THE BEATLES A RECOLUÇÃO ALEM DA INDUSTRIA MUSICAL

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COLÉGIO ROGACIONISTA “PADRE PAULO PETRUZZELLIS”
NICOLE MARQUES DE SOUZA
THE BEATLES: 
UMA REVOLUÇÃO QUE VAI ALÉM DA INDÚSTRIA FONOGRÁGICA
Bauru, SP
2019
NICOLE MARQUES DE SOUZA
THE BEATLES: 
UMA REVOLUÇÃO QUE VAI ALÉM DA INDÚSTRIA FONOGRÁGICA
Trabalho apresentado na disciplina de história, como avaliação parcial, sob responsabilidade da Profª Juliana Martini Fontana
Bauru, SP
2019
SUMÁRIO
Epígrafe...............................................................................................................................04
Introdução...........................................................................................................................05
1. THE BEATLES .............................................................................................................06
2. JUVENTUDE BRITÂNICA DOS ANOS 60 .................................................................06
3. BEATLEMANIA............................................................................................................07
4. REVOLUÇÃO MUSICAL.................................................................................................07
5. CONTRACULTURA......................................................................................................08
6. OS BEATLES E AS DROGAS......................................................................................08
7. O LEGADO....................................................................................................................09
Considerações finais.....................................................................................................................09
Referências............................................................................................................................11
5
EPÍGRAFE
“You say you want a revolution
Well, you know
We all want to change the world
You tell me that it's evolution
Well, you know
We all want to change the world”.
- REVOLUTION, THE BEATLES.
INTRODUÇÃO
Para entender o porquê de os Beatles serem considerados tão rebeldes, primeiro precisamos entender o contexto histórico no qual eles estavam inseridos. 
A banda surgiu nos anos 1960, uma época difícil e de adaptação em toda a Inglaterra, com as consequências da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) ainda muito recentes na mente da população e todo o processo de reconstrução do país. Em meio a tudo isso, o mundo passava pelo período da Guerra Fria, um conflito ideológico entre os Estados Unidos e a então União Soviética.
Com o Reino Unido já não sendo mais o principal polo econômico mundial desde a Primeira Guerra (1914-1918), as dificuldades da nova realidade acabaram levando os jovens britânicos a sofrerem grandes influências do ‘american way of life’ (estilo de vida americano) e do individualismo e consumismo, mas ao contrario dos americanos, a rebeldia da juventude inglesa tinha cunho político em sua manifestação. 
Nesta obra, será feita uma analise demonstrativa, com base de pesquisa em documentários e artigos tirados de websites confiáveis no assunto, de como uma ‘boyband’ conseguiu mudar o mundo com sua música e revolucionar não somente a indústria fonográfica, mas sim toda uma sociedade, dando voz aqueles que até então eram ignorados pela parcela adulta da população e vistos como imaturos, iniciando assim uma nova era: o mundo pós-Beatles.
THE BEATLES
Até hoje considerado por muitos a maior banda de todos os tempos, The Beatles era formada por John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr, como a conhecemos oficialmente. Porem sua origem e primeira formação não foi essa.
O grupo criado em 1957, em Liverpool, inicialmente tinha como integrantes John Lennon e seus colegas de escola, Peter Sholton, Erick Griffths, Bill Smith e Rod Davis. O nome da banda, The Quarrymen, era em homenagem a escola que frequentavam: Quarry Bank School.
Em 1960, já autoproclamados The Beatles, a banda agora contava com John, Paul e George, ainda sem baterista fixo. Sua primeira apresentação foi no bar The Caven Club, onde tocaram até 1963.
Em 1962, assinaram um contrato com Brian Epstein, que se tornou empresário deles e mudou todo o visual da banda, trocando as roupas de couro por ternos e contratando Ringo como baterista definitivo.
Em outubro do mesmo ano, lançaram o seu primeiro single “Love Me Do” e em 1963 já estavam comandando as paradas de sucesso das rádios britânicas com o álbum estreante “Please Please Me”.
No decorrer da carreira, o grupo mostrou que sua influencia musical ia além do folk, passando por estilos orientais, e psicodélicos, sendo o grupo britânico que mais alcançou o primeiro lugar nas paradas inglesas.
JUVENTUDE BRITÂNICA DOS ANOS 60
No inicio da década, Londres era diretamente associada ao conservadorismo e à polidez, afinal, é a cidade da rainha. De todas as coisas, a menos esperada era que a juventude se levantaria e lutaria pelos seus ideais, com entusiasmo na luta do povo.
Sofrendo grandes influências dos próprios Beatles, que nunca tiveram medo de expressar suas opiniões a respeito de assuntos políticos, como a Guerra do Vietnã, a mocidade britânica começou a dar mais atenção para as causas sociais e realizando manifestações de âmbito político por todo o país, sendo estas, em sua grande maioria, contra o establishment (quando um grupo sociopolítico – monarquia, no caso – exerce sua autoridade, controle ou influência, defendendo seus privilégios) e a favor da paz.
Eram considerados rebeldes, pois não obedeciam a seus pais, se tornaram barulhentos, queriam fazer sexo antes do casamento e não gostavam da rainha, parafraseando Martin W. Sandler, autor do livro “How the Beatles Changed the World” (Como os Beatles mudaram o Mundo), lançado no ano de 2014, que posteriormente virou um documentário, em 2017.
BEATLEMANIA
Foi o termo criado para nomear o grande impacto e frenesi que a banda causou, principalmente nas garotas adolescentes. Com seu inicio na Inglaterra, a beatlemania se espalhou pelo mundo todo na mesma rapidez com que os Beatles o conquistaram com suas revolucionárias “letras chicletes” e uma personalidade única que os tornava cada vez mais queridos pelo público.
Esse fenômeno durou até 1965, com o sexto álbum da banda, Rubber Soul, pois as musicas estavam ficando cada vez mais sofisticadas e experimentais e menos comerciais, o que dificultava a ampla exibição nas rádios de todo o globo.
A polêmica envolvendo John Lennon e sua declaração de que “os adolescentes se importavam mais com os Beatles do que com Jesus Cristo”, somada ao fato de que o grupo se mostrava cansado da fama excessiva e terem decidido focar somente na musica, não realizando mais concertos ao vivo ou turnês também colaboraram para o fim desse período de loucura dos fãs.
REVOLUÇÃO MUSICAL
Os Beatles foram, sem sombra de duvidas, um divisor de águas na história da música e influenciaram tudo o que veio depois deles, direta ou indiretamente. John, Paul, Ringo e George, não têm como diferencial a técnica, mas sim suas composições, principalmente Lennon e McCartney, que agraciaram o mundo com baladas como Let it Be, Yesterday e Hey Jude.
O uso de instrumentos clássicos, um recurso muito recorrente até os dias atuais, onde podemos ouvir violinos e outros instrumentos em composições dos mais variados estilos, foi introduzido na indústria por meio da musica All We Need Is Love da banda, que abriu espaço para a era folk dos Beatles com influencias de Bob Dylan, artista bastante em alta na época.
Já nos álbuns Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band e Yellow Submarine, eles mergulham no psicodelismo, com musicas que fazem alusão clara ao uso de LSD’s, que foi uma droga muito usada na década de 60 como um símbolo da contracultura, movimento o qual a banda seria um dos principais rostos. Sgt. Pepper’s é uma grande mistura de estilos musicais, indo de musicas com raízes hinduístas ao jazz de uma faixa para outra, com a mensagem de que os integrantes não estavam restritos a uma única forma de fazer arte.
O penúltimoálbum do grupo, Abbey Road, considerado por muitos fãs um dos melhores, é composto por clássicos como Come Together e Here Comes The Sun, que umas das musicas cujo mais foram feitos covers na história, e inclusive muitos artistas da atualidade prestam sua homenagem ao Beatles por meio de novas versões ou remixes destas e de muitas outras. 
Let it be, a obra derradeira do quarteto, foi marcado por certa melancolia em suas melodias e letras inesquecíveis. Foi nessa época também que houve o tão famoso concerto, onde a banda simplesmente se apresentou no telhado da Apple – gravadora da banda – que gerou grande comoção nas ruas de Londres, tornando-se ainda mais icônico depois que ficou claro de que aquele seria o último show dos Beatles.
CONTRACULTURA
Foi um movimento de rebeldia promovido pelos jovens que rompeu com diversos padrões, com seu caráter pacifico, o objetivo era contestar de forma radical a indústria cultural e aqueles que queriam impor seus ideais à população.
De teor social, artístico, filosófico e cultural, teve o apoio de vários famosos da época, como os Beatles, Bob Dylan, entre outros. Representou a cultura marginal, alternativa, e underground e recebe esse nome por se posicionar justamente contra a cultura erudita, que era a única aceita pela sociedade adulta até então.
Seus manifestantes tinham um perfil intelectual, que valorizavam o amor, a natureza, a liberdade e a paz, sendo vistos posteriormente como Hippies.
OS BEATLES E AS DROGAS
Os entorpecentes sempre cercaram os Beatles, principalmente John Lennon, que numa entrevista feita ao editor da revista Rolling Stone, Jann Wenner, logo após o fim da banda, em 70, revelou que não houve um só momento em sua vida onde as drogas não estivessem presentes. Anfetamina, ervas, tabaco, cocaína, heroína, ácido, álcool. Todas elas, algumas vezes simultaneamente.
Foi o mesmo quem escreveu as canções da banda com as referencias implícitas aos alucinógenos, como "Norwegian Wood", "Doctor Robert", "Happiness ia a Warm Gun" e a mais explicita de todas "Lucy in the Sky with Diamonds".
Certa vez, o jornal britânico Daily Mail chamou Paul de "idiota irresponsável", logo após a declaração do mesmo de que já havia experimentado LSD, uma droga muito comum na época, principalmente na comunidade da contracultura do qual a banda participava ativamente.
McCartney ainda fez uma declaração ainda mais polêmica no mesmo período: "Provei para ver como era e porque tinha lido muita coisa sobre o assunto. E concluí que, se os estadistas fizessem a mesma coisa, poderiam eliminar as guerras e a pobreza de uma vez por todas. Não sou, não fui e jamais serei um viciado em qualquer tóxico e de nenhuma forma aconselho a que as pessoas usem tóxicos. Mas não posso esconder a verdade de que o LSD transformou-me momentaneamente em membro de uma sociedade melhor, mais honesta e mais tolerante. Mais próxima de Deus, portanto."
Mas a verdadeira paixão do cantor e baixista era a erva, chegando até a ser detido no Japão, por levar consigo um pouco da droga, nos anos 80. A maior prova do amor de Paul pela maconha é a música "Got To Get You Into My Life", onde o mesmo se declara para a droga.
Ringo era o mais comedido com os alucinógenos: passou rapidamente pelas fases de acido, cocaína e maconha, mas sua droga favorita sempre foi o álcool, por isso passou pouco tempo nos ilícitos. Já George, logo se descobriu budista e deixou os entorpecentes de lado, se não completamente, diminuiu de maneira drástica.
Todo esse relacionamento da banda com as drogas levou a banda a ser vista com maus olhos pelas comunidades religiosas e conservadoras, que já não os aprovavam há tempos e promoviam boicotes a todo vapor, mas nada poderia pará-los, pois eram o retrato do jovem da época, que experimentavam todos os tipos de químicos e faziam isso justamente em forma de rebeldia e luta contra o sistema.
O LEGADO
O maior de todos os legados que os Beatles poderiam deixar além de sua maravilhosa discografia, foram os videoclipes, que hoje são indispensáveis, para quaisquer artistas do meio musical.
A banda se tornou tão cansada das histerias dos programas de auditório dos quais participavam que decidiram gravar clipes para passarem no lugar de apresentações ao vivo. Os primeiros foram uma mistura de cinema e musica, com as canções que compunham a trilha sonora de seus filmes A Hard Day’s Night (1964) e Help! (1965).
Além disso, as musicas continuam vivas e na memória das pessoas nos dias de hoje e assim vai ser até o fim dos tempos, pois o impacto que esses garotos que foram crescendo junto com suas obras foi tão estrondoso que se tornaram lendas.
Ainda são citados em séries, trabalhos de outros artistas dos mais variados campos e no cinema. O exemplo mais recente da banda é o filme Yesterday (2019), estrelado por Himesh Patel que interpreta um cantor sem sucesso que ama os Beatles, ele sofre um acidente e quando acorda o mundo se esqueceu do grupo, nisso ele decide que o mundo precisa ouvir as musicas da banda e vê nisso também uma oportunidade de conquistar seu tão sonhado sonho. É um filme cheio de referências e de trilha sonora impecável que se desenrola de maneira engraçada e divertida.
O quarteto ainda estampa varias coleções de roupas e artigos de decoração, símbolos como o submarino amarelo e as estampas coloridas de seus álbuns psicodélicos estão enfeitando os lares de fãs do grupo por todo o globo.
 Não há nenhuma pessoa que nunca tenha ouvido pelo menos falar da banda e isso ilustra sua hegemonia musical.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por fim, podemos concluir que o mundo nunca mais foi o mesmo depois dos Beatles, eles trouxeram alegria e movimento à juventude dos anos 60 todos os posteriores a esta década. Por muitas vezes considerados rebeldes por seu estilo de vida diferenciados, os meninos influenciaram os adolescentes a se tornarem questionadores e perceberem que têm sim ideias e opiniões importantes e que devem ser ouvidas, pois são o futuro.
Tornaram-se um fenômeno por todo o trabalho extraordinário que fizeram e usaram sua fama para promover a paz e incentivar todos a lutarem por um mundo onde todos possam viver em harmonia. Afinal, parafraseando os próprios, tudo o que necessitamos é de amor, por nós mesmos, pelo próximo, e pelo nosso planeta.
REFERÊNCIAS
Como os BEATLES Mudaram a história da música – Nostalgia-
https://www.youtube.com/watch?v=3V6JCvdVYwY
How the Beatles changed the world, the documentary https://www.netflix.com/watch/80195654?trackId=14170286&tctx=3%2C0%2Cbb910071-ef66-4996-b3d7-8df13f4b8d32-22327709%2Cc63dc614-baf9-4104-82d4-5e1d19e9e27d_83161261X3XX1570071488106%2Cc63dc614-baf9-4104-82d4-5e1d19e9e27d_ROOT
https://www.blogderocha.com.br/o-rock-nos-anos-60-a-invasao-britanica-dos-beatles-e-rolling-stones/
https://www.todamateria.com.br/contracultura/
https://www.ebiografia.com/the_beatles/
https://www.clickriomafra.com.br/rocknauta/the-beatles-sua-importancia-para-a-musica-o-rock-e-a-sociedade
 Pugialli, R., 2008. BEATLEMANIA. Ediouro. São Paulo, SP. 320 p.
↑ Pugialli, R. & Froes, M., 1992. OS ANOS DA BEATLEMANIA. Editora Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, RJ. 256 p
obvious: http://obviousmag.org/archives/2011/05/day_tripper_os_beatles_e_os_alucinogenos.html#ixzz61ihckBYK
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/qual-foi-o-primeiro-videoclipe-da-historia/