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Aula 11 Julgamento e Encerramento da Licitação

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Legislação Básica em 
Licitações, Pregão e Registro 
de Preços
Unidade IV
Aula 11 - Julgamento e Encerramento 
da Licitação
Este material tem função didática. A última atualização ocorreu em Junho de 2017. 
As afirmações e opiniões são de responsabilidade exclusiva do autor e podem não 
expressar a posição oficial do Tribunal de Contas da União.
© Copyright 2017
Este curso foi elaborado pela Escola Nacional de Administração Pública – ENAP
E contou com a revisão do Tribunal de Contas da União – TCU
Permite-se a reprodução desta publicação, em parte ou no todo, sem alteração do conteúdo, desde que 
citada a fonte e sem fins comerciais.
RESPONSABILIDADE PELO CONTEÚDO
Tribunal de Contas da União
Secretaria Geral da Presidência
Instituto Serzedello Corrêa
Desenho instrucional realizada no âmbito do acordo de Cooperação TécnicaFUB/CDT/Laboratório Latitude e ENAP
COORDENADORA-GERAL DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
Natália Teles da Mota Teixeira 
CONTEUDISTA 
Edson Seixas Rodrigues (2005) 
REVISÃO 
Henrique Savonitti (2008)
Walter Salomão (2011)
Hanna Ferreira (2013)
PROJETO GRÁFICO e DIAGRAMAÇÃO
Vanessa Vieira
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ENAP / Tribunal de Contas da União
Unidade IV - Aula 11 - Julgam
ento e Encerram
ento da Licitação
Unidade IV - Aula 11 - Julgamento e Encerramento da 
Licitação
Legislação Básica em Licitações, Pregão e Registro de Preços .....................................1
Unidade IV - Aula 11 - Julgamento e Encerramento da Licitação ................................3
1. OBJETIVOS DA AULA ............................................................................................................................4
2. CONCEITO .................................................................................................................................................4
3. ABERTURA ENVELOPES HABILITAÇÃO ......................................................................................5
4. ANÁLISE NA HABILITAÇÃO ...............................................................................................................7
5. ABERTURA DOS ENVELOPES PROPOSTAS DOS HABILITADOS .......................................7
6. ABERTURA DOS ENVELOPES DE PROPOSTA – VERIFICAÇÃO DE CONFORMIDADE 8
7. ANÁLISE DAS PROPOSTAS .................................................................................................................9
8. DELIBERAÇÃO QUANTO À HOMOLOGAÇÃO E ADJUDICAÇÃO ....................................... 14
9. DISPOSIÇÕES FINAIS ........................................................................................................................ 15
10. PONTO POLÊMICO .......................................................................................................................... 16
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o 1. OBJETIVOS DA AULA
Ao final dessa aula, espera-se que você seja capaz de:
• descrever as etapas de processamento e julgamento de propostas numa licitação, 
observando os procedimentos necessários.
2. CONCEITO
Na Aula anterior vimos os principais documentos de habilitação dos interessados em uma 
licitação, suas características e diferentes tipos de habilitação e qualificação.
Nesta Aula, conheceremos os procedimentos para o processamento e julgamento de uma 
licitação, que inclui a análise dos documentos de habilitação, das propostas técnicas (quando das 
licitações do tipo “Técnica e Preço” e Melhor técnica”) e das propostas de preços.
Poderíamos dizer que esta fase se constitui no ponto culminante da licitação. É o momento 
pelo qual todos aqueles que participaram das etapas anteriores esperam. Todo esforço para bem 
caracterizar o objeto, redigir o instrumento convocatório e os demais atos de chamamento dos 
interessados é posto à prova a partir daqui.
Os procedimentos para processamento e julgamento da licitação estão dispostos no art. 
43 da Lei 8.666/1993.
Nesse momento os interessados em participar do certame comparecem perante a Comissão 
de Licitação para apresentar a documentação requerida, tanto de habilitação (se for o caso), 
como de proposta técnica e de preços.
Todos os interessados em participar da licitação prepararam as suas propostas com base 
no instrumento convocatório que foi divulgada. Edital, no caso de concorrência ou tomada de 
preços, ou Carta -Convite que foi entregue ou disponibilizada, no caso de convite.
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Por sua vez, a Comissão de Licitação se preparou para, no dia e hora definidos no edital, 
receber as propostas dos interessados, a fim de examiná-las e julgá-las de acordo com as regras 
estabelecidas no edital.
Assim é realizada a reunião pública de recebimento e abertura dos envelopes, com a aná-
lise dos documentos neles inseridos.
Saiba mais!
 Â A depender do tipo de licitação, os licitantes deverão entregar dois ou três envelopes, com os 
documentos de habilitação, os com as propostas técnicas e os envelopes com as propostas de preços, 
sendo que o envelope com propostas técnicas se referem às licitações do tipo “melhor técnica” ou 
“técnica e preço”.
A seguir, veremos todos os procedimentos que devem ser observados para processar 
e julgar a licitação, inclusive o detalhamento da entrega dos documentos e seus respectivos 
conteúdos.
3. ABERTURA ENVELOPES HABILITAÇÃO
Inicia-se o procedimento público com a abertura dos envelopes contendo a documentação 
relativa à habilitação dos concorrentes e sua apreciação.
O preâmbulo do edital de licitação (caput do art. 40 da Lei 8.666/1993), dentre outras 
exigências, menciona que deve constar o local, dia e hora para recebimento da documentação e 
proposta, bem como para início da abertura dos envelopes.
No dia, hora e local convencionados, os interessados entregarão seus respectivos envelopes:
O envelope de nº 1, devidamente identificado, deverá conter os documentos relativos à 
habilitação do licitante, lembrando que parte desta documentação poderá ser substituída pelo 
CRC (no âmbito dos Estados, Municípios e do Distrito Federal), ou pelo SICAF (na esfera da 
Administração Federal).
O envelope de nº 2, igualmente identificado, deverá trazer o preço ofertado.
Na hipótese de licitações do tipo “melhor técnica” ou “técnica e preço”, o envelope nº 2 
deverá conter a proposta técnica, situação na qual haverá um terceiro envelope (de número 3), 
contendo as propostas de preços.
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A Comissão de Licitação irá receber os envelopes dos interessados dentro do horário pre-
visto, credenciando aqueles que quiserem participar desse ato público. Nos termos do art. 41 da 
Lei de Licitações, a Administração deve seguir à risca todas as exigências constantes do Edital, 
o que inclui a proibição de realizar novas exigências, bem como a vedação à prorrogação de 
prazos.
Só pode se credenciar o representante legal da empresa (proprietário, diretor, etc.) ou al-
guém que tenha procuração pública ou particular devidamente especificada para tal fim.
A finalidade do credenciamento é dar poderes ao credenciado para falar em nome da 
empresa. Afinal, vários atos são praticados pelos representantes das empresas, com impacto na 
validade e integridade da sessão, lembrando que a presença de representantes das empresas à 
reunião é uma faculdade dos licitantes. No entanto, dentre os presentes, só poderão praticar 
atos em nome das empresas aqueles com autorização para tanto.
 Após o horário marcado não cabe receber mais nenhuma documentação, sob pena de 
nulidade do procedimento.
Segundo Marçal Justen Filho1:
Ao submeter a Administração ao princípioda vinculação do ato convocatório, a Lei nº 
8.666/1993 impõe o dever de exaustão da discricionariedade por ocasião de sua elaboração. 
Não teria cabimento determinar a estrita vinculação ao edital e, simultaneamente, autorizar 
a atribuição de competência discricionária para a Comissão indicar, por ocasião do julgamen-
to de alguma das fases, os critérios de julgamento. Todos os critérios e todas as exigências 
deverão constar, de modo expresso e exaustivo, no corpo do edital.
Jurisprudência do STJ
“Em resumo: o Poder Discricionário da Administração esgota -se com a elaboração do Edital 
de Licitação. A partir daí, nos termos do vocábulo constante da própria Lei, a Administração 
Pública vincula- se ‘estritamente’ a ele” (RESP 421.946/DF, 1ª T., rel. Ministro Franscisco Falcão, 
j. em 07.02.2006, DJ de 06.03.2006)
1 - JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à lei de licitações e contratos administrativos. 15. ed. São Paulo: Dialética, 2008, p. 660.
TIPO DE LICITAÇÃO ENVELOPES
Menor preço
-   Documentos de habilitação
-   Proposta de preço
Melhor técnica -   Documentos de habilitação
-   Proposta técnica
-   Proposta de preçoTécnica e Preço
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4. ANÁLISE NA HABILITAÇÃO
Devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as respectivas 
propostas, desde que não tenha havido recurso ou após a sua denegação.
Recebidos os envelopes pela Comissão de Licitação, esta dará início aos trabalhos, abrindo 
os envelopes que contém os documentos de habilitação, sempre em conformidade com o edital.
Ato contínuo, dará vista desses envelopes a todos os credenciados, os quais farão seus 
exames e suas anotações de possíveis irregularidades dos demais participantes.
Após ouvir possíveis alegações de irregularidades dos credenciados e de examinar a do-
cumentação de cada participante, a Comissão se manifestará, habilitando os que atenderem ao 
edital e inabilitando os que não atenderem.
Aos inabilitados será aberto prazo de cinco dias úteis para interposição de recurso, se assim 
o desejarem.
Só após o julgamento final dos recursos é que se devolverá aos inabilitados os respectivos 
envelopes contendo a sua proposta, devidamente fechados.
Caso o inabilitado manifeste o desejo de não recorrer, a Comissão providenciará que ele 
assine um documento escrito de desistência. Só após essa desistência expressa é que a Comissão 
tem condições de passar para a fase seguinte, que é a abertura dos envelopes contendo as pro-
postas dos habilitados.
Caso não haja desistência expressa do inabilitado, a Comissão será obrigada a suspender a 
reunião e, se possível, já marcará data para reinício dos trabalhos, calculado o prazo que durará 
o trâmite do recurso até o julgamento final.
5. ABERTURA DOS ENVELOPES PROPOSTAS DOS HABILITADOS
Um dos procedimentos para processamento e julgamento da licitação, previsto no art. 43, 
inciso III da Lei 8.666/1993, é abertura dos envelopes que contenham as propostas dos concor-
rentes habilitados:
• Desde que transcorrido o prazo sem interposição de recurso
• Desde que tenha havido desistência expressa
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• Após o julgamento dos recursos interpostos
• Resolvido o problema da habilitação, a Comissão dará prosseguimento aos trabalhos de 
abertura dos envelopes contendo as respectivas propostas dos habilitados.
Abertos todos os envelopes contendo as propostas, a Comissão dará vista aos creden-
ciados presentes para exame e anotação de possíveis irregularidades de seus concorrentes, em 
conformidade com as exigências do edital.
As possíveis manifestações alegando irregularidades nas propostas dos concorrentes serão 
anotadas pela Comissão, passando, então, a examinar cada proposta de forma rigorosa em 
conformidade com o edital. Esse exame a ser feito pela Comissão pode não ser ato público, ou 
seja, o exame das propostas poderá ser ato privado da Comissão, podendo, no entanto, fazê- lo 
publicamente. Ficará a cargo da Comissão decidir sobre a forma que fará o julgamento.
6. ABERTURA DOS ENVELOPES DE PROPOSTA – VERIFICAÇÃO DE 
CONFORMIDADE
Conforme inciso IV, do art. 43, da Lei 8.666/1993, após a abertura dos envelopes conten-
do as propostas de preços dos concorrentes habilitados, deve-se fazer a verificação da conformi-
dade de cada proposta com os requisitos do edital e, conforme o caso, com os preços correntes 
no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda com os constantes do sistema de 
registro de preços, os quais deverão ser devidamente registrados na ata de julgamento, promo-
vendo-se a desclassificação das propostas desconformes ou incompatíveis.
Esse é o momento do exame de cada proposta, conforme o edital, no qual serão analisa-
dos todos os itens exigidos e, principalmente, os preços que deverão guardar consonância com 
os de mercado, sob pena de serem caracterizados como exorbitantes e, consequentemente, 
promover a desclassificação da proposta. Todas essas ocorrências deverão ser registradas na ata 
de julgamento. As propostas que não atenderem ao edital serão desclassificadas.
Lei 8.666/1993
Art. 48.  Serão desclassificadas:
I - as propostas que não atendam às exigências do ato convocatório da licitação;
II - propostas com valor global superior ao limite estabelecido ou com preços manifestamente 
inexequíveis (...).
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Em resumo, as propostas podem ser desclassificadas tanto em razão de especificações di-
ferentes das consignadas no edital quanto por preços em desconformidade com os referenciais 
estabelecidos na convocação.
Atenção!
Caso todas as propostas sejam desclassificadas, ainda assim se pode ‘salvar’ a 
licitação.
É o que prevê o § 3º do art. 48 da Lei 8.666/1993 que dá à Administração 
a prerrogativa de fixar novo prazo (oito dias úteis) para que os licitantes 
apresentem novas propostas corrigidas as causas motivadoras da 
desclassificação. No caso de Convite, esse prazo é de três dias úteis.
7. ANÁLISE DAS PROPOSTAS
Julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação constan-
tes do edital
• A Comissão de Licitação pode optar por fazer o exame e julgamento das propostas 
em caráter privativo, como mencionado antes, motivado pela complexidade do 
julgamento, hipótese em que deverá buscar o auxílio de técnicos das respectivas áreas 
de conhecimento;
• Esse auxilio deverá ocorrer de forma escrita e conter a opinião conclusiva do técnico 
sobre as propostas, em conformidade com o edital;
• Com base nessa manifestação técnica, a Comissão fará o seu julgamento, classificando 
as propostas em ordem crescente, a fim de submetê- las à autoridade competente.
Convém ressaltar que a Comissão não tem competência de declarar ninguém vencedor. 
Sua atribuição é julgar e classificar.
Lembra quando falamos há pouco que as propostas com preços inexequíveis poderão ser 
desclassificadas? Mas, o que são preços inexequíveis?
Vamos nos socorrer do texto da Lei 8.666/1993, no mesmo art. 48:
• Preços inexequíveis são aqueles que “não venham a ter demonstrada sua viabilidade 
através de documentação que comprove que os custos dos insumos são coerentes 
com os de mercado e que os coeficientes de produtividade são compatíveis com a 
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execução do objeto do contrato, condições estas necessariamente especificadas no ato 
convocatório da licitação”.
E como calculo se um preço ofertado é ou não exequível?
De novo o art.48 da Lei 8.666/1993 nos informa, conforme expresso no § 1º do mesmo 
artigo. Mas atenção, esses cálculos só valem para licitações do tipo menor preço e para obras e 
serviços de engenharia.
A lei define uma linha de corte. As propostas inferiores a 70% do menor dentre os seguin-
tes valores:
a. média aritmética dos valores das propostas superiores a 50% do valor orçado pela 
administração, ou
b. valor orçado pela administração.
Ou seja, ficou abaixo de 70% do menor valor dentre esses dois (média e valor orçado), é 
considerado inexequível.
Para melhor entendimento, deem uma lida mais apurada no § 1º do art. 48 da Lei 
8.666/1993 e, principalmente, numa explicação bem didática do Prof. Aldo Dórea Mattos2, da 
Editora Pini, que se encontra na Biblioteca dessa Unidade (Cálculo de proposta inexequível)
Tratamento diferenciado e privilegiado às microempresas e empresas de 
pequeno porte (ME/EPP)
Já vimos na Aula anterior que as microempresas e as empresas de pequeno porte recebem 
tratamento diferenciado na habilitação. A Lei Complementar 123/2006 também estabelece pri-
vilégios para as ME/EPP quando da análise das propostas de preços, por meio critérios de desem-
pate em benefícios de microempresas e empresa de pequeno porte.
O art. 44 da Lei Complementar 123/2006 considera como empate, para fins de licitação, 
aquelas situações em que as propostas apresentadas pelas microempresas e empresas de peque-
no porte sejam iguais ou até dez por cento superiores à proposta melhor classificada.
A doutrina costuma chamá-lo de empate ficto, pois não há um empate propriamente dito, 
apenas uma ficção jurídica para propiciar às ME/EPP maior competitividade nas licitações.
2 - MATTOS, Aldo Dórea. O que é uma proposta inexequível? Disponível em < http://blogs.pini.com.br/posts/Engenharia-custos/o-que-e-
-uma-proposta-inexequivel-304656-1.aspx>. Acesso em 10 out 2015.
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Ocorrendo esse empate, nos termos supramencionados, a microempresa ou empresa de 
pequeno porte poderá apresentar proposta de preço inferior àquela melhor classificada da lici-
tação, situação em que será adjudicado em seu favor o objeto licitado. Ocorrendo empate entre 
estes tipos e empresas, será realizado sorteio.
A matéria vem regulamentada pelo Decreto Federal 6.204/2007.
Atenção!
Já falamos nisso na aula passada, mas importante relembrar.
Foi publicado um novo decreto que regulamenta o tratamento diferenciado 
para as ME/EPP. É o Decreto 8.538/2015, que irá revogar o Decreto 6.204/2007 
atualmente em vigor. Irá revogar o que está atualmente em vigor porque, 
conforme o art. 15 do novo decreto, ele entrará em vigor 90 dias após a 
publicação.
Considerando que o decreto foi publicado no DOU de 7 de outubro de 2015 
(edição n. 192, Seção 1, p. 3), entrará em vigor em 5 de janeiro de 2016
Então, atenção para a data.
Critério de até 10% da melhor proposta de acordo com a LC 123/2007 
Art. 44
§ 1º Entende -se por empate aquelas situações em que as propostas apresentadas pelas mi-
croempresas e empresas de pequeno porte sejam iguais ou até 10% (dez por cento) superio-
res à proposta mais bem classificada. 
Art. 45. Para efeito do disposto no art. 44 desta Lei Complementar, ocorrendo o empate, 
proceder- se- á da seguinte forma:
I - a microempresa ou empresa de pequeno porte mais bem classificada poderá apresentar 
proposta de preço inferior àquela considerada vencedora do certame, situação em que 
será adjudicado em seu favor o objeto licitado;
II - não ocorrendo a contratação da microempresa ou empresa de pequeno porte, na for-
ma do inciso I do caput deste artigo, serão convocadas as remanescentes que porventura 
se enquadrem na hipótese dos §§ 1º e 2º do art. 44 desta Lei Complementar, na ordem 
classificatória, para o exercício do mesmo direito;
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o EMPATE FICTO
Licitantes Proposta Faixa de 10% Classificação para desempate* Situação
Empresa Ltda. 10.000,00 --
• Caso as convocadas não atendam 
à convocação e apresentem melhor 
proposta, será declarada vencedora
Empresa ME – A 11.000,00 Sim 3ª convocada
• Será convocada para apresentar 
proposta, somente se as 1ª e 2ª 
convocada não apresentarem 
proposta menor do que a da 
Empresa Ltda.
Empresa ME – B 10.520,00 Sim 1ª convocada
• Poderá ofertar proposta menor do 
que R$ 10.000,00, hipótese em que 
será declarada vencedora.
Empresa EPP – A 11.180,00 Não
Empresa EPP – B 10.755,00 Sim 2ª convocada
• Será convocada a apresentar 
proposta menor do que R$ 
10.000,00 caso a Empresa ME-B 
não o faça
* Ordem pela qual serão chamadas as licitantes para apresentarem proposta de preços menor do que o menor preço até então 
ofertado.
Recursos Administrativos
Dispõe o art. 109, da Lei 8.666/1993, acerca das medidas cabíveis contra os diversos atos 
praticados ao longo da licitação. Dentre elas, o direito de recurso no prazo de 5 dias úteis (‘) para 
os casos de:
• habilitação ou inabilitação do licitante;
• julgamento das propostas;
• anulação ou revogação da licitação;
• indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou 
cancelamento;
• rescisão do contrato, a que se refere o inciso I do art. 79 desta Lei;
• aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa.
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Uma curiosidade: 
 Â o inciso III, do art. 109, da Lei 8.666/1993 se refere, quando trata do pedido de reconsideração de uma das 
penalidades enumeradas no art. 87, da Lei 8.666/1993, a um inexistente § 4º, quando, de fato, a referência é 
ao § 3º daquele artigo.
Este recurso terá efeito suspensivo nas hipóteses indicadas no item “a” e “b” deste artigo, 
podendo a autoridade competente, motivadamente e presentes razões de interesse público, 
atribuir eficácia suspensiva aos demais recursos.
Além do recurso, cabem ainda:
• REPRESENTAÇÃO: 5 dias úteis da intimação da decisão relacionada com o objeto da 
licitação ou do contrato de que não caiba recurso hierárquico (inciso II, do art. 109, da 
Lei 8.666/1993).
• PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO: 10 dias úteis de intimação do ato, de decisão de 
Ministro de Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal, conforme o caso, na hipótese 
de aplicação de Declaração de Inidoneidade (inciso III, do art. 109, da Lei 8.666/1993).
A partir dessas regras recursais, procura o legislador evitar que sejam cometidas injustiças 
contra licitantes. A existência de dupla instância permite que o licitante possa atacar ato que, no 
seu entendimento, esteja ferindo seus direitos.
DICA!
A professora Fernanda Marinela ensina que: “Para o Direito Administrativo, 
a denominação “recurso administrativo”, entendida em sentido amplo, é a 
expressão que designa todos os meios postos à disposição dos administrados 
para provocar o reexame dos atos da Administração. A possibilidade de 
interposição de recurso representa exercício da garantia constitucional do 
direito de petição (art. 5º, XXXIV, da CF), além dos princípios do contraditório 
e da ampla defesa (art. 5º, LV, da CF), o que é possível independentemente de 
previsão expressa. A Lei de Licitações também estabelece, no art. 109, alguns 
recursos específicos que podem ser interpostos durante o procedimento e, 
quando da execução do contrato, dividindo -se em: recurso, representação e 
pedido de reconsideração, não afastando outras possibilidades que decorrem 
do direito constitucional de recorrer.” (págs 416/417)
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o Representação ao Tribunal de Contas
Além da possibilidade de serem interpostos os recursos acima indicados, a lei prevê pos-
sibilidade de representação, disciplinada no art. 113, § 1º, junto ao Tribunal de Contas ou aos 
órgãos integrantes do sistema de controle interno contra irregularidades na aplicação da legisla-
ção de licitações. A representação poderá ser feita por qualquer licitante, contratado ou pessoa 
física ou jurídica.
8. DELIBERAÇÃO QUANTO À HOMOLOGAÇÃO E ADJUDICAÇÃO
Deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do objeto da 
licitação.
Conforme se observou, a licitação se encerra com a classificação dos interessados, os 
quais, submetidos à autoridade competente, promove a homologação do objeto da licitação e 
a adjudicação, quando então, o licitante vencedor será chamado para celebrar contrato com a 
Administração, nos termos como ficou definido no Edital de licitação. Nessa mesma linha, segue 
o entendimento do Ilustre Desembargador do TJ RJ, Jessé Torres Pereira3
“O julgamento e a classificação das propostas é o ato final da Comissão. Isto feito, estará o 
processo em condições de subir à apreciação da autoridade que, superior à Comissão, será 
competente para firmar o contrato da Administração (ordenador da despesa), que terá dian-
te de si quatro possibilidades:
 » determinar a emenda de irregularidade sanável, se houver;
 » homologar o certame e adjudicar o seu objeto ao primeiro classificado (vencedor do 
torneio licitatório);
 » revogar a licitação, por razão de conveniência ou oportunidade;
 » anular a licitação, se se deparar com vício irremediável, porque comprometedor da lega-
lidade do procedimento.”
Em vista do nível decisório que envolve a deliberação pela autoridade competente, antes de 
proceder a homologação da licitação, normalmente, solicita parecer do setor ao assessoramento 
jurídico no que concerne ao atendimento das formalidades dos procedimentos e rito licitatório.
3 - PEREIRA JUNIOR, Jessé Torres. Comentários à Lei das Licitações e Contratações da Administração Pública”. 8. ed. São Paulo: Editora 
Renovar, 2009, p. 518.
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Atente para as fases do processo licitatório especialmente no que tange à adjudicação e 
homologação do objeto da licitação, abstendo -se de realizar, na mesma licitação, diversas 
adjudicações e homologações parceladas, em observância ao art. art. 43, inciso VI, da Lei 
8.666/1993. Acórdão 1820/2008-TCU-Plenário. 
Nesse particular, é importante mencionar que a faculdade para realização da diligência pre-
conizada pelo art. 43, § 3º, da Lei 8.666/1993 assiste à autoridade julgadora em momentos 
de dúvidas. Ou seja, caso haja dúvida a autoridade competente pode diligenciar. Entretanto, 
na dúvida não é lícito ao agente público decidir em prejuízo do interesse coletivo, ainda 
mais nesse caso que inabilitou a proposta mais vantajosa para a Administração.  Acórdão 
1899/2008 Plenário (Voto do Ministro Relator).
9. DISPOSIÇÕES FINAIS
A abertura dos envelopes contendo a documentação para a habilitação e propostas será 
realizada sempre em ato público previamente designado, do qual se lavrará ata circunstanciada, 
assinada pelos licitantes presentes e pela comissão.
Como já se disse, a sessão de abertura dos envelopes contendo a documentação e as pro-
postas dos interessados será feita em ato público, o que significa dizer, qualquer que seja a sala 
da repartição onde se realizará a reunião, deverá estar com as portas abertas.
No ato de abertura dos documentos de habilitação e proposta, todos esses documentos 
deverão ser rubricados pelos licitantes presentes e pela Comissão. É claro que os licitantes pre-
sentes não são obrigados, mas a comissão será obrigada a registrar o fato de algum licitante se 
recusar a assinar.
Nos termos dos art. 81 da Lei Federal de Licitações, a recusa injustificada do vencedor da 
licitação em assinar o contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo 
estabelecido pela Administração, caracteriza o descumprimento total da obrigação assumida, 
sujeitando- o às penalidades legalmente estabelecidas. É o que a doutrina denomina de hipótese 
de responsabilidade prévia ao contrato.
Existe um hábito de se eleger “uma comissão de credenciados” para representar os demais 
participantes na rubrica dos documentos. Esse ato é ilegal e transgride a regra impositiva da lei 
que determina ‘”serão rubricados pelos licitantes presentes”. Quando houver proposta nesse 
sentido por parte dos credenciados, a comissão não deve aceitar, pois tal fato caracteriza vício, o 
que pode levar à nulidade do procedimento licitatório.
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Legislação Básica em Licitações, Pregão e Registro de Preços
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o 10. PONTO POLÊMICO
A proposta de licitante com margem de lucro mínima ou sem margem de lucro 
não conduz, necessariamente, à inexequibilidade, pois tal fato depende da estratégia 
comercial da empresa. A desclassificação por inexequibilidade deve ser objetivamente 
demonstrada, a partir de critérios previamente publicados, após dar à licitante a opor-
tunidade de demonstrar a exequibilidade de sua proposta.
Empresa participante de licitação para a contratação de serviços terceirizados e continua-
dos de limpeza, asseio e conservação, teve sua proposta desclassificada, sob alegação de inexe-
quibilidade de preços, fundamentada na informação constante da proposta de que a margem 
de lucro seria de 0,1%.
Súmula TCU  262
“o critério definido no art. 48, inciso II, § 1º, alíneas ‘a’ e ‘b’, da Lei nº 8.666/93 
conduz a uma presunção relativa de inexequibilidade de preços, devendo a 
Administração dar à licitante a oportunidade de demonstrar a exequibilidade da 
sua proposta”.
O TCU considerou o ato indevido e fixou prazo para a anulação do ato de desclassificação 
da proposta da representante.
Acórdão 3092/2014-Plenário 
9.2. com fulcro no art. 71, inciso IX, da Constituição Federal de 1988, 
c/c art. 45, caput, da Lei 8.443/1992, assinar prazo de 15 (quinze) dias 
para que (...) adote as providências necessárias no sentido de anular o 
ato que desclassificou a proposta da empresa (...), bem como dos atos 
subsequentes, facultando-lhe a retomada do processo licitatório no 
momento imediatamente anterior ao referido ato ou a anulação de todo o 
procedimento licitatório, nos termos do art. 49 da Lei 8.666/1993, em razão 
da identificação do seguinte vício: 
 
9.2.1. desclassificação de proposta por inexequibilidade a partir de 
critério subjetivo não publicado no edital e sem demonstração objetiva 
da razão pela qual a proposta seria inexequível a ponto de autorizar sua 
desclassificação, em afronta ao art. 29-A da IN-SLTI/MPOG 2/2008 e à 
jurisprudência do TCU (Súmula 262 e Acórdãos 1.092/2013, 2.528/2012, 
1.100/2008 e 325/2007, todos do Plenário);
	Legislação Básica em Licitações, Pregão e Registro de Preços
	Unidade IV - Aula 11 - Julgamento e Encerramento da Licitação
	1. OBJETIVOS DA AULA
	2. CONCEITO
	3. ABERTURA ENVELOPES HABILITAÇÃO
	4. ANÁLISE NA HABILITAÇÃO
	5. ABERTURA DOS ENVELOPES ­ PROPOSTAS DOS HABILITADOS
	6. ABERTURA DOS ENVELOPES DE PROPOSTA – VERIFICAÇÃO DE CONFORMIDADE
	7. ANÁLISE DAS PROPOSTAS
	8. DELIBERAÇÃO QUANTO À HOMOLOGAÇÃO E ADJUDICAÇÃO
	9. DISPOSIÇÕES FINAIS
	10. PONTO POLÊMICO

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