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1 2 Parte Processual Teoria Peças 3 SUMÁRIO 01 REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS ........................................................................................................ 4 02 HABEAS CORPUS ...................................................................................................................................... 5 03 HABEAS DATA ........................................................................................................................................... 18 04 MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL E COLETIVO................................................. 31 05 MANDADO DE INJUNÇÃO ............................................................................................................... 50 06 AÇÃO POPULAR....................................................................................................................................... 62 07 AÇÃO CIVIL PÚBLICA ............................................................................................................................ 77 08 CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE ............................................................................... 86 09 SÚMULA VINCULANTE ...................................................................................................................... 107 10 RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL .............................................................................................. 116 11 RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL .......................................................................... 123 12 RECURSO EXTRAORDINÁRIO ...................................................................................................... 130 13 CONTROLE CONCENTRADO DE CONSTITUCIONALIDADE ..................................... 147 14 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE ................................................................. 154 15 AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO ............................. 167 16 AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE .................................................. 179 17 ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL ................ 185 4 1. REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS Os remédios constitucionais estão dispostos no art. 5º da Constituição Federal (CF) como forma de proteção e tutela dos direitos fundamentais (exceto a ação civil pública, mas esta também é interpretada nesse sentido). 5 2. HABEAS CORPUS Fundamento Constitucional Art. 5º, LXVIII – PROTEÇÃO À LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO E ART. 647 A 667 do CPP! Conceito “Espécie de ação judiciária que visa proteger categoria especial de direitos públicos subjetivos” (FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalvez. Curso de direito constitucional). “...garantia individual ao direito de locomoção, consubstanciada em uma ordem dada pelo Juiz ou Tribunal ao coator, fazendo cessar a ameaça à liberdade de locomoção em sentido amplo – ir, vir e ficar... Ainda, pode ser concedido para o processamento do acusado perante o juiz competente” (MORAES, Alexandre. Curso de direito constitucional). Assim, a finalidade será sempre a proteção do direito constitucional de locomoção da pessoa humana em face de constrangimento ilegal ou abusivo, garantindo-se ao destinatário da aludida proteção uma situação de tranquilidade e paz individual e de certeza de que não sofrerá coação ilegal ou ilegítima na sua liberdade de ir, vir e ficar. ATENÇÃO! a) Apesar de o CPP tratá-lo como um recurso, a maior parte da doutrina considera-o como uma ação. b) É um remédio constitucional GRATUITO. Segundo a Constituição Federal, art. 5º inciso LXVIII, “conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”. Direito protegido: art. 5º da CF, o qual determina que: Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: Art. 647 do CPP: Dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar na iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplinar. Art. 648 do CPP: A coação considerar-se-á ilegal: 6 I - quando não houver justa causa; (manifesta atipicidade da conduta, ou em ação penal privada sem requerimento do ofendido). II - quando alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; III - quando quem ordenar a coação não tiver competência para fazê-lo; IV - quando houver cessado o motivo que autorizou a coação; V - quando não for alguém admitido a prestar fiança, nos casos em que a lei a autoriza; VI - quando o processo for manifestamente nulo; VII - quando extinta a punibilidade. Natureza jurídica Ação constitucional, de caráter sumaríssimo. Está incluso entre os recursos na legislação ordinária e, por isso, encontra-se na doutrina tratamento como recurso especial, extraordinário, sui generis, ordinário, misto, etc. Particularidades Não há balizas rígidas para a apreciação do habeas corpus por parte do julgador. O Julgador poderá analisar aspectos nele não ressaltados pelo impetrante, pois não está vinculado à causa de pedir e ao pedido formulado. Poderão o juiz e o tribunal conceder ordem de ofício, quando, no curso de qualquer processo, for verificado que alguém sofre ou está em iminente ameaça de sofrer coação ilegal. Veja: “O habeas corpus não tem o limite normativos dos recursos. Outro é o pressuposto. Pouco importa a preclusão, ou a coisa julgada; garantia constitucional, posta acima dos procedimentos- em homenagem ao direito de liberdade. A carta política é categórica destinando-o sempre que sofrer ou estiver ameaçado de sofrer violência ou coação à sua liberdade de locomoção por ilegalidade ou abuso de poder. (STJ 6ª turma –RHC 7553). Há diferença entre impetrante e paciente. MP pode ser impetrante. O juiz nunca (habeas de ofício). Coator: quem ordenou, não o detentor (Ex.: delegado, e não carcereiro) ATENÇÃO! Estado de sítio 7 Art. 139 da CF: Na vigência do estado de sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser tomadas contra as pessoas as seguintes medidas: I - obrigação de permanência em localidade determinada; Logo, não cabe habeas no que toca ao mérito da permanência, podendo caber acerca da autoridade (Ex.: prefeito e não o executor ou executores). Objeto É o ato de agente ou órgão estatal ou que age com atribuição pública constrangedor da liberdade de locomoção do indivíduo. É o ato inviabilizador do direito de ir, vir e ficar sem constrangimentos ilícitos ou abusivos. É o direito de acesso, ingresso, saída, permanência e deslocamento dentro do território nacional. Importante saber! Não é cabível habeas corpus em face meros indícios ou boatos, etc. Logo, fala-se que caberá habeas corpus SEMPRE QUE HOUVER DIREITO LÍQUIDO E CERTO. Espécies de habeas corpus Preventivo •Demonstração de constrangimento ilegal iminente, ou seja, sempre que estiver ameaçado de sofrer violência ou coação da liberdade. •Nessa hipótese, a autoridade competente expede SALVO CONDUTO assinado pela autoridade competente. •Ex: Habeas corpus e o uso em depoimentos Repressivo • É impetrado para sanar a violência ou coação cometida ilegal ou abusivamente contra a liberdade ambulatória da pessoa. 8 Liminar Em ambas as espécies de habeas corpus, nas hipóteses de perigo na demora (periculum in mora) e de "fumaça do bom direito" (fumus boni juris), ou seja, de que haja uma densa plausibilidade jurídica do pedido com orisco de sua ineficácia, se houver demora na prestação jurisdicional, o habeas corpus pode ser concedido liminarmente, inclusive sem a audiência prévia do agente ou órgão constrangedor. Cabimento Caberá habeas corpus quando: • não houver justa causa; • alguém estiver preso por mais tempo do que determina a lei; • quem ordenar a coação não tiver competência para o fazê-lo; • houver cessado o motivo que autorizou a coação; • não for alguém admitido a prestar fiança; • o processo for manifestamente nulo; • for extinta punibilidade. Então quando não é passível Habeas corpus? O habeas corpus não cabe: • se não houver ilegalidade ou abuso de poder na ameaça ou na privação da liberdade de locomoção do indivíduo; • quando se constata "violência legal e válida" (nessa situação, não será atacada via Habeas corpus); • se houver a necessidade de dilação probatória, ante seu caráter sumaríssimo; • em relação a punições disciplinas militares, nos termos do §2º do art. 142 do texto constitucional. ATENÇÃO! Se houver ilegalidade na forma ou nos meios ou abusividade (desproporcionalidade ou irrazoabilidade) na aplicação da punição, será cabível o remédio contra as punições militares. Assim, nessas hipóteses, há de se perquirir se houve respeito à autoridade hierárquica, ao poder disciplinar em si, o ato disciplinar ligado à função e a punição disciplinar cabível. HC 70.648. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. MATÉRIA CRIMINAL. PUNIÇÃO DISCIPLINAR MILITAR. Não há que se falar em violação ao art. 142, §2°, da CF, se a concessão de habeas corpus, impetrado contra punição disciplinar militar, volta- se tão-somente para os pressupostos de sua legalidade, excluindo a apreciação de questões referentes ao mérito. Concessão de ordem que se pautou pela apreciação dos aspectos fáticos da medida punitiva militar, invadindo seu mérito. A punição disciplinar militar atendeu aos pressupostos de legalidade, quais sejam, a hierarquia, o poder 9 disciplinar, o ato ligado à função e a pena susceptível de ser aplicada disciplinarmente, tornando, portanto, incabível a apreciação do habeas corpus. Recurso conhecido e provido (RE 338.840-1/RS – Ministra Ellen Grecie, D.J. 12.09.03) Legitimidade ATIVA PASSIVA CUIDADOS: a) Não confundir o impetrante com o paciente, pois o paciente é aquele que se beneficiará com o remédio constitucional; b) Lembrar que o paciente poderá impetrar em nome próprio. Ato de autoridade pública Como é atributo da personalidade, poderá ser impetrado por qualquer pessoa. Importante! Não é exigida capacidade de estar em juízo, podendo haver impetração em favor de terceiro, caso de verdadeira substituição processual. Ou seja, qualquer pessoa, em benefício próprio ou alheio, independente de capacidade política, processual, idade, profissão, nacionalidade ou estado mental pode ter legitimidade. Não necessita representação de advogado e pode ser impetrado pelo Ministério Público. Algumas observações: a) Para os analfabetos: há a exigência de assinatura a- alguém a seu rogo – preferencialmente por 2 testemunhas; b) Para estrangeiro: não há restrição, mas jurisprudência do STF já manifestou que a petição deverá ser em língua portuguesa; c) Para Pessoa jurídica: peticionar em favor de terceiro. d) Magistrado somente poderá estar no polo ativo, se for paciente. (Tourinho Filho). Será impetrado contra o agente ou órgão com poder de decisão (liberdade de escolha) que ameaça ou coage ou viola ilegal ou abusivamente o direito de locomoção do paciente. ATO DE PARTICULAR CONSTITUI CRIME OU É PASSÍVEL DE HABEAS CORPUS? ATO DE PARTICULAR É quase pacífico na doutrina a impetração contra ato particular, dada a redação do texto: “...tanto por abuso de poder como por ilegalidade...”. Assim, a doutrina entende que, quando for difícil ou impossível a intervenção da polícia para fazer cessar a coação ilegal (ex. retenção de paciente em hospital, internação compulsório por parentes de pessoa não-interditada), caberá habeas corpus. 10 Competência É importante que se destaque que a autoridade coatora é quem determina o juízo competente para sua apreciação. Contudo, há competências originárias do STF e STJ para apreciar ação de habeas corpus: STF: Art. 102, I da CF: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, origináriamente: d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância; STJ: Art. 105, I da CF: Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, origináriamente: c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral TRF: Art. 108, I da CF: Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais: I - processar e julgar, origináriamente: d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal; Juízes federais: Art. 109, VII da CF Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: VII - os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; 11 Posições do STF Moreira Alves em HC n. 69.138-2 MG: O STF entende que não é cabível o habeas corpus nas decisões proferidas por qualquer uma de suas turmas, tendo em vista que elas representam o próprio pretório Excelso. Súmula 691 do STF - NÃO COMPETE AO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL CONHECER DE "HABEAS CORPUS" IMPETRADO CONTRA DECISÃO DO RELATOR QUE, EM "HABEAS CORPUS" REQUERIDO A TRIBUNAL SUPERIOR, INDEFERE A LIMINAR. Em regra, não cabe habeas corpus para o STF contra decisão monocrática do Ministro do STJ que não conhece ou denega habeas corpus que havia sido interposto naquele Tribunal. É necessário que primeiro o impetrante exaure (esgote), no tribunal a quo (no caso, o STJ), as vias recursais ainda cabíveis (no caso, o agravo regimental). Exceção: essa regra pode ser afastada em casos excepcionais, quando a decisão atacada se mostrar teratológica, flagrantemente ilegal, abusiva ou manifestamente contrária à jurisprudência do STF, situações nas quais o STF poderia conceder de ofício o habeas corpus. STF. 1ª Turma. HC 139612/MG, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 25/4/2017 (Info 862). Importante saber! O caso concreto tratou do habeas corpus do goleiro Bruno. Como regra, pode-se dizer que o STF entendeu que o exaurimento das instâncias antecedentes é pressuposto fundamental para legitimar a competência do STF em habeas corpus. Exceções: casos excepcionais, quando a decisão for teratológica, abusiva, flagrantemente ilegal ou mesmo contrária à jurisprudência do STF, então, de ofício o habeas corpus poderá ser concedido. Procedimento O § 1º do art. 654 do CPP prescreve que a petição de HABEAS CORPUS conterá: a) O nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e o de quem exercer a violência, coação ou ameaça; b) A declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça de coação, as razões em que se funda seu temor; c) A assinatura do impetrante, oude alguém a seu rogo, quando não souber ou não puder escrever, e a designação das respectivas residências. 12 O § 2º do aludido artigo enuncia que "os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal". O art. 656 do CPP prescreve que "recebida a petição de habeas corpus, o juiz, se julgar necessário, e estiver preso o paciente, mandará que este lhe seja imediatamente apresentado em dia e hora que designar". Perda de objeto e prazo Cessada a violência ou a coação ilegal, o magistrado julgará prejudicado o HC, na linha do art. 659 do CPP. O art. 660 do CPP prescreve que "efetuadas as diligências, e interrogado o paciente, o juiz decidirá, fundamentadamente, dentro de 24 (vinte e quatro) horas". Dicas 1. O Habeas Corpus pode também ser utilizado para a prisão civil advinda de dívida de alimentos, desde que não exija dilação probatória acerca da situação econômica da parte autora. 2. No Habeas Corpus, NÃO ESQUEÇAM DE REGISTRAR SEMPRE OS PEDIDOS DE: 1) A intimação da autoridade coatora para que preste informações; 2) Vista ao ministério público. HABEAS CORPUS E RAZOÁVEL DURAÇÃO DO PROCESSO STF "Habeas corpus. Writ impetrado no STJ. Demora no julgamento. Direito à razoável duração do processo. Natureza mesma do habeas corpus. Primazia sobre qualquer outra ação. Ordem concedida. O habeas corpus é a via processual que tutela especificamente a liberdade de locomoção, bem jurídico mais fortemente protegido por uma dada ação constitucional. O direito a razoável duração do processo, do ângulo do indivíduo, transmuta-se em tradicional garantia de acesso eficaz ao Poder Judiciário. Direito, esse, a que corresponde o dever estatal de julgar. No habeas corpus, o dever de decidir se marca por um tônus de presteza máxima. Assiste ao STF determinar aos Tribunais Superiores o julgamento de mérito de habeas corpus, se entender irrazoável a demora no julgamento. Isso, é claro, sempre que o impetrante se desincumbir do seu dever processual de pré-constituir a prova de que se encontra padecente de ‘violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder’ (inciso LXVIII do art. 5º da CF). Ordem concedida para que a autoridade impetrada apresente em mesa, na primeira sessão da Turma em que oficia, o writ ali ajuizado." Vide: HC 102.897, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 29-6-2010, Primeira Turma, DJE de 27-8-2010. 13 “Estando o habeas corpus pronto para julgamento há cinco meses, sem inclusão em mesa, resta configurada a lesão à garantia à duração razoável do processo.” (HC 88.610, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, julgamento em 5-6-2007, Segunda Turma, DJ de 22- 6-2007.) Resumo Competência Será determinado pela autoridade coatora; - Verificar o art. 102, 105, 108 e 109 da CF Endereçar Depende da autoridade Partes ativa e passiva Legitimidade ativa (impetrante): qualquer indivíduo (mesmo o estrangeiro não residente), mesmo que não tenha, pode figurar como impetrante, não necessitando de advogado, podendo fazer em nome próprio ou mesmo de terceiro, até mesmo pessoa jurídica. Indicar a pessoa que tem sua liberdade ou abuso de poder de ir e vir – liberdade de locomoção violada ou ameaçada. (Paciente). - Ministério Público Legitimidade passiva AUTORIDADE COATORA, RESPONSÁVEL PELA ilegalidade ou abuso de poder violador da liberdade de locomoção do paciente. Ministério Público O que devo suscitar (constituir a causa de pedir) Indicar quais são motivos da violação ou ameaçada a violação ao direito de locomoção. Pedido dependerá da coação Alvará de soltura (paciente preso); Salvo conduto (se for preventivo); Contramandado de prisão se o caso for expedido mandado de prisão Trancamento de ação. Outros fatores ATENÇÃO AO CASO DE LIMINAR! O nome da pessoa que sofre ou está ameaçada de sofrer violência ou coação e o de quem exercer a violência, coação ou ameaça; A declaração da espécie de constrangimento ou, em caso de simples ameaça de coação, as razões em que se funda seu temor; A assinatura do impetrante, ou de alguém a seu rogo, quando não souber ou não puder escrever, e a designação das respectivas residências". Esquema da peça processual Modelo em que a autoridade coatora é o Juiz Estadual: 14 15 16 17 18 3. HABEAS DATA Fundamento legal Previsão no art. 5º, LXXII, da Constituição Federal, com a seguinte redação, conceder- se-á "habeas-data": a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público; b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo. Lei n. 9.507/97 – regula o writ e disciplina seu rito processual. Art. 7° da Lei 9507/97: Conceder-se-á habeas data: I - para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registro ou banco de dados de entidades governamentais ou de caráter público; II - para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo; III - para a anotação nos assentamentos do interessado, de contestação ou explicação sobre dado verdadeiro mas justificável e que esteja sob pendência judicial ou amigável. Conceito O habeas data é uma novidade entre os writs e é uma tutela específica dos direitos e garantias fundamentais que visa a assegurar ao cidadão interessado a exibição de informações constantes nos registros públicos ou privados, nos quais estejam incluídos seus dados pessoais, para que tome conhecimento e, se for o caso, retifique ou complemente eventuais erros. Natureza jurídica É remédio constitucional, de natureza civil, submetido a rito sumário, que se destina a garantir, em favor da pessoa interessada, o exercício de pretensão jurídica discernível em seu tríplice aspecto: Ainda, o instrumento deve ser lido à luz dos demais princípios constitucionais, como art. 5, X, XII, XXXIII, XXXIV da CF: Direitos protegidos: Art. 5º, X da CF: são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; 19 Objeto Na linha de especialização dos instrumentos de defesa de direitos individuais, a Constituição de 1988 concebeu o habeas data como instituto destinado a assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público e para permitir a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo de modo sigiloso. Art. 1º (VETADO) da Lei 9.507 Parágrafo único. Considera-se de caráter público todo registro ou banco de dados contendo informações que sejam ou que possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações. Legitimidade O habeas data só é cabível se a informação for da pessoa do impetrante. LEGITIMIDADE ATIVA LEGITIMIDADE PASSIVA O HD poderá ser ajuizado por qualquer pessoa física, brasileira ou estrangeira, bem como por pessoa jurídica, entes despersonalizados (massa falida, herança jacente, espólio, sociedade de fato, condomínio). Saliente-se, porém, que a ação é personalíssima, vale dizer, somente poderá ser impetrada pelo titular das informações. STF já se manifestou que estrangeiro não residente também poderá adentrar com habeas data. No polo passivo, podem figurar entidades governamentais, da Administração Pública Direta (União, Estados, DF e Municípios) e Indireta(as autarquias, as Fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público, as Empresas Públicas e as Sociedades de Economia Mista), bem como as instituições, entidades e pessoas jurídicas privadas detentoras de banco de dados contendo informações que sejam ou possam ser transmitidas a terceiros ou que não sejam de uso privativo do órgão ou entidade produtora ou depositária das informações (ex: as entidades de proteção ao crédito, como o SPC, o SERASA, entre outras). Privada. O aspecto que determinará o cabimento da ação será o fato de o banco de dados ser de caráter público, a exemplo do SPC. Competência Previsão de algumas autoridades pela CF/88 STF - Art. 102, I, d da CF; STJ - Art. 105, I, b da CF; 20 TRF- Art. 108, I, c da CF; Justiça Federal -Art. 109, VIII da CF; Justiça Estadual – 25 e 125 da CF; Art. 20 da Lei 9507/97. O julgamento do habeas data compete: Originariamente Em grau de recurso a) ao Supremo Tribunal Federal, contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de Ministro de Estado ou do próprio Tribunal; c) aos Tribunais Regionais Federais contra atos do próprio Tribunal ou de juiz federal; d) a juiz federal, contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais; e) a tribunais estaduais, segundo o disposto na Constituição do Estado; f) a juiz estadual, nos demais casos. a) ao Supremo Tribunal Federal, quando a decisão denegatória for proferida em única instância pelos Tribunais Superiores; b) ao Superior Tribunal de Justiça, quando a decisão for proferida em única instância pelos Tribunais Regionais Federais; c) aos Tribunais Regionais Federais, quando a decisão for proferida por juiz federal; d) aos Tribunais Estaduais e ao do Distrito Federal e Territórios, conforme dispuserem a respectiva Constituição e a lei que organizar a Justiça do Distrito Federal; • III - mediante recurso extraordinário ao Supremo Tribunal Federal, nos casos previstos na Constituição. Habeas data e a Lei de Acesso à Informação 12.527/11 Em busca de mais transparência nos três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário), os brasileiros passaram a ter acesso a informações públicas de qualquer órgão público. A Lei de Acesso a Informações Públicas - LAI (lei nº12.527/2011), aprovada em novembro de 2011, foi sancionada pela presidente Dilma Rousseff no dia 16 de maio de 2012, e passou a valer para todo o país. Contudo, nem todas as solicitações de informações são liberadas dentro do prazo. Habeas Data x Direito de Petição Essa garantia do Habeas Data não se confunde com o direito de obter certidões (art. 5, XXXIV, b – CF) ou informações de interesse particular, coletivo ou geral (art. 5, XXXIII). Havendo recusa no fornecimento de certidões (para a defesa de direitos ou 21 esclarecimento de situações de interesse pessoal, próprio ou de terceiros), ou informações de terceiros, o remédio apropriado é o mandado de segurança, e não o habeas data. Se o pedido for para conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, como visto, o remédio será o habeas data. Procedimento Art. 8º da Lei 9507/97: A petição inicial deverá ser instruída com prova: I - da recusa ao acesso às informações ou do decurso de mais de dez dias sem decisão; II - da recusa em fazer-se a retificação ou do decurso de mais de quinze dias, sem decisão; ou III - da recusa em fazer-se a anotação a que se refere o § 2° do art. 4° ou do decurso de mais de quinze dias sem decisão. Os processos de habeas data terão prioridade sobre todos os atos judiciais, exceto habeas corpus e mandado de segurança. Na instância superior, deverão ser levados a julgamento na primeira sessão que se seguir à data em que, feita a distribuição, forem conclusos ao relator. Muito importante Para o fim de impetrar habeas data, é imprescindível que tenha havido o requerimento administrativo e a negativa pela autoridade administrativa de atendê-lo, devendo tal negativa ou omissão da autoridade administrativa vir comprovada na petição inicial (art. 8, par. Único, da Lei 9.507/97). O silêncio da autoridade no prazo de 10 dias é suficiente! Aspecto importante do cabimento do Habeas Data diz respeito à exigência legal de que a ação somente poderá ser impetrada em Juízo diante da prévia negativa da autoridade administrativa de fornecimento (ou de retificação ou de anotação da contestação ou explicação) das informações solicitadas. Trata-se de uma das exceções constitucionais ao princípio do controle jurisdicional imediato (art. 5, XXXV), configurando hipótese de instância administrativa de curso forçado (a outra hipótese de curso forçado está prevista pelo art. 217, par. 1º da CF). A impetração do HD não está sujeita a prazo prescricional ou decadencial, podendo a ação ser proposta a qualquer tempo. Necessário conforme art. 9º a notificação da autoridade coatora e pedir a oitiva do Ministério Público como fiscal da Lei (art. 9º a 12) No Habeas Data, o sujeito ativo da ação pode ser uma pessoa jurídica, ao contrário do Habeas Corpus. STF já considerou possível Habeas Data para a obtenção de informações fiscais. 22 No HD, não há necessidade de que o impetrante revele as causas do requerimento ou demonstre que as informações são imprescindíveis à defesa de eventual direito seu, pois o direito de acesso lhe é garantido, independentemente de motivação, até porque o acesso aos próprios dados constitui, na visão da melhor doutrina, uma materialização dos direitos de personalidade. Cobrança de valores Tanto o procedimento administrativo quanto a ação judicial de HD são gratuitos; Estão vedadas pela Lei quaisquer cobranças de custas ou taxas judiciais dos litigantes, bem como de quaisquer valores para o atendimento do requerimento administrativo; Ademais, não há ônus de sucumbência (honorários advocatícios) em HD; Para o ajuizamento da ação, porém, exige-se advogado. Liminar A lei silencia quanto à possibilidade ou não da concessão de liminar, mas a doutrina entende que excepcionalmente essa medida poderá ser possível ante a demora do processo por não ser considerada uma ação de caráter sumaríssimo. Habeas Data e sigilo imprescindível à segurança do estado É importante que se lembre que o habeas data como remédio constitucional destinado a assegurar o acesso à informação deve também ser lido à luz da Lei de Acesso à informação e suas possibilidades de restrições. Daí toda a atenção quando se falar em SIGILO IMPRESCINDÍVEL À SEGURANÇA DO ESTADO. Contudo, é oportuno lembrar que o sigilo é exceção, logo, se a informação da pessoa por si só não tem como representar risco à segurança, não há justificativa para não conceder o acesso. Vide os artigos mais importantes da LAI nesse sentido: Art. 21 da Lei 12527/11: Não poderá ser negado acesso à informação necessária à tutela judicial ou administrativa de direitos fundamentais. Parágrafo único. As informações ou documentos que versem sobre condutas que impliquem violação dos direitos humanos praticada por agentes públicos ou a mando de autoridades públicas não poderão ser objeto de restrição de acesso. Art. 22 da Lei 12527/11: O disposto nesta Lei não exclui as demais hipóteses legais de sigilo e de segredo de justiça nem as hipóteses de segredo industrial decorrentes da exploração direta de atividade econômica pelo Estado ou por pessoa física ou entidade privada que tenha qualquer vínculo com o poder público. 23 Classificação da Informação quanto ao Grau e Prazos de Sigilo Art. 23 da Lei 12527/11: São consideradas imprescindíveis à segurança da sociedade ou do Estado e, portanto, passíveis de classificaçãoas informações cuja divulgação ou acesso irrestrito possam: I - pôr em risco a defesa e a soberania nacionais ou a integridade do território nacional; II - prejudicar ou pôr em risco a condução de negociações ou as relações internacionais do País, ou as que tenham sido fornecidas em caráter sigiloso por outros Estados e organismos internacionais; III - pôr em risco a vida, a segurança ou a saúde da população; IV - oferecer elevado risco à estabilidade financeira, econômica ou monetária do País; V - prejudicar ou causar risco a planos ou operações estratégicos das Forças Armadas; VI - prejudicar ou causar risco a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico ou tecnológico, assim como a sistemas, bens, instalações ou áreas de interesse estratégico nacional; VII - pôr em risco a segurança de instituições ou de altas autoridades nacionais ou estrangeiras e seus familiares; ou VIII - comprometer atividades de inteligência, bem como de investigação ou fiscalização em andamento, relacionadas com a prevenção ou repressão de infrações. Art. 24 da Lei 12527/11: A informação em poder dos órgãos e entidades públicas, observado o seu teor e em razão de sua imprescindibilidade à segurança da sociedade ou do Estado, poderá ser classificada como ultrassecreta, secreta ou reservada. § 1o Os prazos máximos de restrição de acesso à informação, conforme a classificação prevista no caput, vigoram a partir da data de sua produção e são os seguintes: I - ultrassecreta: 25 (vinte e cinco) anos; II - secreta: 15 (quinze) anos; e III - reservada: 5 (cinco) anos. Jurisprudência A ação de habeas data visa à proteção da privacidade do indivíduo contra abuso no registro e/ou revelação de dados pessoais falsos ou equivocados. O habeas data não se revela meio idôneo para se obter vista de processo administrativo. [HD 90 AgR, rel. min. Ellen Gracie, j. 18-2-2010, P, DJE de 19-3-2010.] = HD 92 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, j. 18-8-2010, P, DJE de 3-9-2010 24 O habeas data tem finalidade específica: assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público, ou para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo (CF, art. 5º, LXXII, a e b). No caso, visa à segurança ao fornecimento ao impetrante da identidade dos autores de agressões e denúncias que lhe foram feitas. A segurança, em tal caso, é meio adequado. Precedente do STF: MS 24.405/DF, Ministro Carlos Velloso, Plenário, 3-12-2003, DJ de 23-4-2004. [RMS 24.617, rel. min. Carlos Velloso, j. 17-5-2005, 2ª T, DJ de 10-6- 2005.] DECISÃO DO STF: Plenário: Habeas data é adequado para obtenção de informações fiscais. O Supremo Tribunal Federal (STF) reconheceu hoje a possibilidade do uso do habeas data como meio de os contribuintes obterem informações suas em poder dos órgãos de arrecadação federal ou da administração local. A decisão foi proferida no julgamento do Recurso Extraordinário (RE) 673707, com repercussão geral reconhecida, no qual uma empresa buscava acesso a informações do Sistema de Conta Corrente de Pessoa Jurídica (Sincor), mantido pela Secretaria da Receita Federal. A Corte deu provimento ao recurso por unanimidade, entendendo ser cabível o habeas data na hipótese, e reconhecendo o direito de o contribuinte ter acesso aos dados solicitados. Com isso, contrariou os argumentos da União de que os dados não teriam utilidade para o contribuinte, e que o efeito multiplicador da decisão poderia tumultuar a administração fiscal. Com a decisão foi também fixada a tese para fins de repercussão geral: “O habeas data é a garantia constitucional adequada para a obtenção, pelo próprio contribuinte, dos dados concernentes ao pagamento de tributos constantes de sistemas informatizados de apoio à arrecadação dos órgãos administração fazendária dos entes estatais”. Resumo Competência Conforme a autoridade que negar a informação ou a retificação desta. Endereçar Conforme a autoridade que negar a informação ou a retificação desta. Partes (ativa e passiva) Legitimidade ativa – qualquer indivíduo – INFORMAÇÕES DA PESSOA DO IMPETRANTE Legitimidade passiva – INSTITUIÇÃO PÚBLICA /ORGÃO DESDE QUE CARÁTER PÚBLICO 25 O que devo suscitar? (Constituir a causa de pedir) Tratar da negativa de acesso e da pretensão de acesso, retificação ou complementação de dados Pedido do habeas data - Notificar o órgão coator a fim de prestar informações; - Juntar documentação que demonstre o pedido na via administrativa; - Determinar oitiva do Ministério público; - Julgar procedente o pedido de acesso (retificação ou complementação), determinando o acesso à ficha de informações que indica os dados pessoais do impetrante; - Requer a realização de audiência de mediação/conciliação conforme art. 319, VII do NCPC. EXAME DE ORDEM UNIFICADO 2010.3 PEÇA PRÁTICO-PROFISSIONAL ENUNCIADO Tício, brasileiro, casado, engenheiro, na década de setenta, participou de movimentos políticos que faziam oposição ao Governo então instituído. Por força de tais atividades, foi vigiado pelos agentes estatais e, em diversas ocasiões, preso para averiguações. Seus movimentos foram monitorados pelos órgãos de inteligência vinculados aos órgãos de Segurança do Estado, organizados por agentes federais. Após longos anos, no ano de 2010, Tício requereu acesso à sua ficha de informações pessoais, tendo o seu pedido indeferido, em todas as instâncias administrativas. Esse foi o último ato praticado pelo Ministro de Estado da Defesa, que lastreou seu ato decisório, na necessidade de preservação do sigilo das atividades do Estado, uma vez que os arquivos públicos do período desejado estão indisponíveis para todos os cidadãos. Tício, inconformado, procura aconselhamentos com seu sobrinho Caio, advogado, que propõe apresentar ação judicial para acessar os dados do seu tio. Na qualidade de advogado contratado por Tício, redija a peça cabível ao tema, observando: a) competência do Juízo; b) legitimidade ativa e passiva; c) fundamentos de mérito constitucionais e legais vinculados; d) os requisitos formais da peça inaugural. Segue modelo de estruturação da peça de Habeas Data cobrada no EXAME DE ORDEM UNIFICADO 2010.3: 26 27 28 29 30 31 4. MANDADO DE SEGURANÇA INDIVIDUAL E COLETIVO Fundamento Art. 5º LXIX da CF: Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público; LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados; Art. 1o Lei 12016/09: Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as funções que exerça. Histórico Foi retirado da Constituição de 1937, retornando posteriormente à Constituição de 1946. Admite-se apenas na CRFB de 1988 o mandado de segurança coletivo. Regulamentação legal: LEI Nº 12.016/09 (individual e coletivo) Art. 5º dos direitos fundamentais e incluindo: “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas datas,quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público”. Direito líquido e certo para fins de Mandado de Segurança O direito líquido e certo será aquele apto a realizar-se no momento da impetração, ou seja, a liquidez e certeza não residem na vontade normativa e sim na materialidade ou existência fática da situação jurídica. A liquidez é imprescindível para admissibilidade do conhecimento do mandado de segurança. Por isso, todas as provas que demonstrem a certeza e a liquidez deverão acompanhar a inicial. Nem todo o direito é amparado pela via do mandado de segurança: a Constituição exige que o direito invocado seja líquido e certo. Para Mendes, Direito líquido e certo é aquele demonstrado de plano através de prova documental, e sem incertezas, a respeito dos fatos narrados 32 pelo declarante. É o que se apresenta manifesto na sua existência, delimitado na sua extensão e apto a ser exercitado no momento da impetração (MENDES, Gilmar, Curso de Direito Constitucional). Se a existência do direito for duvidosa, se a sua extensão ainda não estiver delimitada, se o seu exercício depender de situações e fatos ainda indeterminados, não será cabível o mandado de segurança. Esse direito incerto, indeterminado, poderá ser defendido por outras vias, mas não em sede de MS. Por essa razão, não há dilação probatória – nem espaço para produção de prova complexa no mandado de segurança. As provas devem ser pré-constituídas, documentais, levadas aos autos do processo no momento da impetração. Isso significa que a matéria de direito, por mais complexa e difícil que se apresente, pode ser apreciada em mandado de segurança (STF). A alegação de grande complexidade jurídica do direito invocado não é motivo para obstar a utilização do MS. A propósito, vide súmula 625 do STF (Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança). Natureza O MS é ação de natureza residual, subsidiária, pois somente é cabível quando o direito líquido e certo a ser protegido não for amparado por outros remédios judiciais (habeas corpus, habeas data). Cabimento Ato de qualquer autoridade do poder público ou por particular decorrente de delegação (comissivo ou omissivo): contudo, a lei excepciona que seja contra os que comportem recurso administrativo com efeito suspensivo independente de caução; Ilegalidade ou abuso de poder; Lesão ou ameaça de lesão; Contra lei ou ato administrativo se produzirem efeitos concretos e individualizados; Contra ato que caiba recurso administrativo com efeito suspensivo (em caso de omissão da autoridade); Contra ato judicial de qualquer instância e natureza, desde que ilegal e violador de direito líquido e certo do impetrante e que não possa ser coibido por recursos comuns (por exemplo recurso que não enseja efeito suspensivo). É cabível contra o chamado “ato de autoridade”, entendido como qualquer manifestação ou omissão do Poder Público ou de seus delegados no desempenho de atribuições públicas. Logo, de plano, algumas situações podem ser afastadas: Art. 5o da Lei 12016/09: Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: 33 I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; III - de decisão judicial transitada em julgado. Súmulas SÚMULAS DO STF RELACIONADAS AO MANDADO DE SEGURANÇA Súmula STF 632 É constitucional lei que fixa o prazo de decadência para impetração de mandado de segurança. Súmula STF 630 A entidade de classe tem legitimação para o Mandado de Segurança ainda quando a pretensão veiculada interessa apenas a uma parte da respectiva categoria. SÚMULA STF 629 A impetração de Mandado de Segurança coletivo por entidade de classe em favor dos associados independe da autorização destes. Súmula STF 625 Controvérsia sobre matéria de direito não impede concessão de mandado de segurança. Lei 12.016 Art. 5° Não se concederá mandado de segurança quando se tratar: I - de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução; II - de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo; III - de decisão judicial transitada em julgado. Súmula STF 430 Pedido de reconsideração na via administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança. Súmula STF 429 A existência de recurso administrativo com efeito suspensivo não impede o uso do Mandado de Segurança contra omissão da autoridade. Súmula STF 270 Não cabe Mandado de Segurança para impugnar enquadramento da lei 3780, de 12/7/1960, que envolva exame de prova ou de situação funcional complexa. Súmula STF 269 Mandado de Segurança não é substitutivo de ação de cobrança. Súmula STF 268 Não cabe Mandado de Segurança contra decisão judicial com trânsito em julgado. 34 SÚMULAS DO STF RELACIONADAS AO MANDADO DE SEGURANÇA Súmula 604 O mandado de segurança não se presta para atribuir efeito suspensivo a recurso criminal interposto pelo Ministério Público. Súmula 628 A teoria da encampação é aplicada no mandado de segurança quando presentes, cumulativamente, os seguintes requisitos: a) existência de vínculo hierárquico entre a autoridade que prestou informações e a que ordenou a prática do ato impugnado; b) manifestação a respeito do mérito nas informações prestadas; e c) ausência de modificação de competência estabelecida na Constituição Federal. Legitimidade ATIVO INDIVIDUAL ATIVO COLETIVO PASSIVO Pessoa física ou jurídica, órgão público ou universalidade patrimonial (ex: condomínio, espólio, massa falida). Em se tratando de particular, não há limitação a legitimidade ativa. Art. 21 O mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por partido político com representação no Congresso Nacional, na defesa de seus interesses legítimos relativos a seus integrantes ou à finalidade partidária, ou por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há, pelo menos, 1 (um) ano, em defesa de direitos líquidos e certos da totalidade, ou de parte, dos seus membros ou associados, na forma dos seus estatutos e desde que pertinentes às suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial. Autoridade pública de qualquer dos poderes da União, dos Estados, do DF e dos Municípios, bem como de suas autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista; b) agente de pessoa jurídica privada, desde que no exercício de atribuições do Poder Público (só responderão se estiverem, por delegação, no exercício de atribuições do Poder Público). Importante: A autoridade coatora será o agente delegado (que recebeu a atribuição) e não a autoridade delegante (que efetivou a delegação). Esse é o teor da Súmula 510 – STF. Súmula STF 267 Não cabe Mandado de Segurança contra ato judicial passível de recurso ou correição. Súmula STF 266 Não cabe Mandado de Segurança contra lei em tese. 35 Ministério Público O Ministério Público sempre atua como parte autônoma, com intuito de zelar pela aplicação da lei e regularidade do processo. A falta de intimação do Ministério Público pode ser matéria de nulidade. Agora, poderá ele tutelar em nome próprio ou em nome daqueles pelos quais é designado a representar e defender segundo a lei. Art. 12 da Lei 12016/09: Findo o prazo a que se refere o inciso I do caput do art. 7o desta Lei, o juiz ouvirá o representante do Ministério Público, que opinará, dentro do prazo improrrogável de 10 (dez) dias. Parágrafo único. Com ou sem o parecer do Ministério Público, os autos serão conclusos ao juiz, para a decisão,a qual deverá ser necessariamente proferida em 30 (trinta) dias. Prazo Prazo para impetrar: o prazo é decadencial de 120 dias. Art. 23 da Lei 12016/09: O direito de requerer mandado de segurança extinguir-se-á decorridos 120 (cento e vinte) dias, contados da ciência, pelo interessado, do ato impugnado. Jurisprudência posterior ao enunciado Não interrupção do prazo decadencial pelo pedido de reconsideração. "Alega a recorrente, em síntese, que: (a) não se consumou, no caso, a decadência para a impetração do presente mandado de segurança; e (b) o termo inicial do prazo decadencial de 120 dias corresponderia à data da ciência da decisão que indeferiu pedido de reconsideração. (...) Ademais, segundo entendimento pacífico da Corte, 'pedido de reconsideração na esfera administrativa não interrompe o prazo para o mandado de segurança' (Súmula 430 do STF). (MS 28793 AgR, Relator Ministro Teori Zavascki, Tribunal Pleno, julgamento em 30.4.2014, DJe de 19.5.2014) Competência Tem-se que aqui trabalhar por exclusão, ou seja, primeiro busca-se identificar se não é o caso de competência enumerada na Constituição: Art. 102, I da CF: (originária) d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de segurança e o habeas data contra atos do Presidente da República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, do http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?idDocumento=5893448 36 Tribunal de Contas da União, do Procurador-Geral da República e do próprio Supremo Tribunal Federal; II, em recurso ordinário a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão Art. 105, I da CF: Originário b) os mandados de segurança e os habeas data contra ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio Tribunal; II Recurso ordinário b) os mandados de segurança decididos em única instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando denegatória a decisão; Art. 108 da CF: Compete aos Tribunais Regionais Federais: I - processar e julgar, origináriamente: c) os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal; II - julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição. Art. 109 VIII da CF: Os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais; Define-se a competência para julgar mandado de segurança pela categoria da autoridade coatora e pela sua sede funcional, não interessando a natureza do ato impugnado para fins de competência. Caso a impetração ocorra em juízo incompetente, ou no decorrer do processo situação jurídica ou algum fato que altere a competência julgadora, o Magistrado ou Tribunal deverá remeter a juízo competente. Havendo intervenção da União, Estado ou de suas autarquias, desloca-se a competência primeiramente para a Justiça Federal ou para a Vara privativa estadual. Nas comarcas em que houver Varas privativas da Fazenda Pública, o juízo competente será sempre o dessas Varas, conforme ato impugnado provenha de autoridade federal, estadual e municipal, ou de seus delegados, por outorga legal concessão ou permissão administrativa. Observação importante para provas: segundo o STF, todos os Tribunais têm competência para julgar, origináriamente, os MS contra os seus próprios atos, os dos respectivos presidentes e os de suas câmaras, turmas ou seções. Assim, MS contra ato do STJ, do Presidente do STJ ou de uma turma do STJ, será julgado pelo próprio STJ e assim sucessivamente. No âmbito da Justiça Estadual, caberá aos próprios estados-membros 37 cuidar da competência para a apreciação do MS contra atos de suas autoridades, por força do art. 125 da CF. Exemplos: ✓ Autoridade estadual, serventuários e dirigentes estaduais ou municipais – competência da Justiça Estadual (juiz de primeiro grau) ✓ Autoridade Federal - Justiça Federal ✓ Juiz de Direito – Tribunal de Justiça ✓ Juiz Federal – Tribunal Regional Federal ✓ TJ, TRF, STJ OU STF- o pleno ou o órgão especial dos tribunais REGRA GERAL: Juiz de 1° grau 1) Autoridades Municipais de qualquer órgão (Executivo, Legislativo, Administração Indireta), salvo se a Constituição estadual dispuser de maneira diversa, o que é incomum. 2) Autoridades estaduais (Executivo, Legislativo e Judiciário). EXCEÇÕES: 1) Quanto a autoridade coatora é Juiz, Mesa da Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas, Secretários de Estado e Membros do MP, a CF não especifica expressamente, mas geralmente é o TJ local. 2) Se for juiz de JEC: Câmara Recursal Súmula 376 do STJ Desistência Admite-se desistência, independentemente do consentimento do impetrado. Porém, segundo a jurisprudência do STF, essa faculdade de desistência encontra limite no julgamento de mérito da causa. Assim, uma vez julgado o mérito do MS, o demandante pode até desistir de recurso eventualmente interposto, mas a decisão recorrida será mantida intacta, pois não lhe será permitido desistir do processo, sobretudo quando a decisão lhe for desfavorável. Modalidades O MS pode ser repressivo ou preventivo, conforme se destine a reparar uma ilegalidade ou abuso de poder já praticados ou apenas a afastar uma ameaça de lesão ao direito líquido e certo do impetrante. Mandado de Segurança Coletivo 38 Importante lembrar alguns pontos sobre o mandado de segurança coletivo: Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser: I - coletivos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os transindividuais, de natureza indivisível, de que seja titular grupo ou categoria de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica básica; II - individuais homogêneos, assim entendidos, para efeito desta Lei, os decorrentes de origem comum e da atividade ou situação específica da totalidade ou de parte dos associados ou membros do impetrante. Art. 22 da Lei 12016/09: No mandado de segurança coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente aos membros do grupo ou categoria substituídos pelo impetrante. § 1o O mandado de segurança coletivo não induz litispendência para as ações individuais, mas os efeitos da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título individual se não requerer a desistência de seu mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a contar da ciência comprovada da impetração da segurança coletiva. § 2o No mandado de segurança coletivo, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas. Liminar Caberá liminar em se tratando de tutela de urgência, atenção ao que diz a Lei no caso de liminares: Art. 7º da Lei 12016/09: (...) III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido, quando houver fundamento relevante e do ato impugnado puder resultar a ineficácia da medida, caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir do impetrante, caução, fiança ou depósito, com o objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa jurídica. (Atentar aos requisitos do art. 300 §3º do NCPC). Caução A lei regulou a possibilidade de exigência de caução. § 1o Da decisão do juiz de primeiro grau que conceder ou denegar a liminar caberá agravo de instrumento, § 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a concessãode aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza. § 3o Os efeitos da medida liminar, salvo se revogada ou cassada, persistirão até a prolação da sentença. 39 § 4o Deferida a medida liminar, o processo terá prioridade para julgamento. Honorários Súmula 512 do STF e Súmula 105 do STF. Art. 25 da Lei 12016/09: Não cabem, no processo de mandado de segurança, a interposição de embargos infringentes e a condenação ao pagamento dos honorários advocatícios, sem prejuízo da aplicação de sanções no caso de litigância de má-fé. Resumo Competência Variável Endereçar Depende da competência Partes (ativa e passiva) INDIVIDUAL - Legitimidade ativa - poder de qualquer pessoa física ou jurídica nacional ou estrangeira, ou órgão público com capacidade processual desde que comprove violação a direito líquido e certo seu que não fira a liberdade de locomoção ou o direito de informação de caráter personalíssimo. COLETIVO – partido político ou organização sindical. Legitimidade passiva - da autoridade coatora responsável pela prática de ação ou omissão que ameaça ou efetivamente líquido e certo. O que devo suscitar? Violação do direito líquido e certo, por coação ou ameaça, indicando a autoridade coatora. Pedido Liminar (se for o caso); Notificação da autoridade coatora; Ciência ao representante judicial da autoridade coatora; Intimação do Ministério Público; Acatar a prova da liquidez; Informar que concorda com a realização de audiência de conciliação e mediação; Ao final, a procedência do pedido, para evitar ou reparar lesão ao direito líquido e certo do impetrante. Modelo EXAME DE ORDEM XXIII PEÇA PROFISSIONAL Enunciado Edson, idoso aposentado por invalidez pelo regime geral de previdência social, recebe um salário mínimo por mês. Durante mais de três décadas, esteve exposto a agentes nocivos à saúde, foi acometido por doença que exige o uso contínuo de medicamento controlado, cuja ministração fora da forma exigida pode colocar em 40 risco a sua vida. Em razão de sua situação pessoal, todo dia 5 comparece ao posto de saúde existente na localidade em que reside, retirando a quantidade necessária do medicamento para os próximos trinta dias. No último dia 5, foi informado, pelo Diretor do referido posto, que a central de distribuição não entregara o medicamento, já que o Município, em razão da crise financeira, não pagava os fornecedores havia cerca de seis meses. Inconformado com a informação recebida, Edson formulou, logo no dia seguinte, requerimento endereçado ao Secretário Municipal de Saúde, autoridade responsável pela administração das dotações orçamentárias destinadas à área de saúde e pela aquisição dos medicamentos encaminhados à central de distribuição, órgão por ele dirigido. Na ocasião, esclareceu que a ausência do medicamento poderia colocar em risco sua própria vida. Em resposta escrita, o Secretário reconheceu que Edson tinha necessidade do medicamento, o que fora documentado pelos médicos do posto de saúde, e informou que estavam sendo adotadas as providências necessárias à solução da questão, mas que tal somente ocorreria dali a 160 (cento e sessenta) dias, quando o governador do Estado prometera repassar receitas a serem aplicadas à saúde municipal. Nesse meio-tempo, sugeriu que Edson procurasse o serviço de emergência sempre que o seu estado de saúde apresentasse alguma piora. Edson, de posse de toda a prova documental que por si só basta para demonstrar os fatos narrados, em especial a resposta do Secretário Municipal de Saúde, procura você, uma semana depois, para contratar seus serviços como advogado(a), solicitando o ajuizamento da medida judicial que ofereça resultados mais céleres, sem necessidade de longa instrução probatória, para que consiga obter o medicamento de que necessita. Levando em consideração as informações expostas, ciente da desnecessidade da dilação probatória, elabore a medida judicial adequada, com todos os fundamentos jurídicos que conferem sustentação ao direito de Edson. (Valor: 5,00) Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. Segue modelo de estruturação da peça de Mandado de Segurança cobrado no EXAME DE ORDEM XXIII: 41 42 43 44 45 EXAME DE ORDEM XXIV PEÇA PROFISSIONAL Após anos de defasagem salarial, milhares de trabalhadores que integravam o mesmo segmento profissional reuniram-se na sede do Sindicato W, legalmente constituído e em funcionamento há vinte anos, que representava os interesses da categoria, em assembleia geral convocada especialmente para deliberar a respeito das medidas a serem adotadas pelos sindicalizados. Ao fim de ampla discussão, decidiram que, em vez da greve, que causaria grande prejuízo à população e à economia do país, iriam se encontrar nas praças da capital do Estado Alfa, com o objetivo de debater publicamente os interesses da categoria de forma organizada e ordeira, e ainda fariam passeatas semanais pelas principais ruas da capital. Em situações dessa natureza, a lei dispõe que seria necessária a prévia comunicação ao comandante da Polícia Militar. No mesmo dia em que recebeu a comunicação dos encontros e das passeatas semanais, que teriam início em dez dias, o comandante da Polícia Militar, em decisão formalmente comunicada ao Sindicato W, decidiu indeferi-los, sob o argumento de que atrapalhariam o direito ao lazer nas praças e a tranquilidade das pessoas, os quais são protegidos pela ordem jurídica. Inconformado com a decisão do comandante da Polícia Militar, o Sindicato W procurou um advogado e solicitou o manejo da ação judicial cabível, que dispensasse instrução probatória, considerando a farta prova documental existente, para que os trabalhadores pudessem cumprir o que foi deliberado na assembleia da categoria, no prazo inicialmente fixado, sob pena de esvaziamento da força do movimento. (Valor: 5,00) Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. Segue modelo de estruturação da peça de Mandado de Segurança Coletivo cobrado no EXAME DE ORDEM XXIV: 46 47 48 49 50 5. MANDADO DE INJUNÇÃO Fundamento legal FALTA DE NORMA REGULAMENTADORA + INVIABILIDADE DO EXERCÍCIO Conforme Constituição Federal, previsto no art. 5º, LXXI, com a seguinte redação: “Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania;” Fundamento legal: art. 13.330/2016 Art. 1o Esta Lei disciplina o processo e o julgamento dos mandados de injunção individual e coletivo. Importante saber! ALTEROU A LEI ANTERIOR, PREVENDO EXPRESSAMENTE O MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO. Subsidiariedade Art. 14 da Lei 13300/16. Aplicam-se subsidiariamente ao mandado de injunção as normas do mandado de segurança, disciplinado pela Lei no 12.016, de 7 de agosto de 2009, e do Código de Processo Civil, instituído pela Lei no 5.869, de 11 de janeiro de 1973, e pela Lei no 13.105, de 16 de março de 2015, observado o disposto em seus arts. 1.045 e 1.046. Cabimento Para André Ramos Tavares (Curso de direito constitucional), há condições constitucionais para o cabimento da ação: 1º) previsão de um direito pela Constituição; 2º) necessidade de uma regulamentação que torne esse direito exercitável; 3º) falta de norma que implemente tal regulamentação; 4º) inviabilização referente aos direitose liberdades constitucionais e prerrogativas inerentes à nacionalidade, cidadania e soberania; 5º) nexo de causalidade entre a omissão e a inviabilização. 51 Norma de eficácia limitada e o Mandado de Injunção Entende-se que o mandado de injunção não terá cabimento nas hipóteses de normas constitucionais de eficácia plena e de eficácia contida, pois ele visa justamente à regulamentação de normas constitucionais de eficácia limitada (de princípio institutivo e de norma programática), que, de regra, exigem legislação posterior para sua aplicação. Ainda, não caberá quando a norma se encontra em fase final do processo legislativo, aguardando para logo sua promulgação e sanção – a norma está em iminência de ser editada pelo órgão competente. Logo, a presente ação é UTILIZADA a suprimir omissões legislativas capazes de obstar direitos e liberdades dos cidadãos, para os quais o exercício pleno dos direitos nelas previstos depende necessariamente de edição normativa posterior. objeto condições da ação 52 Em resumo: direito foi garantido pela Constituição, mas o seu exercício encontra- se condicionado à edição de lei regulamentadora ulterior. A omissão total ou parcial Art. 2o da Lei 13300/16. Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes as normas editadas pelo órgão legislador competente. Legitimidade Ativo individual Ativo coletivo Passivo Art. 3º São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas referidos no art. 2o Art. 12. O mandado de injunção coletivo pode ser promovido: I - pelo Ministério Público, II - por partido político com representação no Congresso Nacional, III - por organização sindical, dispensada, para tanto, autorização especial; IV - pela Defensoria Pública, Parágrafo único. Os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos por mandado de injunção coletivo são os pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou determinada por grupo, classe ou categoria. O Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a norma regulamentadora. STF: O STF firmou o entendimento de que os particulares não se revestem de legitimidade passiva ad causam para o processo do MI, pois somente ao Poder Público é imputável o dever constitucional de produção legislativa. Dessa forma, só podem ser sujeitos passivos do MI entes públicos, não admitindo o STF a formação de litisconsórcio passivo, necessário ou facultativo, entre autoridades públicas e pessoas privadas. 53 Competência Dependerá de quem deveria ter aditado a regulamentação. Art. 102 da CF: Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: I - processar e julgar, origináriamente: q) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio Supremo Tribunal Federal; Art. 105 da CF: Compete ao Superior Tribunal de Justiça: I - processar e julgar, origináriamente: h) o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for atribuição de órgão, entidade ou autoridade federal, da administração direta ou indireta, excetuados os casos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da Justiça Federal; Tribunal de Justiça – 125 da CF. Atenção! Salvo se a iniciativa para a lei for privativa de outro órgão ou autoridade, hipótese em que o mandado de injunção deverá ser ajuizado em face do detentor da iniciativa privativa (Ex: Presidente da República, nas situações do art. 61, par. 1 – CF, por exemplo). Procedimento Recebida a petição inicial, será ordenada a notificação do impetrado sobre o seu conteúdo, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias, preste informações. (Art. 5º, I) Deverá ser dado ciência ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada deverá ter ciência do ajuizamento da ação para ingressar no feito, caso queira. (Art. 5º, II) Se os documentos necessários à comprovação do direito do autor estiverem em poder da autoridade ou de terceiros que se negarem a fornecer certidão ou cópia, a pedido do impetrante, será ordenada pelo Juiz a exibição do documento no prazo de 10 (dez) dias (Art. 4º, §2º). 54 Caberá agravo, em 05 (cinco) dias, da decisão que indeferir a petição inicial. A competência para o seu julgamento é do órgão colegiado competente para o julgamento da impetração nos moldes do que preconiza o parágrafo único do art. 6º. Deverá ainda ser ouvido o Ministério Público, que disporá de 10 (dez) dias para opinar. Nas hipóteses em que o M.P verificar a existência de interesses unicamente de cunho individual na demanda, a sua manifestação pode ser dispensada. Concluído o prazo para manifestação do parquet, os autos serão conclusos para decisão. Na sentença, o magistrado se pronunciará apenas e tãonsomente sobre o reconhecimento (ou não) de mora legislativa. Caso se convença do atraso, concede-se a injunção, fixando-se prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora (Art. 5º, I). Decisão em mandado de injunção Decisão que reconhece o mandado de injunção: Art. 8o da Lei 13300/16: Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para: I - determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora; II - estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado. Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do caput quando comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma Ou seja: o poder judiciário está autorizado no caso concreto de decidir como viabilizar o direito que está impedido de ser exercido pela mora. Isso é chamado de postura concretista. Extensão dos efeitos da decisão: Art. 9o da Lei 13300/16: A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento da norma regulamentadora. § 1° Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração. § 2º Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos análogos por decisão monocrática do relator. 55 § 3o O indeferimento do pedido por insuficiência de prova não impede a renovação da impetração fundada em outros elementos probatórios. Atenção! Regra geral: INTER PARTES Exceção: poderá ter EFEITOS ULTRA PARTES E ERGA OMNES, em se tratando tanto de casos que dependem para viabilidade do direito quanto para casos semelhantes. Limites da decisão do mandado de injunção coletivo: Art. 13 da Lei 13300/16: No mandado de injunção coletivo, a sentença fará coisa julgada limitadamente às pessoas integrantes da coletividade, do grupo, da classe ou da categoria substituídos pelo impetrante, sem prejuízo do disposto nos §§ 1º e 2º do art. 9º. Se a decisão seder pelo indeferimento por falta de provas, mediante novos elementos probatórios, não haverá litispendência. Nesse caso, poder-se-á interpor novamente o Mandado de Injunção. Art. 10 da Lei 13300/16: Sem prejuízo dos efeitos já produzidos, a decisão poderá ser revista, a pedido de qualquer interessado, quando sobrevierem relevantes modificações das circunstâncias de fato ou de direito. Parágrafo único. A ação de revisão observará, no que couber, o procedimento estabelecido nesta Lei. O que ocorre se, após da decisão em Mandado de Injunção, vier edição normativa sobre o que foi objeto do Mandado de Injunção? Art. 11 da Lei 13300/16: A norma regulamentadora superveniente produzirá efeitos ex nunc em relação aos beneficiados por decisão transitada em julgado, salvo se a aplicação da norma editada lhes for mais favorável. 56 Atenção! Regra geral é ex nunc, contudo, se for favorável ao atingido em decisão anterior à produção normativa, os efeitos passam a ser ex tunc – (retroativos). Resumo Competência Depende do tipo de omissão (atenção aos arts. 102 e 105 CF) Endereçar Depende do ato Partes Ativa e passiva Legitimidade Legitimidade ativa: INDIVIDUAL qualquer pessoa que tenha o exercício de direitos e liberdades constitucionais ou de prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, inviabilizado por falta de norma regulamentadora; e COLETIVA: Ministério público, partido político, organização sindical, defensoria pública Legitimidade passiva:- aquele que tinha o dever de editar as normas regulamentadoras. O que devo suscitar (constituir a causa de pedir) Demonstrar a inviabilidade do direito em questão por causa da falta de norma regulamentadora, estabelecendo um nexo entre as duas situações. Pedido Intimação do impetrado para prestar informações; Intimação do Ministério Público; Fixação das condições para o exercício do direito inviabilizado; Determine prazo para promover a edição legislativa; Realização de audiência de conciliação ou de mediação, nos termos do Artigo 319, inciso VII, do Código de Processo Civil OU indicação do não cabimento de conciliação, nos termos do Artigo 334, parágrafo 4º, II, do Código de Processo Civil. Modelo EXAME DE ORDEM XXII PEÇA PROFISSIONAL Servidores públicos do Estado Beta, que trabalham no período da noite, procuram o Sindicato ao qual são filiados, inconformados por não receberem adicional noturno do Estado, que se recusa a pagar o referido benefício em razão da inexistência de lei estadual que regulamente as normas constitucionais que 57 asseguram o seu pagamento. O Sindicato resolve, então, contratar escritório de advocacia para ingressar com o adequado remédio judicial, a fim de viabilizar o exercício em concreto, por seus filiados, da supramencionada prerrogativa constitucional, sabendo que há a previsão do valor de vinte por cento, a título de adicional noturno, no Art. 73 da Consolidação das Leis do Trabalho. Considerando os dados acima, na condição de advogado(a) contratado(a) pelo Sindicato, utilizando o instrumento constitucional adequado, elabore a medida judicial cabível. (Valor: 5,00) Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à pretensão. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. Segue modelo de estruturação da peça de Mandado de Injunção Coletivo cobrado no EXAME DE ORDEM XXII: 58 59 60 61 62 6. AÇÃO POPULAR Fundamento legal Art. 5º, LXXIII Constituição Federal. Lei n. 4.717/1965. Rito ordinário. Conceito Segundo Maria Silvia Zanella Di Pietro (Curso de Direito Administrativo), a ação popular é ação civil pela qual todo cidadão pode pleitear a invalidação de atos praticados pelo poder público ou entidades de que participe, lesivos ao patrimônio público, ao meio ambiente, à moralidade administrativa ou patrimônio histórico e cultural, bem como a condenação por perdas e danos dos responsáveis pela lesão Trata-se de um remédio constitucional pelo qual qualquer cidadão fica investido de legitimidade para o exercício de um poder de natureza essencialmente política e constitui manifestação direta da soberania popular consubstanciada no art. 1º, parágrafo único, da Constituição: todo poder emana do povo, que o exerce por meio de seus representantes eleitos ou diretamente. Sob esse aspecto, é uma garantia constitucional política. [...]Ela dá a oportunidade de o cidadão exercer diretamente a função fiscalizadora, que, por regra, é feita por seus representantes nas Casas Legislativas. Mas ela é também uma ação judicial porquanto consiste num meio de invocar a atividade jurisdicional visando a correção de nulidade de ato lesivo; (a) ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe; (b)à moralidade administrativa; (c) ao meio ambiente; e (d) ao patrimônio histórico e cultural. Sua finalidade é, pois, corretiva, não propriamente preventiva, mas a lei pode dar, como deu, a possibilidade de suspensão liminar do ato impugnado para prevenir a lesão. (SILVA, José Afonso. Curso de Direito Constitucional Positivo) A ação popular é um instrumento processual de controle objetivo da regularidade da atividade administrativa. Sua existência deriva da concepção de que todo e qualquer cidadão é investido do dever-poder de participar do processo de fiscalização da regularidade dos atos administrativos. Sua existência está prevista no art. 5°, LXXIII, da Constituição e disciplinada na Lei n. 4.717/65, com inúmeras alterações posteriores. JUSTEN FILHO, Marçal. Curso de Direito Administrativo. São Paulo: Editora Saraiva, 2005. p. 776. Objeto O objeto da ação popular é anular atos comissivos ou omissivos que sejam lesivos ao patrimônio público e condenar os responsáveis pelo dano a restituir o bem ou indenizar por perdas e danos. Na ação popular, pede-se a anulação do ato lesivo e a condenação dos responsáveis ao pagamento de perdas e danos ou à restituição de bens e valores, conforme a letra da lei. 63 Assim, pode-se extrair a própria finalidade da ação, O DIREITO DE FISCALIZAR A COISA PÚBLICA, um importante instrumento posto à disposição do cidadão para a proteção do patrimônio da comunidade. Pressupostos Além das condições da ação em geral – interesse de agir, possibilidade jurídica e legitimação para agir –, são pressupostos da ação popular: 1. qualidade de cidadão no sujeito ativo; 2. ilegalidade ou imoralidade praticada pelo Poder Público ou entidade de que ele participe; 3. lesão ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural (PIETRO, Maria Sylvia Zanella di. Direito Administrativo. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2012. p. 863). A cidadania, ilegalidade ou imoralidade pública praticada pelos agentes das pessoas de direito público, lesão ao patrimônio público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. Ilegalidade e lesividade representam na necessidade de se provar o vício do ato e a lesão causada ao patrimônio público em sua virtude. Lesão ao patrimônio público, por último, é exemplificada já na letra da Lei Nº 4.717/65, regulamentadora da actio popularis, ou ainda à moralidade administrativa, ao meio ambiente, ao patrimônio histórico e cultural. legitimidade ativa do cidadão - requisito é possuir condição de eleitor, não tendo legitimidade os órgãos de classe, nem partidos políticos, nem qualquer pessoa jurídica. SÚMULA 365 - PESSOA JURÍDICA NÃO TEM LEGITIMIDADE PARA PROSOSITURA DE AÇÃO POPULAR. SUBJETIVO proteção ao patrimônio da ilegalidade ou da lesividade OBJETIVO 64 Atos atacáveis via ação popular Quais são os atos nulos e quais são anuláveis por meio
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