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Curso de Fisioterapia Biossegurança Alexandre Cavalcante de Queiroz DDS, DSc Curriculum Vitae Prof. Dr. Alexandre Cavalcante de Queiroz Cirurgião-Dentista - UFPE Especialista em Endodontia - UNESP Mestre em Microbiologia – USP Doutor em Patologia Ambiental e Experimental - UNIP Professor da Universidade Paulista – UNIP Membro Comissão Desenvolvimento Instituto Karis Membro do Primeiro Tribunal do Júri Ex-Membro da Câmara de Especialidades do CROSP Comendador dos Bombeiros do Estado de São Paulo Autor Manual de Bacteriologia, Microbiologia Geral, Patologia e Políticas Públicas Presidente do Centro Odontológico Queiroz Presbítero na IPC – Carrão Endereço para acessar este CV: http://lattes.cnpq.br/6360036986674929 Por Natureza – O Melhor Vai Corinthians O que eu espero de vocês: RESPONSABILIDADE Horário de entrada e saída das aulas; B. Lista de chamada; C. Situações quanto ao uso de celular durante as aulas; D. A avaliação contará com questões discursivas e questões múltipla. E. Não comparecimento na B1 ou B2, o acadêmico fará a prova substitutiva no final do semestre, mediante a autorização do Coordenador (a) do Curso e comprovante pago pelo aluno (a) para a realização da prova; F. A prova substitutiva será aplicada com o conteúdo do semestre todo; G. O acadêmico será avaliado, por meio de provas; H. A divulgação da nota bimestral será através do sistema de informática oferecido pela própria Instituição aos acadêmicos, por meio de seu R.A.; I. Conhecer e utilizar a BIBLIOTECA e o Ambiente Virtual da Instituição com o objetivo de promover à PESQUISA para a realização de Trabalhos Acadêmicos; Alexandre Queiroz Educação A Educação nos permite separar o verdadeiro do falso, e a verdade fortalece; A Educação nos permite pensar por nós mesmos, e isto nos dá autoestima e confiança; A Educação nos abre oportunidades. 6 Algumas Fragilidades Grandes desigualdades (econômicas, sociais, educacionais); Baixa educação científica sobretudo das crianças; Baixo índice de inovação em muitos setores industriais; 7 Algumas Fragilidades Pouca infraestrutura. Poucos engenheiros; Baixo índice de escolaridade na educação superior. 8 Formação Requerida Devemos formar pessoas capazes de enfrentar desafios ! Como? Enfrentando desafios !!! 9 Categoria Administrativa Área do Curso Período Base 1.104 Foram realizadas entrevistas em 40 Instituições Total 50% Humanas 54% Exatas 33% Biológicas 63% Sexo Total 50% Humanas 46% Exatas 67% Biológicas 37% Base 1.104 Base 551 Base 280 Base 273 Idade 16 a 19 anos 20 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos Total 20% Humanas 19% Exatas 27% Biológicas 17% Total 66% Humanas 65% Exatas 61% Biológicas 73% Base 1.104 Base 551 Base 280 Base 273 Total 10% Humanas 11% Exatas 9% Biológicas 10% Total 3% Humanas 5% Exatas 3% Biológicas 1% Perfil Demográfico Idade Média=25 anos 11 Raça Mais 15 SM De 5 a 15 SM Até 5 SM 86% 6% 4% 4% 77% 68% 8% 11% 11% 19% 4% 1% Base 232 Base 427 Base 210 1% Negros Brancos Amarelos Mulatos Pardos Indígenas Total 79% Humanas Exatas Biológicas 7% 11% 3% O,4% Base 1.101 Base 551 Base 280 Base 273 75% 80% 83% 13% 11% 6% 9% 6% 6% 3% 3% 5% 1% % % Negros Brancos Amarelos Mulatos Pardos Indígenas Renda Livros que mais influenciaram a maneira de pensar Base respondente 906 Foram citados, ao todo, 383 livros. Nenhum, afora os 8 contidos no gráfico ao lado, atingiram 2% de citações. Crenças Acredita em Deus? Exatas 93% Biológicas 91% 5 a 15SM 90% Há um pequeno aumento entre as mulheres 92% e queda entre os homens 85% 1% Budista Nenhuma 16% Outras 3% 1% 1% 1% 3% 16% Católica Evangélica 49% 14% 18% 53% 19% 9% Total M Humanas Exatas Biológicas Espírita Afro-brasileira 51% 16% 14% 1% 1% 16% 3% 49% 17% 12% 1% 0% 18% 3% 56% 16% 13% 0% 12% 2% 48% 15% Base amostra 1.104 17% 1% 2% 15% 3% Religião 1% Questões polêmicas da atualidade 1 – Legalização do Aborto 2 – Liberação da Maconha 3 – Cenas de Sexo na TV 4 – Extinção do voto secreto no legislativo 5 – Pena de Morte 6 – Redução da Idade Penal Mulheres são mais criticas 72% contra os Homens 57% em relação às cenas de sexo A Favor Indiferente Contra Não sabe / Não respondeu 1 – Reeleição para Presidente no Brasil 2 – Casamento entre Homossexuais 3 – Democracia 4 – Ditadura 5 – Socialismo proposto por Hugo Chávez 6 – Guerra no Iraque, proposta por Bush, para prevenir o terrorismo. Questões polêmicas da atualidade Mulheres são mais favoráveis=69% ao casamento de homossexuais x Homens= 44% A Favor Indiferente Contra Não sabe / Não respondeu Acolhimento Biossegurança Aula Teórica 1 Conteúdo Introdução a Biossegurança: a importância da biossegurança; Conceitos básicos (Conceito de risco; Conceito de classes de risco) Riscos Físicos: definição, principais tipos de riscos físicos; Riscos Ergonômicos: definição; principais tipos de riscos ergonômicos; Síndrome de Burnout 18 BIOSSEGURANÇA Introdução à Biossegurança Um risco biológico é um organismo, ou substância oriunda de um organismo que traz alguma ameaça (principalmente) à saúde humana. Constituem risco biológico o lixo hospitalar, amostras de microorganismos, vírus ou toxinas de origem biológica que causam impacto na saúde humana. Pode incluir também substâncias danosas a animais. O símbolo da biossegurança, que na realidade é o símbolo do risco biológico, foi desenvolvido pelo engenheiro Charles Baldwin, da Dow Chemical, em 1966, a pedido do Center for Disease Control - CDC-USA (New York Times Magazine, 2001), visando uma padronização na identificação de agentes biológicos de risco. Seu foco foi o de projetar um símbolo que não se alterasse com a posição da embalagem. Os modelos gerados (originalmente em vermelho),aparecem em diversas formas. 19 Laboratórios Riscos aos manipuladores Laboratórios de microbiologia são, com freqüência, ambientes singulares de trabalho que podem expor as pessoas próximas a eles ou que neles trabalham a riscos de doenças infecciosas identificáveis. As infecções contraídas em um laboratório têm sido descritas por meio da história da microbiologia. 20 Biossegurança Conjunto de procedimentos capazes de eliminar ou minimizar riscos inerentes a manipulação de agentes que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambientes ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. Definição DEFINIÇÃO Biossegurança é um conjunto de procedimentos, ações, técnicas, metodologias, equipamentos e dispositivos capazes de eliminar ou minimizar riscos inerentes as atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que podem comprometer a saúde do homem, dos animais, do meio ambiente ou a qualidade dos trabalhos desenvolvidos. As atividades a serem desenvolvidas no PROGRAMA DE BIOSSEGURANÇA devem permitir o aprendizado e o crescimento do estudante na sua área profissional. Os líquidos biológicos e os sólidos, os quais manuseamos nos laboratórios, são, quase sempre, fontes de contaminação. Os cuidados que devemos ter para não haver contaminação cruzada dos materiais, não contaminar o pessoal do laboratório, da limpeza, os equipamentos, o meio ambiente através de aerossóis e os cuidados com o descarte destes materiais fazem parte das Boas Práticas em Laboratório Clínico (BPLC), seguindo as regras da Biossegurança. Para cada procedimento há uma regra já definida em Manuais, Resoluções, Normas ou Instruções Normativas. 21 O LABORATÓRIO DE ENSINO E PESQUISA E SEUS RISCOS Exemplo 1 Um indivíduo revira sacolas e caixas em um lixão. De repente, um descuido. Ele se fere com uma seringa utilizada e abandonada no meio do lixo. Exemplo 2 Fim de expediente para um profissional de laboratório que lida com o bacilo da tuberculose. Ele encera as atividades sem perceber que sua máscara de proteção estava mal colocada. Trêssemanas depois seu filho é diagnosticado com TB. 22 Acidentes em laboratório CAUSAS: • Falta de treinamento, conhecimento ou experiência • Falta de cuidado • Fadiga • Decide tomar um caminho mais curto • Falta de tempo suficiente; trabalho realizado com muita rapidez • Decide NÃO seguir as práticas de segurança • Não acredita que seja perigoso 23 Perigo: “Situação que inspira cuidado” Risco: “Chance de lesão” Perigo x Risco 24 Via de Exposição Procedimento de risco - Ingestão Pipetagem com a boca Consumir alimentos no laboratório Colocar dedos ou objetos contaminados na boca - Inoculação Acidentes com agulhas Acidentes materiais cortantes Arranhão, mordidas de animais Considerações Gerais de risco em laboratórios - Pele / mucosa Fluidos: boca, olhos, nariz, pele Objetos / Equipamentos com superfícies contaminadas - Inalação Via de Exposição Procedimento de risco Considerações Gerais de risco em laboratórios Aerossóis (Portaria do Ministério do Trabalho, MT no. 3214, de 08/06/78) GRUPO 1: RISCOS FÍSICOS GRUPO 2: RISCOS QUÍMICOS GRUPO 3: RISCOS BIOLÓGICOS GRUPO 4: RISCOS ERGONÔMICOS GRUPO 5: RISCOS DE ACIDENTES Tipos de Riscos 27 Riscos Físicos Riscos Físicos Todas as formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores: ruídos e vibrações; temperaturas excessivas e umidade; pressões anormais; radiações. Riscos Físicos RISCOS FÍSICOS Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, ultra-som, materiais cortantes e ponteagudos, etc. 29 ESTUFA Temperaturas extremas AUTOCLAVE NITROGÊNIO LÍQUIDO Riscos Físicos RISCOS FÍSICOS Consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais como: ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes, radiações não ionizantes, ultra-som, materiais cortantes e ponteagudos, etc. 30 Ruídos Máquinas e equipamentos - Quanto maior o nível de ruído, menor deverá ser o tempo de exposição ocupacional. Riscos Físicos As máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos que podem atingir níveis excessivos, podendo a curto, médio e longo prazo provocar sérios prejuízos à saúde. Dependendo do tempo de exposição, nível sonoro e da sensibilidade individual, as alterações danosas poderão manifestar-se imediatamente ou gradualmente. Quanto maior o nível de ruído, menor deverá ser o tempo de exposição ocupacional. 31 Limite de tolerância para ruído contínuo ou intermitente 32 Ruídos x SN - fadiga nervosa; - alterações mentais; - hipertensão; - modificação do ritmo cardíaco; - modificação do calibre dos vasos sanguíneos; - modificação do ritmo respiratório; - perturbações gastrointestinais; - ↓ visão noturna e dificuldade na percepção de cores; - perda temporária ou definitiva da audição. Riscos Físicos O ruído age diretamente sobre o sistema nervoso, ocasionando: - fadiga nervosa; - alterações mentais: perda de memória, irritabilidade, dificuldade em coordenar idéias; - hipertensão; - modificação do ritmo cardíaco; - modificação do calibre dos vasos sanguíneos; - modificação do ritmo respiratório; perturbações gastrointestinais; - diminuição da visão noturna; - dificuldade na percepção de cores. Além destas conseqüências, o ruído atinge também o aparelho auditivo causando a perda temporária ou definitiva da audição. 33 Ruídos – redução dos danos - Medidas de proteção individual e coletiva - Medidas educacionais - Medidas administrativas Riscos Físicos Para evitar ou diminuir os danos provocados pelo ruído no local de trabalho, podem ser adotadas as seguintes medidas: - Medidas de proteção coletiva: enclausuramento da máquina produtora de ruído; isolamento de ruído. - Medida de proteção individual: fornecimento de equipamento de proteção individual (EPI) (no caso, protetor auricular). O EPI deve ser fornecido na impossibilidade de eliminar o ruído ou como medida complementar. - Medidas médicas: exames audiométricos periódicos, afastamento do local de trabalho, revezamento. - Medidas educacionais: orientação para o uso correto do EPI, campanha de conscientização. - Medidas administrativas: tornar obrigatório o uso do EPI: controlar seu uso. 34 Vibrações Localizadas (ferramentas manuais, elétricas e pneumáticas) alterações neurovasculares nas mãos, problemas nas articulações das mãos e braços; osteoporose Riscos Físicos Na indústria é comum o uso de máquinas e equipamentos que produzem vibrações, as quais podem ser nocivas ao trabalhador. As vibrações podem ser: Localizadas - (em certas partes do corpo). São provocadas por ferramentas manuais, elétricas e pneumáticas. Conseqüências: alterações neurovasculares nas mãos, problemas nas articulações das mãos e braços; osteoporose (perda de substância óssea). 35 Vibrações Generalizadas (motoristas de caminhões, ônibus e tratores) Lesões na coluna vertebral; dores lombares Riscos Físicos Generalizadas - (ou do corpo inteiro). As lesões ocorrem com os operadores de grandes máquinas, como os motoristas de caminhões, ônibus e tratores. Conseqüências: Lesões na coluna vertebral; dores lombares. Para evitar ou diminuir as conseqüências das vibrações é recomendado o revezamento dos trabalhadores expostos aos riscos (menor tempo de exposição). 36 Vibrações minimizar prejuízos: revezamento dos trabalhadores expostos aos riscos Riscos Físicos Para evitar ou diminuir as conseqüências das vibrações é recomendado o revezamento dos trabalhadores expostos aos riscos (menor tempo de exposição). 37 Radiações - formas de energia que se transmitem por ondas eletromagnéticas * Radiações ionizantes * Radiações não-ionizantes Riscos Físicos São formas de energia que se transmitem por ondas eletromagnéticas. A absorção das radiações pelo organismo é responsável pelo aparecimento de diversas lesões. Podem ser classificadas em dois grupos: Radiações ionizantes - Os operadores de raios-X e radioterapia estão freqüentemente expostos a esse tipo de radiação, que pode afetar o organismo ou se manifestar nos descendentes das pessoas expostas. Radiações não ionizantes - São radiações não ionizantes a radiação infravermelha, proveniente de operação em fornos , ou de solda oxiacetilênica, radiação ultravioleta como a gerada por operações em solda elétrica, ou ainda raios laser, microondas, etc. Seus efeitos são perturbações visuais (conjuntivites, cataratas), queimaduras, lesões na pele, etc. 38 Radiações - Cuidados - Medidas de proteção individual e coletiva - Enclausuramento da fonte de radiação - Medida administrativa (ex: dosímetro de bolso para técnicos de raio-x) - Medida médica: exames periódicos Riscos Físicos Para que haja o controle da ação das radiações para o trabalhador é preciso que se tome: - Medidas de proteção coletiva: isolamento da fonte de radiação (ex: biombo protetor para operação em solda), enclausuramento da fonte de radiação (ex: pisos e paredes revestidas de chumbo em salas de raio-x). - Medidas de proteção individual: fornecimento de EPI adequado ao risco (ex: avental, luva, perneira e mangote de raspa para soldador , óculos para operadores de forno). - Medida administrativa: (ex: dosímetro de bolso para técnicos de raio-x). - Medida médica: exames periódicos. 39 Temperaturas Extremas - Calor - desidratação; - erupção da pele; - câimbras; - fadiga física; - distúrbios psiconeuróticos; - problemas cardiocirculatórios; - insolação. Riscos Físicos 40 Temperaturas Extremas – Frio - feridas; - rachaduras e necrose na pele; - enregelamento: ficar congelado; - agravamento de doenças reumáticas; - predisposição para acidentes;- predisposição para doenças das vias respiratórias Riscos Físicos 41 Temperaturas Extremas - CUIDADOS - proteção coletiva: ventilação local exaustora com a função de retirar o calor e gases dos ambientes, isolamento das fontes de calor/frio. - proteção individual: fornecimento de EPI (ex: avental, bota, capuz, luvas especiais para trabalhar no frio). Riscos Físicos 42 Pressões Anormais Baixas e Altas Pressões Pode causar a ruptura do tímpano quando o aumento de pressão for brusco e a liberação de nitrogênio nos tecidos e vasos sangüíneos e morte. Riscos Físicos Há uma série de atividades em que os trabalhadores ficam sujeitos a pressões ambientais acima ou abaixo das pressões normais, isto é, da pressão atmosférica a que normalmente estamos expostos. Baixas pressões: são as que se situam abaixo da pressão atmosférica normal e ocorrem com trabalhadores que realizam tarefas em grandes altitudes. No Brasil, são raros os trabalhadores expostos a este risco. Altas pressões: são as que se situam acima da pressão atmosférica normal. Ocorrem em trabalhos realizados em tubulações de ar comprimido, máquinas de perfuração, caixões pneumáticos e trabalhos executados por mergulhadores. Ex: caixões pneumáticos, compartimentos estanques instalados nos fundos dos mares, rios, e represas onde é injetado ar comprimido que expulsa a água do interior do caixão, possibilitando o trabalho. São usados na construção de pontes e barragens. A exposição a pressões anormais, pode causar a ruptura do tímpano quando o aumento de pressão for brusco e a liberação de nitrogênio nos tecidos e vasos sangüíneos e morte. Por ser uma atividade de alto risco, exige legislação específica (NR-15) a ser obedecida. 43 Umidade Umidade elevada doenças do aparelho respiratório, quedas, doenças de pele, doenças circulatórias, etc. Precauções Medidas de proteção individuais e coletivas Riscos Físicos As atividades ou operações executadas em locais alagados ou encharcadas, com umidades excessivas, capazes de produzir danos à saúde dos trabalhadores, são situações insalubres e devem ter a atenção dos prevencionistas por meio de verificações realizadas nesses locais para estudar a implantação de medida de controle. A exposição do trabalhador à umidade pode acarretar doenças do aparelho respiratório, quedas, doenças de pele, doenças circulatórias, entre outras. 44 Risco Ergonômico Ergonomia Homem X Ambiente de Trabalho Fatores que podem afetar a integridade física ou mental do trabalhador, proporcionando-lhe desconforto ou doença. Risco Ergonômico A ergonomia ou engenharia humana é uma ciência relativamente recente que estuda as relações entre o homem e seu ambiente de trabalho e definida pela Organização Internacional do Trabalho - OIT como "A aplicação das ciências biológicas humanas em conjunto com os recursos e técnicas da engenharia para alcançar o ajustamento mútuo, ideal entre o homem e o seu trabalho, e cujos resultados se medem em termos de eficiência humana e bem-estar no trabalho". RISCOS ERGONÔMICOS Considera-se risco ergonômico qualquer fator que possa interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador causando desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: o levantamento e transporte manual de peso, o ritmo excessivo de trabalho, a monotonia, a repetitividade, a responsabilidade excessiva, a postura inadequada de trabalho, o trabalho em turnos, etc. 46 esforço físico, levantamento de peso, postura inadequada, controle rígido de produtividade, situação de estresse, trabalhos em período noturno, jornada de trabalho prolongada, monotonia e repetitividade, imposição de rotina intensa. Risco Ergonômico Conseqüências LER/DORT, cansaço físico, dores musculares, hipertensão arterial, alteração do sono, diabetes, doenças nervosas, taquicardia, doenças do aparelho digestivo (gastrite e úlcera), tensão, ansiedade, problemas de coluna, etc. DORT-doenças osteomusculares relacionadas ao trabalho LER- Lesão por esforço repetitivo Risco Ergonômico Os riscos ergonômicos podem gerar distúrbios psicológicos e fisiológicos e provocar sérios danos à saúde do trabalhador porque produzem alterações no organismo e estado emocional, comprometendo sua produtividade, saúde e segurança, tais como: LER/DORT, cansaço físico, dores musculares, hipertensão arterial, alteração do sono, diabetes, doenças nervosas, taquicardia, doenças do aparelho digestivo (gastrite e úlcera), tensão, ansiedade, problemas de coluna, etc. 48 Prevenção ajuste entre as condições de trabalho e o homem sob os aspectos de praticidade, conforto físico e psíquico Risco Ergonômico Para evitar que estes riscos comprometam as atividades e a saúde do trabalhador, é necessário um ajuste entre as condições de trabalho e o homem sob os aspectos de praticidade, conforto físico e psíquico por meio de: melhoria no processo de trabalho, melhores condições no local de trabalho, modernização de máquinas e equipamentos, melhoria no relacionamento entre as pessoas, alteração no ritmo de trabalho, ferramentas adequadas, postura adequada, etc. 49 Biossegurança Aula Teórica 2 Conteúdo Riscos de Acidentes: Definição; Principais riscos de acidentes em laboratórios. Riscos Químicos: Definição; Vias de penetração no organismo; Classificação de substâncias perigosas; Rotulagem de substâncias químicas; Segurança na manipulação de produtos químicos. 50 BIOSSEGURANÇA Risco de Acidentes Risco Químico Um risco biológico é um organismo, ou substância oriunda de um organismo que traz alguma ameaça (principalmente) à saúde humana. Constituem risco biológico o lixo hospitalar, amostras de microorganismos, vírus ou toxinas de origem biológica que causam impacto na saúde humana. Pode incluir também substâncias danosas a animais. O símbolo da biossegurança, que na realidade é o símbolo do risco biológico, foi desenvolvido pelo engenheiro Charles Baldwin, da Dow Chemical, em 1966, a pedido do Center for Disease Control - CDC-USA (New York Times Magazine, 2001), visando uma padronização na identificação de agentes biológicos de risco. Seu foco foi o de projetar um símbolo que não se alterasse com a posição da embalagem. Os modelos gerados (originalmente em vermelho),aparecem em diversas formas. 51 Risco de Acidentes RISCO DE ACIDENTES qualquer fator que coloque o trabalhador em situação de perigo e possa afetar sua integridade, bem estar físico e moral Risco de Acidentes RISCOS DE ACIDENTES Considera-se risco de acidente qualquer fator que coloque o trabalhador em situação de perigo e possa afetar sua integridade, bem estar físico e moral. São exemplos de risco de acidente: as máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado, armazenamento inadequado, etc. 53 Exemplos: máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado, armazenamento inadequado, etc. Risco de Acidentes RISCOS DE ACIDENTES Considera-se risco de acidente qualquer fator que coloque o trabalhador em situação de perigo e possa afetar sua integridade, bem estar físico e moral. São exemplos de risco de acidente: as máquinas e equipamentos sem proteção, probabilidade de incêndio e explosão, arranjo físico inadequado, armazenamento inadequado, etc. 54 Risco Químico RISCO QUÍMICO Qualquer substância, composto ou produtos que possam penetrar no organismo Risco Químico RISCOS QUÍMICOS Consideram-se agentes de risco químico as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que, pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão. 56 Vias de penetração no organismo: - Via respiratória (inalação) - Via sistema tegumentar Via dérmica (absorção) Via ocular Via parenteral - Via digestiva(ingestão) Risco Químico Riscos químicos: Substâncias, compostas ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou que pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvido pelo organismo através da pele ou por ingestão. Danos Relacionados aos Agentes Químicos Podem provocar vários tipos de danos à saúde desde que entrem em contato ou penetrem no organismo. Os produtos tóxicos podem entrar em contato com o organismo através de 3 formas principais: • Via respiratório; • Via sistema tegumentar; • Via digestiva. 57 MOVIMENTO DO PRODUTO QUÍMICO NO ORGANISMO Absorção Distribuição Fixação ou acumulação Eliminação Absorção - é a seqüência à penetração do agente químico no organismo e sua passagem ao sistema circulatório. Distribuição - o agente percorre, pela corrente sangüínea, os órgãos do corpo. Fixação ou acumulação - armazenamento do agente nos tecidos dos órgãos onde ele exerça, ou não, atuação. Eliminação - saída do agente químico do organismo. 58 O risco tóxico associado a uma substância depende: propriedades físico-químicas, via de penetração no organismo, dose introduzida no organismo, alvos biológicos, capacidade metabólica de eliminação da substância, efeitos sinergísticos com outros agressores (físicos, químicos ou psíquicos). Risco Químico Tóxicos sistêmicos Exemplo - clorofórmio, tetracloreto de carbono, mercúrio, etc. EFEITOS TÓXICOS SOBRE O ORGANISMO Risco Químico Substâncias que, independentemente da via de entrada no organismo, distribuem-se e produzem efeitos diversos, específicos ou seletivos. 60 EFEITOS TÓXICOS SOBRE O ORGANISMO Anestésicos e narcóticos Exemplo - éteres, acetona, álcoois alifáticos. Risco Químico Substâncias que atuam como depressores do sistema nervoso central. 61 Asfixiantes Exemplo - dióxido de carbono, nitrogênio, acetileno, cianetos, etc. EFEITOS TÓXICOS SOBRE O ORGANISMO Risco Químico Substâncias que são capazes de impedir a chegada de oxigênio aos tecidos. 62 Alergizantes Exemplo - resinas, monômeros, cromo, formaldeído, óleos, etc. EFEITOS TÓXICOS SOBRE O ORGANISMO Risco Químico Este efeito somente se apresenta em indivíduos sensibilizados, dependendo de pré-disposição fisiológica. 63 Pneumococióticos Exemplo – Sílica, asbestos EFEITOS TÓXICOS SOBRE O ORGANISMO Risco Químico Substâncias que se acumulam nos pulmões, provocando a degeneração fibrótica do tecido pulmonar. Exemplo - sílica, asbestos (asbesto ou amianto é um mineral usado como matéria-prima na maioria das indústrias e em mais de 70% das residências brasileiras. Ele é conhecido desde os homens primitivos, que faziam cerâmicas reforçadas para irem ao fogo, por estar na natureza na maior parte do planeta e existir em abundância.) 64 Teratogênicos Exemplo – Mercúrio e alguns solventes orgânicos EFEITOS TÓXICOS SOBRE O ORGANISMO Risco Químico Substâncias que podem interferir no desenvolvimento normal do feto. Exemplo - mercúrio, alguns solventes orgânicos. 65 Imunodepressores Exemplo – antimetabólicos, ciclosporina, corticóides EFEITOS TÓXICOS SOBRE O ORGANISMO Risco Químico Substâncias que deprimem o sistema de defesa do organismo. 66 Carcinogênicos Exemplo - benzeno, asbesto, brometo de etídeo, etc. EFEITOS TÓXICOS SOBRE O ORGANISMO Risco Químico Substâncias que podem gerar ou potencializar o desenvolvimento de crescimento desordenado de células. 67 Risco Químico Classificação de Substâncias Perigosas - Sistema de classificação de substâncias químicas: * periculosidade ou nocividade Um sistema de classificação de substâncias químicas quanto às respectivas periculosidade ou nocividade é um importante mecanismo para o estabelecimento de prioridades de avaliação, tratamento e comunicação de riscos. No contexto de classificação de substâncias perigosas, o perigo esta relacionado com a capacidade de uma substância de causar danos e o grau dessa capacidade depende de suas propriedades intrínsecas. 68 Classificação de Substâncias Perigosas - Extremamente tóxico Altamente tóxico Moderadamente tóxico Levemente tóxico Praticamente não tóxico Relativamente inofensivo Risco Químico Não existe substância não perigosa! Sistema de classificação de substâncias químicas quanto a periculosidade ou nocividade: − Estabelece critérios e procedimentos para classificar as substâncias ou misturas em classes de perigos / escalas de gradação da periculosidade e mecanismos de comunicação de perigos / riscos. − Não se aplica a substâncias ou produtos cuja exposição é intencional (ex. alimentos, remédios, cosméticos) − Não existe “substância não perigosa”. Existe substância não classificada de acordo com os critérios adotados. Para elas usa-se regras gerais de prevenção e não é necessário cuidados especiais nem comunicação de perigos (rotulagem, fichas de segurança, etc.) Risco implica dois fatores: - possibilidade de uma perda ou dano - incerteza de que tal perda ou dano ocorra. Na Toxicologia, Epidemiologia, Engenharia e na área atuarial RISCO (R) e representado como: – PROBABILIDADE (P) de que ocorra um dano ocorra (incerteza da ocorrência, distribuição no tempo) – GRAVIDADE (G) do dano. Risco = Probabilidade x Gravidade 69 Classes de perigo Risco Químico inflamável explosivo comburente ou oxidante corrosivo nocivas ou perigosas para o meio ambiente tóxica nociva INFLAMÁMEL - São substâncias que podem pegar fogo na presença de uma fonte de ignição (chama, faísca, eletricidade estática, etc.) Podem ser: Facilmente Inflamável CLASSIFICAÇÃO: Determinados peróxidos orgânicos; líquidos com pontos de inflamação inferior a 21ºC, substâncias sólidas que são fáceis de inflamar, de continuar queimando por si só; liberam substâncias facilmente inflamáveis por ação da umidade. PRECAUÇÃO: evitar contato como ar, a formação de misturas inflamáveis gás-ar e manter afastadas de fontes de ignição. Extremamente Inflamável CLASSIFICAÇÃO: Líquidos com ponto de inflamação inferior a 0ºC e o ponto máximo de ebulição 35ºC; gases, misturas de gases (que estão presentes em forma líquida) que com ar e a pressão normal podem se inflamar facilmente. PRECAUÇÕES: manter longe de chamas abertas e fontes de ignição. EXPLOSIVO São substâncias ou misturas que apresentam riscos de explosão sob o efeito de uma chama, do calor, de um golpe ou fricção. Exemplos − TNT - trinitrotolueno − Ácido pícrico − Nitrocelulose − Pólvora negra − Pólvora branca COMBURENTE OU OXIDANTE São substâncias que, em caso de incêndio, aumentam a violência da reação e favorecem a propagação rápida do fogo. Podem provocar incêndios espontâneos quando em contato com materiais combustíveis. O incêndio pode ser favorecido e dificultado a sua extinção. Exemplos − Oxigênio − Ácido nítrico − Água oxigenada concentrada (ex. 30 vol) CORROSIVO Substâncias que podem provocar lesões na pele – destruição de tecidos ou queimaduras – e atacar a madeira, os metais e matérias plásticas. Exemplos − Ácido sulfúrico concentrado. − Ácido nítrico − Soda cáustica. NOCIVAS OU PERIGOSAS PARA O MEIO AMBIENTE Podem causar danos à flora, fauna, população humana ou degradar o ambiente quando lançados no ar, solo ou águas. Exemplos − Solventes clorados − CFCs − ácidos fortes − cianeto de sódio. TÓXICA Podem provocar danos graves à saúde ou provocar a morte. Muito tóxicas são substâncias que, mesmo em doses muito pequenas, podem provocar danos graves ou mesmo a morte. Exemplo: − trióxido de arsênico. Tóxicas: − metanol − amoníaco − benzeno. NOCIVA Xn São substâncias que podem causar danos à saúde mas em geral não provocam danos sérios imediatos. Somente em doses muito altas podem provocar a morte. (o que é difícil no ambiente de trabalho). A exposição repetida e prolongada pode provocar danos sérios à saúde. Exemplos − Tolueno − outros solventes NOCIVA Xi São substânciasque podem provocar lesões na pele ou mucosas de natureza inflamatória (ex.dermatites). Exemplos − Ácido sulfúrico diluído − Água sanitária − Solventes (benzina, clorofórmio). 70 ROTULAGEM DE SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS Identificação completa do produto químico: riscos que apresenta (símbolo e palavra indicativa de risco) palavras convencionais de advertência (perigo, cuidado, atenção) frases convencionais de medidas preventivas quanto ao risco (mantenha afastado do calor, perigo se inalado, etc.) Risco Químico O rótulo deve conter a identificação completa do produto químico (nome, fórmula, concentração, etc.) e riscos que apresenta: símbolo e palavra indicativa de risco (corrosivo, tóxico, explosivo, inflamável, irritante, nocivo), palavras convencionais de advertência (perigo, cuidado, atenção) e frases convencionais de medidas preventivas quanto ao risco (mantenha afastado do calor, perigo se inalado, etc.) Quando um produto for acondicionado fora de sua embalagem original, deverá ser identificado através dos seguintes dados mínimos: nome do produto e concentração data do envasamento ou diluição identificação dos riscos 71 AZUL (cuidado, ar comprimido) VERDE (cor da segurança, água, oxigênio) VERMELHO (incêndio, perigo) CINZA (cilindros de nitrogênio, vácuo) LARANJA (alerta) PÚRPURA (radiação) AMARELO (cuidado, atenção) BRANCO (resíduos de serviços de saúde) USO DAS CORES PARA SINALIZAÇÃO IDENTIFICAÇÃO E ROTULAGEM LIMITES DE TOLERÂNCIA À EXPOSIÇÃO DO TRABALHADOR Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho NR 15 - Atividades e Operações Insalubres Anexo 11 - Limites de tolerância a agentes químicos Acetona 975 ppm Éter etílico 387 ppm Metanol 195 ppm Etanol 975 ppm Fenol 8 ppm Tolueno 117 ppm Xilol 117 ppm SEGURANÇA NA MANIPULAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS Não fumar, comer, beber ou aplicar maquiagem nos locais onde se manipulam substâncias químicas. Nunca pipetar com a boca. Não se utilizar do olfato para identificar produtos químicos. Não deixar os frascos de produtos voláteis abertos. 74 SEGURANÇA NA MANIPULAÇÃO DE PRODUTOS QUÍMICOS Usar as capelas de exaustão, as câmaras de fluxo laminar e outros equipamentos de proteção coletiva sempre que a natureza dos reagentes ou produtos químicos assim o exijam. Usar os equipamentos de proteção individual quando os meios de proteção coletiva não forem suficientes para reduzir a exposição ocupacional aos níveis desejados: luvas, máscaras, óculos, roupa protetora, etc. 75 Consultar a lista de substâncias incompatíveis antes de fazer um experimento; Cuidar para que não ocorra a mistura de produtos incompatíveis durante a lavagem de vidrarias ou descarte dos resíduos; Identificar os rejeitos produzidos. PREVENÇÃO DE REAÇÕES ENTRE PRODUTOS QUÍMICOS Antes de realizar uma reação química com produtos desconhecidos consultar a lista de substâncias incompatíveis e fazer um experimento com quantidades reduzidas e condições adicionais de segurança. Cuidar para que não ocorra a mistura de produtos incompatíveis durante a lavagem de vidrarias; Cuidar para não misturar substâncias incompatíveis durante a segregação de resíduos para descarte; Identificar os rejeitos produzidos. 76 ESTOCAGEM DE PRODUTOS QUÍMICOS Nos laboratórios devem ser guardadas apenas as quantidades mínimas de reagentes para consumo. Os frascos grandes e pesados não devem ser dispostos em prateleiras altas. Todas as substâncias devem ter rótulo de identificação. As substâncias incompatíveis não podem ser armazenadas juntas. Os locais de armazenamento devem ser bem ventilados. Os produtos muito tóxicos devem ser guardados em armários fechados ou em locais de acesso restrito. FICHA DE INFORMAÇÃO SOBRE SEGURANÇA DE PRODUTO QUÍMICO 1. Identificação do produto e da empresa fornecedora ou fabricante. 2. Informações sobre a composição. 3. Identificação de danos à saúde e ao meio ambiente. 4. Medidas de primeiros socorros. 5. Medidas de combate a incêndio. 6. Medidas em caso de derrame acidental ou vazamento. 7. Manuseio e armazenagem. 8. Medidas de controle e de exposição. 9. Propriedades físico-químicas. 10. Estabilidade e reatividade. 11. Informações toxicológicas. 12. Informações relativas ao meio ambiente. 13. Considerações sobre disposição/descarte. 14. Informações sobre transporte. 15. Informações sobre regulamentação do produto. Texto e exercícios do site Biossegurança Aula Teórica 3 Conteúdo Riscos Biológicos: definição; classes de riscos biológicos NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA: Estudo dos diferentes níveis de biossegurança de acordo com os diferentes níveis de contenção laboratorial (NB1 ao NB4). 80 BIOSSEGURANÇA Risco Biológico Um risco biológico é um organismo, ou substância oriunda de um organismo que traz alguma ameaça (principalmente) à saúde humana. Constituem risco biológico o lixo hospitalar, amostras de microorganismos, vírus ou toxinas de origem biológica que causam impacto na saúde humana. Pode incluir também substâncias danosas a animais. O símbolo da biossegurança, que na realidade é o símbolo do risco biológico, foi desenvolvido pelo engenheiro Charles Baldwin, da Dow Chemical, em 1966, a pedido do Center for Disease Control - CDC-USA (New York Times Magazine, 2001), visando uma padronização na identificação de agentes biológicos de risco. Seu foco foi o de projetar um símbolo que não se alterasse com a posição da embalagem. Os modelos gerados (originalmente em vermelho),aparecem em diversas formas. 81 Consideram-se agentes de risco biológico as bactérias, fungos, parasitas, vírus, entre outros. Risco Biológico 82 Os agentes de risco biológico estão divididos em quatro classes de risco segundo os seguintes critérios: Patogenicidade para o homem Virulência Modos de transmissão Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes Disponibilidade de tratamento eficaz Endemicidade Risco Biológico Classificação de risco biológico: Os agentes de risco biológico podem ser distribuídos em quatro classes de 1 a 4 por ordem crescente de risco, classificados segundo os seguintes critérios: · Patogenicidade para o homem (capacidade do agente invasor em causar doença com suas manifestações clínicas entre os hospedeiros suscetíveis) · Virulência (capacidade patogênica de um microrganismo, medida pela mortalidade que ele produz e/ou por seu poder de invadir tecidos do hospedeiro) · Modos de transmissão · Disponibilidade de medidas profiláticas eficazes · Disponibilidade de tratamento eficaz · Endemicidade 83 Classe de risco 1 O risco individual e para a comunidade é ausente ou muito baixo. Exemplo: Bacillus subtilis www.fiocruz.br Risco Biológico Classe de risco 1 O risco individual e para a comunidade é ausente ou muito baixo, ou seja, são agentes biológicos que têm baixa probabilidade de provocar infecções no homem ou em animais. Exemplos: Lactobacilos, Micrococos, Algumas bactérias anaeróbias e Microorganismos não patogênicos. Bacillus subtilis: espécie de bactéria gram-positiva que é uma saprófita comum do solo e da água. Organismo esporulado, não patogênico, graças à sua termofilia é utilizado no monitoramento e validação de ciclos de esterilização por calor seco e óxido de etileno, realizados em estufas ou fornos de esterilização e autoclaves para gás óxido de etileno, respectivamente 84 Classe de risco 2 O risco individual é moderado e para a comunidade é baixo. Exemplo: Escherichia coli e outros coliformes fecais Helicobacter pylori Staphylococcus aureus Risco Biológico Classe de risco 2 O risco individual é moderado e para a comunidade é baixo. São agentes biológicos que podem provocar infecções, porém, dispõe-se de medidas terapêuticas e profiláticas eficientes, sendo o risco de propagação limitado. Exemplos: Vírus da Febre Amarela e Schistosoma mansoni. Exemplos: Chlamydia pneumoniae, C. trachomatis Escherichia coli e outros coliformes fecais Helicobacter pylori Staphylococcusaureus Leptospira Treponema pallidum Helmintos e protozoários intestinais Diversos fungos HVA, HVB, HVC, Herpes, Rubéola 85 Classe de risco 3 O risco individual é alto e para a comunidade é limitado. Exemplo: Mycobacterium tuberculosis Risco Biológico Classe de risco 3 O risco individual é alto e para a comunidade é limitado. O patógeno pode provocar infecções no homem e nos animais graves, podendo se propagar de indivíduo para indivíduo, porém existem medidas terapêuticas e de profilaxia. Exemplos: Vírus da Encefalite Equina Venezuelana, Mycobacterium tuberculosis, Bacillus anthracis, Clostridium botulinum, Fungos: Histoplasma capsulatum HIV, HTLV (vírus T-linfotrópicos humanos tipo I ) 86 Classe de risco 4 O risco individual e para a comunidade é elevado. Exemplo: Vírus Ebola Risco Biológico Classe de risco 4 O risco individual e para a comunidade é elevado. São agentes biológicos que representam sério risco para o homem e para os animais, sendo altamente patogênicos, de fácil propagação, não existindo medidas profiláticas ou terapêuticas. Exemplos: Somente Vírus: Agentes de febres hemorrágicas, Vírus da aftosa, Vírus Ébola, Vírus da Gripe aviária H5N1 87 Resumindo... Risco Biológico Risco Biológico Níveis de Biossegurança NÍVEIS DE BIOSSEGURANÇA # Nível de Biossegurança 1 (NB1) # Nível de Biossegurança 2 (NB2) # Nível de Biossegurança 3 (NB3) # Nível de Biossegurança 4 (NB4) Biossegurança Laboratórios de ensino básico – microrganismos de classe de risco 1 NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 1 (NB1) Biossegurança 91 Nível de contenção laboratorial que se aplica aos laboratórios de ensino básico, onde são manipulados os microrganismos pertencentes a classe de risco 1. Requisitos: planejamento espacial e funcional e adoção de Boas Práticas Laboratoriais: Reduzir derramamentos e aerossóis Descontaminação de superfícies e do lixo Controle de insetos e roedores NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 1 (NB1) Não é requerida nenhuma característica de desenho estrutural, além de um bom planejamento espacial e funcional e a adoção de Boas Práticas Laboratoriais. 92 Equipamentos de Proteção Individual (jalecos, luvas e óculos protetores) Barreiras Primárias NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 1 (NB1) Equipamento de Segurança (Barreiras Primárias) 1. Os equipamentos especiais de contenção, tais como as cabines de segurança biológica, não são geralmente exigidas para manipulações de agentes de classe de risco 1. 2. Uso de jalecos, aventais ou uniformes próprios, para evitarem a contaminação ou sujeira de suas roupas normais. 3. Recomenda-se o uso de luvas para os casos de rachaduras ou ferimentos na pele das mãos. 4. Óculos protetores deverão ser usados na execução de procedimentos que produzam borrifos ou salpicos. 93 Barreiras Secundárias Laboratório com porta única Pias para lavar as mãos Janelas fechadas e com telas protetoras Construção sem necessidade de sistema de ventilação NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 1 (NB1) NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 1 (NB1) FÁCIL DE LIMPAR E DESCONTAMINAR NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 1 (NB1) NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 1 (NB1) Laboratórios clínicos ou hospitalares - microrganismos de classe de risco 2. Adoção das boas práticas + uso de barreira físicas primárias e secundárias. NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB2) Biossegurança 98 Diz respeito ao laboratório em contenção, onde são manipulados microrganismos da classe de risco 2. Se aplica aos laboratórios clínicos ou hospitalares de níveis primários de diagnóstico, sendo necessário, além da adoção das boas práticas, o uso de barreiras físicas primárias (cabine de segurança biológica e equipamentos de proteção individual) e secundárias (desenho estrutural e organização do laboratório). NB1 +: Uso de Cabines de biossegurança (classe II) para trabalhar com agentes infecciosos envolvendo: Aerossóis e derramamentos Grandes volumes Altas Concentrações Barreiras Primárias NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB2) NB 1 + Cabine de segurança instalada Iluminação adequada e lava-olhos disponível Ar do Laboratório não deve circular em outras áreas Acesso restrito durante o trabalho Disponibilidade de autoclave Localização separada de área pública Ventilação bi-direcional Barreiras Secundárias NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB2) Práticas Especiais Supervisor Cientista especializado Acesso limitado aos imunocomprometidos Acesso restrito a não imunizados Pessoal de Laboratório Deve estar ciente do perigo em potencial Deve ter habilidade e prática nas técnicas NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB2) NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB2) Biossegurança NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 2 (NB2) Manipulação de microrganismos da classe de risco 3 ou de grandes volumes e altas concentrações de organismos da classe de risco 2. Controle rígido na operação, inspeção e manutenção das instalações e equipamentos e o pessoal técnico deve receber treinamento específico. NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) Biossegurança 105 Indicado para trabalho com agentes infecciosos que possam causar doenças graves, potencialmente letais, como resultado da exposição por via de inalação Destinado ao trabalho com microrganismos da classe de risco 3 ou para manipulação de grandes volumes e altas concentrações de organismos da classe de risco 2. Para este nível de contenção são requeridos além dos itens referidos no nível 2, desenho e construção laboratoriais especiais. Deve ser mantido controle rígido quanto a operação, inspeção e manutenção das instalações e equipamentos e o pessoal técnico deve receber treinamento específico sobre procedimentos de segurança para a manipulação destes microrganismos. Barreiras Primárias Práticas especiais para NB2 +: Utilização de capela de fluxo laminar Classe II ou III Uso de equipamentos para proteção respiratória (máscaras com pressão de ar negativa e filtro) NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) Barreiras Secundárias NB1 e NB2, +: Prédio separado ou em zona isolada Dupla porta de entrada Escoamento do ar interno direcionado Passagem de ar única 10 a 12 trocas de ar/ hora NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) Barreiras Secundárias Proteger equipamentos geradores de aerossol Ante-sala do Laboratório, fechada Paredes, pisos e tetos resistentes à água e de fácil descontaminação Todo material de trabalho colocado dentro da capela de segurança Tubos de aspiração a vácuo protegidos com filtro ou desinfetante líquido. NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) Biossegurança NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) Práticas Especiais Supervisão Supervisor: cientista competente/experiente no trabalho com estes agentes que: Estabelece critérios para entrada da amostra Restringe o acesso Controla procedimentos e regulamentos Treina pessoal antecipadamente NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) Práticas Especiais Pessoal de Laboratório Seguir as normas de forma estrita Demonstrar habilidade Receber treinamento apropriado Relatar acidentes Participar da vigilância médica NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 3 (NB3) Laboratório de contenção máxima - manipulação de microrganismos da classe de risco 4. Procedimentos especiais de segurança. NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) Biossegurança 114 Laboratório de contenção máxima, destina-se a manipulação de microrganismos da classe de risco 4. Onde há o mais alto nível de contenção, além de representar uma unidade geográfica e funcionalmente independente de outras áreas. Esses laboratórios requerem, além dos requisitos físicos e operacionais dos níveis de contenção 1, 2 e 3, barreiras de contenção (instalações, desenho e equipamentos de proteção) e procedimentos especiais de segurança. Barreiras Primárias NB 1, 2 e 3 +: Cabine de Segurança II ou III para manipulação de agentes patogênicos Utilização de máscara facial com pressão + Descontaminação, por produtos químicos ou vapor em temperaturas elevadas, de todo líquido (até água de banho) e resíduos sólidos eliminados NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) Barreiras Secundárias NB 1, 2 e 3 +: Prédio separado ou emzona isolada Dupla porta de entrada Escoamento interno do ar uni direcional Passagem de ar individual Sistemas aperfeiçoados para suprimento, exaustão de ar, formação de vácuo e descontaminação NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) Barreiras Secundárias Equipamentos geradores de aerossóis fechados hermeticamente Obrigatório utilizar autoclave de dupla porta Ante-Sala de entrada fechada Abertura e fechamento de portas eletronicamente programadas NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) Ante-Sala de entrada fechada, com pisos, paredes e teto vedados de forma a se obter espaço lacrado. Abertura e fechamento de portas eletronicamente programado de forma a não permitir aberturas simultâneas. 117 Barreiras Secundárias Eliminação de líquidos - descontaminação Sistema seguro de comunicação do Laboratório Equipamentos responsáveis pelo insuflamento de ar e abertura de portas ligados a geradores NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) Eliminação de líquidos - deve passar por um método de descontaminação aprovado e antes do descarte deve haver a certificação Instalação de sistema seguro de comunicação da parte interna com externa do Laboratório Manter ligados a geradores, os equipamentos responsáveis pelo insuflamento de ar e abertura de portas. 118 Práticas Especiais Acesso controlado Todos os suprimentos laboratoriais saem através de autoclave de porta dupla NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) Acesso controlado. Pessoal entra na primeira sala. Depois passa a sala onde troca a roupa, sala de banho (necessário só na saída) e por fim o Laboratório. Todos os suprimentos laboratoriais saem através autoclave de porta dupla ou câmara de fumigação. 119 Práticas Especiais SUPERVISOR : Fiscaliza critérios rigorosos de acesso restrito Exige o cumprimento de regulamentos e procedimentos Treina com rigor o pessoal do Laboratório NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) SUPERVISOR é cientista competente, treinado e com larga experiência para trabalhos com agentes infecciosos que: - Fiscaliza critérios rigorosos de acesso restrito - Exige o cumprimento de regulamentos e procedimentos - Treina com rigor o pessoal do Laboratório 120 Práticas Especiais Pessoal de Laboratório: Deve seguir rigorosamente as normatizações Demonstrar eficiência Receber treinamento altamente especializado Relatar todo e qualquer tipo de acidente Receber imunizações Participar de vigilância médica NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) 124 NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) DESCARTE DE MATERIAL BIOLÓGICO TRANSPORTE DE MATERIAL BIOLÓGICO 127 NÍVEL DE BIOSSEGURANÇA 4 (NB4) Biossegurança Biossegurança Aula Teórica 4 Conteúdo Precauções universais: definição; limpeza, desinfecção e esterilização; lavagem x higienização das mãos 130 BIOSSEGURANÇA Precauções Universais Um risco biológico é um organismo, ou substância oriunda de um organismo que traz alguma ameaça (principalmente) à saúde humana. Constituem risco biológico o lixo hospitalar, amostras de microorganismos, vírus ou toxinas de origem biológica que causam impacto na saúde humana. Pode incluir também substâncias danosas a animais. O símbolo da biossegurança, que na realidade é o símbolo do risco biológico, foi desenvolvido pelo engenheiro Charles Baldwin, da Dow Chemical, em 1966, a pedido do Center for Disease Control - CDC-USA (New York Times Magazine, 2001), visando uma padronização na identificação de agentes biológicos de risco. Seu foco foi o de projetar um símbolo que não se alterasse com a posição da embalagem. Os modelos gerados (originalmente em vermelho),aparecem em diversas formas. 131 Precauções universais - precauções padrão (PP) – EPI na possibilidade de contato com sangue, secreções, excreções e/ou fluidos corpóreos, de pele não-íntegra e mucosa com exceção do suor. Centers for Disease Control (CDC), 1985 Risco Biológico Foi assim que, em 1985, o CDC publicou as precauções universais, que recomendavam o uso de medidas de barreira, todas as vezes que houvesse a possibilidade de contato com sangue, secreções e/ou fluidos corpóreos, independente do conhecimento do diagnóstico ou status sorológico do paciente. Visando reduzir o risco de transmissão de microorganismos, a partir de fontes conhecidas ou não, em serviços de saúde, propôs-se a utilização de novas medidas,, 1998chamadas precauções padrão (PP). As PP incluem o uso de barreiras, de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e devem ser aplicadas toda vez que houver a possibilidade de contato com sangue, secreções, excreções e/ou fluidos corpóreos, de pele não-íntegra e mucosa com exceção do suor (PEDST/AIDS). 132 Risco Biológico Mais recentemente, o Conselho Consultivo de Práticas de Controle de Infecção Hospitalar do CDC/EUA, publicou um guia revisado mais claro e conciso sobre isolamento, que defende um sistema de precauções em duas etapas (Figura 1). A primeira etapa é o Sistema de PRECAUÇÕES PADRÃO OU BÁSICAS, que utiliza as características principais das PRECAUÇÕES UNIVERSAIS e aplica-se a todos os pacientes, independente do seu diagnóstico ou status sorológico. A segunda etapa de precauções é para pacientes com infecção conhecida ou suspeita, que exijam mais que o padrão, para prevenir disseminação exógena da infecção. Três precauções baseadas na transmissão são propostas: precauções contra aerossóis, gotículas e contato. 133 Aerossóis Transmissão por via aérea por meio de microgotículas Podem permanecer em suspensão no ar Ex. tuberculose, varicela e sarampo Risco Biológico As precauções contra aerossóis são previstas para reduzir o risco de exposição e infecção pela rota de transmissão aérea, por meio de microgotículas aerodispersas, inferiores a 5 micra, provenientes de gotículas desidratadas que podem permanecer em suspensão no ar por longos períodos de tempo, contendo agente infeccioso viável (TÉCNICAS PARA COLETA DE SANGUE, Ministério da Saúde – Coordenação Nacional de DST/AIDS, 1997). correntes de ar podendo ser inalados por um hospedeiro susceptível, dentro do mesmo quarto ou em locais situados a longa distância do paciente-fonte (dependendo dos fatores ambientais), podendo alcançar até os alvéolos do hospedeiro. Por este motivo, indica-se circulação do ar e ventilação especial para prevenir esta forma de transmissão. Dentro desta categoria incluem-se os agentes etiológicos da: tuberculose, varicela (catapora) e do sarampo. Nas precauções para aerossóis deve-se utilizar proteção respiratória do tipo respirador N-95 134 Gotículas indivíduo infectado → membranas mucosas do nariz, boca ou conjuntiva de um hospedeiro susceptível requer contato próximo Ex. Haemophilus influenzae e Neisseria meningitidis. Risco Biológico As precauções contra gotículas reduzem a disseminação de patógenos maiores que 5 micra, a partir de um indivíduo infectado, podendo alcançar as membranas mucosas do nariz, boca ou conjuntiva de um hospedeiro susceptível. As gotículas originam-se de um indivíduo fonte, sobretudo durante a tosse, o espirro, a conversação, e em certos procedimentos, tais como a aspiração ou a broncoscopia. A transmissão de gotículas (maiores que 5 micra), requerem um contato próximo, entre o indivíduo e o receptor, visto que, tais gotículas não permanecem suspensas no ar e geralmente se depositam em superfícies a uma curta distância. Daí a importância de ressaltarmos a necessidade da limpeza concorrente e terminal. Uma vez que as gotículas não permanecem em suspensão, não é necessário promover a circulação do ar ou ter ventilação especial para prevenir a sua transmissão. Esse tipo de precaução aplica-se a qualquer paciente com suspeita de infecção por patógenos como: Haemophilus influenzae e Neisseria meningitidis (dois tipos de causadores de meningite). 135 Contato Direto Transferência ele a pele Indireto transmissão para um hospedeiro susceptível intermediado por objetos contaminados Risco Biológico Precaução: Uso de EPI Precaução: Limpeza,desinfecção ou esterilização As precauções contra contato representam o modo mais importante e freqüente de evitar a transmissão de infecções hospitalares e estão divididas em dois subgrupos: contato direto e contato indireto. Contato direto: esse tipo de transmissão envolve o contato pele a pele e a transferência física, proveniente de indivíduo infectado ou colonizado por microorganismos para um hospedeiro suscetível. Esta transmissão pode ocorrer quando o profissional da saúde realiza a mudança de decúbito, a higienização ou ao executar procedimentos que exijam contato físico, como também, entre dois pacientes, por exemplo, pelo contato com as mãos. Contato indireto: envolve a transmissão para um hospedeiro susceptível intermediado por objetos contaminados, usualmente inanimados, tais como: instrumentos contaminados, agulhas, roupas ou mãos contaminadas, ou ainda, luvas que não são trocadas entre os procedimentos. São exemplos de doenças transmitidas por contato: as gastroenterites, o impetigo, a pediculose, a escabiose, o herpes simples e a furunculose. 136 LIMPEZA Remoção mecânica de sujidades Risco Biológico A Limpeza Técnica é o processo de remoção de sujidades, mediante a aplicação de energias química, mecânica ou térmica, num determinado período de tempo. - Limpeza úmida: consiste em passar pano ou esponja, umedecidos em solução detergente ou desinfetante, enxaguando, em seguida, com pano umedecido em água limpa. Esse procedimento é indicado para a limpeza de paredes, divisórias, mobiliários e de equipamentos de grande porte. É importante ressaltar que a limpeza úmida é considerada a mais adequada e higiênica, todavia ela é limitada para a remoção de sujidade muito aderida. - Limpeza molhada: consiste na limpeza de pisos e de outras superfícies fixas e de mobiliários, por meio de esfregação e de enxágüe com água abundante, sendo utilizada principalmente na limpeza terminal. Na sua realização em pisos recomenda-se o uso de máquinas automáticas que lavam, enxáguam e aspiram ao mesmo tempo, principalmente em áreas que não possuam ralos. - Limpeza seca: consiste na retirada de sujidade, pó ou poeira, mediante a utilização de vassoura (varreduras seca), e/ou aspirador. 137 DESINFECÇÃO Eliminação de microorganismos na forma vegetativa Risco Biológico Processo aplicado às superfícies inertes, que elimina microorganismos na forma vegetativa, não garantindo a eliminação total dos esporos bacterianos. Pode ser realizada por meio de processos químicos ou físicos. 138 DESINFECÇÃO A desinfecção na assistência à saúde: roupas de cama, recipientes, vasilhames, termômetros, etc; pisos, paredes, aparelhos sanitários, móveis, etc; reduzir os micróbios da pele e do corpo em geral: desinfecção de ferimentos e mãos Risco Biológico A desinfecção não chega a eliminar todas as formas de microorganismos, mas apenas diminui sensivelmente seu número ou impede sua multiplicação. A desinfecção é utilizada na assistência à saúde tendo em vista os seguintes propósitos: a) tornar a utilizar os objetos e utensílios que se contaminarem: roupas de cama, recipientes, vasilhames, termômetros, etc; b) reduzir a contaminação microbiana do ambiente em geral: pisos, paredes, aparelhos sanitários, móveis, etc; c) reduzir os micróbios da pele e do corpo em geral: desinfecção de feridas e preparo de cirurgias, desinfecção das mãos de quem presta cuidados de saúde. 139 DESINFECÇÃO A desinfecção pode ser realizada por: fervura produtos químicos remoção mecânica com produtos químicos Risco Biológico Desinfecção pela fervura - quando instrumentos, agulhas e seringas, por exemplo, são fervidas durante 20 minutos alcança-se um alto grau de desinfecção. Este é o método mais simples e confiável para inativação da maioria dos micróbios patogênicos, quando não há equipamento de esterilização disponível. O vírus da hepatite tipo B é inativado após alguns minutos de fervura e isso também ocorre com o HIV, que é muito sensível ao calor.Entretanto, a fim de termos certeza, a fervura deverá ser mantida por 20 minutos. Desinfecção por produtos químicos - Deve ser lembrado, neste ponto, que para cada tipo de substância desinfetante existe uma indicação própria em termos de exposição, diluição e uso. Por exemplo, os fenóis sintéticos são adequados para a desinfecção de superfícies fixas com exposição de 10 minutos ou para desinfecção de artigos semicríticos com tempo de exposição de 30 minutos. Desinfecção mecânica com produto químico - Para superfícies de mobiliários e de equipamentos, é aceitável desinfectar passando um pano de limpeza embebido em desinfetante apropriado. 140 ESTERILIZAÇÃO Destruição de microrganismos, inclusive os esporulados. Risco Biológico 141 ESTERILIZAÇÃO Esterilização pelo calor seco Estufa de ar quente Flambagem Risco Biológico Esterilização pelo calor seco Dois são os principais métodos de esterilização pelo calor seco: flambagem e uso de estufa de ar quente. A flambagem é um método relativamente simples, mas só empregado para objetos metálicos que possam ser aquecidos ao rubro na parte azul de uma chama. Usa-se este método mais comumente em laboratórios de análises clínicas. A estufa de ar quente consiste de uma câmara fechada na qual o ar interior é aquecido através de um gás ou de elementos elétricos. Os objetos são submetidos a temperatura que garanta a esterilização. É geralmente indicado para esterilizar materiais de vidro, instrumentos de metal,óleos e pós. Não é aconselhável para roupas, gazes, algodão e borracha, que podem ser estragados pelo processo. O calor seco provoca a morte dos microorganismos por oxidação (com perda total de água da célula) e carbonização de seus elementos. A esterilização pelo calor seco exige exposição do material por duas horas, a 170ºC, em estufa. 142 ESTERILIZAÇÃO Esterilização pelo calor úmido Esterilização por autoclave Risco Biológico Esterilização pelo calor úmido O calor úmido tem maior poder de penetração nos materiais (com exceção de óleos e pós) do que o calor seco. Por isso, para uma mesma temperatura, o calor úmido requer menor tempo de exposição. A esterilização pelo vapor ou calor úmido (esterilização por autoclave) é o método aconselhado para instrumentos médicos reutilizáveis, incluindo agulhas e seringas. Uma panela de pressão adequadamente modificada (do tipo OMS/UNICEF) poderia funcionar como autoclave pouco dispendiosa. Os autoclaves e as panelas de pressão deverão funcionar a 121o C durante pelo menos 20 minutos. Agora que já revisamos estes conceitos básicos, vamos falar sobre as normas de biossegurança, conhecidas como precauções universais, hoje chamadas precauções-padrão. 143 Higienização das Mãos 144 Higienização das Mãos Mãos → principal via de transmissão de microrganismos Risco Biológico As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos durante a assistência prestada aos pacientes, pois a pele é um possível reservatório de diversos microrganismos, que podem se transferir de uma superfície para outra, por meio de contato direto (pele com pele), ou indireto, através do contato com objetos e superfícies contaminados. 145 LAVAGEM DAS MÃOS água e sabão comum Remoção mecânica de sujidades e microorganismos presentes na pele HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS lavagem das mãos + anti-séptico remoção mecânica de sujidades e microrganismos, ↓ na carga microbiana Risco Biológico 146 Higienização das Mãos Substâncias para higienização das mãos: água e sabão + preparação alcoólica água e sabão + anti-séptico Risco Biológico As mãos dos profissionais que atuam em serviços de saúde podem ser higienizadas utilizando-se: água e sabão, preparação alcoólica e anti-séptico. A utilização de um determinado produto depende das indicações descritas abaixo: USO DE ÁGUA E SABÃO Indicação • Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos corporais. • Ao iniciar o turno de trabalho. • Após ir ao banheiro. • Antes e depois das refeições.•Antes de preparo de alimentos. •Antes de preparo e manipulação de medicamentos. • Nas situações descritas a seguir para preparação alcoólica. 147 Higienização das Mãos Uso de preparação alcoólica Antes e após o contato com o paciente (procedimentos assistenciais, manipulação de dispositivos invasivos, exposição a fluidos corporais) Antes e após remoção de luvas Risco Biológico USO DE PREPARAÇÃO ALCOÓLICA Indicação: Higienizar as mãos com preparação alcoólica quando estas não estiverem visivelmente sujas, em todas as situações descritas a seguir: Antes do contato com o paciente: Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde. Exemplos: exames físicos (determinação do pulso, da pressão arterial, da temperatura corporal); contato físico direto (aplicação de massagem, realização de higiene corporal); e gestos de cortesia e conforto. - Após contato com o paciente: Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do próprio paciente. - Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos Invasivos Objetivo: proteção do paciente, evitando a transmissão de microrganismos oriundos das mãos do profissional de saúde. Exemplos: contato com membranas mucosas (administração de medicamentos pelas vias oftálmica e nasal); com pele não intacta (realização de curativos, aplicação de injeções); e com dispositivos invasivos (cateteres intravasculares e urinários, tubo endotraqueal). - Após risco de exposição a fluidos corporais: Objetivo: proteção do profissional e das superfícies e objetos imediatamente próximos ao paciente, evitando a transmissão de microrganismos do paciente a outros profissionais ou pacientes. 148 Higienização das Mãos Anti-séptico: associam detergentes com anti-sépticos Higienização anti-séptica das mãos - Nos casos de precaução de contato recomendados para pacientes portadores de microrganismos multirresistentes. - Nos casos de surtos. Risco Biológico USO DE ANTI-SÉPTICOS Estes produtos associam detergentes com anti-sépticos e se destinam à higienização anti-séptica das mãos e degermação da pele. Indicação: Higienização anti-séptica das mãos • Nos casos de precaução de contato recomendados para pacientes portadores de microrganismos multirresistentes. • Nos casos de surtos. Degermação da pele • No pré-operatório, antes de qualquer procedimento cirúrgico (indicado para toda equipe cirúrgica). • Antes da realização de procedimentos invasivos. Exemplos: inserção de cateter intravascular central, punções, drenagens de cavidades, instalação de diálise, pequenas suturas, endoscopias e outros. 149 Sabões Uso sabonete líquido tipo refil ANVS n. 481, de 23 de setembro de 1999. Higienização das Mãos Risco Biológico Nos serviços de saúde, recomenda-se o uso de sabão líquido, tipo refil, devido ao menor risco de contaminação do produto. Este insumo está regulamentado pela resolução ANVS n. 481, de 23 de setembro de 1999. 150 Agentes Sépticos Objetivo: reduzir o número de microorganismos transitórios e residentes Alcoóis, Clorexidina, Compostos de iodo, Iodóforos e Triclosan. Higienização das Mãos Risco Biológico São substâncias aplicadas à pele para reduzir o número de agentes da microbiota transitória e residente. Entre os principais anti-sépticos utilizados para a higienização das mãos, destacam-se: Álcoois, Clorexidina, Compostos de iodo, Iodóforos e Triclosan. 151 IMPORTANTE Na aquisição de produtos anti-sépticos, deve-se verificar se estes estão registrados na Anvisa/MS. As informações sobre os produtos registrados na Anvisa/MS utilizados para a higienização das mãos estão disponíveis no endereço eletrônico: http://www.anvisa.gov.br/scriptsweb/index.htm. 152 Papel Toalha Absorvente Não liberar partículas Uso individual (folha a folha) Higienização das Mãos Risco Biológico O papel-toalha deve ser suave, possuir boa propriedade de secagem, ser esteticamente aceitável e não liberar partículas. Na utilização do papel-toalha, deve-se dar preferência aos papéis em bloco, que possibilitam o uso individual, folha a folha. No processo de higienização das mãos, não é indicado o uso de secadores elétricos, uma vez que raramente o tempo necessário para a secagem é obedecido, além de haver dificuldade no seu acionamento. Eles podem, ainda, carrear microrganismos. O acionamento manual de certos modelos de aparelho também pode permitir a recontaminação das mãos. 153 Higienização das Mãos – Itens Necessários – Sempre que houver paciente (acamado ou não), examinado, manipulado, tocado, medicado ou tratado, é obrigatória a provisão de recursos para a higienização das mãos (por meio de lavatórios ou pias) para uso da equipe de assistência. Nos locais de manuseio de insumos, amostras, medicamentos, alimentos, também é obrigatória a instalação de lavatórios / pias. Os lavatórios ou pias devem possuir torneiras ou comandos que dispensem o contato das mãos quando do fechamento da água. Deve ainda existir provisão de sabão líquido, além de recursos para secagem das mãos. No lavabo cirúrgico, o acionamento e o fechamento devem ocorrer com cotovelo, pé, joelho ou célula fotoelétrica. Junto aos lavatórios e às pias, deve sempre existir recipiente para o acondicionamento do material utilizado na secagem das mãos. Este recipiente deve ser de fácil limpeza, não sendo necessária a existência de tampa. No caso de se optar por mantê-lo tampado, o recipiente deverá ter tampa articulada com acionamento de abertura sem utilização das mãos. Para os ambientes que executem procedimentos invasivos, cuidados a pacientes críticos ou que a equipe de assistência tenha contato direto com feridas, deve existir, além do sabão já citado, provisão de anti-séptico junto às torneiras de higienização das mãos. 154 Exercícios do site Biossegurança Aula Teórica 5 Conteúdo Doenças ocupacionais por agentes biológicos, conduta e normas de biossegurança (HIV e Hepatite B) http://www.infectologia.org.br/default.asp?site_Acao=mostraPagina&paginaId=158 156 Doenças Ocupacionais por Agentes Biológicos Conduta e Normas de Biossegurança EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A MATERIAL BIOLÓGICO Biossegurança - Contato de mucosas, pele não íntegra ou acidente percutâneo com sangue ou qualquer outro material biológico potencialmente infectante. 158 Registro do Acidente de Trabalho SINABIO (Sistema de Notificação de Acidentes Biológicos) – Condições do acidente – Dados do paciente-fonte – Dados do profissional de saúde Biossegurança A notificação do acidente biológico deve ser feita ao SINABIO (Sistema de Notificação de Acidentes Biológicos), Registro do Acidente de Trabalho • Registro com informações sobre: – Condições do acidente – Dados do paciente-fonte – Dados do profissional de saúde • Formulário específico para a comunicação de acidente de trabalho – CAT (comunicação de acidente de trabalho) 159 Exposições percutâneas Exposições em mucosas Exposições cutâneas Biossegurança As exposições que podem trazer riscos de transmissão ocupacional do HIV e dos vírus das hepatites B (HBV) e C (HCV) são definidas como: Exposições percutâneas – lesões provocadas por instrumentos perfurantes e cortantes (p.ex. agulhas, bisturi, vidrarias); Exposições em mucosas – p.ex. quando há respingos na face envolvendo olho, nariz, boca ou genitália; Exposições cutâneas (pele não-íntegra) – p.ex. contato com pele com dermatite ou feridas abertas; 160 Biossegurança 161 Biossegurança O sangue foi o fluido notificado em 82% das exposições e agulhas com luz foram os instrumentos responsáveis por 63% das exposições. Não foram relatadas soro-conversões por HIV, VHB, VHC, relacionadas com acidentes, entre os casos notificados até o momento do estudo. 162 Biossegurança 163 Biossegurança Precauções básicas ou precauções padrão são normatizações que visam reduzir a exposição aos materiais biológicos.Essas medidas devem ser utilizadas na manipulação de artigos médico-hospitalares e na assistência a todos os pacientes, independente do diagnóstico definido ou presumido de doença infecciosa (HIV/aids, hepatites B e C). 164 Biossegurança Precauções básicas ou precauções padrão – Equipamento de Proteção Individual – Manipulação e descarte de material perfurocortante Precauções Básicas Medidas de prevenção que devem ser utilizadas na assistência a todos os pacientes, quando há manipulação de sangue, secreções e excreções e contato com mucosas e pele não íntegra. Isto independe do diagnóstico definido ou presumido de doença infecciosa. – Equipamento de Proteção Individual – Manipulação e descarte de material pérfurocortante Equipamento de Proteção Individual • Luvas – possibilidade de contato com sangue, secreções e excreções com mucosas ou pele não íntegra • Máscaras, Gorros e Óculos de proteção – possibilidade de respingo de sangue ou outros fluidos corpóreos nas mucosas da boca, nariz e olhos • Capotes – possibilidade de contato com material biológico • Botas – proteção dos pés em locais úmidos ou com quantidade significativa de material infectante. 165 VACINAÇÃO prevenção de algumas doenças infecciosas de possível transmissão em unidades de saúde Biossegurança A vacinação é prevenção de algumas doenças infecciosas de possível transmissão em unidades de saúde (hepatite B, sarampo, influenza, caxumba, rubéola). A vacinação adequada de profissionais da saúde diminui o risco de aquisição destas doenças, por diminuir o número de susceptíveis a doenças imunopreveníveis e deveria ser realizada previamente ao ingresso destes profissionais em sua prática, o que ocorre raramente no Brasil. 166 As recomendações deste calendário levam em consideração os riscos ocupacionais específicos de cada atividade e as vacinas, por este motivo, são especialmente indicadas. profissionais da área da saúde: médicos, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, patologistas e técnicos de patologia, dentistas, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, pessoal de apoio, manutenção e limpeza de ambientes hospitalares, maqueiros, motoristas de ambulância, técnicos de RX e outros profissionais que freqüentam assiduamente os serviços de saúde, tais como representantes da indústria farmacêutica. Comentários: 1. Vacinas contra-indicadas para os imunodeprimidos: todas as vacinas vivas (contra a poliomielite oral, a varicela, o sarampo, a rubéola, a caxumba e a febre amarela, e a vacina BCG); estas vacinas poderão ser indicadas a critério medico, em imunodeprimidos, quando, após avaliação do estado imunológico X risco de adoecimento. 2. A vacinação combinada contra as hepatites A e B é preferível à vacinação isolada contra as hepatites A e B, exceto quando o resultado de teste sorológico indique presença de imunidade contra uma delas. 3. Esquemas especiais de vacinação contra a hepatite B: a) imunocomprometidos e renais crônicos: dobro da dose usual, ou seja, 2ml = 40mg, em quatro aplicações por via intramuscular (0-1-2-7); b) imunocompetentes com alto risco de exposição: dose usual, ou seja, 1ml = 20mg, em quatro aplicações por via intramuscular (0-1-2-7). 4. A partir do 140 dias após a última dose é preciso verificar títulos de anticorpos para avaliar eventual necessidade de dose adicional. Profissionais que permanecem em risco devem fazer acompanhamento sorológico a cada 6 meses ou 1 ano e receber dose de reforço quando estes forem menores que 0,5 UI/ml. 167 Biossegurança HEPATITE B HEPATITE B A vacinação pré-exposição de pessoas susceptíveis é o meio mais efetivo para impedir a transmissão da hepatite B e para quebrar a cadeia de transmissão da infecção a vacinação universal é necessária. Profissionais que exerçam atividade na área da saúde, do setor público ou privado devem ser vacinados. Profissionais com esquema incompleto recomenda-se dar seqüência ao esquema iniciado independente das datas de aplicação anterior. 168 Biossegurança 169 PROCEDIMENTOS PÓS-EXPOSIÇÃO C/ MATERIAL BIOLÓGICO: Biossegurança PELE ÍNTEGRA Lavar o local com água e sabão ou solução antiséptica (não constitui situação de risco) MUSOSA Lavar o local com soro fisiológico ou água em abundância PERCUTÂNEO Lavar o local e não fazer pressão no ferimento PROCEDIMENTOS RECOMENDADOS PÓS-EXPOSIÇÃO COM MATERIAL BIOLÓGICO NAS INSTITUIÇÕES DE SAÚDE EM GERAL: PROCEDIMENTOS IMEDIATOS Após exposição em pele íntegra lavar o local com água e sabão ou solução antiséptica com detergente (PVPI, clorexidina) abundantemente. O contato com pele íntegra não constitui situação de risco. Após exposição em mucosa lavar com soro fisiológico 0,9% ou água corrente em abundância, repetindo a operação por várias vezes. Se o acidente for percutâneo, lavar imediatamente o local com água e sabão ou solução antisséptica com detergente (PVPI, clorexidina). Não fazer pressão do local ferido, pois há um aumento da área lesada e, conseqüentemente, aumento da exposição ao material infectante. Não usar soluções irritantes como: éter, hipoclorito de sódio ou glutaraldeído. 170 PROCEDIMENTOS PÓS-EXPOSIÇÃO C/ MATERIAL BIOLÓGICO: Biossegurança Identificar o paciente-fonte (teste anti-HIV, Hepatite B e C) Comunicação da chefia - Se possível, identificar o paciente-fonte. Se este for identificado, providenciar sua autorização para a coleta de sangue e testagem anti-HIV, Hepatite B e Hepatite C. Com ou sem identificação do paciente-fonte, comunicar à chefia imediata, que preencherá a Ficha de Notificação de Acidentes Biológicos com Profissionais da Saúde e, encaminhar o trabalhador acidentado, com a Ficha de notificação, para a unidade de referência ou para o atendimento na própria unidade, quando esta dispuser de condições para tais cuidados. Em caso de exposição a material biológico NOTIFICAÇÃO DO ACIDENTE - Notificar à chefia imediata; - Notificar ao Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) ou médico do trabalho, para avaliação do acidente e encaminhamento aos serviços de referência para atendimento através de “Ficha de Notificação de Acidentes Biológicos”; Notificar o setor de Pessoal que deverá preencher a comunicação de Acidente de Trabalho (CAT ou similar). OBS: É impossível afirmar que o profissional se infectou em serviço se o acidente ocupacional não for devidamente notificado, portanto medidas que viabilizem este procedimento devem ser implementadas em todos os serviços de saúde. 171 Biossegurança Aula Teórica 6 Conteúdo EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO: - Equipamentos de proteção individual (EPI): conceito; uso de EPIs de acordo com a Norma Regulamentadora NR 6; apresentação dos principais EPIs na área da saúde. - Equipamentos de proteção coletiva (EPC): conceito; apresentação dos EPCs em laboratórios. 172 BIOSSEGURANÇA Equipamentos de Proteção Um risco biológico é um organismo, ou substância oriunda de um organismo que traz alguma ameaça (principalmente) à saúde humana. Constituem risco biológico o lixo hospitalar, amostras de microorganismos, vírus ou toxinas de origem biológica que causam impacto na saúde humana. Pode incluir também substâncias danosas a animais. O símbolo da biossegurança, que na realidade é o símbolo do risco biológico, foi desenvolvido pelo engenheiro Charles Baldwin, da Dow Chemical, em 1966, a pedido do Center for Disease Control - CDC-USA (New York Times Magazine, 2001), visando uma padronização na identificação de agentes biológicos de risco. Seu foco foi o de projetar um símbolo que não se alterasse com a posição da embalagem. Os modelos gerados (originalmente em vermelho),aparecem em diversas formas. 173 Equipamentos de Proteção Barreiras primárias para preservação da saúde do trabalhador Equipamentos de Proteção Individual (EPI) Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) 174 Biossegurança EPI Todo dispositivo ou produto de uso individual Objetivo: proteção contra riscos que possam ameaçar a segurança e a saúde no trabalho • São dispositivos
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