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Rémedios Constitucionais av2

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Direito como Integridade de Dworkin
CPC 2015. Art. 926.  Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente.
“[...] A Constituição insiste em que, coletivamente, nossos juízes dêem [sic] o melhor de si para elaborar, reinspecionar e revisar, ao longo das sucessivas gerações, a estrutura de liberdade e de igual consideração que é exigida por suas grandes cláusulas em sua majestosa abstração [...]”
DWORKIN, Ronald. Domínio da Vida: aborto, eutanásia e liberdades individuais. Trad. Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 202.
É um sistema jurídico porque é um sistema dinâmico de normas.
É um sistema de regras e de princípios, pois as normas do sistema tanto podem revelar-se sob a forma de princípios como sob a sua forma de regras.
	É um sistema aberto porque tem uma estrutura dialógica traduzida na disponibilidade e “capacidade de aprendizagem” das normas constitucionais para captarem a mudança da realidade e estarem abertas às concepções cambiantes da “verdade” e da “justiça”.	
	É um sistema normativo, porque a estruturação das expectativas referentes a valores,
programas, funções e pessoas, é feita por meio de normas.	
Para Canotilho o sistema jurídico é um sistema normativo
aberto de regras e princípios:
Normas, Regras e Princípios. Conceitos e Distinções
Ronald Dworkin mostra que, nos chamados casos-limites ou hard cases, quando os juristas debatem e decidem em termos de direitos e obrigações jurídicas, eles utilizam standards que não funcionam como regras, mas, trabalham com princípios, política e outros gêneros de standards.
Princípios (principles) são, segundo este autor, exigências de justiça, de equidade ou de qualquer outra dimensão da moral, e que junto com as regras compõem o sistema jurídico.
Direito como Integridade de Dworkin
É essa diferenciação de tipos normativos, entre regras e princípios, que permite a compreensão de completude do ordenamento jurídico: mesmo diante de um litígio para o qual não há uma regra de aplicação clara, compete ao juiz “[...] descobrir quais são os direitos das partes, e não inventar novos direitos retroativamente [...]”
DWORKIN, Ronald. Levando os Direitos a Sério. Trad. Nelson Boeira. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010, p. 127.
As regras disciplinam uma determinada situação; quando ocorre essa situação, a norma tem incidência; quando não ocorre, não tem incidência. Para as regras, vale a lógica do tudo ou nada (Dworkin).
Quando duas regras colidem, fala-se em "conflito"; ao caso concreto uma só será aplicável (uma afasta a aplicação da outra).
O conflito entre regras deve ser resolvido pelos meios clássicos de interpretação: a lei especial derroga a lei geral, a lei posterior afasta a anterior etc.
Duas espécies de distintas do gênero norma, habitam o sistema jurídico: Regras e Princípios.
Resolução de Conflitos de Normas
1 – Cronológico – lex posterior derogat priori – lei posterior revoga lei anterior naquilo que lhe for contrário.
2 – Hierárquico – lex superior derogat inferior – lei hierarquicamente superior revoga lei hierarquicamente inferior.
3 – Especificidade – lex specialis derogat generali – lei especifica prevalece sobre a geral dentro de sua especificidade. Ambas as leis continuam no ordenamento jurídico, só que sua aplicação é vinculada há sua hipótese de incidência.
Princípios são as diretrizes gerais de um ordenamento jurídico (ou de parte dele). Seu espectro de incidência é muito mais amplo que o das regras. Entre eles pode haver "colisão", não conflito.
Quando colidem, não se excluem.
Como "mandados de otimização" que são (segundo Robert Alexy), sempre podem ter incidência em casos concretos (às vezes, concomitantemente dois ou mais deles).
Princípios
CRFB/88, Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
VI - é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias;
Norma = HI + S
Transfusão de Sangue em Testemunhas de Jeová
Deve ser obrigatório ou não? Pode ser recusado?
Não importa a resposta, a resolução de conflitos de princípios não segue os mesmos parâmetros da resolução de conflitos de normas e nem possuem o mesmo resultado. Nesse caso, as duas normas simplesmente possuem a mesma hierarquia, especificidade e cronologia.
Não importa a decisão, tanto o princípio que garante o direito a vida, tanto o princípio que garante a liberdade religiosa continuam validos.
Diferenças entre Regras e Princípios
A diferença marcante entre as regras e os princípios, portanto, reside no seguinte:
A regra cuida de casos concretos.
Exemplo: o inquérito policial destina-se a apurar a infração penal e sua autoria – CPP, art. 4º.
Os princípios norteiam uma multiplicidade
de situações.
Exemplo: o princípio da presunção de inocência cuida da forma de tratamento do acusado, bem como de uma série de regras probatórias (o ônus da prova cabe a quem faz a alegação, a responsabilidade do acusado só pode ser comprovada constitucional, legal e judicialmente etc.).
Direito como Integridade de Dworkin
Dworkin reconhece que existem três ideias que permeiam a construção de uma sociedade política, as virtudes: (1) da equidade, que busca encontrar os instrumentos políticos que distribuam o poder de maneira adequada; (2) da justiça, correlacionada com a distribuição dos recursos materiais e proteção das liberdades civis de modo moralmente justificável; e (3) do devido processo legal adjetivo, que trata da existência de mecanismo de julgamento que busquem um grau razoável de precisão na produção, descoberta e revisão das provas.
DWORKIN, Ronald. Levando os Direitos a Sério. Trad. Nelson Boeira. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2010, p. 200 e 201 
Direito como Integridade de Dworkin
Contudo, é bom destacar que a integridade pensada por Dworkin insiste que a decisão judicial seja tomada com base em princípios que possuam amparo nas decisões dos tribunais superiores e nas disposições constitucionais e que sejam considerados de maneira horizontal, possuindo importância integral nos casos decididos por um juiz que o reconhece.
É fundamental para o direito como integridade que haja uma real constrição à capacidade decisória do juiz, não basta que o juiz meramente se sinta limitado se essa limitação vai de acordo com seus posicionamentos pessoais sobre o tema na grande maioria das vezes. 
DWORKIN, Ronald. Domínio da Vida: aborto, eutanásia e liberdades individuais. Trad. Jefferson Luiz Camargo. São Paulo: Martins Fontes, 2003, p. 204.
Manifestações contra o governo militar no Egito, em 2013.
Manifestação na Bósnia-Herzegovina, 2012, contra posturas discriminatórias feitas pelo governo
Occupy Wall Street protesto nos EUA em 2012 contra a ajuda governamental aos bancos
Manifestação em Paris, 2013, contra posturas de austeridade feitas pelo governo
Direito como Integridade de Dworkin
Liberdade de Manifestação e o uso de Máscaras
CRFB/88. Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
IV - é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato;
Direito Constitucional Avançado – Prof. Emanuel Pepino
Remédios Constitucionais
Do ponto de vista constitucional, tais figuras jurídicas, denominadas de remédios constitucionais, são usadas para acionar a prestação jurisdicional nas hipóteses de violação de direitos, seja por ilegalidade, seja por abuso de poder.
Livro Didático – Direito Constitucional Avançado – p. 102
Direito Constitucional Avançado – Prof. Emanuel PepinoRemédios Constitucionais
Habeas Corpus
Doutrina Brasileira do Habeas Corpus: Ruy Barbosa X Pedro Lessa 
CR 1891. Art. 72. § 22 - Dar-se-á o habeas corpus , sempre que o indivíduo sofrer ou se achar em iminente perigo de sofrer violência ou coação por ilegalidade ou abuso de poder.
CR 1891. Art. 72. § 22. Dar-se-ha o habeas-corpus sempre que alguém soffrer ou se achar em imminente perigo de soffrer violencia por meio de prisão ou constrangimento illegal em sua liberdade de locomoção. (EC de 3 de setembro de 1926)
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Remédios Constitucionais
Habeas Corpus
Doutrina Brasileira do Habeas Corpus: Ruy Barbosa X Pedro Lessa 
A doutrina brasileira do habeas corpus foi liderada por Rui Barbosa, que defendia o uso ampliado do remédio constitucional contra qualquer tipo de violência ou ameaça à liberdade da pessoa, aí incluída a tutela da liberdade de manifestação de pensamento e a proteção de direitos civis e políticos e outras situações em que a ofensa à liberdade de locomoção fosse meio de ofender outro direito. Observe, com atenção, que a doutrina brasileira do habeas corpus protegia até mesmo direitos à matrícula de alunos, quando recusadas com ilegalidade ou abuso de poder.
Do outro lado, a vertente doutrinária capitaneada pelo jurista Pedro Lessa defendendo o uso limitado do remédio constitucional do habeas corpus para as hipóteses de violação do direito de locomoção.
Livro Didático – Direito Constitucional Avançado – p. 104
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Remédios Constitucionais
Habeas Corpus
Doutrina Brasileira do Habeas Corpus: Ruy Barbosa X Pedro Lessa 
Livro Didático – Direito Constitucional Avançado – p. 104
Em linhas gerais, vale sintetizar tal doutrina de modo sistêmico:
a) foi juridicamente relevante, porque naquela época, ainda não existia, no direito pátrio, os demais writs constitucionais, notadamente o mandado de segurança, cuja proteção alcança todo e qualquer direito líquido e certo violado;
b) era avançada no campo hermenêutico, porque projetava a proteção jurídico-constitucional de direitos pessoais e não apenas os direitos atrelados à liberdade física de ir, vir e permanecer;
c) serviu para combater a censura exercida contra a imprensa livre, porque a liberdade de expressão seria um consectário da própria essência humana, logo sua violação suscitaria o uso do writ constitucional;
d) foi remédio constitucional adequado para a defesa dos princípios federativos da República recém nascida nos casos de ilegalidade ou abuso de poder de atos estatais de violência contra os representantes legítimos do povo.
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Remédios Constitucionais
Habeas Corpus
CRFB/88 Art. 5°. LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
 LXXVII - são gratuitas as ações de habeas corpus e habeas data, e, na forma da lei, os atos necessários ao exercício da cidadania. 
Art. 142. § 2º Não caberá habeas corpus em relação a punições disciplinares militares.
CRFB/88 Art. 5°.  XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens;
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Remédios Constitucionais
Habeas Corpus
Livro Didático – Direito Constitucional Avançado – p. 109
Já no polo passivo, ou seja, o rol de legitimidade passiva, é certo afirmar que o habeas corpus poderá ser impetrado contra ato dos seguintes sujeitos coatores:
a) autoridade pública (delegado de polícia, promotor de justiça, juiz, tribunal e outros) nos casos de ilegalidade ou abuso de poder;
b) particular, somente nos casos de coação ilegal (agente privado de um hospital, de uma universidade, de um supermercado e outros).
De tudo se vê, portanto, que já se encontra superado o entendimento de que somente agente no exercício de função pública poderia ser legitimado passivo da figura jurídica do habeas corpus. Resta claro, agora, que o particular também, se for o responsável pela coação ilegal, mas, nunca por abuso de poder, é legitimado
passivo do habeas corpus. Nesse sentido, pode-se citar o exemplo de um diretor de hospital/clínica psiquiátrica que nega a retirada de paciente em nítida internação forçada de pessoa ou então gerente de supermercado que impede o acesso a tal estabelecimento.
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Remédios Constitucionais
Habeas Corpus
Em consequência, não cabe habeas corpus:
a) em relação a punições disciplinares militares (art. 142, § 2º, da CF/88);
b) em processo em curso cuja pena condenatória máxima seja a multa (Súmula 693-STF);
c) para questionar sentença ordenatória de pena pecuniária (Súmula 693 STF);
d) quando já extinta a pena privativa de liberdade (Súmula 695-STF);
e) para trancar processo administrativo;
f) para sustar decisão judicial que determinou afastamento liminar de cargo público;
g) contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda de patente ou de função pública (Súmula 694-STF);
h) quando pessoa jurídica figurar como paciente;
i) para reexaminar o conjunto probatório ou mesmo de dilação probatória visando reparar erro judiciário;
j) para anular sentença com trânsito em julgado com base na contrariedade à evidência dos fatos, na medida em que projeta a necessidade de reexame de toda a prova;
k) Não se conhece de habeas corpus contra omissão de relator de extradição, se fundado em fato ou direito estrangeiro cuja prova não constava dos autos, nem foi ele provocado a respeito (Súmula 692-STF).
Livro Didático – Direito Constitucional Avançado – p. 107 e 108
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Remédios Constitucionais
Habeas Corpus
CRFB/88 Art. 5°. LXVIII - conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
Direito protegido: liberdade de locomoção (com a exceção de punições disciplinares militares – art. 142, § 2º).
"habeas corpus propriamente dito", "habeas corpus repressivo“ ou "habeas corpus liberatório"
"habeas corpus preventivo" ou "salvo-conduto"
Permite, contudo, a discussão de outros direitos contando que tais direitos sejam ligados com a liberdade de locomoção.
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Remédios Constitucionais
Habeas Corpus
Código de Processo Penal. Art. 651.  A concessão do habeas corpus não obstará, nem porá termo ao processo, desde que este não esteja em conflito com os fundamentos daquela.
Pode o Habeas Corpus trancar a ação penal?
O trancamento de ação penal, medida de exceção que é, somente cabe, consoante entendimento sufragado no âmbito desta Corte Superior de Justiça, nas hipóteses em que se demonstrar, na luz da evidência, primus ictus oculi, a inocência do acusado, a atipicidade da conduta ou a extinção da punibilidade. 
STJ - HABEAS CORPUS Nº 20.121 - MS - RELATOR : MINISTRO HAMILTON CARVALHIDO.
Direito Constitucional Avançado – Prof. Emanuel Pepino
Remédios Constitucionais
Habeas Corpus
Código de Processo Penal. Art. 651.  A concessão do habeas corpus não obstará, nem porá termo ao processo, desde que este não esteja em conflito com os fundamentos daquela.
Código de Processo Penal. Art. 41.  A denúncia ou queixa conterá a exposição do fato criminoso, com todas as suas circunstâncias, a qualificação do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, a classificação do crime e, quando necessário, o rol das testemunhas.
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Remédios Constitucionais
Habeas Data
CRFB/88 Art. 5°. LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefirafazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
Ação Personalíssima
exceção na hipótese de habeas data impetrado pelo cônjuge sobrevivente na defesa de interesse do falecido (STJ, 3ª Seção, HD 147, Min. Arnaldo Esteves, DJU 28.2.08).
Lei 9.507/97. Art. 1º. Parágrafo único. Considera-se de caráter público todo registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações.
Inclui o SPC e o Serasa – que são privados, mas tem dados públicos – mas não o Banco do Brasil (que é de economia mista, mas suas informações são para uso próprio).
Direito Constitucional Avançado – Prof. Emanuel Pepino
Remédios Constitucionais
Habeas Data
CRFB/88 Art. 5°. LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
Ação Personalíssima
exceção na hipótese de habeas data impetrado pelo cônjuge sobrevivente na defesa de interesse do falecido (STJ, 3ª Seção, HD 147, Min. Arnaldo Esteves, DJU 28.2.08).
Lei 9.507/97. Art. 1º. Parágrafo único. Considera-se de caráter público todo registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações.
Inclui o SPC e o Serasa – que são privados, mas tem dados públicos – mas não o Banco do Brasil (que é de economia mista, mas suas informações são para uso próprio).
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Remédios Constitucionais
Habeas Data
CRFB/88 Art. 5°. LXXII - conceder-se-á habeas data:
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;
Ação Personalíssima
exceção na hipótese de habeas data impetrado pelo cônjuge sobrevivente na defesa de interesse do falecido (STJ, 3ª Seção, HD 147, Min. Arnaldo Esteves, DJU 28.2.08).
Lei 9.507/97. Art. 1º. Parágrafo único. Considera-se de caráter público todo registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações.
Inclui o SPC e o Serasa – que são privados, mas tem dados públicos – mas não o Banco do Brasil (que é de economia mista, mas suas informações são para uso próprio).
Não serve para obter dados de processos (não são bancos ou registros).
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Remédios Constitucionais
Habeas Data
Lei 9.507/97. Art. 8° Parágrafo único. A petição inicial deverá ser instruída com prova:
I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão;
II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; ou
III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4° ou do decurso de mais de quinze dias sem decisão.
Há violação do princípio da inafastabilidade da jurisdição com a exigência da comprovação de recusa administrativa do pedido?
Súmula 02 do STJ – não cabe o habeas data (CRFB, art. 5., LXXII, letra "a") se não houve recusa de informações por parte da autoridade administrativa.
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Remédios Constitucionais
Mandado de Segurança
Já com relação à legitimidade passiva, são sujeitos passivos (autoridades coatoras) em mandado de segurança: autoridades públicas de qualquer dos Poderes do Estado nas esferas federal, estadual, distrital e municipal, bem como de suas autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.
Além desses, são também sujeitos passivos em sede de mandado de segurança, os agentes de pessoa jurídica privada, desde que no exercício de atribuições do Poder Público. Tais agentes somente podem figurar no polo passivo de MS quando estiverem, por delegação, no exercício de atribuições do Poder Público.
Livro Didático – Direito Constitucional Avançado – p. 117
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Remédios Constitucionais
Mandado de Segurança
CRFB/88 Art. 5°. LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
O que é Direito Liquido e Certo?
O que importa não é o Direito ser Liquido e Certo, mas sim a possibilidade de comprovar essa liquidez e certeza já no começo do processo.
Direito Constitucional Avançado – Prof. Emanuel Pepino
Remédios Constitucionais
Mandado de Segurança
Por direito líquido e certo se deve entender aquele que pode ser demonstrado de plano, sem dilação probatória, por prova documental, sem nenhuma incerteza com relação aos fatos narrados pelo impetrante. Ou seja, direito líquido e certo é aquele que independe de qualquer outra prova além das apresentadas por ocasião da petição inicial, sendo certo que a falta de demonstração cabal dos fatos junto com a inicial implica na rejeição do mandado de segurança.
Livro Didático – Direito Constitucional Avançado – p. 117
Direito Constitucional Avançado – Prof. Emanuel Pepino
Remédios Constitucionais
Mandado de Segurança
Questões de fato não são suscetíveis de serem discutidos em Mandado de Segurança (precisam estar provados de plano na inicial). Contudo, é possível a discussão de questões de direito dentro do Mandado de Segurança?
STF - Súmula 625 - Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança.
Direito Constitucional Avançado – Prof. Emanuel Pepino
Remédios Constitucionais
Mandado de Segurança
Competência para julgar?
De tudo se vê, portanto, que, em sede de mandado de segurança, a competência para julgamento da ação não é fixada pela matéria a ser examinada, mas, sim, pela categoria da autoridade coatora. Isso significa dizer que o juízo competente para julgar o MS surge em função da autoridade coatora da qual emanou o ato lesivo ao direito líquido e certo objeto da ação. Nesse sentido é firme a jurisprudência do STF quando decidiu que todos os tribunais têm competência para julgar, originariamente, os mandados de segurança contra os seus atos, os dos respectivos presidentes e os de suas câmaras, turmas ou seções.
Livro Didático – Direito Constitucional Avançado – p. 119
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Remédios Constitucionais
Mandado de Segurança
CRFB/88 Art. 5°. LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
Prazo para o MS?
Lei n. 12.016/2009. Art. 23.  O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 
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Remédios Constitucionais
Mandado de Segurança
É possível efeitos patrimoniais no MS?
STF - Súmula 271 - Concessão de mandado de segurança não produz efeitos patrimoniais em relação a período pretérito, os quais devem ser reclamados administrativamente ou pela via judicial própria.
Há a considerar, ainda, no que concerne ao pedido de concessão de "efeito retroativo a dezembro de 2011" ao benefício previdenciário ora questionado, que o entendimento consagrado pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, no sentido de quese mostra plenamente viável a utilização do mandado de segurança para veicular pretensão de conteúdo patrimonial, desde que a reparação pecuniária vindicada abranja período situado entre a data da impetração do "writ" e aquela em que se der o efetivo cumprimento da ordem mandamental. Isso significa, portanto, que efeitos patrimoniais produzidos em momento que precede a data da impetração do mandado de segurança não são alcançados pela decisão que o concede, tal como prescreve a Lei 12.016/2009, cujo art. 14, § 4º, impõe essa limitação de ordem temporal ao destacar que "O pagamento de vencimentos e vantagens pecuniárias assegurados em sentença concessiva de mandado de segurança a servidor público da administração direta ou autárquica federal, estadual e municipal somente será efetuado relativamente às prestações que se vencerem a contar da data do ajuizamento da inicial". Na realidade, essa regra legal, que constitui reprodução do que se continha na Lei 5.029/1966 (art. 1º), nada mais reflete senão diretriz jurisprudencial consubstanciada na Súmula 271 desta Suprema Corte, (...). [MS 31.690 AgR, rel. min. Celso de Mello, 2ª T, j. 11-2-2014, DJE 41 de 27-2-2014.]
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Remédios Constitucionais
Mandado de Segurança
CRFB/88 Art. 5°. LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público;
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por:
a) partido político com representação no Congresso Nacional;
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados;
STF. Súmula 629. A impetração de mandado de segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes.
STF. Súmula 630. A entidade de classe tem legitimação para o mandado de segurança ainda quando a pretensão veiculada interesse apenas a uma parte da respectiva categoria.
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Remédios Constitucionais
Ação Popular
CRFB/88. Art. 5°. LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
Acesso aos Direitos Políticos
Lei nº 4.717/1965. Art. 1º. § 3º A prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com o título eleitoral, ou com documento que a ele corresponda. 
Um dos mecanismos de participação popular direita, com inspiração rousseaniana, ainda presente na Constituição (outros são a iniciativa popular, o plebiscito e o referendo).
Proteção de Direitos de Terceira Dimensão, portanto direitos difusos 
Não se presume o dano, ele precisa ser comprovado
STJ - Ação Popular. Prova Efetiva. Lesividade. Ato Administrativo. Para o cabimento da ação popular, é necessário que se demonstre a ilegalidade do ato administrativo, bem como se prove sua lesividade seja sob o aspecto material seja sob o moral. Não se deve adotar a lesividade presumida em função da irregularidade formal do ato. No caso, não existe prova efetiva de lesão ao patrimônio público. Logo a Seção, por maioria, deu provimento aos embargos. REsp n° 260.821-SP, Rel. originário Min. Luiz Fux, Rel. para acórdão Min. João Otávio de Noronha, julgados em 23/11/2005. 
Lei nº 4.717/1965. Art. 9º Se o autor desistir da ação ou der motivo à absolvição da instância, serão publicados editais nos prazos e condições previstos no art. 7º, inciso II, ficando assegurado a qualquer cidadão, bem como ao representante do Ministério Público, dentro do prazo de 90 (noventa) dias da última publicação feita, promover o prosseguimento da ação. 
STF. Súmula 365. Pessoa jurídica não tem legitimidade para propor ação popular.
Direito Constitucional Avançado – Prof. Emanuel Pepino
Remédios Constitucionais
Ação Popular
Competência em sede de ação popular
Lei nº 4.717/1965. Art. 5º Conforme a origem do ato impugnado, é competente para conhecer da ação, processá-la e julgá-la, o juiz que, de acordo com a organização judiciária de cada Estado, o for para as causas que interessem à União, ao Distrito Federal, ao Estado ou ao Município.
§ 1º Para fins de competência, equiparam-se a atos da União, do Distrito Federal, do Estado ou dos Municípios, os atos das pessoas citadas ou mantidas por essas pessoas jurídicas de direito público, bem como os atos das sociedades de que elas sejam acionistas e os das pessoas ou entidades por elas subvencionadas ou em relação às quais tenham interesse patrimonial.
§ 2º Quando o pleito interessar simultaneamente à União e a qualquer outra pessoa ou entidade, será competente o juiz das causa da União, se houver; quando interessar simultaneamente ao Estado e ao Município, será competente o juiz das causas do Estado, se houver.
§ 3º A propositura da ação prevenirá a jurisdição do juízo para todas as ações, que forem posteriormente intentadas contra as mesmas partes e sob os mesmos fundamentos.
STF?
CRFB/88. Art. 102. I. f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, inclusive as respectivas entidades da administração indireta;
n) a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados;
Direito Constitucional Avançado – Prof. Emanuel Pepino
Remédios Constitucionais
Mandado de Injunção
CRFB/88. Art. 5°. LXXI - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
Controle Difuso de Inconstitucionalidade por omissão
Legitimidade Processual Ativa Ampla;
Trata de um caso concreto;
Competência Difundida;
Eficácia Intra Partes
CRFB/88. Art. 102. I. q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal;
STF
STJ
CRFB/88. Art. 105. I. h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal;
TSE
CFB/88. Art. 121. § 4º - Das decisões dos Tribunais Regionais Eleitorais somente caberá recurso quando:
V - denegarem habeas corpus, mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção.
Lei nº 13.300/2016. Art. 9° A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora.
§ 1° Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração.
§ 2° Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos análogos por decisão monocrática do relator.
Dado a forma detalha como as prerrogativas de nacionalidade, soberania e cidadania são tratadas no texto constitucional, é amplamente improvável que haja uma omissão legislativa que permita um MI nesses casos.

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