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VENTO Profª Virgínia Vento: velocidade e direção Circulação Geral da Atmosfera 8.0 – Circulação Geral da atmosfera/ventos predominantes A atmosfera se movimenta em resposta à diferença de pressão entre duas regiões. Pressão->incidência e absorção dos raios solares. Regiões equatoriais x polares. Ar menos denso x ar mais denso - A força vertical exercida pela atmosfera sobre a superfície é denominada de pressão atmosférica. -Em superfície, as massas frias (alta pressão) sempre avançam para as regiões mais aquecidas (baixa pressão). Em altitude a circulação é no sentido contrário * Circulação Geral da Atmosfera A parcela de ar está sujeita a três forças: da gravidade; da flutuação térmica; e do gradiente horizontal de pressão. A força de atração gravitacional é sempre direcionada no sentido do centro da Terra, sendo a principal responsável pela pressão. A força, devido a flutuação térmica, contribui sig. para a variação da pressão local, tanto pode A força devido ao gradiente horizontal de pressão é a responsável pela movimentação da atmosfera de uma região para outra. Essa 3 forças são denominadas de forças primárias. * Duas colunas de ar – mesma temperatura mesma distribuição de massas * Resfrie a coluna da esquerda; aqueça a coluna da direita * O nível da superfície de 500 mb varia; a pressão à superfície permanece inalterada * Desenvolve-se uma diferença de pressão na direção horizontal acima da superfície * O ar move-se da alta para a baixa pressão no meio da coluna, provocando a variação da pressão na superfície. * O ar move-se da alta para a baixa pressão em superfície … * O que que observamos? Introduzimos uma aquecimento diferencial numa atmosfera inicialmente em repouso O aquecimento diferencial causa taxas diferentes de expansão do fluido As diferentes taxas de aquecimento resultam em pressões diferentes ao longo da superfície horizontal As diferenças de pressão introduzem escoamento ao fluido Isto é uma análise em pequena escala de como a atmosfera converte calor em movimento * Os movimentos atmosféricos ocorrem em resposta à diferença de pressão entre duas regiões As diferenças de pressão são devidas à incidência e absorção da radiação solar de maneira distinta entre duas regiões Na macro-escala, devido à posição relativa Terra-Sol, os raios solares são mais intensos e mais absorvidos na região Equatorial do que nos Pólos Isso faz com que a atmosfera seja mais expandida no equador e mais contraída nos pólos Circulação Geral da Atmosfera Forças secundárias: Força devido ao atrito; sempre contrária ao movimento. A fricção é importante próxima a superfície da Terra O arrasto friccional exercido pela superfície diminui a velocidade do vento – Magnitude • Depende da velocidade da parcela de ar • Depende da rugosidade do terreno • Depende de quão uniforme é o campo do vento – Direção • Age sempre na direção oposta ao movimento da parcela – Importante na camada de fricção (camada limite planetária) • ~ < 1000 m na atmosfera * 2 – Força de Coriolis Força aparente devido ao movimento de rotação da Terra Magnitude {Fco= 2 . VH sen (lat)} – Depende da latitude e da velocidade do movimento da parcela de ar – Quanto maior a latitude, maior a força de Coriolis – zero no equador, máxima nos pólos Quanto maior a velocidade, maior a força de Coriolis – A força de Coriolis sempre age perpendicularmente à direção do movimento Para a direita no hemisfério norte Para a esquerda no hemisfério sul * Como já discutido anteriormente, os ventos se originam em decorrência da diferença de pressão atmosférica entre duas regiões. Os fatores da macroescala são responsáveis pela formação dos ventos predominantes, enquanto que os fatores da topo e da microescala tem influência na formação dos ventos locais. Vento: velocidade e direção VENTO O vento, especialmente a sua velocidade, tem efeitos consideráveis em vários aspectos relacionados à agricultura, atuando tanto de modo favorável como desfavorável. Logicamente, os efeitos desfavoráveis são os mais relevantes nos estudos envolvendo a agricultura, e nesse caso os ventos excessivos podem ser controlados com o uso dos quebra ventos (estrutura natural ou artificial destinada a reduzir a velocidade do vento). Para tanto é necessário se conhecer sua direção e velocidade. Além disso, a velocidade do vento é muito importante no processo de evapotranspiração, exercendo grande influência no consumo hídrico das plantas. Essa variável será também muito útil na estimativa da evapotranspiração das culturas e, conseqüentemente, para o manejo da irrigação. Medida do Vento Direção do vento A direção do vento é indicada pela direção de onde o vento é proveniente, ou seja, de onde ele vem. A direção é expressa tanto em termos da direção de onde ele provém como em termos do azimute, isto é, do ângulo que o vetor da direção forma com o Norte geográfico local. Assim, um vento de SE terá um ângulo variando entre 91 e 179º. 0o 90o 180o 270o 1 a 89o 91 a 179o 181 a 269o 271 a 359o Velocidade do Vento A velocidade do vento expressa a distância percorrida pelo vento em um determinado intervalo de tempo. É medida a 10 m de altura (para fins meteorológicos) ou 2 m (para fins agronômicos). Normalmente é expressa em metros por segundo (m/s), quilômetros por hora (km/h) ou knots (kt): 1 kt = 0,514 m/s ou 1 m/s = 1,944 kt 1 m/s = 3,6 km/h ou 1 km/h = 0,278 m/s A velocidade do vento aumenta exponencialmente com a altura. Isso se dá em função da redução do atrito conforme o fluxo de ar se distancia da superfície. Assim, a velocidade do vento a 10m de altura (p/ fins meteorológicos) será maior do que aquela medida a 2m (p/ fins agronômicos) U2m = 0,748 * U10m Velocidade do vento (m/s) PERFIL DE VENTO Altura acima da superfície (m) Medida do Vento Equipamentos Anemômetro Universal – Equipamento mecânico que fornece dados de direção, velocidade e rajadas Bateria de anemômetros de caneca para medida automática da velocidade do vento Anemômetro de hélice – Equipamento automático para medida da velocidade e direção do vento Sensor automático de baixo custo – mede a direção e velocidade do vento Medida do Vento Anemograma, obtido pelo Anemógrafo Universal, do vendaval ocorrido em 29/03/2006 em Piracicaba. Neste dia, a rajada máxima do vento chegou a cerca de 44 m/s, o que correspondeu a 158 km/h, recorde observado na cidade. Direção Distância percorrida (km) Rajada instantânea (m/s) Escala de Vento de Belfort Essa escala ajuda a interpretar os dados de velocidade máxima do vento (rajadas) medidos nas estações meteorológicas convencionais (a 10 m de altura) Grau Descrição Velocidade (km/h) 0 Calmaria 0 – 2 1 Vento Calmo 2 – 6 2 Brisa Amena 7 – 11 3 Brisa Leve 12 – 19 4 Brisa Moderada 20 – 29 5 Brisa Forte 30 – 39 6 Vento Forte 40 – 50 7 Vento Muito Forte 51 – 61 8 Vento Fortíssimo 62 – 74 9 Temporal 75 – 87 10 Temporal Forte 88 – 101 11 Temporal Muito Forte 102- 117 12 Tornado, Furacão > 118 Importância Agroecológica dos Ventos Os ventos apresentam aspectos favoráveis, quando moderados, e desfavoráveis, quando intensos Efeitos Favoráveis Efeitos Desfavoráveis Redistribuição de calor Dispersão de gases e poluentes Suprimento de CO2 p/ FS Transpiração Dispersão de sementes, polén Deformação paisagem/plantas Eliminação de insetos poliniz. Desconforto animal (remoção excessiva de calor) Danos mecânicos nas plantas Aumento da transpiração Fechamento dos estômatos, reduzindo a FS Redução da área foliar Dano mecânico Quando o vento encontra uma planta, parte da sua energia é transferida e dessa interação resulta a chamada ação mecânica do vento. A intensidade dessa transferência pode provocar benefícios como o auxílio na polinização. Deformação da paisagem Direção do Vento Dano mecânico (acamamento) Dano mecânico em árvores Conseqüências dos ventos excessivos e contínuos (acima de 10km/h) Redução docrescimento e atraso no desenvolvimento Internódios menores e em menor número Nanismo da parte aérea Menor número de folhas Folhas grossas e menores Menor número de estômatos por folha e de menor tamanho REDUÇÃO DO RENDIMENTO U = 7km/h U = 15km/h U = 24km/h Plantas submetidas a diferentes velocidades do vento. Observe o nanismo da parte aérea nas plantas submetidas a 15 e 24 km/h Quebra-vento O quebra-vento é um sistema aerodinâmico, natural ou artificial, que serve como anteparo para atenuar o padrão de velocidade média e da turbulência do vento, proporcionando melhorias às condições ambientais através do controle do microclima da área protegida. Quebra-vento O grau de proteção oferecido por um quebra-vento depende da sua orientação, da altura, do comprimento e da espessura da barreira, da densidade (que condiciona a porosidade), da composição das espécies e do sistema de quebra-vento. Aspectos agronômicos do uso dos QVS O uso de QV modifica significativamente o microclima da área a ser protegida. É melhorar as condições da área protegida de modo a permitir maior e melhor produção, devido á redução dos efeitos desfavoráveis do vento. A redução na velocidade de ventos excessivos contribui para o desenvolvimento mais rápido das plantas em razão delas não sofrerem efeitos estressantes causados pela agitação continua. Quebra-Ventos (estrutura física cujo objetivo é reduzir a velocidade do vento) Quebra-Ventos Tipos Vegetal permanente (árvores) Vista frontal Vista lateral Vegetal permanente (árvores) Quebra vento e cultura anual Quebra vento e cultura perene (citros) Vegetal permanente (árvores) Vegetal temporário (culturas anuais ou semi-perenes) Vegetal misto (culturas anuais, arbustos e árvores) Design de um quebra vento misto Artificiais Tela preta de nylon com malha de 50% Cultura da Maçã (Portugal) Tela branca de nylon com malha de 70% Proteção individual Viveiros Pomares Funções - proteção do solo contra a erosão eólica, das culturas evitando a queda de galhos, folhas, flores e frutos, e dos animais amenizando o resfriamento e a ação mecânica; - conservação da umidade do solo, através da diminuição das perdas da água; - aumenta a eficiência da irrigação e do uso da água, diminuindo as perdas por deriva de gotas e diminuindo, também, a evapotranspiração da cultura; - produção de madeira para uso na propriedade como lenha ou em benfeitorias, ou para a comercialização; - fornecimento de combustível através da madeira; - conservação da fauna e outros valores ecológicos, servindo como atrativo e de abrigo para animais silvestres, além do uso no manejo integrado de pragas; - melhoria estética da paisagem com conseqüente valorização da propriedade; - produção de néctar e pólen para abelhas. Funções Características desejáveis dos quebra ventos vegetais Hábito de crescimento Altura Postura ereta Crescimento rápido Raízes pivotantes e profundas Folhas perenes Flexibilidade : plantas flexíveis absorvem melhor o impacto do vento, enquanto plantas rígidas favorecem o turbilhonamento. Plantas flexíveis Plantas rígidas Permealibilidade Caso não haja permealibilidade, ocorrerá turbilhonamento logo após o QV, o que é muito prejudicial á cultura a ser protegida. Uma noção desse efeito pode ser observado nas figura abaixo, em que se observa aumento da distancia protegida com a redução da densidade do QV. Efeito do quebra vento com boa permealiblidade Permeabilidade – deve ser de 40 a 50%, o que depende do tipo de planta e do espaçamento, no caso dos QV vegetais. Alta densidade Baixa densidade Redução média do vento quando do uso de QV de boa permeabilidade Direção do vento Distância do QV % de redução da vel. do vento Zonas de redução da velocidade do vento antes e após o QV Disposição retangular Orientação – depende da direção predominante do vento e de sua intensidade Espaçamento – depende da altura (H) do QV Disposição paralela – E = 15 a 20xH Disposição retangular – E = 30xH (na direção do vento predominante) e 40xH (nas outras direções) DISPOSIÇÃO DOS QV Disposição Paralela Disposição Paralela Mista QUEBRA-VENTOS DE Grevillea robusta A. CUNN – EFEITOS SOBRE A VELOCIDADE DO VENTO, UMIDADE DO SOLO E PRODUÇÃO DO CAFÉ A indicação desta espécie se deve ao fato de ser a que mais se aproxima da árvore ideal para quebra-ventos, que deve ser ereta, perenifólia, de rápido crescimento, pouco agressiva na competição radicular e de copa não muito densa. Os quebra-ventos foram dispostos perpendiculares ao vento dominante de 6 anos de idade com altura de 10 m, distância de 6 m dentro da linha e 6 m entre linhas Características desejáveis dos quebra ventos vegetais Orientação O QV deve ser o mais perpendicular possível à predominantes dos ventos. Grevillea robusta QUEBRA-VENTOS DE Grevillea robusta na cultura do café Grevillea robusta na pastagem Incidência e Severidade de Cancro Cítrico em Laranja ‘Pêra Rio’ sob Condições de Controle Químico e Proteção com Quebra-Vento Controle cultural (cortinas quebra-vento) Para determinar a influência do vento sobre a incidência e severidade de cancro cítrico, quebra-ventos artificiais foram instalados visando simular o efeito da proteção normalmente promovida por quebra-ventos arbóreos. Para isso, mourões de eucalipto, com três metros de altura acima do nível do solo, serviram de suporte para tela sombrite com 70% de retenção, disposta no perímetro das parcelas com cortina quebra-vento. Os danos a cultura da banana Desidratação da planta devido a grande evaporação; Fendilhamento das nervuras secundárias; Diminuição da área foliar pela dilaceração da folha fendilhada; Rompimento das raízes; Quebra do pseudocaule; Tombamento da bananeira; Amarelecimento e seca parcial das folhas que, por vezes, chegam a secar quando decorridos 8 a 10 dias da passagem de um vento forte; Exposição do fruto à radiação solar; - Os cachos não atingem o tamanho e o peso normal, não atingindo assim cotação comercial. Planta de banana mostrando um exagerado fendilhamento das folhas, fator que contribui para a obtenção de cachos menores. Excelente cacho, em ambiente protegido, onde o fendilhamento das folhas é bastante reduzido Planta de banana, mostrando o pseudocaule quebrado pela ação do vento. Quebra vento com bambu Na formação de quebra-ventos para bananeiras uma boa opção é o plantio de renques de bambu (Bambusa oldhami), cuja altura atinge 15 a 20 m Resultados experimentais em Jundiaí demonstraram que a utilização de um QV artificial de 4m de altura e permeabilidade de 40% reduziu a velocidade do vento e aumentou a produção da videira Niagara rosada em cerca de 22%. Velocidade do vento Efeitos benéficos transpiração, suprimento de CO2 Fotossíntese. Efeitos desfavoráveis (ventos excessivos) danos mecânicos, aumento excessivo da transpiração, queda de flores e frutos redução de produção. Quebra ventos em instalações zootécnicas nas Figuras 13, 14, 15 e 16. Figura 13. Posicionamento do aviário em relação à direção do vento dominante. Funções: diminuir a velocidade do vento e reduzir os danos por ele provocados Ripado para proteção do gado contra ventos frios
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