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O P A P E L - Ja ne ir o 20 11 C A D E R N O A B P O 22 ABPO Article Por Juarez Pereira, assessor técnico da ABPO E-mail: abpo@abpo.org.br B A N C O D E IM A G E N S A B T C P Fatores de segurança A resistência à compressão da embalagem de papelão ondulado é estimada pelos projetistas considerando-se todas aquelas situações pelas quais a em- balagem estará submetida durante o seu uso normal − ou seja, desde o momento em que recebe o seu con- teúdo até o momento da entrega ao consumidor final. As situações às quais é subme- tida a embalagem são, na prática, aquelas referentes aos fatores am- bientais descritos por mim nos úl- timos cinco artigos publicados nes- ta coluna durante o ano passado. Pode haver, ainda, um ou outro fator ambiental a ser considerado. Por menor ocorrência, porém, esses fatores são tratados como exceções. Quando for o caso de raros casos acontecerem, os fatores considerados “exceções” devem, necessariamente, ser tratados como relevantes, já que influem no desempenho da embalagem. Uma vez conhecidos o peso bruto de uma embalagem e o número de unidades sobrepostas à primeira, da base do palete ou do empilhamento nos armazéns de estocagem, o peso total so- bre a primeira embalagem corresponde ao resultado da multiplicação do peso bruto da embalagem pelo número de embalagens sobrepostas. Esse peso total, multiplicado pelo FATOR DE SEGURANÇA, indicará ao projetista da embalagem a resistência exigida para suportar a função como meio de transporte de produtos em per- feitas condições até o consumidor final. O FATOR DE SEGURANÇA é obtido multiplicando-se o inverso dos diferentes percentuais de resistência mantidos pela embalagem nas diferen- tes situações pelas quais passa durante Artigo ABPO seu ciclo de distribuição. Por exemplo, se o tempo de estocagem for de 30 dias, as tabelas indicam que a embalagem retém cerca de 60% (0,60) de sua resis- tência inicial; se a umidade relativa for de 80%, a embalagem retém 68% (0,68) de sua resistência inicial. Se apenas essas duas situações atuassem sobre a embalagem, o fator de segurança seria o inverso do produto dos multiplicadores correspondentes, que são os dois percentuais mostrados acima. O FATOR DE SEGURANÇA, então, seria: 1/ (0,60 x 0,68) = 1/0,408 = 2,45 Exemplifiquemos agora com uma situação um pouco mais completa. Digamos que os fatores ambientais atuantes sobre a embalagem são os que relacionamos abaixo com seus respectivos percentuais de retenção de resistência: Tempo de estocagem de 30 dias 0,60 Umidade relativa de 70% 0,80 Empilhamento colunar 1,00 Pilha que ultrapassa a superfície do palete 0,80 Espaços entre as tábuas da superficie 0,90 Manuseio normal 0,80 FATOR DE SEGURANÇA = 1/ (0,60 x 0,80 x 1,00 x 0,80 x 0,90 x 0,80) = 3,6 Se a embalagem tiver um peso bruto de 15 kg – e forem empilhadas 10 unidades sobre a primeira –, esta embalagem da base terá sobre ela 150 kg. Multiplicando esse peso suportado por 3,6, teremos 540 kg. Isso representa a resistência inicial que a embalagem deverá apresentar nas condições nor- mais de ensaio, que são 50% UR e 23°C de temperatura. Considerando a seguir as dimen- sões, o estilo da embalagem e a estrutu- ra do papelão ondulado (parede simples ou dupla), o projetista tem condições de especificar a “qualidade” do papelão ondulado a ser utilizado na fabricação de tal embalagem. Para melhor aprender este assun- to, a ABPO mantém cursos para usu- ários e fabricantes de embalagem, a fim de capacitar os participantes a especificar a embalagem de pape- lão ondulado, desde a indicação do material a ser usado (especificação da chapa de papelão ondulado) e do estilo da embalagem até a definição daqueles aspectos relacionados ao menor custo possível para os proje- tos em estudo. A programação dos cursos da ABPO pode ser conferida no site www.abpo.org.br. Um exce- lente 2011 a todos!
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