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Análise crítica segundo a Psicanálise do filme

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Análise crítica segundo a Psicanálise do filme:
Precisamos falar sobre Kevin
São Paulo
2018
Professora: Aspasia Papazanakis 
Membros do grupo:
Caroline Felix Santos - RA: N110DF-0
Leticia Pereira de Souza - RA: D03138-4
Mariana da Silva Souza - RA: C9910C-0
Monique Lisboa - RA: N923FC-1
RESUMO
 Este trabalho solicitado pela professora Aspasia Papazanakis tem como objetivo realizar uma leitura crítica e psicanalítica do filme “Precisamos falar sobre Kevin” baseado no livro da escritora Lionel Shriver. Realizaremos uma análise através do olhar da Psicanálise, buscando entender a constituição da consciência do sujeito Kevin perante a trama, visando compreender que um sujeito irá constituir-se através de suas relações primeiras, com seus pais, ou responsáveis durante o nascimento e infância, segundo Freud. A partir desta análise, visamos entender e buscar possíveis intervenções clínicas que poderiam ser feitas também, o que poderia evitar algumas falhas das funções dos resposáveis, e que desencadearia sintomas como os de Kevin.
SINOPSE DO FILME
Eva (Tilda Swinton) mora sozinha e teve sua casa e carro pintados de vermelho. Maltratada nas ruas, ela tenta recomeçar a vida com um novo emprego e vive temorosa, evitando as pessoas. O motivo desta situação vem de seu passado, da época em que era casada com Franklin (John C. Reilly), com quem teve dois filhos: Kevin (Jasper Newell/Ezra Miller) e Lucy (Ursula Parker). Seu relacionamento com o primogênito, Kevin, sempre foi complicado, desde quando ele era bebê. Com o tempo a situação foi se agravando mas, mesmo conhecendo o filho muito bem, Eva jamais imaginaria do que ele seria capaz de fazer.
O filme começa com a situação atual de Eva Khatchadourian (Tilda Swinton, sempre ótima), uma mulher em depressão, desempregada, vivendo sozinha sem rumo em uma casa de uma pequena cidade, onde sofre com o ódio de alguns moradores. Nesse ambiente tedioso e extremamente melancólico, vemos o cotidiano de Eva se costurar, por meio de flashbacks, com um passado não tão distante.
Casada com Franklin (John C. Reilly), ela dá à luz a Kevin, o primogênito da família, que gera conflito entre mãe/filho desde o berço. A relação entre os dois permeia todo o filme, até atingir o ápice na adolescência do garoto, muito bem interpretado pelo jovem Ezra Miller. O nascimento da doce Celia (Ashley Gerasimovich) vem complicar ainda mais a convivência de Eva com Kevin, que se mostra um filho exemplar para o pai, indiferente diante das tentativas da esposa de alertá-lo com relação às maldades do adolescente. (...)Em uma edição primorosa, que entrega em doses homeopáticas as peças deste quebra-cabeça tenso e mórbido, “Precisamos Falar Sobre o Kevin” tem um tom de suspense crescente e constante. 
INTRODUÇÃO
O ser humano é muito depende ao nascer, isso nos faz crer que o bebê não nasce com o psíquico pronto, isso irá sendo constituído de acordo com sua relação primordial com sua mãe ou seu respectivo cuidador. Por isso, essa relação e suas consequências serão muito importante para o seu desenvolvimento no futuro, já que a primeira linguagem subjetiva que se constitui é entre mãe e bebê. 
Nesse sentido, Rosenberg (1994) coloca que o infans vem ocupar um lugar que já está marcado pelo desejo do Outro, lugar que completa a mãe em seu desejo narcísico. Primeiramente o bebê se aliena à imagem do Outro – a mãe/função materna –, e assim uma nova demanda se configura: a de ser desejado por esse outro ou ter o outro como seu desejo. A criança fica fascinada, capturada por esse olhar do outro. Posteriormente, por conta da identificação da mãe a criança elas se unem formando uma relação dual, especular, imaginária, na qual a criança passa por uma dependência total na sua demanda pelo amor e cuidados da mãe (Rosemberg, 1994).
Dirigido por Lynne Ramsay, “Precisamos falar sobre Kevin”, irá contar a história de Kevin, interpretado pelo ator americano Ezra Miller, que vive um rapaz que desde a infância apresenta comportamentos com tendências antissociais e possível Transtorno de Conduta. Quando criança, Kevin não conseguia ter vínculos afetivos e fraternos com sua mãe Eva, interpretada pela atriz Tilda Swinton, tinha dificuldade em estabelecer uma relação entre irmãos com sua irmão mais nova Celia, interpretada por Ashley Gerasimovih, e também tinha dificuldades com a imposição de limites por parte do pai, Franklin, interpretado pelo ator John C. Reilly, que apresenta ser extremamente omisso na relação com o filho. A figura na sociedade que o pai tem como aquele que impõe a lei não é vista dessa forma por Kevin com relação à Franklin. 
Segundo o que Goldenberg (1998) afirma, “a presença patena tem a função de capacitar a criança a ter domínio da realidade, não praticar incesto, não matar, não roubar e aceitar que não pode fazer tudo o que deseja sem que hajam consequências”.
Com isso, este trabalho tem por objetivo realizar uma leitura psicanalítica do filme “Precisamos falar sobre Kevin” para compreender aspectos da constituição do sujeito presente no personagem do filme e o que isso pode nos trazer como estudantes de Psicologia ainda em formação.
METODOLOGIA
Este trabalho teve como objetivo fazer uma leitura psicanalítica do filme “Precisamos falar sobre Kevin” de Lynn Ramsey (2011), realizando um desenvolvimento crítico com base na teoria da Psicanálise, fazendo reflexões a partir do comportamento dos personagens do filme. Houve a escolha deste tema por trazer uma narrativa muito rica em detalhes, e mostrando de forma clara como a infância se faz importante na constituição do sujeito. 
ANÁLISE CRÍTICA SEGUNDO A PSICANÁLISE
Na infância, Kevin tinha problemas de relacionamento com sua mãe, inúmeras vezes a criança apresentou testar os limites de Eva, e também demonstrava não se sentia amado por ela, já que também não correspondia. Kevin até tinha um bom relacionamento com o pai Franklin, apesar da falta de limite pelo mesmo, e tinha uma relação de ciúmes com a sua irmã mais nova, Celia. 
Desde muito cedo Kevin apresenta sintomas do Transtorno de Conduta, que é definido como um padrão repetitivo e persistente de comportamentos, no qual os direitos básicos dos outros ou normas ou regras sociais importante e apropriadas à idade são desrespeitadas. As características apresentadas por transtorno segundo Trindade (2004), destaca-se por: pouca preocupação com o sentimento, desejo e bem-estar alheios; ausência ou prejuízo de sentimento de culpa; remorso inautêntico; responsabilidade de outras pessoas pelos seus atos; fraca tolerância à frustração; acesso de raiva e irritabilidade; imprudência e pouca empatia.
Além de Kevin naturalmente na adolescência ser um sujeito que desafia os pais, há um problema muito grave de comunicação entre a família. Eva tenta falar de suas preocupações com o comportamento do filho, porém não consegue ter um diálogo verdadeiro com ele. Exemplo disso é na cena em que Eva tenta explicar pro marido sobre sua parcela de culpa pelo acidente de sua filha mais nova, e se isentando totalmente da situação, Franklin diz a ela "Você precisa conversar com alguém, está louca". Isso demonstra a grade dificuldade por parte do pai em assumir a responsabilidade frente às atitudes e comportamentos do filho.
 A mãe e o pai de Kevin possuem dificuldade em assumir os papeis de respectivos responsáveis pela criança, o que abrange estabelecer regras, ter suas necessidades ouvidas e problemas expostos para que assim os pais possam desempenhar seu papel e que assim não haja a violação.
Existem alguns tipo de violência cometida pelos pais, uma delas é a Negligência, que define-se pelo ato de não atuação no suprimento de necessidades físicas, emocionais, higiências, e etc, as quais proporcionam um desenvolvimento saudável de quem quem está sendo cuidado. Há momentos no filme que isto fica claro, como quando ela segura o bebê pela primeira vez e não demonstra ter a maternidade como guia, esboça um sorriso não muito verdadeiro e chacoalhando a criança diversas vezes. Há tambémo momento em que Eva fica parada ouvindo o barulho das britadeiras ligadas na rua pela janela, onde se sente aliviada em ouvir um barulho que não seja o choro de Kevin.
Outro tipo de violência cometida pelos pais é a violência física. Em alguns momentos no filme há o abuso da autoridade dos pais e u uso da Violência Física. Segundo Guerra(1998), corresponde ao emprego da força física no processo disciplinador da criança ou adolescente, adulto ou idoso, sendo por meio de uma ação única ou repetida, não acidental, cometida por um adulto que provoque consequência leves como arranhões, machucados diversos e consequência pesada como a morte. Há um momento em que Eva bate na cara de Kevin com um tapa para fazê-lo parar de se intrometer na conversa dela com Franklin, e também quando ela o arremessa contra a parede por ele não fazer o que ela mandou.
Há outro tipo de violência que é a Violência Psicológica, baseada em toda ação que visa causar dano à autoestima, identidade, condição, escolha ou desenvolvimento da pessoa, estando associado à agressões verbais, hostilidade e ao dano à integridade mental e emocional do indivíduo. No filme podemos lembrar de algumas atitudes de violência psicológica por parte de Eva em relação à Kevin ainda muito criança, e posteriormente quando ele cresce, começa a cometer esse tipo de violência contra sua irmão mais nova Celia.
Todos os tipos de violência tiveram suas consequências psicologicas e fisicas em todos na familia e também a individuos de fora, como os que morreram no atentado que Kevin cometeu contra à escola em que estudava. O fato dos pais terem sido abusivos enquanto Kevin era criança trouxe sequelas de envolvimento afetuoso e nas relações de apego. Kevin tem perda no desenvolvimento emocional e cognitivo, usando seu conhecimento em Arco e Flecha para atirar no olho de sua irmã e cegá-la. Tem problemas de conduta quando se masturba sem se importar se a mãe está ali olhando, entope a pia de propósito para irritar Eva e mata o hamster de Celia e mais tarde comete o assassinato em massa na escola, atirando flechas contra os estudantes. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A psicoterapia se faz essencial quando há problemas no âmbito cognitivo e emocional e precisa-se de ajuda profissional, além do comprometimento com o bem-estar do indivíduo. Alguns dos personagens do filme sofreram complicações no decorrer da trama e se pôde perceber as consequências. 
A mãe de Kevin, Eva, apresentou ter sofrido depressão pós-parto, e por não ter buscado ajuda infelizmente deu continuidade a um sentimento de falta de responsabilidade com a própria vida e a do filho também. Eva é praticamente fortalecida ao sentimento de depressão, já que seu cônjuge pouco lhe dá estrutura e apoio com relação a ela e com relação à Kevin. 
 Kevin traz sintomas de Psicopatia, que se define por indivíduos que desenvolvem comportamentos desprovidos de culpa, remorso, sensibilidade e senso de responsabilidade ética, são pessoas de todos as classes sociais, etnias e gêneros nos mais diversos contextos culturais e sociais. Fica em evidência os sintomas da Psicopatia no momento em que Kevin sai da escola após o atentado que acabou de cometer, parece calmo e se entrega sem resistência para a polícia, olhando pra mãe com um olhar sarcástico. Por mais que o processo terapêutico com crianças com problemas de limites como Kevin seja difícil, já que há grande resistência por parte da criança e consequentemente dos pais em leva-la em uma sessão de terapia. No caso de Kevin, por exemplo, pequenas intervenções poderiam ter sido feitas a partir da relação mãe e bebê, visto que Eva não conseguiu se apropriar da função materna, e tal falha pode ter sido causada por vários motivos que vieram a interferir na capacidade materna para cuidar e envolver-se emocionalmente com seu filho. 
Um trabalho direcionado para o fortalecimento do vínculo mãe e filho, entre Eva e Kevin poderia ter sido realizado para que a mãe pudesse colocar em seu filho seu desejo e a partir deste desejo, supor a existência de um sujeito no bebê, para que ele possa advir como tal. O desenvolvimento psíquico do bebê ocorrerá a partir das experiências que ele vive do laço que vai sendo constituído entre o bebê e a mãe. Se os pais não supõem um sujeito capaz de responder, a partir da clínica com bebês o psicoterapeuta poderá supor um sujeito capaz de realizações, que possibilitará um reposicionamento destes pais em relação ao seu filho. 
O filme traz uma discussão muito interessante com relação a responsabilização das pessoas pelos seus atos e até que ponto o outro é responsável também. Além de trazer a discussão se a sociedade tem culpa nessa parte, quando a escola desde cedo pode com o auxilio da medicina e da psicologia a diagnosticar crianças com problemas desde cedo. 
Anexos
Bibliografia
- ROSENBERG, A. M. S. de. A constituição do sujeito e o lugar dos pais na análise com crianças. In: ________. O lugar dos pais na psicanálise de crianças. São Paulo: Escuta, p. 21-60, 1994.
- GOLDENBERG, G. W . (1998) . O pai simbólico está ausente na criança e no adolescente i frator. In D L. Levisky (Org. ). Adolescência pelos caminhos da violênci a: a psicanálise na prática social. (pp. 113 -1 28) . São Paulo: Casa do Psicólogo
- TRINDADE, J. (2004). Manual de Psicologia Jurídica. Para Operadores do Direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado
- FREUD, S. (1915) As pulsões e suas vicissitudes, v. XIV, ESB. RJ: Imago,1990.
- GUERRA, V. N.A . (1998). " Violência de pais contra filhos: a tragédia revisitada". 3 .a ed. São Paulo, Cortez. 
- FREUD, S. (1915) As pulsões e suas vicissitudes, v. XIV, ESB. RJ: Imago,1990.

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