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Técnico em Agroindústria Técnico em Biocombustível Técnico em Contabilidade Variedades Linguísticas Instituto Federal Sul-rio-grandense Campus Pelotas - Visconde da Graça Dani Moreira 2010 Pelotas-RS M838p Moreira, Dani Português Instrumental I : variedades lingüísticas, pontuação e coerên-cia / Dani Moreira. – Pelotas : UFPel : CAVG, 2009. 42p. ISBN 1.Variedades Lingüísticas 2. Pontuação 3.Coerência Textual I. Título CDD 410 Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação a Distância Equipe de Elaboração Campus Pelotas - Visconde da Graça (CAVG) Coordenação Institucional Cinara Ourique do Nascimento/CAVG Professor-autor Dani Moreira Projeto Gráfico Eduardo Meneses Fábio Brumana Equipe Técnica Ivana Patrícia Iahnke Steim/CAVG Maria Isabel Giusti Moreira/CAVG Pablo Brauner Viegas/CAVG Paula Garcia Lima/CAVG Rodrigo da Cruz Casalinho/CAVG Diagramação Maria Isabel Giusti Moreira/CAVG Revisão Pedagógica Marisa Teresinha Pereira Neto Cancela Ficha catalográfica elaborada por Patricia de Borba Pereira CRB10/1487 Biblioteca CAVG © Campus Pelotas - Visconde da Graça Este Caderno foi elaborado em parceria entre o Campus Pelotas - Visconde da Graça e o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil – e-Tec Brasil. Amigo(a) estudante! O Ministério da Educação vem desenvolvendo Políticas e Programas para expansãoda Educação Básica e do Ensino Superior no País. Um dos caminhos encontradospara que essa expansão se efetive com maior rapidez e eficiên- cia é a modalidade adistância. No mundo inteiro são milhões os estudantes que frequentam cursos a distância. Aqui no Brasil, são mais de 300 mil os matriculados em cursos regulares de Ensino Médio e Superior a distância, oferecidos por instituições públicas e privadas de ensino. Em 2005, o MEC implantou o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB), hoje, consolidado como o maior programa nacional de formação de profes- sores, em nível superior. Para expansão e melhoria da educação profissional e fortalecimento do En- sino Médio, o MEC está implementando o Programa Escola Técnica Aberta do Brasil (e-TecBrasil). Espera, assim, oferecer aos jovens das periferias dos grandes centros urbanose dos municípios do interior do País oportunidades para maior escolaridade, melhorescondições de inserção no mundo do tra- balho e, dessa forma, com elevado potencialpara o desenvolvimento produ- tivo regional. O e-Tec é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Educação Pro- fissionale Tecnológica (SETEC), a Secretaria de Educação a Distância (SED) do Ministério daEducação, as universidades e escolas técnicas estaduais e federais. O Programa apóia a oferta de cursos técnicos de nível médio por parte das escolaspúblicas de educação profissional federais, estaduais, municipais e, por outro lado,a adequação da infra-estrutura de escolas públicas estaduais e municipais. Do primeiro Edital do e-Tec Brasil participaram 430 proponentes de ade- quaçãode escolas e 74 instituições de ensino técnico, as quais propuseram 147 cursos técnicosde nível médio, abrangendo 14 áreas profissionais. Apresentação e-Tec Brasil O resultado desse Edital contemplou193 escolas em 20 unidades federa- tivas. A perspectiva do Programa é que sejam ofertadas10.000 vagas, em 250 polos, até 2010. Assim, a modalidade de Educação a Distância oferece nova interface para amais expressiva expansão da rede federal de educação tecnológica dos úl- timos anos: aconstrução dos novos centros federais (CEFETs), a organização dos Institutos Federaisde Educação Tecnológica (IFETs) e de seus campi. O Programa e-Tec Brasil vai sendo desenhado na construção coletiva e par- ticipaçãoativa nas ações de democratização e expansão da educação profis- sional no País,valendo-se dos pilares da educação a distância, sustentados pela formação continuadade professores e pela utilização dos recursos tec- nológicos disponíveis. A equipe que coordena o Programa e-Tec Brasil lhe deseja sucesso na sua formaçãoprofissional e na sua caminhada no curso a distância em que está matriculado(a). Brasília, Ministério da Educação – setembro de 2008. Sumário Apresentação e-Tec Brasil 3 Sumário 5 Outros - instituição validadora 7 Apresentação da Disciplina 9 Variedades Linguísticas 11 Variedades Regionais 11 Atividades 15 Variedades Sociais 16 Registros Linguísticos 17 Atividades 21 Referências 23 Currículo do Professor 24 Apresentação da Disciplina Caríssimos discípulos Consoante julgamos saberdes, valemo-nos desse introito para asse- verar-vos revestir-se o domínio vernáculo de angular importância não somen- te para o profícuo desempenho escolar -- assaz vilipendiado -–, mas também para a proba participação em sociedade. Destarte, malgrado o exíguo tempo que se nos apresenta, reiterada admoestação que fizemos aos coordenado- res, nós cibercatedráticos, imbuídos de bem cumprir esse excelso desígnio, houvemos por bem exigir-vos a língua em sua mais castiça constituição, alu- dindo ao longevo português do mais precioso dos vates: Camões. … Assustados!? Não se preocupem, que nosso objetivo está bem distante do exposto na brincadeira acima. O objetivo da disciplina é tão-somente oferecer a vo- cês recursos que permitam um melhor aproveitamento em termos de leitura e produção textual. Não obstante, Camões é uma leitura que nós sempre sugerimos. ;) Sejam bem-vindos e bom estudo a todos!!!! Professora Dani Moreira e-Tec BrasilVariedades Linguísticas 7 Uma língua nunca é falada de maneira uniforme pelos seus usuários: ela está sujeita a muitas variações. Isso ocorre porque as línguas não são sistemas invariáveis e imutáveis no tempo e no espaço. Muito pelo contrário, as línguas são sistemas dinâmicos e extremamente sensíveis a fatores, como a região ortográfica, o sexo, a idade, a classe social do falante e o grau de formalidade do contexto. As chamadas variedades regionais ou dialetos são aquelas diferenças apresentadas na fala de acordo com a região em que vive o falante. Podem ser observadas diferenças entre os estados e mesmo entre as regiões e cida- des dos estados. É comum, por exemplo, ouvirmos referências entre os chamados “dialeto mineiro”, “dialeto baiano”, “dialeto carioca” e outros. As diferen- ças devidas à região geográfica são mais marcantes em termos da pronúncia e do vocabulário. Os cariocas, por exemplo, são conhecidos pela maneira característica de pronunciar o que na escrita vem grafado com a letra “s” no final das sílabas. Com relação a vocabulário, usamos “mandioca” ou “ai- pim”, “mosquito” ou “pernilongo”, dependendo de nossa região de pro- veniência. Variedades Linguísticas Variedades Regionais e-Tec BrasilVariedades Linguísticas 9 Leia o texto abaixo: Qual o dialeto empregado pelos personagens acima? Acertou quem disse dialeto caipira! Onde vivem esses personagens? Provavelmente, no interior de São Paulo ou Minas Gerais, são os chamados “caipiras”. E nós, gaúchos, como falamos? Abaixo, vamos ler uma história em quadrinhos do Analista de Bagé, personagem criado pelo escritor Luís Fernando Veríssimo. Técnico em Agroindústria, Biocombustível e Contabilidadee-Tec Brasil 10 e-Tec BrasilVariedades Linguísticas 11 Técnico em Agroindústria, Biocombustível e Contabilidadee-Tec Brasil 12 Veja que o personagem analista de Bagé usa o dialeto gaúcho. Ex- pressões, como “nega veia” e “bagual”, são tipicamente gaúchas. Mas será que todos os gaúchos se expressam como o analista de Bagé? Não, o personagem em questão vive na fronteira (na cidade de Bagé) e, provavelmente, no interior. Logicamente, a maioria dos gaúchos não fala dessa forma. Há variações na linguagem mesmo dentro de um único estado. Só para citar um exemplo com relação a vocabulário, na cidade de Bagé, menino é “guri”, já, em Rio Pardo, é “piá”. Isso ocorre com muitas outras palavras e mesmo com relaçãoà pronúncia. Atividades 1. Leia tira abaixo: e-Tec BrasilVariedades Linguísticas 13 a) A variedade empregada pelo motorista do carro na tira acima faz parte de uma variante regional. Qual é o dialeto empregado por ele? b) Escreva as expressões típicas do dialeto em questão. 2. Releia o texto da história em quadrinhos de Luís Fernando Verís- simo e copie as expressões do dialeto gaúcho empregadas pelo personagem analista de Bagé. Explique o significado de “uma” expressão retirada do texto. 3. Fórum: Participe citando expressões típicas de sua região, especi- ficando seu significado. Outra importante dimensão da variação linguística é a social. As cha- madas variedades populares são aquelas faladas pelas classes sociais menos favorecidas, enquanto as variedades cultas são normalmente associadas às classes de maior prestígio social, constituindo a referência para a norma es- crita. O primeiro dos textos que seguem exemplifica a modalidade escrita culta. O segundo, uma variedade popular oral, representada em uma letra de música. Texto 1 Variedades Sociais Técnico em Agroindústria, Biocombustível e Contabilidadee-Tec Brasil 14 Texto 2 Dependendo da formalidade que a situação de comunicação exija, o falante vai adequar sua maneira de falar. A partir dessa adequação (lingua- gem mais formal ou menos formal) e do caráter individual da fala, podemos observar vários níveis de fala, também chamados níveis de linguagem ou registros. Nível coloquial ou nível informal – é a fala que a maioria das pessoas utiliza no seu dia-a-dia, sobretudo nas situações mais informais. Caracteriza-se pela utilização de expressões mais informais e, dependendo da situação, possibilita o emprego das famosas gírias. Registros Linguísticos e-Tec BrasilVariedades Linguísticas 15 Exemplo: Observe que, no texto acima, a linguagem empregada pelos perso- nagens é bastante coloquial, e o humor da tira se dá em torno da palavra “tipo”, uma gíria bastante conhecida. Logicamente o emprego de gírias em um texto científico, por exemplo, não seria adequado, mas no caso acima, devido ao grau de intimidade dos personagens, não há problema em utilizá- la. O importante é a adequação do registro ou nível de linguagem à situação. Algumas propagandas também fazem uso do nível informal da lin- guagem, usando expressões típicas da oralidade. Técnico em Agroindústria, Biocombustível e Contabilidadee-Tec Brasil 16 Observe a propaganda a seguir: Na propaganda acima, é empregada a expressão “vai pôr ordem no circo”, parafraseando a expressão popular “vai pôr ordem na casa”. Será que há problema nisso? Logicamente que não, desde que o objetivo da propaganda ou o público a que ela se dirija permita essa utilização. Nível padrão ou nível formal – é o nível de fala normalmente utilizado pelas pessoas em situações formais, bem como pela grande maio- ria dos órgãos de imprensa. Caracteriza-se por um cuidado maior com o vocabulário e pela obediência às regras que estabelecem o uso padrão. É bastante frequente na escrita. O texto jornalístico abaixo utiliza a linguagem formal, obedecendo às normas estabelecidas pela gramática padrão. e-Tec BrasilVariedades Linguísticas 17 Diante de tantas variantes lingüísticas, é inevitável perguntar qual delas é a correta. Resposta: não existe a mais correta em termos absolutos, mas sim, a mais adequada a cada contexto. Dessa maneira, fala bem aquele que se mostra capaz de escolher a variante ade- quada a cada situação e consegue o máximo de eficiência dentro da variante escolhida. Usar o português rígido, próprio da língua escrita formal, numa situ- ação descontraída da comunicação oral, é falar de modo inadequado. Soa como pretensioso, pedante, artificial. Por outro lado, é inadequado, em situ- ação formal, usar gírias, termos chulos, desrespeitosos, fugindo das normas típicas dessa situação. Técnico em Agroindústria, Biocombustível e Contabilidadee-Tec Brasil 18 Atividades 1. Identifique o nível de linguagem empregado nas frases abaixo. a) Segure a barra, moçada. O pior ainda vem. b) Toda criança tem direito à moradia. c) V. Sª. precisa prestar mais atenção a esses problemas. d) Qual é, meu? Não tenho a grana agora. e) E aí, cara, beleza? Estás afim de dar uma banda para conhecer a cidade? f) Lá na baia, a coisa é diferente. g) O senhor poderia me dar um minuto de sua atenção? h) Qual é, malandro? O negócio aqui é outro. 2. (ENEM) Considerando as diferenças entre língua oral e língua es- crita, assinale a opção que representa uma inadequação da lin- guagem usada ao contexto (situação). a) “O carro bateu e capotô, mas não deu prá vê direito.” – um pedestre que assistiu a um acidente comenta com outro que vai passando. b) “E aí, ô meu! Como vai essa força?” – um jovem que fala para um amigo. c) “Só um instante, por favor. Eu gostaria de fazer uma observa- ção.” – alguém comenta em uma reunião de trabalho. d) “Venho manifestar meu interesse em candidatar-me ao cargo de secretária executiva dessa conceituada empresa.” – alguém que escreve uma carta candidatando-se a um emprego. e-Tec BrasilVariedades Linguísticas 19 e) “Porque se a gente não resolve as coisas como têm que ser, a gente corre o risco de termos, num futuro próximo, muito pouca comida nos lares brasileiros.” – um professor universitário em um congresso internacional. Técnico em Agroindústria, Biocombustível e Contabilidadee-Tec Brasil 20 Referências ABAURRE, L. A.; PONTARA, M. N.; FADEL, T. Português – Língua e Literatu- ra. (Volume único). São Paulo: Moderna, 2004. CEREJA, W. R. & MAGALHÃES, T. C. Português: Linguagens. (Vol. 1,2 e 3). São Paulo: Atual, 1999. INFANTE, Ulisses. Textos: Leituras e Escritas. (vol. Único). São Paulo: Scipio- ne, 2008. TERRA, Ernani & NICOLA, José de. Português: de olho no mundo do traba- lho. São Paulo: Scipione: 2005. NICOLA, José de. Português: Ensino Médio (vol 1, 2 e 3). São Paulo: Sci- pione: 2008. e-Tec BrasilVariedades Linguísticas 21 Currículo do Professor Dâni Rodrigues Moreira é graduada em Letras pela Universidade Federal de Pelotas (1996), com habilitação em Língua Portuguesa, Língua Francesa, Língua Espanhola e respectivas literaturas. Possui mestrado em Letras, na área de Linguística Aplicada, pela Universidade Católica de Pelo- tas (2005), tendo desenvolvido pesquisa em Fonologia sobre processos de aquisição verbal por falantes de Língua Portuguesa. É autora de trabalhos científicos sobre o tema. Desde o ano de 2005, ministra aulas de Língua Portuguesa e Literatura no CAVG/IF-SUL para estudantes de Ensino Médio. Técnico em Agroindústria, Biocombustível e Contabilidadee-Tec Brasil 22
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