Prévia do material em texto
NEUROIMAGEM RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO Elaine Rocha Meirelles Rodrigues UFMA ITZ - 7P 2017-1 Elaine Rocha Meirelles Rodrigues UFMA ITZ - 7P 2017-1 NEUROIMAGEM RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO MÉTODOS DE NEUROIMAGEM • CT estrutural - sem contraste • CT - perfusão • RM estrutural + funcional (difusão e perfusão) • Métodos de estudo vascular: US doppler modo B Angio-CT e Angio-RM Angio cateterismo (invasivo) RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO • R M : g r a n d e a v a n ç o n a R a d i o l o g i a , principalmente da Neurorradiologia. • Método mais caro que a TC, porém não utiliza radiação ionizante. • Melhor avaliação da anatomia do encéfalo que a TC RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO VANTAGEM DA RM: • leque de ponderações e exames que a utilizam como base; • pode ser executado em pacientes grávidas (porém em casos específicos) CONTRA-INDICAÇÃO: pacientes que possuam próteses metálicas (relativo) ou marcapassos RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO AXIAL RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO CORONAL RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SAGITAL RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO NOMENCLATURA: Varia de acordo com a ponderação com a qual estamos lidando •hiperINTENSO, isoINTENSO e hipoINTENSO. •hiperSINAL, isoSSINAL e hipoSSINAL. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO • MECANISMO DE AÇÃO: • Movimentos (spins) dos íons hidrogênio (átomo em maior abundância em nosso corpo) através de pulsos magnéticos. • A partir de tempos de repetição (TR) e tempos de eco (TE) podemos obter diferentes tipos de imagens as quais c lassificamos como ponderações. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO Como temos noção da ponderação que estamos observando? Pelo tempo de repetição (TR) e o tempo de eco (TE). •TR e TE baixo: Imagem ponderada em T1 •TR e TE altos: Imagem ponderada em T2 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO O que significa T1 e T2? RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIAS: T1 e T2 significa que as imagens estão sendo geradas e adquiridas por tempos de eco e repetição diferentes e alternados. Na prática, o que significa? Dependendo desses tempos, as imagens geradas possuem sinais diferentes. O que é hipointenso em T1 pode ser hiperintenso em T2 e vice-versa. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIAS: Ex: a água. •Em T1 a água exibe HIPOSINAL •Em T2 a água exibe HIPERSINAL. •Na prática quer dizer que imagens ponderadas em T1 exibem o líquor cefalorraquidiano com um sinal hipointenso e imagens ponderadas em T2 exibem o líquor cefalorraquidiano hiperintenso. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO T1 T2 RM DO CRÂNIO SEQUÊNCIAS PONDERADAS EM: • T1 • T2 • FLAIR • DIFUSÃO • PERFUSÃO • MAPA DC • SWI • ANGIO RM • EXAME COM CONTRASTE • EXAME SEM CONTRASTE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA T2 • T2: • ÁGUA BRILHA EM T2: • fica branca, com hipersinal ou hiperintenso RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA T2 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA T2 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA T2 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA T2 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA T1 • T1: • ÁGUA FICA ESCURA EM T1 • Substância branca fica BRANCA • Substância cinzenta fica CINZA RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA T1 • T1: • ÁGUA FICA ESCURA EM T1 • Substância branca: tem mais mielina (a mielina é hidrofóbica), tem mais gordura, tem menos água -> fica mais branca • Substância cinzenta: o córtex tem menos mielina, tem menos gordura, tem mais água -> fica mais escura RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA T1 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA T1 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA T1 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIAS T1 E T2 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIAS T1 E T2 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA T1 COM CONTRASTE • CONTRASTE: Gadolínio • Contraste (Gadolínio) brilha em T1 • O contraste é feito sempre na sequência T1 RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA T1 COM CONTRASTE • PROTOCOLO: 1.Primeiro fazemos as sequências sem contraste (T1, T2, Flair, SWI, Difusão); 2.Depois injeta-se o contraste na veia e fazemos a sequência T1; 3.Depois comparamos as sequências T1 sem contraste e T1 com contraste RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA T1 COM CONTRASTE • Existem estruturas que realçam normalmente: 1.Vasos; 2.Seios venosos; 3.Plexos coróides; 4.Haste da hipófise, infundíbulo da hipófise e adeno-hipófise; 5.Dura máter: em alguns locais, realce discreto, menor que 2 mm de espessura, não contínuo 6.Musculatura extrínseca dos olhos 7.Mucosa do nariz RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA T1 COM CONTRASTE • IMPORTÂNCIA DO CONTRASTE: • Q u a n d o h á q u e b r a d a b a r r e i r a hematoencefálica (Ex: processo inflamatório, desmielinização, processo infeccioso, TU): • quebra da barreira -> contraste extravasa do vaso -> difunde no parênquima -> realce, impregnação -> hipersinal RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA T1 COM CONTRASTE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA T1 COM CONTRASTE RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA T1 COM SATURAÇÃO DE GORDURA • A GORDURA “APAGA” • A gordura brilha em T1 e brilha em T2 • Quando usamos a técnica FAT-SAT (com sa tu ração da go rdu ra ) -> a go rdu ra “apaga” (elimina o sinal da gordura) -> a gordura que brilhava (ficava branca), vai ficar escura (some o sinal da gordura) RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA T1 COM SATURAÇÃO DE GORDURA • IMPORTÂNCIA DA SEQUÊNCIA T1 FAT-SAT: • BRILHA EM T1: • Gordura • Sangue na fase subaguda, hematoma • Melanina (ex: metástase de melanoma, lesão melanocítica) • Cisto de alto conteúdo protéico RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA FLAIR • É um T2: • COM SUPRESSÃO (apagamento) DO LÍQUOR • Sequência extremamente importante no crânio • Sequência obrigatória na RM do crânio RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA T2 / FLAIR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA FLAIR • É um T2: • Para diferenciar o FLAIR de T1, olhar: 1.líquor; 2.substância branca; 3.substância cinzenta RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA FLAIR • É um T2: • Para diferenciar o FLAIR de T1, olhar: 1.líquor: preto em T1 e Flair 2.substância branca: branca em T1 e escura em Flair 3.substância cinzenta: cinza em T1 e branca em Flair RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA FLAIR • IMPORTÂNCIA DO FLAIR: • Potencializa o líquido do edema • No Flair, apaga o líquor, mas a água de hidratação BRILHA, fica mais evidente • Tem “sensibilidade" para mostrar lesões (a maioria das lesões cerebrais vai brilhar no Flair) RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA FLAIR • IMPORTÂNCIA DO FLAIR: • Água de hidratação (patológica): • edema • tumor • gliose • processos infecciosos • processos inflamatórios • desmielinização RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA T2 / FLAIR RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO SEQUÊNCIA T2 / FLAIR Dysembryoplastic Neuroepithelial Tumor (DNET) RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO DWI (DIFUSÃO) • PARECIDA COM O FLAIR • Imagem pesada em difusão • Imagem parecida com o Flair, porém sem tanta nitidez • Não vemos bem a calota craniana, osso, pele e tecido subcutâneo RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO DWI (DIFUSÃO) RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO DWI (DIFUSÃO) • Movimento browniano randômico da molécula de água • É o deslocamento aleatório de partículas em suspensão ... um "movimento oscilatório rápido" das moléculas de água. RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO DWI (DIFUSÃO) Movimento browniano da molécula de água RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO DWI (DIFUSÃO) Movimento browniano da molécula de água RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO DWI (DIFUSÃO) RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO DWI (DIFUSÃO) • Líquor: aparece escuro. Não há restrição ao movimento da água.Água que se movimenta, o aparelho interpreta como ausência de restrição. • Camada cortical: cor mais branca, tem células, a água colide com as células, o que restringe discretamente o movimento da água -> aparece mais branco, com sinal, com brilho. • Substância branca: aparece cinza, água que se choca com os axônios RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO DWI (DIFUSÃO) RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO DWI (DIFUSÃO) RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO DWI (DIFUSÃO) RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO DWI (DIFUSÃO) • Logo após a imagem de difusão, o aparelho emite o Mapa de ADC (Coeficiente Aparente da Difusão). • Na restrição de difusão, a água fica “parada”: o aparelha interpreta com hipersinal na difusão e hipossinal no mapa ADC RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO DWI (DIFUSÃO) • ARTEFATOS: • Na região onde tem osso espesso (mastóide e porção petrosa do osso temporal): tem área de hipersinal adjacente a ele, projetado no parênquima encefálico • Em áreas próximo a ar: ex. seios frontais -> hipersinal artefatual RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO DWI (DIFUSÃO) • S I T U A Ç Õ E S M A I S F R E Q U E N T E S RELACIONADAS À RESTRIÇÃO DA DIFUSÃO: 1. Redução do espaço intercelular 2. Aumento da viscosidade RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO DWI (DIFUSÃO) • S I T U A Ç Õ E S M A I S F R E Q U E N T E S RELACIONADAS À RESTRIÇÃO DA DIFUSÃO: 1. Redução do espaço intercelular: a água se choca contra as células -> restrição à difusão -> hipersinal na difusão e hipossinal no mapa ADC. 2. Aumento da viscosidade: água terá dificuldade para se movimentar em ambiente mais viscoso RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO DWI (DIFUSÃO) • SITUAÇÕES MAIS FREQUENTES RELACIONADAS À RESTRIÇÃO DA DIFUSÃO: 1. REDUÇÃO DO ESPAÇO INTERCELULAR: • Ex: TUMORES -> quanto mais hipercelulares -> maior a restrição à difusão. Ex: linfoma -> TU hipercelular -> espaço intercelular reduzido • EDEMA: células edemaciadas, edema intracelular -> edema citotóxico -> redução do espaço entre as células -> restrição. Ex: AVCI RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO DWI (DIFUSÃO) • SITUAÇÕES MAIS FREQUENTES RELACIONADAS À RESTRIÇÃO DA DIFUSÃO: • 2- AUMENTO DA VISCOSIDADE DA REGIÃO: • A água vai se aderir às áreas mais viscosas -> restrição na difusão. • Exemplos: • ABSCESSO: maior viscosidade, pus no interior -> restrição à difusão da água -> hipersinal • METÁSTASE: se há necrose no centro, tem líquido -> não há restrição -> a movimentação da água está mantida -> hipossinal na DWI RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO DWI (DIFUSÃO) • SITUAÇÕES MAIS FREQUENTES RELACIONADAS À RESTRIÇÃO DA DIFUSÃO: • 2- AUMENTO DA VISCOSIDADE DA REGIÃO: • Imagem cística -> hipersinal em T2 -> água no interior -> se não há restrição na difusão -> cisto aracnóide, por ex. -> tem líquor • Imagem cística -> hipersinal em T2 -> água no interior -> se há restrição na difusão -> pensar em cisto epidermóide, por ex -> tem queratina -> maior viscosidade -> a água fica mais aderida RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO DWI (DIFUSÃO) • Edema intersticial (vasogênico) -> aumento da permeabilidade capilar -> extravasamento de líquido (do capilar para o interstício) -> há edema mas aumenta o espaço intersticial -> facilidade de movimentação da água -> facilita a difusão RESSONÂNCIA MAGNÉTICA DO CRÂNIO DWI (DIFUSÃO) • INDICAÇÕES DA DWI 1. Diagnóstico de AVCI 2. Diferenciar AVCI agudo de crónico 3. Diferenciar abscesso de necrose tumoral 4. Diferenciar cisto aracnóide de cisto epidermóide 5. Avaliação de lesões corticais em CDI 6. Diferenciar a encefalite herpética de glioma temporal 7. Avaliação de extensão de LAD Obrigada!