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ESTÁCIO-FMJ ORIGENS DA ENFERMAGEM: OS POVOS ANTIGOS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 2 1. Analisar a evolução dos povos antigos para a enfermagem. 2. Identificar as características dos povos antigos e sua influência para a enfermagem. 2 3 • ORIGENS DA ENFERMAGEM Temos como principais características deste período (GEOVANINI, 2002; PAIXÃO, 1969): A mãe como primeira enfermeira da família; Havia a plena convicção de que as doenças eram um castigo de Deus, ou efeitos do poder diabólico exercido sobre os homens; Tais crenças levaram os povos primitivos a recorrer a seus sacerdotes e feiticeiros, acumulando estes as funções de médico, farmacêutico e enfermeiro. 3 Segundo Geovanini (2002) o desenvolvimento histórico das práticas de saúde obedece à relação do objeto de pesquisa com a realidade histórica e é identificada por pontos críticos, nos quais ocorre uma transformação qualitativa ou uma mudança significativa nessa relação, ficando assim subdividido: 1 - As práticas de saúde instintivas: caracteriza a prática do cuidar nos grupos nômades primitivos, tendo como pano de fundo as concepções evolucionistas e teológicas. 4 4 2 - As práticas de saúde mágico-sacerdotais: aborda a relação mística entre as práticas religiosas e as práticas de saúde primitivas desenvolvidas pelos sacerdotes nos templos. Este período corresponde à fase de empirismo, verificada antes do surgimento da especulação filosófica que ocorre por volta do século V antes de Cristo. Idade Média 5 5 3 - As práticas de saúde no alvorecer da ciência: relaciona a evolução das práticas de saúde ao surgimento da filosofia e ao progresso da ciência, quando estas então se baseavam nas relações de causa e efeito. Inicia-se no século V antes de Cristo, estendendo-se até os primeiros séculos da Era Cristã. 4 - As práticas de saúde monástico-medievais: focaliza a influência dos fatores socioeconômicos e políticos do medievo e da sociedade feudal nas práticas de saúde e as relações destas com o cristianismo. Esta época corresponde ao aparecimento da enfermagem como prática leiga, desenvolvida por religiosos, e abrange o período medieval compreendido entre os séculos V e XIII. 6 5 - As práticas de saúde pós-monáticas: evidencia a evolução das práticas de saúde e, em especial, da prática de enfermagem no contexto dos movimentos Renascentistas e da Reforma Protestante. Corresponde ao período que vai do final do século XIII ao início do século XVI. Práticas de saúde monástico-medievais e práticas de saúde pós-monáticas 6 - As práticas de saúde no mundo moderno: analisa as práticas de saúde e, em especial, a de enfermagem sob a ótica do sistema político-econômico da sociedade capitalista e ressalta o surgimento da enfermagem como prática profissional institucionalizada. Esta análise inicia-se com a Revolução Industrial no século XVI e culmina com o surgimento da enfermagem moderna na Inglaterra, no século XIX. 8 9 Diante das bases introdutórias : Quais as principais características dos povos antigos e sua relação de cuidado? 10 11 Egito Egito Realizaram a descrição de doenças, operações e drogas; Realizavam orações durante a administração de drogas; Manuscrito de Imhotep menciona o cérebro e o seu controle; A prática religiosa e os conhecimentos científicos adquiridos eram constantemente unidos na prática de saúde; Para prática dos estudantes, futuros sacerdotes médicos, os templos mantinham ambulatórios gratuitos; Foram os egípcios que iniciaram as técnicas do uso de bandagens para o preparo do corpo das múmias; 12 Egito Acreditavam na influência dos astros sobre a saúde; Classificavam o coração como o centro da circulação e reconheciam ato respiratório como importante; A religião proibia a dissecção do corpo humano, opondo barreiras para o progresso científico. 13 14 Índia Índia O período áureo da medicina e da enfermagem hindu foi devido ao budismo; Conheciam ligamentos, vasos linfáticos, músculos, nervos e plexos. Julgavam o coração sede da consciência e ponto de partida para todos os nervos; Conheciam o processo da digestão, faziam suturas, amputações, trepanações e corrigiam fraturas; O tratamento geral das doenças consistia em: dieta, banhos, clisteres, inalações; Existem menções de construção de hospitais e escolha de enfermeiros, exigindo dos mesmos uma série de qualidades e conhecimentos; 15 Os hindus queriam que seus enfermeiros tivessem: asseio, habilidade, inteligência, conhecimento de arte culinária e de preparo de remédios. Deveriam ser moralmente puros, dedicados e cooperantes; Médicos hindus: Susruta e Charaka – descreveram muitas operações cirúrgicas (catarata, hérnia, cesariana), estabeleceram normas para o preparo da sala de operações e mencionaram o uso de drogas anestésicas; Durante muitos anos a prática de saúde foi privilégio de sacerdotes, sendo depois permitida aos guerreiros (considerada categoria inferior); O ensino prático era raro, sendo proibido dissecar cadáveres de animais e de seres humanos; Leis de Manu: as doenças eram consideradas produções de espíritos malignos ou um castigo que Deus impunha aos culpados. Atribuíam determinadas doenças a determinados crimes. 16 Palestina 17 Palestina Crença em um só Deus (monoteísmo). Moisés prescreveu conceitos de higiene que o colocaram como um dos grandes sanitaristas da época; A qualquer doença considerada naquela época como contagiosa era recomendado um isolamento; Os preceitos religiosos prevaleciam como deveres sagrados: a proteção aos órfãos, às viúvas e a hospitalidade ao estrangeiro. 18 Assíria e Babilônia 19 Assíria e Babilônia Estabelece castigos rigorosos para os médicos em caso de fracasso. O cirurgião incapaz sofria amputação das mãos e o médico que deixasse um escravo morrer devia pagar uma indenização ao senhor; Os cuidados eram todos baseados na magia e orações, acreditando-se que sete demônios causavam as doenças; Davam grande importância ao regime alimentar, usavam massagem, tinham colírios para conjuntivites e realizavam tamponamento das fossas nasais; Deitavam os enfermos nas ruas para que os transeuntes receitassem conforme suas experiências; As epidemias eram atribuídas às influências astrais. 20 21 Pérsia Pérsia Havia a crença em dois princípios: o do bem (Ormuzd) e do mal (Ahriman); Classificaram cerca de 99.999 doenças, o que faz supor que nesse número havia meros sintomas; Construíram hospitais para os pobres, que eram servidos por escravos. 22 23 China China Deram também às suas experiências de cuidado um caráter religioso; Os médicos que se faziam notar eram adorados como deuses; O cuidado dos enfermos era função sacerdotal; As doenças foram classificadas como benignas, médias e graves; As doenças graves e semi-graves eram tratadas com orações e cerimônias conjuratórias. As doenças da terceira categoria eram tratadas com uma terapêutica rudimentar e nem sempre lógica; 24 China Conheciam a varíola e as manifestações primárias, secundárias e terciárias da sífilis bem como as formas congênitas; Descreveram em sua Farmacopéia mais de 2000 medicamentos; A dissecção de cadáveres era proibida. 25 Japão O cuidado também possuía um caráter religioso; A eutanásia era lícita; A única terapêutica era das águas termais. 26 27 Grécia Grécia O desenvolvimento biomédico grego se divide em dois períodos: Período pré-hipocrático Dominava a Filosofia, as Ciências, as Letras e Artes, se estendendo também no campo da Medicina; Tinham conhecimento de anatomia e patologia. Classificaram cerca de 141 tipos de ferimentos superficiais e profundos; Além da fisioterapia, usavam sedativos, fortificantes e homeostáticos. Faziam ataduras e extração de corpos estranhos; 28 Grécia Havia as Xenodóquias (primeira menção de um ambiente para o cuidado) para o tratamento de doentes, cujo objetivo também era hospedar viajantes; Havia tambémos Iatrions que correspondiam aos nossos atuais ambulatórios; Devido à cultura mitológica do corpo e o culto à beleza, prejudicaram o desenvolvimento de estudos anatômicos e a dissecção de cadáveres. 29 Grécia Período Hipocrático Hipócrates, o Pai da Medicina, conseguiu explicar a cientificidade das doenças: Insistia sobre a observação cuidadosa do doente para o diagnóstico, o prognóstico e a terapêutica; Descreveu doenças do pulmão, aparelho digestivo, sistema nervoso e sobre a doença mental; Praticava cirurgia, distinguia cicatrizações por primeira e segunda intenção; Desenvolveu a Teoria Humoral pela qual considerava a saúde como o equilíbrio dos humores: sangue, linfa e bile (branca e negra). O seu desequilíbrio significava a doença; 30 Grécia Quanto à terapêutica, usava como princípio fundamental não contrariar a natureza, mas auxiliá-la a reagir. Escreveu sobre deontologia, médica, sobre climas e epidemias; Teve uma grande importância no desenvolvimento da anatomia, através da dissecção de cadáveres. 31 32 Roma Roma Povo dominador e guerreiro imprimiu sua civilização através de outros povos conquistados; Distinguiram-se pelas obras de saneamento, ruas limpas, redes de esgoto, casas bem ventiladas, água pura abundante, banhos públicos, combate à malária; Construíram grandes edifícios públicos de banhos para que os habitantes se banhassem diariamente; Os mortos eram sepultados fora da cidade; 33 Roma Distinguiram-se pelos cuidados aos guerreiros. Estabeleceram para estes vários hospitais e principalmente desenvolveram cirurgia de guerra; Os civis recorriam aos médicos gregos, que eram numerosos em Roma, onde a profissão médica foi considerada indigna do cidadão romano. Os médicos quando não eram estrangeiros, eram escravos; Os serviços de enfermagem eram também confiados aos escravos; Com a influência grega crescendo Júlio César começou a conceder título de cidadão romano aos médicos estrangeiros. 34
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