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AÇÃO
No Brasil, é crime fazer valer os direitos pelas próprias mãos: trata-se do exercício arbitrário das próprias razões. Então, aquele que tem o direito violado deve recorrer ao Poder Judiciário.
1. Introdução
Ação surge como o mecanismo pelo qual se provoca o Judiciário a dar uma resposta. Essa resposta é chamada de provimento ou tutela jurisdicional. Quem vai a juízo busca esse provimento, essa tutela. E provoca a jurisdição por meio da ação. A ação é um direito subjetivo público que se exerce contra o Estado, e por meio do qual se postula a tutela ou provimento jurisdicional.
1.1.Ação como direito de acesso à justiça — ação em sentido amplo
Em sentido mais abrangente, ação é o direito subjetivo de acesso à justiça, o direito de obter do Poder Judiciário uma resposta, qualquer que ela seja, a todas as pretensões que lhe forem dirigidas. É direito incondicionado que alguns denominam, para distingui-lo, como ação em sentido amplo, ou em nível constitucional.
1.2. Ação em sentido estrito.
Teoria Concretista: Condicionavam a existência do direito de ação à do próprio direito material.
Teoria abstratista Pura: Independentemente do tipo de resposta dada pelo Judiciário, fosse a sentença de procedência, improcedência ou extinção sem julgamento de mérito. Para essa corrente, não havia diferença entre ação em sentido amplo e ação em sentido estrito.
Teoria abstratista eclética: Para compreendê-la é preciso saber o que significa a palavra “mérito”. Em processo civil, ela é empregada como sinônimo da pretensão inicial, daquilo que o autor pede, postula. Quando se diz que o juiz extinguiu o processo sem julgamento de mérito, está-se informando que ele pôs fim ao processo sem examinar o pedido. Para a teoria eclética, o direito de ação, em sentido estrito, é o direito a obter uma resposta de mérito, isto é, uma decisão, positiva ou negativa, a respeito da pretensão formulada. (Resposta de mérito, e não que haja, necessariamente, o direito a uma sentença de mérito).
Entre nós, foi acolhida a “teoria abstratista eclética”. No Brasil, a palavra “ação” pode ser empregada em dois sentidos diversos: no amplo, como o direito de acesso à justiça, de movimentar a jurisdição, ordinariamente inerte, o direito de obter, enfim, uma resposta do judiciário a todos os requerimentos a ele dirigidos; e no estrito, como direito a resposta de mérito.
Resumindo:
	Ação
	Mecanismo pelo qual se provoca o Judiciário a dar uma resposta.
	Ação em sentido amplo
	Ação como direito de acesso a justiça, independente da resposta da demanda.
	Ação em sentido estrito
	Direito a resposta de mérito.
	Teorias da ação em sentido estrito
	Teoria Concretista
Teoria Abstratista Pura
Teoria Abstratista Eclética: Teoria adotada
2. Condições da Ação
O direito de acesso à justiça é incondicionado, independe do preenchimento de qualquer condição: a todos assegurados, em qualquer circunstância; mas nem sempre haverá o direito a uma resposta de mérito. Para tanto, é preciso preencher determinadas condições; quem não as preencher não terá o direito de ação em sentido estrito, mas tão somente em sentido amplo.
As condições constituem matéria de ordem pública, a ser examinada de ofício pelo juiz, pois não se justifica que o processo prossiga, quando se verifica que não poderá atingir o resultado almejado. Verificando a falta de qualquer delas, o juiz extinguirá, a qualquer momento o processo, sem julgamento de mérito, o que pode ocorrer em primeiro ou segundo grau de jurisdição. Em nosso ordenamento jurídico as condições são três: LIP
· Legitimidade ad causam;
· Interesse de agir;
2.1. Legitimidade Ad causam:
“Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei”.
No que concerne à legitimidade, existem dois grandes campos no Processo: o da normalidade, em que as pessoas figuram em juízo, na condição de partes, em defesa dos interesses e direitos que alegam ser próprios. É o que ocorre na imensa maioria dos processos. A esse tipo de legitimidade, a comum, dá-se o nome de ordinária. 
Ocorre também na legitimidade o campo da anormalidade, naquelas hipóteses em que uma pessoa X poderá ser autorizada a figurar em juízo, em nome próprio, na condição de parte, em defesa dos interesses de Y, ou seja, em nome próprio sob interesse de terceiros. Nesse caso, diz-se que haverá legitimidade extraordinária, também chamada “substituição processual”.
Legitimidade extraordinária
O que figura como parte, sem ser o titular do direito, será chamado “substituto processual”. E o titular do direito, que não é parte, será denominado “substituído”. É preciso que fique claro: o substituído processual é atingido pela coisa julgada, como se parte fosse. Por isso, o legislador se preocupou com a sua situação, autorizando que ele ingresse no processo, para auxiliar o substituto, na qualidade de assistente litisconsorcial.
Legitimidade extraordinária exclusiva e concorrente.
É possível detectar a existência de dois tipos de legitimidade extraordinária: a exclusiva e a concorrente. 
Na exclusiva, compete exclusivamente ao substituto a condução do processo em que o direito está sendo discutido. Conquanto esse direito seja atribuído ao substituído, ele próprio não pode figurar como parte, podendo, se quiser, intervir como assistente litisconsorcial.
Já na legitimidade extraordinária Concorrente: o indivíduo embora representa uma certa coletividade acaba por ser admissível a demanda aforada por apenas um deles, sem a participação dos demais, que, se o desejarem, poderão intervir mais tarde, na condição de assistentes litisconsorciais.
Legitimidade extraordinária nas ações coletivas
Parece-nos que a legitimidade, nas ações coletivas, aproxima-se mais da extraordinária porque não há coincidência entre a titularidade do interesse e a sua defesa judicial. Entre as funções institucionais dos entes titulares da ação civil pública, está a postulação judicial desses direitos, que pertencem a todo o grupo, categoria ou classe e que se encontram pulverizados entre um grande número de pessoas. Para facilitar o acesso à justiça é que a lei atribui a legitimidade extraordinária a tais entes. E a extensão da coisa julgada assim o demonstra. No campo da legitimidade ordinária, ela não poderia ultrapassar as partes. Nas ações civis públicas, a eficácia da coisa julgada é erga omnes e ultra partes, estendendo-se para além daqueles que participam do processo.
2.2. Possibilidade jurídica do pedido
Havia essa condição no CPC anterior. Com a vigência do novo código não é mais considerada como condição isolada. Para a possibilidade jurídica do pedido, é preciso que a pretensão formulada em juízo não afronte o ordenamento jurídico. Não há necessidade de que o ordenamento preveja expressamente aquilo que se pretende obter, mas sim que ele não o vede, que a pretensão não ofenda nenhuma proibição expressa, nem afronte o sistema jurídico nacional. Essa condição era pactuada no antigo CPC/73, porém, entende-se por meio do novo CPC que a possibilidade jurídica do pedido esta estabelecida adentro do interesse de agir. Assim é o que confere o Art. 17 do NCPC, onde profere que "Para postular em juízo é necessário ter interesse e legitimidade"
2.3. Interesse de agir
O interesse de agir exige o preenchimento do binômio: necessidade + adequação. É preciso que a pretensão só possa ser alcançada por meio do aforamento da demanda, e que esta seja adequada para a postulação formulada.
Exemplo: Não haverá interesse de agir para a cobrança de uma dívida, antes que tenha havido o seu vencimento, porque pode ser que até a data prevista haja o pagamento espontâneo, o que tornaria desnecessária a ação. Mas, desde o vencimento, se a dívida não for paga, haverá interesse de agir. 
Enfim, resume-se que: O autor carecerá de ação quando não puder obter, por meio da ação proposta, o resultado por ele almejado.
Resumindo
	Condições da Ação em sentido estrito
	É somente condicionado à ação em sentido estrito. O demandante deverá preencher as condições para que possa ter o direitoa resposta de mérito.
	Condições
	Legitimidade ad causam
Interesse de agir (LIP)
Possibilidade jurídica do pedido
	Legitimidade ad causam
	Normalidade: Em defesa dos próprios interesses. Ordinária
Anormalidade: Em defesa de interesses de outrem. Extraordinária
	Interesse de agir
	Exige o binômio Necessidade + Adequação para formular a demanda
	Possibilidade jurídica do pedido
	Demanda não pode afrontar o ordenamento.
A Lei não precisa ser expressa, mas que não vede. 
3. ELEMENTOS DA AÇÃO
Servem para identificar a ação, funcionam como uma espécie de carteira de identidade. É por meio deles que, comparando duas ações, será possível verificar se são idênticas, caso em que haverá litispendência ou coisa julgada; se são semelhantes, caso em que poderá haver conexão ou continência; ou se são completamente diferentes. Os elementos da ação são três: 
· As partes 
· O pedido
· E a causa de pedir.
3.1. Das Partes
Parte é quem pede a tutela jurisdicional e em face de quem ela é postulada. Em síntese, o autor — aquele que pede; e o réu — em face de quem o pedido é formulado. Não tem qualidade de parte aqueles que funcionam como representantes legais.
3.2. Pedido
O segundo elemento da ação é o pedido, que se desdobra em dois: o imediato e o mediato, que não se confundem.
Pedido Imediato
Pedido imediato é o provimento jurisdicional que se postula em juízo. É o tipo de provimento que se aguarda que o juiz defira. É preciso que, na petição inicial, o autor indique qual é o provimento que espera que o juiz profira. Se escolher a tutela jurisdicional inadequada, será carecedor de ação, por falta de interesse de agir, o que não o impedirá de tornar a juízo, formulando, desta feita, o pedido apropriado.
Pedido Mediato
Mas, além do provimento, é preciso que ele identifique qual é o bem da vida que almeja alcançar. E esse é o pedido mediato. 
Conclusão: O pedido imediato é o provimento condenatório: o autor pretende que o réu seja condenado, e não apenas que, por exemplo, o juiz declare a existência do crédito. E o pedido mediato é o bem da vida, isto é, a quantia em dinheiro que ele pretende receber. Também o bem da vida deve ser identificado com clareza.
Pedido certo e determinado. Pedido genérico
O pedido, pois, deverá ser certo e determinado. Certo é aquele que identifica o seu objeto, permitindo que seja perfeitamente individualizado; determinado é o pedido líquido, em que o autor indica a quantidade que pretende receber.
Exceções: Porém, há situações em que não seria razoável exigir do autor, na inicial, que indicasse com precisão o que pretende. Mas, ainda que o pedido não possa ser identificado de início, é necessário que seja identificável. A primeira hipótese é a das ações universais, quando não se puder individuar na petição os bens demandados. São as ações que têm por objeto uma universalidade de direito, como a herança e o patrimônio. A segunda hipótese é a de não ser possível determinar, de modo definitivo, as consequências do ato ou fato ilícito. A última hipótese do art. 286, do Código de Processo Civil, é o pedido genérico quando a determinação do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.
Pedidos materialmente diferentes, mas processualmente equivalentes
Pode ocorrer que a lei material conceda ao titular de um direito violado duas soluções alternativas. Cumpre, pois, àquele que teve o seu direito desrespeitado escolher uma dentre as alternativas.
Sendo o pedido um dos elementos da ação, sua alteração implica modificação da ação proposta. Serão diferentes duas ações que tenham pedidos distintos, recaia a distinção sobre o pedido mediato ou imediato.
3.3. Causa de pedir
Fatos e fundamentos jurídicos
Quando se vai a juízo formular um pedido, é preciso apresentar o fundamento, a justificativa pela qual se entende que o juiz deva acolher a pretensão, e conceder o provimento jurisdicional postulado.
Os fundamentos jurídicos são os direitos que o autor quer que seja aplicado ao caso, é a norma geral e abstrata, é o que diz o ordenamento jurídico a respeito do assunto. Não se confunde com o fundamento legal, isto é, a indicação do artigo de lei em que se trata do assunto, desnecessária de se fazer na petição inicial. Basta que o autor exponha o direito, sem a necessidade de indicar qual o artigo de lei em que ele está contido. Já os fatos são aqueles acontecimentos concretos e específicos que ocorreram na vida do autor, e que o levaram a buscar o Poder Judiciário para postular o provimento jurisdicional.
Exemplo: a lei diz que aquele que age de forma imprudente e causa danos tem que indenizar. Ora, se o autor, em um caso determinado, sofreu um acidente provocado pelo réu, deve indicar, na petição inicial, quais os fatos, deve descrever a dinâmica do acidente, para que o juiz possa conhecer em que consistiu a imprudência imputada, e quais os danos sofridos pela vítima. Portanto, quando o art. 282, III, do CPC determina que o autor indique na petição inicial os atos e fundamentos jurídicos do pedido, quer dizer que se deve descrever a premissa menor e a premissa maior que compõem o silogismo judiciário. Não é por outra razão que, em incontáveis petições iniciais, o autor, por seu advogado, depois de elaborar o cabeçalho, indicando as partes, passa a dedicar um capítulo para a descrição dos fatos e outro para o direito (fundamentos jurídicos). Depois de expô-los, conclui a petição inicial formulando o seu pedido, que, para ser apto ao desencadeamento do processo, deve ser uma decorrência lógica das premissas maior e menor expostas. Se o pedido não decorrer logicamente da narração dos fatos, a petição inicial será considerada inepta.
A alteração dos fatos modifica a ação
Como os fatos constituem a essência da causa de pedir, não haverá litispendência ou coisa julgada, se duas ações, ainda que entre as mesmas partes e com o mesmo pedido, estiverem fundadas em fatos diferentes.
A causa de pedir nas ações reais
A causa de pedir nas ações fundadas em direito real exige não apenas a indicação do direito sobre o qual se embasa o pedido — o direito de propriedade — mas do fato que deu origem a esse direito.
Conclusão: A identificação da ação
De tudo o que foi dito, conclui-se que uma ação é identificada por seus três elementos que, na verdade, podem ser subdivididos em seis: as partes, que são o autor e o réu; o pedido, imediato (provimento jurisdicional) e mediato (o bem da vida), e a causa de pedir, que se compõe da indicação do fato e dos fundamentos jurídicos. Cinco desses seis elementos vinculam o juiz no julgamento, e servem para a identificação da ação. Só um deles — os fundamentos jurídicos — não o vinculam, nem servem para identificar a ação. Se mudarmos qualquer dos cinco, modificaremos a ação. Mas se alterarmos os fundamentos jurídicos, não.
Resumindo
	Elementos da Ação
	Serve para identificar uma ação e distingui-la.
	Elementos
	· Partes
· Pedido
· Causa de Pedir
	Partes
	Autor - Réu
	Pedido
	Pedido imediato: Provimento jurisdicional que se postula em juízo
Pedido mediato: Identificação do bem da vida
Pedido certo: Identificação do objeto
Pedido determinado: Quantidade que pretende receber
	Causa de pedir
	Fatos e fundamentos jurídicos.
Fundamento Jurídico: São os direitos que o autor quer que seja aplicado ao caso, é o que diz o ordenamento jurídico a respeito do assunto.
Fatos jurídicos: Acontecimentos concretos e específicos que ocorreram na vida do autor.
5. CLASSIFICAÇÃO DAS AÇÕES
A classificação quanto ao tipo de atividade exercida pelo juiz
As ações classificam-se de acordo com o tipo de atividade que o juiz é preponderantemente chamado a exercer ao longo do processo. Tradicionalmente é possível identificar, com base nesse critério, três tipos fundamentais de ação: as de conhecimento (ou cognitivas), as de execução e as cautelares, que formarão processos de conhecimento, execução e cautelares.
· Ação de Conhecimento
· Ação de Execução
· Ação Cautelar
Nas de conhecimento,pede-se que ele profira uma sentença, na qual dirá se a razão está com o autor ou não, e se ele tem ou não direito ao provimento jurisdicional postulado. 
Nas de execução, o que se pede são providências concretas, materiais, destinadas à satisfação do direito. Não mais que o juiz, por meio de uma sentença, diga quem tem razão, mas que faça valer, por meios adequados, o direito ao seu respectivo titular. 
E nas cautelares, em que se pede que o juiz determine alguma providência cuja finalidade seja proteger o provimento jurisdicional, que corre riscos decorrentes da demora do processo. 
5.1. Da Ação de Conhecimento
Dentre as ações de conhecimento, é possível identificar três tipos fundamentais: a condenatória, a constitutiva e a declaratória, conforme o tipo de tutela postulada. 
As declaratórias são mais simples que as demais, porque nelas o juiz se limita a declarar a existência ou inexistência de uma relação jurídica. O que se pretende obter é uma certeza jurídica sobre algo que, até então, era fonte de dúvidas, incertezas ou insegurança. A sentença declaratória não impõe obrigações aos litigantes, por isso não constitui título executivo, mas torna certa uma situação jurídica que, embora já existisse, não era reconhecida. 
Já a tutela constitutiva é aquela cuja finalidade é modificar, constituindo ou desconstituindo, uma relação jurídica. Tal como as ações declaratórias, as constitutivas não visam à formação de um título executivo. Por seu intermédio, o que se busca é a modificação de uma situação jurídica indesejada. As ações constitutivas podem ser positivas ou negativas. As primeiras são as que criam relações jurídicas até então inexistentes; as segundas, as que as desconstituem. O que caracteriza a sentença constitutiva é a criação de um estado jurídico distinto do anterior.
Por fim, a ação condenatória é aquela que visa à formação de um título executivo judicial, que atribuirá ao autor a possibilidade de valer-se da via executiva, tornando realidade aquilo que lhe foi reconhecido. Sua finalidade é compelir alguém ao cumprimento de uma obrigação inadimplida. A ação condenatória tem por objetivo não a satisfação imediata e plena do direito postulado, mas a formação de título que permita aplicar a sanção executiva. 
Esses são os três tipos fundamentais de ação de conhecimento, classificados de acordo com a tutela jurisdicional postulada. Mas tem sido aceita a existência de dois outros, ainda com base no mesmo critério: as mandamentais e as executivas lato sensu.
Tutela mandamental e executiva “lato sensu”
Tanto a mandamental quanto a executiva lato sensu constituem espécies de ação condenatória. São ações mandamentais aquelas em que o juiz, ao condenar o réu, emite uma ordem, um comando, que permite, sem necessidade de um processo autônomo, tomar medidas concretas e efetivas, destinadas a proporcionar ao vencedor a efetiva satisfação de seu direito. Descumprida a ordem, o juiz pode determinar providências que pressionem o devedor, como a fixação de multa diária, chamada “astreinte”. Caso a desobediência persista, pode tomar providências que assegurem resultado prático equivalente ao do cumprimento.
As ações executivas lato sensu são também exemplo de ações condenatórias, em que a sentença é cumprida independentemente de fase executiva. Não se confunde esse tipo de ação com a mandamental, porque nesta a determinação não é cumprida por mandado judicial. Quem deve cumpri-la é o próprio devedor, cabendo ao juiz estabelecer medidas de pressão, ou determinar providências que assegurem resultando semelhante. Já nas executivas lato sensu, não havendo cumprimento espontâneo da obrigação, o próprio Estado, no lugar do réu, cumprirá. Se o réu não devolve a coisa, é expedido mandado que a tira do poder deste, e a entrega ao autor.
JURISDIÇÃO CIVIL
1. Conceito de Jurisdição: É a função do Estado, pela qual ele, no intuito de solucionar os conflitos de interesse em caráter coativo, aplica a lei geral e abstrata aos casos concretos que lhe são submetidos.
2. Função Jurisdicional: Consiste na aplicação das normais gerais (elaboradas pela legislação) aos casos concretos submetidos à apreciação judicial (criação da norma jurídica concreta, que vai reger o caso levado à apreciação do judiciário).
3. Características essenciais à jurisdição
Substitutividade: É a substituição das partes pelo Estado-juiz que permite uma solução imparcial, muito mais adequada para a pacificação social.
Definitividade: Somente as decisões judiciais adquirem, após certo momento, caráter definitivo, não podendo mais ser modificadas.
Imperatividade: As decisões judiciais têm força coativa, e obrigam os litigantes. A sua efetividade depende da adoção de mecanismos eficientes de coerção, que imponham submissão aos que devem cumpri-las.
Inafastabilidade: A lei não pode excluir da apreciação do Poder Judiciário nenhuma lesão ou ameaça a direito.
Indelegabilidade: A função jurisdicional só pode ser exercida pelo Poder Judiciário, não podendo haver delegação de competência, sob pena de ofensa ao princípio constitucional do juiz natural.
Inércia: A jurisdição é inerte, isto é, ela não se mobiliza senão mediante provocação do interessado.
Além dessas, pode ser acrescentada mais uma característica, que não é propriamente da jurisdição, mas daqueles que a exercem, os juízes. Trata-se da:
Investidura: Só exerce jurisdição quem ocupa o cargo de juiz, tendo sido regularmente investido nessa função.
3.2. Simplificando
	Substitutividade
	Substituição das partes pelo Juiz
	Definitividade
	Decisões adquirem caráter definitivo
	Imperatividade
	Força coativa. Obrigação aos litigantes
	Inafastabilidade
	Não recusa à apreciação de lesão ou ameaça
	Indelegabilidade
	É exclusivo do Judiciário
	Inércia
	Depende de provocação da parte
	Investidura
	Só exerce quem for Juiz
4. Espécies de Jurisdição: 
A Jurisdição é uma só, mas por motivos didáticos justificam sua classificação em diversas espécies.
A) Jurisdição contenciosa e voluntária:
Contenciosa: A parte busca obter uma determinação judicial que obrigue a parte contrária. A sentença sempre favorece uma das partes em detrimento da outra, já que ela decide um conflito entre ambas. Pede-se ao juiz que dê uma decisão, solucionando um conflito de interesses, que lhe é posto, diretamente, para julgamento.
Voluntária: Busca uma situação que valha para ela mesma. É possível que a sentença beneficie as duas partes. Ainda que haja uma questão conflituosa, não é ela posta diretamente em juízo para apreciação judicial. A jurisdição voluntária não serve para que o juiz diga quem tem razão, mas para que tome determinadas providências que são necessárias para a proteção de um ou ambos os sujeitos da relação processual.
B) Quanto ao objeto:
Leva-se em conta a matéria que será discutida. Pode ser divida em comum e em especial.
Comum: Justiça Civil e Penal
Especial: Justiça Militar, Eleitoral e Trabalhista
A competência da justiça comum é supletiva, pois cumpre-lhe julgar tudo aquilo que não for de competência da especial. A justiça comum pode ser estadual ou federal.
C) Quanto à Hierarquia:
Leva-se em consideração a jurisdição inferior e superior, conforme o órgão incumbido de exercê-la integre as instâncias inferiores e superiores.
COMPETÊNCIA
A competência é justamente a limitação do exercício legítimo da jurisdição. O juiz incompetente estará, portanto, exercendo de forma ilegítima sua jurisdição, algo bem diferente, inclusive em termos da gravidade do vício gerado, da situação em que um sujeito qualquer pratica atos que exigiriam o poder jurisdicional sem estar devidamente investido.
Cumpre registrar que as regras de competência buscam atingir dois objetivos principais bastante nítidos: organização de tarefas e racionalização do trabalho. De fato, seria absolutamente improdutivo fixar nas mãos de todos os juízes o exercício legítimo sobre todas as demandas judiciais, o que viria a ser evidente fator de piora na qualidade da entrega da prestação jurisdicional.
COMPETÊNCIA ABSOLUTA ECOMPETÊNCIA RELATIVA
Competência Absoluta
As regras de competência absoluta são fundadas em razões de ordem pública, para as quais a liberdade das partes deve ser desconsiderada, em virtude da prevalência do interesse público sobre os interesses particulares. Nesse caso, não há flexibilização, seja pela vontade dos interessados, seja pela própria lei, tratando-se de norma de natureza cogente (absoluta) que deverá ser aplicada sem nenhuma ressalva ou restrição.
Competência Relativa
As regras de competência relativa prestigiam a vontade das partes, por meio da criação de normas que buscam proteger as partes (autor ou réu), franqueando a elas a opção pela sua aplicação ou não no caso concreto. Em razão de sua maior flexibilidade, também a lei poderá modificar tais regras. Surgem assim as regras de competência relativa, dispositivas por natureza e que buscam privilegiar a liberdade das partes.
Como identificar se uma regra de competência é absoluta ou relativa?
É fundamental identificar se uma norma de competência é cogente (absoluta) ou dispositiva (relativa), porque disso advirão numerosas consequências. Para saber em que juízo uma demanda deve ser proposta, verificamos que é indispensável consultar três tipos de legislação: a Constituição Federal, as leis federais, e as leis de organização judiciária.
A Constituição estabelece se a ação é de competência de alguma das justiças especiais, da justiça comum federal, da justiça estadual; ou se é de competência originária dos Tribunais Superiores. As regras de competência fixadas pela CF são sempre absolutas.
Como ensina Cândido Dinamarco, “conquanto determinada em leis de organização judiciária — leis estaduais, quanto aos juízos das Justiças dos Estados — a competência de juízo resulta sempre da aplicação de critérios do interesse geral da administração da Justiça e não do zelo pela mera comodidade de instrução da causa”. No entanto, o ilustre processualista entende que a competência de juízo será absoluta quando fundada na matéria ou na pessoa, mas relativa quando fundada no valor da causa.
Tem prevalecido, no entanto, o entendimento de que a competência de juízo é sempre absoluta, seja quando a norma está fundada no critério matéria ou na pessoa, seja ainda quando fundada no valor da causa ou no território.
Cássio Bueno: “Nos locais em que há foros regionais devidamente criados por lei e estabelecidos em consonância com os atos regulamentares dos Tribunais, o melhor entendimento é que sua competência tem natureza absoluta e não relativa. Certo que o aspecto territorial é inerente a eles, mas o fato predominante na sua instalação é de uma melhor racionalização da atividade judiciária em um dado local. Por isso, os critérios estabelecidos pelas leis estaduais respectivas devem ser entendidos como impositivos fixados em função de um específico interesse de melhor distribuir o serviço público de prestação jurisdicional, e reclamam controle oficioso dos magistrados”.
1. COMPETÊNCIA INTERNACIONAL
Cumpre à legislação de cada qual Estado estabelecer a extensão da jurisdição de cada país.
1.1. Sentença estrangeira
As sentenças estrangeiras são emanações de um poder soberano externo. Elas não podem ter força coativa entre nós e nem efeitos. Somente a justiça brasileira pode decidir quais as sentenças estrangeiras que podem ou não ser executadas no Brasil.
O mecanismo pelo qual a autoridade brasileira outorga eficácia à sentença estrangeira, fazendo com que ela possa ser executada no Brasil, denomina-se HOMOLOGAÇÃO DE SENTENÇA ESTRANGEIRA, que hoje é da competência do Superior Tribunal de Justiça.
Homologação de sentença estrangeira
Requisitos para a homologação:
· A sentença cuja homologação se postula deve ter sido proferida pela autoridade competente.
· As partes devem ter sido citadas e a revelia legalmente caracterizada. Respeito ao contraditório.
· A sentença estrangeira deve ter transitado em julgado no país de origem.
· A sentença deve ter sido homologada pelo cônsul brasileiro e traduzida por tradutor oficial ou juramentado.
1.2. Competência concorrente da justiça brasileira
São ações que, se propostas no Brasil, serão conhecidas e julgadas. Mas em que se admite pronunciamento da justiça estrangeira, que se tornará eficaz no Brasil desde o momento em que
houver a homologação da sentença proferida no exterior, pelo Superior Tribunal de Justiça.
A Justiça Brasileira terá competência concorrente quando:
· O réu, qualquer que seja a sua nacionalidade, estiver domiciliado no Brasil.
· No Brasil tiver de ser cumprida a obrigação.
· A ação se originar de fato ocorrido ou de ato praticado no Brasil
1.3. Competência exclusiva da Justiça Brasileira
São ações que versam sobre matéria que só pode ser julgada pela justiça brasileira, com exclusão de qualquer outra.
A Justiça brasileira terá competência exclusiva quando:
· Haver ações relativas a imóveis situados no Brasil.
· Inventário e partilha de bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro e tenha residido fora do território nacional.
2. Competência Interna
Quadro esquemático da estrutura do Poder Judiciário
2.1. Algumas Premissas
Conceito de foro e juízo
Em sentido geral, o foro indica a base territorial sobre a qual determinado órgão judiciário exerce a sua competência. Em primeira instância, perante a Justiça Estadual, foro é designação utilizada como sinônimo de comarca. Todos os Estados são divididos em Comarcas, sobre as quais os juízes de primeiro grau exercem a sua jurisdição. Na Justiça Federal, não há propriamente divisão em Comarcas: Cada Vara Federal exercerá a sua competência dentro de certos limites, que constituirão o respectivo foro federal.
 Já os juízos são unidades judiciárias, integradas pelo juiz e seus auxiliares. Na justiça comum estadual, o conceito de juízo coincide com o das varas. Uma comarca pode ter numerosas varas, isto é, diversos juízos.
Obs.: Aquilo que a Lei de Organização Judiciária Paulista chama de foro central e foros regionais não constitui, para o CPC, verdadeiros foros (já que foro para o CPC abrange toda a Comarca), mas sim agrupamentos de juízos, em que se dividem as regiões integrantes da Comarca. A competência é determinada no momento da propositura da demanda, sendo irrelevantes as alterações posteriores do estado de fato ou de direito, salvo se suprimirem o órgão jurisdicional ou alterarem a competência em razão da matéria ou da hierarquia.
3. Critérios para a fixação de competência:
· 1º. Critério objetivo
· 2º. Critério funcional
· 3º. Critério territorial
A) Critério objetivo: É adotado quando a competência for determinada pelo valor atribuído à causa, ou pela matéria que será discutida no processo. Em síntese, a matéria e o valor da causa não se prestam para apurar em que foro (comarca) uma demanda deve ser proposta; mas para apontar que juízo, dentro de uma comarca, será o competente.
B) O critério funcional: Abrange a competência hierárquica, que identifica a competência dos tribunais, seja para o julgamento dos recursos, seja para o julgamento de causas de sua competência originária; e os casos em que a demanda deve ser distribuída a um determinado juízo, em razão de manter ligação com outro processo, anteriormente distribuído a esse mesmo juízo.
C) Competência territorial: Leva em conta a localização territorial, seja do domicílio dos litigantes, seja da situação do imóvel que é disputado por eles. No CPC, dois exemplos de utilização do critério territorial; o primeiro determina que a competência para o julgamento das ações pessoais é a do foro de domicílio do réu; e o segundo, que o competente para o julgamento das ações reais sobre bens imóveis é foro de situação da coisa.
Esquema dos critérios para apuração de competência
Para compreensão do esquema abaixo, cumpre lembrar que a apuração de competência depende de consulta à Constituição Federal, CPC (ou leis federais especiais) e normas estaduais de organização judiciária. Cada uma delas se vale de determinados critérios de atribuição de competência,e as regras podem ser absolutas ou relativas.
· Constituição Federal: 
Normas que permitem apurar se a demanda correrá perante a justiça comum ou especial, comum estadual ou federal, bem como os casos de competência originária dos Tribunais Superiores. Em regra, a CF vale-se dos critérios da matéria e da pessoa, para identificar onde determinada demanda deve correr. Todas as normas de competência estabelecidas na Constituição Federal são absolutas.
· Código de Processo Civil e Legislação Federal Especial
Apuração do foro competente. Vale-se, em regra, do critério funcional e territorial. As regras de competência do CPC, quando fundadas no critério funcional são absolutas; quando fundadas no critério territorial são relativas, salvo quando baseadas no foro de situação do imóvel, em que serão absolutas.
· Normas estaduais de organização judiciária
Apuração do juízo competente. As normas são estaduais e podem variar. Em regra, há a utilização do critério material, valor da causa, pessoa, funcional e territorial. Todas as regras de competência são absolutas, seja qual for o critério utilizado.
Tribunal Supremo - Último recurso
Tribunal Superior
Tribunal de 2º instância
Juiz de 1º Instância

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