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Fatores Ambientais4 ABPO

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ABPO Article
Por Juarez Pereira,
assessor técnico da ABPO
E-mail: abpo@abpo.org.br
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Fatores de segurança
A resistência à compressão da embalagem de papelão ondulado é estimada pelos 
projetistas considerando-se todas 
aquelas situações pelas quais a em-
balagem estará submetida durante 
o seu uso normal − ou seja, desde o 
momento em que recebe o seu con-
teúdo até o momento da entrega ao 
consumidor final.
As situações às quais é subme-
tida a embalagem são, na prática, 
aquelas referentes aos fatores am-
bientais descritos por mim nos úl-
timos cinco artigos publicados nes-
ta coluna durante o ano passado. 
Pode haver, ainda, um ou outro fator 
ambiental a ser considerado. Por menor 
ocorrência, porém, esses fatores são 
tratados como exceções.
Quando for o caso de raros casos 
acontecerem, os fatores considerados 
“exceções” devem, necessariamente, 
ser tratados como relevantes, já que 
influem no desempenho da embalagem.
Uma vez conhecidos o peso bruto 
de uma embalagem e o número de 
unidades sobrepostas à primeira, da 
base do palete ou do empilhamento nos 
armazéns de estocagem, o peso total so-
bre a primeira embalagem corresponde 
ao resultado da multiplicação do peso 
bruto da embalagem pelo número de 
embalagens sobrepostas. 
Esse peso total, multiplicado pelo 
FATOR DE SEGURANÇA, indicará 
ao projetista da embalagem a resistência 
exigida para suportar a função como 
meio de transporte de produtos em per-
feitas condições até o consumidor final.
O FATOR DE SEGURANÇA é 
obtido multiplicando-se o inverso dos 
diferentes percentuais de resistência 
mantidos pela embalagem nas diferen-
tes situações pelas quais passa durante 
Artigo ABPO
seu ciclo de distribuição. Por exemplo, 
se o tempo de estocagem for de 30 dias, 
as tabelas indicam que a embalagem 
retém cerca de 60% (0,60) de sua resis-
tência inicial; se a umidade relativa for 
de 80%, a embalagem retém 68% (0,68) 
de sua resistência inicial. 
Se apenas essas duas situações 
atuassem sobre a embalagem, o fator 
de segurança seria o inverso do produto 
dos multiplicadores correspondentes, 
que são os dois percentuais mostrados 
acima. O FATOR DE SEGURANÇA, 
então, seria:
1/ (0,60 x 0,68) = 1/0,408 = 2,45
Exemplifiquemos agora com uma 
situação um pouco mais completa. 
Digamos que os fatores ambientais 
atuantes sobre a embalagem são os 
que relacionamos abaixo com seus 
respectivos percentuais de retenção de 
resistência:
Tempo de estocagem 
de 30 dias
0,60
Umidade relativa de 70% 0,80
Empilhamento colunar 1,00
Pilha que ultrapassa 
a superfície do palete
0,80
Espaços entre as tábuas 
da superficie
0,90
Manuseio normal 0,80
FATOR DE SEGURANÇA = 1/ (0,60 x 
0,80 x 1,00 x 0,80 x 0,90 x 0,80) = 3,6
Se a embalagem tiver um peso 
bruto de 15 kg – e forem empilhadas 
10 unidades sobre a primeira –, esta 
embalagem da base terá sobre ela 150 
kg. Multiplicando esse peso suportado 
por 3,6, teremos 540 kg. Isso representa 
a resistência inicial que a embalagem 
deverá apresentar nas condições nor-
mais de ensaio, que são 50% UR e 23°C 
de temperatura.
Considerando a seguir as dimen-
sões, o estilo da embalagem e a estrutu-
ra do papelão ondulado (parede simples 
ou dupla), o projetista tem condições de 
especificar a “qualidade” do papelão 
ondulado a ser utilizado na fabricação 
de tal embalagem.
Para melhor aprender este assun-
to, a ABPO mantém cursos para usu-
ários e fabricantes de embalagem, a 
fim de capacitar os participantes a 
especificar a embalagem de pape-
lão ondulado, desde a indicação do 
material a ser usado (especificação 
da chapa de papelão ondulado) e do 
estilo da embalagem até a definição 
daqueles aspectos relacionados ao 
menor custo possível para os proje-
tos em estudo. A programação dos 
cursos da ABPO pode ser conferida 
no site www.abpo.org.br. Um exce-
lente 2011 a todos!

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