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CURSO TÉCNICO EM SEGURAÇA DO TRABALHO SANEAMENTO AMBIENTAL Prof. Diego Matos Santa Quitéria 2019 SUMARIO 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................... 4 2 ECOLOGIA .............................................................................................................................. 5 2.1 CONCEITO ECOLOGIA ............................................................................................... 5 2.2 ESPÉCIE ..................................................................................................................... 5 2.3 POPULAÇÃO ............................................................................................................... 5 2.4 COMUNIDADE (BIOCENOSE) .................................................................................... 5 2.5 ECOSSISTEMA ........................................................................................................... 6 2.6 HABITAT ...................................................................................................................... 6 2.7 NICHO ECOLÓGICO ................................................................................................... 6 2.8 BIOSFERA ................................................................................................................... 7 3 SANEAMENTO AMBIENTAL .................................................................................................. 7 3.1 LEI FEDERAL DO SANEAMENTO BÁSICO - LEI 11.445/07 ....................................... 9 3.2 Efeitos POSITIVOS DO SANEAMENTO AMBIENTAL ................................................. 9 3.3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL ........................................................................................... 10 4 IMPACTO AMBIENTAL .......................................................................................................... 10 4.1 PERCEPTIVA ECOLÓGICA ....................................................................................... 11 4.2 DEFINIÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL DO CONAMA .............................................. 11 4.3 CONTAMINAÇÃO ....................................................................................................... 11 5 ÁGUA ..................................................................................................................................... 12 5.1 CICLO HIDROLÓGICO ............................................................................................... 12 5.2 PRECIPITAÇÃO ......................................................................................................... 13 5.2.1 Escoamento Superficial................................................................................... 13 5.2.2 Infiltração ........................................................................................................ 13 5.3 EVAPORAÇÃO ........................................................................................................... 14 5.4 TRANSPIRAÇÃO ........................................................................................................ 14 5.5 QUALIDADE DA ÁGUA .............................................................................................. 14 5.6 REDE DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA .................................................................... 15 5.7 COMPOSIÇÃO DA REDE DE ABASTECIMENTO ...................................................... 15 5.7.1 Manancial ....................................................................................................... 15 5.7.2 Captação ....................................................................................................... 16 5.7.3 Adução ............................................................................................................ 16 5.7.4 Tratamento de Água ....................................................................................... 16 5.7.5 Rede de Distribuição de Água ......................................................................... 17 5.7.6 Estações Elevatórias ....................................................................................... 17 5.8 PREVENÇÃO E CONTROLE DE DOENÇAS RELACIONADAS COM A ÁGUA ......... 17 5.8.1 Hepatite A ....................................................................................................... 18 5.8.2 Febre Tifoide ................................................................................................... 18 5.8.3 Cólera ............................................................................................................. 19 5.8.4 Leptospirose ................................................................................................... 20 5.8.5 Amebíase ou Disenteria Amebiana ................................................................ 20 5.9 POTABILIDADE ................................................................................................. 21 5.10 CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS ....................................................................... 22 5.11 CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS NATURAIS SEGUNDO SUA QUALIDADE .... 24 5.12 TIPOS DE POLUIÇÃO DAS ÁGUAS ............................................................... 25 5.12.1 Poluição Biológica ......................................................................................... 25 5.12.2 Poluição por Sedimentação .......................................................................... 26 5.12.3 Poluição Térmica .......................................................................................... 26 5.12.4 Poluição Química .......................................................................................... 26 5.12.5 Poluição Radioativa ...................................................................................... 27 5.12.6 Técnicas de Controle de Poluição ................................................................. 27 6 ESGOTAMENTO SANITÁRIO ................................................................................................ 28 6.1 IMPORTÂNCIA SANITÁRIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO ................................. 28 6.2 TIPOS ESGOTO ......................................................................................................... 29 6.3 TIPOS DE PROCESSOS DE TRATAMENTOS DE ESGOTO .................................... 30 6.3.1 Processos Físicos ........................................................................................... 31 6.3.2 Processos Químicos ....................................................................................... 31 6.3.3 Processos Biológicos ...................................................................................... 32 6.4 BENEFÍCIOS DO TRATAMENTO DE ESGOTO ......................................................... 32 7 GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ....................................................................................... 32 7.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS, QUANTO À ORIGEM ....................... 33 7.2 CLASSIFICAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) ................................................................................................................................................... 35 7.3 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À COMPOSIÇÃO QUÍMICA ........................................... 36 7.4 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À UMIDADE ................................................................... 37 7.5 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS .................................................................................... 37 7.6 CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS ................................................................................ 37 7.7 CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS ............................................................................ 38 7.8 IMPORTÂNCIA SANITÁRIA .......................................................................................38 7.9 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA .................................................................................... 39 7.10 FATORES QUE INFLUENCIAM A PRODUÇÃO DE LIXO ........................................ 40 7.11 ACONDICIONAMENTO, COLETA E TRANSPORTE DOS RESÍDUOS SÓLIDOS ... 40 7.11.2 Coleta e transporte dos resíduos sólidos ...................................................... 42 7.11.3 Equipamentos de coleta e transporte ............................................................ 42 7.12 LIMPEZA PÚBLICA .................................................................................................. 42 7.13 CAPINAÇÃO ............................................................................................................. 43 7.14 REDUÇÃO, REUTILIZAÇÃO E RECICLAGEM ......................................................... 43 7.14.1 Reduzir ......................................................................................................... 43 7.14.2 Reutilizar ....................................................................................................... 43 7.14.3 Reciclar ......................................................................................................... 43 7.14.4 Etapas da reciclagem dos resíduos sólidos................................................... 43 7.15 COLETA SELETIVA .................................................................................................. 44 7.15.1 Vantagens ..................................................................................................... 44 7.16 MEDIDAS DE SEGURANÇA COM O MANUSEIO .................................................... 44 7.17 TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS .......................... 44 QUESTIONÁRIO ...................................................................................................................... 46 4 1 INTRODUÇÃO A Organização Mundial da Saúde (OMS) define saneamento como o controle de todos os elementos que interferem na sociedade humana, causando implicações danosas sobre a saúde física, mental e social. Desta forma o saneamento tem como objetivo diminuir os prejuízos causados ao meio ambiente que atingem a saúde da população. Podemos definir então saneamento como um grupo de operações socioeconômicas que primam por atingir a salubridade ambiental, sendo fundamental também para manutenção da saúde, economia e produção de uma nação. Segundo dados da ONU (2008) 40% da população mundial não tem acesso a sistemas de tratamento de esgoto o que acarreta em aproximadamente 200 milhões de toneladas de esgoto não tratado liberados nos corpos d’águas. No Brasil mesmo com a evolução econômica, cerca de 53% da população não tem acesso a rede de esgotamento, segundo dados da Fundação Getúlio Varga - FGV, que acarreta grandes problemas na área da saúde pública dado a defasagem no saneamento. Diariamente muitas crianças são hospitalizadas e algumas ocasionalmente chegam a óbito devido à privação desse recurso. A questão do saneamento é uma das maiores problemáticas urbanas e ambientais do serviço público País. Podemos determinar que o Saneamento Ambiental é fator essencial para o desenvolvimento econômico e social de um país, estados e cidades, os serviços de água tratada, coleta e tratamento dos esgotos levam à melhoria da qualidade de vidas das pessoas, sobretudo na saúde infantil com redução da mortalidade infantil, melhorias na educação, na expansão do turismo, na valorização dos imóveis, na renda do trabalhador, na despoluição dos rios e preservação dos recursos hídricos, etc. 5 2 ECOLOGIA 2.1 CONCEITO DE ECOLOGIA O termo ECOLOGIA foi criado por Ernst Haeckel, biólogo alemão em 1866 sendo a junção de duas palavras gregas: Oikós que significa casa, e logos que significa estudo. Ela aborda as condições de existência dos seres vivos e as interações desses entre si e como o meio ambiente em que vivem. Um exemplo prático de senso comum sobre ecologia é a máxima que no “nordeste quando os formigueiros surgem em terrenos elevados é prenuncio de bom inverno”. Esse é um exemplo de observação do comportamento das formigas quanto à interação com o ambiente. 2.2 ESPÉCIE Conjunto de indivíduos semelhantes (estruturalmente, funcionalmente e bioquimicamente) que se reproduzem naturalmente, originando descendentes férteis. Exemplo: Homo sapiens, Felis catus (gato), Euphractus sexcinctus (tatu peba). 2.3 POPULAÇÃO Conjunto de indivíduos de mesma espécie que vivem numa mesma área em um determinado período. Exemplo: população de ratos em um bueiro, em um determinado dia; população de bactérias causando amigdalite por 10 dias, 10 mil pessoas vivendo numa cidade em 1996, etc. 2.4 COMUNIDADE (BIOCENOSE) Conjunto de populações de diversas espécies que habitam uma mesma região num determinado período. Exemplo: seres vivos de uma floresta, de um rio, de um lago de um brejo, dos campos, dos oceanos, etc. 6 2.5 ECOSSISTEMA Conjunto formado pelas interações entre componentes bióticos, como os organismos vivos: plantas, animais e micróbios, e os componentes abióticos, elementos químicos e físicos, como o ar, a água, o solo e minerais. Estes componentes interagem através das transferências de energia dos organismos vivos entre si e entre estes e os demais elementos de seu ambiente. Os ecossistemas são definidos pela rede de interações entre organismos, e entre os organismos e seu ambiente, ecossistemas podem ter qualquer tamanho. Podem ser classificados de diversas formas as mais comuns são o meio em que estão localizados como no caso de ecossistemas aquáticos: aquáticos serão os lagos, naturais ou artificiais (represas), os mangues, os rios, mares e oceanos; e ecossistemas terrestres: florestas, as dunas, os desertos, as tundras, as montanhas, as pradarias e pastagens. 2.6 HABITAT É uma área ecológica ou ambiental que é habitada por uma determinada espécie de animal, planta ou outro organismo. O termo refere-se tipicamente à zona em que o organismo vive e onde pode encontrar alimento, abrigo, proteção e companheiros para reprodução. É o ambiente natural em que vive um organismo, ou o ambiente físico que envolve uma população de espécies. Exemplo: O habitat do caranguejo e o manguezal. 2.7 NICHO ECOLÓGICO A função que um organismo desempenha no ecossistema. O nicho leva em conta o tipo de alimentação, a quem serve de alimento, como se reproduz, etc. Exemplo: a fêmea do Aedes Aegypti (agente transmissor da dengue, chikungunya) é um inseto hematófago (se alimenta de sangue), a Onça age como predadora devorando veados, teiús, ovelhas. 7 2.8 BIOSFERA Área do planeta onde há a ocorrência de todo o tipo de vida seja ela animal, vegetal e demais formas. Essa área compreende a superfície terrestre, os rios, lagos, mares, oceanos e parte da atmosfera. 3 SANEAMENTO AMBIENTAL Saneamento ambiental é o conjunto de investimentos públicos em políticas de controle ambiental que busca resolver os graves problemas gerados na infraestrutura das cidades, contribuindo para uma melhor qualidade de vida da população. A Organização Mundial de Saúde (OMS) define que o “saneamento é o controle de todos os fatores ambientais que podem exercer efeitos nocivos sobre o bem-estar, físico, mental e social dos indivíduos”, tais como poluição do ar (emissão de gases), do solo (resíduo sólidos) e das águas, poluição sonora e visual, ocupação desordenada do solo (margens de rios, morros, etc.), o esgoto a céu aberto, enchentes etc. O saneamento ambiental é de extrema importância, mas, infelizmente, ainda existem muitas cidades e até países que não contam com esse tipo de serviço. A finalidade do Saneamento Ambiental é proteger e melhorar as condições de vida, tanto nos centros urbanosquanto nas comunidades rurais e propriedades rurais mais carentes. Saneamento ambiental é um conceito mais amplo do que saneamento básico. O saneamento básico atua principalmente no tratamento de água, canalização e tratamento de esgotos, limpeza pública de ruas e avenidas, coleta e tratamento de resíduos orgânicos (em aterros sanitários regularizados) e materiais (por meio da reciclagem). O saneamento ambiental corresponde ao conjunto de ações, serviços e obras destinados a manter ou recuperar a adequação ambiental, reduzindo os impactos nos ecossistemas (terrestres, aquáticos e atmosféricos). • Abastecimento de água potável; • Controle de vetores de doenças transmissíveis; • Coleta e disposição sanitária de resíduos sólidos, líquidos e gasosos; • Drenagem urbana; 8 • Promoção de disciplina sanitária do uso e ocupação do solo. O correto tratamento de água, assim como a instalação de redes de esgoto, coletas de lixo, entre outras ações de melhoria das condições sociais de higiene pública, é uma questão de saúde. Isso porque existe uma grande quantidade de doenças provenientes de contato de pessoas com esgotos a céu aberto, da ingestão de água com impurezas, além do contágio envolvendo insetos contaminados. Dentre essas enfermidades, podemos citar: a hepatite A, a febre amarela, a dengue, a febre tifoide, a cólera, a malária e muitas outras. Atualmente, tanto no Brasil quanto em várias partes do mundo, notadamente os países subdesenvolvidos, a maior parte dos esgotos é despejada em rios, lagos e mares, não recebendo qualquer tipo de tratamento e propiciando a queda da qualidade de vida da população a curto e longo prazo, com a contaminação das águas e dos solos. Portanto, um dos objetivos do saneamento ambiental é promover a sustentabilidade nos sistemas de coleta e transporte de dejetos e lixos de toda ordem e tipo. Conforme aponta o Ministério do Meio Ambiente, o sistema de saneamento envolve diferentes estruturas de acordo com o tipo de elemento a ser trabalhado. O fornecimento de água é composto por estações de tratamento, sistemas de abastecimento e sistemas de captação. A coleta de esgoto é constituída por interceptores, rede coletora, estação elevatória e estações de tratamento de esgoto (ETEs). Já os resíduos industriais possuem diferentes vias de tratamento e destinação, havendo atenção especial para certos tipos, tais como os agrotóxicos, embalagens de produtos químicos, restos de produtos hospitalares, entre outros. Um dos problemas para a não contemplação de toda a população com saneamento ambiental adequado é, em muitos casos, a ausência de recursos imediatos dos governos para conseguir estruturar uma rede de qualidade. Isso acontece porque o crescimento das cidades, sobretudo nos países desenvolvidos, vem ocorrendo de forma muito acelerada e desordenada nos últimos anos, o que faz com que as administrações públicas não consigam acompanhar o 9 ritmo de crescimento com ações de infraestrutura, estas geralmente destinadas para os setores mais nobres e especulados das cidades. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) estimam que aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas em todo o mundo não contam com saneamento básico e/ou ambiental, o que revela a gravidade dessa questão na atualidade. 3.1 LEI FEDERAL DO SANEAMENTO BÁSICO - LEI 11.445/07 Em 05 de Janeiro de 2007 foi sancionada a lei 11.445 que veio a preencher um vazio na legislação especifica do setor de saneamento com a finalidade de atrair mais investimentos públicos e privados e acelerar o acesso à água e à coleta e tratamento de esgoto no país. Essa lei é definida como marco regulatório do Saneamento Básico no Brasil, estabelecendo a universalização dos serviços de abastecimento de água, rede de esgoto e drenagem de águas pluviais, além da coleta de lixo a fim de garantir a saúde da população brasileira. 3.2 EFEITOS POSITIVOS DO SANEAMENTO AMBIENTAL • Melhoria da Saúde Pública e redução dos recursos aplicados no tratamento de doenças, uma vez que a muitas estão relacionada à inadequação de esgotamento sanitário; • Aumento da arrecadação municipal de tributos; • Conservação ambiental; • Crescimento da atividade da construção civil para atender a crescente procura por imóveis residenciais e comerciais em bairros e localidades que apresentem maior infraestrutura de “salubridade”; • Geração de novos empregos ligados diretamente ao setor de Saneamento Ambiental (construção cível, técnicos de segurança, técnicos ambientais, etc...); • Redução nos custos de tratamento de água para abastecimento (que seriam ocasionadas a poluição dos mananciais); 10 • Eliminação da poluição estético visual e desenvolvimento do turismo; • Eliminação de barreiras não tarifárias para produtos exportáveis de empresas locais; • Melhoria do potencial produtivo da população. 3.3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL Durante a conferencia Rio 92 foi firmado não oficialmente o Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, celebrado por diversas Organizações da Sociedade Civil, reconhecendo a educação como um processo dinâmico em permanente construção. Portanto, devendo promover a reflexão, o debate e autotransformação das pessoas e da sociedade reconhecendo que a “Educação Ambiental para uma sustentabilidade equitativa é um processo de aprendizagem permanente, baseado no respeito a todas as formas de vida”. A Lei 6.938/1981 da Política Nacional do Meio Ambiente determina a prática da educação ambiental em todos os níveis de ensino, incluindo educação da comunidade com o objetivo de capacitar a mesma na defesa do meio ambiente. A Constituição Federal é explicita quando determina que a Educação Ambiental é de responsabilidade do Poder Público e acessível a todos. 4 IMPACTO AMBIENTAL A preservação do Meio Ambiente é um tópico envolve a todos e a Impacto Ambiental encontra-se como um dos temas de grande interesse público em todas as comunidades do planeta. Não apenas os países tidos como desenvolvidos vêm sofrendo com os problemas ambientais, como também os países as demais nações do planeta. Esses problemas são consequência de um rápido crescimento econômico associado à exploração indiscriminada dos recursos naturais. 11 4.1 PERCEPTIVA ECOLÓGICA • Qualquer alteração de um determinado meio ou “ambiente”, tornando-o prejudicial ao homem e a outras formas de vida que nele existem; • Qualquer alteração ambiental, resultante da introdução de produtos poluentes, na forma de material o energia, passível de causar prejuízos ao homem ou a outras formas de vida; • Introdução no meio ambiente de qualquer matéria ou energia que venha a alterar as propriedades físicas, químicas ou biológicas desse meio, afetando, ou podendo afetar, a “saúde” das espécies animais ou vegetais que dependem ou tenham contato com ele, ou que nele venham a provocar modificações físico- químicas nas espécies minerais presentes; • Qualquer alteração de um determinado meio ou “ambiente”, tornando-o prejudicial ao homem ou a outras formas de vida que nele existem. 4.2 DEFINIÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL DO CONAMA Segundo a resolução número 1/1986, o artigo 1º, define como impacto ambiental qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causadas por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente: • Prejudiquem a saúde e bem-estar da população; • Criem condições adversas às atividades sociais e econômicas; • Alterem desfavoravelmente a biota; • Prejudiquem as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente natural e artificial; • A qualidade dos recursos ambientais. 4.3 CONTAMINAÇÃO Refere-se à existência, num ambiente, de seres patogênicos, que provocam doenças ou substâncias,em concentração nociva ao ser humano; no entanto, se não resultar em uma alteração das relações ecológicas, a contaminação não é uma forma de poluição. 12 5 ÁGUA A água é fundamental para a existência da vida uma vez que é utilizada pelos organismos vivos como veiculo de regulação de temperatura, além de meio ideal para a realização de processos biológicos. ] Encontrando-se presente em grandes proporções em todos os seres vivos. Nos seres humanos aproximadamente 75% do peso corporal é constituído por água. Ao longo do desenvolvimento das grandes civilizações humanas é possível detectar grandes massas de águas como rios, lagos e mares. Para a humanidade o acesso a água sempre foi uma preocupação, principalmente no tocante a obtenção de fontes de água de qualidade e quantidade suficiente para seu consumo, mesmo sem grandes conhecimentos era possível distinguir uma água limpa, sem cor e odor de outra que demonstrava estar imprópria para o uso. 5.1 CICLO HIDROLÓGICO Pode ser entendido como o trajeto que a água percorre em nosso globo terrestre. Determinando todas as etapas do comportamento das massas de água pelo planeta incluindo suas transformações, movimentações ocorrências e sua 13 relação com a vida humana e de animais. Um panorama das diversas interações da água com os demais recursos naturais. Em nosso planeta a água existem em forma de vapor na atmosfera, oriunda da evaporação de todas os corpos líquidos (lagoas, lagos, rios, mares e oceanos) ou das superfícies umedecidas como água, como a superfície dos solos e da fenômenos dos organismos como a respiração e transpiração entre outros 5.2 PRECIPITAÇÃO Corresponde a água que cai da atmosfera na superfície terrestre. A umidade atmosférica originaria da evaporação das massas liquidas da superfície, por ação da radiação solar. O vapor de água é resfriada a certa altura devido a baixa temperatura e condensado, formando nuvens, levando à precipitação pluvial, sobre a superfície do solo e dos oceanos. A água precipitada sobre a superfície sólida pode seguir dois caminhos distintos: o escoamento superficial e infiltração. As principais formas de precipitação são: chuva, granizo, orvalho e neve. 5.2.1 Escoamento Superficial Quando a água da chuva atinge o solo correndo sobre a superfície do terreno, estagnando em depressões e ficando represada em obstáculos e acessando córregos, lagos, rios e oceanos. Nas enormes superfícies oceânicas a água entra em processo de evaporação e condensação novamente constituindo nuvens que se precipitam sobre o solo. 5.2.2 Infiltração Quando a água da chuva penetra por gravidade nas fissuras do terreno, chegando até bolsões de saturação, formando os aquíferos subterrâneos ou lenções freáticos. Esses depositórios fornecem água para as raízes das plantas e para o consumo humano. Dependendo de seu estado de confinamento essa água pode retornar a superfície por meio de nascentes ou poços naturais. 14 Essa água acumulada pela infiltração é devolvida para a atmosfera, graças à evaporação direta que ocorre na superfície do solo, pela transpiração das folhas dos vegetais. Esse sistema de evaporação e transpiração e denominada de evapotranspiração. 5.3 EVAPORAÇÃO Fenômeno em que a água superficial passa do estado líquido para o gasoso, resultante da ação direta da temperatura na superfície do solo e da umidade do ar. 5.4 TRANSPIRAÇÃO Quando a água é absorvida do solo pelas raízes das plantas, transferidas para as folhas e então sofre evaporação. Esse mecanismo muito eficiente ao considerarmos a área da cobertura vegetal presente nas plantas e a superfície de exposição das folhas. 5.5 QUALIDADE DA ÁGUA A água na natureza não se encontra em seu estado puro, uma vez que ao cair como chuva, já carreia impurezas existentes no ar. Uma vez no solo sua grande capacidade de dissolução e carreamento de substâncias alteram ainda mais sua composição. Entre os materiais dissolvidos encontram-se diversas substâncias como calcário, magnésio que tornam a água “dura”; substâncias ferruginosas que dão cor e sabor diferenciado e substâncias oriundas das atividades humanas, como produtos industriais, que a tornam impróprias para o consumo direto. A água pode carrear substâncias em suspensão, como partículas finas dos terrenos por onde passa dando turbidez à mesma; pode também carrear pequenos organismos que alteram seu sabor e odor além de liberar toxinas, como bactérias e microrganismos patogênicos. Garantir o controle da qualidade da água adequada ao consumo humano deve-se a um conjunto de ações exercidas de forma continua pela operação dos 15 sistemas de abastecimento de água, responsáveis por verificar se a água que chega a população é potável. 5.6 REDE DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA Consiste em um conjunto de obras instalações e serviços, que compõem o Sistema de Abastecimento Público de Água, destinados a distribuição de água em qualidade e quantidade a atender as necessidades da população, com as finalidades de consumo doméstico, consumo industrial, serviços públicos e outros. 5.7 COMPOSIÇÃO DA REDE DE ABASTECIMENTO • Manancial; • Captação; • Adutora; • Tratamento; • Rede de Distribuição; 5.7.1 Manancial Corpo de água de onde se retira a água com condições sanitárias adequadas e vazão compatível para suprir a demanda. 16 5.7.2 Captação Conjunto e instalações e equipamentos utilizados para a captação de água do manancial, com o objetivo de alimentar o sistema de abastecimento. 5.7.3 Adução Estrutura de tubulação de canos e equipamentos que faz parte da rede de abastecimento de água tem o objetivo de transportar água que esteja em um reservatório até ao local onde vai ocorrer o seu tratamento. Também pode fazer o transporte da água entre dois reservatórios, que vão abastecer um determinado lugar. 5.7.4 Tratamento de Água É um conjunto de procedimentos físicos e químicos que são aplicados na água para que esta fique em condições adequadas para o consumo, ou seja, para que a água se torne potável. O processo de tratamento de água tem por objetivo livrar-se de qualquer tipo de contaminação, evitando a transmissão de doenças. Numa estação de tratamento de água, o processo ocorre em etapas: • Coagulação: quando a água na sua forma natural (bruta) entra na ETA (Estação de Tratamento de Água), recebe, nos tanques, uma determina quantidade de sulfato de alumínio. Esta substância serve para aglomerar (juntar) partículas sólidas que se encontram na água como, por exemplo, a argila. • Floculação: em tanques de concreto com a água em movimento, as partículas sólidas se aglutinam em flocos maiores. • Decantação: em outros tanques, por ação da gravidade, os flocos com as impurezas e partículas ficam depositadas no fundo dos tanques, separando-se da água. • Filtração: a água passa por filtros formados por carvão, areia e pedras de diversos tamanhos. Nesta etapa, as impurezas de tamanho pequeno ficam retidas no filtro. 17 • Desinfecção: é aplicado na água cloro ou ozônio para eliminar microrganismos causadores de doenças. • Fluoretação: é aplicado flúor na água para prevenir a formação de cárie. A fluoretação é um processo de baixo custo, além disso, o flúor estar na lista dos elementos que trazem efeitos fisiológicos benéficos (em baixas concentrações), prevenindo a perda de minerais do esmalte dos dentes, deixando-os mais resistentes à ação de agentes nocivos. • Correção de pH: é aplicada na água uma certa quantidade de cal hidratada ou carbonato de sódio. Esse procedimento serve para corrigir o PH da água e preservar a rede de encanamentos de distribuição. 5.7.5 Rede de Distribuição de Água Estrutura de tubulação, equipamentos, conexões e registros destinados a distribuira água de forma continuam a todos os usuários do sistema. 5.7.6 Estações Elevatórias Instalações destinadas a transportar e elevar a água. Podendo apresentar variações em sua forma e composição dependendo da sua finalidade e importância, seja para garantir maior vasão ou pela necessidade de compensar o relevo local. 5.8 PREVENÇÃO E CONTROLE DE DOENÇAS RELACIONADAS COM A ÁGUA A água afeta de várias maneiras a saúde humana, bem como a saúde dos demais organismos o intuito do tratamento e manutenção da qualidade da água na rede de abastecimento é prevenir e controlar doenças que usem a água como vetor. Os riscos de doenças humanas relacionadas com a água podem ocorrer por ingestão direta, na preparação dos alimentos, na higiene pessoal, na agricultura, na higiene do ambiente nos processos industriais ou nas atividades de lazer. Os riscos à saúde relacionados com a água podem divididos em duas categorias: 18 • Riscos relacionados com a ingestão de água contaminada por agentes biológicos (bactérias, vírus e parasitas), pela exposição direta, ou por meio de organismos vetores de necessitam de água em seu ciclo biológicos como insetos e moluscos; • Riscos derivados de poluentes químicos e radioativos, geralmente efluentes de esgoto industrial, ou causados por acidentes ambientais. Os mais relevantes agentes biológicos encontrados em águas contaminadas são bactérias patogênicas, vírus e parasitas. As bactérias patogênicas encontradas na água e alimentos representam uma das principais causas de mortalidade em comunidades carentes principalmente para as crianças, sendo responsáveis por diversos casos de enterites, diarreias infantis e doenças endêmicas e epidêmicas que podem levar a óbitos. 5.8.1 Hepatite A Doença causada pelo vírus da hepatite A (VHA) que age sobre o fígado. Com alto grau de contágio e, apesar de geralmente ser leve, em alguns casos pode evoluir de forma grave e ser fatal quando não tratada. A Hepatite A é transmitida através do contato com fezes contaminadas, podendo ocorrer através do contato com água que contém os microrganismos de origem entérica. • Sintomas: urina escura, fezes claras, amarelamento da pele e mucosas, febre, calafrios, sensação de fraqueza, náusea, perda de apetite e fadiga. • Tratamento: não é específico, e o médico poderá indicar um tratamento de suporte e controle dos sintomas. Geralmente, recorre-se ao uso de medicamentos para controlar a febre e a dor, além de repouso e hidratação. 5.8.2 Febre Tifoide A Febre Tifoide é uma doença infeciosa causada pela bactéria Salmonella typhi, e a sua transmissão é feita através do consumo de água e alimentos contaminados com o parasita. 19 • Sintomas: febre alta, vômito, dor de barriga, prisão de ventre, diarreia, dor de cabeça, perda de apetite, perda de peso ou manchas vermelhas na pele. • Tratamento: é feito recorrendo ao uso de antibióticos, conforme orientação médica, sendo muito importante o descanso e a hidratação durante a fase de recuperação. Esta é uma doença que pode ser prevenida com a vacina contra a febre tifoide. 5.8.3 Cólera A Cólera é uma infecção que ocorre no intestino, causada por uma bactéria chamada vibrião colérico que pode estar presente em água contaminada ou em alimentos, capaz de produzir toxinas que desencadeiam os sintomas da doença. • Sintomas: diarreia intensa e vômitos, que podem levar à uma grave desidratação. • Tratamento: é realizado recorrendo ao uso de antibióticos indicados pelo médico, e solução para hidratação oral e intravenosa, como o soro. 5.8.4 Leptospirose A leptospirose é uma doença causada pela bactéria Leptospira presente em urina dos ratos de esgotos, ou de outros animais infectados como cães e gatos, que penetra no corpo através do contato dos excrementos destes animais ou da água contaminada com a pele ferida ou mucosas como olhos, nariz. • Sintomas: febre alta, dor de cabeça, dor no corpo, perda de apetite, vômito, diarreia ou calafrios. • Tratamento: o médico deverá orientar o uso de remédios antibióticos para combater a bactéria, além de analgésicos para a dor e febre. 5.8.5 Amebíase ou Disenteria Amebiana A Amebíase ou disenteria amebiana é uma infecção causada pelo protozoário Entamoeba histolytica, que se instala no intestino e que impede a absorção de 20 nutrientes importantes para o organismo. A sua transmissão é feita através do consumo de alimentos ou água contaminadas por fezes contendo cistos amebianos. • Sintomas: dor abdominal, diarreia, febre e calafrios. Em alguns casos, as fezes podem conter sangue, muco ou pus. Em casos mais graves, a doença pode desenvolver a forma invasiva, em que são infectados outros órgãos como fígado, trato respiratório e, até, cérebro, por exemplo. • Tratamento: em geral, são usados remédios antiparasitários, a duração e a dose é orientada pelo médico de acordo com a gravidade da infecção. 5.9 POTABILIDADE Para que uma água seja potável devem ser seguidos alguns parâmetros microbiológicos, físicos, químicos e radioativos a fim de não oferecer risco à saúde. Esses requisitos estão definidos na Portaria do Ministério da Saúde nº 518/2004. O pH da água potável deve encontrar dentro do intervalo de 6,0 a 9,5 e a concentração mínima de cloro residual livre em qualquer ponto da rede de distribuição deverá ser de 0,2mg/l. As exigências da qualidade da água para o consumo humano crescem com o progresso tecnológico, a fim de evitar os perigos decorrentes de águas contaminadas, sendo estabelecidos por padrões de potabilidade que apresentam Valores Máximos Permissíveis (VMP) em que elementos nocivos ou características desagradáveis podem estar presentes na água, sem que estes se tornem inconvenientes para o consumo humano. a) Características de aceitação para consumo humano: • Ausência de gosto ou apresentar gosto agradável; • Não apresentar odor ou não ter odores desagradáveis; • A cor e determinada pela presença de substâncias em dissolução na água que não afetem sua transparência; • A turbidez é devida a matéria em suspensão na água (argila, silte, matéria orgânica, etc) e altera sua transparência; 21 b) Características químicas Determinados por limites de concentração por motivos de ordens sanitária e econômica. • Substancias causadoras de dureza, como cloretos, sulfatos e bicarbonatos de cálcio e magnésio. As águas mais duras consomem mais sabão e são inconvenientes para a indústria, uma vez que incrustam-se em equipamentos como caldeiras e podem acarretar explosões. • A água ácida (baixo pH), é corrosiva. A água alcalina (elevado pH), são incrustativas. A alcalinidade e dureza são expressas em mg/L de CaCO3 (Carbonato de Cálcio). • Compostos nitrogenados: nitrogênio amoniacal, nitritos e nitratos. Os compostos de nitrogênio provêm de matéria orgânica e sua presença indica poluição recente ou remota. Quando mais oxidados dos compostos de nitrogênio, mais antiga a poluição. Dessa forma o nitrogênio amoniacal indica poluição recente e os nitratos indicam que a poluição ocorreu há mais tempo; • A água possui oxigênio dissolvido em quantidade variável conforme a temperatura e a pressão. A matéria orgânica em decomposição necessita de oxigênio para se estabilizar; consequentemente quando há esse tipo de material na água o oxigênio dissolvido é consumido; Desta forma quanto maior for o consumo de oxigênio, maior a poluição; c) Características Biológicas A água geralmente é habitada por vários tipos de microrganismos de vida livre e não parasítica, que dela extraem elementos necessários à sua subsistência. Eventualmente, podem ser existir organismos parasitários e/ou patogênicos que utilizam a água como veículo, podendo causar doenças, causando um perigo sanitário em potencial. Entre os principaistipos de organismos patogênicos que podem ser encontrados na água estão às bactérias, cianobactérias, helmintos, protozoários e vírus. Devido a grande dificuldade para identificar os diversos organismos patogênicos que possa encontrar-se na água, utilizam-se métodos que permitam a 22 identificação de bactérias do grupo coliforme que, por serem encontrados no trato intestinal humano, estarão presentes em águas poluídas por material fecal. Dado o grande número de coliformes existentes no material fecal (até 300 milhões por grama de fezes), os testes de avaliação qualitativa desses organismos na água demonstram uma precisão ou sensibilidade muito maior do que a de qualquer outro teste. 5.10 CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS O CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente por meio da Resolução nº 20/1986, define 9 classificações, de acordo com os a relevância da destinação de uso das águas. Águas Doces Classe Especial – Águas destinadas a: a) Abastecimento doméstico sem prévia ou com simples desinfecção; b) Preservação do equilíbrio natural das comunidades aquáticas; Classe 1 – Águas destinadas a: a) Abastecimento doméstico após tratamento simplificado; b) Proteção das comunidades aquáticas; c) Recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho); d) Irrigação de hortaliças que são consumidas cruas e de frutas que se desenvolvem rentes ao solo e que sejam ingeridas cruas sem remoção de películas; e) Criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana. Classe 2 – Águas destinadas a: a) Abastecimento doméstico, após tratamento convencional; b) Proteção das comunidades aquáticas; c) Recreação de contato primário (natação, esqui aquático e mergulho); d) Irrigação de hortaliças e plantas frutíferas; e) Criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana. 23 Classe 3 – Águas destinadas a: a) Abastecimento doméstico, após tratamento convencional; b) Irrigação de culturas arbóreas, cerealíferas e forrageiras; c) Dessedentação de animais. Classe 4 – Águas destinadas a: a) Navegação; b) Harmonia paisagística; c) Uso menos exigentes. Águas Salinas Classe 5 – Águas destinadas a: a) Recreação de contato primário; b) Proteção das comunidades aquáticas; c) Criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana. Classe 6 – Águas destinadas a: a) Navegação comercial; b) Harmonia paisagística; c) Recreação de contato secundário. Águas Salobras Classe 7 – Águas destinadas a: a) Recreação de contato primário; b) Proteção das comunidades aquáticas; c) Criação natural e/ou intensiva (aquicultura) de espécies destinadas à alimentação humana. Classe 8 – Águas destinadas a: a) Navegação comercial; b) Harmonia paisagística. 24 5.11 CLASSIFICAÇÃO DAS ÁGUAS NATURAIS SEGUNDO SUA QUALIDADE Para caracterizar águas naturais segundo eventuais constituintes diversos termos são utilizados, destacam-se os seguintes: Água Potável: Inofensiva à saúde, agradável aos sentidos e adequada aos usos domésticos. Água Dura: Que possui dureza, isto é, teor acentuado de sias de cálcio e magnésio, sob forma de bicarbonato, sulfatos, cloretos e nitratos, os quais lhe proporcionam mau gosto característico e outros inconvenientes para o consumo doméstico e industrial. Água Branda ou Mole: com baixo teor de dureza. Água Salgada: Encontradas nos oceanos e mares com elevado teor de cloreto de sódio (sal de cozinha). Mineral: Água oriunda do interior da crista terrestre contendo quantidade acentuada de substâncias em solução que lhe dão valor terapêutico, tais como gás carbônico, bicabornato de sódio, gás sulfídrico, sulfato solúvel, sais de ferro e sais neutros de magnésio, potássio e sódio, geralmente sob a forma de cloretos, brometos, iodetos e sulfato. Termal: água mineral originária de camadas profundas da crosta e que atinge a superfície com temperatura elevada. Radioativa: água mineral ou termal possuidora de radioatividade. Doce: água que não é salgada, nem excessivamente dura, mineral ou radioativa. Ácida: Que possui teor acentuado de gás carbônico, ácidos minerais e organismos e certos sais como sulfatos de ferro e de alumínio. 25 Corrosiva: Que pode afetar tubulações metálicas devido a teores elevados de gás carbônico dissolvido. Alcalina: Que contém quantidade elevada quer de bicarbonato de cálcio e magnésio, quer de carbonatos ou hidróxidos de sódio, potássio, cálcio e magnésio. Poluída: Água que sofreu alteração de suas características físicas, químicas e biológicas, tornando-a inadequada para ser utilizada por animais e plantas. Contaminada: Água que hospeda organismos patogênicos e/ou substâncias tóxicas que a tornam prejudicial a saúde humana. 5.12 TIPOS DE POLUIÇÃO DAS ÁGUAS A poluição das águas é um tema de grande preocupação, vista a dependência de nossa sociedade para com a água. Os rejeitos lançados diretamente nos lagos, mares, rios, lençóis subterrâneos e oceanos, os poluentes lançados na atmosfera e no solo também vão parar nesses corpos de água. Além disso, a quantidade de água doce disponível para todas as atividades humanas em termos mundiais é pequena, pois apenas cerca de 0,3% de toda a água existente em nosso planeta constitui-se como água doce facilmente utilizável. Existem vários tipos de poluição das águas, cuja classificação depende das origens, causas ou consequências. A seguir os principais tipos de poluição aquática: 5.12.1 Poluição Biológica Ocorre quando os corpos de água possuem micro-organismos patogênicos, tais como bactérias, vírus, vermes e protozoários oriundos principalmente de esgotos domésticos e industriais. Podendo ser lançados diretamente na água ou infiltrar-se nos solos, atingindo águas de poços ou de nascentes. As consequências desse tipo de poluição são diversas doenças que podem ser transmitidas aos humanos e animais, tais como febre tifoide, cólera, salmonelose, leptospirose, hepatites, esquistossomose, amebíase e giardíase. 26 5.12.2 Poluição por Sedimentação Advém do acúmulo de partículas em suspensão, tais como do solo e de produtos insolúveis inorgânicos e orgânicos. Isso é resultado, por exemplo, da acumulação de lixos e detritos que possuem poluentes químicos e biológicos que impedem a entrada de luminosidade nos recursos hídricos, o que dificulta a fotossíntese realizada pelas algas e a visualização da comida pelos animais aquáticos. Esse tipo de poluição corresponde atualmente à maior massa de poluentes e gera a maior quantidade de poluições. 5.12.3 Poluição Térmica Gerada quando são lançadas nos recursos hídricos grandes quantidades de águas aquecidas que foram usadas, por exemplo, em indústrias para aquecer caldeiras, em processos de refrigeração de refinarias, siderurgias e usinas termoelétricas. A água quente que fica dentro das torres de resfriamento que retorna ao rio, lago ou mar. Diminuindo a solubilidade do gás oxigênio na água, o que provoca a morte de muitos peixes e outros animais aquáticos. O aumento da temperatura da água também acelera reações de outros poluentes, que se já estiverem presentes na água, afeta o ciclo de reprodução de algumas espécies. 5.12.4 Poluição Química Causada por produtos químicos nocivos e indesejáveis, sendo essa a mais problemática de todas as poluições das águas, seus efeitos podem ser sutis e levam muito tempo para serem percebidos. Entre os principais poluentes químicos estão os fertilizantes agrícolas, outros poluentes são compostos sintéticos, como: plásticos, herbicidas, inseticidas, tintas, detergentes, solventes, remédios e aditivos alimentares. Há também os casos de derramamentos de petróleo por acidentes de navios ou no momentoda perfuração e extração, pois as jazidas petrolíferas localizam-se em sua maior a maioria, no assoalho marinho. Além disso, o descarte de compostos inorgânicos e minerais, como os metais pesados, podem causar intoxicações, deformações e até mesmo a morte de diversos organismos. 27 5.12.5 Poluição Radioativa Decorrentes de resíduos radioativos lançados no ar e no solo por experiências nucleares, lixos atômicos gerados em usinas nucleares e em hospitais em menores proporções. A poluição radioativa (ou nuclear) é considerada por muitos estudiosos como o tipo mais perigoso de poluição. Ela é proveniente da radiação, que é um efeito químico derivado de ondas de energia (sejam elas de calor, de luz ou de outras formas). A radiação existe naturalmente no meio ambiente, porém, devido a ações do homem, ela vem sendo liberada em excesso, causando mutações em diversas espécies de seres vivos. Até o momento ainda não há formas efetivas para descontaminar uma área afetada por poluição radioativa - quando o local é contaminado, costuma ser isolado. 5.12.6 Técnicas de Controle de Poluição Durante a instalação de um empreendimento seja ele uma indústria o serviço é necessário pensar nas estratégias de controle e redução da poluição, em especial a poluição da água. É de suma importância considerar a bacia hídrica como um todo a fim de atingir uma maior eficiência na realização desse controle. Entre as principais técnicas podemos citar: • A implantação de sistema de coleta e tratamento de esgotos sanitários industriais; • Controle de focos de erosão; • Recuperação de rios focando na recuperação do equilíbrio dinâmico e restauração das condições naturais (sedimentação, escoamento, arquitetura natural do curso do rio, mata ciliar e da biota nativa); • Recuperação de lagos e represas, por meio de processos biológicos, químicos ou mecânicos. 28 6 ESGOTAMENTO SANITÁRIO Os dejetos das excreções humanas são veículos de diversos patógenos de várias doenças, para tanto torna-se indispensável afastar as possibilidades de contato dos mesmos para com as fontes de água. Utilizamos água para grande parte das nossas atividades domésticas, especialmente as que estão relacionadas à higiene. Mas quando tomamos banho, lavamos a louça do almoço ou limpamos a calçada, a água passa por grandes transformações químicas e não pode ser simplesmente devolvida à natureza sem um tratamento adequado. Para garantir que isso não aconteça é que foi criado o Sistema de Esgotamento Sanitário (SES). De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), SES “é o conjunto de condutos, instalações e equipamentos destinados a coletar, transportar, condicionar e encaminhar somente o esgoto sanitário a uma disposição final conveniente, de modo contínuo e higienicamente seguro”. Quando um imóvel não encontra-se ligado a uma rede desse tipo, descartes indevidos aumentam significativamente, comprometendo a saúde e o meio ambiente. A preocupação com o destino adequado do esgoto produzido por uma casa, indústria ou empreendimento deve começar no momento da elaboração de seu projeto. 6.1 IMPORTÂNCIA SANITÁRIA DO ESGOTAMENTO SANITÁRIO Sob o aspecto sanitário, o destino adequado dos dejetos humanos e as águas servidas e contaminadas por substancias originárias de atividades industriais visam fundamentalmente o controle e a prevenção de doenças relacionadas a elas e a possíveis prejuízos ao meio ambiente desta forma podemos pontuar os seguintes objetivos do esgotamento sanitário: • Evitar a poluição do solo e dos mananciais de abastecimento de água; • Impedir o contato de vetores de doenças com dejetos contaminados; • Diminuição das despesas com o tratamento de doenças evitáveis; • Redução nos custos do tratamento da água de abastecimento, pela prevenção da poluição; 29 • Controle da poluição de locais de recreação como praias, rios, lagos com o objetivo de promover o turismo; • Preservação da fauna aquática, em especial os criatórios de peixes utilizados por comunidades ribeirinhas para sua subsistência. 6.2 TIPOS ESGOTO Com a utilização de água para o abastecimento doméstico e industrial, ocorre a geração de esgoto. Se a destinação deste esgoto não for adequada, resulta na contaminação das águas superficiais e subterrâneas, solo oque ocorre na maioria dos municípios brasileiros. Existem três tipos de esgoto: os domésticos, os pluviais e os industriais, para os quais são necessários sistemas específicos para cada tratamento em virtude de cada um deles conter resíduos diferentes. • Esgoto Doméstico: Aquele que provem principalmente de residências, estabelecimentos comerciais, instituições ou qualquer edificação que dispõe de instalações de banheiros, lavanderias e cozinhas. Compostos essencialmente por água de banho, excretas, restos de alimentos, sabão, detergentes e águas servidas ou de lavagens. • Esgoto Industrial: É extremamente heterogêneos e estão ligados aos tipos de processos industriais utilizados. A maior parte dos efluentes gerados em indústrias são oriundos de processos de resfriamento, lavagens, extrações, impregnações, tratamentos químicos, processos orgânicos entre outros. De acordo com o tipo de efluente e do volume gerado, esses esgotos podem acarretar sérios problemas ambientais se lançados diretamente nos corpos d’água e como podem apresentar problemas nas Estações de Tratamento de Esgotos que se valem de processos de tratamento do tipo biológico (através de bactérias anaeróbias e aeróbias) os quais, não conseguem tratar os efluentes industriais. Os efluentes industriais podem conter: metais e compostos tóxicos e venenosos; substâncias corrosivas; ácidos; álcalis; matéria orgânica em volumes excessivos, óleos, gorduras e graxas; tintas e corantes; materiais flutuantes; 30 substâncias inflamáveis; partículas em suspensão; líquidos grosseiros; líquidos excessivamente quentes etc. • Esgoto Pluvial: Sistema de coleta a água da chuva é direcionado para as galerias pluviais, que são os sistemas de dutos subterrâneos destinados à captação e escoamento das águas pluviais coletadas pelas bocas coletoras ou sarjetas. As galerias evitam acúmulos de águas nas vias públicas e levam a água até os rios, córregos e mares. A elaboração e construção de um Sistema de Esgotamento Sanitário (SES) tem por objetivo garantir uma destinação rápida e segura desse material para uma área adequada sua disposição e tratamento adequados minimizando os riscos a comunidade e ao meio ambiente. 6.3 TIPOS DE PROCESSOS DE TRATAMENTOS DE ESGOTO O sistema de tratamento de esgoto é composto por uma série de operações e processos que são empregados para a remoção de substâncias indesejáveis de água ou para a transformação em outras de forma aceitáveis. Esses processos são 31 divididos em três grupos distintos: Processos Físicos, Processos Químicos e Processos Biológicos. 6.3.1 Processos Físicos Os processos físicos são assim chamados devido aos fenômenos físicos que ocorrem na retirada ou transformação dos poluentes das águas residuais, sendo utilizados essencialmente para separar sólidos em suspenção no esgoto, mas também pode ser utilizados para equilibrar e homogeneizar um efluente, as etapas desse processo compreendem: • Remoção de sólidos grosseiros; • Remoção de sólidos sedimentantes; • Remoção de sólidos flutuantes; • Remoção de umidade do lodo; • Homogeneização e Equalização de efluentes (regular a vazões e a concentrações do material, a fim de não sobrecarregar o sistema); • Diluição de águas residuárias. 6.3.2 Processos Químicos Processos onde produtos químicos são utilizados para ampliar a eficiência de remoção de um elemento ou substância, modificando seu estado ou estrutura. Quase sempre são utilizados junto aos processos físicose algumas vezes aos processos biológicos para facilitar a separação dos materiais. Esses processos são: • Coaguação-Floculação; • Precipitação química; • Oxidação; • Cloração; • Neutralização de pH Esses processos são utilizados para a remoção de sólidos em suspenção coloidal ou mesmo dissolvidos. Esses processo são utilizados para ajustar o pH para condicionar o efluente ao tratamento biológico. Cloração para eliminar organismos patogênicos. A Oxidação é utilizada para neutralizar os sulfetos e a Neutralização pata acertar o pH do efluente 32 6.3.3 Processos Biológicos Compreende os processos que necessitam de ação de microrganismos que atuam especificamente na transformação do material orgânico, sob a forma de sólidos dissolvidos em suspensão, em compostos simples como sais minerais, gás carbônico, água e outros. O processo biológico procura reproduzir, em dispositivos controlados, os fenômenos biológicos observado na natureza, de forma mais acelerada e eficiente utilizando fases aeróbicas e anaeróbicas. 6.4 BENEFÍCIOS DO TRATAMENTO DE ESGOTO • Conservação dos recursos naturais; • Melhoria das condições sanitárias locais; • Eliminação de focos de contaminação e poluição; • Neutralização de problemas estéticos desagradáveis; • Redução das doenças ocasionadas pela água contaminada; • Redução dos recursos aplicados no tratamento de doenças; • Diminuição dos custos no tratamento da água para abastecimento. 7 GESTÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS Resíduos sólidos são todos os materiais que resultam das atividades humanas e que muitas vezes podem ser aproveitados tanto para reciclagem como para sua reutilização, promovendo à saúde pública e economia de recursos naturais. Segundo a ABNT, os resíduos nos estados sólidos e semissólidos, que resultam de atividades de origem industrial, doméstica, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nessa definição os lodos provenientes do sistema de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água, ou exijam para isso soluções técnicas e economicamente inviáveis em face à melhoria tecnológica disponível. Os resíduos sólidos constituem problemas sanitário, econômico e principalmente estético. 33 De modo geral, os resíduos sólidos são constituídos de substâncias: • Facilmente Degradáveis (FD): restos de comida, sobras de cozinha, folhas, capim, cascas de frutas, animais mortos e excrementos; • Moderadamente Degradáveis (MD): papel, papelão e outros produtos compostos por celulose; • Dificilmente Degradáveis (DD): trapo, couro, pano, madeira, borracha, cabelo, pena de galinha, ossos e plásticos; • Não Degradáveis (ND): metal não ferroso, vidro, pedra, cinzas, terra, areia e cerâmica. Sua composição varia de acordo com os hábitos, costumes e necessidades da população, número de habitantes do local, poder aquisitivo, variações sazonais, clima, desenvolvimento, nível educacional, até mesmo com o período do ano. 7.1 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS, QUANTO À ORIGEM. Domiciliar: formado pelos resíduos sólidos produzidos pelas atividades residenciais e apresenta em torno de 60% de composição orgânica e o restante formado por embalagens plásticas, latas, vidros, papéis, etc. Comercial: resultante das atividades de comércios, sua composição varia de acordo com a atividade desenvolvida no estabelecimento de origem. No caso de bares, restaurantes e hotéis predomina o lixo de origem orgânica enquanto os escritórios geram lixo onde predomina o papel. Industrial: composto por resíduos sólidos produzidos nos processos industriais e suas características dependem diretamente do tipo de indústria e do tipo de processo utilizado. Porém nem sempre o resíduo produzido pela indústria deve ser descartado podem ser subprodutos que servirão de matéria prima para outros processos industriais. Em outros casos a natureza dos resíduos produzidos por algumas indústrias, como padarias e confecções, é de natureza idêntica à do lixo domiciliar, porém produzidos em maior escala. Certos resíduos indústrias por sua 34 vez merecem tratamento especial, pois oferecem algum tipo de risco ao meio ambiente e à saúde da população. Serviços de Saúde: proveniente dos hospitais, centros cirúrgicos, ambulatórios, postos médicos, consultórios médicos e odontológicos, clínicas, farmácias e laboratórios. • Resíduos Infectantes ou Lixo Séptico: sangue e hemoderivados, animais utilizados em experimentações, bem como os materiais que tenham entrado em contato com os mesmos, excreções, secreções e líquidos orgânicos, meios de cultura, tecidos, órgãos, fetos, peças anatômicas, filtros de gases aspirados de áreas contaminadas, resíduos advindos de áreas de isolamento, de laboratórios de análises clínicas, de unidades de atendimento ambulatorial, resíduos de sanitários de unidades de internações de enfermaria, etc. • Resíduos Comuns: resíduos de atividades administrativas, dos serviços de varrição e limpeza, restos de alimentos que não tiveram contato com os pacientes, etc. • Rejeitos Radioativos: Materiais radioativos ou contaminados com radionuclídeos, provenientes de laboratórios de análises clínicas, serviços de medicina nuclear e radioterapia. Os resíduos infectantes compõem um pequeno percentual do lixo dos serviços de saúde, mas por oferecerem periculosidade real ou potencial à saúde humana recomenda-se sua esterilização (autoclavagem ou incineração) antes da disposição final. Os que trazem elementos cortantes ou perfurantes, capazes de promover lesões, como agulhas, bisturis e ampolas, devem ser previamente acondicionados em recipientes rígidos estanques e vedados. Os resíduos comuns, que não oferecem qualquer risco, podem receber a mesma destinação do lixo domiciliar. Porto, aeroportos, terminais ferroviários e terminais rodoviários: merecem cuidados especiais, o que é justificável como medida de controle e prevenção da introdução de agentes causadores de doenças ou epidemias. 35 Agrícola: resíduos que sobram das atividades agrícolas e também da pecuária, como é o caso de sacos de fertilizantes e de adubo, restos de colheita, estrume, ração, entre outros que são produzidos nessa área. • Agrotoxicos: As embalagens vazias de agrotóxicos, diferentemente de qualquer embalagem plástica, não podem ser reutilizadas no uso doméstico. São nocivos à saúde humana e animal e pode provocar contaminação, caso ela seja reutilizada. Os agrotóxicos, como o próprio nome já diz, são produtos tóxicos para uso na agricultura com a finalidade de exterminar ou evitar pragas na plantação. E devido ao seu alto poder de toxidade, o seu manuseio requer muito cuidado, embalagens vazias não podem ser descartadas no lixo comum devido a estes riscos eminentes já citados. Para tanto foram criadas a lei Lei 9.974/2000 e o Decreto 4.074/2002 que determina que as embalagens de agrotóxicos devem ser devolvidos aos estabelecimentos de revenda para ser encaminhados a central de recebimento. As embalagens passam por um novo tratamento e de lá, seguem em blocos compactados e prensados para as indústrias recicladoras. É muito importante nunca se esquecer de guardar o comprovante de devolução das embalagens. Este documento deve ser apresentado sempre que a fiscalização for até a propriedade, garantindo que o produtor não sofra nenhuma punição. Construção Civil: são os provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras de construção civil, e os resultantes da preparação e da escavação de terrenos, tais como: tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa,gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica etc., comumente chamados de entulhos de obras, caliça ou metralha. 7.2 CLASSIFICAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT) A ABNT classifica os resíduos sólidos levando em conta o grau de periculosidade de seu manuseio dividindo-os em três classes: 36 Resíduos Perigosos (Classe I): Aqueles que, em razão de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, carcinogenicidade, teratogenecidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica. Exemplos: óleo lubrificando usado ou contaminado; óleo de corte e usinagem usado; equipamentos descartados contaminados com óleo; lodos de galvanoplastia; lodos gerados no tratamento de efluentes líquidos de pintura industrial; efluentes líquidos ou resíduos originados do processo de preservação de madeira; acumuladores elétricos a base de chumbo (baterias); lâmpada com vapor de mercúrio após o uso (lâmpadas fluorescentes). Resíduos Não Perigosos Resíduos Não Inertes (Classe IIA) Podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. Resíduos Inertes (Classe IIB) Quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa, segundo a ABNT NBR 10007, e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor. 7.3 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À COMPOSIÇÃO QUÍMICA Orgânico: restos de alimentos, folhas, grama, animais mortos, esterco, papel, madeira, etc.. Alguns compostos orgânicos podem ser tóxicos e recebem as denominações de “Poluentes Orgânicos Persistentes” (POP) e “Poluentes Orgânicos Não Persistentes” (PONP). 37 Poluentes Orgânicos Persistentes (POP): hidrocarbonetos de elevado peso molecular, clorados e aromáticos, alguns pesticidas (DDT, DDE, Lindane, Hexaclorobenzeno e PCB`s). Poluentes Orgânicos Não Persistentes (PONP): óleos e óleos usados, solventes de baixo peso molecular, alguns pesticidas biodegradáveis e a maioria dos detergentes (organofosforados e carbanatos). Inorgânicos: metais, vidros, cerâmicas, areia, pedras, etc. 7.4 CLASSIFICAÇÃO QUANTO À UMIDADE Lixo Seco: É composto pelos papéis, plásticos, metais, couros tratados, tecidos, vidros, madeiras, isopor, parafina, cerâmicas, porcelanas, espumas, cortiças e etc. Lixo Molhado: É aquele composto por restos de comida, alimentos estragados, cascas e bagaços de vegetais, etc. 7.5 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS • Compressividade: é a redução do volume dos resíduos sólidos quando submetidos a uma pressão (compactação); • Teor de umidade: compreende a quantidade de água existente na massa dos resíduos sólidos; • Composição gravimétrica: determina a porcentagem de cada constituinte da massa de resíduos sólidos, proporcionalmente ao seu peso; • Per capita: é a massa de resíduos sólidos produzida por uma pessoa em um dia (kg/hab/dia); • Peso específico: é o peso dos resíduos sólidos em relação ao seu volume. 7.6 CARACTERÍSTICAS QUÍMICAS • Poder calorífico: indica a quantidade de calor desprendida durante a combustão de um quilo de resíduos sólidos; 38 • Teores de matéria orgânica: percentual de cada constituinte da matéria orgânica (cinzas, gorduras, macronutrientes, micronutrientes, resíduos minerais, etc); • Relação carbono/nitrogênio (C/N): determina o grau de degradação da matéria • orgânica; • Potencial de hidrogênio (pH): é o teor de alcalinidade ou acidez da massa de resíduos. 7.7 CARACTERÍSTICAS BIOLÓGICAS As características biológicas pertinentes aos resíduos sólidos estão relacionadas às populações de microrganismos (fungos, bactérias etc) presentes no material, responsáveis pela decomposição da matéria orgânica. Também podem ser encontrados entre os resíduos organismos patogênicos (bactérias, vírus, protozoários e vermes) potencialmente causadores de doenças em seres humanos. Esses organismos estão vinculados à presença, na massa de resíduos, de matéria fecal, fluidos corporais e aos Resíduos dos Serviços de Saúde. Essas características, além de serem determinantes na escolha dos métodos de tratamento e disposição final dos resíduos sólidos, têm sido utilizadas no desenvolvimento de inibidores de cheiro e de retardadores ou aceleradores da decomposição da matéria orgânica. 7.8 IMPORTÂNCIA SANITÁRIA Os resíduos sólidos são um grande problema sanitário quando não são tratados adequadamente. Esse tratamento tem por objetivo prevenir e controlar doenças e danos ao meio ambiente, bem como garantir à sanidade paisagística da comunidade eliminando amontoados de material, fomentando hábitos de higiene saudável a população. É obvio que os resíduos sólidos são um problema sanitário uma vez que favorecem o alastramento das populações de vetores de doenças como diarreias infecciosas, amebíases, como: diarreias infecciosas, amebíase, salmoneloses, helmintoses como ascaridíase, teníase e outras parasitoses, bouba, difteria, tracoma. 39 Quando não tratados adequadamente os resíduos sólidos servem de criadouros e esconderijo de ratos, animais esses envolvidos na transmissão da peste bubônica, leptospirose e tifo. As baratas que pousam e vivem nos resíduos sólidos onde encontram líquidos fermentáveis, têm importância sanitária muito relativa na transmissão de doenças gastrointestinais, por meio de transporte mecânico de bactérias e parasitas das imundícies para os alimentos e pela eliminação de fezes infectadas. Podem, ainda, transmitir doenças do trato respiratório e outras de contágio direto, pelo mesmo processo. Também é possível a contaminação do homem pelo contato direto com os resíduos sólidos ou pela massa de água por estes poluídas. Sendo fontes contínuas de microrganismos patogênicos, apresentam-se como uma ameaça real à sobrevivência do catador de resíduos sólidos. Por disporem água e restos de alimentos, agem como locais de alimentação para animais, como cães, aves, suínos, equinos e bovinos, bem como a disseminação de parasitoses, como as triquinoses, quando se faz o aproveitamento de restos de cozinha (carnes contaminadas) para a alimentação de porcos e a proliferação de mosquitos que se desenvolvem em pequenas quantidades de água acumuladas em latas, vidros e outros recipientes abertos, comumente encontrados nos monturos. 7.9 IMPORTÂNCIA ECONÔMICA O tratamento adequado dos resíduos sólidos geram diversas vantagens econômicas, uma vez que promovem a redução da mortalidade, redução de doenças e aumento da vida média da população. Quando dispostos de maneira inadequada os resíduos sólidos favorecem a proliferação de roedores, que além de transmitir doenças e destruírem gêneros alimentícios e utensílios, podem provocar danos a instalações elétricas das edificações chegando a causa incêndios. A eliminação desse tipo de problema reverte em ganhos para a comunidade, razão pela qual, projetos e programas de manejo e recuperação de materiais a de materiais recicláveis e orgânicos, encontrados nos resíduos sólidos. 40 7.10 FATORES QUE INFLUENCIAM A PRODUÇÃO DE LIXO • Aspectos climáticos; • Aspectos sazonais; • Influências regionais; • Migrações; • Variações econômicas; • Turismo. 7.11 ACONDICIONAMENTO, COLETA E TRANSPORTE DOS RESÍDUOS SÓLIDOS Existem diversas formas de acondicionar os resíduos sólidos, de acordo com sua composição e origem: a) Resíduos domiciliares/comerciais: • recipientes rígidos; • recipientes herméticos; • sacos plásticosdescartáveis; • contêiner coletor ou intercambiável; b) Resíduos de Varrição: • caixas subterrâneas; • contêiner coletor ou intercambiável; • contêineres estacionários; • sacos plásticos descartáveis apropriados; • recipientes basculantes - cestos; c) Feiras Livres e Eventos: • recipientes basculantes – cestos; • contêineres estacionários; • tambores de 100/200l; • cestos coletores de calçadas. 41 d) Entulhos: • contêineres estacionários; e) Podas: • contêineres estacionários; f) Resíduos dos Serviços de Saúde: • sacos plásticos confeccionados com material incinerável para os resíduos comuns; • recipientes feitos com material incinerável como papelão, polietileno rígido ou outro material com as mesmas características, para acondicionamento dos resíduos infectantes. g) Outros (granjas, matadouros e estábulos): Estes são coletados e transportados para o destino final, ou acondicionados em contêineres estacionários. Para o acondicionamento dos resíduos sólidos nas fontes produtoras é necessário prestar esclarecimentos à comunidade e as autoridades públicas quanto aos seguintes aspectos: • Modo mais adequado de acondicionar os resíduos sólidos para coleta; • Características do recipiente; • Localização do recipiente; • Serviço de coleta: o recipiente deve estar, na hora da coleta, no local previamente estabelecido nas leis orgânicas municipais, que comumente é a calçada da frente da residência; • Perigos decorrentes de mau acondicionamento, dando lugar a criadouro de moscas, baratas, mosquitos e ratos e de suas consequências; • Higienização dos locais de acondicionamento; • Aspectos visados: controle de vetores, redução de odores e estética. 42 7.11.2 Coleta e transporte dos resíduos sólidos Na maioria dos municípios brasileiros, a prática da coleta regular unificada é utilizada para os resíduos domiciliares e comerciais. Os vários tipos de serviços de coleta de resíduos sólidos são classificados da seguinte maneira: • Coleta domiciliar compreende a coleta dos resíduos sólidos domiciliares e estabelecimentos comerciais; • Coleta de feiras livres, praias, calçadas e estabelecimentos públicos; • Coleta de resíduos de serviços de saúde; • Coleta especial contempla os resíduos não recolhidos pela coleta regular; • Coleta seletiva visa a recolher os resíduos segregados na fonte. Esse tipo de coleta está relacionado com a reciclagem e executado por um plano específico; • Coleta dos estabelecimentos industriais deve ser diferenciada da regular e especial. Do ponto de vista sanitário, a eficácia da coleta reduz os perigos decorrentes de mau acondicionamento em sua origem. O sistema de coleta deve ser cuidadosamente planejado e organizado a fim de produzir o maior rendimento possível e garantindo pontualidade, e servindo de exemplo a fim de garantir a colaboração da comunidade. Tal participação é fundamental para a solução do problema e na adequação do acondicionamento dos resíduos sólidos e na colocação dos recipientes em locais preestabelecidos. 7.11.3 Equipamentos de coleta e transporte No que se refere à coleta e ao transporte dos resíduos sólidos, usa-se vários tipos de veículos de acordo com o tamanho e nível de desenvolvimento da comunidade como o tipo carroça de tração animal, caçamba convencional, caçamba do tipo basculante e caminhão com e sem compactação, etc. 7.12 LIMPEZA PÚBLICA Varrição ou varredura é a principal atividade de limpeza de logradouros públicos. Esta pode ser realizada manual e mecanicamente. Cada tipo é indicado para uma situação específica. • A varrição manual é a mais utilizada na maioria das cidades brasileiras; 43 • A varrição mecanizada é indicada para ruas com asfalto, concreto e para locais de grandes tráfegos. 7.13 CAPINAÇÃO O objetivo da capina de logradouros públicos é mantê-los livres de mato e ervas daninhas, de modo que apresentem bom aspecto estético. 7.14 REDUÇÃO, REUTILIZAÇÃO E RECICLAGEM 7.14.1 Reduzir Todo o cidadão, quando possível, deve aprender a reduzir a quantidade dos resíduos sólidos que gera. Deve entender que redução não implica padrão de vida menos agradável. É simplesmente uma questão de reordenar os materiais que usamos no dia-a-dia. Uma das formas de se tentar reduzir a quantidade dos resíduos sólidos gerada é combatendo o desperdício de produtos e alimentos consumidos. 7.14.2 Reutilizar Existem inúmeras formas de reutilizar os objetos, até por motivos econômicos: escrever nos dois lados da folha de papel, usar embalagens retornáveis e reaproveitar embalagens descartáveis para outros fins são apenas alguns exemplos. 7.14.3 Reciclar É uma série de atividades e processos, industriais ou não, que permitem separar, recuperar e transformar os materiais recicláveis componentes dos resíduos sólidos urbanos. Essas atividades levam a ação de reintroduzir os resíduos no ciclo produtivo. 7.14.4 Etapas da reciclagem dos resíduos sólidos a) separação e classificação dos diversos tipos de materiais (vidro, papéis, plástico, metais); b) processamento para obtenção de: • fardos; 44 • materiais triturados; • e/ou produtos que receberam algum tipo de beneficiamento; c) comercialização dos materiais na forma triturada, prensada ou produtos obtidos dos processos de reciclagem; d) reutilização dos produtos e reaproveitamento em processos industriais, como matérias-primas. 7.15 COLETA SELETIVA Compreende o recolhimento sistêmico dos resíduos recicláveis inertes (papéis, plásticos, vidros e metais) e orgânicos (restos de alimentos), anteriormente separados pelas fontes geradoras, com o intuito de reaproveitar e reintrodução no ciclo produtivo. Tal sistema pode ser implementados em qualquer tipo de comunidade seja em municípios, bairros residenciais, vilas, escolas, escritórios, empresas, indústrias ou outros locais a fim de que simplificar a coleta dos materiais recicláveis. 7.15.1 Vantagens • Economia de matéria-prima; • Economia de energia; • Combate ao desperdício; • Redução da poluição ambiental; • Potencial econômico pela comercialização dos recicláveis. 7.16 MEDIDAS DE SEGURANÇA COM O MANUSEIO • Usar EPIs ao manusear; • Evitar quebrar e danificar as baterias, pois seu conteúdo pode ser perigoso; • Evitar contato com olhos e pele. 7.17 TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS Em muitos casos, os resíduos requerem algum tipo de tratamento antes do seu encaminhamento. Por exemplo, latas de alumínio para reciclagem precisam ser prensadas antes do transporte para redução de volume. 45 A destinação final escolhida depende de cada tipo de resíduo. Deverá ser realizada uma análise de custo/benefício dentro de todas as possibilidades viáveis, de acordo com as técnicas todos descritos abaixo: Aterro Sanitário Vantagens: Ausência de contaminação, Possibilidade de reurbanização do local, Geração de biogás. Desvantagens: Custo de transporte. Reciclagem Vantagens: Reposição parcial da matéria-prima; Possibilidade de criação de mão-de-obra; Redução de material enviado para aterro; Despoluição ambiental. Desvantagens: Grande volume de estoque de resíduos; de saúde aos catadores. Compostagem Vantagens: Obtenção de adubo orgânico; Eliminação do refugo orgânico. Desvantagens: Eventual contaminação com metais pesados; qualidade do adubo. Incineração Vantagens: Redução do volume do resíduo; Eliminação de microrganismos. Desvantagens: Corrosão de equipamentos; Alto custo no tratamento; Produção de compostos químicos mais tóxicos (dioxinas). 46 INSTITUTO EDUCACIONAL SERRA E SERTÃO CURSO: TÉCNICO EM SEGURAÇA DO TRABALHO PROFESSORA: DIEGO MATOS CADEIRA DE SANEAMENTO AMBIENTAL ALUNO: ____________________________________________________________
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