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1 INSTITUTO WANDA HORTA CURSO TÉCNICO EM ENFERMAGEM Apostila Parnaíba - 2019 ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA 2 INTRODUÇÃO À ANATOMIA E FISIOLOGIA HUMANA A Anatomia é a ciência que estuda macro e microscopicamente a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados; é um dos estudos mais antigos da história da humanidade. É uma palavra grega, que significa cortar em partes, sem destruir os elementos. A anatomia é a parte da biologia que estuda a forma e a estrutura dos seres vivos, enquanto a Fisiologia visa conhecer o funcionamento do corpo humano. Dessa maneira, essas duas ciências caminham juntas, para explicar o corpo humano. 1.1 Uma breve história da Anatomia Humana O conhecimento anatômico do corpo humano data de quinhentos anos antes de Cristo no sul da Itália com Alcmeón de Crotona, que realizou dissecações em animais. Pouco tempo depois, um texto clínico da história hipocrática descobriu a anatomia do ombro conforme havia sido estudada com a dissecação. Hipócrates, principal contribuidor desta época, era considerado o pai da medicina ocidental e afirmou que o encéfalo além de estar envolvido nas sensações era também sede da inteligência. Além de Hipócrates, outro filósofo grego, Aristóteles (384–322 a. C), mencionou as ilustrações anatômicas, as quais eram baseadas na dissecação animal e de plantas. Aristóteles, considerado o fundador das Ciências Biológicas, acreditava que o coração era o centro do pensamento e da alma. Erasistratus de Chio (310 a.C. — 250 a.C.) foi um anatomista e médico grego, designado pai da fisiologia. Em conjunto com o filósofo grego Herófilo e encorajado pelo faraó Ptolomeu fundou a escola de anatomia de Alexandria. Era permitido aos dois dissecar humanos (não se sabe se realizaram em cadáveres ou indivíduos vivos) e consequentemente descobriram alguns mistérios do corpo humano e seu funcionamento. Antes da pesquisa em anatomia de Alexandria, todo o conhecimento vinha de dissecações de animais. O estudo da anatomia avançou consideravelmente na Alexandria, uma vez que hieróglifos e papiros desta época indicam interesse pela anatomia de animais e do homem (múmias). Muitas descobertas lá realizadas podem ser atribuídas a Herófilo e Erasístrato, os primeiros que realizaram dissecações humanas de modo sistemático. Herófilo (335 a.C. — 280 a.C.), em grego Herophilus, dissecou mais de 600 corpos e escreveu mais de um tratado de anatomia (“prensa de Herophilus”). Ele estudou o cérebro, reconhecendo este órgão como o centro do sistema nervoso e da inteligência. Dissecou e descreveu sete pares de nervos cranianos, identificando os voluntários e involuntários. Também distinguiu nervos de vasos sanguíneos e os nervos motores dos sensitivos. Outros objetos de estudo foram os olhos, fígado, pâncreas, as glândulas salivares, e o trato alimentar, assim como os órgãos genitais. Mumificação Herófilo dissecando o corpo humano 3 A partir do ano 150 a. C a dissecação humana foi de novo proibida por razões éticas e religiosas. O conhecimento anatômico do corpo humano continuou no mundo helenístico, porém só se conhecia através das dissecações em animais. Apesar disto, Claudius Galeno (131 – 200 D.C.), médico do imperador romano Marco Aurélio e fundador da fisiologia experimental, por meio de dessecações de macacos e porcos, provou que a secção da medula espinhal provoca paralisia abaixo do nível da secção e mostrou que a urina se forma nos rins e não na bexiga. Galeno aplicou depois os resultados na anatomia humana quase sempre corretamente; contudo, alguns erros foram inevitáveis devido à impossibilidade de confirmar os achados em cadáveres humanos. Galeno foi grande escritor e sua obra “Sobre o Uso das Partes do Corpo Humano” regeu a medicina por 14 séculos. O início da era cristã prejudicou o conhecimento anatômico, proibindo a dissecação dos corpos humanos. Dessa forma, o saber Galênico perpetuou falsas crendices estabelecidas por seus predecessores e contemporâneos. Na Idade Média a sacralidade do corpo impediu o progresso da anatomia (considerada crime cujo castigo era a fogueira). Porém, em 1315, na Universidade de Bolonha, foram as dissecções de cadáveres humanos, com finalidade de ensino, sendo obrigatório o uso de cadáver para cirurgiões. Leonardo de ser Piero da Vinci era observador, cientista e inventor representou a arte em anatomia e afirmava que a “Arte e ciência caminham de mãos dadas”. Seu desenho mais famoso, o Homem Vitruviano (1492), mostrou as proporções do corpo humano (simetria), ligando arte e ciência numa obra singular que representa o Humanismo Renascentista. A Arte como meio de difusão da anatomia nas universidades tornou as dissecações humanas parte integrante do currículo em Saúde. Porém, o número insuficiente e a rápida putrefação dos cadáveres levaram à prática de violação de sepulturas. Diante disto, foi emitido um Decreto oficial, permitindo o uso de cadáveres de criminosos e ladrões. A força e o dinamismo desmedidos do corpo humano atingiram seu ápice com Michelangelo Buonarotti. Ele passou pelo menos vinte anos adquirindo conhecimentos anatômicos através das dissecações que praticava pessoalmente, sobretudo no convento de Santo Espírito de Florença. Michelangelo também estudou o corpo humano a fundo. E para isso, dissecou e desenhou até que a figura deixasse de ter quaisquer segredos. A escultura de Moisés concluída em 1516 traz a estrutura de um ombro dissecado na perna do patriarca bíblico e as imagens do teto da Capela Sistina, que são imensas, mas anatomicamente corretas. Homem Vitruviano Capela Sistina Escultura de David 4 A anatomia foi totalmente reformada por Andreas Vesalius, em seu livro “De humani corporis fabrica”. Vesalius fazia dissecções brilhantes, com 28 anos de idade. A Fábrica de Corpos Humanos tornou- se o texto fundador da anatomia moderna, e inspirou uma série de sucessores. Como Vesalius, eles compararam seus resultados com os textos existentes, os erros foram corrigidos e produziram-se novos textos com ilustrações. A produção de imagens baseado na dissecção tornou-se um componente central da anatomia científica. Após a correção dos erros de outros anatomistas, expôs o esqueleto do corpo humano e dessa maneira foi considerado o Pai da Anatomia. Hoje em dia há a possibilidade de estudar anatomia mesmo em pessoas vivas, através de técnicas de imagem como a radiografia, a endoscopia, a angiografia, a tomografia computadorizada, a imagem de ressonância magnética nuclear, a ecografia, a termografia e outras. 1.2. Ramos da Anatomia Em função da complexidade do corpo humano, a Anatomia Humana é dividida em vários ramos (áreas) de estudo para poder melhor estudar os órgãos, sistemas, funcionamentos e interações com o meio ambiente. Embora sejam ramos separados, existe uma forte integração entre todos eles para poder gerar os conhecimentos necessários. Os ramos da anatomia são: Anatomia Sistemática - estuda os elementos do corpo humano, descrevendo suas formas, suas relações, sua estrutura e constituição. Divide e estuda o corpo através de sistemas. É também chamada de Anatomia Descritiva. Anatomia Topográfica - estuda o corpo humano por regiões. É também chamada de Anatomia Regional. Anatomia Microscópica - estudo do corpo humano com uso intensivo de microscópios. Foca principalmente o estudo dos órgãos e partes do corpo humano que não podem ser visualizados sem o uso de microscópio. Anatomia Patológica ou clínica - voltada para o diagnóstico de doenças e a degradação dos órgãos. Enfatiza a estrutura e a função à medida que se relacionam com a prática da medicina e outras ciências da saúde. Anatomia Radiográfica - estudo do corpo humano através de imagens. Anatomia Funcional - estuda as funções dos órgãos do corpo humano. É tambémchamada de Anatomia Fisiológica. Anatomia Morfológica - estuda as formas externas do corpo humano. Anatomia do desenvolvimento - relacionada ao estudo do momento da fertilização até o nascimento. 5 Anatomia Regional: é o método de estudo do corpo por regiões, como o tórax e o abdome. A anatomia de superfície é uma parte essencial do estudo da anatomia regional. 1.3. Organização geral do corpo humano Para o estudo do funcionamento do corpo humano é necessário o conhecimento da menor unidade viva do corpo humano, a CÉLULA. O ser humano é composto por células tão pequenas que só são visualizadas pelo microscópio. Cada órgão é um agregado de numerosas células. É muito variável as formas das células que constituem o organismo humano, mas todas elas são formadas, fundamentalmente, por 3 partes: Membrana Celular: camada que envolve a célula. Através de seus poros a membrana seleciona os nutrientes e outras substâncias a serem absorvidos. Citoplasma: É a porção da célula situada por dentro da membrana. Formado por substâncias proteínas, lipídios, glicídios, sais minerais e água. Local onde ocorrem as transformações químicas (metabolismo). Núcleo: É um corpúsculo imerso no citoplasma, responsável por regular todas as funções da célula, principalmente sua reprodução. Apresenta os cromossomos (formado pelos genes), responsáveis pela ativação e transmissão de Caracteres. A membrana celular, o citoplasma e o núcleo atuam de maneira integrada nos processos vitais da célula, como: absorção, metabolismo, eliminação das toxinas, armazenamento das substâncias oferecidas em excesso, fagocitose e locomoção. O corpo humano tem como unidade anátomo-funcional a CÉLULA. Um agrupamento de células da mesma natureza constitui o TECIDO. A reunião de vários tecidos constitui um ÓRGÃO. Diversos órgãos reunidos formam um SISTEMA. A união de todos os sistemas forma o ORGANISMO. CÉLULA - TECIDO - ÓRGÃO - SISTEMA - ORGANISMO. 1.3.1 Tecidos do corpo humano Os tecidos humanos são o tecido epitelial, o conjuntivo, o muscular e o nervoso. Tecido Epitelial: É o tecido de revestimento, que forma as membranas e recobre toda a superfície corpórea, externa e internamente (cavidades, mucosas, etc). Funções: Proteção contra ações mecânicas, absorção de substâncias (ex. epitélio intestinal), excreção de substâncias (glândulas) e função sensorial a diferentes estímulos (ex. tato). 6 Tecido Conjuntivo: conhecido como tecido conectivo. Tem como função a sustentação, o preenchimento a defesa e a nutrição do corpo. Suas fibras podem ser de três tipos: fibras colágenas, elastinas e reticulares. O tecido conjuntivo divide-se em: Tecido Conjuntivo Frouxo: forma a estrutura dos órgãos (pele, mucosas, glândulas). Tecido Conjuntivo Fibroso/ Denso: resistente à tensão e grande flexibilidade (tendões dos músculos, e cápsulas envoltórias de órgãos). Tecido Adiposo: formado por células adiposas, preenchendo todos os espaços vazios. Funciona como reserva alimentar, como sustentação para órgãos, proteção contra o frio e ações mecânicas. Tecido Cartilaginoso: formado por substâncias que promovem a sustentação do corpo com resistência elástica a pressão (ex. traqueia, brônquios e articulações). Tecido Ósseo: constitui os ossos do organismo. Tecido Hematopoético: responsável pela produção dos elementos do sangue. Tecido Muscular: formado por células alongadas, conhecidas como fibras musculares. São responsáveis pela contração e relaxamento corporal. A musculatura é responsável pelos movimentos do organismo. Dividem-se em 3 tipos: Tecido Muscular Liso: forma a parede dos órgãos. Tecido Muscular Esquelético: Musculatura superficial do corpo. Tecido Muscular Cardíaco: Forma do músculo do coração. Tecido Nervoso: É um dos tecidos mais especializados do organismo, e forma o sistema Nervoso. É sensível a diferentes tipos de estímulos dentro ou fora do organismo, sendo capaz de conduzir os impulsos nervosos de maneira rápida e eficiente à todo o corpo. 1.3.2 Sistemas orgânicos O corpo humano é formado pelos sistemas: cardiovascular, respiratório, digestório, nervoso, sensorial, endócrino, excretor, urinário, reprodutor, esquelético, muscular, imunológico, linfático, tegumentar. Cada um deles envolve órgãos que atuam para a realização das funções vitais do organismo. Esquelético: Sustenta o corpo, protege os órgãos internos e participa da locomoção, além de ser reserva de cálcio. Muscular: Atua na locomoção do corpo e nos movimentos involuntários de alguns órgãos. Tegumentar: A pele e seus anexos atua como barreira e proteção, também controla a temperatura corporal e tem papel sensorial. Nervoso: Estabelece comunicação entre as diversas partes do corpo, elaborando respostas aos estímulos. Sensorial: Captam estímulos do ambiente e enviam ao sistema nervoso que produz resposta imediata. Cardiovascular: Faz o transporte dos nutrientes e gases pelo corpo através do sangue. Imunológico: Atua por meio de células de defesa e órgãos imunitários para proteger o corpo de patógenos. Linfático: Defende o organismo de infecções, detectando agentes invasores e toxinas na linfa. Respiratório: Realiza a troca de gases entre o sangue e o ar, absorve oxigênio e elimina o gás carbônico. Digestório: Envolve ingestão e quebra dos alimentos, absorção dos nutrientes e eliminação dos resíduos. Excretor: Elimina as excretas, substâncias indesejáveis ao corpo, produzidas no metabolismo. Urinário: Participa do processo de excreção, eliminando principalmente ureia através da urina. Reprodutor: Permite a continuação da espécie através do processo reprodutivo, que envolve 7 hormônios e sexualidade. Endócrino: Produz os hormônios (nas glândulas) que atuam sobre as células do corpo, regulando seu funcionamento. 1.4. Terminologia anatômica São termos utilizados para designar e descrever padronizado o organismo ou suas partes. É uma linguagem específica, internacional (base no latim), que denomina a estrutura de forma uniformizada. Ao identificar uma estrutura no organismo, a nomenclatura procura adotar termos que tragam alguma descrição da referida estrutura. Os termos podem indicar: Forma - Ex.: Músculo trapézio; Posição ou situação - Ex.: Nervo mediano Trajeto - Ex.: Artéria circunflexa da escápula Conexões - Ex.: Ligamento sacro-ilíaco Função - Ex.: Músculo Levantador da escápula Outros Termos Anatômicos: Anterior/ Ventral/ Frontal = à frente Posterior/ Dorsal = parte de trás Inferior/ Caudal = embaixo Superior/ Cranial = acima Medial/ Interno = próximo do eixo sagital mediano Lateral/ Externo = afastado do plano sagital mediano Proximal e Distal = próximo ou afastado a raiz do membro Próximo ou afastado a origem do vaso. Superficial/Profundo = mais perto ou afastado a superfície. Homolateral/ Ipsilateral = mesmo lado Contralateral = lado oposto. 8 DIVISÃO DO CORPO HUMANO Classicamente o corpo humano é dividido em cabeça, tronco e membros. A cabeça se divide em face e crânio O tronco em pescoço, tórax e abdome. Os membros em superiores e inferiores O membro superior é dividido em ombro, braço, antebraço e mão O membro inferior é dividido em quadril, coxa, perna e pé. Variação anatômica X Normalidade Variação Anatômica: são variações existentes entre os seres humanos, que não prejudicam suas funções. Essas variações são consideradas fora do padrão “normal” encontrado na maior parte dos organismos. A simples observação de um grupamento humano evidencia de imediato as diferenças morfológicas entre os elementos que compõe o grupo. 9 Anomalia ocorre quando o desvio do padrão anatômico perturba a função. Podem ser: congênitas e adquiridas. A anomalia congênita é aquela adquirida antes do nascimento ou mesmo posterior a tal, no primeiro mês de vida,seja qual for a sua causa. Uma anomalia adquirida é o que acontece após o nascimento. Esta condição ocorre quando você nasceu com os membros normais, mas sofreu uma fratura óssea durante a infância. Monstruosidade ocorre quando é muito acentuada de modo a deformar profundamente a construção do corpo do indivíduo, sendo, em geral, incompatível com a vida. Os fatores que podem levar a uma variação anatômica são: sexo, idade, raça, biótipo, evolução, etc. POSIÇÃO ANATÔMICA (POSIÇÃO DE ESTUDO) Posição de sentido com pés paralelos, membros inferiores paralelos e estendidos, membros superiores unidos ao longo do corpo, palmas da mão voltadas para frente e olhar no infinito. A posição anatômica é uma posição de referência, que dá significado aos termos utilizados na descrição nas partes e regiões do corpo. As discussões sobre o corpo, o modo como se movimenta; sua postura ou a relação entre uma e outra área assumem que o corpo como um todo está numa posição específica chamada POSIÇÃO ANATÔMICA. Deste modo, os anatomistas, quando escrevem seus textos, referem-se ao objeto de descrição considerando o indivíduo como se estivesse sempre na posição padronizada. Posição Supina ou Decúbito Dorsal: o corpo está deitado com a face voltada para cima. Posição Prona ou Decúbito Ventral: o corpo está deitado com a face voltada para baixo. Decúbito Lateral: o corpo está deitado de lado. Posicionamento: há diferentes posições com a finalidade de proporcionar conforto, realizar exames, tratamentos e cirurgias. - A enfermagem deve conhecê-las para ajudar o paciente a adotar posições específicas. - Decúbito dorsal, ventral ou lateral - O paciente se deita de costas no colchão, com extremidades inferiores apoiadas em coxim e superiores sobre o abdome. Sob a cabeça coloca-se um travesseiro. Cobre-se o paciente com lençol. Esta posição é muito utilizada para exame físico. 10 Posição de Fowler: Posição em que o paciente fica semi-sentado, com apoio sob os joelhos. É indicada para descanso, para pacientes com dificuldades respiratórias. Decúbito ventral ou de prona: É a posição em que o paciente fica deitado sobre o abdome, com a cabeça lateralizada . É indicada para exames da coluna vertebral e região cervical. Decúbito lateral ou Sims: O paciente assume posição lateral esquerda ou direita. O membro inferior que está sob o corpo deve permanecer esticado e o membro inferior acima deve permanecer flexionado. Essa posição é utilizada para enemas, repouso. Genupeitoral: O paciente se mantem ajoelhado sobre o colchão com o tórax na cama. Os membros superiores ficam flexionados nos cotovelos, repousam sobre a cama, auxiliando a amparar o paciente. Esta posição é utilizada para exames vaginais e retais. Ginecológica: A pessoa fica deitada de costas, com as pernas flexionadas em suportes (perneiras). Cobre-se a paciente com lençol em diagonal. Esta posição é utilizada para cirurgias por vias baixas, exames ginecológicos. 11 Litotômica: É considerada uma modificação da ginecológica. A paciente é colocada em decúbito dorsal, com ombros e cabeça ligeiramente elevados. As coxas, bem afastadas uma da outra são flexionadas sobre o abdome. Essa posição é utilizada para partos normais, cirurgias ou exame do períneo, vagina e bexiga. Trendelemburg: Posição em que o corpo fica inclinado, com a cabeça em plano mais baixo que o restante do corpo. É indicada para facilitar drenagem de secreções brônquicas e para melhorar o retorno venoso. PLANOS SECCIONAIS ANATÔMICOS: cortam o corpo em determinadas direções. Plano Sagital: corta o corpo no sentido ântero-posterior; divide o corpo em direita e esquerda. Plano Frontal/ Coronal: corta o corpo lateralmente, da direita para a esquerda e vice-versa, determinando sempre uma estrutura anterior e posterior. Plano Transversal: corta o corpo transversalmente determinando sempre uma porção superior e inferior. Plano Sagital Plano Frontal Plano Transversal EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 2. Conceitue Anatomia e Fisiologia. 3. O que é célula? Cite suas estruturas. 4. Caracterize os tipos de tecidos. 5. Cite exemplos: Tecidos, Órgãos Sistemas: 12 6. Diferencie: variação anatômica, anomalia e monstruosidade. 7. Caracterize a posição anatômica. 8. Quais os planos de delimitação do corpo humano? TESTES 9. O termo que descreve o padrão de crescimento físico na direção: cabeça para os pés, desde a concepção até aos primeiros anos de vida, é denominada pela expressão. a) Proximal-distal b) Céfalo-caudal c) Endomorfia d) Mesomorfia 10. Em relação aos planos e eixos anatômico do corpo humano, examine as alternativas abaixo e marque a correta: a) O plano de secção sagital divide o corpo em metades superior e inferior. b) O eixo transversal une o centro de um plano inferior esuperior. c) O plano de secção frontal divide o corpo em duas metades anterior e posterior. d) O eixo sagital une o centro de plano lateral a outro. e) O plano de secção transversal divide o corpo em duas metades direita e esquerda. 11. Eixos são linhas imaginárias traçadas no indivíduo “incluindo no paralelepípedo”. Elas seguem direções ortogonais: a) Sagital, Longitudinal eTransversal b) Sagital, Longitudinal e Lateral c) Sagital, Medial eTransversal d) Sagital, Medial e Lateral e) Sagital, Lateral eTransversal 12. Relacione: I. Tecido Nervoso II. Tecido Epitelial III. Tecido Muscular IV. Tecido Conjuntivo ( ) Revestimento do corpo e dos órgãos internos. ( ) Preenchimento de espaços, sustentação, transporte, cicatrização. ( ) Transmissão de estímulos e respostas. ( ) Contração e distensão dos órgãos. ( ) Secreção glandular. 13. A ordem correta de cima para baixo é: a) 4-3-1-1-2 b) 4-4-1-3-2 c) 2-3-3-1-4 d) 3-4-3-1-2 e) 2-4-1-3-2 14. Sobre os planos imaginários que dividem o corpo humano, marque a alternativa INCORRETA: a) O plano de secção paralelo ao cranial, podálico e caudal são verticais, portanto sagital. b) Fazendo dois planos verticais um tangente ao ventre e outro dorsal, temos os planos anterior e posterior. c) O plano que divide em metades direita e esquerda é o mediano. d) Os planos de secção paralelos aos planos ventral e dorsal são ditos frontais. 15. Quais são os tecidos que formam os órgãos do corpo? Qual a função de cada um? 13 16. Dê o significado dos seguintes termos: A. superior B. caudal C. medial D. ventral E. distal F. superficial 17. Descreva a posição anatômica 18. Como dividimos o corpo humano para estudo da anatomia? 19. Identifique e escreva o nome dos Planos de Secção: SISTEMA ESQUELÉTICO Formado por 206 ossos, cartilagens e articulações. Têm as funções de sustentação do organismo, proteção de órgãos nobres (coração, pulmão), formação de sistema de alavancas, armazenamento de minerais (cálcio) e produção de células sanguíneas. Divide-se em esqueleto axial (cabeça, pescoço e tronco) e apendicular (membros) que são unidos por meio das cinturas articulares (cíngulos). CONSTITUIÇÃO ÓSSEA Os ossos são órgãos esbranquiçados, muito duros, que unidos uns aos outros, por intermédio das articulações constituem o esqueleto. É um tecido vivo, complexo e dinâmico (são vascularizados e inervados). Participa de um contínuo processo de remodelamento dinâmico, produzindo osso novo e degradando o velho. Os ossos são formados por substâncias responsáveis pela sua consistência e por sua firmeza, que são: Colágeno: Substância orgânica que constitui uma rede no espaço intercelular. É uma proteína que lhes concede elasticidade, flexibilidade e resistência. Sua falta torna o osso quebradiço. Sais Minerais: São as substâncias inorgânicas responsáveis pela rigidez característica dos ossos, destacando os sais de cálcio e de fósforo. Os sais ligam- se ao colágeno, tornandoo osso rígido. Camadas do Tecido Ósseo Periósteo: tecido conjuntivo que reveste a superfície externa do osso, exceto nas articulações; formando uma membrana dura e resistente. Protege o osso, serve como ponto de fixação para os músculos e contém vasos sangüíneos. Os vasos sanguíneos penetram no interior do osso, ao contrário dos nervos, que acompanham os vasos sanguíneos, mas permanecem no periósteo. Tecido Compacto: células são bem unidas, proporcionando certa rigidez. Localizadas na camada superficial do osso promove proteção, suporte e resiste às forças produzidas pelo peso e movimento. Nos ossos longos encontram-se na diáfise. Tecido Esponjoso: as células deixam espaços entre si, proporcionando um tecido menos rígido e com 14 aspecto poroso, ocupado pela medula óssea. Localizado na camada óssea profunda. Nos ossos longos encontra-se nas epífises. Medula Óssea: células que preenchem as cavidades do tecido esponjoso. Nos ossos longos está contida em uma cavidade central denominada canal medular. Compreende 2 tipos: o Medula Óssea Vermelha: produzem as diferentes células sanguíneas e suas precursoras. Localiza-se na epífise dos ossos longos. o Medula Óssea Amarela: Composta de tecido adiposo é encontrada na diáfise dos ossos longos. o No recém-nascido, toda a medula óssea é vermelha. Já no adulto, a medula vermelha fica restrita aos ossos chatos e às vértebras. Nos ossos longos a medula vermelha transforma-se em amarela, com o passar dos anos. Crescimento Ósseo O osso é um tecido vivo e ativo, que cresce se desenvolve e se renova. Na infância, o osso sofre um processo de constante remodelação e fortalecimento, até amadurecer em seu estado adulto, durante a adolescência. Nos ossos, encontramos 3 células ósseas principais responsáveis por sua formação, destruição e remodelação. São elas: Osteoblastos responsáveis pela formação do osso. Eles sintetizam e segregam o colágeno, que se alinha organizadamente, onde se deposita o cálcio e o fosfato, formando os cristais ósseos. Osteoclastos são as células que se encarregam da remodelação do osso. Associado com a absorção, ou destruição óssea. Em condições normais, deve existir um equilíbrio entre o processo de formação e de destruição óssea. Fatores de Crescimento Ósseo Existem fatores importantes que influenciam diretamente no crescimento dos ossos, tais como: genética, ingestão adequada de cálcio e vitaminas C e D, ação de hormônios (GH) e o fator físico (força de tração e de pressão). O crescimento dos ossos longos acontece principalmente na epífise do osso. Ferimentos nessa região podem prejudicar o crescimento. Reparo de Fratura Óssea O osso tem capacidade de regeneração principalmente a partir do periósteo, onde, entre as 2 extremidades fraturadas, surge uma elevação denominada CALO ÓSSEO, responsável pela formação do novo osso, e da revascularização e reinervação deste osso. 15 CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS Os ossos são classificados de acordo com a sua forma (espessura, largura e comprimento) em: Ossos Longos: são aqueles em que o comprimento predomina sobre a largura e espessura. Os ossos longos apresentam uma escavação central que é o canal medular, onde se encontra a medula óssea. Os ossos longos são contituídos por um corpo ou diáfise e 2 extremidades ou epífises. Ex.: Fêmur. Ossos Curtos: as 3 dimensões se equivalem, são ossos cúbicos. Ex.: carpos. Ossos Chatos (planos): são ossos finos, onde o comprimento e a largura predominam sobre a espessura. Ex: escápula. Ossos Alongados: as costelas são ossos longos, porém achatados, e como não apresentam canal central, pertencem a outro grupo. Ossos Pneumáticos: são ossos ocos, com cavidades cheias de ar, apresentando pequeno peso em relação ao seu volume. Ex.: Frontal. 16 Ossos Irregulares: são aqueles que apresentam uma caracterização muito específica. Ex.: vértebra e maxilar. Ossos Sesamóides: Estão presentes no interior de alguns tendões em que há considerável fricção, tensão e estresse físico, como as palmas e plantas. Ex.: patela ESTRUTURA DOS OSSOS LONGOS: A disposição dos tecidos, compacto e esponjoso, em um osso longo é responsável por sua resistência. As partes de um osso longo são as seguintes: Diáfise: é a haste longa do osso. Constituída principalmente de tecido ósseo compacto, proporcionando, considerável resistência ao osso longo. Epífise: São as extremidades alargadas de um osso longo. A epífise de um osso o une a outro osso, em uma articulação. Cada epífise consiste de uma fina camada de osso compacto que reveste o osso esponjoso, e são recobertas por cartilagem. OSSOS DO CORPO HUMANO Cabeça: divide-se em ossos do crânio e da face. Crânio • Frontal: Osso que forma a porção anterior do crânio, a testa. • Temporais: direito e esquerdo e formam parte das porções laterais do crânio, margeando as orelhas. • Parietais: Direito e esquerdo e formam a porção superior e parte das porções laterais do crânio. • Occipital: Osso que forma a porção postero-inferior do crânio·. • Esfenóide: Osso interno, que forma a porção do assoalho do crânio. • Etmóide: Osso que forma parte do interior da cavidade nasal. 17 FACE • Maxilares: Direito e esquerdo e localizam-se nas laterais do nariz e prendem os dentes superiores. • Zigomáticos: Direito e esquerdo, localizados laterais aos maxilares, formando as proeminências da face. • Nasais: direito e esquerdo e localizam- se superior ao nariz • Lacrimais: direito e esquerdo, localizados na porção medial e inferior de cada órbita. • Palatinos: direito e esquerdo, formam o teto da boca. • Conchas nasais inferiores: direita e esquerda e encontram-se dentro da cavidade nasal. • Vômer: osso único e localiza-se na parte inferior da cavidade nasal. • Mandíbula: osso único e forma a parte inferior da boca, prendendo os dentes inferiores. Coluna Vertebral: Formada pela sobreposição de ossos denominados vértebras, que no seu conjunto formam uma haste flexível capaz de dar sustentação, equilíbrio e mobilidade ao corpo. É também responsável por alojar e proteger a medula espinhal, através do seu canal medular. Entre as vértebras encontra-se o Disco Intervertebral, formado por tecido fibrocartilaginoso. Os discos formam fortes articulações, permitem vários movimentos da coluna vertebral e absorvem os impactos. Formada por 33 vértebras sobrepostas que se dividem em: • Região Cervical, formada por 7 vértebras. • Região Torácica, formada por 12 vértebras. • Região Lombar, formada por 5 vértebras. • Região Sacral, formada pelo osso sacro (5 vértebras fundidas). • Região Coccígea, formada pelo osso cóccix (4 vértebras fundidas). 18 Caixa torácica: é formada pelo osso esterno, pelas costelas e pela região torácica da coluna vertebral. É responsável pela proteção do coração, grandes vasos e pulmões e pela mobilidade respiratória, formando uma câmara expansível durante a inspiração e expiração. Esterno: osso localizado na parte anterior e mediana do tórax. Articula-se com as 7 primeiras costelas. Divide-se em: manúbrio, corpo e processo xifóide. Costelas: são 12 pares ósseos que são presos nas vértebras torácicas (posteriormente) e no esterno (anteriormente). São classificadas em: • Costelas Verdadeiras: 1º ao 7º par. Unidos através de suas cartilagens diretamente com o esterno. • Costelas Falsas: 8º ao 10º par. Ligadas ao esterno através da fixação com a cartilagem do 7º par. • Costelas Flutuantes: 11º e 12º pares. Não têm contato com o esterno, são costelas livres. OSSOS DOS MEMBROS SUPERIORES Cintura escapular (Ombro): formada pela clavícula e escapula Clavícula: direita e esquerda, localizada na porção ântero- superior da caixa torácica. Tem forma de “S”. Escápula: direita e esquerda, localizada na porção postero- superiorda caixa torácica. Apresenta formato triangular. Articula-se com o úmero e a clavícula. Úmero: é o maior e mais longo osso do braço. Une o ombro (escápula) ao cotovelo (radio e ulna). Rádio: direito e esquerdo, localizado na parte lateral do antebraço. Ulna: direita e esquerda, localizada na parte medial do antebraço. Carpos: são os 8 ossos que formam o punho. São eles o escafóide, semilunar, piramidal, pisiforme, trapézio, trapezóide, capitato e hamato. Metacarpos: são os 5 ossos que formam a mão. Chamados de 1º metacarpo (lateral), 2º mtc..até 5º metacarpo (medial) Falanges: são 14 ossos para cada membro superior e formam os dedos. Falange proximal, média e distal, exceto o 1º dedo tem que não tem a falange média. 19 OSSOS DOS MEMBROS INFERIORES Cintura pélvica: formada pelos ossos do quadril, sacro e cóccix (da coluna) Quadril: são formados pela união de três ossos, o ílio, o ísquio e o púbis de cada lado. Fêmur: é o mais longo e pesado osso do corpo. É o osso da coxa. Une o quadril ao joelho. Patela: faz parte da articulação do joelho. Tíbia: é o osso medial da perna. Articula-se com o fêmur e a fíbula. Fíbula: é o osso lateral da perna. Dos ossos da perna a fíbula é a mais fina, não tem função de sustentação de peso. Articula-se com a tíbia e o tálus. Tarsos: são 7 ossos do pé, sendo o calcâneo, tálus, navicular, 1º / 2º / 3º cuneiformes e cubóide. Metatarsos: são 5 ossos. Formam o “peito” do pé. Falanges: são 14 ossos para cada membro inferior e formam os dedos. Falange proximal, média e distal, exceto o 1º dedo tem que não tem a falange média. Também incluímos os ossos: hióide (pescoço), martelo/estribo/bigorna (ouvido). EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. Cite 3 funções do sistema esquelético 2. Quais são as camadas do osso? Onde se localizam? 3. Classifique ossos chatos, curtos e irregulares. Dê exemplos. 4. Quais as funções do Periósteo? 5. Quais as funções e divisões da Coluna Vertebral? 6. Quais estruturas formam a caixa torácica? 8. Quais ossos formam os membros superiores? E quais formam os membros inferiores? 10. O quadril é formado pela união de 3 ossos. Quais são? 11. Qual a importância do sangue que circula no interior dos ossos? 12. Quais ossos correspondem às seguintes partes do corpo: a) Nuca b) Céu da Boca c) Maçã do rosto d) Testa e) Bacia SISTEMA ARTICULAR Articulações são as uniões funcionais entre dois ou mais ossos do esqueleto. Elas podem permitir amplo movimento ou nenhum. São divididas nos seguintes grupos, de acordo com sua estrutura e mobilidade: Articulações Fibrosas ou Sinartroses: São as articulações imóveis (fixas), unidas por tecido conjuntivo fibroso. Dividem-se em: Sutura - articulação encontrada somente entre os ossos do crânio e da face. Sindesmose - articulação encontrada somente entre os ossos da tíbia e fíbula; e rádio e ulna, 20 Gonfose - é uma articulação fibrosa especializada restrita à fixação dos dentes nas cavidades alveolares na mandíbula e maxilas. Sutura Gonfose Sindesmose Articulações Cartilaginosas ou Anfiartroses: permitem movimentos limitados. Divide-se em: Sincondrose - São articulações temporárias, com a cartilagem sendo substituída por osso com o passar do tempo. Ex: entre as partes do esterno. Sínfises - As superfícies articulares são cobertas por cartilagem hialina. Entre os ossos há um disco fibrocartilaginoso. Esses discos por serem compressíveis permitem que a sínfise absorva impactos. Ex: intervertebrais; sacrais; púbica; Sincondrose Sínfise Articulações Sinoviais ou Diartroses: articulações que permitem amplos movimentos. As faces articulares dos ossos não estão em continuidade. São constituídas por cápsula articular e ligamentos, que envolvem a articulação, impedem o movimento em planos indesejáveis e limitam a amplitude dos movimentos; por líquido sinovial, que lubrifica e facilita a movimentação; e por discos e meniscos, que tornam as superfícies articulares congruentes e agem como amortecedores de impacto. São dividas de acordo com o grau de movimentação permitida em: Monoaxial - movimentos apenas em torno de um eixo (1 grau de liberdade). Só permitem a flexão e extensão ou a rotação. Ex: cotovelo, interfalangianas, radio-ulnar. Biaxial - movimentos em torno de dois eixos (2 graus de liberdade). Realizam extensão, flexão, adução e abdução. Ex: punho e polegar. Triaxial - Realiza movimentos em torno de três eixos (3 graus de liberdade). As articulações que além de flexão, extensão, abdução e adução, permitem também a rotação. Ex: Ombro e quadril. 21 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. Qual a importância da articulação cartilaginosa das costelas com o osso esterno para o fenômeno respiratório? 2. Classifique as articulações abaixo: a. Frontal-Parietal b. Sacral c. Intervertebral d. Ombro (escápulo-umeral) e. Joelho f. Cotovelo (úmero-ulnar) 3. Diferencie as 3 articulações existentes. SISTEMA MUSCULAR São estruturas anatômicas que apresentam a capacidade de se contrair, e sob estímulos nervosos são capazes de transmitir movimento. Este é efetuado por células especializadas denominadas fibras musculares, capazes de transformar energia química em energia mecânica (movimento). O músculo vivo é de cor vermelha. Essa coloração denota a existência de pigmentos e de grande quantidade de sangue nas fibras musculares. Representam 40-50% do peso corporal total. FUNÇÕES DOS MÚSCULOS: Produção dos movimentos corporais (Locomoção); Estabilização das Posições Corporais; Regulação do Volume dos Órgãos; Movimento de Substâncias dentro do Corpo; Produção de Calor para manutenção da temperatura corporal (Homeotermia). TIPOS DE MÚSCULOS: Músculo Voluntário ou Estriado Esquelético: Contraem-se por influência da vontade. Responsáveis pelos movimentos do esqueleto. Músculo Involuntário ou Liso: Não depende da nossa vontade para contrair-se. Formam os órgaos e vísceras do corpo humano. Músculo Estriado Cardíaco: músculo que forma o coração. Age sem o controle consciente do indivíduo. MÚSCULO ESTRIADO ESQUELÉTICO Componentes Ventre Muscular: é a porção contrátil do músculo, constituída por fibras musculares que se contraem. Constitui o corpo do músculo (porção carnosa). Tendão: é um elemento de tecido conjuntivo, ricos em fibras colágenas e que serve para fixação do ventre, em ossos, no tecido subcutâneo e em cápsulas articulares. Possuem aspecto morfológico de fitas ou de cilindros. 22 Fáscia Muscular: Membrana formada por tecido conjuntivo que envolve o músculo. Aponeurose: Membrana que envolve grupos musculares. ORIGEM E INSERÇÃO Inserção é o ponto de fixação do músculo Cada músculo deve ter no mínimo duas inserções. Uma deve ser fixa (origem) e a outra móvel (inserção). AÇÃO MUSCULAR Qualquer movimento realizado por um individuo envolve a ação de vários músculos. A esse trabalho conjunto dá-se o nome de coordenação motora. Em uma atividade muscular sempre há a ação de 2 tipos de músculos que são: Agonistas: São os músculos principais que ativam um movimento específico do corpo, eles se contraem ativamente para produzir um movimento desejado. Antagonistas: Músculos que se opõem à ação dos agonistas, quando o agonista se contrai, o antagonista relaxa progressivamente, produzindo um movimento suave. PROPRIEDADES MUSCULARES Excitabilidade: Para que um músculo, esquelético ou visceral, se ponha em ação, isto é, se contraia, deve ser excitado. Essa excitação chega ao músculo através dos nervos motores. O músculo excitado responde ao estímulo contraindo-se. Estímulos externos que provocam excitação são os mecânicos, térmicos e elétricos. Contratibilidade: característica essencial do músculo. O músculo excitado se deforma, se encolhe, aumenta de espessura, mas o seu volume total não muda.Elasticidade: Uma vez contraído, o músculo se afrouxa, voltando à sua forma primitiva. O músculo é, portanto, dotado de elasticidade. A elasticidade do músculo é indispensável. O músculo deve, na verdade, voltar à sua forma primitiva para poder contrair-se de novo. Além disso, nos músculos considerados antagônicos ocorrem dois fenômenos contrários: quando um deles se contrai o outro se afrouxa. Tonicidade: é uma espécie de tensão que existe em estado permanente no tecido muscular. (Hipertonia e Hipotonia) TIPOS DE CONTRAÇÕES Contração Concêntrica: o músculo se encurta e traciona outra estrutura, como um tendão, reduzindo o ângulo de uma articulação. Ex: Flexão do braço. Contração Excêntrica: quando aumenta o comprimento total do músculo durante a contração. Ex: extensão do braço com carga. Contração Isométrica: serve para estabilizar as articulações enquanto outras são movidas. Gera tensão muscular sem realizar movimentos. É responsável pela postura e sustentação de objetos em posição fixa. Ex: segurar um objeto a 90º de flexão do braço. APONEURO SE VENTR E TENDà O 23 INERVAÇÃO E NUTRIÇÃO O sistema nervoso controla a atividade de um músculo através de estímulos transmitidos pelos nervos. As artérias que penetram profundamente nos músculos nutrem-nos para que este possa realizar seu trabalho mecânico. CONDIÇÕES DE IMPORTÂNCIA CLÍNICA Fadiga muscular: É a incapacidade dos processos contrateis e metabólicos de sintetizar energia (ATP) para manter- se igual a sua degradação, ou seja o músculo está cansado . Câimbras: contrações musculares dolorosas involuntárias; demoram a relaxar; pode ser causado por baixo suprimento de oxigênio nos músculos, por estimulação do sistema nervoso, ou por exercícios pesados (devido aos baixos níveis de íons sódio e cloreto no sangue œ perda através do suor). Atrofia muscular: redução do tamanho dos músculos devido a diminuição de células musculares; pode ser generalizada ou localizada. Hipertrofia muscular: aumento no tamanho dos músculos pela produção de novas células musculares. Efeitos de envelhecimento dos músculos esqueléticos: progressiva perda de massa muscular esquelética; substituição de músculo por gordura. PRINCIPAIS MÚSCULOS DO CORPO CABEÇA - Os músculos da cabeça são divididos em 3 grupos: Músculos do Crânio: São músculos que recobrem o crânio e formam o couro cabeludo. São eles: m. Occipito-Frontal e m. Parietal. Músculos da Mastigação: Masseter, Temporal, Pterigóideo Lateral e Pterigóideo Medial. Músculos da Mímica ou Expressão Facial: São músculos superficiais, que se inserem na pele, responsáveis pelas expressões faciais.São eles: Prócero, Orbicular do Olho, Orbicular da Boca, Corrugador do Supercílio, Zigomático Maior, Zigomático Menor, Nasal, Bucinador, Risório. Elevador do Ângulo da Boca, Depressor do Ângulo da Boca, Mentoniano. PESCOÇO: Platisma, Esternocleidomastóideo e Escalenos. 24 TRONCO – Os músculos do tronco dividem-se em: Músculos Superficiais do Dorso: Trapézio, Grande Dorsal, Paravertebrais. Músculos do Tórax: Peitoral, Serrátil Anterior, Intercostais e Diafragma. Músculos do Abdome: Reto do Abdome e Oblíquo do Abdome. MEMBROS SUPERIORES Músculos do Braço: o Vista Anterior: Deltóide e Bíceps Braquial. o Vista Posterior: Tríceps Braquial. Músculos do Antebraço: o Vista Anterior: Flexores de Punho e Dedos o Vista Posterior: Extensores de Punho e Dedos Músculos da Mão: Lumbricais e Interósseos. MEMBROS INFERIORES Músculos do Quadril: o Vista Anterior: Iliopsoas. o Vista Posterior: Glúteos (Máximo médio e mínimo) Músculos da Coxa: o Vista Anterior: Quadríceps (Reto Femoral, Vasto Lateral, Vasto Intermédio e Vasto Medial) o Vista Posterior: Bíceps Femoral, Semitendinoso e Semimembranoso. o Vista Lateral: Tensor da Fáscia Lata e Sartório. o Vista Medial: Adutores (curto longo e magno) Músculos da Perna: o Vista Anterior: Tibial Anterior, Extensor longo dos dedos e Fibular. o Vista Posterior: Gastrocnêmio, Sóleo. Músculos do Pé: Intrínsecos do pé (flexores, extensores, abdutores e adutores dos dedos). 25 EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 1. Quais são as funções do sistema muscular? 2. Cite os componentes de um músculo estriado esquelético. 3. Em uma atividade muscular sempre há a ação de 2 tipos de músculos. Quais são eles e qual a função de cada um para que ocorra um movimento? 4. Quais são os 3 tipos de músculos existentes no corpo humano e onde estão localizados? 5. Explique a diferença entre atrofia e hipertrofia. 6. Quais são os músculos superficiais do dorso? 7. Quais músculos formam o tórax e o abdome? 8. Cite os músculos dos membros inferiores. 9. Quais os músculos mais comuns na aplicação de injeções? 10. Cite os músculos dos membros superiores. 11. Complete com o nome do músculo: a. Flexiona o braço: b. Principal músculo da mastigação: c. Forma o couro cabeludo: d. Responsável pelo movimento giratório da cabeça: e. Principal músculo da respiração: 26 5. SISTEMA TEGUMENTAR Os distúrbios cutâneos são freqüentemente encontrados na prática de enfermagem. Como a pele espelha a condição geral do paciente, muita afecções sistêmicas podem ser acompanhadas por manifestações dermatológicas. Como maior sistema orgânico do corpo, a pele é indispensável para a vida humana. O sistema tegumentar (tegumento- cobertura) é constituído pela pele e seus órgãos acessórios, como os pelos, as unhas, as glândulas sudoríparas, sebáceas, mamas e os vários receptores especializados. A pele constitui um manto contínuo que envolve todo o organismo, protegendo-o e adaptando-o ao maio ambiente. O Sistema tegumentar tem a função de: - Auxiliar na regulação da temperatura corporal do organismo pela eliminação de substâncias (ureia, ácido lático e água), através da transpiração, fazendo a temperatura do corpo permanecer constante, independente das variações externas. - Remover água, sais e vários compostos orgânicos, através do suor. - Detectar estímulos relacionados à temperatura, ao tato, à pressão e à dor, devido à existência de numerosos receptores especializados e terminações nervosas livres. - Proteger contra substâncias ou micro-organismos nocivos ao corpo. - Proporcionar ao corpo um revestimento protetor. 5.1. Pele No adulto, a área total da pele corresponde a aproximadamente 2m², com espessura variável (1 a 4mm), conforme a região. Nas áreas de pressão, como a palma das mãos e planta dos pés, a pele é espessa e nas pálpebras é fina. O fator etário (idade) condiciona a espessura da pele. Por exemplo, a pele de um bebê tem um- quinto de espessura da pele de um adulto, tendo o mesmo número de camadas, mas consideravelmente mais fina, o que a faz mais delicada e sensível. Aos quatro anos de idade, a pele e seus anexos são um pouco mais maduros, porém ainda é mais fina e tem menos pigmentação que a pele adulta. Aproximadamente aos doze anos de idade, a estrutura e as funções da pele da criança já correspondem às do adulto. Durante os 60 e 70 anos de idade, a regeneração da pele diminui, e ela se torna-cada vez mais fina, resultando numa perda de volume. A distensibilidade é outra das características da pele que também varia de região para região: muito distensível no dorso da mão e menos distensível na palma da mão. A elasticidade, por outro lado, também diminui com a idade. 5.1.1. Funções da pele A pele tem a função de: - Revestir o corpo. - Controlar a temperatura corporal. - Detectar estímulos por meio das terminações nervosas sensitivas. - Participar da produção de vitamina D. 27 5.1.2. Linhas de clivagem Na pele, existem as chamadas linhas de clivagem. Elas foram descritas por Langer em 1861. São conhecidas também como linhas de tensão ou de fendas, formando sulcos lineares na pele que indicam a direção das fibras. Apresentam uma disposição característica em cada regiãodo corpo e constituem a base anatômica para incisões cirúrgicas. 5.1.3. Camadas da pele Estruturalmente a pele é formada por duas camadas principais: a epiderme (mais superficial) e a derme (abaixo da epiderme). Sob a derme está o tecido subcutâneo, também chamado de hipoderme, que fixa a pele às estruturas subjacentes. 5.1.3.1. Epiderme A epiderme (epi – acima) é composta de epitélio escamoso estratificado queratinizado e contém de quatro a cinco camadas distintas de células (camadas córnea, lúcida, granular, espinhal e basal). É a camada mais superficial e resistente, protegendo a camada basal ou profunda, que é regenerativa e pigmentada. Não possui vasos sanguíneos ou linfáticos, recebendo nutrientes a partir da derme vascularizada subjacente. Além disso, apresenta terminações nervosas, mas em menor número quando comparados com a derme. 28 Nas regiões expostas a maior fricção, como nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, a epiderme é mais espessa. A exposição constante da pele à fricção ou pressão estimula a formação de um “calo”, um espessamento anormal da epiderme. As células mais numerosas da epiderme são os queratinócitos, um tipo de célula que sofre queratinização. À medida que as células se movem para a superfície, acumulam queratina, sendo estas células substituídas através da divisão contínua a cada 3 ou 4 semanas. A queratina é uma proteína insolúvel que é responsável pela proteção da pele. As células queratinizadas descamam e são substituídas pelas células das camadas inferiores, que por sua vez também sofrem queratinização e descamam. O melanócito também é um dos tipos celulares da epiderme e que também pode ser encontrado na derme. Ele produz melanina, pigmento responsável pela coloração da pele e pelos por absorção de radiação ultravioleta (UV). Quanto maior for à quantidade de melanina no tecido, mais escura será sua coloração. O aumento da pigmentação pode ocorrer após inflamação, exposição ao calor, aos raios solares e raios X. A exposição crônica ao sol estimula os melanócitos a produzirem melanosomas, conferindo o aspecto bronzeado à pele. Entre a epiderme e a derme são aplicadas as injeções INTRADÉRMICAS com 0.1 ml, vacina BCG (usada na prevenção da tuberculose). Além disso, nesse local podem ser realizados testes alérgicos e teste de PPD (teste tuberculínico). 5.1.3.2. Derme A derme é uma camada densa que se situa profundamente, abaixo do estrato basal da epiderme e é composto de tecido conjuntivo contendo fibras colágenas e elásticas. Estas fibras entrelaçam-se, conferindo à pele resistência, firmeza, força, extensibilidade e elasticidade. A extensibilidade é a capacidade de distensão, e elasticidade é a capacidade de retornar à forma original após uma extensão. Isto pode ser observado na obesidade, na gestação ou no edema. Quando as fibras elásticas da derme sofrem deterioração com o tempo, não sendo substituídas, ocorre perda de elasticidade, formando rugas e flacidez. A derme é mais espessa nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, e muito fina nas pálpebras e na bolsa escrotal. A derme possui dois estratos: papilar e reticular. O estrato papilar é superficial, rico em fibroblastos, fibras colágenas, elásticas, mastócitos e macrófagos, além de possuir as papilas dérmicas. Estas papilas projetam-se na epiderme, fazendo com que esta na superfície, apresente uma série de cristas separadas por sulco, formando, por exemplo, as 29 impressões digitais (também chamadas de datilograma ou dermatoglifo, formam-se durante a gestação). O estrato reticular é mais profundo e espesso do que o papilar e consiste de tecido conjuntivo denso e irregular. Apresenta feixes de fibras colágenas que podem estender-se até o tecido subcutâneo, entre os lóbulos de gordura. Além disso, possui tecido adiposo, folículos pilosos, nervos, glândulas sebáceas e sudoríparas, além de receptores de sensibilidade. 5.1.3.3. Tecido subcutâneo Abaixo da derme há uma camada de tecido conjuntivo frouxo, o tecido subcutâneo. É enriquecida por grande quantidade de células gordurosas formando uma camada variável de tecido adiposo. É altamente vascularizada e diminui com o envelhecimento. Essa camada funciona como um sistema de armazenamento e reserva de energia. Ela auxilia também na manutenção da temperatura corporal. Possui três estratos: lamelar (profundo), médio (fáscia superficial) e aerolar (superficial). O tecido subcutâneo situa-se entre a derme e a fáscia muscular e contém glândulas sudoríparas, vasos sanguíneos superficiais, vasos linfáticos e nervos cutâneos. Nas mulheres, a maior parte de reserva de gordura do corpo, acumula-se nas mamas e nas coxas. Nos homens, a gordura subcutânea acumula-se na parede abdominal inferior. O tecido subcutâneo é o local onde são aplicadas as injeções SUBCUTÂNEAS com até 2 ml, sendo útil na aplicação de insulina (no caso de pacientes diabéticos), de heparina (anticoagulante) e de algumas vacinas. 5.2. Órgãos anexos da pele 5.2.1. Glândulas sudoríparas Localizam-se na derme. Possuem um longo e tortuoso ducto excretor que atravessa a epiderme e se abre na superfície da pele por meio de um poro. Por esses ductos é secretado o suor. Essas glândulas auxiliam na manutenção da temperatura corporal liberando maior ou menor quantidade de suor. 30 5.2.2. Glândulas sebáceas São localizadas na derme e através de um ducto escretor liberam sua substância, a secreção sebácea. Esses ductos abrem-se nos folículos pilosos, liberando o sebo pelos mesmos poros dos pelos. Sua secreção auxilia a manutenção da hidratação da pele e serve para lubrificar a pele e os pelos. 5.2.3. Glândulas mamárias Encontram-se no tecido subcutâneo, dispostas de modo radiado no meio de estroma de tecidos adiposo e fibroso. Cada mama possui de 15 a 20 lobos. 5.2.4. Pelos Os pelos consistem na característica fundamental dos mamíferos e cobrem considerável parte dele. São ausentes na região palmar e plantar. A coloração dos pelos depende da quantidade de pigmentos nele existente. Cada pelo é um fio de células fundidas, mortas, queratinizadas que consiste de uma haste (parte livre localizada acima da pele) e raiz. A raiz é fixada na derme por um pequeno orifício, chamado folículo piloso. Associado aos pelos há um feixe de músculo liso denominado músculo eretor do pelo. Esses músculos contraem-se sob condições como medo e frio elevando os pelos. Os pelos tem a função de manter o calor, auxiliar a função táctil e proteção. Pelos como os dos olhos, nariz e ouvidos filtram a poeira, pequenos insetos e resíduos trazidos pelo ar. 5.2.4. Unhas São placas curvas, formadas por conjuntos de células mortas e queratinizadas e dispostas na superfície dorsal das falanges distais, com função protetora. Cada unha consiste de um corpo, uma margem livre e uma raiz. Funcionalmente as unhas auxiliam na preensão, manipulação de pequenos objetos, fornecem proteção às extremidades dos dedos. 31 EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 01. De que está composto o sistema tegumentar? 02. Quais as funções da pele? 03. Caracterize as camadas da pele. 04. Quais as funções dos (as): a) Pelos b) Unhas c) Glândulas sudoríparas d) Glândulas sebáceas TESTES 01. O sistema tegumentar inclui: a) Pele e melanina b) Pele e pelos c) Pele e anexos d) Pele e unha e) Unha e pelos 02. Duas camadas são reconhecidas na pele: a) Subcutânea e adiposa b) Parietal e visceral c) Intrínseca e extrínseca d) Superficial e adstringente e) Epiderme e derme 03. A derme contém glândulas: a) Sudoríparas e salivares b) Sudoríparas e sebáceas c) Sudoríparas e colágenas d) Sudoríparas, sebáceas e salivares e) Sudoríparas e hormonais CURIOSIDADE: Produção da vitamina D e a exposição solar. A pele exposta a luz ultravioletapode converter as substâncias necessárias para produzir a vitamina D. Tal vitamina é essencial para evitar o raquitismo, uma condição que causa deformidades ósseas. Porém, a exposição excessiva ao sol, pode induzir ao desenvolvimento manchas escuras, pontos claros, vasinhos na face, flacidez, diminuição da imunidade celular, além de maiores riscos para o câncer de pele. Assim é importante usar protetor solar e não abusar do sol, principalmente das 10 horas às 16 horas. 32 04. Qual o mais importante pigmento da pele: a) Melancólico b) Melatonina c) Melanina d) Metabolismo e) N.D.A. 05. São anexos da pele: a) Pelos e glândulas b) Unhas e glândula c) Haste e raiz d) Pelos e unhas e) Folículos e unhas 06. Sobre o sistema tegumentar é INCORRETO afirmar: a) Possui duas camadas reconhecidas: epiderme e derme. Contém numerosas glândulas sudoríparas e sebáceas. b) Os pelos e as unhas são conhecidos como anexos da pele. c) A melanina é o pigmento mais importante da pele e sua quantidade varia com a raça. d) As glândulas sebáceas estão localizadas estritamente nas regiões plantar e palmar. 07. O tecido epitelial tem como principal função: a) Proteção, secreção e absorção. b) Secreção, excreção e nutrição. c) Sensorial, nutrição e proteção. d) Secreção, excreção e sensorial. e) Proteção, absorção e nutrição. 08. O pigmento responsável pela cor da pele, no homem, é fabricado nas camadas mais profundas da epiderme por células chamadas de: a) Histiócitos b) Mastócitos c) Plasmócitos d) Macrófagos e) Melanócitos 09. Qual dos seguintes tecidos é capaz de realizar as funções de proteção, absorção e secreção? a) Conjuntivo propriamente dito b) Epitelial c) Nervoso d) Ósseo e) Nenhum destes tecidos. 33 6. SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso é um conjunto de órgãos responsáveis pela coordenação e integração dos demais sistemas orgânicos, relacionando o organismo com as variações do meio externo e controlando o funcionamento visceral. Esse sistema não só controla e coordena as funções de todos os sistemas do organismo como também, ao receber estímulos externos, é capaz de interpretá-los e desencadear respostas adequadas a eles. 6.1. Tecido nervoso O tecido nervoso compreende os neurônios e as Células da Glia. - Células da Glia (Neuroglia): células que ocupam os espaços entre os neurônios e tem como função sustentação, revestimento ou isolamento, modulação da atividade neural e defesa. Os astrócitos são células da glia mais comuns, sendo grandes, em forma de estrela, com prolongamentos, núcleo grande, cromatina frouxa e nucléolo central. Estão relacionados à homeostase do Sistema Nervoso Central (SNC), desempenhando funções como: funcionamento e formação de sinapses, nutrição dos neurônios, liberação de neurotransmissores, participação na barreira hematoencefálica, guia para a migração dos neurônios e impedimento da propagação desordenada de impulsos nervosos. Os oligodendrócitos possuem núcleo esférico e são menores que os astrócitos. Essas células são encontradas na substância branca e cinzenta. Na substância branca, eles são encontrados envolvendo os axônios de alguns neurônios, formando, assim, uma membrana rica em substância lipofílica denominada bainha de mielina. As células da micróglia também estão presentes nas substâncias brancas e cinzenta do sistema nervoso central. Essas células são alongadas e pequenas, com núcleo em forma de bastão e cromatina condensada. Elas atuam na defesa imune do SNC. Os ependimócitos ou células ependimárias são células cúbicas ou colunares, com núcleo ovoide e cromatina condensada. Suas funções são revestir os ventrículos encefálicos e o canal central da medula. A célula de Schwann é um tipo de célula glial que produz a mielina que envolve os axónios dos neurônios no sistema nervoso periférico O neurônio é a unidade estrutural e funcional do sistema nervoso que é especializada para a comunicação rápida. Tem a função básica de receber, processar e enviar informações. Estima-se que no cérebro humano existam aproximadamente 15 bilhões destas células, responsável por todas as funções do sistema. Os neurônios possuem 3 partes: - Corpo celular: é o centro metabólico do neurônio, responsável pela síntese de todas as proteínas neuronais. A forma e o tamanho do corpo celular são extremamente variáveis, conforme o tipo de neurônio. Além disso, é também, junto com os dendritos, local de recepção de estímulos, através de contatos sinápticos. 34 - Dendritos: são prolongamentos curtos e ramificam-se a maneira de galhos de árvore, em ângulos agudos, originando dendritos de menor diâmetro. São os processos ou projeções que transmitem os impulsos para os corpos celulares dos neurônios ou para os axônios. Em geral, os dendritos não são mielinizados e são especializados em receber estímulos. - Axônio (fibra nervosa). A grande maioria dos neurônios possui um axônio, prolongamento longo e fino que se origina do corpo celular ou de um dendrito principal. São os processos que transmitem os impulsos que deixam os corpos celulares ou dendritos dos neurônios. A porção terminal do axônio sofre várias ramificações para formar de centenas a milhares de terminais axônicos, no interior dos quais são armazenados os neurotransmissores químicos. Portanto, o axônio é especializado em gerar e conduzir o potencial de ação. Os axônios são cobertos por uma membrana de tecido gorduroso denominada bainha de mielina, que envolve as fibras nervosas agindo como isolante elétrico e impedindo que as cargas elétricas se dispersem. Assim, condução do impulso nervoso nas fibras mielínicas (com bainha de mielina) e amielínicas (sem bainha de mielina) difere na sua velocidade, sendo maior nas mielínicas. No trajeto do axônio, há regiões em que a bainha de mielina é interrompida, gerando a condução saltatória, nos quais o impulso nervoso é transmitido, aos saltos, ao longo da fibra (axônio). 6.1.1. Tipos de neurônios e de vias de transmissão Os neurônios podem ser classificados em 3 tipos: sensitivo, interneurônio e motor. Um neurônio sensitivo conduz a informação da periferia em direção ao Sistema Nervoso Central (SNC), sendo também chamado neurônio aferente. Os interneurônios (de associação), grupo de neurônio mais numeroso, transmitem o sinal dos neurônios ao sistema nervoso central. Um neurônio motor conduz informação do SNC em direção à periferia, sendo conhecido como neurônio eferente. De acordo com os tipos de neurônios, classificam-se as vias: Vias aferentes: contém apenas fibras sensoriais, conduzindo o impulso nervoso do órgão receptor ao SNC. Vias eferentes: contêm apenas fibras motoras, conduzindo o impulso do SNC ao órgão efetuador, músculo ou glândula. Vias de associação: analisa as informações, armazena sob a forma de memória, elabora padrões de resposta ou geram respostas espontâneas. 35 6.1.2. Funções dos neurônios Os neurônios apresentam três funções básicas: - Função Sensitiva: os nervos sensitivos captam informações do meio interno e externo do corpo e as conduzem ao SNC; - Função Integradora: a informação sensitiva trazida ao SNC é processada ou interpretada; - Função Motora: os nervos motores conduzem a informação do SNC em direção aos músculos e às glândulas do corpo, levando as informações do SNC. 6.1.3. Classificação dos neurônios Os neurônios podem ser classificados quanto à sua morfologia e ao tamanho de seus prolongamentos em: - Neurônios unipolares - Possuem apenas um axônio. - Neurônios multipolares: apresentam mais de dois prolongamentos celulares, o que representa a maioria dos neurônios. - Neurônios bipolares: possuem um dendrito e um axônio (ocorrem na retina, na mucosa olfativa e nos gânglios coclear e vestibular). - Neurônios pseudounipolares: apresentam prolongamento único que se bifurca enviando um ramo para a periferia e outro para o SNC,encontrado nos gânglios espinhais. 36 6.2. Sinapse e neurotransmissores Os neurônios, principalmente através de suas terminações axônicas, entram em contato com outros neurônios, passando-lhes informações. Os locais de tais contatos são denominados sinapses, ou seja, os neurônios comunicam-se uns aos outros nas sinapses (pontos de contato entre neurônios, no qual encontramos as vesículas sinápticas, onde estão armazenados os neurotransmissores). A sinapse pode ser classificada em elétrica e química. A sinapse elétrica ocorre entre dois neurônios através de canais iônicos concentrados em cada uma das membranas em contato. A sinapse química ocorre quando a comunicação se faz por liberação de uma substância química, denominada neurotransmissor. Os neurotransmissores são pequenas moléculas responsáveis pela comunicação das células do sistema nervoso, sendo encontradas nos terminais sinápticos dos neurônios. As respostas dadas por esses neurônios a um estímulo podem ser excitatórias ou inibitórias. Os neurotransmissores mais comuns são: acetilcolina, serotonina, adrenalina, noradrenalina, dopamina e endorfina. Acetilcolina é um neurotransmissor envolvido em muitos comportamentos, como o aprendizado, a memória e a atenção; é importante para a movimentação do corpo, pois sua liberação em músculos promove a contração das fibras musculares. A serotonina está envolvida em desordens do humor. Seu entendimento é importante para o tratamento da desordem obsessiva compulsiva, latência do sono, ansiedade, depressão e outros transtornos do humor. A adrenalina é produzida em momentos de stress quando as supra- renais secretam quantidades abundantes deste hormônio, preparando o organismo para grandes esforços físicos, estimulando o coração, elevando a tensão arterial, relaxando e contraindo certos músculos. A noradrenalina é um neurotransmissor envolvido em diversos aspectos como humor, atenção, alerta, aprendizado, memória e excitação mental e física. A dopamina é responsável por controlar o nível de estimulação no sistema motor. Sua diminuição leva a tremores e até a impossibilidade de locomoção voluntária. Na doença de Parkinson há morte de neurônios que liberam dopamina importante para o controle do movimento refinado, levando a tremores e até mesmo a incapacidade de se mover de forma voluntária. Esse neurotransmissor também é responsável pelo estímulo prazeroso. A ingestão de alimentos, prática de sexo e algumas drogas de abuso são estimulantes da liberação de dopamina. 37 A endorfina tem efeito sobre áreas cerebrais responsáveis pela modulação da dor, humor, depressão, ansiedade e de diversos órgãos (coração e intestino). Além disso, pode inibir o sistema nervoso simpático e regular a liberação de outros hormônios. O consumo de chocolate e pimenta e a prática de exercício físico aeróbio (após 30 minutos) também estimula a produção de endorfina. 6.3. Divisões do Sistema Nervoso O sistema nervoso é dividido em: - Parte central – corresponde ao Sistema Nervoso Central; - Parte periférica – corresponde ao Sistema Nervoso Periférico; - Parte autônoma – compreende as partes simpáticas e parassimpáticas. O Sistema nervoso central (SNC): é a porção de processamento e integração das informações e dos estímulos, que desencadeia respostas. É constituído por estruturas que se localizam no esqueleto axial (medula espinal e encéfalo). Sistema nervoso periférico (SNP): Liga os nervos espinhais ao encéfalo, constituído por vias que conduzem os estímulos ao sistema nervoso central ou até os órgãos efetuadores. Formado pelos nervos cranianos e espinhais, pelos gânglios e pelas terminações nervosas. 6.3.1. Sistema Nervoso Central – SNC 38 O SNC recebe, analisa e integra informações. É o local onde ocorre a tomada de decisões e o envio de ordens. Está localizado na caixa craniana e divide-se em encéfalo e medula. O encéfalo apresenta três partes: cérebro, cerebelo e tronco encefálico. O cérebro tem duas divisões: telencéfalo e diencéfalo. O tronco encefálico tem três divisões: mesencéfalo, ponte e bulbo. 6.3.1.1. Encéfalo É composto por: cérebro, tronco encefálico e cerebelo. O cérebro constitui cerca de 90% da massa encefálica. Sua superfície é bastante pregueada (aumenta a superfície cerebral), sendo dividido em dois hemisférios (esquerdo e direito) e em duas partes, o córtex (substância cinzenta formada pelos corpos celulares dos neurônios) e a região interna (substância branca formada por dendritos e axônio). Responde pelas funções nervosas mais elevadas, contendo centros para interpretação de estímulos bem como centros que iniciam movimentos musculares. Ele armazena informações e é responsável também por processos psíquicos altamente elaborados, determinando sensações, atos conscientes e voluntários, pensamento, memória, inteligência, aprendizagem, sentidos, equilíbrio e a personalidade. Cada hemisfério cerebral é dividido em 4 lobos: o frontal, o parietal, o occipital e o temporal. Localizado no diencéfalo do cérebro encontra-se o tálamo. Esta é uma estrutura que tem a função na transmissão de impulsos sensitivos, cognição, consciência e regulação das atividades autônomas. Outra estrutura do diencéfalo é o hipotálamo, localizado abaixo do tálamo e acima da hipófise (no interior central dos dois hemisférios cerebrais). Ele é uma estrutura que tem como funções: controle do sistema nervoso autônomo e da temperatura corporal; regulação de sede e fome; controle das emoções e comportamento; contração muscular; controle hormonal e desejo sexual. Na região posterior e inferior do diencéfalo, encontra-se o subtálamo. Esta estrutura corresponde a uma pequena área que fica, em contato com o mesencéfalo, tendo a função relacionada ao controle dos 39 movimentos. Localizado na parte superior e posterior do diencéfalo é o epitálamo. Este tem ação antigonatotrófica e contém formações endócrinas e não endócrinas. A formação endócrina mais importante é a glândula pineal. Esta glândula, também conhecida como epífise neural, é uma glândula endócrina de tamanho pequeno localizada na parte central do cérebro humano, tendo a função de secretar a melatonina, hormônio responsável pela regulação dos ritmos do corpo (ciclos circadiano), relógio biológico e o sono. O cerebelo é a parte do sistema nervoso central situada dorsalmente ao tronco e inferiormente ao lobo occipital do cérebro. É responsável pelo equilíbrio do corpo, tônus e vigor muscular, orientação espacial e coordenação dos movimentos. O tronco encefálico é a parte do SNC situada entre a medula espinal e o diencéfalo, ventralmente ao cerebelo. É constituído por bulbo, ponte e mesencéfalo. O mesencéfalo é responsável pela recepção e coordenação da contração muscular e postura corporal. A ponte tem a função de realizar a manutenção da postura corporal, equilíbrio do corpo e tônus muscular. O bulbo controla os batimentos cardíacos, os movimentos respiratórios e a deglutição (ato de engolir). 40 6.3.1.2. Medula espinhal A medula espinhal é uma massa cilindroide de tecido nervoso, situada dentro das perfurações das vértebras. No homem adulto ela mede aproximadamente 45 cm sendo um pouco menor na mulher. A medula espinal é formada por 31 segmentos, cada um dos quais dá origem a um par de nervos espinais ou raquidianos. Ela atua como um caminho pelo qual passam impulsos que vão ou vem do encéfalo para várias partes do corpo. Além disso, é responsável pelos atos reflexos (reflexo medular). O arco reflexo é a resposta imediata à excitação de um nervo, sem a vontade ou consciência, ou seja, é um estímulo que não chega até o encéfalo, ele recebe resposta na medula. Um arco reflexo contém componentes básicos: 1) Receptores: variam de localização no organismo, porém todos apresentam uma função em comum: captar alguma energiaambiental e transformá-la em potenciais de ação; 2) Nervo Sensorial: conduz o potencial de ação gerado pela ativação do receptor para o SNC penetrando na medula espinhal por meio das raízes dorsais; 3) nervo motor: conduz potenciais de ação do SNC para o órgão efetor deixando a medula a partir da raiz ventral; 4) órgão alvo: normalmente um músculo, capaz de produzir a resposta motora. 6.3.1.3. Envoltório da medula espinal O tecido do SNC é muito delicado. Por esse motivo, apresenta um elaborado sistema de proteção que consiste das seguintes estruturas: esqueleto, meninges, líquido cérebro-espinhal (líquor) e barreira hematoencefálica. As estruturas esqueléticas são: caixa craniana e coluna vertebral - também denominada raque. As meninges, membranas fibrosas que envolvem todo o SNC, são situadas sob a proteção esquelética e se dividem em: Dura-máter: é a mais espessa, mais externa e mais resistente; Aracnoide-máter: situa-se entre a dura-máter e a pia-máter; Pia-máter: é a membrana mais delicada e mais interna, aderente ao tecido nervoso da superfície da medula. Na medula reconhecem-se três espaços, com relação aos seus envoltórios: Epidural ou peridural: entre dura-máter e o osso – contém veias; Subdural: entre a dura-máter e aracnoide; Subaracnoideo: contém o líquido cefalorraquidiano (líquor). 41 O Líquor ou líquido cerebrospinal – LCR é incolor, inodoro, insípido de origem plasmática produzido no ventrículo encefálico que circula no espaço subaracnóideo protegendo o SNC contra choques mecânicos. Existem basicamente 3 tipos de anestesia: geral, regional e local. A anestesia geral é a modalidade anestésica indicada para as cirurgias mais complexas e de grande porte. Nesse tipo de anestesia, o paciente fica inconsciente, incapaz de se mover e, habitualmente, intubado e acoplado a um respirador artificial. Um dos motivos do paciente não sentir é pelo fato do mesmo estar profundamente sedado, como se o cérebro estivesse parcialmente “desligado”. A anestesia regional é um procedimento anestésico usado em cirurgias mais simples, onde o paciente pode permanecer acordado. Este tipo de anestesia bloqueia a dor em apenas uma determinada região do corpo, como um braço, uma perna ou toda região inferior do corpo, abaixo do abdômen. Os 2 tipos de anestesia regional mais usados são: Anestesia raquidiana (ou raquianestesia) e a Anestesia peridural. Para realizar a anestesia raquidiana, uma agulha de pequeno calibre é inserida nas costas, de modo a atingir o espaço subaracnoide, dentro da coluna espinhal. Em seguida, um anestésico é injetado dentro do líquido espinhal (líquor), produzindo dormência temporária e relaxamento muscular. Na anestesia peridural o anestésico é injetado na região peridural, que fica ao redor do canal espinhal, utilizando um cateter que é implantado no espaço peridural. A anestesia local é o procedimento anestésico mais comum, sendo usado para bloquear a dor em pequenas regiões do corpo, habitualmente na pele. Ao contrário das anestesias geral e regional, que devem ser administradas por um anestesiologista, a anestesia local é usada por quase todas as especialidades. É habitualmente feita com a injeção de lidocaína na pele e nos tecidos subcutâneos, servindo para bloquear a dor em uma variedade de procedimentos médicos, como biópsias, punções de veias profundas, suturas da pele, punção lombar. 42 O exame de LCR é um procedimento que retira uma pequena quantidade do líquor, por meio de uma fina agulha, para analisar as características físicas, citológicas, microbiológicas e químicas. O procedimento pode ser realizado com anestesia local. Somente com as pessoas que não cooperam, por qualquer motivo, com o exame, utiliza-se a anestesia geral (pacientes muito agitados, crianças, pacientes com transtornos ou confusão mental, etc.). O paciente deve deitar-se em decúbito lateral, numa posição fetal (posição em que fica o feto dentro da barriga). Depois de uma adequada assepsia da área, uma agulha fina e longa (cerca de 12 centímetros) é inserida entre as vértebras lombares L3/L4 ou L4/L5. O mandril da agulha (estilete que preenche a agulha) é então retirado para que goteje algumas gotas de líquor. Em seguida, a agulha pode ser retirada, fazendo-se uma pequena pressão no local do furo para evitar maior derramamento de líquor. Normalmente, havendo cooperação do paciente, o procedimento dura de quinze a vinte minutos. 6.3.2. Sistema Nervoso Periférico – SNP O sistema nervoso periférico é composto por terminações nervosas, gânglios e nervos. As terminações nervosas são estruturas situadas na extremidade livre das fibras nervosas com a capacidade de transformar energia em impulso elétrico (receptor) e vice-versa (efetor). Os gânglios são aglomerados de células nervosas fora do SNC. Os nervos são cordões esbranquiçados constituídos por um conjunto de fibras nervosas envolvidas por bainha de mielina e que têm por função levar (ou trazer) impulsos ao (do) SNC. De acordo com as funções os nervos são classificados em sensitivos, motores e mistos. As fibras aferentes ou sensitivas (receptores) levam impulsos ao SNC, enquanto as fibras eferentes ou motoras trazem os impulsos do SNC. Existem ainda os nervos mistos com ambas as funções. Quanto à posição os nervos são divididos em dois grupos: Nervos Cranianos (12 pares) e Nervos Espinais (31 pares). 43 44 Os nervos cranianos são doze pares de nervos que fazem conexão com o encéfalo. Os dois primeiros têm conexão com o cérebro e os demais com o tronco encefálico. Os nervos cranianos são mais complexos que os espinais e dividem-se em: I - olfatório, II - óptico, III - oculomotor, IV - troclear, V - trigêmeo, VI - abducente, VII - facial, VIII – vestíbulococlear, IX - glossofaríngeo, X - vago, XI – acessório, XII -hipoglosso. As terminações nervosas existem na extremidade de fibras sensitivas e motoras. São estruturas especializadas para receber estímulos físicos ou químicos na superfície ou no interior do corpo. Ex: cones e bastonetes da retina são estimulados somente pelos raios luminosos; os receptores do ouvido apenas por ondas sonoras; os gustativos por substâncias químicas capazes de determinar as sensações de doce, azedo, amargo, etc.; na pele e nas mucosas existem receptores especializados para os agentes causadores de calor, frio, pressão e tato. Do ponto de vista funcional pode-se dividir o sistema nervoso em SN somático e SN visceral. O Sistema Nervoso Visceral ou Involuntário corresponde ao conjunto de estruturas nervosas, centrais e periféricas, que se ocupam da manutenção da constância do meio interno (homeostase) e que inervam as vísceras. É constituído por nervos motores que conduzem impulsos do sistema nervoso central à musculatura lisa de órgãos viscerais, músculos cardíacos e glândulas. Realiza o controle da digestão, sistema cardiovascular, excretor e endócrino. Possui dois tipos de neurônios: pré-ganglionares (corpo celular dentro do SNC) e pós-ganglionares (corpo celular dentro do gânglio). O Sistema Nervoso Somático Ou Voluntário, também formado por estruturas centrais e periféricas, têm por função a interação do organismo com o meio externo. Dessa maneira, o SNS é formado por nervos motores que conduzem impulsos do sistema nervoso central (SNC) à musculatura estriada esquelética. Determina ações conscientes como andar, falar, abraçar, correr, etc. Os nervos espinais são formados pela fusão de duas raízes, com fibras motoras (eferentes) e fibras sensitivas (aferentes). Existem 31 pares de nervos que mantêm contato com a medula, os quais são assim distribuídos: - 8 pares CERVICAIS; - 12 pares TORÁCICOS; - 5 pares LOMBARES; - 5 pares SACRAIS; - 1 par COCCÍGEOS. 45 6.3.2.1. Organização geral do Sistema Nervoso Autônomo Os neurônios pré e pós-ganglionares
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