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FISIOLOGIA DO SISTEMA REGULADOR Livro Texto - Unidade II

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40
Unidade II
Unidade II
5 SENTIDOS GERAIS E ESPACIAIS
5.1 Sentidos gerais
As sensações ocorrem devido à presença de uma variedade de receptores sensoriais que compõem a via 
aferente de transmissão de informações ao SNC. As sensações gerais incluem a sensação somática (sensações 
táteis, dor, temperatura, propriocepção) e a sensação visceral. Os sentidos especiais incluem visão, audição, 
olfato e paladar (GUYTON; HALL, 2006; TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
Para que a referência sensitiva seja transmitida, ocorre a estimulação do receptor sensitivo e 
transdução do estímulo para um potencial graduado. Ao se atingir um limiar, gera‑se o impulso nervoso, 
que se propaga para os neurônios de primeira ordem. A informação chega ao córtex somatossensorial, é 
processada e a resposta é encaminhada pela via eferente (GUYTON; HALL, 2006; TORTORA; DERRICKSON, 
2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
Via aferenteVia eferente
Figura 34 – Funções do sistema nervoso
Há diversos tipos de receptores sensoriais que respondem prontamente a determinado estímulo e 
ativam os receptores sensoriais. Assim, a indicação é transformada em potenciais graduados ou potencial 
41
FISIOLOGIA DO SISTEMA REGULADOR
de ação. A ativação dos receptores é realizada por um estímulo que deve ser o suficiente ou limiar para 
desencadear uma resposta. Em geral os receptores sensoriais são muito sensíveis ao estímulo, desde que 
a intensidade seja relativamente alta (WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
A classificação dos receptores ocorre conforme a localização dos receptores e a origem dos estímulos. 
Podem ser os exteroceptores quando os receptores estiverem localizados na superfície externa (ou 
próximo), fornecendo as informações do ambiente externo. Exemplos: pressão, vibração, temperatura, 
dor, audição, olfato, paladar, visão. Outro tipo são os interoceptores ou visceroceptores, que se localizam 
nos órgãos, nos músculos e vasos sanguíneos, monitorando o ambiente interno (GUYTON; HALL, 2006; 
TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
Os proprioceptores estão presentes nos músculos, articulações, tendões e ouvido interno, informando 
a posição do corpo, extensão e tensão muscular, posição e movimento articular. Os receptores sensitivos 
podem ser separados por classes. De acordo com as características morfológicas dos receptores, podemos 
dividi‑los em terminações nervosas livres, terminações nervosas encapsuladas e células especializadas. 
As terminações nervosas livres são formadas por dendritos sem revestimento, e são os receptores para 
dor, temperatura, cócegas, prurido e algumas sensações táteis. As terminações nervosas encapsuladas 
possuem dendritos envolvidos por uma cápsula, são os receptores para sensações somáticas e viscerais 
que incluem a pressão, a vibração e outras sensações táteis. As células especializadas estão presentes 
nos sentidos especiais (visão, audição, olfato e paladar) e fazem sinapses com neurônios sensitivos 
(GUYTON; HALL, 2006; TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
Outra forma de classificar os receptores é de acordo com o estímulo que são capazes de detectar. Os 
mecanorreceptores permitem a percepção do tato, pressão, propriocepção; os nociceptores promovem 
a percepção da dor e estímulos nocivos; os termorreceptores propiciam a percepção da temperatura; os 
fotorreceptores aceitam a detecção da luz que alcança a retina; os quimiorreceptores percebem substâncias 
químicas (paladar, odor e líquidos corporais); os osmorreceptores percebem a pressão osmótica dos líquidos 
corpóreos (GUYTON; HALL, 2006; TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
 Saiba mais
Consulte a obra a seguir:
WIDMAIER, E. P.; RAFF, H.; STRANG, K. T. V. Fisiologia humana: os mecanismos 
das funções corporais. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
Há duas vias de passagem de informações para o SNC: o sistema da coluna dorsal (lemnisco) ou 
sistema epicrítico, que envolve sensações refinadas, tato discriminativo, propriocepção, estereognosia 
(reconhecimento pela palpação), cinestesia (conhecimento da direção dos movimentos), discriminação 
de pesos e sensações vibratórias, e o sistema anterolateral ou sistema protopático, que pode ser lateral 
(sensações de dor e temperatura) e anterior (prurido, cócegas, tato grosseiro ou mal definido) (GUYTON; 
HALL, 2006; TORTORA; DERRICKSON, 2010).
42
Unidade II
O sistema da coluna dorsal (leminisco medial) leva os sinais pela coluna dorsal da medula espinhal 
até a medula oblonga por via ascendente. A seguir, as vias cruzam para o lado oposto e seguem pelo 
tronco encefálico em direção ao tálamo. O sistema anterolateral segue pelas raízes espinhais dorsais em 
direção ao corno dorsal da substância cinzenta da medula, pela coluna anterior e lateral da medula e 
atinge o tronco cerebral e o tálamo (GUYTON; HALL, 2006; TORTORA; DERRICKSON, 2010).
Figura 35 – Esquema de vias de transmissão da informação para o SNC
5.1.1 Córtex somatossensorial
É o mapeamento do córtex humano que permite a visualização das diferentes áreas funcionais 
do córtex. A área somatossensorial primária localiza‑se no giro pós‑central do lobo parietal do córtex 
cerebral. As regiões podem variar em tamanhos relativos, que normalmente são proporcionais à 
quantidade de receptores sensitivos daquela região em especial (GUYTON; HALL, 2006; TORTORA; 
DERRICKSON, 2010).
5.1.1.1 Mecanorreceptores
Podem ser estimulados muitos tipos de mecanorreceptores na pele que levam a diversas sensações 
de tato e pressão. Podem se adaptar em velocidades desiguais, e quase metade deles se adaptam 
rapidamente. Promovem a percepção de sensações de tato, pressão, vibração, propriocepção, informações 
auditivas, com o monitoramento do calibre de vasos sanguíneos e órgãos internos (GUYTON; HALL, 
2006; TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
O tato possui cerca de seis tipos de receptores, que podem ser:
• terminações nervosas livres presentes na pele e demais tecidos, podendo ter a percepção de tato 
e pressão;
• corpúsculo de Meissner, que é encapsulado, e a terminação da fibra tipo A beta, promovendo o 
tato discriminativo na ponta dos dedos e lábios;
43
FISIOLOGIA DO SISTEMA REGULADOR
• receptores do tato com terminação expandida (discos de Merkel), que percebem o tato contínuo 
de objetos com a pele;
• órgão terminal do pelo, um receptor tátil que permite a sensação do movimento dos pelos do corpo;
• órgãos terminais de Ruffini, terminações nervosas encapsuladas e com muitos ramos e que 
possuem adaptação lenta, percebendo o tato e pressão intensos e prolongados.
• corpúsculo de Pacini de adaptação muito rápida, facilitando a detecção da vibração dos 
tecidos ou alterações mecânicas do tecido (a localização está abaixo da pele e profundamente 
na fáscia).
 
Termorreceptores
Corpúsculo de Meissner –
terminações encapsuladas
Terminações nervosas livres
Corpúsculo de Ruffini –
mecanorreceptores
 (tato e pressão)
Corpúsculo de Pacini – 
mecanorreceptores
(pressão)
Receptor
folículo piloso
Pele
Figura 36 – Receptores sensoriais
A vibração é percebida pelos diferentes receptores para o tato e em diversas frequências. O prurido 
é proveniente da estimulação de terminações nervosas livres e em geral decorrentes de uma resposta 
inflamatória local. As cócegas também são transmitidas por terminações nervosas livres e usualmente 
quando há o toque de outra pessoa, e não por estímulo da própria pessoa. A transmissão é feita por fibras 
amielínicas tipo C, muito similiares às das vias da dor (GUYTON; HALL, 2006; TORTORA; DERRICKSON, 
2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
5.1.1.2 Proprioceptores
A percepção dos movimentos do corpo (cinestesia) ocorre por meio de receptores denominados 
proprioceptores. Estão localizados nos músculos, tendões e em células ciliadas presentes no ouvido 
interno, ensejando a movimentação da cabeça, a manutenção do equilíbrio e a estabilidade. A adaptação 
desses receptoresé lenta, promovendo a recepção dos impulsos para a percepção das diferentes partes 
do organismo e da coordenação.
44
Unidade II
 Observação
Os proprioceptores realizam a discriminação por pesos.
Os receptores podem ser os fusos musculares (presentes nos músculos esqueléticos), órgãos tendíneos 
(localizados na junção do tendão e músculo), receptores cinestésicos articulares (dentro e ao redor das 
cápsulas articulares das articulações sinoviais) (TORTORA; DERRICKSON, 2010).
 Saiba mais
Consulte a obra a seguir:
TORTORA, G. J.; DERRICKSON, B. Princípios de anatomia e fisiologia. 12. 
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2010.
5.1.1.3 Termorreceptores
São terminações nervosas livres que propiciam a percepção do frio e do calor. Há sensores de temperatura, 
que são canais iônicos na membrana plasmática das terminações axônicas. Os receptores de frio localizam‑se 
no estrato basal da epiderme, inseridos em fibras tipo A e poucos na fibra tipo C. Os receptores de calor não são 
abundantes em relação aos de frio e estão localizados na derme e inseridos na fibra tipo C. Em temperatura 
abaixo de 10 ºC e acima de 48 ºC, ativam o receptor de dor, levando a sensações dolorosas (GUYTON; HALL, 
2006; TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
5.1.1.4 Nociceptores
Possuem relevância, pois a dor é essencial para a sobrevivência do indivíduo. Os receptores são 
terminações nervosas livres distribuídas por todos os tecidos, exceto no encéfalo. Lesões normalmente 
causam a liberação de substâncias como as cininas, prostaglandinas e íons potássio, estimulando os 
nociceptores. Os nociceptores têm pouca adaptação, e a dor persiste enquanto permanecer o estímulo 
lesivo. Os tipos de dor incluem a dor rápida e a dor lenta (GUYTON; HALL, 2006; TORTORA; DERRICKSON, 
2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
A dor rápida ocorre normalmente 0,1 segundo após o estímulo que segue por fibras do tipo A 
mielinizadas e de diâmetro médio. É uma dor aguda, intensa e localizada, como de uma picada de agulha 
ou corte. A dor lenta inicia um segundo após o estímulo ou mais, e vai aumentando gradativamente 
em intensidade. É transmitida por fibras do tipo C amielínicas de calibre pequeno. É o tipo de dor 
pulsátil e persistente. A dor visceral ocorre em vísceras e comumente é difusa, o que pode levar a 
uma distensão ou isquemia de um órgão interno. Há diversos casos em que a dor visceral é percebida 
em outro local diferente do local lesionado, sendo denominada dor referida (GUYTON; HALL, 2006; 
TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
45
FISIOLOGIA DO SISTEMA REGULADOR
5.2 Sentidos especiais
5.2.1 Olfato
O olfato envolve a detecção do estímulo químico (cheiro) pelas células olfatórias, ocorrendo a 
transdução em sinal elétrico, que é transmitido ao sistema nervoso. O epitélio olfatório é constituído de 
três tipos de células: as células de sustentação, as basais e as receptoras olfatórias. O odor relaciona‑se 
com a estrutura da substância química, fazendo com que possamos reconhecer milhares de odores 
diferentes. Após a codificação da informação sobre essas diversas estruturas químicas, podemos 
armazenar as informações e os numerosos padrões e finalmente reconhecer o odor (GUYTON; HALL, 
2006; TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
A célula do epitélio olfatório possui uma sobrevida de aproximadamente dois meses, podendo ser 
substituída por novas células a partir de células‑tronco deste epitélio olfatório. As células receptoras 
olfatórias são os neurônios primários aferentes, que são de contato, detecção e transdução do odor. 
Um único dendrito se estende até a superfície do epitélio. Na ponta dos dendritos, há a presença de 
cílios longos e imóveis que apresentam muco em sua superfície. Estes cílios têm sítios de ligação para 
as moléculas de odor. Os axônios dos neurônios formam o nervo óptico, que é o primeiro par craniano. 
Existem milhares de células receptoras para o olfato (GUYTON; HALL, 2006; TORTORA; DERRICKSON, 
2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
As células receptoras olfatórias fazem sinapse com o bulbo olfatório na superfície inferior do lobo 
frontal, seguindo para o córtex olfatório e regiões do sistema límbico. Não há sinapse para o tálamo 
antes de se alcançar o córtex. A relação com o sistema límbico se explica porque o olfato se relaciona 
com a emoção, a procura de alimento e o estímulo sexual. Comumente a discriminação pelo olfato é 
feita pela fome, grau de atenção, sexo (mulheres são mais sensíveis), idade, estado da mucosa olfatória 
(GUYTON; HALL, 2006; TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
Epitélio olfatório
Célula 
receptora 
olfatória
Bulbo olfatório
Cílios
Figura 37 – Células receptoras olfatórias e transdução do sinal
5.2.2 Paladar
A gustação ou paladar é um sentido químico percebido pela detecção de substâncias químicas. 
As qualidades gustativas são: salgada, doce, amarga, azeda e umami (presença de glutamato e 
aminoácidos semelhantes). As células receptoras gustatórias localizam‑se nos botões gustativos na 
46
Unidade II
língua, palato, faringe e laringe. Na língua encontramos as papilas gustatórias, incluindo centenas 
de botões gustatórios. Os botões gustatórios possuem pequenos grupos de células que se dispõem 
como gomos ao redor de poros e que formam as papilas linguais. As células receptoras gustatórias 
são os quimiorreceptores do sistema gustativo. Há microvilosidades que determinam grande área de 
superfície para a detecção dos estímulos químicos. Neste caso são células epiteliais especializadas 
que transformam os estímulos químicos em sinais elétricos. As partículas do alimento necessitam 
estar dissolvidas em líquido (secreções salivares) para que possam penetrar nos poros gustativos 
(GUYTON; HALL, 2006; TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
Os sabores podem ser constatados por mecanismos de transdução diferentes. O sabor salgado 
é pela percepção dos íons sódio que penetram em canais da membrana do receptor, fazendo 
com que o estímulo para o potencial de ação seja iniciado. O sabor azedo permite que os íons 
hidrogênio bloqueiem os canais de potássio nos receptores e há despolarização devido à perda da 
corrente de hiperpolarização. O sabor doce possui receptores de proteínas de membrana que se 
ligam a açúcares e há ativação de um segundo mensageiro (acoplado à proteína G). Obstruem os 
canais de potássio, ocorrendo a despolarização. O sabor amargo e umami também são ativados 
por segundo mensageiro (GUYTON; HALL, 2006; TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; 
STRANG, 2013).
Papilas filiformes Papilas fungiformes
Figura 38 – Língua – papilas linguais
Estímulos químicos
Células
Célula de sustentação
Neurônios aferentes (gustatórios)
Receptor olfatório
Célula basal
Figura 39 – Estrutura do botão gustatório
47
FISIOLOGIA DO SISTEMA REGULADOR
5.2.3 Visão
A visão possui receptores que detectam e interpretam o estímulo luminoso pelas ondas 
eletromagnéticas. A luz visível para os seres humanos possui um comprimento de onda entre 400 
a 750 nanômetros. O olho humano é formado por três camadas, preenchidas por líquido e que 
contém duas câmaras. A esclera é uma cápsula branca ao redor do olho, ausente na superfície 
anterior onde se localiza a córnea (transparente). A retina forma a superfície posterior na região 
interna do olho, com numerosos neurônios e células sensoriais denominadas fotorreceptores. Os 
fotorreceptores são representados pelos cones e bastonetes, que ocupam várias camadas da retina 
e possuem um pigmento sensível à luz, a rodopsina. Quando a luz atinge os fotorreceptores, a 
rodopsina é transformada quimicamente e seguem as etapas da fotorrecepção. Os cones são menos 
sensíveis e possuem maior limiar para a luz do que os bastonetes, participando da visão em cores. 
Os bastonetes são muito sensíveis e têm baixos limiares. São sensíveis à baixa intensidade de luz, 
funcionando bem na escuridão (GUYTON; HALL, 2006; TORTORA;DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; 
RAFF; STRANG, 2013).
Os fotorreceptores contêm fotopigmentos que absorvem luz. Os bastonetes possuem a 
rodopsina, que é encontrada na retina. Os cones exibem três tipos distintos de cones. Os 
fotopigmentos têm as opsinas, que são proteínas ligadas à membrana, ligando‑se ao cromóforo 
(retinal, derivado da vitamina A). A opsina se liga aos cromóforos de maneira diferente e com 
isso há diversas energias de luz que serão absorvíveis. A adaptação ao escuro ocorre na medida 
em que há transformação da rodopsina na forma fotossensível, e a vitamina A é essencial 
para uma boa visão noturna. A adaptação à luz ocorre com os bastonetes, tornando‑se menos 
responsivos na luz brilhante (GUYTON; HALL, 2006; TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; 
RAFF; STRANG, 2013).
A visão em cores dissemelhantes iniciar‑se com a ativação dos fotopigmentos dos cones. Existem 
três tipos de cones: um que responde a comprimentos de onda longos (vermelhos), outro a médios 
(verdes) e a curtos (azuis). Independentemente do comprimento de onda, há ativação dos três tipos 
de cones em diversos graus. A cegueira para cores ocorre para vermelho‑verde, na maioria homens, 
existindo uma fraca distinção de cores (WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
1 1
Epitélio pigmentado
1
2 2 2
Figura 40 – Estrutura da retina – cones (1) e bastonetes (2)
48
Unidade II
Quadro 1 – Cones e bastonetes e sensibilidade à luz – visão em cores
Fotorreceptor Sensibilidade à luz Visão de cores
Bastonetes
· Baixo limiar luminoso
· Permite ver em luz fraca (luar)
· A perda determina a dificuldade de ver com a luz fraca 
Não permite a visão em cores, por isso com 
a luz fraca vemos gradações de cinzento
Cones
· Limiar elevado
· Estimulado pela luz intensa
· Maior parte das experiências visuais são medidas pelo 
sistema dos cones cuja perda produz cegueira
Produz a visão em cores
Há múltiplas vias paralelas para a transmissão da imagem pelo sistema visual. Os bastonetes e cones 
são o início da via neural e os sinais de luz são convertidos em potencial de ação para células bipolares e 
células ganglionares. Em contato com as células bipolares, as respostas são graduadas, pois não possuem 
canais regulados por voltagem. Os canais estão presentes nas células ganglionares, podendo ser gerados 
os potenciais de ação. Os axônios das células ganglionares formam o nervo óptico (II para craniano). Na 
base do encéfalo, os dois nervos se cruzam no quiasma óptico e o percurso dos tratos assume a posição 
inversa. As fibras dos nervos ópticos seguem para diversas estruturas do encéfalo, seguindo pelo tálamo 
(GUYTON; HALL, 2006; TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
Olho 
esquerdo
Campo
Nervo óptico
Quiasma óptico
Trato óptico
Olho 
direito
Córtex cerebral
Figura 41 – Vias ópticas
49
FISIOLOGIA DO SISTEMA REGULADOR
5.2.4 Audição
A audição ocorre devido à transdução das ondas sonoras em sinal elétrico, que é enviado para o 
sistema nervoso. O som é produzido por ondas de compressão e descompressão, e elas são transmitidas 
no ar ou água e a unidade expressa no som é medida em decibéis (dB). O ouvido humano é sensível a 
frequências entre 20 a 20 mil hertz (mais sensível entre 2 e 5 mil hertz) (GUYTON; HALL, 2006; TORTORA; 
DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
A transdução auditiva ocorre devido a uma transformação da pressão do som em sinal elétrico. As 
orelhas externa e interna são cheias de ar e a orelha interna contém o órgão de Corti, que é banhado 
pela endolinfa (escala média) e possui células sensoriais auditivas que participam da transdução auditiva. 
Há dois tipos de células receptoras: as células ciliadas internas e as externas. Normalmente há poucas 
células ciliadas internas em colunas simples e numerosas células ciliadas externas dispostas em colunas 
paralelas (GUYTON; HALL, 2006; TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
Na audição ocorre a entrada das ondas sonoras pelo meato acústico externo, seguindo até a 
membrana timpânica, que se move de acordo com a pressão sonora. Em geral a membrana timpânica é 
muito sensível às diferentes variações das ondas sonoras (desde a baixa frequência até a alta frequência). 
A vibração da membrana timpânica movimenta três ossículos, que são chamados de martelo, bigorna 
e estribo, transferindo a força da onda sonora para a janela oval. Como a janela oval é menor que a 
membrana timpânica, a pressão pode aumentar de 15 a 20 vezes. Há contração do músculo tensor do 
tímpano (fixado ao martelo), que amortece a movimentação do osso, e o estapédio controla a mobilidade. 
A transmissão da energia sonora é encaminhada para a cóclea, que apresenta o ducto coclear, que 
contém receptores sensoriais do sistema auditivo (TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; 
STRANG, 2013).
Orelha externa
Direciona as ondas sonoras 
para o canal auditivo
Transmissão através da 
membrana timpânica
Movimentação da membrana 
timpânica e dos ossículos
Empurra a parte achatada do 
estribo contra a janela oval
Desloca o líquido na orelha 
interna (cóclea) vibração
Células ciliadas auditivas são 
mecanorreceptores situados no órgão de Corti
Figura 42 – Transdução auditiva
50
Unidade II
No interior do ducto coclear, há um líquido (a endolinfa) com a composição similar ao líquido 
intracelular. Ao redor do ducto (de ambos os lados), existem compartimentos preenchidos pela 
perilinfa com composição similar à do líquor. Acima do ducto coclear, está a rampa do vestíbulo; 
abaixo, a rampa do tímpano. Ambas continuam na extremidade final do ducto coclear, o 
helicotrema. As células ciliadas presentes no órgão de Corti são mecanorreceptores e podem ser de 
dois tipos: células ciliadas internas (em fileira única) e células ciliadas externas (em três fileiras). Os 
estereocílios permitem que as ondas de pressão sejam traduzidas em potencial receptor, de acordo 
com a movimentação do líquido presente no ducto coclear. As células ciliadas externas estão 
inseridas na membrana tectória, que recobre o órgão de Corti. Há liberação do neurotransmissor 
glutamato pela célula ciliada, ativando cerca de dez neurônios aferentes Os potenciais de ação 
são gerados e os axônios formam o ramo coclear do nervo vestíbulo coclear (WIDMAIER; RAFF; 
STRANG, 2013).
No aparelho vestibular do ouvido interno, encontram‑se células ciliadas. O aparelho vestibular é 
formado por um conjunto de tubos membranosos que são preenchidos pela endolinfa. Notam‑se três 
canais semicirculares membranosos e duas projeções com forma de saco, denominados sáculo e utrículo. 
Essas células ciliadas percebem alterações do movimento e da posição da cabeça.
 Observação
Na orelha interna, o aparelho vestibular e a cóclea estão no interno de 
cavidades ósseas com o formato complexo, sendo muitas vezes designada 
como labirinto.
Os canais semicirculares percebem a rotação da cabeça nos três eixos perpendiculares, com a presença 
de células receptoras, que possuem estereocílios encapsulados no interior de uma massa gelatinosa 
denominada cúpula, estendendo‑se até uma saliência na parede de cada ducto, que é chamado de 
ampola. O utrículo e o sáculo promovem a percepção da movimentação para cima, para baixo, para trás 
e para a frente, além de mudanças de posição da cabeça (TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; 
RAFF; STRANG, 2013).
5.3 Motricidade
A motricidade possui um controle neuronal em um sistema organizado hierarquicamente, e a 
informação segue pelos neurônios que comandam a informação do movimento dos centros superiores 
para o córtex motor. Os centros superiores incluem as áreas somatossensoriais e motoras, áreas de 
associação, áreas envolvidas na memória, nas emoções e na motivação (TORTORA; DERRICKSON, 2010; 
WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
51
FISIOLOGIA DO SISTEMA REGULADOR
Vias superiores
Tálamo
CerebeloTronco encefálico
Efetores
Tronco encefálico 
e medula espinhal
Receptores 
sensoriais
Córtex somatossensorial e motor
Núcleos da base
Neurônios sensitivosNeurônios motores
Figura 43 – Controle dos movimentos pelos centros superiores
Os movimentos voluntários podem ser controlados pelos níveis superiores abrangendo áreas relacionadas 
com a memorização, emoções, córtex somatossensorial e motor, além de vias de associação. Essas áreas recebem 
as indicações que seguem pela via aferente de outras áreas do encéfalo. Neste nível, a movimentação ocorre 
conforme a intenção do indivíduo. No nível intermediário, as regiões envolvidas são o córtex somatossensorial 
e motor, cerebelo, regiões do núcleo da base e alguma áreas do tronco encefálico. Neste nível há transmissão 
das informações pelas vias descendentes em direção ao controle local. No nível local há sincronização das 
referências entre músculos e articulações, com a participação de interneurônios do tronco encefálico ou da 
medula espinhal, neurônios sensitivos e motores (WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
O papel do córtex cerebral é importante ao se planejar e governar o movimento voluntário em 
todos os níveis. O domínio motor é realizado por neurônios que originam as vias descendentes e são 
provenientes do córtex motor primário e área pré‑motora. Os grupos musculares distribuídos pelo corpo 
são governados de acordo com o mapeamento do córtex motor ou homúnculo motor. As áreas, embora 
sejam distintas, estão conectadas entre si, indicando que qualquer neurônio pode atuar em mais de um 
movimento, e muitos neurônios podem participar de um movimento único (TORTORA; DERRICKSON, 
2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
 Lembrete
A postura e movimentos dependem de ações voluntárias (centros 
superiores elevados) e involuntárias (medula espinhal).
Os movimentos conscientes com a atenção em um propósito determinado caracterizam um 
movimento voluntário, e os movimentos inconscientes, automáticos e reflexos são involuntários 
(TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
52
Unidade II
Os neurônios motores são supervisionados localmente por neurônios sensitivos e aferentes de 
proprioceptores presentes nos músculos, tendões, articulações e pele. Os interneurônios constituem cerca de 
90% dos neurônios presentes na medula espinhal, possuindo processos que seguem para cima e para baixo 
em uma curta distância na medula espinhal e no tronco encefálico, podendo seguir para outro local do SNC. 
Os movimentos complexos abrangem processos mais longos de interneurônios. Geralmente estão envolvidos 
na coordenação de atividades rítmicas repetidas (caminhar ou correr), ativação e inibição de movimentos dos 
membros em sequência alternada (TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
Os neurônios aferentes encaminham as informações sensoriais de proprioceptores nos músculos 
esqueléticos controlados por neurônios motores, nos músculos antagonistas, nos tendões e articulações e nas 
regiões da pele que recebem a ação de músculos. O monitoramento dos receptores percebe as diferenças de 
comprimento e de tensão dos músculos (TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
5.3.1 Vias motoras
O movimento e a postura podem ser influenciados por diversas regiões do encéfalo e as informações 
seguem pelas vias descendentes em direção aos neurônios motores e interneurônios. Existem dois tipos 
de vias, as vias corticoespinhais (originadas no córtex cerebral) e as vias do tronco encefálico (originadas 
no tronco encefálico). Em ambos os casos, as sinapses ocorrem no final com neurônios motores. A 
via corticoespinhal (sistema piramidal) possui os corpos celulares no córtex somatossensorial e motor 
e termina na medula espinhal. Essas fibras são acompanhadas pelas fibras da via corticobulbar (que 
termina no tronco encefálico). Elas realizam o controle dos neurônios motores que inervam o olho, a 
face, a língua, a garganta, além da movimentação da cabeça e do pescoço. A via corticoespinhal governa 
a musculatura do corpo. As vias do tronco encefálico descem pela medula espinhal em direção aos 
neurônios motores. Podem ser designadas como sistema extrapiramidal ou vias indiretas. Os axônios dos 
neurônios influenciam os músculos do mesmo lado do corpo na maioria dos casos. Essas vias recebem a 
denominação na medula espinhal, de acordo com o local de origem, e comandam os músculos do tronco 
de postura ortostática, equilíbrio e deambulação. A manutenção do tônus muscular é a resistência que 
se observa na musculatura mesmo no momento em que o músculo esquelético está relaxado (TORTORA; 
DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
5.3.2 Reflexos
Os reflexos correspondem a respostas rápidas, automáticas e previsíveis em resposta a alterações 
ambientais. O reflexo suprassegmentar envolve cérebro e cerebelo; o segmentar, a medula espinhal e 
o tronco encefálico; os cranianos, o tronco encefálico; os espinhais, a medula espinhal; os somáticos, 
a contração do músculo estriado esquelético. Já os reflexos autonômicos são viscerais (TORTORA; 
DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
Os reflexos monossinápticos são os que possuem arcos reflexos únicos e monossinápticos (por 
exemplo: reflexo do estiramento). Os demais reflexos são polissinápticos quando apresentam pelo 
menos um interneurônio. O arco reflexo é formado pelo receptor sensorial, neurônio sensorial, centro 
integrador, neurônio motor e órgão efetor (músculo estriado, músculo liso, glândulas) (TORTORA; 
DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
53
FISIOLOGIA DO SISTEMA REGULADOR
 Receptor 
sensorial
Efetor
(músculos e glândulas)
Figura 44 – Componentes do arco reflexo
O reflexo do estiramento ocorre no reflexo patelar. Quando ocorre a percussão do tendão patelar, 
há ativação dos receptores de estiramento dos músculos da coxa, iniciando potenciais de ação que 
levam a sinapses excitatórias nos neurônios motores. Após essa estimulação, ocorre a extensão da perna 
do paciente. O reflexo de retirada inicia‑se após a ativação dos músculos flexores e inibe os músculos 
extensores do mesmo lado impulsionado (ipsilateral), o que afasta o membro atingido pelo estímulo 
lesivo. No lado oposto (contralateral), há extensão dos músculos, com o reflexo extensor cruzado 
(TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
5.4 Estruturas do encéfalo
Cérebro
Tronco 
encefálico
Medula 
espinhal
Cerebelo
Figura 45 – Estruturas do encéfalo
5.4.1 Cerebelo
O cerebelo está localizado na região dorsal ao tronco encefálico, e é um centro de coordenação dos 
movimentos muito importante, controlando a postura e equilíbrio. Indiretamente está envolvido com o 
movimento porque leva impulsos aferentes para o tronco encefálico. Ainda, pelo tálamo, as informações 
seguem em direção ao córtex somatossensorial e motor, levando‑as pelas vias descendentes ao neurônio 
motor. São recebidas referências do córtex motor e sensorial, sistema vestibular, pele, olhos, músculos, 
articulações e tendões. O cerebelo auxilia na coordenação dos movimentos, com o envolvimento de 
54
Unidade II
articulações, memorizando os movimentos para que possam ser reproduzidos. O planejamento e a 
integração das informações também são coordenadas pelo cerebelo. Indivíduos que apresentam um 
problema cerebelar não são capazes de realizar movimentos oculares ou suaves dos membros, denotando 
tremor. O cerebelo permite que se tenha precisão e sincronismo dos movimentos em tarefas complexas 
(WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
5.4.2 Tronco encefálico
No tronco encefálico seguem todas as fibras nervosas que transmitem referências para o cerebelo, 
prosencéfalo e medula espinhal. Neste local há a passagem da formação reticular, composta de corpos 
celulares de neurônios intercalados por feixes de axônios, com função de recepção e integração das 
informações que seguem pela via aferente para o SNC (TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; 
STRANG, 2013).
O bulbo é denominado medula oblonga e continua com a medula espinhal, iniciando no forame 
magno até a porção inferior da ponte. Na substância branca estão os tratos sensitivos e motoresentre a medula espinhal e o encéfalo. Apresenta diversos núcleos que controlam as funções vitais do 
organismo, as funções motoras e o centro cardiovascular. Ainda regula o diâmetro dos vasos, o governo 
do centro respiratório (área inspiratória rítmica), do ciclo circadiano (sono e vigília) e da atenção. Os 
neurotransmissores liberados são aminas biogênicas, normalmente, afetando todos os níveis do sistema 
nervoso. O ciclo circadiano inclui o sono e a vigília. No sono há um estado de alteração da consciência 
ou a inconsciência parcial com baixa atividade do sistema reticular ativador. O estado de vigília se 
refere ao aumento da atividade do sistema reticular ativador, determinando um estado de consciência 
(TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
Quadro 2 – Tronco encefálico
Bulbo Ponte Mesencéfalo
• Centro cardiovascular
• Centro respiratório
• Controle dos reflexos:
 – vômito
 – tosse
 – deglutição
 – espirro
 – soluço
• Núcleo de tratos sensitivos e motores
• Centro respiratório (áreas 
pneumotáxica e apnêustica)
• Centros reflexos de atividades visuais
• Reflexo do susto
O centro do vômito localizado no bulbo faz com que ocorra o vômito, que corresponde a 
uma expulsão forçada de conteúdos da porção superior do trato gastrointestinal. O centro da 
deglutição no bulbo permite que ocorra a deglutição do alimento que se desloca da cavidade 
oral em direção à faringe. O espirro é a expulsão do ar pelo nariz e pela boca devido a uma 
contração espasmódica dos músculos da respiração. A tosse corresponde a uma expulsão rápida 
de ar pelas vias aéreas superiores após uma inspiração e expiração intensa. O soluço provém de 
55
FISIOLOGIA DO SISTEMA REGULADOR
um som agudo na inalação após contrações espasmódicas do diafragma. No bulbo estão o núcleo 
gustativo do bulbo (via gustativa), os núcleos cocleares do bulbo, que participam da via auditiva, 
os núcleos vestibulares do bulbo e da ponte, que participam do equilíbrio (orelha interna ao 
encéfalo). Ainda estão os núcleos que se associam aos cinco pares de nervos cranianos, que 
são: nervo vestibulococlear (VIII), glossofaríngeo (IX), vago (X), acessório (XI) e hipoglosso (XII) 
(TORTORA; DERRICKSON, 2010).
A ponte está na região superior ao bulbo com conexões formadas por feixes de axônios entre 
as regiões do encéfalo. Existem núcleos e tratos sensitivos e motores. Envolve os movimentos 
voluntários que seguem de áreas motoras do córtex cerebral, direcionados para os núcleos pontinos 
no cerebelo. Também são encontrados os núcleos vestibulares (equilíbrio). A área pneumotáxica e 
apnêustica do centro respiratório localiza‑se na ponte. Estas áreas auxiliam a controlar a respiração 
juntamente com a área respiratória rítmica bulbar. Há núcleos associados com os seguintes pares de 
nervos cranianos: nervo trigêmio (V), abducente (VI), facial (VII), vestibulococlear (VIII) (TORTORA; 
DERRICKSON, 2010).
Córtex 
cerebral
Globo 
pálido
Ponte
Medula
Corpo 
mamilar
Cerebelo
Hipo
camp
o
Fórnix Núcleo caudado
Putâmen
Amígdala
Tálamo
Figura 46 – Corte transversal do encéfalo
5.4.3 Mesencéfalo
Localizado entre a ponte e o diencéfalo, e o aqueduto passa e atravessa o terceiro ventrículo. Na 
região anterior, existe um par de pedúculos cerebrais que apresentam axônios dos tratos denominados 
corticoespinhais, corticopontinos e corticobulbares, comandando as áreas motoras de cada região. 
Na região posterior (teto), há duas elevações superiores, os colículos superiores (centros reflexos de 
atividades visuais e respostas com movimentos da cabeça, olhos e tronco para atividades visuais). 
Os colículos inferiores relacionam‑se com a parte auditiva. As duas regiões são centros reflexos para 
o reflexo do susto e suas manifestações. Outros núcleos são a substância negra direita e esquerda 
que seguem até os núcleos da base, controlando atividades musculares subconscientes. A doença de 
Parkinson se liga a lesões neuronais nesses núcleos. Também existe o núcleo rubro direito e esquerdo 
56
Unidade II
com um rico suprimento sanguíneo, governando movimentos voluntários quando em associação com 
o cerebelo e córtex cerebral. Os pares de nervos cranianos relacionados são o nervo oculomotor (III) e 
nervo troclear (IV) (TORTORA; DERRICKSON, 2010).
5.4.4 Formação reticular
Localizado entre a região superior da medula espinhal, todo tronco encefálico até a região inferior 
do diencéfalo, com a substância cinzenta (aglomerado de corpos celulares de neurônios) e a substância 
branca (pequenos feixes de axônios mielinizados) formando um arranjo reticulado. Abrange as vias 
aferentes (sensitivas) e eferentes (motoras), apresentando o sistema de ativação reticular (SAR), que 
contém axônios sensitivos que seguem em direção ao córtex cerebral. O SAR está envolvido com o 
estado de consciência ao despertar, o sono. A formação reticular tem papel na regulação da postura e 
tônus muscular (TORTORA; DERRICKSON, 2010).
5.4.5 Sistema límbico
É formado por estruturas conectadas, incluindo porções do lobo frontal, lobo temporal, tálamo e 
hipotálamo e as fibras que se conectam. Há ainda uma conexão dessas áreas com outras regiões do 
SNC. O lobo límbico possui em sua estrutura o giro do cíngulo (acima do corpo caloso), o giro para 
hipocampal (abaixo do lobo temporal), que apresenta o hipocampo estendendo‑se até o assoalho 
do ventrículo lateral. Ainda, o giro denteado, a tonsila (próximo à cauda do núcleo caudado), 
núcleos septais, corpos mamilares do hipotálamo, núcleo anterior e núcleo medial, bulbos olfatórios 
(GUYTON; HALL, 2006). As estruturas estão relacionadas com o aprendizado, comportamentos e 
experiências emocionais e as funções de vísceras e endócrinas. Os impulsos eferentes provenientes 
do sistema límbico são coordenados pelo hipotálamo (TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; 
RAFF; STRANG, 2013).
O giro do cíngulo está associado aos conteúdos da memória e a emoções como agressividade, 
ansiedade e depressão. O giro para hipocampal está conectado com a memorização, e lesões 
permitem armazenar novas memórias, mas não memórias antigas. O hipotálamo é a estrutura 
central do sistema límbico, influenciando o comportamento e emoções dos indivíduos. Ao se 
estimular a região lateral do hipotálamo, aumenta‑se sua atividade, havendo sede, fome, fúria 
ou luta. Ao se impulsionar o núcleo ventromedial, é possível observar reações contrárias às da 
região lateral. Quando estimulados, os núcleos paraventriculares expressam reações de punição 
e medo. Porções anteriores e posteriores podem ativar o impulso sexual. O tálamo liga‑se à 
motricidade, sensibilidade, emoção e ativação do córtex cerebral. O hipocampo tem funções 
importantes ligadas ao comportamento e à memória. Correlata também com decisões, com a 
resposta imune pela relação da memória com os níveis de interleucina (ESPERIDIÃO‑ANTONIO 
et al., 2008).
57
FISIOLOGIA DO SISTEMA REGULADOR
Giro de cíngulo
Giro para‑hipocampal
Área septal 
(septo)
Corpo mamilar
Hipotálamo
Amígdala
Tálamo
Figura 47 – Estruturas do sistema límbico
5.4.6 Hipotálamo
Localizado abaixo do tálamo, constitui uma pequena parte do diencéfalo. Apresenta centros de 
comando neural e endócrino. Faz o controle das atividades do organismo, participa da regulação 
homeostática, comanda os padrões emocionais e comportamentais em conjunto com o sistema límbico, 
regula a ingestão de alimentos (centro da fome e da saciedade) e de água (centro da sede). Participa da 
termorregulação e da regulação do ciclo circadiano e estados de consciência (TORTORA; DERRICKSON, 
2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
Possui diversos núcleos, que são subdivididos em quatro áreas principais:
• Hipotalâmica posterior (região mamilar): incluindo os corpos mamilares e os núcleos posteriores 
do hipotálamo. A função dos corpos mamilares está relacionada com os reflexos envolvidos na 
percepção do olfato.
• Hipotalâmica intermédia (região tuberal): incluindo os núcleos dorsomedial, ventromedial, 
arqueado,infundíbulo e funicular, que conectam o hipotálamo com a hipófise.
• Hipotalâmica rostral (região supraóptica): localizada acima do quiasma óptico, contém os núcleos 
paraventriculares, supraóptico, anterior do hipotálamo e supraquiasmático.
• Pré‑óptica: na região anterior da parte supraóptica, regula as atividades autonômicas, contendo 
os núcleos pré‑ópticos laterais e mediais.
Para a manutenção da homeostasia, os receptores sensoriais (sensações somáticas ou viscerais) levam 
as informações para o hipotálamo. Há receptores que realizam o monitoramento da pressão osmótica, 
o nível de glicose, a concentração de hormônios (em relação com a hipófise) e a termorregulação. As 
funções essenciais do hipotálamo são (TORTORA; DERRICKSON, 2010):
58
Unidade II
• Controle da atividade do sistema nervoso autônomo, regulando a atividade da musculatura lisa, 
musculatura cardíaca e glândulas. Há a regulação das atividades viscerais, como a frequência 
cardíaca, peristaltismo e contração da bexiga urinária.
• Produção hormonal para regulação das atividades de liberação hormonal pela hipófise.
• Regulação de emoções e comportamento, que, em conjunto com o sistema límbico, colabora com 
a expressão de emoções (raiva, dor, prazer, agressividade) e de comportamento.
• Supervisão da ingestão da água e alimentos, contendo o centro da fome, centro da saciedade e 
da sede.
• Termorregulação: o hipotálamo influencia o sistema autônomo para que ocorra a perda do calor 
ou a produção de calor.
• Regulação dos estados de consciência e ciclo circadiano, que estabelecem os ritmos circadianos 
com o padrão da atividade biológica do indivíduo.
5.4.7 Epitálamo
Fica na região posterior e superior ao tálamo, contendo a glândula pineal e núcleos habenulares. 
A glândula pineal secreta o hormônio denominado melatonina, acredita‑se que esteja envolvida 
com a regulação da atividade biológica do indivíduo – controlada pelo núcleo supraquiasmático do 
hipotálamo. Como sua liberação é durante o período da noite, este hormônio relaciona‑se com a 
indução do sono. Os núcleos habernulares estão envolvidos com as respostas emocionais aos odores 
(TORTORA; DERRICKSON, 2010).
5.4.8 Medula espinhal
A medula espinhal é uma estrutura cilíndrica localizada no interior da coluna vertebral. Os nervos 
espinhais realizam a comunicação da medula com as regiões específicas do corpo. Há 31 pares de nervos 
espinhais que seguem a partir dos forames intervertebrais em intervalos regulares. A denominação dos 
nervos espinhais é conforme o segmento em que se localizam, e são:
• 8 pares de nervos cervicais (C1 a C8);
• 12 pares de nervos torácicos (T1‑T12);
• 5 pares de nervos lombares (L1‑L5);
• 5 pares de nervos sacrais (S1‑S5);
• 1 par de nervos coccígeos (Co1).
59
FISIOLOGIA DO SISTEMA REGULADOR
Possui uma região central em forma de “H” e a substância cinzenta contendo interneurônios, 
corpos celulares e dendritos dos neurônios eferentes. Há células da glia e axônios de neurônios 
aferentes. Externamente observamos a substância branca com axônios mielinizados. As fibras 
aferentes entram por neurônios periféricos pela raiz posterior, com a recepção sensorial provenientes 
da pele, músculos e órgãos seguindo em direção ao SNC. Os axônios de neurônios eferentes saem 
da medula espinhal pela raiz anterior, abrangendo neurônios motores que levam a informação do 
SNC em direção ao efetor (músculos e glândulas) (TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; 
STRANG, 2013).
Raiz posterior
Raiz anterior
Figura 48 – Estruturas do encéfalo
A substância cinzenta apresenta os cornos posteriores, anteriores e laterais da substância 
cinzenta. Nos cornos posteriores, estão os corpos celulares de neurônios de interneurônios e de 
neurônios sensoriais. Nos cornos anteriores, estão os núcleos motores somáticos com corpos 
celulares de neurônios motores, que levam a informação para a contração do músculo estriado 
esquelético. Os cornos laterais localizam‑se entre os dois outros cornos, nos segmentos da região 
torácica e lombar superior da medula espinhal. Neste corno, estão os núcleos motores autonômicos 
regulando a atividade dos músculos liso, cardíaco e das glândulas. A substância branca possui três 
regiões, que são os funículos:
• anteriores;
• posteriores;
• laterais.
6 SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO
O sistema nervoso autônomo envolve as respostas do sistema nervoso simpático e sistema 
nervoso parassimpático que inervam as vísceras. O equilíbrio do tônus autônomo é regulado pelo 
hipotálamo. O sistema nervoso autônomo possui dois neurônios em série, o primeiro (neurônio 
pré‑ganglionar‑fibra mielínica tipo B) apresenta o corpo celular no SNC, e a sinapse ocorre 
em um gânglio autônomo, seguindo pelo segundo, o neurônio pós‑ganglionar (fibra tipo C), 
em direção à célula efetora. No sistema nervoso somático, no entanto, há apenas o neurônio 
eferente, que segue do SNC ao órgão efetor (TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; 
STRANG, 2013).
60
Unidade II
 
Sistema nervoso somático
Sistema nervoso autônomo
Neurônio pré‑gangionar
Neurônio pós‑gangionar
Gânglio
SNC
SNC
Órgão efetor
(músculo esquelético)
Músculo liso ou cardíaco, 
glândulas, neurônios do 
trato gastrointestinal
Figura 49 – Diferenças da transmissão do impulso nervoso entre o sistema nervoso somático e autônomo
Os neurônios pré‑ganglionares possuem os corpos celulares localizados nos cornos laterais da substância 
cinzenta da medula espinhal, nos segmentos da região torácica e nos dois primeiros segmentos da região 
lombar. O sistema simpático é denominado toracolombar. No sistema parassimpático, os corpos celulares de 
neurônios localizam‑se nos núcleos dos nervos cranianos III, VII, IX e X, no tronco encefálico e nos cornos 
laterais da substância cinzenta, segundo o quarto segmento da região sacral da medula espinhal. O sistema 
parassimpático é qualificado craniossacral (TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
Os gânglios autônomos são subdivididos em gânglios simpáticos e parassimpáticos. A localização 
dos gânglios nos dois sistemas difere entre si. No sistema simpático, há uma cadeia de gânglios, um 
de cada lado da medula espinhal, são chamados de troncos simpáticos. Os gânglios colaterais são os 
gânglios celíacos, mesentérico superior e inferior na cavidade abdominal. Os gânglios parassimpáticos 
estão no interior dos órgãos ou próximos a eles. A saída dos neurônios pré‑ganglionares variam entre 
os dois sistemas. No simpático, o neurônio pré‑ganglionar sai da medula espinhal toracolombar. No 
sistema parassimpático, os pré‑ganglionares se originam do tronco encefálico e da medula espinhal da 
região sacral (TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
Os neurônios autonômicos podem liberar neurotransmissores diferentes. Os neurônios adrenérgicos 
dispensam norepinefrina (Nor), que se liga a receptores denominados adrenérgicos, que são presentes nos 
órgãos e podem ser α ou β. A epinefrina emitida pela medula da adrenal também pode se acoplar a receptores 
adrenérgicos. Os neurônios colinérgicos liberam a acetilcolina (ACh) e podem se unir a receptores designados 
como nicotínicos e muscarínicos (TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
Maioria dos órgãos recebe inervação de ambos (dupla inervação)
SN simpático SN parassimpático
• Neurônios pré‑ganglionares
• Origem:
 – medula espinhal toracolombar
• Neurônios pré‑ganglionares
• Origem:
– tronco encefálico
– medula espinhal sacral
Figura 50 – Diferenças da origem dos neurônios pré‑ganglionares entre sistema nervoso simpático e parassimpático
61
FISIOLOGIA DO SISTEMA REGULADOR
A ACh pode‑se ligar com os receptores nicotínicos e muscarínicos presentes nas membranas dos 
dendritos e corpos celulares de neurônios pós‑ganglionares tanto do simpático como do parassimpático, 
na medula da adrenal e na junção neuromuscular. Os receptores nicotínicos podem se agregar também 
com a nicotina. Os receptores muscarínicos estão presentes nosefetores (músculo liso, músculo cardíaco 
e glândulas). A muscarina (veneno de cogumelo) pode também se ligar aos receptores muscarínicos. Na 
maioria das glândulas sudoríparas, a inervação simpática libera Ach, que se une a receptores muscarínicos 
no neurônio simpático pós‑ganglionar colinérgico (TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; 
STRANG, 2013).
Quando ocorrer a ativação dos receptores nicotínicos pela Ach, ocorrerá a excitação do neurônio 
pós‑ganglionar em um efetor autonômico ou na musculatura estriada esquelética. Na ativação dos 
receptores muscarínicos pela Ach, há uma despolarização ou uma hiperpolarização, dependendo 
da localização. Há relaxamento de esfíncteres do músculo liso no trato gastrointestinal (inibição), 
podendo haver excitação com contração da musculatura circular da íris. A ACh é inativada pela enzima 
acetilcolinesterase (AChE), possibilitando efeitos breves para os seus efeitos (TORTORA; DERRICKSON, 
2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
Sistema nervoso simpático
Inervação simpática – maioria dos tecidos efetores
Inervação simpática – maioria das glândulas sudoríparas
SNC
ACh
ACh
ACh
Receptor 
nicotínico
Receptor 
nicotínico
Receptor 
nicotínico
Receptor β 
adrenérgico
Receptor 
muscarínico
Receptor 
muscarínico
Gânglio
Gânglio
Gânglio
Nor
ACh
ACh
SNC
Sistema nervoso parassimpático
Figura 51 – Diferenças da liberação de neurotransmissor no sistema nervoso simpático e parassimpático
62
Unidade II
Os neurônios adrenérgicos ejetam norepinefrina (NE) ou noradrenalina. Na maioria dos neurônios 
pós‑ganglionares simpáticos, há emissão da NE (adrenérgica). Ao se ligar aos receptores, a NE pode 
promover a excitação ou a inibição do órgão efetor. A NE e a epinefrina (liberada pela adrenal) ligam‑se 
aos receptores adrenérgicos. Os dois tipos são os receptores α (alfa) e β (beta). Os subtipos são α1, α2, 
β1 e β2, dependendo da sua resposta específica, e a NE estimula com mais intensidade os receptores 
alfa do que os beta. A NE pode ser captada pelo axônio que dispensou, pode ser inativada pela 
catecol‑O‑metiltransferase (COMT) ou pela monoamina oxidase (MAO). Normalmente a NE permanece 
um período maior em comparação com a ACh.
Hipotálamo
Medula espinhal
Glândula adrenal
Liberação de catecolaminas no sangue
Ação nos órgãos 
Figura 52 – Ativação do sistema simpático
Quadro 3 – Distribuição dos receptores alfa e beta
Receptores
adrenérgicos Localização
α1
• Fibras musculares lisas nos vasos sanguíneos das glândulas salivares, pele, túnicas 
mucosas, rins, vísceras abdominais, músculo radial da íris, músculos dos esfíncteres 
do estômago e bexiga urinária.
• Células das glândulas salivares.
• Glândulas sudoríparas nas palmas das mãos e planta dos pés.
α2
• Fibras musculares lisas em alguns vasos sanguíneos.
• Células das ilhotas pancreáticas – células beta.
• Células acinares do pâncreas.
• Plaquetas.
β1
• Fibras musculares cardíacas.
• Células justaglomerulares dos rins.
• Neuro‑hipófise.
• Células adiposas.
β2
• Músculo liso da parede das vias respiratórias.
• Vasos sanguíneos que suprem o coração.
• Músculo esquelético.
• Tecido adiposo.
• Fígado.
• Parede dos órgãos viscerais (bexiga urinária).
• Músculo ciliar no bulbo do olho.
• Hepatócitos.
B3 • Tecido adiposo marrom 
63
FISIOLOGIA DO SISTEMA REGULADOR
As respostas simpáticas envolvem a resposta de luta ou fuga e favorecem as tarefas que se relacionam 
à atividade física vigorosa e rápida produção de ATP. Concomitantemente há redução das atividades 
que facilitam o armazenamento de energia. Um conjunto de respostas surge a partir da estimulação 
simpática e da liberação de hormônios da adrenal. Em geral os efeitos da ativação simpática possuem 
maior duração que os da parassimpática. Os efeitos são (GUYTON; HALL, 2006; TORTORA; DERRICKSON, 
2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013):
• Midríase (dilatação da pupila).
• Taquicardia com aumento da força de contração do coração. Há elevação da pressão arterial.
• Broncodilatação, com movimentos mais rápidos do ar entrando e saindo do pulmão.
• Vasoconstrição nos rins e trato gastrointestinal, com retração do fluxo sanguíneo, diminuição da 
formação de urina e atividades de digestão.
• Vasodilatação nos músculos esqueléticos, cardíaco, fígado e tecido adiposo, com maior fluxo 
sanguíneo.
• Glicogenólise pelos hepatócitos (células do fígado dispensam a glicose do glicogênio), e lipólise do 
tecido adiposo (emissão do glicerol e ácidos graxos dos triglicerídeos).
• Aumento do nível de glicose no sangue.
As respostas parassimpáticas incluem atividades de repouso e digestão. Há uma atividade conservadora 
e restauradora da energia durante os momentos de repouso e recuperação. Há estimulação da salivação, 
lacrimação, produção de urina, defecação e digestão, bradicardia e bradipneia e miose (contração das 
pupilas) (GUYTON; HALL, 2006; TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
6.1 Reflexos autônomos
Ocorre quando as respostas seguem por um arco reflexo autônomo. Normalmente os reflexos 
relacionam‑se ao controle da pressão arterial, da frequência cardíaca, da força de contração ventricular 
e diâmetro do vaso sanguíneo. Há ajuste da motilidade e tônus dos músculos do trato gastrointestinal, 
ajuste da abertura e fechamento dos esfíncteres da micção e defecação. Os componentes do arco reflexo 
são (GUYTON; HALL, 2006; TORTORA; DERRICKSON, 2010; WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013):
• Receptor normalmente associado a interoceptores, similar ao das vias motoras.
• Neurônio sensitivo que leva a informação para o SNC.
• Centro integrador no hipotálamo e no tronco encefálico, e os reflexos da micção e defecação na 
medula espinhal. Há a presença de interneurônios dentro do SNC.
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Unidade II
• Neurônios motores que encaminham o impulso em direção ao efetor.
• Efetores: que são o músculo liso, músculo cardíaco e glândulas.
O controle autônomo não tem a percepção consciente, pois o centro integrador das respostas 
autônomas está localizado na medula espinhal ou nos centros inferiores do encéfalo. O hipotálamo 
é o centro de comando e integração que recebe a referência sensitiva do olfato, paladar, temperatura, 
osmolaridade, níveis de substâncias no organismo, bem como emoções do sistema límbico. A informação 
segue pelo tronco encefálico e medula espinhal. As regiões lateral e posterior do hipotálamo governam 
a via simpática, e as partes medial e anterior do hipotálamo regulam a região parassimpática.
Os anestésicos locais bloqueiam a condução dos impulsos nervosos pelos axônios dos neurônios de 
primeira ordem (TORTORA; DERRICKSON, 2010).
 Lembrete
Em um indivíduo com perda auditiva temporária ou permanente, pode 
ocorrer um som (“zumbido”), que se deve a uma ativação indevida de 
neurônios cocleares aferentes após a perda ou lesão das células ciliadas 
(WIDMAIER; RAFF; STRANG, 2013).
 Resumo
Nesta unidade, evidenciamos que os sentidos incluem os sentidos 
gerais e os especiais. Nos primeiros, existem receptores que percebem as 
variações encontradas no ambiente e levam a informação para o SNC, 
resultando em uma resposta motora. Já os gerais são mecanorreceptores, 
termorreceptores, nociceptores, proprioceptores. Os mecanorreceptores 
permitem a captação das variações de pressão, tato, vibração, prurido, 
cócegas. Os termoreceptores promovem a identificação de diferentes 
temperaturas, e em temperaturas extremas são acionados os receptores 
da dor. Os nociceptores facultam a percepção da dor rápida, dor lenta e 
dor referida. Os proprioceptores possibilitam perceber as variações da 
movimentação de músculos e articulações.
Os sentidos especiais incluem a visão, a audição, o olfato e o paladar. 
O olfato e o paladar percebem variações químicas e encaminham a 
percepção como potencial de ação para o SNC. A visão capta ondas 
eletromagnéticas e a audição identifica ondas sonoras propagadas no 
ar e no líquido do ouvido interno. A percepção é realizada por células 
especializadas, que enviam a informaçãopara neurônios, e assim o 
potencial de ação é transmitido para o SNC.
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FISIOLOGIA DO SISTEMA REGULADOR
O sistema nervoso autônomo é subdividido em sistema nervoso 
simpático (SNS) e sistema nervoso parassimpático (SNP), regulando a 
homeostase do organismo. O sistema nervoso simpático controla a reação 
de luta ou fuga, e o sistema nervoso parassimpático mantém o equilíbrio 
após uma situação de estresse.
As estruturas do sistema nervoso regulam a homeostase do organismo 
e cada um possui funções específicas e importantes. As estruturas do SNC 
são: cérebro, cerebelo, tronco encefálico e medula espinhal.
 Exercícios
Questão 1 (Brasil Escola [s.d.], adaptada). Os quimiorreceptores são células sensoriais capazes 
de captar informações a respeito de substâncias químicas que estão presentes no meio, como no ar. 
Baseando‑se nisso, assinale a alternativa que indica quais sentidos possuem quimiorreceptores que 
ajudam na compreensão de um estímulo.
A) Paladar e visão.
B) Visão e olfato.
C) Tato e paladar.
D) Visão e tato.
E) Paladar e olfato
Resposta correta: alternativa E.
Análise das alternativas
A) Alternativa incorreta.
Justificativa: alternativa incorreta.
Justificativa: quimiorreceptores são receptores capazes de perceber estímulos químicos, portanto o 
paladar está correto, já a visão é um fotorreceptor.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: fotorreceptores são receptores capazes de perceber estímulos luminosos por meio da 
visão, e o olfato é o sentido responsável por captar o odor das partículas químicas presentes no ar. Os 
receptores sensoriais relacionados com esse sentido estão localizados no epitélio olfatório, no alto da 
cavidade nasal, e eles são quimiorreceptores.
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Unidade II
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: paladar é o sentido associado à percepção dos sabores dos alimentos. Os receptores 
responsáveis por esse sentido estão presentes em estruturas chamadas de papilas gustativas, distribuídas 
por toda a língua, palato, faringe, epiglote e laringe. Os receptores sensoriais, assim como os do olfato, 
são quimiorreceptores. O paladar e o olfato trabalham juntos na percepção dos sabores. O tato é o sentido 
responsável por permitir a percepção de texturas, dor, temperatura e pressão. Os receptores relacionados 
com esse sentido são do tipo mecanorreceptores e estão em toda a pele, mucosas e algumas vísceras. 
Existem diferentes receptores, cada um ligado a um tipo de estímulo tátil diferente.
D) Alternativa incorreta.
Justificativa: visão é o sentido relacionado com a captação de luz e a formação de imagens. Os 
receptores sensoriais desse sentido estão localizados nos olhos, mais precisamente na retina. Os 
receptores sensoriais da visão, que são fotorreceptores, são chamados de cones e bastonetes.
E) Alternativa correta.
Justificativa: o paladar e o olfato são órgãos que possuem quimiorreceptores que auxiliam a distinguir 
os sabores e cheiros. Os quimiorreceptores são encontrados nas papilas gustativas e no epitélio olfatório.
Questão 2 (Enem 2009). Sabe‑se que o olho humano não consegue diferenciar componentes de 
cores e vê apenas a cor resultante, diferentemente do ouvido, que consegue distinguir, por exemplo, 
dois instrumentos diferentes tocados simultaneamente. Os raios luminosos do espectro visível, que 
tem comprimento de onda entre 380 nm e 780 nm, incidem na córnea, passam pelo cristalino e são 
projetados na retina. Na retina, encontram‑se dois tipos de fotorreceptores, os cones e os bastonetes, 
que convertem a cor e a intensidade da luz recebida em impulsos nervosos. Os cones distinguem as 
cores primárias: vermelho, verde e azul, e os bastonetes diferenciam apenas níveis de intensidade, sem 
separar comprimentos de onda. Os impulsos nervosos produzidos são enviados ao cérebro por meio 
do nervo óptico, para que se dê a percepção da imagem. Um indivíduo que, por alguma deficiência, 
não consegue captar as informações transmitidas pelos cones, perceberá um objeto branco, iluminado 
apenas por luz vermelha, como:
A) Um objeto indefinido, pois as células que captam a luz estão inativas.
B) Um objeto rosa, pois haverá mistura da luz vermelha com o branco do objeto.
C) Um objeto verde, pois o olho não consegue diferenciar componentes de cores.
D) Um objeto cinza, pois os bastonetes captam luminosidade, porém não diferenciam cor.
E) Um objeto vermelho, pois a retina capta a luz refletida pelo objeto, transformando‑a em vermelho.
Resolução desta questão na plataforma.

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