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1 João Vitor de Oliveira Cruz RA:181130318 Jvoc2002@icloud.com Luis Henrique Galeno Branco RA:181130674 luuisgaleno@gmail.com INVESTIGAÇÕES DO SUBSOLO Geologia aplicada a engenharia civil Belém - Pará 2020 2 João Vitor de Oliveira Cruz RA:181130318 Jvoc2002@icloud.com Luis Henrique Galeno Branco RA:181130674 luuisgaleno@gmail.com INVESTIGAÇÕES DO SUBSOLO Geologia aplicada a engenharia civil Trabalho referente aos métodos de investigação do solo, apresentado à faculdade Faci Wyden, para fins avaliativos na disciplina: geologia aplicada a engenharia civil, lecionada pelo Prof.ª: Ana Buselli. Belém, 16 de abril de 2020. Belém - Pará 2020 3 RESUMO O conhecimento adequado do subsolo é fator essencial para a elaboração dos projetos geotécnicos, colaborando para obtenção de soluções tecnicamente mais seguras e economicamente viáveis. Sabendo disto, o trabalho tem o intuito de expor os principais processos de investigação do subsolo, possibilitando o conhecimento mais amplo para que o leitor possa realizar um programa de investigação, levando em conta a importância e o tipo de obra, bem como, a natureza do subsolo. Palavra-chave: Investigação do subsolo. 4 SUMÁRIO RESUMO ................................................................................................................... 3 SUMÁRIO ........................................................................................................................... 4 INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 6 INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO ............................................................................... 6 QUANTIDADE E LOCAÇÃO DE SONDAGENS ....................................................... 6 PROFUNDIDADE DA SONDAGEM .......................................................................... 7 CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO ................ 7 • Métodos indiretos: ............................................................................................................... 8 Métodos Geoelétricos: ........................................................................................................ 8 Métodos Sísmicos: ........................................................................................................... 10 Métodos Potenciais: ......................................................................................................... 12 • Métodos semidiretos: ......................................................................................................... 14 Ensaio de palheta (Vane test.): ......................................................................................... 14 Pressiométrico (PMT): ..................................................................................................... 15 Ensaio de cone (CPT): ...................................................................................................... 16 Ensaio dilatométrico (DMT): ........................................................................................... 17 Permeabilidade: ................................................................................................................ 18 • Métodos diretos: ................................................................................................................. 19 Poços: ............................................................................................................................... 20 Trincheiras ou vala: .......................................................................................................... 20 Sondagem a TRADO (ST): .............................................................................................. 21 Sondagem a percussão (SPT): .......................................................................................... 21 Sondagem rotativa (SR): .................................................................................................. 23 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 24 5 6 INTRODUÇÃO O terreno caracteriza-se por condições geocronológicas e estratigráficas, incluindo assim, em termos práticos, solos, rochas e materiais intermediários, como solos residuais, rochas moles, etc. A parte desse maciço em extensão e profundidade, de interesse para a obra e seu projeto geotécnico é corretamente chamada de subsolo. É de entendimento geral que um projeto estrutural, por mais simplista que seja, requer o adequado conhecimento das condições do subsolo no local onde será construída. Desta forma, deve-se haver um planejamento para fins investigativos, sendo fundamental para o sucesso do projeto. INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO Uma investigação completa é realizada em diferentes etapas, sendo que cada etapa de reconhecimento destaca os problemas que requerem investigação na etapa seguinte. São elas: • Investigações de reconhecimento, nas quais se determina a natureza das formações locais, as características do subsolo e definem-se as áreas mais adequadas para as construções. • Explorações para o anteprojeto, realizadas nos locais indicados na etapa anterior, permitindo a escolha de soluções e dimensionamento das fundações. • Explorações para o projeto executivo, destinadas a complementar as informações geotécnicas disponíveis, visando a resolução de problemas específicos do projeto de execução. • Explorações durante a construção quando surgem problemas não previstos nas etapas anteriores. Dependendo do curso da obra e de suas condições peculiares, algumas das etapas assinaladas podem ser dispensadas. QUANTIDADE E LOCAÇÃO DE SONDAGENS O número de sondagens e a sua localização em planta dependem do tipo de estrutura, de suas características especiais e das condições geotécnicas do subsolo. O número de sondagens tem de ser suficiente para fornecer um quadro, o melhor possível, da provável variação das camadas do subsolo do local em estudo. As sondagens têm de ser localizadas em planta e obedecer às seguintes regras gerais: • Na fase de estudos preliminares ou planejamento do empreendimento, as sondagens precisam ser igualmente distribuídas em toda a área; na fase de projeto, pode-se locar as sondagens de acordo com critérios específicos que levem em conta menores estruturas; • Quando o número de sondagens for superior a três, elas não devem ser distribuídas ao longo do mesmo alinhamento. 7 PROFUNDIDADE DA SONDAGEM A profundidade a ser explorada pelas sondagens de simples reconhecimento, para efeito de projeto geotécnico, é em função do tipo de edifício, das características particulares de sua estrutura, de suas dimensões em planta, da forma da área carregada e das condições geotécnicas e topografia locais. A exploração será levada a profundidades tais que incluam todas as camadas impróprias ou que sejam questionáveis, como apoio de fundações, de tal forma que não venham prejudicar a estabilidade e o comportamento estrutural ou funcional do edifício. As sondagens têm de ser levadas até a profundidade em que o solo não seja mais significativamente solicitados pelas cargas estruturais, fixando como critério aquela profundidade em que o acréscimo da pressão no solo, devida às cargas estruturais aplicadas, for menor que 10% da pressão geostática efetiva. Quando a edificação apresentar uma planta composta de vários corpos, o critério anterior se aplica a cada corpo da edificação. No caso de corpos de fundação isolados e muito espaçados entre si, a profundidade a explorarnecessita ser determinada a partir da consideração simultânea da menor dimensão dos corpos de fundação, da profundidade dos seus elementos e da pressão estimada por eles transmitida. Quando uma sondagem atingir camada de solo de compacidade ou consistência elevada, e as condições geológicas locais mostrarem não haver possibilidade de se atingirem camadas menos consistentes ou compactas, pode-se interromper a sondagem naquela camada. Quando uma sondagem atingir rocha ou camada impenetrável à percussão, subjacente a solo adequado ao suporte da fundação, pode ser nela interrompida. Nos casos de fundações de importância, ou quando as camadas superiores de solo não forem adequadas ao suporte, aconselha-se a verificação da natureza e da continuidade da camada impenetrável. Nesses casos, a profundidade mínima a investigar é de 5m. A contagem da profundidade, para efeito do aqui descrito, precisa ser feita a partir da superfície do terreno, não se computando para esse cálculo a espessura da camada de solo a ser eventualmente escavada. No caso de fundações profundas (estacas ou tubulões) a contagem da profundidade tem de ser feita a partir da provável posição da ponta das estacas ou base dos tubulões. Considerações especiais devem ser feitas na fixação da profundidade de exploração, nos casos em que processos de alteração posteriores (erosão, expansão e outros) podem afetar o solo de apoio das fundações. CLASSIFICAÇÃO DOS MÉTODOS DE INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO Os métodos de investigaçao do subsolo para fins geotécnicos sao classificados em três classes: 8 Métodos indiretos: São aqueles em que as determinações das propriedades das camadas do subsolo são extraídas indiretamente pela medida, seja da sua resistividade elétrica ou da velocidade de propagação de ondas elásticas. Os índices medidos mantêm correlações com a natureza geológica dos diversos horizontes, podendo-se ainda conhecer as suas respectivas profundidades e espessuras. Incluem-se nessa categoria os métodos geofísicos. Estes consistem em ensaios de campo que não alteram as propriedades físicas do material pesquisado, onde se utilizam as feições topográficas, morfológicas e físicas do terreno. Nesse método o solo é analisado visualmente através de imagens por sensoriamento remoto e fotos aéreas Os principais métodos são: • Métodos geoelétricos: Eletroresistividade, Sondagem elétrica vertical, Potencial espontâneo e Polarização induzida, Radar de penetração no subsolo – GPR; • Métodos sísmicos: sísmica de refração e sísmica de reflexão; • Métodos potenciais: magnetometria e gravimetria. Métodos Geoelétricos: Estes métodos envolvem a detecção, na superfície dos terrenos, dos efeitos produzidos pelo fluxo de corrente elétrica em subsuperfície. Estes são empregados em: Determinação da posição e geometria do topo rochoso; Caracterização dos estratos sedimentares; Identificação de zonas de falhas, zonas alteradas, contatos litológicos, entre outros. Eletrorresistividade: Dentre as principais propriedades elétricas utilizadas na investigação destaca-se a eletrorresistividade, que diz respeito à dificuldade encontrada pela corrente elétrica para se propagar num meio qualquer. Os dados podem ser apresentados de várias formas, como perfis, seções e plantas de isovalores de resistividade aparente. 9 A figura abaixo mostra um exemplo de apresentação do resultado através de mapa onde se identifica através da baixa resistividade uma região de zona de falhas. Figura 1– Mapa de isorresistividade. Fonte: Oliveira & Brito 1998. Este método consiste em medir, na superfície terrestre, o parâmetro resistividade elétrica com o emprego de um arranjo (simétrico ou assimétrico) de eletrodos de emissão (AB) e de recepção (MN). Sondagem Elétrica Vertical: É uma técnica utilizada principalmente no estudo de interfaces horizontais, onde todo o arranjo de eletrodos é expandido ao redor de um ponto fixo central. Mede a variação vertical da resistividade elétrica em sub-superfície. Quanto maior o espaçamento dos eletrodos, maior a profundidade de investigação. Possui ampla aplicação em estudos geotécnicos e em hidrogeologia. Este método pode ser empregado em: construções de grandes obras civis (barragens, túneis e portos), áreas contaminadas e para construção de aterros sanitários. Polarização spontânea e induzida: A investigação da polarização, que pode ser natural (espontânea) ou induzida. Este último chamado de polarização induzida e útil para prospecção de cobre, chumbo e zinco. Está relacionada as diferenças de potencial provocadas pela circulação de correntes elétricas naturais no subsolo. O mesmo é empregado na determinação das direção e sentido do fluxo dos fluidos subterrâneos. Radar de penetração no subsolo – GPR: É um método geofísico de imageamento da sub-superfície que utiliza pulsos elétricos para gerar ondas eletromagnéticas, na faixa de VHF/UHF, que são irradiadas por uma antena emissora transportada na superfície. http://intergeo.org/wp-content/uploads/2017/09/intergeo.jpg 10 As ondas refletidas e difratadas são recebidas por uma antena receptora localizada na superfície do terreno. Esta técnica possui amplas aplicações, como localizações de canais enterrados, estudos arqueológicos e forenses, entre outros, podendo ser aplicado também em zonas urbanas. As informações são processadas por meio de softwares especializados, e os resultados apresentados na forma de um radargrama, muito similar a um sismograma. Métodos Sísmicos: Os métodos sísmicos têm por objetivo estudar a distribuição em profundidade do parâmetro velocidade de propagação das ondas acústicas, que está relacionado com características físicas do meio geológico, tais como: densidade, porosidade, química mineralogia e constantes elásticas. O modo de apresentação dos resultados se dá através das seções sísmicas. No contexto dos métodos sísmicos, as ondas elásticas (ou sísmicas) são produzidas artificialmente, por meio da geração de uma frente de onda a partir de um ponto predeterminado (fonte). A propagação das ondas é induzida por meio da “injeção” brusca de alguma forma de energia (mecânica, principalmente) em sub-superfície. Figura 2– Executando o método. – Forma do resultado obtido pelo método GPR e sua interpretação. Fonte:Sousa 2003. 11 Dois métodos sísmicos são conhecidos: reflexão e refração. Nesses as informações são processadas por meio de softwares especializados, e os resultados, apresentados sob a forma de sismogramas ou seções sísmicas. Figura 3– Exemplo de seção sísmica e sua interpretação. Fonte: Sousa 2003. Baseia-se na captação das ondas que incidem sobre um refletor em subsuperfície com inclinação menor que o ângulo crítico. Tais ondas são chamadas de reflexões subcríticas. Nesta técnica, obtêm-se os tempos de percurso medidos, resultando em estimativas de profundidade das interfaces das camadas. Figura 4– Exemplo do método de sísmica de reflexão Baseia-se no registro das ondas sísmicas refratadas nas superfícies de contato litológico ou outras superfícies. As ondas captadas viajam com velocidade V2 ao longo da interface dos meios. 12 Normalmente utilizado para localizar superfícies refratoras, que separam camadas terrestres de diferentes impedâncias acústicas (velocidades sísmicas x densidades). Métodos Potenciais: Magnetometria: A Magnetometria é um método que mede a intensidade do campo magnético terrestre, que sofre influência das rochas em profundidade, aumentando ou diminuindo o campo, conforme a composição destas rochas e os contrastes de susceptibilidade magnética existente entre as mesmas. Em geral, reflete a quantidade de magnetita presente nas rochas. Considera-se um dos métodos geofísicos mais utilizados para prospecção mineral, devido,principalmente, a rapidez do levantamento. Assim como na Gravimetria, os resultados da Magnetometria são apresentados sob a forma de mapas e perfis. Figura 5– Exemplo do método sísmico de refração 13 Gravimetria: A Gravimetria é um método voltado para o estudo das pequenas variações locais do campo gravitacional terrestre, gerado pela presença de rochas com diferentes densidades. Os levantamentos gravimétricos são realizados em diferentes escalas, dependendo do objetivo do trabalho e da área de estudo. Os dados são corrigidos, filtrados e o resultado é apresentado sob a forma de mapas ou perfis, que são utilizados em mapeamento geológico e em prospecção mineral. Figura 6– Exemplo de mapa magnetométrico Figura 7– Exemplo de mapa gravimétrico 14 Métodos semidiretos: São os processos que fornecem informações sobre as características do terreno, sem, contudo, possibilitarem a coleta de amostras ou informações sobre a natureza do solo, a não ser por correlações indiretas. Ensaio de palheta (Vane test.): Consiste na medição do torque necessário à rotação de um molinete ou uma palheta cravada no solo, sob velocidade constante. Este ensaio tem como objetivo indicar o valor da resistência ao cisalhamento de materiais argilosos, sob condições não drenadas. É executado em geral no interior de furos de sondagens ou perfurações. O ensaio Vane Test tem sido amplamente aplicado para a obtenção da resistência não drenada Su, de solos moles/médios. É utilizada, sobretudo, em projetos de aterros sobre solos moles. Traz como vantagens: Economia; Praticidade e Simplicidade. O principal objetivo é a determinação, em campo, da resistência ao cisalhamento não drenada. O aparelho é constituído de um torquímetro acoplado a um conjunto de hastes cilíndricas rígidas e tem na outra extremidade uma palheta formada por duas lâminas retangulares, delgadas, dispostas perpendicularmente entre si. Figura 8-Dispositivo de ensaio de 4 palhetas Figura 9- Instalação do maquinário Ha stes da palheta 15 Figura 10-Representação do ensaio Pressiométrico (PMT): Consiste em dispositivo com membrana expansível para medição da resistência, rigidez e tensões “in situ” do solo. O ensaio é realizado com a inserção da sonda pressiométrica em préfuro com diâmetro ligeiramente maior do que o da sonda. Após a inserção e atingida a cota do ensaio, aplica-se pressão radial uniforme contra o solo por meio de inserção de nitrogênio. A pressão aplicada e a expansão de volume da sonda são medidas e registradas em caixa de controle, obtendo-se desse modo a relação tensão-deformação da camada prospectada. Figura 11- representação do maquinário de pressiometria 16 Ensaio de cone (CPT): Esses ensaios têm aplicações em diversas áreas da Geotecnia e, em particular na previsão da capacidade de carga e de recalques de fundações. De acordo com a Norma NBR 12069 MB 3406, o objetivo desse método é a determinação da resistência do solo à penetração estática e contínua ou incremental de uma ponteira padronizada, caracterizada em componentes de resistência de ponta e de atrito lateral local. O método visa fornecer dados que permitam estimar propriedades dos solos. Esses dados são utilizados em projeto e construção de obras de terra e de fundações de estrutura. O ensaio CPT consiste na cravação estática lenta de um cone mecânico ou elétrico que armazena em um computador os dados a cada 20 cm. O cone alocado nesta bomba hidráulica é penetrado no terreno a uma velocidade de 2 cm por segundo. O próprio equipamento, por ser hidráulico, crava o cone no terreno e funciona como uma prensa. Depois de cravado, ele obtém os dados de forma automática e o próprio sistema captura os índices e faz o registro contínuo desses dados ao longo da profundidade. Figura 12-Instalação do maquinário Cone de penetração 17 Ensaio dilatométrico (DMT): Considerada uma das mais precisas ferramentas de ensaios “in situ” para previsão de recalques e estimativa do módulo de elasticidade (E) das camadas prospectadas. Com execução rápida e simples, pode ser utilizado em praticamente todos os tipos de solo. O teste consiste na cravação de ponteira metálica, com interrupções desta cravação a cada 20 cm. Nestas interrupções, introduz-se gás nitrogênio que expande membrana metálica da ponteira contra o terreno. Dessa expansão, registram-se em manômetro de precisão duas leituras: a primeira (A) quando a dilatação da membrana “vence” o esforço de compressão do terreno, e a segunda (B) quando esta deforma o solo de 1,1mm. Por ser um teste realizado “in-situ”, permite obtenção de valores em diversos pontos do terreno e em variadas profundidades. Figura 13-Representação do ensaio 18 Figura 14-Unidade de controle (esquerda) e da lâmina penetrando no solo (direita) Permeabilidade: O Ensaio de Permeabilidade “in situ” é frequentemente executado em furos de sondagem à percussão, sendo com menor frequência aplicáveis em poços de inspeção e cavas abertas em solo. Genericamente conhecido por ensaio de infiltração, que tem por finalidade a determinação do coeficiente de permeabilidade do solo a ser estudado para a implantação ou consolidação de obras civis e/ou projetos ambientais. Em projetos importantes justifica-se a realização de determinações “in situ” da permeabilidade as quais envolvem grandes volumes de solo fornecendo valores médios de permeabilidade que levam em conta variações locais no solo. Por outro lado, eliminam o problema do amolgamento das amostras indeformadas e a dificuldade de amostragem oferecida por algumas formações especialmente de solos arenosos. Figura 15-Representação do ensaio 19 Juntamente com o ensaio de perda d’água sob pressão (aplicável nos maciços rochosos em sondagens rotativas), constitui o conjunto de ensaios de permeabilidade executados em furos de sondagens, mais comumente utilizado no campo para a caracterização hidrogeotécnica dos terrenos naturais e/ou artificiais. Consiste na medida da vazão, representada pelo volume d’água absorvido ou retirado, durante um intervalo de tempo, em função da aplicação de diferenciais de pressão induzida por colunas d’água, resultante da injeção ou da retirada de água do furo. O conhecimento da permeabilidade de um solo é de fundamental importância em diversos problemas de engenharia, tais como: drenagem, rebaixamento do nível d’água, recalques, barragens, etc. Métodos diretos: Esse método possibilita a observação direta do subsolo, sua identificação, classificação e a resistência das suas várias camadas, através da retirada de amostras do solo, ao longo de uma perfuração ou medição direta de propriedades in situ. Compreendem as escavações realizadas com o intuito de prospectar os maciços, as sondagens mecânicas e os ensaios, com as sondagens dos materiais ao longo da linha de perfuração descrevem-se testemunhos, estruturas geológicas e as características geotécnicas dos materiais. Figura 16-Ensaio de permeabilidade 20 Poços: São escavações com partes circulares ou quadradas, feitas manualmente, que geralmente não tem muita profundidade, tendo sua escavação limitada pela presença de água. Seu objetivo principal é observar as paredes da escavação em estado natural. Permite também a coleta de amostras com finalidade de ensaios laboratoriais, sendo coletas deformadas ou indeformadas (blocos ou anéis). Trincheiras ou vala: São escavações rasas (até 3,0m de profundidade),manuais ou feitas por meio de escavadeiras com o intuito de observar o subsolo, com a possibilidade de coleta de amostras, além de visualizar estruturas presentes no solo bem como a profundidade do nível da água, que é um fator limitante para o avanço da escavação. Possui um baixo custo, por isso é um método bem vantajoso, além de se utilizar de ferramentas simples e proporcionar acesso ao local a pé. Figura 17- representação do ensaio 21 Sondagem a TRADO (ST): Nesse simples método, rápido e econômico a perfuração utiliza como instrumento o trado, um tipo de amostrador de solo constituído por lâminas cortantes, que podem ser compostas por duas peças, de forma convexa (trado concha) ou única, de forma helicoidal. Este serviço possibilita a identificação dos horizontes de solo, determinação da profundidade do nível d’água (quando existente) e a coleta deformada de amostra de solo, em quantidade suficiente, para executar os ensaios laboratoriais. Quando especificado pelo cliente, junto com o serviço de coleta, são executados os ensaios de densidade e de umidade in situ. Sondagem a percussão (SPT): A sondagem a percussão é conhecida como “Simples reconhecimento” ou de “Sondagem SPT”. Este nome é uma abreviação do inglês “Standard Penetration Test”. É o mais importante teste a ser executado em qualquer obra de engenharia, e o mais utilizado no Brasil pela sua eficiência e pela simplicidade na obtenção dos resultados. Este processo consiste na investigação direta do subsolo que concede informações das camadas que o constituem e suas profundidades e espessuras. Somado a isso, a sondagem a percussão SPT permite que seja detectado o nível da água do local e permite calcular a capacidade de carga suportada por cada uma de suas camadas dando informações a respeito do comportamento de seus constituintes após o recebimento da carga. Como é feito: A perfuração da sondagem a percussão SPT é iniciada com trado helicoidal até que seja encontrada água, ou se mostre impenetrável. A partir disso, a perfuração prossegue com utilização de um trépano e com circulação de água, procedimento conhecido como “lavagem”. O trépano é uma ferramenta da largura do furo e com terminação em bisel cortante, usado para desagregar o material do fundo do furo. Figura 18- ilustração_ tipos de trado 22 A sondagem a percussão SPT é feita a partir de uma perfuração, a profundidade varia com o tipo de obra e o tipo de terreno, ficando em geral entre 10 a 20 metros. Através da sondagem a percussão SPT, é possível aferir a resistência do solo, índice de resistência a penetração, que é determinado pelo número de golpes correspondente a cravação de 30cm do amostrador-padrão, após a cravação inicial de 15cm, por meio de impactos sucessivos do martelo padronizado (65kg) caindo livremente de uma altura de 75cm sobre a cabeça de bater acoplada a haste de perfuração, é anotado o número de golpes necessários para a cravação de cada segmento de 15cm do amostrador-padrão. Critérios de paralisação da sondagem: O processo de perfuração, por trado ou lavagem, será realizado até se obter nesses ensaios uma das condições: • Quando em 3 m sucessivos se obtiver índices de penetração maiores do que 45/15; • Quando em 4 m sucessivos forem obtidos índices de penetração entre 45/15 e 45/30; • Quando, em 5 m sucessivos, forem obtidos índices de penetração entre 45/30 e 45/45 (número de golpes/espaço penetrado pelo amostrador). Caso a penetração seja nula dentro da precisão da medida na sequência de 5 impactos do martelo o ensaio será interrompido, não havendo necessidade de obedecer ao critério estabelecido acima. Entretanto, ocorrendo essa situação antes de 8,00 m, a sondagem será deslocada até o máximo de quatro vezes em posições diametralmente opostas, distantes 2,00 m da sondagem inicial. Tensão admissível x número de golpes (SPT): O quadro abaixo apresenta uma correlação do mesmo tipo para solos coesivos, igualmente estabelecida por Terzaghi-Peck. 23 Além da tabela acima, é possível estimar a carga admissível em um solo mediante a fórmula abaixo: Tadmissivel= √𝑆𝑃𝑇 2 -1 Sondagem rotativa (SR): A sondagem rotativa é uma investigação geotécnica destinada a solos que são impenetráveis ao SPT, tendo como exemplo, as rochas. Este ensaio é essencial para a caracterização de perfis rochosos. Quando executada juntamente com o SPT é chamada de uma sondagem mista. Neste caso o SPT é utilizado até a camada onde consegue executar a penetração, em seguida, é utilizado a sondagem rotativa. A perfuração deste tipo de sondagem consiste em uma perfuração motorizada. Somado a isso, a perfuração é realizada com um barrilete com coroa diamantada, este barrilete é rotacionado e pressionado simultaneamente contra o solo que está sendo perfurado. O custo para a execução de sondagens rotativas é muito superior ao custo de uma investigação SPT convencional. O que faz com que este recurso seja utilizado somente em último caso. É um serviço essencial para grandes obras, onde as fundações serão apoiadas ou ancoradas no maciço rochoso. A execução das sondagens rotativas é uma exigência para projetos de barragens e eólicos, além de ser um requisito básico para a mineração. Tabela 1- Relação entre tensão admissível e números de golpes(SPT) https://engenhariaconcreta.com/sondagem-de-solo-metodologia-executiva-e-importancia-para-obra/ 24 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS GUIA DE ENGENHARIA. Tudo sobre ensaios de sondagem no solo, DADARA VIENA, 2018. Disponível em: < https://www.guiadaengenharia.com/ensaios-de-sondagem/>. Acesso em: 10 de abr. de 2020. DINAMICCAD. Métodos diretos de investigação do subsolo – Ensaio DMT, DADARA VIENA, 2018. Disponível em: < https://www.guiadaengenharia.com/ensaios-de-sondagem/>. Acesso em: 10 de abr. de 2020. UFSC. ENSAIOS DILATOMÉTRICOS – DMT EM SOLOS DE SANTA CATARINA: ESTUDO COMPARATIVO COM CPT E SPT, Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Santa Catarina, Centro Tecnológico. Programa de Pós-Graduação em Engenharia Civil, 2008. Disponível em: <https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/91917>. Acesso em: 11 de abr. de 2020. INTERGEO. Métodos de investigação do solo. Disponível em: < http://intergeo.org/metodos- de-investigacao-do-solo/>. Acesso em: 12 de abr. de 2020. ECV114-FUNDAÇOES E OBRAS DE TERRA. Aula-02-Investigações-do-subsolo. 2019. Disponível em: <chrome- extension://ohfgljdgelakfkefopgklcohadegdpjf/http://site.ufvjm.edu.br/icet/files/2016/07/AULA02- INVESTIGACOES-DO-SUBSOLO.pdf>. Acesso em: 12 de abr. de 2020. TOGAWA. Anteprojeto, Projeto Básico, Projeto Executivo e Às Built, VICTOR TOGAWA, 2017. Disponível em: < https://togawaengenharia.com.br/blog/anteprojeto-projeto-basico-projeto- executivo-e-as-built/>. Acesso em: 15 de abr. de 2020.
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