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FISIOLOGIA DO SISTEMA REGULADOR SISTEMA NERVOSO O sistema nervoso é classificado em sistema nervoso central (SNC) e periférico (SNP). O SNC é constituído pelo encéfalo e medula espinhal, que integram e correlacionam muitos tipos de informação sensorial que chegam. No SNC ocorrem pensamentos, emoções, memórias e a maior parte dos impulsos que estimulam a contração de músculos e secreção glandular. O encéfalo possui os ventrículos cerebrais, que são quatro cavidades interconectadas preenchidas por líquido. Nos hemisférios cerebrais, há a presença do córtex cerebral (camada de substância cinzenta externa), que possuem corpos celulares de neurônios e a substância branca na camada interna, contendo fibras mielinizadas. Em cada hemisfério cerebral, há quatro lobos denominados frontal, parietal, occipital e temporal, de acordo com os ossos do crânio que os recobrem. A região cortical é altamente pregueada, elevando a superfície que contém uma grande quantidade de neurônios corticais. No córtex cerebral humano, notamos a presença de seis camadas distintas de células, que podem ser de duas formas: 1) Células piramidais – células eferentes do córtex. 2) Células não piramidais – estão envolvidas com os sinais aferentes, que chegam ao córtex e processam as informações. No córtex cerebral, há recepção de informações que chegam pela via aferente e o processamento dos sinais, levando a respostas diferenciadas dos órgãos efetores. Lobos Cerebrais: Os hemisférios cerebrais são subdivididos em quatro lobos, denominados conforme os ossos que os recobrem: frontal, occipital, parietal e temporal. O sistema nervoso periférico (SNP) encaminha os sinais entre o SNC e os receptores e efetores distribuídos em todo o organismo. Possui 43 pares de nervos, 12 pares de nervos cranianos e ramos, 31 pares de nervos espinhais e ramos, gânglios e receptores sensoriais. Os gânglios são um conjunto de corpos celulares de neurônios localizados externamente ao SNC. Os nervos cranianos incluem: • I par – nervo olfatório; • II par – nervo óptico; • III par – nervo oculomotor; • IV par – nervo troclear; • V par – nervo trigêmeo; • VI par – nervo abducente; • VII par – nervo facial; • VIII par – nervo vestibulococlear; • IX par – nervo glossofaríngeo; • X par – nervo vago; • XI par – nervo acessório; • XII par – nervo hipoglosso Os 31 pares de nervos espinhais recebem a sua denominação de acordo com o nível vertebral de saída (cervicais, torácicos, lombares, sacrais e coccígeos). Nesta subdivisão, os oito pares de nervos cervicais inervam músculos e glândulas, com a recepção de sinais sensoriais provenientes do pescoço, ombros, braços e mãos. Os 12 pares de nervos torácicos associam-se ao tórax e ao abdômen superior. Os cinco pares lombares inervam as pernas, quadris e abdômen inferior. Os cinco pares sacrais inervam o trato gastrointestinal inferior e reprodutor. Há um único par de nervo coccígeo. O SNA inerva a área motora involuntária eferente (músculo liso, músculo cardíaco e glândulas), e é subdividido em sistema nervoso simpático e parassimpático. Meninges: As meninges são membranas de tecido conjuntivo que envolvem as estruturas do SNC, temos a dura-máter (camada mais externa), aracnoide-máter (abaixo da dura-máter) e pia-máter (camada delicada próxima ao tecido nervoso). A dura-máter é constituída por um tecido conjuntivo denso localizado próximo ao osso e a aracnoide-máter entra em contato com a superfície interna da dura-máter. Nessa meninge, há a presença de delicadas trabéculas de tecido conjuntivo frouxo, e o espaço entre as trabéculas forma o espaço subaracnoídeo, onde circula o líquido cerebroespinhal. A pia-máter é uma camada muito delicada que fica em contato direto com a superfície do encéfalo e da medula espinhal. A aracnoide-máter e a pia-máter fundem-se ao redor dos nervos espinhais e cranianos após a saída da dura-máter. Líquido Cefalorraquidiano: O líquido cefalorraquidiano é produzido pelo plexo coroide, que contém células ependimárias especializadas, e flui para o interior dos ventrículos cerebrais e para o espaço subaracnoídeo (ao redor do encéfalo e da medula espinhal). É um líquido claro, incolor, com a função de manutenção de um ambiente constante e controlado para proteção das células e estruturas cerebrais de toxinas endógenas e exógenas.. A presença do líquido funciona como uma proteção mecânica para movimentos bruscos e súbitos. Barreira Hematoencefálica: l. É uma barreira entre o sangue nos capilares do plexo coroide e líquor, existindo uma secreção seletiva no local. Essa barreira inibe a entrada de toxinas e de outras substâncias no encéfalo. A barreira é formada pela presença de junções denominadas zônula de oclusão entre as células endoteliais, criando um tipo de capilar contínuo. A zônula de oclusão tem função impermeabilizante. O oxigênio, o gás carbônico e as moléculas lipossolúveis (como álcool, hormônios esteroides) podem atravessar facilmente a membrana das células endoteliais (ultrapassando a barreira) e agir no SNC. Há substâncias que são transportadas ativamente como a glicose (proteínas carreadoras específicas), os aminoácidos, os nucleosídeos e as vitaminas. FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO I – CÉLULAS Neurônio: O sistema nervoso central é constituído por centenas de bilhões de neurônios que se conectam, funcionando como uma extensa comunicação, com a presença de receptores capazes de receber referências internas e externas, que são transmitidas e processadas, para que seja encaminhada a resposta aos órgãos denominados efetores, que realizam as ações necessárias. Os neurônios possuem uma característica importante, a excitabilidade elétrica, pois são capazes de responder a um estímulo e gerar um potencial de ação. Os neurônios são constituídos pelo corpo celular (pericário ou soma), dendritos e axônio. No corpo celular, encontram-se o núcleo do neurônio e organelas como o retículo endoplasmático rugoso, que é visualizado na microscopia de luz, chamado de corpúsculo de Nissl. Os dendritos são prolongamentos do pericário que aumentam a superfície celular e são responsáveis pela recepção e integração de impulsos. Possuem uma pequena dilatação, que chamamos de espinhas ou gêmulas, que permitem o processamento de sinais. Cada neurônio possui apenas um axônio, que se inicia no corpo celular no cone de implantação e possui um citoplasma denominado axoplasma. O fluxo de substâncias no interior do axoplasma ocorre pelo transporte axonal. Funcionalmente podemos encontrar os neurônios sensoriais (aferentes – a siginifica direção; ferrent quer dizer condução), que conduzem a informação proveniente de estímulos externos ou internos do organismo ao SNC, neurônios motores ou motoneurônios (eferentes – e quer dizer para longe de), que transmitem a resposta a músculos e glândulas. Outro grupo são os interneurônios, que apenas estão presentes no SNC e são intermediários entre os neurônios sensoriais e motores, possuindo uma função integrativa (neurônios de associação) Funcionalmente podemos encontrar os neurônios sensoriais (aferentes – a siginifica direção; ferrent quer dizer condução), que conduzem a informação proveniente de estímulos externos ou internos do organismo ao SNC, neurônios motores ou motoneurônios (eferentes – e quer dizer para longe de), que transmitem a resposta a músculos e glândulas. Outro grupo são os interneurônios, que apenas estão presentes no SNC e são intermediários entre os neurônios sensoriais e motores, possuindo uma função integrativa (neurônios de associação). Células da Glia ou Neuróglia: As células que constituem a neuróglia são denominadas astrócitos, oligodendrócitos, micróglia, células ependimárias e as células de Schwann: • Astrócitos : células em formato de estrela que auxiliam na regulação da composição do líquido extracelular do SNC, mantendo o ambiente químico adequadopara a geração do impulso nervoso, tendo um papel importante na nutrição dos neurônios. Formam também a barreira hematoencefálica. ◦ Protoplasmáticos – localizadas na substância cinzenta ◦ Fibrosos – situados na substância branca • Oligodendrócitos : são responsáveis pela formação e manutenção da bainha de mielina ao redor dos axônios dos neurônios do SNC. A bainha de mielina aumenta a velocidade de condução do impulso nervoso, e os neurônios que a possuem são classificados como mielinizados. • Micróglia : tem uma função fagocitária semelhante à dos macrófagos teciduais. • Ependimárias : são células de revestimento dos ventrículos cerebrais e do canal da medula. Quando especializadas, participam da regulação da produção e do fluxo do líquido cefalorraquidiano. • Células de Schwann : envolvem os axônios no SNP e formam a bainha de mielina. Cada célula de Schwann mieliniza um único axônio. FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO II – POTENCIAL DE MEMBRANA Impulsos Nervosos: Os neurônios possuem excitabilidade elétrica e comunicam-se por potenciais graduados, que servem para comunicação para curtas distâncias, e potenciais de ação, que permitem a comunicação por longas distâncias no organismo. O potencial de repouso da membrana do neurônio consiste em uma diferença entre as cargas pela membrana entre o meio intracelular e extracelular. O interior da célula é negativo em relação ao exterior. Quando a célula apresenta um potencial de membrana, é polarizada. O potencial de ação ou impulso nervoso inicia-se com uma sequência de eventos que possibilitam a inversão do potencial da membrana em repouso, restaurando depois a polaridade do repouso. O impulso nervoso corresponde a pequenas correntes elétricas que passam ao longo dos neurônios, e estas resultam do movimento de íons para dentro e fora dos neurônios através da membrana plasmática. Existem duas fases principais no potencial de ação: 1. Fase da despolarização – em que o potencial da membrana em repouso torna-se menos negativo; 2. Fase da repolarização – etapa na qual se restaura o potencial da membrana em repouso de cerca de- 70mV; O potencial de ação pode ocorrer devido a um estímulo limiar (o potencial de ação gerado por um estímulo limiar tem como característica o princípio do tudo ou nada, pois não é possível interromper sua propagação após ter sido iniciada), que é forte o suficiente para despolarizar a membrana. Um estímulo subliminar não é capaz de gerar um potencial de ação, e um estímulo supraliminar é acima do limiar, conseguindo criar o potencial de ação. Há vários períodos após a polarização: • Período Refratário – corresponde ao período de tempo em que a célula não é capaz de gerar outro potencial de ação em resposta a um outro estímulo liminar; • Período Refratário Absoluto – no qual nem mesmo um estímulo mais intenso que o normal é capaz de gerar um novo potencial de ação; • Período Refratário Relativo – um segundo potencial pode ser gerado apenas com estímulos mais intensos do que os normais; Há dois tipos de propagação do impulso nervoso: 1. Condução Contínua – a despolarização ocorre em cada segmento adjacente da membrana plasmática; 2. Condução Saltatória – a propagação do impulso se dá em axônios mielinizados, ocorrendo nos nódulos de Ranvier1 Os fatores que interferem com a velocidade de propagação do impulso incluem a presença de mielina, pois os axônios de maior diâmetro conduzem com maior velocidade que os menores, e a temperatura baixa diminui a velocidade de propagação do impulso. 1 Os locais onde a bainha de mielina se interrompe são denominados nódulos de Ranvier ou nó de Ranvier. Os internódulos são os intervalos em dois nódulos. FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO III – SINAPSES E NEUROTRANSMISSORES Sinapse: É o local onde ocorre a comunicação entre dois neurônios ou com o órgão efetor. Os tipos de sinapses podem ser: • Axodendrítica : ocorre entre axônio de um neurônio para o dendrito do outro neurônio, correspondendo à maioria das sinapses; • A xossomática : entre axônio de um neurônio e corpo celular do outro; • Axoaxônica : entre axônio de um e axônio do outro neurônio. O potencial pós-sináptico excitatório (PPSE) ocorre quando o total de estímulos excitatórios superam os inibitórios, podendo ser sublimiar se for menor que o limiar para gerar um impulso nervoso. Quando se atinge o limiar, ocorre a despolarização e passagem do impulso nervoso. O potencial pós- sináptico inibitório (PPSI) ocorre quando há hiperpolarização e inibição do neurônio pós-ganglionar, portanto não se gera um impulso nervoso. Funcionalmente existem dois tipos de sinapses: 1. Elétrica – os neurônios pré-sinápticos e os neurônios pós-sinápticos estão unidos pelas junções comunicantes (tipo GAP), que permitem a movimentação dos íons de um neurônio para outro. Uma das vantagens das sinapses elétricas é a comunicação ser muito mais rápida, pois o potencial de ação segue diretamente de um neurônio para o outro. A outra vantagem é a sincronização dos sinais, produzindo o potencial de ação ao mesmo tempo. 2. Química – há liberação do neurotransmissor, que se liga a receptores presentes na membrana do neurônio seguinte e pode realizar uma inibição ou estimulação deste neurônio. As membranas plasmáticas dos neurônios estão próximas, mas não há contato. A estrutura básica de uma sinapse é constituída pelo neurônio pré-sináptico, neurônio pós-sináptico, fenda sináptica, botões terminais (bulbos sinápticos terminais) e receptores. Há abertura dos canais de cálcio presentes na membrana dos botões terminais sinápticos. E ela promove a exocitose das vesículas sinápticas que possuem o neurotransmissor. O neurotransmissor é dispensado para a fenda sináptica e liga-se a receptores presentes na membrana do neurônio pós-ganglionar. Uma característica importante da sinapse química é que, ao contrário das sinapses elétricas, a transmissão pelas sinapses químicas é unidirecional (célula pré para a pós), que é o princípio da condução unidirecional e adequado para o SNC. Esse processo é essencial, pois os sinais são direcionados a um alvo específico. Somação de Potenciais • Inibitórios ou Excitatórios: Ao passo que o PPSI (potencial pós-sináptico inibitório) causa uma hiperpolarização, o PPSE (potencial pós-sináptico excitatório) aumenta o potencial, podendo os dois efeitos no conjunto se anular-se parcial ou completamente. Portanto, se houver um potencial excitatório e um inibitório, poderá haver uma redução do potencial para abaixo do limiar excitatório e, por conseguinte, pode ocorrer a desativação da atividade neuronal. • Somação Temporal : Na somação há descargas sucessivas de um mesmo e único terminal pré- sináptico que podem ser somadas umas as outras, levando à formação de um potencial pós-sináptico; • Somação Espacial: Quando ocorre a estimulação de vários terminais ao mesmo tempo, ainda que em áreas amplas e distantes, seus efeitos são somados para que a excitação ocorra, desde que se atinja o limiar excitatório; • Facilitação Neura l: Nesse caso, o PPSE não consegue atingir o limiar, porém permite que o potencial esteja próximo do limiar. Se houver outro sinal excitatório, poderá haver a resposta; Neurotransmissores: Há dois grupos: os neurotransmissores – como moléculas pequenas e de ação rápida – e neuropeptídios, que possuem um tamanho molecular maior e ação muito mais lenta. Os neurotransmissores devem ser removidos da fenda sináptica para que exista o funcionamento das sinapses. A remoção pode ser realizada por difusão, degradação enzimática e captação celular. Os neurotransmissores, que são moléculas pequenas e de ação rápida, induzem respostas mais agudas do sistema nervoso, como transmissão dos sinais sensoriais para o encéfalo e sinais motores do encéfalo para os músculos. São subdivididos em classes. • Classe I– Acetilcolina : A acetilcolina (ACh) é dispensada por muitos neurônios do SNP e por alguns do SNC. É um importante neurotransmissor do sistema nervoso periférico – como na junção neuromuscular e no encéfalo. A Ach pode se ligar a receptores nicotínicos (A nicotina possui uma característica hidrofóbica, permitindo sua rápida absorção pelos capilares pulmonares e pela barreira hematoencefálica) ou muscarínicos (estimulados pela muscarina – veneno de cogumelo). O antagonista conhecido é a atropina. Nas sinapses inibitórias, a ACh diminui a frequência cardíaca quando elas são formadas pelos neurônios parassimpáticos periféricos, como a inibição do coração pelo nervo vago. A enzima acetilcolinesterase (AChE) inativa a Ach. • Classe II – aminas: norepinefrina, epinefrina, dopamina, serotonina, histamina : As aminas biogênicas são produzidas a partir de aminoácidos modificados e descarboxilados. A norepinefrina, epinefrina e dopamina são classificadas como catecolaminas. Normalmente tanto a síntese quanto a emissão das catecolaminas dependem da autoregulação de receptores nas terminações sinápticas. Os corpos celulares dos neurônios que liberam as catecolaminas localizam-se no tronco encefálico e no hipotálamo. No geral, esses neurotransmissores participam de processos importantes como o estado de consciência, a regulação da pressão arterial, a atenção dirigida, o humor, a motivação, o movimento e a ejeção hormonal. ◦ A norepinefrina é dispensada por neurônios localizados no tronco encefálico e no hipotálamo e, em geral, relaciona-se ao controle da atividade geral e à disposição da mente, como no aumento do nível de vigília. Atua no despertar de um sono profundo, na regulação do humor e no sonhar A epinefrina é utilizada por uma quantidade menor de neurônios no encéfalo. Tanto a norepinefrina como a epinefrina atuam como hormônios, sendo liberadas pela glândula adrenal ou suprarrenal. ◦ A serotonina está presente em neurônios de todas as estruturas do encéfalo e da medula espinhal. Possui uma ação inibitória nas vias das sensações (como da dor), na percepção sensorial, na termorregulação, no comando do humor e do apetite e na indução do sono. É considerada uma amina biogênica importante, com efeitos de início lento. ◦ A dopamina é um neurotransmissor secretado por neurônios que se originam na substância negra e possuem normalmente um efeito inibitório, atuando em respostas emocionais e na regulação do tônus muscular esquelético • Classe III: aminoácidos: ácido gama aminobutírico (Gaba), glicina, glutamato, aspartato: Os aminoácidos são neurotransmissores no SNP. ◦ O aspartato e glutamato os que possuem potentes efeitos excitatórios. O glutamato é considerado um dos vitais neurotransmissores de sinapses excitatórias do SNC. Liga-se a receptores Ampa e receptores NMDA. ◦ O ácido gama-aminobutírico (Gaba) e a glicina possuem efeitos inibitórios. O Gaba é o principal neurotransmissor de efeito no SNC, é uma forma modificada do glutamato, encontrado somente no SNC, sendo secretado em terminais nervosos localizados na medula espinhal, cerebelo, gânglios da base e várias áreas do córtex, participando de cerca de 1/3 das sinapses. O Gaba pode ter sua ação intensificada por ansiolíticos como o Valium (diazepam), reduzindo a ansiedade, induzindo o sono, e sendo utilizado no controle de crises convulsivas. ◦ A glicina é um neurotransmissor liberado por interneurônios do tronco encefálico e da medula espinhal. Mantem o equilíbrio entre inibição e excitação da medula espinhal, permitindo a regulação da contração dos músculos esqueléticos. ◦ Neuropeptídeos: São neurotransmissores que possuem de 3 a 40 aminoácidos e estão presentes tanto no SNC como no SNP. Os neuropeptídios são formados a partir de grandes proteínas precursoras. Em geral a quantidade emitida pela vesícula é menor, podendo se difundir para locais distantes da sinapse. Possui uma ação de longa duração em comparação com os demais neurotransmissores Dentro desse grupo, estão as encefalinas, as betaendorfinas, as dinorfinas e a substância P. As encefalinas possuem um potente efeito analgésico. As endorfinas e dinorfinas são denominadas peptídeos opioides, que também possuem efeito analgésico. Há uma relação desses neuropeptídios com o aprendizado, a memorização, o prazer, a euforia, a termorregulação, o impulso sexual e algumas vezes com a depressão e esquizofrenia. Um neuropeptídeo chamado de substância P relaciona-se à transmissão dos sinais de dor periféricos para o SNC. A ação da substância P pode ser suprimida pela liberação de encefalinas e endorfinas. • Classe IV: óxido nítrico : O óxido nítrico é secretado por terminais nervosos do encéfalo de áreas responsáveis pelo comportamento em longo prazo e pela memorização. Difere dos demais neurotransmissores porque é sintetizado conforme a sua necessidade, difundindo-se em segundos pelo terminal pré-sináptico e para os neurônios pós-sinápticos adjacentes, modificando as ações metabólicas intracelulares e promovendo a excitabilidade neste neurônio. • Purinas : Há neurotransmissores que não são tradicionais, como as purinas, o ATP e a adenosina. Estes compostos atuam como neuromoduladores SENTIDOS GERAIS E ESPACIAIS Sentidos Gerais As sensações ocorrem devido à presença de uma variedade de receptores sensoriais que compõem a via aferente de transmissão de informações ao SNC. As sensações gerais incluem a sensação somática (sensações táteis, dor, temperatura, propriocepção) e a sensação visceral. Os sentidos especiais incluem visão, audição, olfato e paladar. Para que a referência sensitiva seja transmitida, ocorre a estimulação do receptor sensitivo e transdução do estímulo para um potencial graduado. Ao se atingir um limiar, gera-se o impulso nervoso, que se propaga para os neurônios de primeira ordem. A informação chega ao córtex somatossensorial, é processada e a resposta é encaminhada pela via eferente. A classificação dos receptores ocorre conforme a localização dos receptores e a origem dos estímulos. • Exteroceptores : quando os receptores estiverem localizados na superfície externa (ou próximo), fornecendo as informações do ambiente externo (pressão, vibração, temperatura, dor, audição, olfato, paladar, visão). • Interoceptores ou Visceroceptores : se localizam nos órgãos, nos músculos e vasos sanguíneos, monitorando o ambiente interno. • Proprioceptores : presentes nos músculos, articulações, tendões e ouvido interno, informando a posição do corpo, extensão e tensão muscular, posição e movimento articular. • Sensitivos : podem ser separados por classes. ◦ Características Morfológicas: a) Terminações Nervosas Livres – formadas por dendritos sem revestimento, e são os receptores para dor, temperatura, cócegas, prurido e algumas sensações táteis; b) Terminações Nervosas Encapsuladas – formados por dendritos envolvidos por uma cápsula, são os receptores para sensações somáticas e viscerais que incluem a pressão, a vibração e outras sensações táteis; c) Células Especializadas – estão presentes nos sentidos especiais (visão, audição, olfato e paladar) e fazem sinapses com neurônios sensitivos. ◦ De acordo com o estímulo que são capazes de detectar: a) Mecanorreceptores – permitem a percepção do tato, pressão, propriocepção; b) Nociceptores – promovem a percepção da dor e estímulos nocivos; c) Termorreceptores d) Fotorreceptores – detecção da luz que alcança a retina; e) Quimiorreceptores – percebem substâncias químicas (paladar, odor e líquidos corporais); f) Osmorreceptores - percebem a pressão osmótica dos líquidos corpóreos. Há duas vias de passagem de informações para o SNC: 1. Sistema da Coluna Dorsal (lemnisco) ou Sistema Epicrítico: envolve sensações refinadas, tato discriminativo, propriocepção, estereognosia (reconhecimento pela palpação), cinestesia (conhecimento da direção dos movimentos),discriminação de pesos e sensações vibratórias. Leva os sinais pela coluna dorsal da medula espinhal até a medula oblonga por via ascendente. A seguir, as vias cruzam para o lado oposto e seguem pelo tronco encefálico em direção ao tálamo. 2. Sistema Anterolateral ou Sistema Protopático : pode ser lateral (sensações de dor e temperatura) e anterior (prurido, cócegas, tato grosseiro ou mal definido. Segue pelas raízes espinhais dorsais em direção ao corno dorsal da substância cinzenta da medula, pela coluna anterior e lateral da medula e atinge o tronco cerebral e o tálamo. Córtex Somatossensoria: É o mapeamento do córtex humano que permite a visualização das diferentes áreas funcionais do córtex. A área somatossensorial primária localiza-se no giro pós-central do lobo parietal do córtex cerebral. Mecanorreceptores: Promovem a percepção de sensações de tato, pressão, vibração, propriocepção, informações auditivas, com o monitoramento do calibre de vasos sanguíneos e órgãos internos. O tato possui cerca de seis tipos de receptores, que podem ser: Proprioceptores: A percepção dos movimentos do corpo (cinestesia) ocorre por meio de receptores denominados proprioceptores. Estão localizados nos músculos, tendões e em células ciliadas presentes no ouvido interno, ensejando a movimentação da cabeça, a manutenção do equilíbrio e a estabilidade. A adaptação desses receptores é lenta, promovendo a recepção dos impulsos para a percepção das diferentes partes do organismo e da coordenação. Termorreceptores: São terminações nervosas livres que propiciam a percepção do frio e do calor. Os receptores de frio localizam-se no estrato basal da epiderme. Os receptores de calor não são abundantes em relação aos de frio e estão localizados na derme. Em temperatura abaixo de 10 ºC e acima de 48 ºC, ativam o receptor de dor, levando a sensações dolorosas. Nociceptores: Possuem relevância, pois a dor é essencial para a sobrevivência do indivíduo. Os receptores são terminações nervosas livres distribuídas por todos os tecidos, exceto no encéfalo. Lesões normalmente causam a liberação de substâncias como as cininas, prostaglandinas e íons potássio, estimulando os nociceptores. Os nociceptores têm pouca adaptação, e a dor persiste enquanto permanecer o estímulo lesivo. Os tipos de dor incluem a dor: • Rápida – ocorre normalmente 0,1 segundo após o estímulo. É uma dor aguda, intensa e localizada • Lenta – inicia um segundo após o estímulo ou mais, e vai aumentando gradativamente em intensidade. É o tipo de dor pulsátil e persistente. A dor visceral ocorre em vísceras e comumente é difusa, o que pode levar a uma distensão ou isquemia de um órgão interno. Há diversos casos em que a dor visceral é percebida em outro local diferente do local lesionado, sendo denominada dor referida. Sentidos Especiais Olfato: envolve a detecção do estímulo químico (cheiro) pelas células olfatórias, ocorrendo a transdução em sinal elétrico, que é transmitido ao sistema nervoso. As células receptoras olfatórias são os neurônios primários aferentes, que são de contato, detecção e transdução do odor. Um único dendrito se estende até a superfície do epitélio. Na ponta dos dendritos, há a presença de cílios longos e imóveis que apresentam muco em sua superfície. Estes cílios têm sítios de ligação para as moléculas de odor. Os axônios dos neurônios formam o nervo óptico, que é o primeiro par craniano. As células receptoras olfatórias fazem sinapse com o bulbo olfatório na superfície inferior do lobo frontal, seguindo para o córtex olfatório e regiões do sistema límbico. Não há sinapse para o tálamo antes de se alcançar o córtex. A relação com o sistema límbico se explica porque o olfato se relaciona com a emoção, a procura de alimento e o estímulo sexual. Comumente a discriminação pelo olfato é feita pela fome, grau de atenção, sexo (mulheres são mais sensíveis), idade, estado da mucosa olfatória. Paladar: A gustação ou paladar é um sentido químico percebido pela detecção de substâncias químicas. As qualidades gustativas são: salgada, doce, amarga, azeda e umami. As células receptoras gustatórias localizam-se nos botões gustativos na língua, palato, faringe e laringe. Neste caso são células epiteliais especializadas que transformam os estímulos químicos em sinais elétricos. As partículas do alimento necessitam estar dissolvidas em líquido (secreções salivares) para que possam penetrar nos poros gustativos. Os sabores podem ser constatados por mecanismos de transdução diferentes. Visão: A visão possui receptores que detectam e interpretam o estímulo luminoso pelas ondas eletromagnéticas. O olho humano é formado por três camadas, preenchidas por líquido e que contém duas câmaras. A esclera é uma cápsula branca ao redor do olho, ausente na superfície anterior onde se localiza a córnea (transparente). A retina forma a superfície posterior na região interna do olho, com numerosos neurônios e células sensoriais denominadas fotorreceptores. A adaptação ao escuro ocorre na medida em que há transformação da rodopsina – pigmento sensível a luz – na forma fotossensível, e a vitamina A é essencial para uma boa visão noturna. A adaptação à luz ocorre com os bastonetes, tornando-se menos responsivos na luz brilhante. A visão em cores dissemelhantes iniciar-se com a ativação dos fotopigmentos dos cones. Existem três tipos de cones: um que responde a comprimentos de onda longos (vermelhos), outro a médios (verdes) e a curtos (azuis). Independentemente do comprimento de onda, há ativação dos três tipos de cones em diversos graus. A cegueira para cores ocorre para vermelho-verde, na maioria homens, existindo uma fraca distinção de cores Há múltiplas vias paralelas para a transmissão da imagem pelo sistema visual. Os bastonetes e cones são o início da via neural e os sinais de luz são convertidos em potencial de ação para células bipolares e células ganglionares. Em contato com as células bipolares, as respostas são graduadas, pois não possuem canais regulados por voltagem. Os canais estão presentes nas células ganglionares, podendo ser gerados os potenciais de ação. Os axônios das células ganglionares formam o nervo óptico (II para craniano). Na base do encéfalo, os dois nervos se cruzam no quiasma óptico e o percurso dos tratos assume a posição inversa. As fibras dos nervos ópticos seguem para diversas estruturas do encéfalo, seguindo pelo tálamo. Audição: ocorre devido à transdução das ondas sonoras em sinal elétrico, que é enviado para o sistema nervoso. As orelhas externa e interna são cheias de ar e a orelha interna contém o órgão de Corti, que é banhado pela endolinfa (escala média) e possui células sensoriais auditivas que participam da transdução auditiva. Há dois tipos de células receptoras: as células ciliadas internas e as externas. As células ciliadas presentes no órgão de Corti são mecanorreceptores e podem ser de dois tipos: células ciliadas internas (em fileira única) e células ciliadas externas (em três fileiras). Os estereocílios permitem que as ondas de pressão sejam traduzidas em potencial receptor, de acordo com a movimentação do líquido presente no ducto coclear. As células ciliadas externas estão inseridas na membrana tectória, que recobre o órgão de Corti. Há liberação do neurotransmissor glutamato pela célula ciliada, ativando cerca de dez neurônios aferentes Os potenciais de ação são gerados e os axônios formam o ramo coclear do nervo vestíbulo coclear. Os canais semicirculares percebem a rotação da cabeça nos três eixos perpendiculares, com a presença de células receptoras, que possuem estereocílios encapsulados no interior de uma massa gelatinosa denominada cúpula, estendendo-se até uma saliência na parede de cada ducto, que é chamado de ampola. O utrículo e o sáculo promovem a percepção da movimentação para cima, para baixo, paratrás e para a frente, além de mudanças de posição da cabeça Motricidade A motricidade possui um controle neuronal em um sistema organizado hierarquicamente, e a informação segue pelos neurônios que comandam a informação do movimento dos centros superiores para o córtex motor. Os centros superiores incluem as áreas somatossensoriais e motoras, áreas de associação, áreas envolvidas na memória, nas emoções e na motivação. Os movimentos voluntários podem ser controlados pelos níveis superiores abrangendo áreas relacionadas com a memorização, emoções, córtex somatossensorial e motor, além de vias de associação. Essas áreas recebem as indicações que seguem pela via aferente de outras áreas do encéfalo. Neste nível, a movimentação ocorre conforme a intenção do indivíduo. No nível intermediário, as regiões envolvidas são o córtex somatossensorial e motor, cerebelo, regiões do núcleo da base e algumas áreas do tronco encefálico. Neste nível há transmissão das informações pelas vias descendentes em direção ao controle local. No nível local há sincronização das referências entre músculos e articulações, com a participação de interneurônios do tronco encefálico ou da medula espinhal, neurônios sensitivos e motores. O papel do córtex cerebral é importante ao se planejar e governar o movimento voluntário em todos os níveis. O domínio motor é realizado por neurônios que originam as vias descendentes e são provenientes do córtex motor primário e área pré-motora. O papel do córtex cerebral é importante ao se planejar e governar o movimento voluntário em todos os níveis. O domínio motor é realizado por neurônios que originam as vias descendentes e são provenientes do córtex motor primário e área pré-motora. • Movimentos Conscientes – com a atenção em um propósito determinado caracterizam um movimento voluntário; • Movimentos Inconscientes – automáticos e reflexos são involuntários; ESTRUTURAS DO ENCÉFALO Cerebelo: O cerebelo está localizado na região dorsal ao tronco encefálico, e é um centro de coordenação dos movimentos muito importante, controlando a postura e equilíbrio. Indiretamente está envolvido com o movimento porque leva impulsos aferentes para o tronco encefálico. São recebidas referências do córtex motor e sensorial, sistema vestibular, pele, olhos, músculos, articulações e tendões O cerebelo auxilia na coordenação dos movimentos, com o envolvimento de articulações, memorizando os movimentos para que possam ser reproduzidos. O planejamento e a integração das informações também são coordenadas pelo cerebelo. Indivíduos que apresentam um problema cerebelar não são capazes de realizar movimentos oculares ou suaves dos membros, denotando tremor. O cerebelo permite que se tenha precisão e sincronismo dos movimentos em tarefas complexas. Tronco Encefálico: No tronco encefálico seguem todas as fibras nervosas que transmitem referências para o cerebelo, prosencéfalo e medula espinhal. O bulbo coordena as funções vitais do organismo, as funções motoras e o centro cardiovascular. Ainda regula o diâmetro dos vasos, o governo do centro respiratório (área inspiratória rítmica), do ciclo circadiano (sono e vigília) e da atenção. No bulbo estão o núcleo gustativo do bulbo (via gustativa), os núcleos cocleares do bulbo, que participam da via auditiva, os núcleos vestibulares do bulbo e da ponte, que participam do equilíbrio (orelha interna ao encéfalo). Ainda estão os núcleos que se associam aos cinco pares de nervos cranianos, que são: nervo vestibulococlear (VIII), glossofaríngeo (IX), vago (X), acessório (XI) e hipoglosso (XII). A ponte está na região superior ao bulbo. Envolve os movimentos voluntários que seguem de áreas motoras do córtex cerebral, direcionados para os núcleos pontinos no cerebelo. Também são encontrados os núcleos vestibulares (equilíbrio). A área pneumotáxica e apnêustica do centro respiratório localiza-se na ponte. Estas áreas auxiliam a controlar a respiração juntamente com a área respiratória rítmica bulbar. Há núcleos associados com os seguintes pares de nervos cranianos: nervo trigêmio (V), abducente (VI), facial (VII), vestibulococlear (VIII). Mesencéfalo: Localizado entre a ponte e o diencéfalo. Comanda as áreas motoras de cada região, centros reflexos de atividades visuais e respostas com movimentos da cabeça, olhos e tronco para atividades visuais, parte auditiva, reflexo do susto e suas manifestações, controlando atividades musculares subconscientes, governando movimentos voluntários quando em associação com o cerebelo e córtex cerebral. Os pares de nervos cranianos relacionados são o nervo oculomotor (III) e nervo troclear (IV). A doença de Parkinson se liga a lesões neuronais nesses núcleos (substância negra direita e esquerda). Formação Reticular: Localizado entre a região superior da medula espinhal, todo tronco encefálico até a região inferior do diencéfalo, com a substância cinzenta (aglomerado de corpos celulares de neurônios) e a substância branca (pequenos feixes de axônios mielinizados) formando um arranjo reticulado. Abrange as vias aferentes (sensitivas) e eferentes (motoras), apresentando o sistema de ativação reticular (SAR), que contém axônios sensitivos que seguem em direção ao córtex cerebral. O SAR está envolvido com o estado de consciência ao despertar, o sono. A formação reticular tem papel na regulação da postura e tônus muscular. Sistema Límbico: É formado por estruturas conectadas, incluindo porções do lobo frontal, lobo temporal, tálamo e hipotálamo e as fibras que se conectam. Há ainda uma conexão dessas áreas com outras regiões do SNC. As estruturas estão relacionadas com o aprendizado, comportamentos e experiências emocionais e as funções de vísceras e endócrinas. Os impulsos eferentes provenientes do sistema límbico são coordenados pelo hipotálamo. O giro do cíngulo está associado aos conteúdos da memória e a emoções como agressividade, ansiedade e depressão. O giro para hipocampal está conectado com a memorização, e lesões permitem armazenar novas memórias, mas não memórias antigas. O hipotálamo é a estrutura central do sistema límbico, influenciando o comportamento e emoções dos indivíduos. Ao se estimular a região lateral do hipotálamo, aumenta-se sua atividade, havendo sede, fome, fúria ou luta. Ao se impulsionar o núcleo ventromedial, é possível observar reações contrárias às da região lateral. Quando estimulados, os núcleos paraventriculares expressam reações de punição e medo. Porções anteriores e posteriores podem ativar o impulso sexual. O tálamo liga-se à motricidade, sensibilidade, emoção e ativação do córtex cerebral. O hipocampo tem funções importantes ligadas ao comportamento e à memória. Correlata também com decisões, com a resposta imune pela relação da memória com os níveis de interleucina. Hipotálamo: Localizado abaixo do tálamo, constitui uma pequena parte do diencéfalo. Apresenta centros de comando neural e endócrino. Faz o controle das atividades do organismo, participa da regulação homeostática, comanda os padrões emocionais e comportamentais em conjunto com o sistema límbico, regula a ingestão de alimentos (centro da fome e da saciedade) e de água (centro da sede). Participa da termorregulação e da regulação do ciclo circadiano e estados de consciência. Para a manutenção da homeostasia, os receptores sensoriais (sensações somáticas ou viscerais) levam as informações para o hipotálamo. Há receptores que realizam o monitoramento da pressão osmótica, o nível de glicose, a concentração de hormônios (em relação com a hipófise) e a termorregulação. As funções essenciais do hipotálamo são: • Controle da atividade do sistema nervoso autônomo, regulando a atividade da musculatura lisa, musculatura cardíaca e glândulas. Há a regulação das atividades viscerais, como a frequência cardíaca, peristaltismo e contração da bexiga urinária; • Produção hormonal pararegulação das atividades de liberação hormonal pela hipófise; • Regulação de emoções e comportamento, que, em conjunto com o sistema límbico, colabora com a expressão de emoções (raiva, dor, prazer, agressividade) e de comportamento; • Supervisão da ingestão da água e alimentos, contendo o centro da fome, centro da saciedade e da sede; • Termorregulação: o hipotálamo influencia o sistema autônomo para que ocorra a perda do calor ou a produção de calor; • Regulação dos estados de consciência e ciclo circadiano, que estabelecem os ritmos circadianos com o padrão da atividade biológica do indivíduo. Epitálamo: Fica na região posterior e superior ao tálamo, contendo a glândula pineal e núcleos habenulares. A glândula pineal secreta o hormônio denominado melatonina. Como sua liberação é durante o período da noite, este hormônio relaciona-se com a indução do sono. Os núcleos habernulares estão envolvidos com as respostas emocionais aos odores. Medula Espinhal: Os nervos espinhais realizam a comunicação da medula com as regiões específicas do corpo. Há 31 pares de nervos espinhais que seguem a partir dos forames intervertebrais em intervalos regulares. • 8 pares de nervos cervicais (C1 a C8); • 12 pares de nervos torácicos (T1-T12); • 5 pares de nervos lombares (L1-L5); • 5 pares de nervos sacrais (S1-S5); • 1 par de nervos coccígeos (Co1). A substância cinzenta apresenta os cornos posteriores (neurônios de interneurônios e de neurônios sensoriais), anteriores (neurônios de interneurônios e de neurônios sensoriais) e laterais (núcleos motores autonômicos regulando a atividade dos músculos liso, cardíaco e das glândulas) da substância cinzenta. SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO O sistema nervoso autônomo envolve as respostas do sistema nervoso simpático e parassimpático que inervam as vísceras. O equilíbrio do tônus autônomo é regulado pelo hipotálamo. Os gânglios autônomos são subdivididos em gânglios simpáticos e parassimpáticos. A localização dos gânglios nos dois sistemas difere entre si. No sistema simpático, há uma cadeia de gânglios, um de cada lado da medula espinhal, são chamados de troncos simpáticos. Os gânglios colaterais são os gânglios celíacos, mesentérico superior e inferior na cavidade abdominal. Os gânglios parassimpáticos estão no interior dos órgãos ou próximos a eles. A saída dos neurônios pré-ganglionares variam entre os dois sistemas. No simpático, o neurônio pré-ganglionar sai da medula espinhal toracolombar. No sistema parassimpático, os pré-ganglionares se originam do tronco encefálico e da medula espinhal da região sacral. Quando ocorrer a ativação dos receptores nicotínicos pela Ach, ocorrerá a excitação do neurônio pós-ganglionar em um efetor autonômico ou na musculatura estriada esquelética. Na ativação dos receptores muscarínicos pela Ach, há uma despolarização ou uma hiperpolarização, dependendo da localização. Há relaxamento de esfíncteres do músculo liso no trato gastrointestinal (inibição), podendo haver excitação com contração da musculatura circular da íris. A ACh é inativada pela enzima acetilcolinesterase (AChE), possibilitando efeitos breves para os seus efeitos. As respostas simpáticas envolvem a resposta de luta ou fuga e favorecem as tarefas que se relacionam à atividade física vigorosa e rápida produção de ATP. Concomitantemente há redução das atividades que facilitam o armazenamento de energia. Um conjunto de respostas surge a partir da estimulação simpática e da liberação de hormônios da adrenal. Em geral os efeitos da ativação simpática possuem maior duração que os da parassimpática. • Midríase (dilatação da pupila). • Taquicardia com aumento da força de contração do coração. Há elevação da pressão arterial. • Broncodilatação, com movimentos mais rápidos do ar entrando e saindo do pulmão. • Vasoconstrição nos rins e trato gastrointestinal, com retração do fluxo sanguíneo, diminuição da formação de urina e atividades de digestão. • Vasodilatação nos músculos esqueléticos, cardíaco, fígado e tecido adiposo, com maior fluxo sanguíneo. • Vasodilatação nos músculos esqueléticos, cardíaco, fígado e tecido adiposo, com maior fluxo sanguíneo. • Aumento do nível de glicose no sangue. As respostas parassimpáticas incluem atividades de repouso e digestão. Há uma atividade conservadora e restauradora da energia durante os momentos de repouso e recuperação. Há estimulação da salivação, lacrimação, produção de urina, defecação e digestão, bradicardia e bradipneia e miose (contração das pupilas). Os receptores adrenérgicos ou adrenorreceptores pertencem à classe de receptores ligados à proteína G e que são alvos das catecolaminas. Os receptores adrenérgicos são ativados por seus ligantes endógenos, as catecolaminas: adrenalina e noradrenalina. Muitas células possuem estes receptores, e a ligação de um agonista geralmente causará uma resposta simpática, ou seja, respostas de luta ou fuga. Reflexos Autônomos: Ocorre quando as respostas seguem por um arco reflexo autônomo. Normalmente os reflexos relacionam-se ao controle da pressão arterial, da frequência cardíaca, da força de contração ventricular e diâmetro do vaso sanguíneo. Há ajuste da motilidade e tônus dos músculos do trato gastrointestinal, ajuste da abertura e fechamento dos esfíncteres da micção e defecação. O controle autônomo não tem a percepção consciente, pois o centro integrador das respostas autônomas está localizado na medula espinhal ou nos centros inferiores do encéfalo. O hipotálamo é o centro de comando e integração que recebe a referência sensitiva do olfato, paladar, temperatura, osmolaridade, níveis de substâncias no organismo, bem como emoções do sistema límbico. A informação segue pelo tronco encefálico e medula espinhal. As regiões lateral e posterior do hipotálamo governam a via simpática, e as partes medial e anterior do hipotálamo regulam a região parassimpática. Os anestésicos locais bloqueiam a condução dos impulsos nervosos pelos axônios dos neurônios de primeira ordem. SISTEMA ENDÓCRINO Conceitos Básicos: O sistema endócrino, juntamente com o sistema nervoso, colabora para a manutenção da homeostase do organismo. É constituído pelas glândulas endócrinas, que são ricamente vascularizadas e são chamadas de tireoide, paratireoide e suprarrenal, assim como aglomerados de células endócrinas, como as ilhotas pancreáticas – hipotálamo, glândula pineal, glândula pituitária, tireoide e paratireoide, timo, pâncreas, adrenal, ovário e útero, testículos. As glândulas endócrinas podem ser classificadas como cordonais, nas quais as células se associam na forma de cordões, ricamente vascularizadas por capilares sanguíneos. Outro tipo são as glândulas do tipo vesicular ou folicular (por exemplo: tireoide). Os hormônios possuem sua ação em tecidos que apresentem células denominadas células-alvo, pois contém receptores específicos de ligação. Os receptores situam-se na superfície celular, no citoplasma e no núcleo da célula. Ao se ligar ao receptor, o hormônio desencadeia diversos mecanismos e reações dentro da célula, bem como a resposta específica para o hormônio. Para que a regulação da liberação hormonal ocorra, os hormônios hipotalâmicos são emitidos pelo sistema porta-hipofisário, que possui uma rede capilar por onde o sangue parte para uma veia porta e, depois, para outra rede capilar, que o conduz para capilares da adeno-hipófise, não havendo passagem pelo coração. Assim, os hormônios hipotalâmicos possuem uma ação imediata sobre as células da adeno-hipófise, que ejetam seus hormônios, os quais atuarão sobre os tecidos-alvo. Os hormônios são substâncias liberadas pelas glândulas endócrinas e, de acordo com a sua natureza química, podem ser classificados em categorias: • Proteínas e polipeptídios – natureza hidrofílica • Hormônios aminados – natureza hidrofílica – derivam do aminoácido denominado tirosina. Neste grupoencontram-se os hormônios tireoídeos, as catecolaminadas norepinefrina e epinefrina (síntese na medula da suprarrenal) e a dopamina, que é produzida pelo hipotálamo. A dopamina é sintetizada por neurônios do hipotálamo • Esteroides e derivados do colesterol – natureza hidrofóbica ou lipossolúvel – produzidos pelo córtex da suprarrenal e gônadas. A placenta também pode produzi-los durante a gestação. O colesterol utilizado para a síntese de esteroides pode ser proveniente da dieta ou sintetizado pelas células Regulação dos Receptores Hormonais: Os hormônios são transportados por via sanguínea e agem em diferentes tecidos, com respostas muito específicas, envolvendo as células-alvo. Normalmente os hormônios influenciam os receptores presentes nas células-alvo, regulando a sua atividade ou a sua expressão. • Regulação para Cima (suprarregulação ou up-regulation) corresponde ao aumento da quantidade de receptores na célula para um determinado hormônio. Esta regulação ocorre quando há uma exposição longa a uma baixa concentração do hormônio e tem como efeito a elevação da responsividade da célula-alvo • Regulação para Baixo (infrarregulação ou down-regulation) equivale à diminuição da quantidade de receptores na célula-alvo, fato que ocorre devido a uma exposição a uma alta concentração hormonal, subtraindo temporariamente a responsividade da célula-alvo, evitando uma ação excessiva do hormônio. • Permissividade quando um hormônio X precisa estar presente para que o hormônio Y possa exercer o seu efeito. O efeito sinérgico ocorre quando dois hormônios têm seus efeitos maiores quando estão atuando em conjunto, comparando-se com o efeito isolado de cada hormônio. Os efeitos antagônicos ocorrem quando um hormônio tem ação oposta à do outro. Hormônios locais e circulantes: Mecanismo de Ação dos Hormônios: Há diferenças entre os hormônios hidrossolúveis e lipossolúveis em relação à circulação no sangue e ação na célula-alvo. Vejamos a distribuição dos hormônios segundo a classe química. • Hormônios Lipossolúveis: Transportados no sangue por proteínas de transporte (entrada e ação no interior da célula) – esteroides, tireoideanos, óxido nítrico (gás). Ocorre a ligação aos receptores intracelulares, o que favorece a transdução do sinal pela entrada do complexo hormônio-receptor no núcleo, ligando-se ao DNA (ácido desoxirribonucleico) • Hormônios Hidrossolúveis: Transportados no sangue por proteínas de transporte (entrada e ação no interior da célula) – aminados, peptídicos e proteicos, eicosanoides (derivados do ácido araquidônico). Se ligam a receptores na superfície extracelular da membrana plasmática, iniciando a transdução do sinal que determina a sua ação Regulação da Secreção Hormonal: A liberação hormonal é regulada para que não haja uma emissão excessiva ou insuficiente do hormônio. A regulação pode ocorrer por sinais do sistema nervoso, por alterações químicas do sangue, ou pela ação de outros hormônios. O sistema de regulação que impera na maioria dos casos é conhecido como retroalimentação negativa (ou feedback negativo), e alguns sistemas são controlados pela retroalimentação positiva (ou feedback positivo). O sistema de retroalimentação corresponde a um conjunto de eventos que permite a regulação constante da condição do organismo (monitoramento, avaliação, alteração). Na retroalimentação negativa, ocorre a inversão da condição dominada. Na retroalimentação positiva, a condição comandada é reforçada. Neste sistema existem três componentes: 1. Receptor faz o monitoramento das alterações em um evento; 2. Centro de controle é o encéfalo, que tem valores de uma condição que deve ser mantida no organismo; 3. Efetor recebe as informações do centro de controle e conduz uma resposta que altera a condição governada; Regulação Hipotálamo - Hipófise Hipotálamo: É uma pequena porção do diencéfalo localizada abaixo do tálamo e acima da hipófise, regulando diversas atividades. O hipotálamo permite a integração entre os sistemas nervoso e endócrino, possui uma relação coordenada com a hipófise, sintetizando hormônios que regulam a emissão dos hormônios hipofisários. As secreções hipotalâmicas que estimulam a dispensa dos hormônios na corrente sanguínea são chamadas de hormônios liberadores, e as que bloqueiam a liberação do hormônio são designadas como hormônios inibidores. Sua finalidade é a manutenção da homeostase do organismo. Hipófise: É responsável pela produção de diversos hormônios em resposta à dispensa de hormônios emissores do hipotálamo. Possui derivação embriológica dupla (nervosa e ectodérmica) e, em razão disso, possui duas glândulas distintas, unidas anatomicamente, mas exibindo funções distintas: adeno-hipófise (hipófise anterior), hipófise intermédia e neuro-hipófise (hipófise posterior, origem nervosa. • Adeno-hipófise (lobo anterior) - são dispensados hormônios que regulam uma variedade de atividades corporais, desde o crescimento até a reprodução, sob o controle dos hormônios liberadores e inibidores do hipotálamo. • Neuro-hipófise (hipófise posterior) - produzem o hormônio antidiurético (ADH) ou vasopressina, ocitocina e uma proteína denominada neurofisina, que se liga ao ADH e à ocitocina. Os hormônios são dispensados por meio de impulsos nervosos de fibras nervosas originadas do hipotálamo. Diversos estímulos podem ativar os impulsos aferentes e o impulso leva à emissão hormonal por exocitose. Em seguida os hormônios são liberados para a circulação sanguínea, desempenhando a ação no organismo todo. Hormônios Ocitocina: produzido na neuro-hipófise. A ocitocina produz a contração da musculatura lisa próximo das mamas para que ocorra a ejeção do leite das glândulas mamárias em lactação, além da contração uterina no parto. Hormônio antidiurético (ADH ou vasopressina): produzido na neuro-hipófise. O ADH ou vasopressina apresenta ação nas células musculares lisas ao redor dos vasos sanguíneos, fazendo com que ocorra a elevação da pressão arterial. Tem um papel no rim, diminuindo a secreção de água na urina, e nas células basilares da porção terminal do túbulo distal e nos ductos coletores, aumentando a reabsorção de água e subtraindo a osmolaridade dos líquidos corporais Hormônio do crescimento (GH): produzido na adeno-hipófise. É o principal hormônio liberado após o nascimento, tendo como efeito crucial o crescimento direto ou indireto, causando a estimulação das mitoses no tecido-alvo. Hormônio foliculo-estimulante (FSH): produzido na adeno-hipófise. No sistema reprodutor feminino, favorece a foliculogênese (formação dos folículos ovarianos e maturação do gameta feminino denominado ovócito; no sistema reprodutor masculino, impulsiona a espermatogênese (criação dos espermatozoides) nos testículos. O controle da liberação do GnRH e do FSH na mulher é suprimido pelo estrogênio; no homem, pela testosterona, com sistemas de feedback negativo. Hormônio luteinizante (LH): produzido na adeno- hipófise. A liberação do hormônio luteinizante é governada pelo GnRH dispensado pelo hipotálamo, e a ação na mulher é a ovulação, estimulação da formação do corpo lúteo, liberação da progesterona pelo corpo lúteo. O LH, em conjunto com o FSH, promove a secreção de estrogênios pelas células presentes no folículo ovariano. No homem o LH aciona a emissão de testosterona pelas células de Leydig. Prolactina (PRL): produzido na adeno-hipófise. Possui ação coligada a outros hormônios, iniciando e mantendo a secreção de leite pelas glândulas mamárias. A ação somente da prolactina é fraca. Assim, ocorre um efeito permissivo em conjunto com a progesterona, estrogênios, glicocorticoides, GH, tiroxina e insulina para a produção do leite. Para que ocorra a liberação do leite, é necessária a ação da ocitocina. A regulação da ejeção da PRL na mulher é realizada pelo hormônio inibidor da prolactina (PIH), que é a dopamina. Noshomens, ela não possui a função estabelecida, mas a hipersecreção leva a disfunção erétil com impotência e incapacidade de ereção. Nas mulheres a hipersecreção de PRL causa a galactorreia (secreção inadequada de leite) e amenorreia (ausência dos ciclos menstruais). Hormônio estimulante da tireoide (TSH): produzido na adeno-hipófise. Este hormônio ativa as células foliculares presentes no folículo tireoideano da tireoide. tireoidianos, que contêm células foliculares que se ligam ao TSH (receptores localizados na membrana basal) na presença do iodo (bombas de iodeto na membrana basal das células foliculares), impulsionando a síntese dos hormônios tetraiodotironina (T4) e tri-iodotironina (T3). Na circulação sanguínea, os hormônios se ligam às proteínas plasmáticas, atingindo as células-alvo no organismo. Os hormônios tireoideanos são hormônios lipossolúveis e circulam no sangue ligados a proteínas de transporte denominadas globulina fixadora de tiroxina (TBG). A ação do T3 e T4 inclui um aumento da taxa metabólica nas células-alvo, expande a taxa de crescimento e acuidade mental, promove a estimulação do metabolismo de carboidratos e lipídios, aumenta a frequência cardíaca, respiratória e ação muscular, facilita a perda de peso e diminui a produção de ácidos graxos, colesterol e triglicerídios. A tiroxina (T4) não é a forma mais ativa, mas é o principal produto secretado (conversão em T3), e o T3 é várias vezes mais potente. Paratormônio (PTH): As paratireoides são quatro glândulas individuais localizadas na região posterior da tireoide – duas superiores e duas inferiores. São responsáveis pela produção do paratormônio (PTH), que é controlada pela concentração extracelular de cálcio. Quando ocorre a diminuição da concentração plasmática do cálcio, há emissão do paratormônio. Esta ativação determina o aumento dos níveis de cálcio no sangue, juntamente com as múltiplas ações que causam o avanço da concentração extracelular de cálcio. Nos rins o PTH amplia a produção de vitamina D, que, por sua vez, eleva a absorção de cálcio no intestino. Hormônio adrenocorticotrófico (adrenocorticotrofina) ou ACTH: O CRH é liberado após a estimulação (que pode ser um mecanismo de estresse, trauma físico, baixa concentração de glicose interleucina-1) do hipotálamo, ativando a secreção do ACTH na adeno-hipófise. A função do ACTH inclui o controle da produção e secreção de hormônios glicorticoides (córtex da adrenal). A regulação é realizada por um mecanismo de feedback negativo, porque os glicocorticoides emitidos inibem secreção de CRH e ACTH. Glândulas Adrenais ou Suprarrenais: Na zona glomerulosa, há a produção dos mineralocorticoides, como a aldosterona, e uma quantidade limitada de desoxicorticosterona em resposta à liberação de ACTH e angiotensina II. Na zona fasciculada, as células secretam os glicocorticoides (cortisol e corticosterona) em resposta ao ACTH, e estes hormônios governam o metabolismo de lipídios, proteínas e carboidratos, aumentando a gliconeogênese, síntese de glicogênio no fígado. Os mineralocorticoides participam do controle da homeostasia da água e de eletrólitos (especialmente sódio e potássio). Além disso, expande a secreção de potássio e íons H+ (impedem acidose). Regula também as variações dos níveis séricos de potássio. Os glicocorticoides são essenciais à vida, funcionando como reguladores do metabolismo e da resistência ao estresse. Os hormônios dispensados são o cortisol (hidrocortisona), a corticosterona e a cortisona (corresponde a 95% da atividade). Seus efeitos incluem: aumento da degradação de proteínas, gliconeogênese, lipólise, resistência ao estresse (glicose para produção de ATP, tornando os vasos sanguíneos mais suscetíveis à ação de outros mediadores), efeitos anti-inflamatórios, com a redução do número de mastócitos, estabilização das membranas lisossomais e diminuição da permeabilidade capilar, subtração da fagocitose, retardo da cicatrização de depressão das respostas imunes quando utilizados em altas doses. Normalmente essas respostas não apresentam consequências em curto prazo, porém a exposição crônica pode levar a consequências na resposta imune, na fertilidade e nas diminuições na densidade óssea. Os androgênios são liberados em homens e mulheres em pequenas quantidades pelo córtex da adrenal (quantidades maiores pelos testículos dos homens). A emissão é estimulada pelo ACTH. Os androgênios em meninos e meninas promovem o crescimento de pelos axilares e pubianos e contribuem para o surto pré-puberal de crescimento. Em homens adultos, a quantidade secretada é baixa e insignificante, e são convertidos em testosterona nos testículos. Nas mulheres, desempenham papéis importantes, contribuindo para a libido, e são convertidos em estrogênios (esteroides sexuais feminilizantes). A medula da adrenal libera a epinefrina (80%) e a norepinefrina, que são hormônios simpaticomiméticos relacionados com os sinais da resposta de luta ou fuga. Pâncreas: O pâncreas é considerado uma glândula mista, apresentando uma porção exócrina com ductos excretores que dispensam as enzimas pancreáticas no duodeno, essencial para o processo de digestão. Apresenta uma porção endócrina que emite três hormônios: insulina, glucagon e somatostatina. A insulina é secretada pelas células b das ilhotas pancreáticas. O fator regulador mais importante é a glicose; o aumento desta concentração sanguínea estimula rapidamente a secreção de insulina, que possui uma ação hipoglicemiante. Dentre as ações da insulina, temos: • Diminuição da concentração sanguínea de glicose, com uma ação hipoglicêmica (ampliação do transporte da glicose nas células-alvo, promovendo a formação de glicogênio e inibindo a gliconeogênese). • Subtração na concentração sanguínea de ácidos graxos e cetoácidos, inibindo a mobilização e oxidação de ácidos graxos e elevando simultaneamente seu armazenamento. No tecido adiposo, estimula a deposição de lipídios e inibe a lipólis • Possui efeito anabólico sobre o metabolismo proteico e aumenta a captação de aminoácidos e proteínas pelos tecidos • Outras ações incluem captação de potássio pelas células, efeito direto pelo centro da saciedade no hipotálamo (e isso independe das variações da glicose que produz no sangue). O glucagon é sintetizado e secretado pelas células α das ilhotas pancreáticas e possui ação coordenada na expansão da concentração sanguínea de glicose, sendo um hormônio hiperglicemiante. Coordenada com este efeito está a secreção da insulina. As ações do glucagon incluem a elevação da concentração sanguínea de glicose (amplia a glicogenólise, a gliconeogênese, a lipólise e a síntese de cetonas). Os fatores que afetam a secreção do glucagon podem ser estimuladores, como o jejum; a concentração diminuída de glicose, por exemplo, e os fatores inibidores podem ser a liberação da insulina, a somatostatina, a concentração aumentada de ácido graxo e de cetoácido. A somatostatina é expelida pelas células d (delta) e inibe a secreção de insulina e glucagon através de ação parácrina nas células α e β. É ejetada em resposta a uma refeição e se difunde. Possui a função de modular e limitar as respostas da insulina e do glucagon ao alimento ingerido. Sistema Reprodutor Masculino A localização do escroto e a contração das fibras musculares é importante para a regulação da temperatura dos testículos – aproximadamente 2 a 3 ºC abaixo da temperatura central requerida para a produção normal do esperma. Na temperatura corpórea, podem ocorrer problemas para a produção normal dos espermatozoides. O músculo cremáster auxilia na regulação da temperatura dos testículos, pois a elevação do testículo ocorre na temperatura externa fria e na excitação sexual. Os testículos são as gônadas masculinas. Os túbulos seminíferos contêm células espermatogênicas em diversos estágios do desenvolvimento, havendo a produção dos espermatozoides. Asfunções do testículo incluem a espermatogênese (produção de espermatozoides) e a produção de testosterona. Espermiogênese: A espermiogênese pode ser dividida em quatro fases, enquanto as espermátides estão inseridas em pequenas depressões entre as células de Sertoli. As fases são conhecidas como fase de Golgi, de capuz, acrossômica e fase de maturação. A regulação hormonal dos testículos ocorre pela regulação pelo GnRH emitido pelo hipotálamo. A partir da puberdade, ao ser dispensado o GnRH, há estimulação dos gonadotrofos da adeno-hipófise e há liberação dos hormônios foliculo-estimulante (FSH) e luteinizante (LH). O hormônio LH ativa a secreção de testosterona pelas células de Leydig. A síntese de testosterona ocorre a partir do colesterol, é um hormônio lipossolúvel que se difunde para o líquido intersticial e o sangue, tendo uma regulação por feedback negativo, suprimindo a secreção do LH. O hormônio FSH impulsiona a espermatogênese e, juntamente com a testosterona, impulsiona de maneira sinérgica a célula de Sertoli para a ejeção da proteína ligante de androgênio (ABP) na luz dos túbulos seminíferos e no líquido intersticial. A testosterona se liga ao ABP e ocorre a manutenção da alta concentração de testosterona no local. Dessa maneira, há estimulação da espermatogênese nos túbulos seminíferos. Quando o processo de espermatogênese alcança sua função necessária, há ejeção do hormônio proteico inibina pelas células de Sertoli, inibindo a secreção do FSH. Sistema Reprodutor Feminino Está relacionado à produção de hormônios sexuais que controlam não somente os órgãos deste sistema, como influenciam outros órgãos do corpo. É constituído de dois ovários, duas tubas uterinas, útero, vagina e genitália externa. A partir da menarca (primeira menstruação), passa por modificações cíclicas, tanto em sua estrutura como em sua atividade funcional, que são controladas por mecanismos neuro-hormonais. Ovogênese e foliculogênese: Na puberdade ocorre o início das ovulações; o ovócito primário segue o processo de meiose, interrompendo na metáfase da segunda divisão, que se completa somente quando há a fertilização por um espermatozoide. O ovócito secundário dispensado na ovulação está coberto pela zona pelúcida, recoberta por uma camada de células foliculares designada como corona radiata. Desenvolvimento dos folículos ovarianos: Na puberdade há início do processo de crescimento folicular para grupos de folículos primordiais, compreendendo modificações do ovócito, células foliculares e fibroblastos do estroma, que abrange o folículo. O crescimento folicular é induzido pelo hormônio folículo estimulante (FSH), que é secretado pela hipófise. O crescimento folicular (foliculogênese) é rápido, observando as seguintes fases de desenvolvimento: folículo primordial, folículo primário unilaminar, folículo primário multilaminar, folículo secundário ou antral e folículo maduro (ou de Graaf). Geralmente, a cada ciclo menstrual, um folículo dominante alcança o estágio de folículo maduro ou de Graaf e ovular. Assim, os outros folículos em crescimento entram em atresia e suas células são fagocitadas por células fagocíticas. A ovulação é ativada pelo pico da secreção do hormônio luteinizante (LH) liberado pela hipófise devido aos altos níveis de estrógeno circulante, produzido pelos folículos em crescimento. Na ovulação há ruptura da parede do folículo maduro e emissão do ovócito, envolvido pela zona pelúcida e corona radiata, que será capturado pela extremidade dilatada da tuba uterina. Regularmente ocorre no 14º dia para um ciclo menstrual de 28 dias e, na maioria das vezes, é dispensado um ovócito em cada ciclo, porém há casos em que nenhum ovócito é ejetado (ciclos anovulatórios). Quando dois ou mais ovócitos são expelidos e fertilizados, desenvolvem-se as gestações múltiplas. Após a ovulação, há uma reorganização das células da granulosa e da teca interna, formando-se uma glândula endócrina temporária denominada corpo lúteo, que secreta estrógeno e progesterona, inicialmente sob o efeito do LH. O destino dessa estrutura depende da sua estimulação após a ovulação. Normalmente pelo estímulo do LH, que promoveu a ovulação, o corpo lúteo pode secretar durante 10-12 dias. Caso não haja nenhum outro estímulo, por exemplo, quando não ocorre a fertilização, há degeneração das células por apoptose. Devido à secreção decrescente de progesterona, ocorre a menstruação, e daí o corpo lúteo é designado corpo lúteo de menstruação. Após a degeneração do corpo lúteo, há uma diminuição da concentração de esteroides no sangue e consequente liberação de hormônio foliculo-estimulante (FSH), impulsionando o crescimento de novos folículos e iniciando o próximo ciclo menstrual. No caso de fertilização, o embrião implantado sinaliza o corpo lúteo pela emissão do hormônio gonadotropina coriônica humana (HCG), com ação similar à do LH. Assim, ativa o corpo lúteo, impede sua degeneração e impulsiona seu crescimento e a secreção de progesterona. Este é o corpo lúteo de gravidez, que persiste durante 4-5 meses e degenera, pois a placenta assume o papel endócrino ao fim da gestação Atividade Endócrina no Sistema Reprodutor Feminino: Para a atividade cíclica no sistema reprodutor feminino, são importantes os seguintes hormônios: hormônio liberador de gonodotropinas (GnRH) – no hipotálamo; hormônios sexuais da hipófise anterior (FSH e LH) – secretados em resposta ao GnRH; hormônios ovarianos estrogênio e progesterona –expelidos pelo ovário em resposta ao FSH e LH. Esses hormônios não são excretados em quantidades constantes durante todo o ciclo menstrual, porém possuem ejeção em intensidades diferentes ao longo das etapas do ciclo. Hormônios Gonadotrópicos Hormônio luteinizante (LH) e foliculo-estimulante (FSH): O LH e o FSH são glicoproteínas cuja função consiste em regular o desenvolvimento, o crescimento, a maturação sexual e a secreção dos hormônios esteroides sexuais das gônadas. As células gonadotrópicas expelem estes hormônios, que perfazem cerca de 10 a 15% da população de células da hipófise anterior. A modificação das porções dos carboidratos (subunidades distintas) que compõem a superfície das células gonadotrópicas torna possível a variação da bioatividade na produção de LH ou FSH, que são excretados em diferentes circunstâncias fisiológicas, como ocorre no ciclo menstrual. A regulação da secreção destes hormônios tem padrão pulsátil e cíclico, que é ativado pelo hormônio liberador de gonadotropina (GnRH) dispensado pelo hipotálamo. A secreção pulsátil do LH é proveniente da secreção pulsátil do GnRH, e não da ejeção de hormônios esteroides sexuais das gônadas, pois na ausência de gônadas e em mulheres pós-menopáusicas exibem picos ainda mais acentuados do nível plasmático de LH. Uma característica que destaca a secreção de LH em mulheres é sua natureza cíclica mensal. Entre 9 e 11 anos de idade, a hipófise começa a secretar progressivamente FSH e LH; entre 11 e 15 anos de idade, na puberdade, ocorre o primeiro ciclo menstrual (menarca). Durante cada mês do ciclo menstrual, tanto o FSH quanto o LH exibem oscilações cíclicas, produzindo alterações cíclicas ovarianas. Estrogênios: Observam-se apenas três tipos de estrógenos no plasma da mulher: β-estradiol, estriol e estrona, expelidos pelo ovário. Em mulheres não gestantes, estes hormônios são secretados apenas pelos ovários e pelo córtex da suprarrenal; durante a gestação, a placenta secreta grande quantidade de estradiol. O estrogênio possui a função de proliferação e crescimento celular das gônadas e outros tecidos relacionados com a reprodução. Secreção dos hormônios gonadotróficos aumenta na puberdade, os ovários, as tubas uterinas, o útero e a vagina ampliam de tamanho e a genitália externa também cresce, ocorrendo a deposição de gordura no púbis e nos grandes e pequenos lábios. São responsáveis pelo crescimento e aspectoexterno das mamas femininas maduras; efeito sobre o esqueleto com expansão da atividade osteoblástica do osso e, na puberdade, o crescimento fica rápido durante vários anos; ação na ampliação da proteína corporal total; ação sobre o metabolismo e a deposição de gordura, causando a deposição de gordura nas mamas e nos tecidos subcutâneos, nádegas e coxas, que são características femininas; distribuição e crescimento de pelos na região púbica e nas axilas. Após a puberdade, os androgênios são os responsáveis por isso; efeitos sobre a pele, adquirindo uma textura macia e lisa, tornando-a mais vascularizada. Progestinas: A mais importante das progestinas é a progesterona. Na mulher não gestante, a progesterona tem sua secreção elevada após a ovulação, pois é expelida pelo corpo lúteo. Caso ocorra a fertilização e a gestação, a placenta produz progesterona em especial depois do quarto mês de gestação. A progesterona possui funções relacionadas com as alterações secretoras no endométrio uterino durante a segunda metade do ciclo menstrual, preparando o endométrio para a implantação do óvulo fertilizado. Promove a retração da intensidade das contrações uterinas, impedindo a expulsão do óvulo implantado. Ainda amplia a secreção da mucosa das tubas uterinas (nutrição do óvulo fertilizado) e aumenta o volume das mamas, desenvolvendo os lóbulos e alvéolo. Prolactina: A prolactina é sintetizada pelas células mamotrópicas, promovendo a secreção do leite. A placenta secreta grande quantidade de somatomamotropina coriônica humana, que, devido às suas propriedades lactogênicas, atua concomitante com a prolactina durante a gestação. O estrogênio e a progesterona possuem efeitos supressores nas mamas. Para que ocorra a formação e secreção de leite, outros hormônios são necessários, fornecendo aminoácidos, ácidos graxos, glicose e cálcio, como é o caso do hormônio de crescimento, do cortisol, do hormônio da paratireoide e da insulina. Ocitocina: Hormônio produzido pelo hipotálamo e armazenado na neuro-hipófise, produz as contrações uterinas durante o parto e a ejeção do leite durante a amamentação. Na primeira mamada, são necessários, inicialmente, 30 segundos para que sejam transmitidos os impulsos sensoriais (nervos somáticos dos mamilos) ao hipotálamo para que ocorra a secreção de ocitocina e ejeção do leite. Hormônio gonadotrofina coriônica (hCG): É uma glicoproteína hormonal produzida pelo sinciciotrofoblasto da placenta. É um hormônio exclusivo da gravidez, estimula a secreção de progesterona e estrogênios em quantidades aumentadas durante alguns meses pelo corpo lúteo. Sob influência do hCG, o corpo lúteo cresce o dobro de seu tamanho inicial, aproximadamente na quarta semana de gestação, involuindo lentamente ao redor da 13ª a 17ª semana. Após este período, a placenta secreta quantidades de progesterona e estrogênio suficientes para manter a gestação. Os hormônios sexuais impedem a menstruação e induzem o desenvolvimento do endométrio. CICLO MENSTRUAL O sistema reprodutor feminino é controlado pelo estrógeno e pela progesterona, que regulam estruturas e funções dos órgãos. Os estrogênios promovem, principalmente, a proliferação e o crescimento de células específicas do corpo, responsáveis pelo desenvolvimento da maioria das características secundárias femininas. As progesteronas estão associadas, quase inteiramente, com a preparação final do útero para a gravidez e das mamas para a lactação. O ciclo menstrual em média dura 28 dias, podendo variar entre 20 a 45 dias, e normalmente a duração anormal do ciclo relaciona-se à infertilidade. Como o ciclo menstrual está ligado à produção de ovócitos no ovário, a mulher somente é fértil enquanto estiver tendo os ciclos menstruais. Na menopausa há uma síntese diminuída dos hormônios sexuais, involução geral dos órgãos reprodutores e a mulher não será fértil, porém a atividade sexual não termina neste período. O ciclo menstrual possui duas fases: 1. Fase Folicular: são os primeiros 14 dias, dominada pelo estrógeno, onde ocorre o desenvolvimento folicular, é dividida em • Fase Menstrual • Fase Pré-Ovulatória 2. Fase Lútea: são os últimos 14 dias, dominada pelo estrógeno, onde ocorre o desenvolvimento folicular. É dividida em • Ovulação • Fase Pós-Ovulatória Normalmente a variação de dias pode ocorrer na fase folicular, nunca na proliferativa. Assim a ovulação sempre ocorre 14 dias antes da menstruação. As alterações ovarianas que ocorrem durante o ciclo dependem totalmente dos hormônios gonadotrópicos FSH e LH. Na ausência desses hormônios, os ovários permanecem inativos Ovulação: Ocorre no 14º dia do ciclo de 28 dias, sempre 14 dias antes da menstruação. Há uma expansão dos níveis de FSH e LH, o surto ovulatório de LH é necessário para o crescimento folicular final e a ovulação. A excreção de estrogênio começa a diminuir cerca de um dia antes da ovulação, enquanto começam a ser secretadas quantidades crescentes de progesterona. • Altos níveis de estrogênio – feedback positivo GnRH, promovendo liberação de LH e FSH; • Pico de LH – ruptura do folículo dominante e expulsão do oócito secundário; • Após ovulação, há colapso do folículo maduro e pequeno sangramento, formando o corpo hemorrágico; • O coágulo é reabsorvido pelas células foliculares restantes e formam o corpo lúteo sob a influência do LH; • Estimulado pelo LH, o corpo lúteo secreta progesterona, estrogênio, relaxina e inibina. Fertilização e Gestação: Corresponde a uma complexa sequência de eventos moleculares coordenados, iniciando com o contato entre um espermatozoide e um ovócito. Após a fertilização, forma-se o zigoto, que inicia as clivagens sucessivas e a formação da mórula e do blastocisto. O blastocisto contém uma camada de células trofoblásticas, que produzirão o córion (placenta) e o embrioblasto, que vão originar o embrião. As células trofoblásticas vão conceber o sinciciotrofoblasto e o citotrofoblasto, essenciais para a criação da estrutura placentária durante a gestação. O corpo lúteo promove a secreção de progesterona, que mantém a mucosa uterina durante a gestação, estimula a secreção das glândulas uterinas (provável importância na nutrição do embrião antes da placenta tornar-se funcional), persiste 4-5 meses e degenera, sendo substituído pelo corpo albicans (maior que o da menstruação). Ao fim da terceira semana, iniciam-se os sintomas na gestante, podendo ocorrer náuseas, vômitos, e todos eles são variáveis. O sangramento vaginal na época esperada da menstruação não exclui a gravidez porque pode haver uma pequena perda de sangue no local de implantação do blastocisto. Este sangramento é devido ao sangue resultante da ruptura das redes lacunares da cavidade uterina pelo blastocisto implantado. O sinciciotrofoblasto produz a gonadotrofina coriônica humana (hCG), que entra no sangue materno nas lacunas e mantém a atividade hormonal do corpo lúteo durante a gravidez. Ao fim da segunda semana, o sinciciotrofoblasto produz uma quantidade suficiente de hCG para o teste positivo de gravidez. MÉTODOS CONTRACEPTIVOS Métodos Comportamentais: são mudanças no comportamento do casal. Os mais comuns são: abstinência sexual periódica, coito interrompido, tabelinha, temperatura basal e método Billings. Métodos de Barreira: impedem que os espermatozoides cheguem ao útero para que ocorra uma possível fecundação. Os mais conhecidos são: preservativo masculino ou feminino, diafragma, esponjas e espermicidas. Anticoncepcionais Hormonais: são medicamentos contendo hormônios, como estrógeno e progesterona, que impedem que haja uma possível concepção. Os mais usuais são: contraceptivos orais, injetáveis, implantes, anel vaginal, adesivos cutâneos e contracepção de emergência (pílula do dia seguinte). Dispositivo Intrauterino (DIU): atua de várias formas para evitar a concepção, como estimular uma reação inflamatória e gerar alterações bioquímicas
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