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Recalques de fundações Uma fundação com Fator de Segurança adequado contra ruptura não significa que tenha bom desempenho quanto à recalques. O recalque é definido como o movimento descendente de uma fundação. Recalques de fundações “Deslocamento vertical descendente de estrutura apoiada sobre terreno” DEVEM SER ENCARADOS COMO ESTIMATIVAS Recalques de fundações “Denomina-se recalque a deformação que ocorre no solo quando submetido a cargas. Essa deformação provoca movimentação na fundação que, dependendo da intensidade, pode resultar em sérios danos a superestrutura.” Recalques de fundações Recalques de fundações “Se o maciço de solo fosse homogêneo e todas as sapatas de mesmas dimensões e submetidas às mesmas cargas, os recalques seriam praticamente uniformes, mas a variabilidade do solo gera recalques desiguais. Além disso, o tamanho das bases das sapatas em um edifício pode variar, uma vez que as cargas são diferentes.” TODA ESTRUTURA SUPORTA UM CERTO RECALQUE ADMISSÍVEL. TODA FUNDAÇÃO RECALCA!!! Hipótese de apoio fixo para pilares → inválida. Recalques de fundações SOLO + CARREGAMENTO → RECALQUE Variações volumétricas – variação do volume de vazios (compressão do ar ou expulsão da água); Volume dos sólidos constante – compressibilidade dos grãos desprezível quando comparada com a dos vazios. Resumindo… Solos granulares → altamente permeáveis → variação dos volumes rápida. Solos saturados → baixa permeabilidade → variação dos volumes mais lenta. Recalques de fundações Recalques de fundações Recalque diferencial: principal razão do surgimento de rachaduras e trincas nas paredes e estruturas das edificações. Recalques de fundações Recalque diferencial: edifícios que compõem a orla da cidade de Santos-SP. Recalques de fundações Catedral do México: recalque por distorção angular, em que a edificação se modifica sem prejuízos porque os recalques não são diferenciais. Recalques de fundações Patologias de fundações Fluxograma das etapas de projeto e possíveis causas de patologias Recalques de fundações Principais causas de deformações nas estruturas Aplicação de cargas estruturais Rebaixamento do NA Colapso do solo devido à inundação Inchamento de solo expansivo Deterioração estrutural da fundação Recalques de fundações Recalques de fundações Tipos de recalques Obs.: Tanto os recalques absolutos, quanto os diferenciais, podem causar danos às estruturas. Recalques de fundações Tipos de recalques Recalque absoluto (ρ) É o movimento absoluto de um elemento de fundação. Recalque diferencial (Δρ) É a diferença de recalques entre dois elementos de fundação. Δρ = |ρ1 – ρ2| Distorção angular (γ) É a relação entre o recalque diferencial e a distância entre os elementos de fundação. Movimentos na estrutura Recalque uniforme Se Pequeno: não traz danos. Se Grande: danos de funcionabilidade, instalações e estéticos. É o almejado desde que não seja excessivo. Movimentos na estrutura Recalques diferenciais com distorção uniforme Problema visual. Problema nas esquadrias. Estrutura pouco afetada. Se pequeno, pode-se recuperar. Se grande, pode comprometer o uso (difícil habitar). Movimentos na estrutura Recalques diferenciais de forma generalizada Distorções diferentes. Esforços internos alterados. Problemas arquitetônicos. Problemas estruturais. Prescrições da NBR 6122/2010 Prescrições da NBR 6122/2010 Prescrições da NBR 6122/2010 Prescrições da NBR 6122/2010 Recalque admissível Depende: Tipo de solo Finalidade da obra Cultura local Fundação Areias Argilas - Δρ = 25mm Δρ = 40mm Sapatas Isoladas ρmax = 40mm ρmax = 65mm Radiers ρmax = 40 a 65mm ρmax = 65 a 100mm Distorções admissíveis 28 γ = 1/500 Limite seguro para evitar-se danos em paredes de edifícios γ = 1/300 Limite a partir do qual começam a aparecer trincas em paredes de edifícios γ = 1/150 Limite a partir do qual pode-se esperar danos estruturais em edifícios correntes Distorções admissíveis RECALQUES: Tipos de deformações ELÁSTICA Comum a materiais sob cargas Imediatamente após aplicação ESCOAMENTO LATERAL Migração do solo Ocorre em solos não coesivos ADENSAMENTO Resultado de compressão Expulsão de água intersticial Processa-se em duas parcelas (primário e secundário) durante muitos anos ELÁSTICA ESCOAMENTO LATERAL ADENSAMENTO RECALQUES: Tipos de adensamento PRIMÁRIO SECUNDÁRIO Pressão neutra aumentada Saída da água Rearranjo das partículas Tempo de ocorrência inversamente proporcional à permeabilidade Duração de alguns anos Após adensamento primário Pressão neutra dissipada Deformação visco-elástica (creep) da estrutura sólida do solo Duração de muitos anos (recalques seculares) RECALQUES: Composição wi wt wf wt wt wa ws Recalques de fundações diretas T i c s ρT = recalque total ρi = recalque imediato/inicial ρc = recalque por adensamento ρs = recalque por compressão secundária (“creep”) Recalques de fundações diretas Recalque imediato É o recalque ocorrido logo após a aplicação do carregamento. É a parcela predominante nas areias (solos de elevada permeabilidade). Nos solos finos saturados pode ocorrer por deformação a volume constante (ν = 0,5). Ocorre em poucos segundos. Recalques de fundações diretas Recalque por Adensamento Característico de solos finos saturados. Resulta da dissipação do excesso de poropressão inicial, com a transferência de carga ao esqueleto sólido. Pode levar de meses a anos. Recalque Secundário (“creep” ou fluência) Recalque que ocorre sob tensão constante. Areias: quebra de grãos. Preponderantes em argilas moles ou marinhas. Recalques de fundações diretas Solos em geral (areias, siltes e argilas não saturadas) T i Argilas saturadas Argila muito mole/marinha T i c T i c s Recalques imediatos em MEH (Meio Elástico Homogêneo) > 70% de argila Existirá adensamento do material Recalque inicial: Fruto da deformação a volume constante Teoria da Elasticidade: Camada semi-infinita 38 Fator Ir Recalques imediatos em MEH (Meio Elástico Homogêneo) Camada finita Recalques imediatos em MEH (Meio Elástico Homogêneo) Camada de solo de espessura finita, sobrejacente a um material muito rígido ou praticamente indeformável, cujo topo pode ser considerado indeslocável (topo rochoso). 40 41 “Bulbo de recalques” Cintra, Aoki e Albiero (2011) Espessura da camada sob a base da sapata que produz mais de 90% do recalque imediato total. Atinge a profundidade H = 6B (cálculo dos recalques). Multicamadas Recalques imediatos em MEH (Meio Elástico Homogêneo) O maciço de solo sobreposto ao indeslocável pode ser constituído por mais de uma camada, cada uma com o seu módulo de deformabilidade. 43 Recalques imediatos em MEH (Meio Elástico Homogêneo) Existem 3 possibilidades de solução: Camada hipotética; Sapata fictícia; Média dos módulos 44 Recalques imediatos em MEH (Meio Elástico Homogêneo) Camada hipotética - Determinar o recalque de cada uma das camadas (r1 e r2) para depois obter o recalque total da sapata. 45 Recalques imediatos em MEH (Meio Elástico Homogêneo) Sapata fictícia - Considerar uma sapata fictícia apoiada no topo da segunda camada. Sapata fictícia na segunda camada 46 Recalques imediatos em MEH (Meio Elástico Homogêneo) Média dos módulos - Considerar uma camada única, com módulo de deformabilidade dado pela média ponderada dos módulos. Para duas camadas: Sapata fictícia na segunda camada 47 Obtenção do módulo de elasticidade Ensaios em laboratório → Ensaio de compressão triaxial → Ensaio oedométrico Retroanálise de prova de carga → Avaliação do trecho linear-elástico da curva carga-recalque Correlações empíricas → Correlacionar com CPT ou SPT 48 Obtenção do módulo de elasticidade 49 Recalque de sapatas e de tubulões em AREIAS (+silte, +argila não saturada) f ( ) f ( ) Discretizando o solo sob a base em “n” fatias(tão pequenas quanto possível), temos: Δσz = acréscimo de tensão no ponto médio da sub-camada (calcular por Holl); Ei = módulo elástico “médio” da sub-camada; Δzi = espessura das sub-camadas. Método das Fatias Acréscimo de tensão (HOLL, 1940) Δσz = acréscimo de tensão vertical sob o canto de uma área retangular, com dimensões a e b, uniformemente carregada por q e a uma profundidade z a partir da base. OBS: O valor do arctg deve estar em radianos. Recalques imediatos em areia Areias homogêneas em termos: Granulometria Mineralogia Compacidade Módulo de deformabilidade não é constante com a profundidade Meio elástico não homogêneo Em geral o módulo aumenta com a profundidade 52 Recalques imediatos em areia Método de Schmertmann (1970) Dado um carregamento uniforme s, que atua na superfície de um semiespaço elástico, isotrópico e homogêneo, com módulo de elasticidade ES, a deformação vertical ez à profundidade z, sob o centro do carregamento, pode ser expressa por: 53 Recalques imediatos em areia Método de Schmertmann (1970) A deformação máxima ocorre em uma profundidade em torno de z = B/2; A partir daí, as deformações diminuem gradualmente e podem ser desprezadas depois de z = 2B, em que B é a largura da sapata. Sapatas rígidas em areia 54 Recalques imediatos em areia Embutimento da sapata Um maior embutimento da sapata no solo pode reduzir o recalque em até 50%. Schmertmann define um fator de correção do recalque (C1), variando de 1 a 0,5, dado por: 55 Recalques imediatos em areia Efeito do tempo Outra parcela de recalque se desenvolve com o tempo (t), semelhante à compressão secundária em argila. Schmertmann adota um fator de correção C2, dado por: 56 Recalques imediatos em areia 57 Recalques imediatos em areia Formulação O recalque de sapatas rígidas em areia (rd) é dado pelo somatório dos recalques de n subcamadas consideradas homogêneas, na profundidade de 0 a 2B, incluindo os efeitos do embutimento e do tempo: 58 Recalques imediatos em areia Roteiro de cálculo 59 Recalques imediatos em areia Método de Schmertmann (1978) Objetivo: separar os casos de sapata corrida (deformação plana) de sapata quadrada (assimetria). 60 Recalques imediatos em areia Método de Schmertmann (1978) com 3 novidades: O “bulbo” de recalques maior para sapatas corridas; O valor inicial de Iz diferente de zero; O valor de Izmáx não é fixo e não ocorre na mesma profundidade, em sapata quadrada ou corrida. 61 Recalques imediatos em areia Método de Schmertmann (1978): 62 Recalques imediatos em areia Método de Schmertmann (1978): 63 Exemplo 1 Calcule o recalque de uma sapata de base quadrada (2m x 2m), que suporta uma carga vertical de 1.000kN e instalada a 1,5m de profundidade em argila mole saturada. Considere que o módulo elástico não drenado do solo seja de 25 MPa, que o pilar tenha dimensões em planta de 60x30cm e que a altura da sapata igual a 60cm. Exemplo 2 Calcule o recalque máximo de uma sapata flexível (B = 3,2m; L = 2,9m; H = 0,6m) quando submetida a uma carga vertical de 3.500kN. Considere que o solo possua capacidade de drenagem. Para esta aplicação, pode-se considerar que o módulo elástico do solo seja 3,5 vezes o NSPT (em MPa). Exemplo 2 Camada Δzi (m) zi (m) Nspt Esi (kPa) R1 R2 R3 Δσ parcial Δσi total ρi (mm) 1 0,50 0,2500 15 52500 1,6194 1,4714 2,1737 93,98 375,92 3,58 2 0,50 0,7500 15 52500 1,7671 1,6325 2,2858 87,87 351,48 3,35 3 1,00 1,5000 18 63000 2,1932 2,0863 2,6292 66,69 266,76 4,23 4 1,50 2,7500 22 77000 3,1816 3,1089 3,4964 36,37 145,48 2,83 5 2,00 4,5000 25 87500 4,7760 4,7278 4,9912 17,30 69,20 1,58 6 3,00 7,0000 28 98000 7,1805 7,1486 7,3255 7,90 31,60 0,97 7 4,00 10,5000 26 91000 10,6212 10,5996 10,7197 3,66 14,64 0,64 8 5,00 15,0000 30 105000 15,0851 15,0699 15,1546 1,83 7,32 0,35 9 6,00 20,5000 40 140000 20,5623 20,5512 20,6134 0,99 3,96 0,17 10 8,50 27,7500 50 175000 27,7961 27,7879 27,8339 0,54 2,16 0,10 Dado Recalque em estacas Teoria da Elasticidade (Poulos e Davis, 1980) Indeslocável ρ = recalque do topo da estaca (flutuante); P = carga aplicada à estaca; Es = módulo elástico do solo (média ponderada ao longo do fuste da estaca); D = diâmetro da estaca; I = fator de influência I0 = fator de influência para uma estaca (Ábaco 1); → incompressível, solo semi-infinito, ν = 0,5 Rk = correção pela compressibilidade real (Ábaco 2); Rh = correção em uma camada finita de solo (Ábaco 3); Rν = correção devido ao “ν” real (Ábaco 4); Recalque em estacas Indeslocável Ábaco 1 Ábaco 2 K Recalque em estacas Ábaco 3 Ábaco 4 Recalque de grupo de estacas O recalque de um grupo é sempre maior comparado a de uma estaca isolada com a mesma carga média do grupo. Interação entre as estacas Indução de recalques às estacass vizinhas. Recalque de grupo de estacas Formas de cálculo: Métodos empíricos (ante-projeto) Fundações “Equivalentes” Teoria da Elasticidade Métodos numéricos Recalque de grupo de estacas Métodos empíricos Dentre as várias propostas, destaca-se a de Fleaming et al. (1985): G isolada Rs Rs nw Onde: n – números de estacas; w – expoente, geralmente entre 0,4 e 0,6 para a maioria dos grupos. O valor de 0,5 vem sendo empregado por diversos autores, como Poulos (1993). Recalque de grupo de estacas Métodos empíricos Skempton (1953): G isolada Rs Vésic (1969): B = largura do grupo de estacas (m) D = diâmetro das estacas (m) Recalque de grupo de estacas Fundações “Equivalentes” Radier Equivalente a) Estacas flutuantes Recalque de grupo de estacas Fundações “Equivalentes” Radier Equivalente b) Estacas de ponta Recalque de grupo de estacas Fundações “Equivalentes” Tubulão Equivalente – Proposto por Poulos e Davis (1980), e alterado em Poulos (1993). Transforma-se o grupo de estacas em um “estacão” único com mesmo comprimento, mas alterando-se o diâmetro e a propriedade do material. Recalque de grupo de estacas Fundações “Equivalentes” Poulos (1993) analisando alguns casos de grupos de estacas sugeriu que a solução “radier equivalente” seria mais adequada a grandes grupos (>16 estacas) e “tubulão equivalente” seria mais aplicável para pequenos grupos de estacas (<16 estacas). Recalque de grupo de estacas Teoria da Elasticidade (Poulos e Davis, 1980) Cálculo da deformação considerando o recalque induzido pelas estacas vizinhas. Fator de Interação (α): recalque induzido a uma distância "s" recalque da estaca carregada α → pode ser obtido por meio de gráficos em função do espaçamento e da geometria do problema. Exemplo 3 Calcular o recalque total da estaca. Estaca de concreto (E = 25 GPa). Indeslocável Rν = 0,935 Exemplo 4 Considerando a estaca isolada do exemplo 3, calcular o recalque do grupo de 6 estacas submetidas a 6.000 kN: a) de forma empírica e b) adotando-se o estacão ou tubulão equivalente. Considerar estacas flutuantes. Exemplo 4 Rν = 0,97 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS EXERCÍCIOS RESOLVIDOS EXERCÍCIOS RESOLVIDOS EXERCÍCIOS RESOLVIDOS EXERCÍCIOS RESOLVIDOS Recalques imediatos em areia Roteiro de cálculo 98 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS EXERCÍCIOS RESOLVIDOS EXERCÍCIOS RESOLVIDOS 114 RECALQUES DE FUNDAÇ ÕES RECALQUES DE FUNDAÇÕES RECALQUES DE FUNDAÇ ÕES RECALQUES DE FUNDAÇÕES
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