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Direito Constitucional

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Parte
Processual
Teoria
Peças
 
 
 
3 
 
 
SUMÁRIO 
 
01 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS ........................................................................................................ 4 
02 HABEAS CORPUS ...................................................................................................................................... 5 
03 HABEAS DATA ........................................................................................................................................... 18 
04 MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL E COLETIVO................................................. 31 
05 MANDADO DE INJUNÇÃO ............................................................................................................... 50 
06 AÇÃO POPULAR....................................................................................................................................... 62 
07 AÇÃO CIVIL PÚBLICA ............................................................................................................................ 77 
08 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ............................................................................... 86 
09 SÚMULA VINCULANTE ...................................................................................................................... 107 
10 RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL .............................................................................................. 116 
11 RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL .......................................................................... 123 
12 RECURSO EXTRAORDINÁRIO ...................................................................................................... 130 
13 CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE ..................................... 147 
14 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE ................................................................. 154 
15 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO ............................. 167 
16 AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE .................................................. 179 
17 ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL ................ 185 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1. REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS 
 
Os remédios constitucionais estão dispostos no art. 5º da Constituição Federal (CF) 
como forma de proteção e tutela dos direitos fundamentais (exceto a ação civil pública, 
mas esta também é interpretada nesse sentido). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
2. HABEAS CORPUS 
 
Fundamento Constitucional 
 
Art. 5º, LXVIII – PROTEÇÃO À LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO E ART. 647 A 667 do CPP! 
 
Conceito 
 
“Espécie de ação judiciária que visa proteger categoria especial de direitos públicos 
subjetivos” (FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalvez. Curso de direito constitucional). 
 
“...garantia individual ao direito de locomoção, consubstanciada em uma ordem 
dada pelo Juiz ou Tribunal ao coator, fazendo cessar a ameaça à liberdade de locomoção 
em sentido amplo – ir, vir e ficar... Ainda, pode ser concedido para o processamento do 
acusado perante o juiz competente” (MORAES, Alexandre. Curso de direito constitucional). 
 
Assim, a finalidade será sempre a proteção do direito constitucional de locomoção 
da pessoa humana em face de constrangimento ilegal ou abusivo, garantindo-se ao 
destinatário da aludida proteção uma situação de tranquilidade e paz individual e de 
certeza de que não sofrerá coação ilegal ou ilegítima na sua liberdade de ir, vir e ficar. 
 
 
ATENÇÃO! 
 
a) Apesar de o CPP tratá-lo como um recurso, a maior parte da doutrina considera-o 
como uma ação. 
 
b) É um remédio constitucional GRATUITO. 
 
 
Segundo a Constituição Federal, art. 5º inciso LXVIII, “conceder-se-á habeas corpus 
sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua 
liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”. 
Direito protegido: art. 5º da CF, o qual determina que: 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do 
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: 
 
Art. 647 do CPP: Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer 
ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua 
liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar. 
 
Art. 648 do CPP: A coação considerar-se-á ilegal: 
 
 
 
6 
 
I - quando não houver justa causa; (manifesta atipicidade da 
conduta, ou em ação penal privada sem requerimento do ofendido). 
II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina 
a lei; 
III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para 
fazê-lo; 
IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; 
V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em 
que a lei a autoriza; 
 VI - quando o processo for manifestamente nulo; 
 VII - quando extinta a punibilidade. 
Natureza jurídica 
 
Ação constitucional, de caráter sumaríssimo. 
Está incluso entre os recursos na legislação ordinária e, por isso, encontra-se na 
doutrina tratamento como recurso especial, extraordinário, sui generis, ordinário, misto, 
etc. 
 
Particularidades 
 
Não há balizas rígidas para a apreciação do habeas corpus por parte do julgador. 
O Julgador poderá analisar aspectos nele não ressaltados pelo impetrante, pois não 
está vinculado à causa de pedir e ao pedido formulado. 
Poderão o juiz e o tribunal conceder ordem de ofício, quando, no curso de qualquer 
processo, for verificado que alguém sofre ou está em iminente ameaça de sofrer coação 
ilegal. 
Veja: 
“O habeas corpus não tem o limite normativos dos recursos. Outro é o pressuposto. 
Pouco importa a preclusão, ou a coisa julgada; garantia constitucional, posta acima dos 
procedimentos- em homenagem ao direito de liberdade. A carta política é categórica 
destinando-o sempre que sofrer ou estiver ameaçado de sofrer violência ou coação à sua 
liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder. (STJ 6ª turma –RHC 7553). 
 
Há diferença entre impetrante e paciente. MP pode ser impetrante. O juiz nunca 
(habeas de ofício). 
Coator: quem ordenou, não o detentor (Ex.: delegado, e não carcereiro) 
 
 
ATENÇÃO! 
 
Estado de sítio 
 
 
 
 
7 
 
Art. 139 da CF: Na vigência do estado de sítio decretado com 
fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as 
pessoas as seguintes medidas: 
I - obrigação de permanência em localidade determinada; 
 
Logo, não cabe habeas no que toca ao mérito da permanência, podendo caber 
acerca da autoridade (Ex.: prefeito e não o executor ou executores). 
 
 
Objeto 
 
É o ato de agente ou órgão estatal ou que age com atribuição pública constrangedor 
da liberdade de locomoção do indivíduo. É o ato inviabilizador do direito de ir, vir e ficar 
sem constrangimentos ilícitos ou abusivos. É o direito de acesso, ingresso, saída, 
permanência e deslocamento dentro do território nacional. 
 
 
Importante saber! 
 
Não é cabível habeas corpus em face meros indícios ou boatos, etc. Logo, fala-se que 
caberá habeas corpus SEMPRE QUE HOUVER DIREITO LÍQUIDO E CERTO. 
 
 
Espécies de habeas corpus 
 
 
Preventivo
•Demonstração de constrangimento
ilegal iminente, ou seja, sempre que
estiver ameaçado de sofrer violência
ou coação da liberdade.
•Nessa hipótese, a autoridade
competente expede SALVO
CONDUTO assinado pela autoridade
competente.
•Ex: Habeas corpus e o uso em
depoimentos
Repressivo
• É impetrado para sanar a violência 
ou coação cometida ilegal ou 
abusivamente contra a liberdade 
ambulatória da pessoa. 
 
 
 
8 
 
Liminar 
 
Em ambas as espécies de habeas corpus, nas hipóteses de perigo na demora 
(periculum in mora) e de "fumaça do bom direito" (fumus boni juris), ou seja, de que haja 
uma densa plausibilidade jurídica do pedido com orisco de sua ineficácia, se houver 
demora na prestação jurisdicional, o habeas corpus pode ser concedido liminarmente, 
inclusive sem a audiência prévia do agente ou órgão constrangedor. 
 
Cabimento 
 
Caberá habeas corpus quando: 
• não houver justa causa; 
• alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; 
• quem ordenar a coação não tiver competência para o fazê-lo; 
• houver cessado o motivo que autorizou a coação; 
• não for alguém admitido a prestar fiança; 
• o processo for manifestamente nulo; 
• for extinta punibilidade. 
 
Então quando não é passível Habeas corpus? 
 
O habeas corpus não cabe: 
• se não houver ilegalidade ou abuso de poder na ameaça ou na privação da 
liberdade de locomoção do indivíduo; 
• quando se constata "violência legal e válida" (nessa situação, não será atacada via 
Habeas corpus); 
• se houver a necessidade de dilação probatória, ante seu caráter sumaríssimo; 
• em relação a punições disciplinas militares, nos termos do §2º do art. 142 do texto 
constitucional. 
 
 
ATENÇÃO! 
 
Se houver ilegalidade na forma ou nos meios ou abusividade (desproporcionalidade ou 
irrazoabilidade) na aplicação da punição, será cabível o remédio contra as punições 
militares. Assim, nessas hipóteses, há de se perquirir se houve respeito à autoridade 
hierárquica, ao poder disciplinar em si, o ato disciplinar ligado à função e a punição 
disciplinar cabível. HC 70.648. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. MATÉRIA CRIMINAL. 
PUNIÇÃO DISCIPLINAR MILITAR. Não há que se falar em violação ao art. 142, §2°, da CF, 
se a concessão de habeas corpus, impetrado contra punição disciplinar militar, volta-
se tão-somente para os pressupostos de sua legalidade, excluindo a apreciação de 
questões referentes ao mérito. Concessão de ordem que se pautou pela apreciação dos 
aspectos fáticos da medida punitiva militar, invadindo seu mérito. A punição disciplinar 
militar atendeu aos pressupostos de legalidade, quais sejam, a hierarquia, o poder 
 
 
 
9 
 
disciplinar, o ato ligado à função e a pena susceptível de ser aplicada disciplinarmente, 
tornando, portanto, incabível a apreciação do habeas corpus. Recurso conhecido e 
provido (RE 338.840-1/RS – Ministra Ellen Grecie, D.J. 12.09.03) 
 
 
Legitimidade 
 
ATIVA PASSIVA 
CUIDADOS: 
a) Não confundir o impetrante com o 
paciente, pois o paciente é aquele que se 
beneficiará com o remédio constitucional; 
 
b) Lembrar que o paciente poderá impetrar 
em nome próprio. 
Ato de autoridade pública 
Como é atributo da personalidade, poderá 
ser impetrado por qualquer pessoa. 
 
Importante! 
Não é exigida capacidade de estar em juízo, 
podendo haver impetração em favor de 
terceiro, caso de verdadeira substituição 
processual. Ou seja, qualquer pessoa, em 
benefício próprio ou alheio, independente 
de capacidade política, processual, idade, 
profissão, nacionalidade ou estado mental 
pode ter legitimidade. 
Não necessita representação de advogado e 
pode ser impetrado pelo Ministério Público. 
 
Algumas observações: 
a) Para os analfabetos: há a exigência de 
assinatura a- alguém a seu rogo – 
preferencialmente por 2 testemunhas; 
b) Para estrangeiro: não há restrição, mas 
jurisprudência do STF já manifestou que a 
petição deverá ser em língua portuguesa; 
c) Para Pessoa jurídica: peticionar em favor 
de terceiro. 
d) Magistrado somente poderá estar no polo 
ativo, se for paciente. (Tourinho Filho). 
Será impetrado contra o agente ou 
órgão com poder de decisão 
(liberdade de escolha) que ameaça 
ou coage ou viola ilegal ou 
abusivamente o direito de 
locomoção do paciente. 
 
ATO DE PARTICULAR CONSTITUI 
CRIME OU É PASSÍVEL DE HABEAS 
CORPUS? 
ATO DE PARTICULAR 
É quase pacífico na doutrina a 
impetração contra ato particular, 
dada a redação do texto: “...tanto por 
abuso de poder como por 
ilegalidade...”. 
 
Assim, a doutrina entende que, 
quando for difícil ou impossível a 
intervenção da polícia para fazer 
cessar a coação ilegal (ex. retenção 
de paciente em hospital, internação 
compulsório por parentes de pessoa 
não-interditada), caberá habeas 
corpus. 
 
 
 
 
 
10 
 
Competência 
 
É importante que se destaque que a autoridade coatora é quem determina o juízo 
competente para sua apreciação. Contudo, há competências originárias do STF e STJ para 
apreciar ação de habeas corpus: 
 
STF: Art. 102, I da CF: 
 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a 
guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, origináriamente: 
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas 
nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas 
data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara 
dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, 
do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal 
Federal; 
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando 
o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos 
estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal 
Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma 
única instância; 
 
STJ: Art. 105, I da CF: 
 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, origináriamente: 
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das 
pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for tribunal 
sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da 
Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência 
da Justiça Eleitoral 
 
TRF: Art. 108, I da CF: 
 
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: 
I - processar e julgar, origináriamente: 
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal; 
 
Juízes federais: Art. 109, VII da CF 
 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou 
quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não 
estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; 
 
 
 
11 
 
Posições do STF 
 
Moreira Alves em HC n. 69.138-2 MG: O STF entende que não é cabível o habeas 
corpus nas decisões proferidas por qualquer uma de suas turmas, tendo em vista que elas 
representam o próprio pretório Excelso. 
 
Súmula 691 do STF - NÃO COMPETE AO SUPREMO TRIBUNAL 
FEDERAL CONHECER DE "HABEAS CORPUS" IMPETRADO CONTRA 
DECISÃO DO RELATOR QUE, EM "HABEAS CORPUS" REQUERIDO A 
TRIBUNAL SUPERIOR, INDEFERE A LIMINAR. 
 
Em regra, não cabe habeas corpus para o STF contra decisão monocrática do 
Ministro do STJ que não conhece ou denega habeas corpus que havia sido interposto 
naquele Tribunal. É necessário que primeiro o impetrante exaure (esgote), no tribunal a 
quo (no caso, o STJ), as vias recursais ainda cabíveis (no caso, o agravo regimental). 
Exceção: essa regra pode ser afastada em casos excepcionais, quando a decisão 
atacada se mostrar teratológica, flagrantemente ilegal, abusiva ou manifestamente 
contrária à jurisprudência do STF, situações nas quais o STF poderia conceder de ofício o 
habeas corpus. STF. 1ª Turma. HC 139612/MG, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado 
em 25/4/2017 (Info 862). 
 
 
Importante saber! 
 
O caso concreto tratou do habeas corpus do goleiro Bruno. 
 
 
Como regra, pode-se dizer que o STF entendeu que o exaurimento das instâncias 
antecedentes é pressuposto fundamental para legitimar a competência do STF em 
habeas corpus. Exceções: casos excepcionais, quando a decisão for teratológica, abusiva, 
flagrantemente ilegal ou mesmo contrária à jurisprudência do STF, então, de ofício o 
habeas corpus poderá ser concedido. 
 
Procedimento 
 
O § 1º do art. 654 do CPP prescreve que a petição de HABEAS CORPUS conterá: 
a) O nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação 
e o de quem exercer a violência, coação ou ameaça; 
b) A declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça 
de coação, as razões em que se funda seu temor; 
c) A assinatura do impetrante, oude alguém a seu rogo, quando não souber ou 
não puder escrever, e a designação das respectivas residências. 
 
 
 
 
12 
 
O § 2º do aludido artigo enuncia que "os juízes e os tribunais têm competência para 
expedir de ofício ordem de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que 
alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal". 
O art. 656 do CPP prescreve que "recebida a petição de habeas corpus, o juiz, se julgar 
necessário, e estiver preso o paciente, mandará que este lhe seja imediatamente 
apresentado em dia e hora que designar". 
 
Perda de objeto e prazo 
 
Cessada a violência ou a coação ilegal, o magistrado julgará prejudicado o HC, na 
linha do art. 659 do CPP. 
O art. 660 do CPP prescreve que "efetuadas as diligências, e interrogado o paciente, 
o juiz decidirá, fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas". 
 
Dicas 
 
1. O Habeas Corpus pode também ser utilizado para a prisão civil advinda de dívida 
de alimentos, desde que não exija dilação probatória acerca da situação 
econômica da parte autora. 
2. No Habeas Corpus, NÃO ESQUEÇAM DE REGISTRAR SEMPRE OS PEDIDOS DE: 1) 
A intimação da autoridade coatora para que preste informações; 2) Vista ao 
ministério público. 
 
HABEAS CORPUS E RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO STF 
"Habeas corpus. Writ impetrado no STJ. Demora no julgamento. 
Direito à razoável duração do processo. Natureza mesma do habeas 
corpus. Primazia sobre qualquer outra ação. Ordem concedida. O 
habeas corpus é a via processual que tutela especificamente a 
liberdade de locomoção, bem jurídico mais fortemente protegido 
por uma dada ação constitucional. O direito a razoável duração do 
processo, do ângulo do indivíduo, transmuta-se em tradicional 
garantia de acesso eficaz ao Poder Judiciário. Direito, esse, a que 
corresponde o dever estatal de julgar. No habeas corpus, o dever de 
decidir se marca por um tônus de presteza máxima. Assiste ao STF 
determinar aos Tribunais Superiores o julgamento de mérito de 
habeas corpus, se entender irrazoável a demora no julgamento. Isso, 
é claro, sempre que o impetrante se desincumbir do seu dever 
processual de pré-constituir a prova de que se encontra padecente 
de ‘violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por 
ilegalidade ou abuso de poder’ (inciso LXVIII do art. 5º da CF). Ordem 
concedida para que a autoridade impetrada apresente em mesa, na 
primeira sessão da Turma em que oficia, o writ ali ajuizado." Vide: HC 
102.897, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 29-6-2010, 
Primeira Turma, DJE de 27-8-2010. 
 
 
 
 
13 
 
“Estando o habeas corpus pronto para julgamento há cinco 
meses, sem inclusão em mesa, resta configurada a lesão à garantia 
à duração razoável do processo.” (HC 88.610, Rel. Min. Ricardo 
Lewandowski, julgamento em 5-6-2007, Segunda Turma, DJ de 22-
6-2007.) 
 
Resumo 
 
Competência Será determinado pela autoridade coatora; 
- Verificar o art. 102, 105, 108 e 109 da CF 
Endereçar Depende da autoridade 
 
 
 
Partes 
ativa e passiva 
Legitimidade ativa (impetrante): qualquer indivíduo 
(mesmo o estrangeiro não residente), mesmo que não 
tenha, pode figurar como impetrante, não necessitando de 
advogado, podendo fazer em nome próprio ou mesmo de 
terceiro, até mesmo pessoa jurídica. Indicar a pessoa que 
tem sua liberdade ou abuso de poder de ir e vir – liberdade 
de locomoção violada ou ameaçada. (Paciente). 
- Ministério Público 
Legitimidade passiva AUTORIDADE COATORA, 
RESPONSÁVEL PELA ilegalidade ou abuso de poder 
violador da liberdade de locomoção do paciente. 
Ministério Público 
O que devo suscitar 
(constituir a causa de 
pedir) 
Indicar quais são motivos da violação ou ameaçada a 
violação ao direito de locomoção. 
 
Pedido dependerá da 
coação 
Alvará de soltura (paciente preso); 
Salvo conduto (se for preventivo); 
Contramandado de prisão se o caso for expedido mandado 
de prisão 
Trancamento de ação. 
 
 
Outros fatores 
ATENÇÃO AO CASO DE LIMINAR! 
O nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer 
violência ou coação e o de quem exercer a violência, coação 
ou ameaça; 
A declaração da espécie de constrangimento ou, em caso 
de simples ameaça de coação, as razões em que se funda 
seu temor; 
A assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, 
quando não souber ou não puder escrever, e a designação 
das respectivas residências". 
 
Esquema da peça processual 
 
Modelo em que a autoridade coatora é o Juiz Estadual: 
 
 
 
14 
 
 
 
 
 
15 
 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
 
 
17 
 
 
 
 
 
18 
 
3. HABEAS DATA 
 
Fundamento legal 
 
Previsão no art. 5º, LXXII, da Constituição Federal, com a seguinte redação, conceder-
se-á "habeas-data": 
a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, 
constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter 
público; 
b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, 
judicial ou administrativo. 
 
Lei n. 9.507/97 – regula o writ e disciplina seu rito processual. 
 
Art. 7° da Lei 9507/97: Conceder-se-á habeas data: 
I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa 
do impetrante, constantes de registro ou banco de dados de 
entidades governamentais ou de caráter público; 
II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por 
processo sigiloso, judicial ou administrativo; 
III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de 
contestação ou explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e 
que esteja sob pendência judicial ou amigável. 
 
Conceito 
 
O habeas data é uma novidade entre os writs e é uma tutela específica dos direitos 
e garantias fundamentais que visa a assegurar ao cidadão interessado a exibição de 
informações constantes nos registros públicos ou privados, nos quais estejam incluídos 
seus dados pessoais, para que tome conhecimento e, se for o caso, retifique ou 
complemente eventuais erros. 
 
Natureza jurídica 
 
É remédio constitucional, de natureza civil, submetido a rito sumário, que se destina 
a garantir, em favor da pessoa interessada, o exercício de pretensão jurídica discernível em 
seu tríplice aspecto: 
Ainda, o instrumento deve ser lido à luz dos demais princípios constitucionais, como 
art. 5, X, XII, XXXIII, XXXIV da CF: 
Direitos protegidos: 
Art. 5º, X da CF: são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das 
pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de 
sua violação; 
 
 
 
 
 
19 
 
Objeto 
 
Na linha de especialização dos instrumentos de defesa de direitos individuais, a 
Constituição de 1988 concebeu o habeas data como instituto destinado a assegurar o 
conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante constantes de registros 
ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público e para permitir 
a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo de modo sigiloso. 
 
Art. 1º (VETADO) da Lei 9.507 
Parágrafo único. Considera-se de caráter público todo registro ou 
banco de dados contendo informações que sejam ou que possam 
ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do 
órgão ou entidade produtora ou depositária das informações. 
 
Legitimidade 
 
O habeas data só é cabível se a informação for da pessoa do impetrante. 
 
LEGITIMIDADE ATIVA LEGITIMIDADE PASSIVA 
O HD poderá ser ajuizado por 
qualquer pessoa física, 
brasileira ou estrangeira, bem 
como por pessoa jurídica, 
entes despersonalizados 
(massa falida, herança jacente, 
espólio, sociedade de fato, 
condomínio). 
Saliente-se, porém, que a ação 
é personalíssima, vale dizer, 
somente poderá ser 
impetrada pelo titular das 
informações. 
STF já se manifestou que 
estrangeiro não residente 
também poderá adentrar com 
habeas data. 
 
No polo passivo, podem figurar entidades 
governamentais, da Administração Pública 
Direta (União, Estados, DF e Municípios) e Indireta(as autarquias, as Fundações instituídas e 
mantidas pelo Poder Público, as Empresas 
Públicas e as Sociedades de Economia Mista), 
bem como as instituições, entidades e pessoas 
jurídicas privadas detentoras de banco de dados 
contendo informações que sejam ou possam ser 
transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso 
privativo do órgão ou entidade produtora ou 
depositária das informações (ex: as entidades de 
proteção ao crédito, como o SPC, o SERASA, 
entre outras). 
Privada. O aspecto que determinará o cabimento 
da ação será o fato de o banco de dados ser de 
caráter público, a exemplo do SPC. 
 
Competência 
 
Previsão de algumas autoridades pela CF/88 
 
STF - Art. 102, I, d da CF; 
STJ - Art. 105, I, b da CF; 
 
 
 
20 
 
TRF- Art. 108, I, c da CF; 
Justiça Federal -Art. 109, VIII da CF; 
Justiça Estadual – 25 e 125 da CF; 
 
Art. 20 da Lei 9507/97. O julgamento do habeas data compete: 
 
Originariamente Em grau de recurso 
a) ao Supremo Tribunal Federal, 
contra atos do Presidente da 
República, das Mesas da Câmara dos 
Deputados e do Senado Federal, do 
Tribunal de Contas da União, do 
Procurador-Geral da República e do 
próprio Supremo Tribunal Federal; 
b) ao Superior Tribunal de Justiça, 
contra atos de Ministro de Estado ou 
do próprio Tribunal; 
c) aos Tribunais Regionais Federais 
contra atos do próprio Tribunal ou de 
juiz federal; 
d) a juiz federal, contra ato de 
autoridade federal, excetuados os 
casos de competência dos tribunais 
federais; 
e) a tribunais estaduais, segundo o 
disposto na Constituição do Estado; 
f) a juiz estadual, nos demais casos. 
a) ao Supremo Tribunal Federal, 
quando a decisão denegatória for 
proferida em única instância pelos 
Tribunais Superiores; 
b) ao Superior Tribunal de Justiça, 
quando a decisão for proferida em 
única instância pelos Tribunais 
Regionais Federais; 
c) aos Tribunais Regionais Federais, 
quando a decisão for proferida por juiz 
federal; 
d) aos Tribunais Estaduais e ao do 
Distrito Federal e Territórios, conforme 
dispuserem a respectiva Constituição 
e a lei que organizar a Justiça do 
Distrito Federal; 
• III - mediante recurso 
extraordinário ao Supremo 
Tribunal Federal, nos casos 
previstos na Constituição. 
 
 
Habeas data e a Lei de Acesso à Informação 12.527/11 
 
Em busca de mais transparência nos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), 
os brasileiros passaram a ter acesso a informações públicas de qualquer órgão 
público. A Lei de Acesso a Informações Públicas - LAI (lei nº12.527/2011), aprovada em 
novembro de 2011, foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff no dia 16 de maio de 
2012, e passou a valer para todo o país. Contudo, nem todas as solicitações de informações 
são liberadas dentro do prazo. 
 
Habeas Data x Direito de Petição 
 
Essa garantia do Habeas Data não se confunde com o direito de obter certidões (art. 
5, XXXIV, b – CF) ou informações de interesse particular, coletivo ou geral (art. 5, XXXIII). 
Havendo recusa no fornecimento de certidões (para a defesa de direitos ou 
 
 
 
21 
 
esclarecimento de situações de interesse pessoal, próprio ou de terceiros), ou informações 
de terceiros, o remédio apropriado é o mandado de segurança, e não o habeas data. Se 
o pedido for para conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, como 
visto, o remédio será o habeas data. 
 
Procedimento 
 
Art. 8º da Lei 9507/97: A petição inicial deverá ser instruída com 
prova: 
I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez 
dias sem decisão; 
II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de 
quinze dias, sem decisão; ou 
III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4° 
ou do decurso de mais de quinze dias sem decisão. 
 
Os processos de habeas data terão prioridade sobre todos os atos judiciais, 
exceto habeas corpus e mandado de segurança. Na instância superior, deverão ser 
levados a julgamento na primeira sessão que se seguir à data em que, feita a distribuição, 
forem conclusos ao relator. 
 
Muito importante 
 
Para o fim de impetrar habeas data, é imprescindível que tenha havido o 
requerimento administrativo e a negativa pela autoridade administrativa de 
atendê-lo, devendo tal negativa ou omissão da autoridade administrativa vir 
comprovada na petição inicial (art. 8, par. Único, da Lei 9.507/97). O silêncio da 
autoridade no prazo de 10 dias é suficiente! 
Aspecto importante do cabimento do Habeas Data diz respeito à exigência legal de 
que a ação somente poderá ser impetrada em Juízo diante da prévia negativa da 
autoridade administrativa de fornecimento (ou de retificação ou de anotação da 
contestação ou explicação) das informações solicitadas. Trata-se de uma das exceções 
constitucionais ao princípio do controle jurisdicional imediato (art. 5, XXXV), configurando 
hipótese de instância administrativa de curso forçado (a outra hipótese de curso forçado 
está prevista pelo art. 217, par. 1º da CF). 
A impetração do HD não está sujeita a prazo prescricional ou decadencial, 
podendo a ação ser proposta a qualquer tempo. 
Necessário conforme art. 9º a notificação da autoridade coatora e pedir a oitiva do 
Ministério Público como fiscal da Lei (art. 9º a 12) 
No Habeas Data, o sujeito ativo da ação pode ser uma pessoa jurídica, ao 
contrário do Habeas Corpus. 
STF já considerou possível Habeas Data para a obtenção de informações 
fiscais. 
 
 
 
22 
 
No HD, não há necessidade de que o impetrante revele as causas do requerimento 
ou demonstre que as informações são imprescindíveis à defesa de eventual direito seu, 
pois o direito de acesso lhe é garantido, independentemente de motivação, até porque o 
acesso aos próprios dados constitui, na visão da melhor doutrina, uma materialização dos 
direitos de personalidade. 
 
Cobrança de valores 
 
Tanto o procedimento administrativo quanto a ação judicial de HD são gratuitos; 
Estão vedadas pela Lei quaisquer cobranças de custas ou taxas judiciais dos 
litigantes, bem como de quaisquer valores para o atendimento do requerimento 
administrativo; 
Ademais, não há ônus de sucumbência (honorários advocatícios) em HD; 
Para o ajuizamento da ação, porém, exige-se advogado. 
 
Liminar 
 
A lei silencia quanto à possibilidade ou não da concessão de liminar, mas a doutrina 
entende que excepcionalmente essa medida poderá ser possível ante a demora do 
processo por não ser considerada uma ação de caráter sumaríssimo. 
 
Habeas Data e sigilo imprescindível à segurança do estado 
 
É importante que se lembre que o habeas data como remédio constitucional 
destinado a assegurar o acesso à informação deve também ser lido à luz da Lei de Acesso 
à informação e suas possibilidades de restrições. Daí toda a atenção quando se falar em 
SIGILO IMPRESCINDÍVEL À SEGURANÇA DO ESTADO. Contudo, é oportuno lembrar que 
o sigilo é exceção, logo, se a informação da pessoa por si só não tem como representar 
risco à segurança, não há justificativa para não conceder o acesso. 
 
Vide os artigos mais importantes da LAI nesse sentido: 
 
Art. 21 da Lei 12527/11: Não poderá ser negado acesso à informação 
necessária à tutela judicial ou administrativa de direitos 
fundamentais. 
Parágrafo único. As informações ou documentos que versem sobre 
condutas que impliquem violação dos direitos humanos praticada 
por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não 
poderão ser objeto de restrição de acesso. 
 
Art. 22 da Lei 12527/11: O disposto nesta Lei não exclui as demais 
hipóteses legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses 
de segredo industrial decorrentes da exploração direta de atividade 
econômica pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que 
tenha qualquer vínculo com o poder público. 
 
 
 
23 
 
Classificação da Informação quanto ao Grau e Prazos de Sigilo 
 
Art. 23 da Lei 12527/11: São consideradas imprescindíveis à 
segurança da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de 
classificaçãoas informações cuja divulgação ou acesso irrestrito 
possam: 
I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do 
território nacional; 
II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as 
relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em 
caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; 
III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; 
IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou 
monetária do País; 
V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das 
Forças Armadas; 
VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e 
desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, 
bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacional; 
VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades 
nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou 
VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de 
investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a 
prevenção ou repressão de infrações. 
 
Art. 24 da Lei 12527/11: A informação em poder dos órgãos e entidades 
públicas, observado o seu teor e em razão de sua 
imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá 
ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada. 
§ 1o Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, 
conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da 
data de sua produção e são os seguintes: 
I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; 
II - secreta: 15 (quinze) anos; e 
III - reservada: 5 (cinco) anos. 
 
Jurisprudência 
 
A ação de habeas data visa à proteção da privacidade do indivíduo 
contra abuso no registro e/ou revelação de dados pessoais falsos ou 
equivocados. O habeas data não se revela meio idôneo para se obter 
vista de processo administrativo. 
[HD 90 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 18-2-2010, P, DJE de 19-3-2010.] 
= HD 92 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, j. 18-8-2010, P, DJE de 3-9-2010 
 
 
 
 
24 
 
O habeas data tem finalidade específica: assegurar o conhecimento 
de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de 
registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de 
caráter público, ou para a retificação de dados, quando não se prefira 
fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo (CF, art. 5º, 
LXXII, a e b). No caso, visa à segurança ao fornecimento ao impetrante 
da identidade dos autores de agressões e denúncias que lhe foram 
feitas. A segurança, em tal caso, é meio adequado. Precedente do 
STF: MS 24.405/DF, Ministro Carlos Velloso, Plenário, 3-12-2003, DJ de 
23-4-2004. 
[RMS 24.617, rel. min. Carlos Velloso, j. 17-5-2005, 2ª T, DJ de 10-6-
2005.] 
 
DECISÃO DO STF: Plenário: Habeas data é adequado para obtenção 
de informações fiscais. O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu 
hoje a possibilidade do uso do habeas data como meio de os 
contribuintes obterem informações suas em poder dos órgãos de 
arrecadação federal ou da administração local. A decisão foi 
proferida no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 673707, com 
repercussão geral reconhecida, no qual uma empresa buscava 
acesso a informações do Sistema de Conta Corrente de Pessoa 
Jurídica (Sincor), mantido pela Secretaria da Receita Federal. A Corte 
deu provimento ao recurso por unanimidade, entendendo ser 
cabível o habeas data na hipótese, e reconhecendo o direito de o 
contribuinte ter acesso aos dados solicitados. Com isso, contrariou os 
argumentos da União de que os dados não teriam utilidade para o 
contribuinte, e que o efeito multiplicador da decisão poderia 
tumultuar a administração fiscal. Com a decisão foi também fixada 
a tese para fins de repercussão geral: “O habeas data é a garantia 
constitucional adequada para a obtenção, pelo próprio contribuinte, 
dos dados concernentes ao pagamento de tributos constantes de 
sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos 
administração fazendária dos entes estatais”. 
 
Resumo 
 
Competência Conforme a autoridade que negar a informação ou a 
retificação desta. 
Endereçar Conforme a autoridade que negar a informação ou a 
retificação desta. 
 
Partes (ativa e passiva) 
Legitimidade ativa – qualquer indivíduo – INFORMAÇÕES 
DA PESSOA DO IMPETRANTE 
Legitimidade passiva – INSTITUIÇÃO PÚBLICA /ORGÃO 
DESDE QUE CARÁTER PÚBLICO 
 
 
 
25 
 
O que devo suscitar? 
(Constituir a causa de 
pedir) 
Tratar da negativa de acesso e da pretensão de acesso, 
retificação ou complementação de dados 
 
 
Pedido do habeas 
data 
- Notificar o órgão coator a fim de prestar informações; 
- Juntar documentação que demonstre o pedido na via 
administrativa; 
- Determinar oitiva do Ministério público; 
- Julgar procedente o pedido de acesso (retificação ou 
complementação), determinando o acesso à ficha de 
informações que indica os dados pessoais do impetrante; 
- Requer a realização de audiência de 
mediação/conciliação conforme art. 319, VII do NCPC. 
 
EXAME DE ORDEM UNIFICADO 2010.3 
PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL 
ENUNCIADO 
Tício, brasileiro, casado, engenheiro, na década de setenta, participou de 
movimentos políticos que faziam oposição ao Governo então instituído. Por força 
de tais atividades, foi vigiado pelos agentes estatais e, em diversas ocasiões, preso 
para averiguações. Seus movimentos foram monitorados pelos órgãos de 
inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, organizados por 
agentes federais. Após longos anos, no ano de 2010, Tício requereu acesso à sua 
ficha de informações pessoais, tendo o seu pedido indeferido, em todas as 
instâncias administrativas. Esse foi o último ato praticado pelo Ministro de Estado 
da Defesa, que lastreou seu ato decisório, na necessidade de preservação do sigilo 
das atividades do Estado, uma vez que os arquivos públicos do período desejado 
estão indisponíveis para todos os cidadãos. Tício, inconformado, procura 
aconselhamentos com seu sobrinho Caio, advogado, que propõe apresentar ação 
judicial para acessar os dados do seu tio. 
Na qualidade de advogado contratado por Tício, redija a peça cabível ao tema, 
observando: a) competência do Juízo; b) legitimidade ativa e passiva; c) 
fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados; d) os requisitos formais 
da peça inaugural. 
 
Segue modelo de estruturação da peça de Habeas Data cobrada no EXAME DE 
ORDEM UNIFICADO 2010.3: 
 
 
 
 
26 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 
 
 
28 
 
 
 
 
 
29 
 
 
 
 
 
30 
 
 
 
 
 
31 
 
4. MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL E COLETIVO 
 
Fundamento 
 
Art. 5º LXIX da CF: Conceder-se-á mandado de segurança para 
proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas 
corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou 
abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica 
no exercício de atribuições do Poder Público; 
LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: 
a) partido político com representação no Congresso Nacional; 
b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente 
constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa 
dos interesses de seus membros ou associados; 
 
Art. 1o Lei 12016/09: Conceder-se-á mandado de segurança para 
proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas 
corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de 
poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver 
justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria 
for e sejam quais forem as funções que exerça. 
 
Histórico 
 
Foi retirado da Constituição de 1937, retornando posteriormente à Constituição de 
1946. 
Admite-se apenas na CRFB de 1988 o mandado de segurança coletivo. 
Regulamentação legal: LEI Nº 12.016/09 (individual e coletivo) 
Art. 5º dos direitos fundamentais e incluindo: “conceder-se-á mandado de 
segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou 
habeas datas,quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade 
pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”. 
 
Direito líquido e certo para fins de Mandado de Segurança 
 
O direito líquido e certo será aquele apto a realizar-se no momento da impetração, 
ou seja, a liquidez e certeza não residem na vontade normativa e sim na materialidade ou 
existência fática da situação jurídica. A liquidez é imprescindível para admissibilidade do 
conhecimento do mandado de segurança. Por isso, todas as provas que demonstrem a 
certeza e a liquidez deverão acompanhar a inicial. 
Nem todo o direito é amparado pela via do mandado de segurança: a Constituição 
exige que o direito invocado seja líquido e certo. Para Mendes, 
 
Direito líquido e certo é aquele demonstrado de plano através de 
prova documental, e sem incertezas, a respeito dos fatos narrados 
 
 
 
32 
 
pelo declarante. É o que se apresenta manifesto na sua existência, 
delimitado na sua extensão e apto a ser exercitado no momento da 
impetração (MENDES, Gilmar, Curso de Direito Constitucional). 
 
Se a existência do direito for duvidosa, se a sua extensão ainda não estiver delimitada, 
se o seu exercício depender de situações e fatos ainda indeterminados, não será cabível o 
mandado de segurança. Esse direito incerto, indeterminado, poderá ser defendido por 
outras vias, mas não em sede de MS. 
Por essa razão, não há dilação probatória – nem espaço para produção de prova 
complexa no mandado de segurança. As provas devem ser pré-constituídas, documentais, 
levadas aos autos do processo no momento da impetração. 
Isso significa que a matéria de direito, por mais complexa e difícil que se apresente, 
pode ser apreciada em mandado de segurança (STF). A alegação de grande complexidade 
jurídica do direito invocado não é motivo para obstar a utilização do MS. A propósito, vide 
súmula 625 do STF (Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de 
mandado de segurança). 
 
Natureza 
 
 O MS é ação de natureza residual, subsidiária, pois somente é cabível quando o 
direito líquido e certo a ser protegido não for amparado por outros remédios judiciais 
(habeas corpus, habeas data). 
 
Cabimento 
 
Ato de qualquer autoridade do poder público ou por particular decorrente de 
delegação (comissivo ou omissivo): contudo, a lei excepciona que seja contra os que 
comportem recurso administrativo com efeito suspensivo independente de caução; 
Ilegalidade ou abuso de poder; 
Lesão ou ameaça de lesão; 
Contra lei ou ato administrativo se produzirem efeitos concretos e individualizados; 
Contra ato que caiba recurso administrativo com efeito suspensivo (em caso de 
omissão da autoridade); 
Contra ato judicial de qualquer instância e natureza, desde que ilegal e violador de 
direito líquido e certo do impetrante e que não possa ser coibido por recursos comuns 
(por exemplo recurso que não enseja efeito suspensivo). 
É cabível contra o chamado “ato de autoridade”, entendido como qualquer 
manifestação ou omissão do Poder Público ou de seus delegados no desempenho de 
atribuições públicas. 
 
Logo, de plano, algumas situações podem ser afastadas: 
 
Art. 5o da Lei 12016/09: Não se concederá mandado de segurança 
quando se tratar: 
 
 
 
33 
 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, 
independentemente de caução; 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
III - de decisão judicial transitada em julgado. 
 
Súmulas 
 
SÚMULAS DO STF RELACIONADAS AO MANDADO DE SEGURANÇA 
Súmula STF 632 
 
É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para impetração 
de mandado de segurança. 
Súmula STF 630 A entidade de classe tem legitimação para o Mandado de 
Segurança ainda quando a pretensão veiculada interessa apenas a 
uma parte da respectiva categoria. 
 
SÚMULA STF 629 A impetração de Mandado de Segurança coletivo 
por entidade de classe em favor dos associados independe da 
autorização destes. 
Súmula STF 625 
 
 
 
 
 
 
 
 
Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de 
mandado de segurança. 
Lei 12.016 Art. 5° Não se concederá mandado de segurança quando 
se tratar: 
I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito 
suspensivo, independentemente de caução; 
II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; 
III - de decisão judicial transitada em julgado. 
Súmula STF 430 
 
Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o 
prazo para o mandado de segurança. 
Súmula STF 429 
 
 
A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não 
impede o uso do Mandado de Segurança contra omissão da 
autoridade. 
Súmula STF 270 
 
 
 
Não cabe Mandado de Segurança para impugnar enquadramento 
da lei 3780, de 12/7/1960, que envolva exame de prova ou de 
situação funcional complexa. 
Súmula STF 269 
Mandado de Segurança não é substitutivo de ação de cobrança. 
Súmula STF 268 
 
Não cabe Mandado de Segurança contra decisão judicial com 
trânsito em julgado. 
 
 
 
34 
 
 
SÚMULAS DO STF RELACIONADAS AO MANDADO DE SEGURANÇA 
Súmula 604 
O mandado de segurança não se presta para atribuir efeito suspensivo 
a recurso criminal interposto pelo Ministério Público. 
Súmula 628 
A teoria da encampação é aplicada no mandado de segurança quando 
presentes, cumulativamente, os seguintes requisitos: a) existência de 
vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou informações e a que 
ordenou a prática do ato impugnado; b) manifestação a respeito do 
mérito nas informações prestadas; e c) ausência de modificação de 
competência estabelecida na Constituição Federal. 
 
Legitimidade 
 
ATIVO INDIVIDUAL ATIVO COLETIVO PASSIVO 
Pessoa física ou 
jurídica, órgão público 
ou universalidade 
patrimonial (ex: 
condomínio, espólio, 
massa falida). 
Em se tratando de 
particular, não há 
limitação a 
legitimidade ativa. 
 
Art. 21 O mandado de 
segurança coletivo pode ser 
impetrado por partido 
político com representação 
no Congresso Nacional, na 
defesa de seus interesses 
legítimos relativos a seus 
integrantes ou à finalidade 
partidária, ou por 
organização sindical, 
entidade de classe ou 
associação legalmente 
constituída e em 
funcionamento há, pelo 
menos, 1 (um) ano, em defesa 
de direitos líquidos e certos 
da totalidade, ou de parte, 
dos seus membros ou 
associados, na forma dos seus 
estatutos e desde que 
pertinentes às suas 
finalidades, dispensada, para 
tanto, autorização especial. 
Autoridade pública de 
qualquer dos poderes da 
União, dos Estados, do DF e dos 
Municípios, bem como de suas 
autarquias, fundações 
públicas, empresas públicas e 
sociedades de economia 
mista; 
b) agente de pessoa jurídica 
privada, desde que no 
exercício de atribuições do 
Poder Público (só responderão 
se estiverem, por delegação, 
no exercício de atribuições do 
Poder Público). 
 
Importante: 
 A autoridade coatora será o 
agente delegado (que recebeu 
a atribuição) e não a 
autoridade delegante (que 
efetivou a delegação). Esse é o 
teor da Súmula 510 – STF. 
 
 
Súmula STF 267 
 
Não cabe Mandado de Segurança contra ato judicial passível de 
recurso ou correição. 
Súmula STF 266 
Não cabe Mandado de Segurança contra lei em tese. 
 
 
 
35 
 
Ministério Público 
 
O Ministério Público sempre atua como parte autônoma, com intuito de zelar pela 
aplicação da lei e regularidade do processo. A falta de intimação do Ministério Público 
pode ser matéria de nulidade. Agora, poderá ele tutelar em nome próprio ou em nome 
daqueles pelos quais é designado a representar e defender segundo a lei. 
 
Art. 12 da Lei 12016/09: Findo o prazo a que se refere o inciso I 
do caput do art. 7o desta Lei, o juiz ouvirá o representante do 
Ministério Público, que opinará, dentro do prazo improrrogável de 10 
(dez) dias. 
Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério Público, os 
autos serão conclusos ao juiz, para a decisão,a qual deverá ser 
necessariamente proferida em 30 (trinta) dias. 
 
Prazo 
 
Prazo para impetrar: o prazo é decadencial de 120 dias. 
 
Art. 23 da Lei 12016/09: O direito de requerer mandado de segurança 
extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da 
ciência, pelo interessado, do ato impugnado. 
 
Jurisprudência posterior ao enunciado 
Não interrupção do prazo decadencial pelo pedido de 
reconsideração. 
"Alega a recorrente, em síntese, que: (a) não se consumou, no caso, a 
decadência para a impetração do presente mandado de segurança; 
e (b) o termo inicial do prazo decadencial de 120 dias corresponderia 
à data da ciência da decisão que indeferiu pedido de reconsideração. 
(...) Ademais, segundo entendimento pacífico da Corte, 'pedido de 
reconsideração na esfera administrativa não interrompe o prazo para 
o mandado de segurança' (Súmula 430 do STF). (MS 28793 AgR, 
Relator Ministro Teori Zavascki, Tribunal Pleno, julgamento em 
30.4.2014, DJe de 19.5.2014) 
 
Competência 
 
Tem-se que aqui trabalhar por exclusão, ou seja, primeiro busca-se identificar se não 
é o caso de competência enumerada na Constituição: 
 
Art. 102, I da CF: (originária) d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas 
referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do 
Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do 
http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?idDocumento=5893448
 
 
 
36 
 
Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo 
Tribunal Federal; 
II, em recurso ordinário a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas 
data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, 
se denegatória a decisão 
 
Art. 105, I da CF: Originário 
b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de 
Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da 
Aeronáutica ou do próprio Tribunal; 
II Recurso ordinário 
b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos 
Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do 
Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; 
 
Art. 108 da CF: Compete aos Tribunais Regionais Federais: 
I - processar e julgar, origináriamente: 
c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio 
Tribunal ou de juiz federal; 
II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes 
federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal 
da área de sua jurisdição. 
 
Art. 109 VIII da CF: Os mandados de segurança e os habeas 
data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de 
competência dos tribunais federais; 
 
Define-se a competência para julgar mandado de segurança pela categoria da 
autoridade coatora e pela sua sede funcional, não interessando a natureza do ato 
impugnado para fins de competência. 
Caso a impetração ocorra em juízo incompetente, ou no decorrer do processo 
situação jurídica ou algum fato que altere a competência julgadora, o Magistrado ou 
Tribunal deverá remeter a juízo competente. 
Havendo intervenção da União, Estado ou de suas autarquias, desloca-se a 
competência primeiramente para a Justiça Federal ou para a Vara privativa estadual. 
Nas comarcas em que houver Varas privativas da Fazenda Pública, o juízo 
competente será sempre o dessas Varas, conforme ato impugnado provenha de 
autoridade federal, estadual e municipal, ou de seus delegados, por outorga legal 
concessão ou permissão administrativa. 
Observação importante para provas: segundo o STF, todos os Tribunais têm 
competência para julgar, origináriamente, os MS contra os seus próprios atos, os dos 
respectivos presidentes e os de suas câmaras, turmas ou seções. Assim, MS contra ato do 
STJ, do Presidente do STJ ou de uma turma do STJ, será julgado pelo próprio STJ e assim 
sucessivamente. No âmbito da Justiça Estadual, caberá aos próprios estados-membros 
 
 
 
37 
 
cuidar da competência para a apreciação do MS contra atos de suas autoridades, por força 
do art. 125 da CF. 
 
Exemplos: 
 
✓ Autoridade estadual, serventuários e dirigentes estaduais ou municipais – 
competência da Justiça Estadual (juiz de primeiro grau) 
✓ Autoridade Federal - Justiça Federal 
✓ Juiz de Direito – Tribunal de Justiça 
✓ Juiz Federal – Tribunal Regional Federal 
✓ TJ, TRF, STJ OU STF- o pleno ou o órgão especial dos tribunais 
 
 
REGRA GERAL: 
Juiz de 1° grau 
1) Autoridades Municipais de qualquer órgão (Executivo, Legislativo, 
Administração Indireta), salvo se a Constituição estadual dispuser de maneira diversa, 
o que é incomum. 
2) Autoridades estaduais (Executivo, Legislativo e Judiciário). 
 
EXCEÇÕES: 
1) Quanto a autoridade coatora é Juiz, Mesa da Assembleia Legislativa, Tribunal de 
Contas, Secretários de Estado e Membros do MP, a CF não especifica expressamente, 
mas geralmente é o TJ local. 
2) Se for juiz de JEC: Câmara Recursal Súmula 376 do STJ 
 
 
Desistência 
 
Admite-se desistência, independentemente do consentimento do impetrado. 
Porém, segundo a jurisprudência do STF, essa faculdade de desistência encontra 
limite no julgamento de mérito da causa. Assim, uma vez julgado o mérito do MS, o 
demandante pode até desistir de recurso eventualmente interposto, mas a decisão 
recorrida será mantida intacta, pois não lhe será permitido desistir do processo, sobretudo 
quando a decisão lhe for desfavorável. 
 
Modalidades 
 
O MS pode ser repressivo ou preventivo, conforme se destine a reparar uma 
ilegalidade ou abuso de poder já praticados ou apenas a afastar uma ameaça de lesão ao 
direito líquido e certo do impetrante. 
 
Mandado de Segurança Coletivo 
 
 
 
 
38 
 
Importante lembrar alguns pontos sobre o mandado de segurança coletivo: 
 
Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser: 
I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza 
indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte 
contrária por uma relação jurídica básica; 
II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes 
de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos 
associados ou membros do impetrante. 
 
Art. 22 da Lei 12016/09: No mandado de segurança coletivo, a 
sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo 
ou categoria substituídos pelo impetrante. 
§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para 
as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão 
o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu 
mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da 
ciência comprovada da impetração da segurança coletiva. 
§ 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser 
concedida após a audiência do representante judicial da pessoa 
jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 
(setenta e duas) horas. 
 
Liminar 
 
Caberá liminar em se tratando de tutela de urgência, atenção ao que diz a Lei no 
caso de liminares: 
Art. 7º da Lei 12016/09: (...) 
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento 
relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente 
deferida, sendo facultado exigir do impetrante, caução, fiança ou depósito, com o objetivo 
de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. (Atentar aos requisitos do art. 300 §3º do 
NCPC). 
 
Caução 
 
A lei regulou a possibilidade de exigência de caução. 
§ 1o Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá 
agravo de instrumento, 
§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de 
créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a 
reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessãode aumento ou a 
extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza. 
§ 3o Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a 
prolação da sentença. 
 
 
 
39 
 
§ 4o Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamento. 
 
Honorários 
 
Súmula 512 do STF e Súmula 105 do STF. 
 
Art. 25 da Lei 12016/09: Não cabem, no processo de mandado de segurança, a 
interposição de embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos 
honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância 
de má-fé. 
 
Resumo 
 
Competência Variável 
Endereçar Depende da competência 
 
 
 
Partes (ativa 
e passiva) 
INDIVIDUAL - Legitimidade ativa - poder de qualquer pessoa física ou 
jurídica nacional ou estrangeira, ou órgão público com capacidade 
processual desde que comprove violação a direito líquido e certo seu 
que não fira a liberdade de locomoção ou o direito de informação de 
caráter personalíssimo. 
COLETIVO – partido político ou organização sindical. 
Legitimidade passiva - da autoridade coatora responsável pela prática 
de ação ou omissão que ameaça ou efetivamente líquido e certo. 
O que devo 
suscitar? 
Violação do direito líquido e certo, por coação ou ameaça, indicando a 
autoridade coatora. 
Pedido Liminar (se for o caso); 
Notificação da autoridade coatora; 
Ciência ao representante judicial da autoridade coatora; 
Intimação do Ministério Público; 
Acatar a prova da liquidez; 
Informar que concorda com a realização de audiência de conciliação 
e mediação; 
Ao final, a procedência do pedido, para evitar ou reparar lesão ao 
direito líquido e certo do impetrante. 
 
Modelo 
 
EXAME DE ORDEM XXIII 
PEÇA PROFISSIONAL 
Enunciado 
Edson, idoso aposentado por invalidez pelo regime geral de previdência social, 
recebe um salário mínimo por mês. Durante mais de três décadas, esteve exposto 
a agentes nocivos à saúde, foi acometido por doença que exige o uso contínuo de 
medicamento controlado, cuja ministração fora da forma exigida pode colocar em 
 
 
 
40 
 
risco a sua vida. 
Em razão de sua situação pessoal, todo dia 5 comparece ao posto de saúde 
existente na localidade em que reside, retirando a quantidade necessária do 
medicamento para os próximos trinta dias. No último dia 5, foi informado, pelo 
Diretor do referido posto, que a central de distribuição não entregara o 
medicamento, já que o Município, em razão da crise financeira, não pagava os 
fornecedores havia cerca de seis meses. 
Inconformado com a informação recebida, Edson formulou, logo no dia seguinte, 
requerimento endereçado ao Secretário Municipal de Saúde, autoridade 
responsável pela administração das dotações orçamentárias destinadas à área de 
saúde e pela aquisição dos medicamentos encaminhados à central de 
distribuição, órgão por ele dirigido. Na ocasião, esclareceu que a ausência do 
medicamento poderia colocar em risco sua própria vida. 
Em resposta escrita, o Secretário reconheceu que Edson tinha necessidade do 
medicamento, o que fora documentado pelos médicos do posto de saúde, e 
informou que estavam sendo adotadas as providências necessárias à solução da 
questão, mas que tal somente ocorreria dali a 160 (cento e sessenta) dias, quando 
o governador do Estado prometera repassar receitas a serem aplicadas à saúde 
municipal. Nesse meio-tempo, sugeriu que Edson procurasse o serviço de 
emergência sempre que o seu estado de saúde apresentasse alguma piora. 
Edson, de posse de toda a prova documental que por si só basta para demonstrar 
os fatos narrados, em especial a resposta do Secretário Municipal de Saúde, 
procura você, uma semana depois, para contratar seus serviços como advogado(a), 
solicitando o ajuizamento da medida judicial que ofereça resultados mais céleres, 
sem necessidade de longa instrução probatória, para que consiga obter o 
medicamento de que necessita. 
Levando em consideração as informações expostas, ciente da desnecessidade da 
dilação probatória, elabore a medida judicial adequada, com todos os 
fundamentos jurídicos que conferem sustentação ao direito de Edson. (Valor: 5,00) 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser 
utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do 
dispositivo legal não confere pontuação. 
 
Segue modelo de estruturação da peça de Mandado de Segurança cobrado no 
EXAME DE ORDEM XXIII: 
 
 
 
 
 
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45 
 
EXAME DE ORDEM XXIV 
PEÇA PROFISSIONAL 
 
Após anos de defasagem salarial, milhares de trabalhadores que integravam o 
mesmo segmento profissional reuniram-se na sede do Sindicato W, legalmente 
constituído e em funcionamento há vinte anos, que representava os interesses da 
categoria, em assembleia geral convocada especialmente para deliberar a respeito 
das medidas a serem adotadas pelos sindicalizados. 
Ao fim de ampla discussão, decidiram que, em vez da greve, que causaria grande 
prejuízo à população e à economia do país, iriam se encontrar nas praças da 
capital do Estado Alfa, com o objetivo de debater publicamente os interesses da 
categoria de forma organizada e ordeira, e ainda fariam passeatas semanais pelas 
principais ruas da capital. Em situações dessa natureza, a lei dispõe que seria 
necessária a prévia comunicação ao comandante da Polícia Militar. 
No mesmo dia em que recebeu a comunicação dos encontros e das passeatas 
semanais, que teriam início em dez dias, o comandante da Polícia Militar, em 
decisão formalmente comunicada ao Sindicato W, decidiu indeferi-los, sob o 
argumento de que atrapalhariam o direito ao lazer nas praças e a tranquilidade 
das pessoas, os quais são protegidos pela ordem jurídica. 
Inconformado com a decisão do comandante da Polícia Militar, o Sindicato W 
procurou um advogado e solicitou o manejo da ação judicial cabível, que 
dispensasse instrução probatória, considerando a farta prova documental 
existente, para que os trabalhadores pudessem cumprir o que foi deliberado na 
assembleia da categoria, no prazo inicialmente fixado, sob pena de esvaziamento 
da força do movimento. (Valor: 5,00) 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser 
utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do 
dispositivo legal não confere pontuação. 
 
Segue modelo de estruturação da peça de Mandado de Segurança Coletivo cobrado no 
EXAME DE ORDEM XXIV: 
 
 
 
 
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48 
 
 
 
 
 
49 
 
 
 
 
 
50 
 
5. MANDADO DE INJUNÇÃO 
 
Fundamento legal 
 
FALTA DE NORMA REGULAMENTADORA + INVIABILIDADE DO EXERCÍCIO 
 
Conforme Constituição Federal, previsto no art. 5º, LXXI, com a seguinte redação: 
“Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma 
regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais 
e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;” 
 
 
Fundamento legal: art. 13.330/2016 Art. 1o Esta Lei disciplina o processo e o 
julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo. 
 
 
Importante saber! 
 
ALTEROU A LEI ANTERIOR, PREVENDO EXPRESSAMENTE O MANDADO DE INJUNÇÃO 
COLETIVO. 
 
 
Subsidiariedade 
 
Art. 14 da Lei 13300/16. Aplicam-se subsidiariamente ao mandado de 
injunção as normas do mandado de segurança, disciplinado pela Lei 
no 12.016, de 7 de agosto de 2009, e do Código de Processo Civil, 
instituído pela Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973, e pela Lei no 13.105, 
de 16 de março de 2015, observado o disposto em seus arts. 1.045 e 
1.046. 
 
Cabimento 
 
Para André Ramos Tavares (Curso de direito constitucional), há condições 
constitucionais para o cabimento da ação: 1º) previsão de um direito pela Constituição; 2º) 
necessidade de uma regulamentação que torne esse direito exercitável; 3º) falta de norma 
que implemente tal regulamentação; 4º) inviabilização referente aos direitose liberdades 
constitucionais e prerrogativas inerentes à nacionalidade, cidadania e soberania; 5º) nexo 
de causalidade entre a omissão e a inviabilização. 
 
 
 
 
51 
 
 
 
Norma de eficácia limitada e o Mandado de Injunção 
 
Entende-se que o mandado de injunção não terá cabimento nas hipóteses de 
normas constitucionais de eficácia plena e de eficácia contida, pois ele visa justamente à 
regulamentação de normas constitucionais de eficácia limitada (de princípio institutivo e 
de norma programática), que, de regra, exigem legislação posterior para sua aplicação. 
Ainda, não caberá quando a norma se encontra em fase final do processo legislativo, 
aguardando para logo sua promulgação e sanção – a norma está em iminência de ser 
editada pelo órgão competente. 
Logo, a presente ação é UTILIZADA a suprimir omissões legislativas capazes de 
obstar direitos e liberdades dos cidadãos, para os quais o exercício pleno dos direitos nelas 
previstos depende necessariamente de edição normativa posterior. 
objeto
condições 
da ação
 
 
 
52 
 
 
Em resumo: direito foi garantido pela Constituição, mas o seu exercício encontra-
se condicionado à edição de lei regulamentadora ulterior. 
 
 
A omissão total ou parcial 
 
Art. 2o da Lei 13300/16. Conceder-se-á mandado de injunção sempre 
que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável 
o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das 
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. 
Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando 
forem insuficientes as normas editadas pelo órgão legislador 
competente. 
 
Legitimidade 
 
Ativo individual Ativo coletivo Passivo 
Art. 3º São legitimados 
para o mandado de 
injunção, como 
impetrantes, as 
pessoas naturais ou 
jurídicas que se 
afirmam titulares dos 
direitos, das liberdades 
ou das prerrogativas 
referidos no art. 2o 
 
 
Art. 12. O mandado de 
injunção coletivo pode ser 
promovido: 
I - pelo Ministério Público, 
II - por partido político com 
representação no 
Congresso Nacional, 
III - por organização 
sindical, dispensada, para 
tanto, autorização especial; 
IV - pela Defensoria Pública, 
Parágrafo único. Os direitos, 
as liberdades e as 
prerrogativas protegidos 
por mandado de injunção 
coletivo são os 
pertencentes, 
indistintamente, a uma 
coletividade indeterminada 
de pessoas ou determinada 
por grupo, classe ou 
categoria. 
 
 O Poder, o órgão ou a 
autoridade com atribuição para 
editar a norma 
regulamentadora. 
 
STF: O STF firmou o 
entendimento de que os 
particulares não se revestem de 
legitimidade passiva ad causam 
para o processo do MI, pois 
somente ao Poder Público é 
imputável o dever 
constitucional de produção 
legislativa. 
Dessa forma, só podem ser 
sujeitos passivos do MI entes 
públicos, não admitindo o STF a 
formação de litisconsórcio 
passivo, necessário ou 
facultativo, entre autoridades 
públicas e pessoas privadas. 
 
 
 
 
 
 
53 
 
Competência 
 
Dependerá de quem deveria ter aditado a regulamentação. 
 
Art. 102 da CF: Compete ao Supremo Tribunal Federal, 
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, origináriamente: 
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma 
regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do 
Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, 
das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas 
da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo 
Tribunal Federal; 
 
Art. 105 da CF: Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, origináriamente: 
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma 
regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade 
federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de 
competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça 
Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça 
Federal; 
 
Tribunal de Justiça – 125 da CF. 
 
 
Atenção! 
 
Salvo se a iniciativa para a lei for privativa de outro órgão ou autoridade, hipótese 
em que o mandado de injunção deverá ser ajuizado em face do detentor da iniciativa 
privativa (Ex: Presidente da República, nas situações do art. 61, par. 1 – CF, por exemplo). 
 
 
Procedimento 
 
Recebida a petição inicial, será ordenada a notificação do impetrado sobre o seu 
conteúdo, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste informações. (Art. 5º, I) 
Deverá ser dado ciência ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica 
interessada deverá ter ciência do ajuizamento da ação para ingressar no feito, caso queira. 
(Art. 5º, II) 
Se os documentos necessários à comprovação do direito do autor estiverem em 
poder da autoridade ou de terceiros que se negarem a fornecer certidão ou cópia, a 
pedido do impetrante, será ordenada pelo Juiz a exibição do documento no prazo de 10 
(dez) dias (Art. 4º, §2º). 
 
 
 
54 
 
Caberá agravo, em 05 (cinco) dias, da decisão que indeferir a petição inicial. A 
competência para o seu julgamento é do órgão colegiado competente para o julgamento 
da impetração nos moldes do que preconiza o parágrafo único do art. 6º. 
Deverá ainda ser ouvido o Ministério Público, que disporá de 10 (dez) dias para 
opinar. Nas hipóteses em que o M.P verificar a existência de interesses unicamente de 
cunho individual na demanda, a sua manifestação pode ser dispensada. Concluído o 
prazo para manifestação do parquet, os autos serão conclusos para decisão. 
Na sentença, o magistrado se pronunciará apenas e tãonsomente sobre 
o reconhecimento (ou não) de mora legislativa. Caso se convença do atraso, concede-se a 
injunção, fixando-se prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma 
regulamentadora (Art. 5º, I). 
 
Decisão em mandado de injunção 
 
Decisão que reconhece o mandado de injunção: 
 
Art. 8o da Lei 13300/16: Reconhecido o estado de mora legislativa, 
será deferida a injunção para: 
I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a 
edição da norma regulamentadora; 
II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, 
das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as 
condições em que poderá o interessado promover ação própria 
visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no 
prazo determinado. 
Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o 
inciso I do caput quando comprovado que o impetrado deixou de 
atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido 
para a edição da norma 
 
Ou seja: o poder judiciário está autorizado no caso concreto de decidir como 
viabilizar o direito que está impedido de ser exercido pela mora. Isso é chamado de 
postura concretista. 
 
Extensão dos efeitos da decisão: 
 
Art. 9o da Lei 13300/16: A decisão terá eficácia subjetiva limitada às 
partes e produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora. 
§ 1° Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à 
decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do 
direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração. 
§ 2º Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser 
estendidos aos casos análogos por decisão monocrática do relator. 
 
 
 
55 
 
§ 3o O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não 
impede a renovação da impetração fundada em outros elementos 
probatórios. 
 
 
Atenção! 
 
Regra geral: INTER PARTES 
Exceção: poderá ter EFEITOS ULTRA PARTES E ERGA OMNES, em se tratando 
tanto de casos que dependem para viabilidade do direito quanto para casos 
semelhantes. 
 
 
Limites da decisão do mandado de injunção coletivo: 
 
Art. 13 da Lei 13300/16: No mandado de injunção coletivo, a sentença 
fará coisa julgada limitadamente às pessoas integrantes da 
coletividade, do grupo, da classe ou da categoria substituídos pelo 
impetrante, sem prejuízo do disposto nos §§ 1º e 2º do art. 9º. 
 
Se a decisão seder pelo indeferimento por falta de provas, mediante novos 
elementos probatórios, não haverá litispendência. Nesse caso, poder-se-á interpor 
novamente o Mandado de Injunção. 
 
Art. 10 da Lei 13300/16: Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a 
decisão poderá ser revista, a pedido de qualquer interessado, 
quando sobrevierem relevantes modificações das circunstâncias de 
fato ou de direito. 
Parágrafo único. A ação de revisão observará, no que couber, o 
procedimento estabelecido nesta Lei. 
 
O que ocorre se, após da decisão em Mandado de Injunção, vier edição normativa 
sobre o que foi objeto do Mandado de Injunção? 
 
Art. 11 da Lei 13300/16: A norma regulamentadora superveniente 
produzirá efeitos ex nunc em relação aos beneficiados por decisão 
transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma editada lhes for 
mais favorável. 
 
 
 
 
56 
 
 
Atenção! 
 
Regra geral é ex nunc, contudo, se for favorável ao atingido em decisão anterior à 
produção normativa, os efeitos passam a ser ex tunc – (retroativos). 
 
 
Resumo 
 
Competência Depende do tipo de omissão (atenção aos arts. 102 e 105 CF) 
Endereçar Depende do ato 
 
Partes 
Ativa e passiva 
 
Legitimidade 
Legitimidade ativa: 
INDIVIDUAL qualquer pessoa que tenha o exercício de direitos e 
liberdades constitucionais ou de prerrogativas inerentes à 
nacionalidade, à soberania e à cidadania, inviabilizado por falta de 
norma regulamentadora; e 
COLETIVA: Ministério público, partido político, organização sindical, 
defensoria pública 
 
Legitimidade passiva:- aquele que tinha o dever de editar as normas 
regulamentadoras. 
O que devo 
suscitar 
(constituir a 
causa de pedir) 
Demonstrar a inviabilidade do direito em questão por causa da falta 
de norma regulamentadora, estabelecendo um nexo entre as duas 
situações. 
 
Pedido 
Intimação do impetrado para prestar informações; 
Intimação do Ministério Público; 
Fixação das condições para o exercício do direito inviabilizado; 
Determine prazo para promover a edição legislativa; 
Realização de audiência de conciliação ou de mediação, nos 
termos do Artigo 319, inciso VII, do Código de Processo Civil OU 
indicação do não cabimento de conciliação, nos termos do Artigo 
334, parágrafo 4º, II, do Código de Processo Civil. 
 
Modelo 
 
EXAME DE ORDEM XXII 
PEÇA PROFISSIONAL 
 
Servidores públicos do Estado Beta, que trabalham no período da noite, procuram 
o Sindicato ao qual são filiados, inconformados por não receberem adicional 
noturno do Estado, que se recusa a pagar o referido benefício em razão da 
inexistência de lei estadual que regulamente as normas constitucionais que 
 
 
 
57 
 
asseguram o seu pagamento. 
O Sindicato resolve, então, contratar escritório de advocacia para ingressar com o 
adequado remédio judicial, a fim de viabilizar o exercício em concreto, por seus 
filiados, da supramencionada prerrogativa constitucional, sabendo que há a 
previsão do valor de vinte por cento, a título de adicional noturno, no Art. 73 da 
Consolidação das Leis do Trabalho. 
Considerando os dados acima, na condição de advogado(a) contratado(a) pelo 
Sindicato, utilizando o instrumento constitucional adequado, elabore a medida 
judicial cabível. (Valor: 5,00) 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser 
utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do 
dispositivo legal não confere pontuação. 
 
Segue modelo de estruturação da peça de Mandado de Injunção Coletivo 
cobrado no EXAME DE ORDEM XXII: 
 
 
 
 
 
 
58 
 
 
 
 
 
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62 
 
6. AÇÃO POPULAR 
 
Fundamento legal 
 
Art. 5º, LXXIII Constituição Federal. 
Lei n. 4.717/1965. 
Rito ordinário. 
 
Conceito 
 
Segundo Maria Silvia Zanella Di Pietro (Curso de Direito Administrativo), a ação 
popular é ação civil pela qual todo cidadão pode pleitear a invalidação de atos praticados 
pelo poder público ou entidades de que participe, lesivos ao patrimônio público, ao meio 
ambiente, à moralidade administrativa ou patrimônio histórico e cultural, bem como a 
condenação por perdas e danos dos responsáveis pela lesão 
Trata-se de um remédio constitucional pelo qual qualquer cidadão fica investido de 
legitimidade para o exercício de um poder de natureza essencialmente política e constitui 
manifestação direta da soberania popular consubstanciada no art. 1º, parágrafo único, da 
Constituição: todo poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes 
eleitos ou diretamente. Sob esse aspecto, é uma garantia constitucional política. [...]Ela dá 
a oportunidade de o cidadão exercer diretamente a função fiscalizadora, que, por regra, é 
feita por seus representantes nas Casas Legislativas. Mas ela é também uma ação judicial 
porquanto consiste num meio de invocar a atividade jurisdicional visando a correção de 
nulidade de ato lesivo; (a) ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe; 
(b)à moralidade administrativa; (c) ao meio ambiente; e (d) ao patrimônio histórico e 
cultural. Sua finalidade é, pois, corretiva, não propriamente preventiva, mas a lei pode dar, 
como deu, a possibilidade de suspensão liminar do ato impugnado para prevenir a lesão. 
(SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo) 
A ação popular é um instrumento processual de controle objetivo da regularidade 
da atividade administrativa. Sua existência deriva da concepção de que todo e qualquer 
cidadão é investido do dever-poder de participar do processo de fiscalização da 
regularidade dos atos administrativos. Sua existência está prevista no art. 5°, LXXIII, da 
Constituição e disciplinada na Lei n. 4.717/65, com inúmeras alterações posteriores. 
JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Editora Saraiva, 2005. 
p. 776. 
 
Objeto 
 
O objeto da ação popular é anular atos comissivos ou omissivos que sejam lesivos ao 
patrimônio público e condenar os responsáveis pelo dano a restituir o bem ou indenizar 
por perdas e danos. 
Na ação popular, pede-se a anulação do ato lesivo e a condenação dos responsáveis 
ao pagamento de perdas e danos ou à restituição de bens e valores, conforme a letra da 
lei. 
 
 
 
63 
 
Assim, pode-se extrair a própria finalidade da ação, O DIREITO DE FISCALIZAR A 
COISA PÚBLICA, um importante instrumento posto à disposição do cidadão para a 
proteção do patrimônio da comunidade. 
 
 
 
Pressupostos 
 
Além das condições da ação em geral – interesse de agir, possibilidade jurídica e 
legitimação para agir –, são pressupostos da ação popular: 
1. qualidade de cidadão no sujeito ativo; 
2. ilegalidade ou imoralidade praticada pelo Poder Público ou entidade de que ele 
participe; 
3. lesão ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao 
patrimônio histórico e cultural (PIETRO, Maria Sylvia Zanella di. Direito Administrativo. São 
Paulo: Editora Atlas S.A., 2012. p. 863). 
A cidadania, ilegalidade ou imoralidade pública praticada pelos agentes das pessoas 
de direito público, lesão ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio 
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. 
Ilegalidade e lesividade representam na necessidade de se provar o vício do ato e a 
lesão causada ao patrimônio público em sua virtude. 
Lesão ao patrimônio público, por último, é exemplificada já na letra da Lei Nº 4.717/65, 
regulamentadora da actio popularis, ou ainda à moralidade administrativa, ao meio 
ambiente, ao patrimônio histórico e cultural. 
 
 
legitimidade ativa do
cidadão - requisito é
possuir condição de
eleitor, não tendo
legitimidade os
órgãos de classe, nem
partidos políticos,
nem qualquer pessoa
jurídica.
SÚMULA 365 -
PESSOA JURÍDICA
NÃO TEM
LEGITIMIDADE PARA
PROSOSITURA DE
AÇÃO POPULAR.
SUBJETIVO
proteção ao
patrimônio da
ilegalidade ou da
lesividade
OBJETIVO
 
 
 
64 
 
Atos atacáveis via ação popular 
 
Quais são os atos nulos e quais são anuláveis por meio

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