memória”. Para auxiliá-lo a lembrar da localização da ulna em relação à mão, um mnemônico pode ser m.u. (o “mindinho” está no lado da ulna), ou, ainda, o polegar é a “antena” do rádio. A mão preênsil representa, em companhia com o encéfalo e a laringe, o seu comprometimento na capacidade da fala, um “órgãocultural” imprescindível para a evolução dos homens. É consenso que a evolução da mão, até atingir a aptidão de produção de ferramentas, aconteceu anteriormente ao avanço da fala. De qualquer maneira, a mão apresenta um papel relevante na comunicação não verbal, ou guiando a palavra proferida ou, ainda, como parte da linguagem corporal. As funções preênsil e tátil da mão são fundamentais e carecem das articulações dos dedos, com o polegar exibindo uma movimentação extraordinária e podendo ostentar uma posição de oposição em relação aos quatro outros dedos. Os papéis das articulações das mãos são inerentes no uso e no posicionamento adequado das mãos em relação ao antebraço. Para que os dedos ajam em afazeres mais concisos, manuseando artefatos pequenos, na escala de milímetros, os dedos têm que ser finos: não apresentam músculos e são movidos por longos tendões dos músculos do antebraço e, ainda, dos músculos intrínsecos da mão. Coligado à visão, os humanos podem utilizar o sentido tátil da mão para o reconhecimento de um espaço tridimensional e de seus artefatos. A relevância da mão procedeu no uso da expressão “palpar” também para o entendimento de processos abstratos. A mão se divide em carpo, metacarpo e ossos dos dedos, conforme ilustra a figura a seguir. O carpo é formado por oito ossos dispostos em duas fileiras: proximal e distal. A fileira proximal de lateral para medial inclui o escafoide, o semilunar, o piramidal e o pisiforme. A fileira distal de lateral para medial inclui o trapézio, o trapezoide, o capitato e o hamato. O metacarpo é composto de cinco ossos, que são numerados de lateral para medial em I, II, III, IV e V metacarpos e obedecem aos dedos da mão. Eles são classificados como ossos longos. Entre os ossos do metacarpo há os espaços interósseos. 119 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ANATOMIA Os cinco dedos da mão de lateral para medial são: o polegar (I), o dedo indicador (II), o dedo médio (III), o dedo anular (IV) e o dedo mínimo (V). Apresentam 14 falanges, cada uma com uma base, um corpo e uma cabeça. Elas são classificadas como ossos longos. Os dedos de II a V apresentam três falanges: proximal, média e distal. O dedo I possui duas falanges: proximal e distal. Rádio UlnaUlna Escafoide Trapézio Tubérculo do escafoide Tubérculo do rapezoide Trapezoide Processo estiloide do rádio Processo estiloide da ulna Semilunar Piramidal Pisiforme Hamato Hâmulo do osso hamato Osso do metacarpo Capitato Figura 131 – A mão Observação Para memorizar os ossos do carpo (de proximal para distal e de lateral para medial): “Um barco (escafoide) viajou a luz do luar (semilunar) em torno da pirâmide (piramidal) e pela plantação de ervilhas (pisiforme). O grande trapézio (trapézio), o trapézio pequeno (trapezoide) e a grande cabeça (capitato) têm que permanecer junto ao gancho (hamato)”. 5.1.16 A cintura pélvica Abordaremos agora a cintura escapular. Ao assumir a marcha ereta, e em similaridade à coluna vertebral, a pelve humana possui grandes desigualdades funcionais, em comparação à dos quadrúpedes. Ela é extraordinariamente maciça, em comparação à pelve de quadrúpedes, uma vez que ampara grande parte da massa corporal, exceto dos membros inferiores. Na posição ereta, o peso das vísceras abdominais e das vísceras pélvicas é empregado especialmente sobre a pelve. A cintura pélvica, do latim pelvis (bacia), é formada pelos ossos do quadril, que se articulam entre si, pelas vértebras coccígeas e pelo sacro. O osso do quadril, conforme ilustra a figura a seguir, é classificado morfologicamente em plano ou irregular. A sua constituição inclui três ossos isolados: o ílio, o ísquio e o púbis. Nos seres humanos, até à puberdade, as três peças ósseas que compõem o osso do quadril continuam conectadas umas às outras por cartilagem; a partir desse período acontece a ossificação da cartilagem, e o osso do quadril passa a ser único, apesar de permanecerem as nomeações das peças ósseas que o formam originalmente. 120 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a Unidade II Figura 132 – O osso do quadril O estreito superior da pelve, ao nível das linhas arqueadas, a divide numa parte superior, a pelve maior ou falsa, e outra parte inferior, a pelve menor ou verdadeira. A pelve maior aloja os órgãos abdominais, enquanto a menor acomoda os órgãos do sistema genital e o final do sistema digestório. Observação O conhecimento da pelve feminina apresenta relevância durante a gestação e o parto. As dimensões da pelve menor aumentam e a sínfise púbica se torna mais flexível nas gestantes à medida que os hormônios – no caso, a relaxina, produzida pelo corpo lúteo e pela placenta – promovem o relaxamento dos ligamentos pélvicos. A sínfise púbica é uma articulação semimóvel que une os ossos do quadril. Lembrete A pelve representa um conjunto ósseo, em formato de anel, que transmite o peso da cabeça, do pescoço, dos membros superiores e do tronco, através de suas articulações até os membros inferiores. Conforme ilustram as figuras a seguir, a pelve feminina e a pelve masculina possuem peculiaridades distintas. Comparada com a pelve masculina, a feminina possui os ossos mais suaves e delgados, com as saliências e as depressões menos pronunciadas; o promontório é mais saliente; a sínfise púbica e o sacro são mais curtos; a concavidade sacral é mais funda; as fossas ilíacas são maiores, mais rasas, achatadas e horizontais; a inclinação pélvica apresenta 4° a mais; o arco púbico é mais ampliado; os acetábulos são mais separados; o forame obturado é mais oval, com predomínio transverso nos homens, e mais circular nas mulheres; e os ossos fêmures são mais oblíquos. 121 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão : N om e do d ia gr am ad or - d at a ANATOMIA Articulação sacroilíaca Promontório sacral Diâmetro anatômico ≅ 11 cm da abertura superior da pelve Diâmetro transverso ≅ 13 cm da abertura superior da pelve Diâmetro oblíquo ≅ 12,5 cm da abertura superior da pelve Eminência iliopúbica Espinha isquiática Túber isquiático Arco púbico Sínfise púbica Figura 133 – A pelve feminina As asas do ílio são mais alargadas Diâmetro transverso da pelve Diâmetro oblíquo da pelve Todas as medidas são ligeiramente menores que no sexo feminino, no que diz respeito ao tamanho do corpo A sínfise púbica é mais profunda (mais lata) O arco púbico e o ângulo subpúbico são mais estreitos A abertura superior da pelve está orientada mais anteroposteriomente que no sexo feminino, onde ela tende a ser transversalmente oval Diâmetro anatômico da pelve Os túberes isquiáticos estão mais afastados Figura 134 – A pelve masculina 5.1.17 O membro inferior Veremos agora os membros inferiores. Os membros inferiores dos seres humanos desenvolveram-se, sobretudo, para a manutenção da massa corporal e a locomoção. Portanto, eles têm a capacidade de movimentar-se de um lugar para outro e sustentar o equilíbrio. Os ossos dos membros inferiores podem ser divididos em três segmentos: a coxa, a perna e os pés. Os membros inferiores são unidos ao tronco pela cintura pélvica. A marcha ereta dos humanos solicita adaptações morfológicas, não apenas na pelve, mas também na parte livre do membro inferior, responsáveis por muitas diferenças entre os membros inferiores e os 122 Re vi sã o: N om e do re vi so r - D ia gr am aç ão :
Compartilhar