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1 Circuitos Elétricos e Fotônica Laboratório Virtual 2: O Efeito Fotoelétrico 2020.1 Objetivos • Entender o efeito fotoelétrico através de simulações. • Determinar a função trabalho de metais • Determinar a constante de Planck Introdução O efeito fotoelétrico consiste na emissão de elétrons de sólidos, líquidos ou gases quando iluminados com luz de uma certa frequência. A primeira tentativa em entender este efeito foi feita por Max Planck em 1900. A expressão por ele proposta: E=hf = h.c/λ relaciona a energia E do fóton com sua frequência f (ou seu comprimento de onda λ), através da constante de Planck h e da velocidade da luz c. Em 1905, Albert Einstein estendeu a ideia de energia quantizada a um feixe de fótons (radiação eletromagnética) e explicou o efeito fotoelétrico, recebendo por isso, o prêmio Nobel em 1921. Por que o Efeito fotoelétrico contradiz a Teoria Ondulatória Clássica? Na Teoria Ondulatória clássica, a energia da onda eletromagnética está contida na própria onda. Assim, quando a onda (com irradiância I) colide com a superfície metálica, o elétron absorve energia da onda e quando o nível excede a função de trabalho do metal, o elétron é liberado. A função de trabalho dos materiais fotoelétricos mais comuns é da ordem de alguns elétron-volts. A partir da Teoria Ondulatória clássica, três previsões poderiam ser feitas: 1. A energia cinética máxima atingida pelos elétrons seria proporcional à intensidade (irradiância) da onda eletromagnética. 2. O efeito fotoelétrico deveria ocorrer para qualquer luz, independente da frequência ou do comprimento de onda. 3. Deveria haver um retardo de alguns segundos entre o contato da radiação com o metal e a liberação dos elétrons. Em 1902, as propriedades do efeito fotoelétrico (observado e documentado pela primeira vez por Heinrich Hertz em 1887) já estavam bem documentadas, e os experimentos mostravam que: 1. O aumento de intensidade da luz não produzia nenhum efeito na máxima energia cinética dos elétrons. 2. O efeito fotoelétrico em um determinado metal não ocorre para frequências abaixo de um certo valor. 3. Não há nenhum retardo significativo (menos de 10-9 s) entre a ativação da luz e a emissão dos elétrons. 2 Desta forma, os resultados observados contradizem as previsões da Teoria Ondulatória clássica, além de não serem muito intuitivos. Por que sinais luminosos de baixa frequência não disparam a emissão de elétrons, se os mesmos possuem energia? Como os elétrons são liberados tão rapidamente? E por que ao se aumentar a intensidade da luz, não se obtêm elétrons mais energéticos? Com este exercício de simulação, você poderá explorar estes tópicos sobre o efeito fotoelétrico! Procedimento Parte 1- Observação do efeito fotoelétrico em metais, através de simulação computacional 1. Acesse o aplicativo computacional, a partir do seguinte endereço: http://phet.colorado.edu/en/simulation/photoelectric 2. Execute o aplicativo Java, que deve apresentar a seguinte tela principal, quando todos os gráficos tiverem sido selecionados: 3. Inicialmente observe o circuito apresentado no aplicativo: duas placas metálicas (colocadas num tubo a vácuo), com a possibilidade de se aplicar uma tensão elétrica entre elas, através de uma bateria, e de se incidir luz de intensidade e comprimento de onda variáveis. Há um amperímetro para medir a corrente elétrica entre as placas. Sem incidência de luz, qual é a corrente medida para valores variáveis da tensão da bateria? Por quê? 4. Ajuste agora a intensidade luminosa para 50%, mantendo a opção do sódio como metal, e fixando a tensão da bateria em 0V. Você deverá observar a emissão de elétrons a partir da superfície do metal onde a luz está incidindo. Nota: Num experimento real, os elétrons são emitidos em todas as direções. Para simplificar a simulação, neste aplicativo considera-se que os elétrons são emitidos perpendicularmente à placa onde incide a luz. 5. Utilize a opção “Options” do menu, e selecione “Show photons”. Observe o que ocorre quando você aumenta a intensidade luminosa. Monitore o valor da corrente e explique o efeito provocado pelo aumento da intensidade da luz. 3 6. Fixe o valor da intensidade luminosa em 100% e varie o valor da tensão elétrica aplicada entre as placas. Observe as cargas acumuladas nas placas metálicas devido ao efeito da bateria. Monitore o valor da corrente e explique o efeito provocado pelo aumento da tensão positiva e pela aplicação de uma tensão negativa entre as placas. Comente. 7. Volte a tensão da bateria para zero (você pode digitar este valor na caixa correspondente) e aumente o comprimento de onda (e portanto diminua a frequência) da luz incidente e observe o que ocorre e comente. 8. Fixe agora o comprimento de onda num valor para o qual não ocorra emissão de elétrons, e aumente a intensidade luminosa. O que acontece? 9. Para o mesmo valor do comprimento de onda, varie agora a tensão da bateria. O que acontece? 10. Explique como as suas observações (sobre como a frequência e a intensidade da luz e a tensão elétrica afetam a emissão e o valor da corrente fotoelétrica) podem ter levado à teoria fotônica da luz. Parte 2- A função de trabalho dos metais A mínima energia requerida para se deslocar um elétron da superfície de um metal é denominada “função trabalho do metal”, Φ, sendo medida em J ou eV. Nota: Lembrar que: 1eV= 1,602.10-19J h= 6,63.10-34 J.s ou h= 4,14.10-15 eV.s Como o princípio de conservação da energia vale também a nível atômico, a energia cinética de um elétron (ou fotoelétron, como é chamado neste caso) emitido da superfície do metal, devido à absorção da energia de um fóton, será calculada por: Ecinética = hf - Φ Na condição limite (energia cinética nula), a função de trabalho poderá ser determinada por: Φ = h.fmin Vale notar que nem todos os fotoelétrons têm a mesma energia cinética, já que podem estar ocupando níveis diferentes de energia dentro do átomo no momento da interação com o fóton. Isto pode ser observado na simulação. 1- Mantenha a tensão da bateria em zero e a intensidade luminosa em 100%. 2- Para cada metal disponível no aplicativo, varie o comprimento de onda da luz e observe o gráfico “Electron energy vs light frequency”. 3- Determine os valores da função trabalho para os diversos metais, e complete a tabela abaixo. 4- Compare os valores obtidos para a função trabalho destes metais com valores encontrados na literatura. Comente os resultados obtidos. Metal λmax (nm) fmin (THz) Φ (eV)-calculado Φ (eV)-literatura Sódio Zinco Cobre 4 Platina Cálcio Parte 3 – A tensão de freamento e a constante de Planck Em condição de emissão fotoelétrica, é possível determinar-se na prática o valor da função de trabalho de um metal, bem como a constante de Planck, aplicando-se uma tensão negativa entre as placas até que a corrente se anule. Este valor é conhecido como “tensão de freamento”, Vf, e neste caso, a energia provida pela fonte externa possui mesma magnitude da energia cinética do elétron. Dessa forma, temos: Ecinética = hf – Φ = |q.Vf| 1- Escolha um dos metais, e utilize o gráfico “Current vs battery voltage”. Mantenha a intensidade luminosa em 100%. 2- Para quatro valores de comprimentos de onda distintos, em que ocorra a emissão fotoelétrica, obtenha a curva de corrente x tensão no circuito. Para isso será necessário variar a tensão aplicada entre -8 e 8 V. Obtenha em cada caso, a tensão para a qual a corrente se anula. Preencha a tabela abaixo. Metal: ________________________ λ (nm) f (THz) Vf (V) Ecinética(eV) 3- A partir dos dados coletados e calculados, estime o valor da constante de Planck e o valor da função trabalho do metal. 4- Compare os valores obtidos por este método comos esperados. Referências http://phet.colorado.edu/en/simulation/photoelectric http://physics.about.com/od/quantumphysics/a/photoelectric.htm
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