Prévia do material em texto
MA23 - Geometria Anaĺıtica Unidade 6 - Hipérbole João Xavier PROFMAT - SBM 21 de agosto de 2013 Hipérbole Sejam F1 e F2 dois pontos do plano e a um número real positivo. Chama-se de hipérbole de focos F1 e F2 ao conjunto dos pontos X cuja diferença das distâncias aos pontos F1 e F2 é, em valor absoluto, igual a 2a. Assim, o ponto X pertence a essa hipérbole se, somente se, |d(X ,F1) − d(X ,F2)| = 2a. O subconjunto da hipérbole formado pelos pontos X que satisfazem a igualdade d(X ,F1) − d(X ,F2) = 2a chamaremos de ramo da hipérbole segundo F2, e o subconjunto formado pelos pontos X tais que d(X ,F1) − d(X ,F2) = −2a chamaremos de ramo da hipérbole segundo F1. A reta que passa nos focos chamaremos de eixo focal e os pontos de intersecção do eixo focal com a hipérbole serão chamados de vértices da hipérbole. Note que a distância entre os vértices é igual a 2a. Chamaremos a de semieixo focal da hipérbole. PROFMAT - SBM MA23 - Geometria Anaĺıtica slide 2/11 Hipérbole Denominaremos por centro da hipérbole o ponto médio do segmento de reta que une os focos; a mediatriz do segmento de reta que une os focos será chamada de eixo normal da hipérbole. Se denotarmos por c a metade da distância entre os focos, temos c > a. Seja b > 0 tal que c2 = a2 + b2. Os elementos listados abaixo, estão identificados na próxima figura: • Os pontos F1 e F2 são os focos da hipérbole, a distância entre eles denominada distância focal é 2c , e a reta que os contêm é a reta focal. • A interseção da hipérbole com a reta focal consiste de exata- mente dois pontos, A1 e A2 cuja distância é 2a, chamados vértices da hipérbole. PROFMAT - SBM MA23 - Geometria Anaĺıtica slide 3/11 Hipérbole • O segmento B1B2, perpendicular ao eixo focal que tem ponto médio o centro da hipérbole e comprimento 2b, onde b2 = c2−a2, é denomi- nado eixo não focal da hipérbole. Os pontos B1 e B2 são denominados vértices imaginarios. • Uma hipérbole é equilátera, se o comprimento do eixo focal for igual ao comprimento do eixo não focal, isto é, a = b. • A excentricidade da hipérbole e = ca . Figura: Hipérbole PROFMAT - SBM MA23 - Geometria Anaĺıtica slide 4/11 Hipérbole Vamos obter a equação reduzida da hipérbole quando os focos são da forma F1 = (n1,m) e F2 = (n2,m), com n1 < n2. Neste caso, o centro da hipérbole é (x0, y0) = ( n1+n2 2 ,m) e n2 − n1 = 2c . Donde, x0 − n1 = n2−n1 2 = c e n2 = 2x0 − n1 = x0 + c . A fim de determinar a equação do ramo da hipérbole segundo F2, escreveremos a equação d(X ,F1) − d(X ,F2) = 2a em termos de coordenadas, o que nos dá√ (x − n1)2 + (y −m)2 − √ (x − n2)2 + (y −m)2 = 2a. Portanto,√ (x − n1)2 + (y −m)2 = 2a + √ (x − n2)2 + (y −m)2. PROFMAT - SBM MA23 - Geometria Anaĺıtica slide 5/11 Hipérbole Elevando ao quadrado, (x − n1) 2 + (y −m)2 = 4a2 + 4a √ (x − n2)2 + (y −m)2 + (x − n2) 2 + (y −m)2. Simplificando, −a √ [(x − x0) − c ]2 + (y − y0)2 = a 2 − c(x − x0). Novamente elevando ao quadrado e simplificando obtemos, (a2 − c2)(x − x0) 2 + a2(y − y0) 2 = a2(a2 − c2). A última igualdade implica PROFMAT - SBM MA23 - Geometria Anaĺıtica slide 6/11 Hipérbole (x − x0) 2 a2 − (y − y0) 2 b2 = 1. Cálculos análogos aos apresentados acima nos conduzem à mesma equação, denominada equação canônica da hipérbole, para o ramo da hipérbole segundo F1. A rigor, provamos acima apenas que as coordenadas (x , y) de um ponto arbitrário da hipérbole satisfazem a equação encontrada. Mostra-se, reciprocamente, que todo ponto cujas coordenadas satis- fazem esta equação pertence à hipérbole cujos focos são F1 = (n1, y0) e F2 = (n2, y0), com x0 = n1+n2 2 e n2 > n1. Exemplo: A equação 2x2 − 3y2 = 5 equivale a x2 ( √ 5/2)2 − y2 ( √ 3/2)2 = 1, PROFMAT - SBM MA23 - Geometria Anaĺıtica slide 7/11 Hipérbole que representa a hipérbole centrada na origem, de semieixo focal √ 5 2 , semieixo normal √ 3 2 e de focos nos pontos (±2, 0). Analogamente ao que vimos, se considerarmos os focos pertencentes a uma reta paralela ao eixo y temos que a equação que representa a hipérbole é: − (x − x0) 2 b2 + (y − y0) 2 a2 = 1. Chamaremos de excentricidade da hipérbole a razão entre c e a. Se denotarmos por e a excentricidade, então e = ca . Note que a excen- tricidade da hipérbole é um número maior 1. No exemplo anterior, a hipérbole tem excentricidade igual a 2 √ 2 5 = √ 8 5 . PROFMAT - SBM MA23 - Geometria Anaĺıtica slide 8/11 Hipérbole As retas y = ±ba (x−x0)+y0 são chamadas de asśıntotas da hipérbole (x − x0) 2 a2 − (y − y0) 2 b2 = 1. Figura: Asśıntotas PROFMAT - SBM MA23 - Geometria Anaĺıtica slide 9/11 Hipérbole Consideremos a equação de uma hipérbole de centro no ponto (x0, y0) e reta focal paralela ao eixo x (x − x0) 2 a2 − (y − y0) 2 b2 = 1. Desenvolvendo essa equação, obtemos b2x2 − a2y2 − 2b2x0x + 2a 2y0y + b 2x20 − a 2y20 − a 2b2 = 0 que é da forma Ax2 + Bxy + Cy2 + Dx + Ey + F = 0, com A = b2, B = 0, C = −a2, D = −2b2x0, E = 2a 2y0 e F = b2x20 − a 2y0 − a 2b2. PROFMAT - SBM MA23 - Geometria Anaĺıtica slide 10/11 Hipérbole Então, B = 0 e os coeficientes A e C têm sinais opostos. O mesmo vale para a equação da hipérbole com centro no ponto (x0, y0) e reta focal paralela ao eixo y . Reciprocamente, temos: Proposição: Se os coeficientes A e C da equação do segundo grau Ax2 + Bxy + Cy2 + Dx + Ey + F = 0 têm sinais opostos, então a equação representa um dos seguintes conjuntos: (i) uma hipérbole com eixos paralelos aos eixos coordenados; (ii) um par de retas concorrentes. O caso em que a equação do segundo grau acima, com AC < 0, representa um par de retas concorrentes é chamado caso degenerado da hipérbole. PROFMAT - SBM MA23 - Geometria Anaĺıtica slide 11/11