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Excelentíssimo Senhor Doutor Desembargador Relator da Apelação nº __________, da _____ Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de ___________. Autos do processo nº: _________________ FÁBIO LUIZ, já qualificado nós autos do processo criminal epigrafado, através de seu advogado que esta subscreve, vem perante Vossa Excelência, não se conformando “data vênia” com o acordão se fls__, que de forma não unânime, manteve a condenação proferida pelo juízo “a quo”, propor EMBARGOS INFRIGENTES, com fulcro no artigo 609, Paragrafo único do Código de Processo Penal. Requer seja o presente recebido e seja ordenado o seu processamento, com as razões em anexo. Nestes Termos, Pede Deferimento. LOCAL ___, de ____________, de _____. OAB/___ nº _________ RAZÕES DE EMBARGOS INFRINGENTES EMBARGANTE: FÁBIO LUIZ EMBARGADA: Justiça Pública Recurso nº __________, da ______ Câmara do Tribunal de Justiça do Estado _______. EGRÉGIO TRIBUNAL, COLENDA CÂMARA, “Data Vênia” o recurso e cabível os presentes embargos infringentes para que o voto vencido seja reconhecido, por ser medida aplicada nós seguintes expostos a seguir: I. DOS FATOS 1. O Embargante Fábio Luiz, primário, com 19 anos de idade, furtou para si, de uma loja, mediante fraude, cinco canetas esferográficas, avaliadas em R$5,00 (cinco reais). 2. Correu o processo com seus trâmites legais e, ao final, Fábio Luiz foi condenado pelo juiz da 10a Vara Criminal a cumprir pena de 2 (dois) anos de reclusão, em regime inicial aberto, substituída por duas penas restritivas de direitos. 3. Julgada a apelação, a sentença de 1a instância foi mantida por maioria de votos. O acórdão foi publicado ontem. O voto divergente, embora mantivesse a condenação, reduzia a pena a 8 meses de detenção, em face do disposto no § 2o do art. 155 do CP, excluindo uma das penas restritivas de direito. II. DO DIREITO O embargante foi processado e condenado, nos termos do acordão proferido pela __° Câmara Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça, que na sua maioria de votos, negou provimento ao recurso de apelação interposto pelo ora embargante, mantendo integral a sua sentença proferida em primeira instancia. A discussão acerca da correta aplicação da pena do delito praticado pelo embargante que deve ser reformada pelo tribunal, o voto vencido deve ser mantido, pois o produto furtado pelo embargante e considerado de pequeno valor a coisa furtada e também a primariedade do embargante diante disso o embargante se enquadra no art 155, §2 do Código Penal. Art. 155 - Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel: Pena - reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 2º - Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa. Instancia inferior não foi observada a correta aplicação da pena, pois não e cabível que a condenação de 2 anos de reclusão em regime aberto e duas penas restritivas de Direito. Diante do exposto a prevê a redução necessária das penas para 8 meses pois como disposto no art 155 §2 do Código Penal reduz a pena em 1/3 sobre o mínimo legal, sendo assim a pena fica estipulada em 8 meses de detenção bem como a exclusão de uma pena restritiva de Direito na, com a reforma as pena se encacha nós termos do artigo 44 do Código Penal dispõe acerca das penas restritivas de liberdade em restritivas de direitos: Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade, quando: I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo; II - o réu não for reincidente em crime doloso; III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. § 2o Na condenação igual ou inferior a um ano, a substituição pode ser feita por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a um ano, a pena privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e multa ou por duas restritivas de direitos. O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás dispõe sobre: APELAÇÃO CRIMINAL. FURTO SIMPLES. I - PENA-BASE. REDUÇÃO. VALORAÇÃO EQUIVOCADA DA CULPABILIDADE E COMPORTAMENTO DA VÍTIMA. Elementos integrantes da estrutura do tipo penal não podem ser utilizados para valorar negativamente a culpabilidade como circunstância judicial, nem tampouco, o comportamento da vítima que não resultou em especial fator de estímulo à prática delitiva, não poderá ser sopesado para fins de exasperação da pena-base, tratando-se de circunstância neutra ou favorável. Assim, verificado equívoco na valoração das circunstâncias judiciais, impõe-se a redução da pena-base. II - EXTIRPAÇÃO DA PENA DE MULTA. NÃO CABIMENTO. REDUÇÃO. PRINCÍPIO DA PROPORCIONALIDADE. Quando prevista cumulativamente com a pena privativa de liberdade, é inviável a exclusão da pena de multa aplicada. Entretanto, reduzida a pena-base, impõe-se a redução da pena de multa em atenção ao princípio da proporcionalidade. III - PENA RESTRITIVA DE DIREITO. PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA. ISENÇÃO. NÃO CABIMENTO. Nos termos do artigo 44, § 2º, segunda parte, do Código Penal, as penas privativas de liberdade superiores a 1 (um) ano devem ser substituídas por uma restritiva de direitos e multa ou duas restritivas de direitos. In casu, a pena corpórea aplicada foi superior a um ano, de modo que, correta a substituição por duas restritivas de direito. Portanto, incabível o pedido de isenção do cumprimento de uma das substitutivas, qual seja, pagamento da prestação pecuniária, sob a alegação de precariedade financeira. Ademais, caso comprovada a impossibilidade do seu cumprimento, o Juízo da Execução poderá deferir seu parcelamento. APELO CONHECIDO E PARCIALMENTE PROVIDO. (TJGO, APELACAO CRIMINAL 165000-02.2017.8.09.0076, Rel. DES. JOAO WALDECK FELIX DE SOUSA, 2A CAMARA CRIMINAL, julgado em 16/04/2019, DJe 2745 de 14/05/2019) No mesmo sentindo a doutrina de Luiz Flavio Gomes vem dispor sobre o assunto: No que concerne à natureza jurídica, não há dúvida de que a prestação pecuniária possui natureza penal. É uma obrigação de dar (não se confunde com a obrigação de fazer algo pessoalmente), que deve ser cumprida no âmbito do juízo penal (aliás, perante o mesmo juízo processante, salvo onde existe Vara Executiva Especializada). Não há como confundir a prestação pecuniária, que é pena substitutiva da prisão, com a multa estatal. Esta, depois do trânsito em julgado converte-se em dívida de valor (CP, art. 51). O mesmo deve ser dito em relação à multa reparatória do art. 297 do CTB, assim como à multa dos juizados criminais ou à multa substitutiva. A prestação pecuniária, se se transformasse em dívida de valor, não poderia jamais dar ensejo à prisão (isto é, não seria objeto de conversão). Precisamente porque não conta com essa natureza civil, senão penal, em caso de descumprimento injustificado (art. 44, § 4º), converte-se em pena privativa de liberdade179. GOMES, Luiz Flávio. Penas e medidas alternativas à prisão. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1999, p. 132. Desta forma não pode prosperar tal condenação, deve ser mantido o voto vencido que prever a exclusão da pena, portanto merece que seja acolhida a reforma pleiteada do voto vencido no acordão proferido não podendo que tal condenação seja impetrada em desfavor do embargante. III. DO PEDIDO Diante o exposto, 1. Requer que seja dado provimento ao presente recurso; 2. Requer a reforma do acordão da pena para que no final o voto vencido, fixando-se pena de 8 meses de detenção.; 3. Substituindo a pena de reclusão em restritiva de direitos nós termos do art. 155, §2 e art. 44, §2 ambos do Código Penal; A. Nestes termos, Pede deferimento ______________________: ___ de ________________ de __________ ________________________________________________ADVOGADO OAB/___ N°___
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