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AS PRÁTICAS DE SAÚDE AO LONGO DA HISTÓRIA Profa. Maria Clara Evangelista Ferreira PRÁTICAS DE SAÚDE • O desenvolvimento das práticas de saúde está associado às estruturas sociais das diferentes nações em épocas diversas; • Cada período histórico é determinado por uma formação social específica, trazendo consigo uma caracterização própria; Religião, cultura, política, economia, leis... PERÍODO PRÉ-CRISTÃO • As doenças eram tidas como um castigo de Deus ou resultavam do poder do demônio; • Os sacerdotes ou feiticeiras acumulavam funções de médicos e enfermeiros; Conhecimentos sobre plantas medicinais. TRATAMENTO • Afastar os maus espíritos por meio de sacrifícios; • Massagens, banho de água fria ou quente, purgativos, substâncias provocadoras de náuseas. Tornar o corpo tão desagradável, que nem os espíritos queriam ficar neles. ASSÍRIA E BABILÔNIA • Medicina baseava-se em crendices e magias; • Sacerdotes comercializavam talismãs com orações contra ataques demoníacos; • Causadores de doenças; • Curas por meio de milagres de Deus; • Não há documentos que fazem Menção a hospitais e enfermagem. ASSÍRIA E BABILÔNIA • Código de Hamurabi Sistema de leis “Olho por olho, dente por dente” Previa normas e condutas para médicos/sacerdotes Erro no tratamento de homem livre teria como consequência a amputação da mão. O valor cobrado pelo serviço prestado a um homem livre não deveria ser o mesmo que o praticado a um escravo. EGITO • Os egípcios deixaram alguns documentos sobre a medicina conhecida em sua época. • As receitas médicas eram acompanhadas da recitação de fórmulas mágico-religiosas. • Cura de doenças • Hipnose • Interpretação de sonhos • Ambulatórios gratuitos para amparar os necessitados. ÍNDIA • Conhecimento sobre anatomia. • Realizavam procedimentos • Suturas • Amputações • Contribuiu para o desenvolvimento da enfermagem e da medicina. • Exigiam qualidades morais e conhecimentos científicos • Os hindus tornaram-se conhecidos pela construção de hospitais. • Musicoterapia para distrair os pacientes. JAPÃO • Cultura favorecia e estimulava a prática da eutanásia. • Uso da hidroterapia para a cura de doenças. GRÉCIA As primeiras teorias gregas se prendiam à mitologia, deuses e heróis; Hipócrates (pai da medicina) dissociou a crendice das práticas de saúde, contribuindo para a cientificidade da medicina. Tratamentos das doenças: Banho de sol Ar puro Massagens Sangrias ROMA • Durante muito tempo era exercida por escravos ou estrangeiros. • Os romanos eram um povo, essencialmente guerreiro. • Roma destacou-se pela higiene e saúde pública • Limpeza das ruas • Esgotos • Banhos públicos. PERÍODO CRISTÃO • O cristianismo foi a maior revolução social de todos os tempos. • Reforma dos indivíduos e da família. • Os cristãos praticavam caridade. • Os pobres e enfermos foram objeto de cuidados especiais por parte da igreja; • Profunda modificação na assistência aos doentes, enfermos eram recolhidos às diaconias (casas particulares, ou aos hospitais organizados para assistência a todo tipo de necessitados). DESENVOLVIMENTO DAS PRÁTICAS DE SAÚDE NOS PERÍODOS HISTÓRICOS As práticas de saúde instintivas As práticas de saúde mágico-sacerdotais As práticas de saúde no alvorecer da ciência As práticas de saúde monástico-medievais As práticas de saúde pós monásticas As práticas de saúde no mundo moderno AS PRÁTICAS DE SAÚDE INSTINTIVAS • Caracterizada pelos grupos nômades primitivos. • Homem: • Funções patriarcais. • Mulher: • Habilidade psicomotora da prática do cuidar • Responsável pelo cuidado com as crianças, velhos e doentes • A proteção materna instintiva foi a primeira forma de manifestação no cuidado ao seu semelhante - Sobrevivência AS PRÁTICAS DE SAÚDE MÁGICO- SACERDOTAIS • Desenvolvida, por muito tempo, nos templos que, a princípio, foram simultaneamente santuários e escolas, onde os conceitos primitivos de saúde eram ensinados. • Prática de saúde associada a prática religiosa; • Milagres e encantamento contra os demônios causador dos males do corpo e do espírito; • Sacerdotes exerciam o papel mediador entre os homens e os deuses; • Atributos e o poder de cura, da vida ou da morte. AS PRÁTICAS DE SAÚDE NO ALVORECER DA CIÊNCIA • Período Hipocrático – Pai da Medicina • Início a medicina científica • Importância do diagnóstico, prognóstico e terapêutica. • Progresso da ciência e filosofia • Devido sofrimento com as guerras • Prática de saúde baseada: • Experiência • Conhecimento da natureza • Raciocínio lógico • Especulação filosófica • Investigação • Observação dos fenômenos. AS PRÁTICAS DE SAÚDE MONÁSTICO- MEDIEVAIS • A prática do cuidar sofre influência dos fatores socioeconômicos e políticos. • O misticismo volta a predominar e o culto a Cristo, médico da alma e do corpo; • Período de influência religiosa: • Associação da assistência religiosa com a assistência à saúde Caridade Assistência aos pobres e enfermos Associação da assistência religiosa com a assistência à saúde • Os primeiros hospitais formam inicialmente destinados aos monges e, só mais tarde, surgiram outros, para assistir os enfermos. • Os Hospitais subsistiam por meio de: • Doações • Oferendas • Terras • Isenção de impostos AS PRÁTICAS DE SAÚDE MONÁSTICO- MEDIEVAIS FUNÇÃO DO HOSPITAL • Salvação da alma dos enfermos e das pessoas caridosas que trabalhavam; • Assistir aos pobres e moribundos; • Segregar os indivíduos infectados pelas doenças epidêmicas. “Função de transição entre a vida e a morte, de salvação espiritual mais do que material, aliada à função de separação dos indivíduos perigosos para a saúde geral da população”. Foucault • Prática de Enfermagem • Prática leiga, desvinculada de conhecimentos científicos • Em função da motivação humanitária e religiosas • Treinamentos nos conventos • Ensino prático não sistematizado • Cuidado centrado no fazer manual e nas práticas vivenciais • Ações de saúde caseira e populares • Sentimentos de amor ao próximo e de caridade cristã. • Herança da época • Abnegação Deu a enfermagem a conotação • Espírito de serviço de sacerdócio e não de prática • Obediência profissional AS PRÁTICAS DE SAÚDE PÓS- MONÁSTICAS Surgimento das universidades; • Tipos de assistência: • Assistência aos nobres e ricos – médicos graduados com altos honorários e honrarias • Assistência as burgueses e artesãos – médicos e cirurgiões com formação técnica razoável • Assistência aos pobres – benevolência pública (curandeiros e barbeiros) Não ocorreu a evolução da enfermagem, devido os movimentos religiosos que se anunciavam PERÍODO DA INQUISIÇÃO Perseguição aos feiticeiros e bruxos – curandeiros; Hospitais cristãos foram fechados; Expulsão das religiosas; Substituição por mulheres de baixo nível moral e social que deixavam os enfermos entregues à própria sorte; Hospital, já negligenciado, passa a ser insalubre Depósito de doentes amontoados em leitos coletivos. ENFERMAGEM: • Pseudoenfermeiras realizavam atividades domésticas • 12-48 horas de trabalho ininterruptos • Precário salário e alimentação • Trabalho indigno e sem atrativo para as mulheres da casta social mais elevada • Desprestígio da Enfermagem AS PRÁTICAS DE SAÚDE NO MUNDO MODERNO • Melhora do padrão de vida da população e as pessoas passaram a adotar melhores hábitos de higiene • Controle de doenças • Aumento da vida média das pessoas • Revolução industrial • Desigualdade econômica Suscetível às doenças e contágio • Exploração de trabalho (tuberculose, desnutrição, acidentes, intoxicação, acidentes) Doença torna-se um obstáculo à força produtiva do trabalhador • Diminuiçãoda produção • Transtornos econômicos e políticos. Estado passa a assumir o controle da assistência à saúde como forma de garantir a reprodução do capital EVOLUÇÃO DA MEDICINA E SUA ARTICULAÇÃO COM A ESFERA PRODUTIVA • A prática médica ganhou destaque com o advento da medicina política e social • Saúde: • Instrumento de manutenção e reprodução da força de trabalho • Funciona como meio de fortalecer o poder econômico • Aumenta consumo de equipamentos, medicamentos... • Objeto de consumo • “Para uns, constitui um necessidade ou um desejo e, para outros, constitui lucro” • Universidades tornaram-se mais liberadas do controle religioso e político • Permitiu o avanço, modernizando e difundindo melhor a cultura. • Descobertas anatomopatológicas e terapêuticas na medicina. • A pesquisa tornou um ritmo mais acelerado, realimentando a teoria e a prática médica. REORGANIZAÇÃO HOSPITALAR E O SURGIMENTO DA ENFERMAGEM • O avanço da Medicina favoreceu a reorganização dos hospitais, devido o importante papel na sociedade • Agente da manutenção da força de trabalho • Empresa produtora de serviços de saúde • Médico principal responsável pela organização hospitalar • Delegar o exercício das funções controladas do pessoal de enfermagem • Nesse cenário a Enfermagem passa a atuar • Florence Nightingale – Guerra da Criméia HOMEM X MULHER • Duas espécies com qualidades e aptidões particulares • Homem: cérebro, inteligência, razão lúcida, capacidade de decisão, força, poder. • Mulher: coração, sensibilidade, sentimentos. • A arena pública era território do poder masculino. • Até a Revolução Industrial • Mulher fora do mercado de trabalho. • Transformações ocorridas nos últimos anos • Mulher como força de trabalho • Mão de obra feminina considerada inferior. ESTEREOTIPOS DO TRABALHO FEMININO • Talento instintivo para o trabalho doméstico • Delicadeza demais para a violência do mercado de trabalho • Infelizes, fora dos padrões aceitos por uma sociedade machista • Desvantagens: • Pouco controle sobre o trabalho • Papéis limitados, adversidade e vulnerabilidade econômica
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