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Prof. Everaldo Carlos Venancio Sala 601-1, Bloco A, Torre 1, Santo André E-mail: pacatoecv@gmail.com everaldo.venancio@ufabc.edu.br Site do curso: http//sites.google.com/site/nanocienciaufabc ESZM002-17 - Nanociência e Nanotecnologia (2-0-2) 1 Aula 4 – 11/03/2020 mailto:pacatoecv@gmail.com Aula 4 – Fabricação de Nanomateriais 2 • De Cima Para Baixo (Top down) De Cima Para Baixo • O nanomaterial é formado por métodos que envolvem: – Energia mecânica; – Métodos térmicos; – Alta energia; – Métodos químicos; – Litografia; – Métodos naturais; 3 • O método domina a nanotecnologia nos dias atuais; • Contaminação, custo (máquinas sofisiticadas) e complexidade são os grandes desafios; • Danos aos materiais (defeitos) e dissipação de calor são problemas envolvidos nestes processos; 4 • Energia Mecânica: • Exemplo: – Moinho de bolas: atrito mecânico, onde energia cinética é transferida para o material na forma de atrito e colisão; – As amostras são trituradas até a formação de nanopartículas (tamanho < 5 nm); – Moinho de Bolas de alta energia utiliza bolas de aço para transferir energia (cinética) para o material macro; – Problemas: alta polidispersão e contaminação. 5 • Moinho de bolas: – Materiais utilizados: polímeros, cerâmicas e metais; – Durante o processo de trituração ocorre deformação plástica dos materiais, iniciando-se o processo de formação de defeitos e discordâncias no material; – Cisalhamento e deformação são responsáveis pela formação dos nanomateriais; 6 • Moinho de bolas: – A energia cinética das bolas (de aço) é transferida para as partículas macro/micro; ocorre compactação e rearranjo das partículas, seguido de deformação plástica e elástica; – Ocorre fratura das partículas, seguido de um processo de fragmentação (escala nano); 7 8 • Métodos térmicos: – Utiliza um processo físico (aquecimento) e que não resulta em alteração química da amostra; – Os métodos considerados térmicos são aqueles que envolvem diretamente o aquecimento como forma de obtenção do nanomaterial; 9 • Métodos envolvendo alta energia: • Filmes finos <1000 nm • Filmes 2D <100 nm • Propriedades: • Não é totalmente denso; • Pode apresentar tensão residual; • Apresenta defeitos diferentes de filmes macro; • Influenciado por propriedades de superfície e de interface; • Etapas típicas de obtenção: • Emissão de partículas a partir de uma fonte; • Transporte das partículas até o substrato; • Condensação das partículas no substrato; 10 • Métodos envolvendo alta energia: – Evaporação: método baseado em um sistema de aquecimento resistivo: • Material macro é convertido em pequenos aglomerados ou moléculas (de cima para baixo); • Aglomerados ou moléculas são depositados para formar um nanomaterial, um filme fino nanoestruturado (de baixo para cima). 11 Evaporação • Átomos (ou moléculas) são evaporados a partir da fonte (que pode ser um sólido ou um líquido); • Os átomos são depositados no substrato, formando um filme; • Varáveis importantes: (1) velocidade de evaporação; (2) pressão de vapor da fonte; • Posicionamento dos elementos: elemento de aquecimento; Fonte; Substrato; • Sistema é fechado e evacuado; • O substrato está em uma temperatura menor: o material é depositado e transfere sua energia para o substrato e condensa; Evaporação A espessura do filme obtido depende da: (i) velocidade de evaporação; (ii) geometria da fonte e substrato; (iii) tempo de evaporação; Evaporação • Pressão de vapor é a pressão na qual a fase vapor está em equilíbrio com a fase sólida ou líquida; • Abaixa da pressão de vapor, o processo de evaporação é mais rápido do que o processo de condensação; • Teoricamente, a pressão de vapor pode ser obtida utilizando- se a equação de Clausius- Clapeyron: 𝑑𝑃 𝑑𝑇 = ∆𝐻(𝑇) 𝑇∆𝑉 • Em um pequeno intervalo de temperatura dT, a equação pode ser simplificada para: 𝑃 = 𝑃0𝑒𝑥𝑝 − ∆𝐻𝑒 𝑅𝑇 H = variação de entalpia; V = variação de volume entre as fases sólida (ou líquida) e a fase vapor He = calor molar de evaporação P re s s ã o d e v a p o r (m m H g ) P re s s ã o d e v a p o r (B a r) P re s s ã o d e v a p o r (t o rr ) Temperatura (oC) Velocidade de Evaporação • Equação básica para o fluxo de evaporação (e): Φ𝑒= 𝛼𝑒𝑁𝐴 𝑃𝑣−𝑃𝑎𝑚𝑏 2𝜋𝑀𝑅𝑇 • Um fluxo máximo é obtido quando e = 1 e Pamb = 0: Φ𝑒=3,513𝑥10 22 𝑃𝑣 𝑀𝑇 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠 𝑐𝑚2.𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜 • Para converter para unidades de massa deve-se multiplicar pela massa atômica: Φ𝑒=5,84𝑥10 −2 𝑀 𝑇 𝑃𝑣 𝑔𝑟𝑎𝑚𝑎𝑠 𝑐𝑚2.𝑠𝑒𝑔𝑢𝑛𝑑𝑜 e = coeficiente de evaporação, 0 < e < 1; Pv = pressão de vapor; Pamb = pressão ambiente; Deposição • Se ambos a fonte e o(s) substrato(s) estão localizados na superfície de uma esfera, um filme uniforme é obtidos (elimina-se a dependência angular com e ); • Métodos envolvendo alta energia: V ~ 20 V; Corrente: 50 a 100 A; Pressão (He): 50-760 torr 18 • Métodos envolvendo alta energia: 19 • Métodos envolvendo alta energia: – Sputtering é um método de deposição física em fase vapor; – Átomos de um alvo são removidos por íons de alta energia (íons de argônio) por meio de transferência de momento; – Os átomos removidos do alvo são depositados sobre uma superfície; forma-se um filme; – RF (corrente alternada) promove a formação do plasma, enquanto que o potencial aplicado acelera os íons; 20 • Métodos envolvendo alta energia: Sputtering 21 http://www.sputter-coater.de/Images/Sc7680_plasma.jpg Argônio (Ar) Aprox. 100 mtorr -2 a -5 kV Altas temperaturas não são necessárias 22 M a te ri a l a d ic io n a l Eletrofiação Uma alta tensão é aplicada a um polímero no estado fundido ou a uma solução polimérica para a obtenção de nanofibras; Naofibras podem ser obtidas nas seguintes forma: • Manta com fibras não alinhadas; • Manta com fibras alinhadas; • Filamentos contendo várias nanofibras. – Eletrofiação (Electrospinning): solução 24 U = tensão aplicada H = distância de trabalho (entra a ponta da agulha e o coletor) L = comprimento útil da seringa R = diâmetro da agulha = tensão superficial da solução polimérica • Métodos químicos: – Ataque químico de sólidos (erosão); – Exemplo: ataque químico de silício, com ou sem máscara; – O processo pode ocorrer na superfície ou no interior do material; somente a parte exposta sofre modificação química; – O interior do material se mantém intacto; na superfície ocorre a formação de facetas ou óxidos preferenciais; 25 • Métodos químicos: – Anodização: 1.O metal é eletroquimicamente removido: exemplo Alumínio; 2.Estruturas monodispersas e distribuídas hexagonalmente são formadas na superfície do alumínio (ânodo); o diâmetro das nanoestruturas são dependentes do potencial anódico aplicado; 3.A reação de cátions metálicos com ânions em solução pode formar óxidos coloidais nanoestruturados (de baixo para cima); 4.A camada de óxido poroso hexagonal é formada por meio de um processo de baixo para cima. 26 • Métodos químicos: – Anodização: • Reação anódica (de cima para baixo): 2 Al(s) → 2 Al3+ + 6e- • Interface óxido-eletrólito: 2 Al3+ + 3 H2O → 2 Al2O3(s) + 6 H + • Reação catódica: 6 H+ + 6e- → 3 H2(g) • Reação global de formação do óxido: 2 Al(s) + 3 H2O → 2 Al2O3(s) + 3 H2(g) 27 28 29 M a te ri a l a d ic io n a l • Métodos de Litografia: – Os métodos de cima para baixo mais importantes; – Indústria de circuitos integrados: vasta aplicação; produçãoem grande escala; – Fontes de radiação eletromagnética: visível,ultravioleta e Raios X; – Feixe de elétrons são utilizadas na produção das mascaras utilizadas nos processos litográficos óticos subsequentes; – As trilhas litográficas podem também ser preparadas por meio do uso de feixe de elétrons ou partículas (substitui a máscara); – Nanolitografia: dip-pen, baixo custo; STM e AFM. 30 • Métodos de Litografia: – Desafios: • Fabricação de nanoestruturas menores; • Necessita de fontes com comprimentos de onda menores (e.g. Raios X e feixes de elétrons), o que aumenta a resolução, mas aumenta o risco de danos no substrato; • Equipamentos modernos utilizam fontes com comprimento de onda de até 300-400 nm; 31 • Métodos de Litografia: – Desafios: • Nanoimpressão e litografia por meio do uso de nanoesferas é uma alternativa com custos menores; • Não necessita de alto vácuo, alta energia e de manutenção relativamente simples; O desenvolvimento destas técnicas deve permitir uma substituição gradual das técnicas de litografia convencionais; 32 • Métodos de Litografia: – O método: 1. Deposição de uma camada fina sobre um substrato; 2. Deposição do material fotorresistivo; 3. Aplicação da máscara e exposição à fonte de energia; 4. Desenvolvimento do sistema, positivo e negativo, por meio de ataque químico; 5. Remoção do material fotorresistivo, deixando a estrutura desejada; 6. Modificação química. 33 • Métodos de Litografia: – Considerações importantes: • Resolução: menor dimensão com a melhor resolução possível; • Alinhamento das camadas para formar um estrutura integrada; • Custo e velocidade de produção; 34 35 Litografia é o processo de obtenção de nanomateriais de cima para baixo mais conhecido; O sistema mais comum consiste na deposição de diferentes materiais em camadas sobre um substrato de silício; 1. Um fonte de radiação eletromagnética na região de comprimentos de onda na visível ou ultravioleta é aplicado sobre uma máscara; 2. A mascara contem o padrão de estruturas de interesse; 3. As regiões expostas à radiação eletromagnética são sensibilizadas (positivo) ou protegidas (negativo); 4. O processo continua com diferentes com tratamento químico (ataque e remoção); 5. A camada fotorresistiva é removida; 6. Processo relativamente caro e necessita de ambiente limpo, com atmosfera controlada (particulados) Poli(metacrilato de metila) PMMA (Positiva) SU-8 Resina Epóxi (IBM/USA) (Negativa) 38 M a te ri a l a d ic io n a l 39 M a te ri a l a d ic io n a l • Litografia por nanoimpressão (nano-imprinting litography, NIL): – É um método econômico, de alta resolução e de produção com custos relativamente baixo e elevado volume de produção; – Um molde é aplicado sobre um filme, formando a imagem negativa da estrutura de formato desejado; – O filme é endurecido antes da remoção do molde; – Estruturas com resolução de 5 nm são obtidas por meio do uso deste método; 40 M a te ri a l a d ic io n a l • Litografia por nanoimpressão (nano-imprinting litography, NIL): – Um método combinando radiação ultravioleta (UV) e NIL utiliza uma resina fotopolimerizável com um molde transparente ao UV; – A resina líquida é facilmente aplicada, onde o endurecimento ocorre por meio de exposição à radiação UV; 41 M a te ri a l a d ic io n a l • Litografia por nanoimpressão (nano-imprinting litography, NIL): – Vantagens sobre litografia dependente do comprimento de onda da fonte de radiação: • Oferece maior resolução; • Um processo mais rápido; • Apresenta custos relativamente baixos: não necessita de alto vácuo e equipamentos de alto custo (fonte de radiação e feixes de elétrons); 42 M a te ri a l a d ic io n a l • Litografia por nanoimpressão (nano-imprinting litography, NIL): – Problema: • Densidade de defeitos: atual < 0,1 cm-2; • Níveis práticos industriais exigidos: < 0,01 cm-2. 43 M a te ri a l a d ic io n a l 44 M a te ri a l a d ic io n a l • Métodos litográficos: – Métodos utilizando moldes de nanoesfera: • Arranjo de partículas (esferas) de látex em uma superfície; • As regiões intersticiais entre as partículas de látex atuam como sítios de deposição (um processo simples); 45 M a te ri a l a d ic io n a l • Litografia por meio do uso de nanoesferas (nanosphere litography, NSL): – Versatil, baixo custo e elevado volume de produção; – Permite a obtenção arranjos ordenados com diferentes configurações; – O material pode ser aplicado nos espaços vazios entre as esferas; – Sensores baseados em nanoestruturas de prata (20- 1000 nm): espectroscopia de ressoanância plasmônica localizada. 46 M a te ri a l a d ic io n a l 47 M a te ri a l a d ic io n a l 48 M a te ri a l a d ic io n a l • Métodos naturais: – Erosão; – Ataque químico; – Hidrólise; – Decomposição biológica 49 M a te ri a l a d ic io n a l 50 M a te ri a l a d ic io n a l
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