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Bens Apreendidos

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5
 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA CRIMINAL DA COMARCA DE RIO BRANCO - ACRE
MANIFESTAÇÃO
MM. JUIZ, 
O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO ACRE, por intermédio de seu Promotor de Justiça signatário, titular da ... Promotoria de Justiça, vem perante V. Exª., no exercício de suas atribuições legais, em atendimento ao despacho de fls. .......manifestar-se nos seguintes termos:
Cuida-se de pedido elaborado pela autoridade policial com o objetivo de utilizar bem(ns) apreendido(s) nos autos de processo-crime em epígrafe, com fundamento no art. 62, da Lei nº 11.343/06 e em suas alterações advindas da lei nº 13.840/2019.
I – Dos Fatos
No dia ................, às ..............., em cumprimento a mandado de busca e apreensão/sequestro, realizou-se a apreensão/sequestro dos bens: 01 (um) veículo marca ..............., placas ......., cor .................; 01 (uma) balança de precisão; a quantia de R$ ....................; 20 (vinte) invólucros de plástico; 01 (um) computador...............; 01 (uma) arma de fogo, dentre outros objetos descritos no auto de apreensão de fls. ......................; e significativa quantidade de substância ilícita entorpecente, conforme laudo provisório de constatação de fl.................; que se encontravam em poder do(s) investigado(s) ............, inicialmente pela prática do crime de tráfico e de associação para o tráfico, previstos nos arts. 33 e 35 da lei nº 11.343/06. 
O auto de apreensão encontra-se encartado às fls. ...............dos autos.
OU
No dia ......., às ......, durante ronda ostensiva realizada pela Polícia Militar, nas proximidades da rua ................, na cidade de ................, a pessoa de ............................. foi flagrada portando significativa quantidade de substância ilícita entorpecente, conforme laudo provisório de constatação de fl. .................., na companhia de ........................., com que também foram encontrados 01 (um) veículo 
marca ......................, placas ......................., cor .................; 01 (uma) balança de precisão; a quantia de R$ .........; 20 (vinte) invólucros de plástico; 01 (um) computador.......; 01 (uma) arma de fogo, dentre outros objetos descritos no auto de apreensão de fls. ........ 
O pedido especifica os bens em torno dos quais há interesse público na utilização, quais sejam: veículo marca ......................, placas, cor....................; computador .......................; e arma de fogo. Tanto o computador quanto a arma de fogo foram submetidos à perícia e encontram-se aptos ao uso e à disposição deste Juízo, consoante laudos periciais de fls. ..........................
Pois bem.
II – Da Fundamentação
Nos delitos de que trata a Lei nº 11.343/06, compete à autoridade policial informar imediatamente ao Poder Judiciário acerca da apreensão de bem, seja em flagrante seja em cumprimento de ordem judicial, a fim de que sejam adotadas as providências pertinentes à alienação antecipada, comprovado o nexo de causalidade entre o ilícito cometido e o bem apreendido, conforme se depreende de seu art. 61.
Dentre as providências, a autoridade judicial deverá proceder a avaliação do bem e intimar o órgão gestor do FUNAD para se manifestar, dirimindo eventuais celeumas, para então homologar o valor e submeter o bem à alienação antecipada, sob a supervisão e após manifestação do Ministério Público.
Nesse sentido, o art. 61:
Art. 61.  A apreensão de veículos, embarcações, aeronaves e quaisquer outros meios de transporte e dos maquinários, utensílios, instrumentos e objetos de qualquer natureza utilizados para a prática dos crimes definidos nesta Lei será imediatamente comunicada pela autoridade de polícia judiciária responsável pela investigação ao juízo competente. 
§ 1º O juiz, no prazo de 30 (trinta) dias contado da comunicação de que trata o caput, determinará a alienação dos bens apreendidos, excetuadas as armas, que serão recolhidas na forma da legislação específica.  
§ 2º A alienação será realizada em autos apartados, dos quais constará a exposição sucinta do nexo de instrumentalidade entre o delito e os bens apreendidos, a descrição e especificação dos objetos, as informações sobre quem os tiver sob custódia e o local em que se encontrem. 
§ 3º O juiz determinará a avaliação dos bens apreendidos, que será realizada por oficial de justiça, no prazo de 5 (cinco) dias a contar da autuação, ou, caso sejam necessários conhecimentos especializados, por avaliador nomeado pelo juiz, em prazo não superior a 10 (dez) dias.
§ 4º Feita a avaliação, o juiz intimará o órgão gestor do Funad, o Ministério Público e o interessado para se manifestarem no prazo de 5 (cinco) dias e, dirimidas eventuais divergências, homologará o valor atribuído aos bens.         
§ 9º O Ministério Público deve fiscalizar o cumprimento da regra estipulada no § 1º deste artigo. (Grifo nosso)   
A respeito da possibilidade de alienação antecipada de bens decorrentes do cometimento de crimes relacionados à Lei de Drogas, tem-se os julgados seguintes:
Ementa: MANDADO DE SEGURANÇA. TRÁFICO DE DROGAS. RESTITUIÇÃO DE VEICULO APREENDIDO EM SUPOSTO CRIME DE TRÁFICO DE DROGAS. IMPOSSIBILIDADE, ENQUANTO O BEM INTERESSAR AO PROCESSO. ART. 118 DO CPP. ALIENAÇÃO ANTECIPADA DO BEM. PRECAUÇÃO QUANTO À PERDA DO VALOR DO AUTOMÓVEL. VIGÊNCIA DA LEI 13.840/2019. AUSÊNCIA DE ILEGALIDADE OU ABUSO DE PODER. Mandado de segurança denegado. (Mandado de Segurança, Nº 70081789240, Primeira Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Manuel José Martinez Lucas, Julgado em: 10-07-2019). (Grifo nosso)
Ementa: PROCESSO PENAL. ALIENAÇÃO ANTECIPADA. VEÍCULO APREENDIDO. UTILIZAÇÃO PARA O TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES. ART. 62, §§ 4º, DA LEI N. 11.343/06. POSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO E LEGITIMIDADE DO MINISTÉRIO PÚBLICO. PROVIMENTO DA APELAÇÃO. 1. Instaurada a ação penal, pode o Ministério Público requerer ao juízo competente que, em caráter cautelar, proceda à alienação dos bens apreendidos relacionados ao tráfico ilícito de drogas, conforme expressa previsão do art. 62, § 4º, da Lei nº 11.343/06. 2. Cabe a alienação antecipada, antes do trânsito em julgado de eventual sentença condenatória pela prática do crime, tratando-se de bem sujeito a sérios riscos de deterioração e desvalorização, seja qual for o desfecho da causa, com a perda, ou mesmo sua restituição. 3. Apelação provida. (TRF 3ª R.; ACr 0002511-56.2012.4.03.6005; MS; Primeira Turma; Relª Desª Fed. Maria Cecília Pereira de Mello; Julg. 09/12/2014; DEJF 19/12/2014; Pág. 2102) Grifo nosso
Ementa: PENAL. APELAÇÃO CRIMINAL. Tráfico de drogas e associação para o tráfico (arts. 33, caput, 35, caput, da lei nº 11.343/2006). Recursos da acusação e das defesas. Operação fênix. Trinta e seis réus. (…) De ofício, determinação da alienação antecipada dos veículos cujo perdimento foi determinado, nos termos do artigo 62, §4º, da lei nº 11.343/06. (...) f) resp. condenação penal. perda de bens. a perda dos instrumentos e produto do crime, em favor da união, é efeito da sentença penal condenatória (STJ. RESP 190469/MT. 6ª TURMA. REL. MIN. LUÍS VICENTE CERNICCHIARO. j. 04/05/1999. dju 01/07/1999, p. 215).g) o art. 62, § 4º, da lei nº 11.343/06 prevê a alienação antecipada dos bens apreendidos, que se mostra mais vantajosa e inclusive é objeto da recomendação nº 30 do CNJ. Tal medida visa evitar que se deteriorem no decorrer do processo e preservar seu valor econômico. 6. mantida a decisão que decretou o perdimento (TRF-4. ACR: 50003642120144047121 RS 5000364-21.2014.404.7121, RELATOR: CLÁUDIA CRISTINA CRISTOFANI, DATA DE JULGAMENTO: 04/11/2014, sétima turma, data de publicação: d.e. 06/11/2014). (TJPR; ApCr 0900099-5; Curitiba; Quarta Câmara Criminal; Rel. Juiz Conv. Jefferson Alberto Johnsson; Julg. 28/05/2015; DJPR 24/06/2015; Pág. 427). (Grifo nosso)
Por outro lado, existindo o interesse público que justifique a utilização do bem apreendido/sequestrado, garantindo-se a prévia avaliação e ouvido o órgão gestordo FUNAD, a quem compete indicar a entidade que deverá recebê-lo, a autoridade judicial poderá autorizar o seu uso, especialmente em favor de órgãos de segurança pública que atuam na prevenção e na repressão aos crimes previstos nesta lei.
Esse é o entendimento exposto no art. 62 da Lei de Drogas: 
Art. 62.  Comprovado o interesse público na utilização de quaisquer dos bens de que trata o art. 61, os órgãos de polícia judiciária, militar e rodoviária poderão deles fazer uso, sob sua responsabilidade e com o objetivo de sua conservação, mediante autorização judicial, ouvido o Ministério Público e garantida a prévia avaliação dos respectivos bens.  
§ 1º-A. O juízo deve cientificar o órgão gestor do Funad para que, em 10 (dez) dias, avalie a existência do interesse público mencionado no caput deste artigo e indique o órgão que deve receber o bem.  
§ 1º-B. Têm prioridade, para os fins do § 1º-A deste artigo, os órgãos de segurança pública que participaram das ações de investigação ou repressão ao crime que deu causa à medida.    
§ 2º A autorização judicial de uso de bens deverá conter a descrição do bem e a respectiva avaliação e indicar o órgão responsável por sua utilização. 
§ 3º O órgão responsável pela utilização do bem deverá enviar ao juiz periodicamente, ou a qualquer momento quando por este solicitado, informações sobre seu estado de conservação.  
§ 4º Quando a autorização judicial recair sobre veículos, embarcações ou aeronaves, o juiz ordenará à autoridade ou ao órgão de registro e controle a expedição de certificado provisório de registro e licenciamento em favor do órgão ao qual tenha deferido o uso ou custódia, ficando este livre do pagamento de multas, encargos e tributos anteriores à decisão de utilização do bem até o trânsito em julgado da decisão que decretar o seu perdimento em favor da União. 
 § 5º Na hipótese de levantamento, se houver indicação de que os bens utilizados na forma deste artigo sofreram depreciação superior àquela esperada em razão do transcurso do tempo e do uso, poderá o interessado requerer nova avaliação judicial. 
§ 6º Constatada a depreciação de que trata o § 5º, o ente federado ou a entidade que utilizou o bem indenizará o detentor ou proprietário dos bens. (Grifo nosso)
No presente caso, os bens cuja utilização está sendo requerida são: o veículo marca ..........., placas, cor.................; o computador ....................; e a arma de fogo; todos apreendidos em poder de ..................... e utilizados para a prática do crime de tráfico ilícito de substância entorpecente, dentre outros fins ilícitos, o que se encontra devidamente evidenciado nos autos, especialmente pelos laudos periciais encartados.
Em razão disso, o(s) bem(ns) deve(m) ser prontamente empregado(s) na prevenção e na repressão ao crime de tráfico ilícito de entorpecentes, o que se torna viável ao ser permitida a sua utilização pela Polícia Civil, Militar, Rodoviária Federal ou Federal.
Como forças de segurança pública do Estado e a fim de não contrariar a ratio jurídica da Lei de Drogas, o Estado deve estar atento à observância de caros princípios no uso desse bem, a exemplo do Princípio da Responsabilidade da Administração frente aos bens tomados em razão do poder de polícia, ao Princípio da Afetação Instrumental e ao Princípio da Utilização Finalística de seu proveito, para o uso no trabalho de prevenção e de combate o narcotráfico.
III – Da Conclusão 
Resta devidamente demonstrada a utilização desses bens na mercancia ilícita de drogas, o que se percebe pelos elementos informativos constantes nos autos, razão pela qual este Órgão Ministerial não se opõe ao pleito, por ser medida prática e oportuna de colaboração ao combate do mal que essas condutas delitivas causam à sociedade.
Em razão do exposto, em observância à lei nº 11.343/06, a fim de que o pedido possa ser atendido, faz-se necessário:
a) Proceder à avaliação do(s) seguinte(s) bem(ns): veículo marca ................ ; e computador ...................., intimando o Ministério Público e o FUNAD para dizerem se concordam com o valor, no prazo de 05 (cinco) dias, para, em seguida, homologá-lo, de acordo com o art. 61, § 4º, da lei nº 11.343/06;
b) Na mesma oportunidade, intimar o órgão gestor do FUNAD para que avalie a existência do interesse público mencionado no caput do art. 62 e indique o órgão que deve receber o bem, nos termos do § 1º- A do artigo 62 da Lei nº 11.343/06, com cópia da petição subscrita pela autoridade policial;
c) Quanto ao bem “balança de precisão”, de pronto, requer seja alienado ou doado a entidade sem fins lucrativos, de interesse social, caso o custo com a alienação não justifique o valor a ser com ela auferido, em respeito aos princípios da razoabilidade e da economicidade, com fulcro no .................
d) No tocante à arma de fogo, manifesta-se pelo cumprimento do disposto no art. 25[footnoteRef:1] da lei nº 10.826/03, com as alterações advindas com a lei nº 13.886/2019, que prevê seja a arma de fogo encaminhada às Forças Armadas, especificamente ao Comando do Exército, para que se manifeste acerca da possibilidade de doação em favor de órgão de segurança pública. [1: Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos, quando não mais interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército, no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento desta Lei.  (Redação dada pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 1o  As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército que receberem parecer favorável à doação, obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada ou órgão de segurança pública, atendidos os critérios de prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido o Comando do Exército, serão arroladas em relatório reservado trimestral a ser encaminhado àquelas instituições, abrindo-se-lhes prazo para manifestação de interesse.  (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 1º-A. As armas de fogo e munições apreendidas em decorrência do tráfico de drogas de abuso, ou de qualquer forma utilizadas em atividades ilícitas de produção ou comercialização de drogas abusivas, ou, ainda, que tenham sido adquiridas com recursos provenientes do tráfico de drogas de abuso, perdidas em favor da União e encaminhadas para o Comando do Exército, devem ser, após perícia ou vistoria que atestem seu bom estado, destinadas com prioridade para os órgãos de segurança pública e do sistema penitenciário da unidade da federação responsável pela apreensão.     (Incluído pela Lei nº 13.886, de 2019)
§ 2o O Comando do Exército encaminhará a relação das armas a serem doadas ao juiz competente, que determinará o seu perdimento em favor da instituição beneficiada.  (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 3o O transporte das armas de fogo doadas será de responsabilidade da instituição beneficiada, que procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no Sigma.  (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma, conforme se trate de arma de uso permitido ou de uso restrito, semestralmente, da relação de armas acauteladas em juízo, mencionando suas características e o local onde se encontram.  (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)] 
____________/AC, ____ de ________ de ________
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